Jornal do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical)
Florianópolis, 14 de maio de 2012, no 769
Clodoaldo Volpato/ Apufsc
Roselane Neckel é empossada
como reitora da Universidade
Ex-reitor Álvaro Prata transmitiu, nessa quinta-feira, dia 10, o cargo de reitor da Universidade Federal de Santa
Catarina para Roselane Neckel, eleita em 30 de novembro de 2011. Cerimônia lotou o Centro de Cultura e Eventos
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Sindicato
inaugura sede
na Universidade
Federal da
Fronteira Sul em
Chapecó
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Proposta de
tabela de
progressão
funcional gera
discussão entre
docentes
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Servidores
públicos federais
organizam novo
Dia Nacional de
Lutas dia 17 de
maio
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Jornal da Apufsc
Florianópolis, 14 de maio de 2012
Opinião
Sobre a “Supernova” Proposta de Progressão
Gerson R. Ouriques e José R. Marinelli*
A reunião realizada no dia 19 de abril de 2012 pelos membros
da comissão formada para propor critérios de progressão funcional
dos professores traz, como novidade em relação à “nova proposta” e
à proposta apresentada no final do ano passado, a pontuação que
poderá ser obtida pelo professor se este for avaliado pelos estudantes. A ideia de ouvir os estudantes é boa pois através das críticas
e elogios é que poderemos nos aperfeiçoar nas atividades específicas de ensino. Entretanto, como será atribuída pontuação e esta
implica incremento salarial, teremos em pouco tempo os chamados “professores bonzinhos”. Ouvir estudantes influencia no nosso
crescimento profissional – não há dúvida – e achamos que deve ser
incentivado, porém sem atribuições de pontuação. Assim, salvo a
participação estudantil, a “supernova” proposta de progressão continua sem ter nada de novo em relação às apresentadas anteriormente. Além de não ser nova, só é super-nova cronologicamente. E
estranhamente, mesmo após termos publicado no boletim da Apufsc (nº 767, de 9 de abril de 2012) uma simulação – não opinião –
mostrando o absurdo que pode ocorrer quando dois professores são
avaliados e comparados após oito semestres (ver tabela no site da
Apufsc), a comissão manteve a proposta inicial. Na simulação vemos claramente que um professor “A”, com sete avaliações positivas
(semestres) progride um semestre depois do professor “B”, que tem
apenas quatro avaliações positivas (semestres). É provável que não
tenham lido ou, se leram, não entenderam o que comentamos naquele artigo. Não temos como saber, pois não recebemos qualquer
crítica – muito pelo contrário – só elogios ou comentários concordando conosco, exceção apenas ao colega Raymundo Baptista. Isto
apenas confirma o que dissemos acima e, felizmente, o colega, até
o momento, foi o único que demonstrou não ter lido ou entendido
o que escrevemos, senão como poderia ter escrito o que escreveu
em boletim posterior (nº 768, de 23 de abril de 2012) mencionando
nosso artigo? Como fomos citados no seu texto, vamos, além de respondê-lo, aproveitar a oportunidade que o professor nos deu para
comentar sobre outro ponto da proposta de progressão: a pesquisa,
assunto praticamente único e valorizado pelo colega Raymundo
no seu texto, e que dá ideia da visão que tem sobre universidade.
Antes de discutir sobre pesquisa, gostaríamos de esclarecer os colegas sobre alguns pontos: I) poderíamos ter respondido ao colega
Raymundo no mesmo boletim, porque tínhamos conhecimento
do texto com antecedência, mas não o fizemos por não acharmos
correto, ainda mais tendo informação privilegiada, pois um dos
autores deste artigo é membro da diretoria da Apufsc-Sindical. II)
o prof. Raymundo Baptista já havia publicado o artigo anteriormente no ambiente do Departamento de Física, porém, como os
colegas deste departamento já o conhecem, ninguém se deu o trabalho de respondê-lo e talvez por isso tenha se sentido encorajado
para fazê-lo no boletim, acreditando que tinha muitos apoiadores.
III) diz em seu texto que o que escrevemos não vai ao cerne da
questão. Mas é exatamente o que escrevemos que é o cerne da questão: a simulação entre os dois professores conforme mencionamos,
e a publicação de livros (citamos apenas estes dois exemplos, sem
entrar no mérito). Agora adicionaremos alguns comentários sobre
as pontuações no item Pesquisa, da tabela de progressão propos-
ta pela comissão. Esperamos que colegas reflitam e se manifestem
sobre elas, concordando, adicionando, criticando, rejeitando, etc.,
mas que se manifestem, até para termos ideia do que a comunidade acadêmica pensa. A tabela de pesquisa proposta pela comissão e
defendida pelo colega Raymundo, atribui pontuação a artigos publicados independentemente do número e de autores. Um verdadeiro absurdo! Um artigo publicado por um único autor é garantia
100% de que o trabalho é dele. Um artigo publicado com coautoria
é garantia 100% de que o trabalho é compartilhado. Como é possível um único autor receber a mesma pontuação de vários autores?
Um artigo com dois, três, quatro autores (a imensa maioria dos
artigos produzidos nas academias) vale tanto quanto um artigo de
um colega que publicou sozinho? O que dizer de artigos com seis,
10, 20, 3206 autores? Não é piada e a conta não está errada não:
3206 autores, e nós contamos. Vejam a referência “Physics Letters
B, v 1.36 (2010)”. Vejam também o parâmetro de impacto da revista antes da publicação e comparem dois anos depois. E isso que
não estamos discutindo o mérito do que é publicado (são propostos
modelos? São formuladas hipóteses? São testadas? São resolvidos
problemas ou só apresentados resultados? Há conclusões? Etc.). E
o que dizer sobre valores agregados de artigos publicados (custos
de produção)? O financiamento é público através de projetos? A
pesquisa é paga com bolsas de pesquisa ou de outra forma? O que
é publicado compensa o que é investido? E como as pesquisas são
realizadas nas universidades? Um professor bolsista que recebe
para pesquisar faz a mesma pesquisa no qual já tem horas de
pesquisas alocadas no plano de atividades do departamento (PAD)
e que está incluído no salário? Ou isso não acontece, ou seja, as
pesquisas de um bolsista não são as mesmas das aprovadas pelo
departamento? Neste caso, como fica a hora de pesquisa atribuída ao professor? Há superposição nas horas? É correto? Está em
conformidade com a lei? Há muito para ser discutido, mas, infelizmente, na ânsia de desejarem a aprovação da proposta, tentam
impô-las “goela abaixo”.
Como muito bem escreveram os colegas Nestor Roqueiro (boletim nº 767) e Adir Garcia (boletim nº 768), uma proposta de
progressão deste tipo afeta a vida profissional de todos e, pela importância que tem, deve ser discutida, rediscutida e rediscutida
quantas vezes for necessário, até que haja consenso entre a maioria
dos professores envolvidos... E vamos respeitar a nova administração que está sendo empossada dia 10 de Maio.
Quanto aos comentários de dinheiro público, salários pagos
pelo contribuinte, justificar salário que recebe, etc, só alguém “no
mundo da lua” para achar que um professor recebe bons salários,
ou melhor, “no mundo das estrelas” e, fazendo trocadilho com o
título deste artigo, diríamos: “no mundo da super-nova”.
Gostaríamos de terminar dizendo aos colegas que não existe nenhuma proposta de avaliação acadêmica, que produza sofrimento,
infelicidade a alguém avaliado, que seja moralmente e eticamente
válida e, por isso, a proposta deve ser amplamente discutida com a
comunidade acadêmica.
* Professores do Departamento de Física
Jornal da Apufsc
Florianópolis, 14 de maio de 2012
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A valorização dos professores será uma das
prioridades da gestão, afirma a nova reitora
tração e é isto que vou cobrar permanentemente da minha equipe”. Os
novos pró-reitores e seus adjuntos
também foram empossados durante
a cerimônia de quinta-feira.
Outra promessa da nova administração é de melhorar a relação
formal do campus de Florianópolis
com os câmpus de interior do Estado, criando mais autonomia administrativa e orçamentária para a estruturação dessas unidades. Durante
os Fóruns, ficou claro que muitos
problemas nos câmpus são comuns,
como a carência de laboratórios, de
professores, de funcionários e falta
de segurança. Outros problemas
comuns apontados são relacionados
com a deficiência de transporte, necessidade de acesso aos restaurantes
universitários fora dos dias letivos,
acesso ao atendimento médico e a
necessidade de transformar o campus em um espaço que atenda toda
a região e não apenas aos municípios onde
estão instalados.
No discurso de posse, Roselane disse que
seu grande objetivo é de não repetir erros que
foram cometidos no passado na UFSC e que
sua administração vai mostrar que “as coisas
podem ser diferentes, estamos comprometidas com as mudanças benéficas, propositivas
e que orgulhem as pessoas da nossa UFSC”.
Para ela, quem ocupa o poder está nesse papel
para servir e não para ser servido. “Quero deixar claro que estou oferecendo meus serviços
para o povo brasileiro, através de campo que
domino, que é a educação superior, aproveitando todas as experiências adquiridas como
professora e pesquisadora”, declarou.
“Considero que temos uma grande missão,
que exigirá a execução de várias tarefas que
vem pela frente, que sejamos humildes na
aceitação da crítica, corajosas na defesa da
coisa pública, abertas à incorporação de novas
análises, sérias na proposta do campo educacional, visionárias num mundo mais humano
e numa sociedade e numa instituição justa e
democrática. Que tenhamos a capacidade, a
coragem e a lucidez de, juntas, com todas as
pessoas que constroem a educação pública
no Brasil, fazer com que nossa Universidade
cumpra o papel que o povo de Santa Catarina e o povo brasileiro necessita e merece”,
concluiu.
O professor Márcio Campos representou
a Apufsc na cerimônia. “Que a administração
que ora se inicia seja abençoada e iluminada
para que a UFSC continue sempre valorizan-
Clodoaldo Volpato/ Apufsc
O diagnóstico realizado pela equipe de
transição sobre a real situação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) assustou
a reitora Roselane Neckel, que assumiu o comando da instituição na quinta-feira (10). O
grupo começou a trabalhar no mês de janeiro
e suas conclusões foram apresentadas durante
os Fóruns Políticos que aconteceram entre os
dias dois e quatro de maio. “O diagnóstico
mostrou que temos muito que fazer para
melhorar a estrutura da Universidade. Precisamos fazer uma reestruturação em diversos
setores, desde a infraestrutura física, até a
área de recursos humanos”, afirma Roselane.
Além do levantamento realizado pela
equipe de transição, a reitora e a vice-reitora
Lucia Pacheco, visitaram todos os setores
da UFSC, onde conversaram pessoalmente
com professores, servidores e alunos. “Estes
encontros mostraram que as pessoas estão
realmente esperando mudanças na administração da Universidade. Isto vai acontecer,
mas com calma, para podermos consolidar o
diagnóstico e montar nossa estratégia”, declara a reitora. Segundo ela, a prioridade será a
de criar condições de trabalho para os docentes. “O primeiro ponto será a valorização dos
professores. O segundo é a estruturação de
laboratórios e os espaços físicos necessários
para a consolidação da pesquisa e extensão”,
promete.
A reitora reconhece que o número de
professores é insuficiente, principalmente nos
câmpus de Araranguá, Curitibanos e Joinville.
“Há necessidade urgente de contração”. Uma
das soluções apresentadas por Roselane para
diminuir o déficit de profissionais é a inclusão
da proposta no Plano Nacional de Educação
(PNE) que tramita na Câmara dos Deputados, além da aprovação do projeto de lei (PL)
2.203/11, que autoriza o Executivo Federal a
contratar mais servidores.
Roselane também promete abrir um canal
permanente de diálogo com o Sindicato dos
Professores das Universidades Federais de
Santa Catarina (Apufsc-Sindical) e com o
Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc).
“Vamos conversar muito com os sindicatos,
valorizando suas reinvindicações e com muito
equilíbrio nas negociações”, afirma.
A escolha da nova equipe que vai ajudá-la
na administração da UFSC foi, segundo ela,
um processo muito cauteloso e, que levou em
conta a capacidade dos escolhidos em ouvir a
comunidade universitária. “Os Fóruns Políticos mostraram como é importante ouvir as
pessoas. Por isso, defendo que o essencial é a
comunicação e a transparência na adminis-
do mais e melhor os professores, os servidores
técnico-administrativos e contribua pra o
engrandecimento da pesquisa, ensino e extensão”, disse ele em seu discurso.
Os novos pró-reitores e seus adjuntos
* Chefe de gabinete – Carlos Antonio Oliveira Viera e Elci Terezinha de Souza Junckes
* Pró-reitora de Graduação – Roselane
Fátima Campos e Rogério Luiz de Souza
* Pró-reitora de Pós-graduação – Joana
Maria Pedro e Juarez Vieira do Nascimento
* Pró-reitor de Pesquisa – Jamil Assereuy
Filho e Heliete Nunes
* Pró-reitor de Extensão – Edison da Rosa
e Maristela Helena Zimmer Bortolini
* Pró-reitor de Planejamento e Orçamento
– Luiz Alberton e Izabela Raquel
* Pró-reitor de Administração – Antônio
Carlos Montezuma Brito e Irvando Luiz
Speranzini
* Pró-reitora de Assuntos Estudantis –
Beatriz Augusto de Paiva e Simone Matos
Machado
* Secretário Especial de Aperfeiçoamento
Institucional – Airton Lisle Cerqueira Leite
Seelaender e Jeanine Nicolazzi Philippi
* Secretário de Cultura – Paulo Ricardo
Berton e Luiz Fernando Pereira
* Secretário de Relações Internacionais –
Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho
* Secretária de Gestão de Pessoas – Neiva
Aparecida Gasparetto Cornelio e Suzana da
Rosa Tolfo
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Jornal da Apufsc
Florianópolis, 14 de maio de 2012
Proposta de tabela de progressão
funcional divide opiniões na UFSC
Desde quando assumiu a Pró-Reitoria de
Pesquisa e Extensão, em 1998, Débora Peres
Menezes recebeu reclamações sobre as regras
para a progressão funcional dos docentes. As
insatisfações chegavam de diversos centros
de ensino da Universidade, em especial o
Centro de Física e Matemática (CFM) e o
Centro Tecnológico (CTC). “Para não ficar
no achismo, montei uma comissão e foi feito
um estudo: analisaram-se mais de 900 casos
de progressão para saber se, de fato, havia problemas”. A conclusão da pró-reitora foi que
não há problemas no que tange à progressão.
As reclamações seriam fruto da dificuldade
que os docentes tinham com o registro das
atividades de extensão. “Passamos nos centros
para explicar o funcionamento do processo
e, ainda assim, os professores continuaram
reclamando. As pessoas não sabiam o que
era extensão”, lembra.
Algumas ações foram feitas, como a
simplificação do sistema Notes – usado para
o registro das atividades dos docentes – e o
problema persistiu. A resolução estaria, então, na reforma da tabela vigente. Em 2010
surgiu a primeira proposta que, de acordo
com a pró-reitora, recebeu muitas sugestões
pertinentes. A discussão, que se mantém até
hoje, foi revigorada com a divulgação de uma
nova proposta de tabela, no último mês de
abril. “Uma nova proposta não é apenas uma
mudança na tabela, é um documento indutor
de política na universidade”, esclarece Débora.
Para Raymundo Baptista, professor do
Departamento de Física, os problemas da
tabela não se resumem à ausência de relacionamento dos docentes com o Notes,
mas refletem-se em dois eixos principais: a
saturação dos pontos e as formas de progressão. “Há duas espécies de pontos: você pode
ganhar 200 pontos por ter feito algo, mas esses
pontos se convertem para dez unidades e são
essas unidades que contam”, exemplifica o
professor, lembrando que as unidades têm
um limite. Através desse sistema de conversão, um professor com muitos pontos tem
sua pontuação convertida a um máximo
de unidades equivalente a outro professor
que não tenha obtido tantos pontos. A nova
proposta elimina essa conversão. De acordo
com Débora, a saturação dos pontos não é um
defeito na tabela, mas um defeito na política
da universidade.
Quanto à forma de progressão, Baptista
condena o sistema de progressão por tempo: “o professor tem que fazer determinada
pontuação em determinado tempo. Caso
não consiga, ganha mais tempo para fazer
a mesma pontuação. É como se um aluno
reprovasse numa disciplina de média 6 e
o professor desse a chance de ele refazer a
matéria, mas com média 5”. A consequência
desse modelo, segundo ele, é a de que, mais
cedo ou mais tarde, todo mundo progride.
“O recado da universidade para o professor
é o seguinte: trabalhar pra quê, cara?”, destaca
Baptista. Débora concorda que a tabela nivela
os docentes por baixo: “quem faz o mínimo e
quem trabalha vão para frente. Isso é característica de ambiente público”.
Produção artística,
ensino, pesquisa e
extensão são alvo
de debate
cada área do conhecimento. Trabalhar com
critérios diferentes para áreas diferentes terá
o efeito de segregar estas áreas e destruir os
vínculos que elas têm em comum. Seremos
um condomínio de áreas e não uma universidade”, argumenta o presidente da comissão.
Para Salvatti “é preciso ter algum tipo de
instrumento de aferição. A proposta presente
não contempla de forma suficiente a área
das artes”. O professor comentou uma das
sugestões de Philippi, que faria com que 18
semanas, com 20h de trabalho cada, equivaleriam a uma publicação de nível B2 no
Qualis. “Entendo como uma distorção da
valorização da tabela, mas a lógica parece
razoável para o professor Philippi”, diz Salvatti
e complementa: “Há que se ter uma mudança
paradigmática para incorporar a mudança
provocada pelos cursos de arte. Conosco, a
arte passa a ser ensino, pesquisa e extensão.
Queremos ser tratados com igualdade”.
Produção artística
A avaliação das atividades relacionadas às
artes é outro ponto polêmico na reforma da
tabela de progressão. Uma comissão composta pelos professores Fábio Salvatti (Artes
Cênicas) e Mauro Pommer (Cinema) e a
secretária de Cultura e Arte Maria de Lourdes
Alves Borges, foi especialmente montada com
a pedido da pró-reitora. O grupo produziu
uma tabela para a avaliação de trabalhos
artísticos em 2010. “A nova proposta mostra
um avanço em relação à tabela que produzimos, mas as demandas de arte não foram
contempladas”, analisa Salvatti.
O objetivo dos professores do Departamento de Artes é fechar um acordo com a
comissão que estuda a progressão funcional
atualmente, presidida pelo professor Paulo
Cesar Philippi. “Nossa sugestão é de que
seja incluída a tabela que elaboramos, mas
o entendimento da comissão é diferente do
nosso: alegam-nos que a avaliação no campo
da arte é muito subjetiva e que tudo deveria
ser contado através de horas dedicadas ao
projeto. Não é o que acontece com artigos
científicos”, compara Salvatti.
Philippi diz que a comissão consumiu
várias semanas de trabalho na discussão
sobre o tratamento da área artística. No debate, o professor Henrique Finco, do cinema,
convenceu-o de que um produto artístico é
uma forma tão importante de produção de
conhecimento na área artística quanto uma
publicação. “O que não podemos é criar
um conjunto de critérios específicos para
Ensino, Pesquisa e Extensão
A única discussão polêmica que parece
atingir a unanimidade dos professores refere-se à indissociabilidade de Ensino, Pesquisa e
Extensão na UFSC. O regimento atual torna
obrigatório a todos os docentes a dedicação
aos três pilares que regem a universidade.
“Está na Lei das Diretrizes de Base e também
na Constituição Federal: a universidade deve
oferecer esses três eixos. Isso não significa
que cada professor tenha que promover atividades nesse sentido. O professor tem que
fazer bem feito. A nossa carreira é a melhor
do mundo porque temos liberdade para trabalhar. Quando eu dei início a um projeto de
extensão eu já tinha 15 anos de universidade”,
explica Débora.
Quanto a um risco possível de que a nova
proposta gere um desequilíbrio entre as
atividades nos três níveis, Philippi é cético.
“Os professores não irão deixar de exercer
estas atividades em função de uma mudança
de regras. O ensino é obrigatório para todo
mundo. A pesquisa, ao menos a acadêmica, é
fundamental para a qualidade do ensino e é a
atividade que precisa de um grande estímulo
na universidade pois é a partir dela que o
conhecimento é gerado e que distingue uma
universidade de um colégio do terceiro grau”.
Débora concorda: “os diferenciais da UFSC
são o ensino e a extensão. Isso diferencia a
formação do aluno àqueles que fizeram a
faculdade da esquina. O estudante que entra
aqui e participa de um projeto de pesquisa
ou extensão tem uma percepção social muito
maior”.
Florianópolis, 14 de maio de 2012
"Em âmbito nacional, a Capes avalia que a produção
bibliográfica é igual à artística. Há duas tabelas para
artes: uma de publicações e outra de produtos
artísticos. O risco é ter boa avaliação em critérios
nacionais e má nos institucionais."
Gabriela Bazzo
Jornal da Apufsc
Gabriela Bazzo
Fábio Salvatti, coordenador do Curso de Artes Cênicas
"Não podemos fazer o que quisermos. Somos
servidores públicos federais. Estamos aqui para servir
e não para nos servirmos da universidade. A
proposta nunca vai ser perfeita, mas sempre poderá
ser ajustada. É preciso dar o primeiro passo"
" A pesquisa é fundamental para a qualidade do
ensino e, ao meu ver, a atividade que precisa de um
grande estímulo na universidade pois é a partir dela
que o conhecimento é gerado e que distingue uma
universidade de um colégio do terceiro grau. "
Gabriela Bazzo
Débora Peres Menezes, pró-reitora de Pesquisa e Extensão
(gestão Álvaro Prata)
Gabriela Bazzo
Paulo Cesar Philippi, presidente da Comissão de Progressão Funcional
"Avaliamos nossos alunos de maneira rigorosa e,
quando a avaliação é sobre o docente, nos submetemos a um sistema ridículo como esse. A base de
progressão é exclusivamente o tempo de serviço. Isso
incomoda os professores produtivos da Universidade."
Raymundo Baptista, professor do Departamento de Física
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Jornal da Apufsc
Florianópolis, 14 de maio de 2012
Opinião
PCdaUFSC?
Marcelo Carvalho*
O exercício da democracia tem seus riscos. Um deles é o de
aceitar a participação de grupos que atentam contra a própria democracia. Entre estes, os comunistas formam o grupo mais atuante, organizando-se em vários partidos. Sua ação, contudo, é mais
ampla infiltrando-se também em movimentos sociais, estudantis,
sindicatos, universidades etc. Talvez com pequenas variações, esta
infiltração visa a formar o que o PCdoB chama de organizações de
base. Para entender a sua importância selecionei o trecho abaixo
para análise [1]:
“As Organizações de Base são os alicerces do PCdoB. Elas são
formadas nos locais de trabalho, de moradia, de estudo, em todo
lugar onde o Partido tem militantes. O PCdoB luta para que todo
militante esteja integrado na sua Organização de Base e para que
todo o trabalho partidário se desenvolva através das OBs, coletiva
e organizadamente. (....) Estudantes, servidores técnicos-administrativos e professores compõe o PCdoB na Universidade, organizados em um espaço de debates, deliberação e, principalmente, ação:
a base. Os comunistas da UFSC estão em um intenso processo de
diálogo com diferentes setores da Universidade visando um posicionamento nas eleições para a Reitoria.”
O texto acima, datado de 2007, continua atual e sugere a interferência partidária em assuntos da universidade. Devemos
questionar até que ponto tal intromissão é admissível. Como cidadãos, todos podem expressar sua posição ideológica mesmo que a
história já tenha mostrado, no caso do comunismo, ser essa posição uma opção abjeta e autoritária. É o risco democrático. Agora,
quando um grupo de pessoas se mobiliza em nome de interesses
partidários para ocupar posições chave da administração pública
ou de sindicatos temos o aparelhamento da administração. Qual a
consequência dessa interferência partidária na atuação de um reitor que deve administrar uma instituição cuja principal finalidade
é a livre produção e divulgação do conhecimento que se combinam
para a formação intelectual das pessoas? Procuremos a resposta
entre o segmento que deu a vitória à reitora. Vejamos o que diz a
estudante Caroline Bellaguarda da União da Juventude Comunista (UJC) – Base UFSC [2].
“A candidatura da Roselane se coloca como uma alternativa
ao encarar e enfrentar a postura de subserviência aos interesses da
ordem do Capital, do atual reitor Álvaro Prata, que tomou durante
os quatro anos de sua gestão e que apresenta como bode seguidor o candidato Paraná. Entendemos que não é somente com a
transparência de gestão nem com o fim de práticas paternalistas
e de apadrinhamento que faremos a educação pública. Exigimos
uma Universidade que esteja ligada às necessidades sociais e não
às necessidades dos lucros dos capitalistas. Exigimos que a pesquisa volte-se às questões mais emergentes na sociedade e que retorne
à comunidade o conhecimento produzido por esta universidade
pública. Não nos basta a educação, pública e de qualidade. Isso,
dentro das necessidades do mercado, já existe. Exigimos e buscamos mais! É necessário construir uma Universidade que além do
conhecimento técnico e científico tenha também uma visão critica
e transformadora, e contribua na mudança da realidade na direção do socialismo. Por isso defendemos a bandeira da construção
da Universidade Popular! ”
Não me deterei na elucidação do termo “Universidade Popular” pois já fiz isso no texto “Universidade Pública x Universidade Popular” que está disponível no boletim da APUFSC nº 755,
e também porque o texto de Caroline Bellaguarda já deixa claro
que a Universidade Popular nada mais é que um instrumento para
a marxização da sociedade. A autora, contudo, não revela que o
resultado deste processo é inevitavelmente uma opção autoritária
e brutal como se vê em todos os regimes ditos socialistas. Ao ler
esse texto vemos que os jovens comunistas da UFSC se advogam
o direito de exigir que as pesquisas se voltem somente para aquilo
que consideram de importância na edificação do socialismo, provavelmente condenando qualquer purismo à condição de mera
“delicatessen” burguesa. Não satisfeitos, combatem o livre conhecimento que é substituído pela doutrinação marxista. Haja fanatismo!!! Aos jovens não doutrinados da UFSC vale lembrar a regra:
da mesma forma que a universidade não deve se inclinar à ordem
do capital, também não deve se submeter aos ditames autoritários do Movimento Comunista Internacional. Se querem ser fiéis
a esse princípio, afastem-se, então, dessas organizações comunistas
e mobilizem-se para refundar o movimento estudantil da UFSC
livre de ideologias.
Entre os professores, há aqueles que não escondem a defesa do
mesmo projeto autoritário de marxização da sociedade. Isto fica
claro em um texto do prof. Waldir Rampinelli no boletim da Apufsc nº 756 quando ele afirma que a maior função de um reitor é
a “defesa da universidade como instrumento de emancipação das
classes subalternas”. Emancipação que, sabemos, se dará com a
implantação do mesmo regime autoritário e brutal que os jovens
comunistas da UJC defendem. Vemos aqui a estreita afinidade ideológica do prof. Rampinelli com o mesmo grupo que compõe as
ditas organizações de base da infiltração comunista na UFSC.
Nesta conjuntura, em breve teremos uma nova administração
na UFSC e lembremos um dos compromissos da futura reitora [3]:
“Criar mecanismos democráticos de tomadas de decisões, para
ouvir as pessoas e construir um planejamento institucional, que
visa agregar pessoas e, a partir daí, constituir os indicadores de
realidade. Acho que essa é a nossa principal questão.”
Como se dará isso sem contrariar os interesses dos grupos (partidários) que maciçamente a apoiaram? Para entendermos o problema que se avizinha da próxima administração basta analisar a
estratégia que esses grupos utilizaram para dar a vitória à prof. Roselane Neckel. Lembremos o cenário do segundo turno das eleições
da UFSC quando se intensificou artificialmente um discurso que
sugeria um embate entre dois grupos, um formado por “conservadores” e outro por “reformistas”. Tal polarização não funcionaria
caso a disputa ocorresse entre outros candidatos, o que não implica
necessariamente que o prof. Paraná seja conservador ou reformista,
mas sim que a feição de conservador se encaixou de forma perfeita
nele somente por ter sido vice-reitor do prof. Álvaro Prata que, nas
eleições passadas, derrotou um candidato que é um simpatizante
fiel dessa corrente marxista infiltrada na UFSC (não esqueçamos
que marxistas se consideram reformistas enquanto estratégia para
Jornal da Apufsc
Florianópolis, 14 de maio de 2012
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Opinião
tomar o poder, nesse estágio é que chamam seus adversários de
conservadores.). Ademais, tal polarização é um discurso rasteiro e
típico de mentes sectárias que dificilmente afetaria pessoas dotadas
de um mínimo de discernimento pois, obviamente, dependendo do
contexto, ser conservador ou reformista pode ser algo bom ou ruim
como se deduz da leitura da obra magistral de G.K. Chesterton,
“Orthodoxy”. O fato é que a estratégia da polarização capitalizou
(ou seria melhor dizer socializou?) para um dos candidatos o voto
majoritário dos estudantes. A única explicação plausível para tal
assimetria talvez seja o fato de muitos ainda não terem desenvolvido plenamente a capacidade de discernir a manipulação do discurso (polarizador) que lhes foi apresentado.
Concluímos então que pelo menos parte dos que apoiaram a
prof. Roselane Neckel estão vinculados a grupos que defendem
interesses espúrios, neste caso, um projeto de usurpação da universidade como mero instrumento de marxização da sociedade.
Unidos nesse projeto autoritário tais grupos parecem ter grandes
expectativas quanto à futura administração da UFSC o que, de
certa forma, se opõe à intenção da própria prof. Roselane Neckel
de querer “construir um projeto institucional que vise agregar pessoas”. A menos que tenha coragem de contrariar os interesses específicos destes grupos autoritários que a apoiaram, não permitindo
o aparelhamento da universidade, ela não conseguirá cumprir sua
missão de administrar a UFSC de forma democrática, apartidária,
para todos e ao largo de ideologias. O tempo dirá.
Referências:
[1]http://www.pcdob.org.br/noticia.php?id_noticia=21200&id_secao=3:
[2] http://ujcfloripa.wordpress.com/
[3] Boletim da APUFSC # 763
* Professor do Departamento de Matemática
Apufsc instala sede para atender aos
docentes da UFFS
A Apufsc-Sindical instalou, na quarta-feira, dia 9, uma sede no
município de Chapecó, para atender aos professores da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
De imediato foi criada uma comissão provisória para desenvolver os trabalhos do Sindicato entre os professores da Instituição,
que tem como objetivos intensificar a campanha de filiação, a
contratação de um escritório de advocacia para a prestação de
serviços aos docentes da UFFS e a operacionalização de convênios,
além da escolha de professores para a composição do Conselho
de Representantes.
A UFFS foi criada em setembro de 2009 e abrange 396 municípios da Mesorregião Fronteira Mercosul, formada pelas regiões
Sudoeste do Paraná, Oeste de Santa Catarina e Noroeste do Rio
Grande do Sul.
A Universidade tem cinco câmpus: Chapecó (SC), onde funciona a sede da instituição, Realeza e Laranjeiras do Sul (PR) e Cerro
Largo e Erechim (RS). Com 33 cursos, a universidade prevê ter 10
mil alunos nos primeiros cinco anos. Atualmente conta com 311
professores nas cinco unidades, sendo 117 somente em Chapecó.
A diretoria do Sindicato também está visitando os câmpus da
UFSC no interior do Estado para discutir com os professores as
demandas de cada unidade. Na segunda-feira (07) o encontro
aconteceu no campus de Joinville. As próximas visitas acontecem
em Araranguá e em Curitibanos.
Novo Dia Nacional de Lutas acontece em 17 de maio
Tratados com certo descaso no processo de negociação salarial
pelo governo, os servidores públicos federais organizam um novo
Dia Nacional de Lutas com paralisação de atividades no dia 17
de maio. “Apesar das constantes tentativas de buscar avanço nas
negociações em curso no Ministério do Planejamento o discurso
que predomina no governo é de austeridade. Até o momento o governo tem dito não a todas as justas demandas apresentadas pelos
servidores para garantir condições de trabalho, remuneração e,
consequentemente, qualidade no atendimento público”, denuncia
o Fórum Nacional dos Servidores Públicos Federais.
Essa será a terceira manifestação dos servidores federais este
ano. A primeira aconteceu no dia 15 de março e a segunda no
dia 25 de abril. “Basta de descaso. É hora de ampliar a unidade
entre os setores de todas as esferas. Servidor, no dia 17 de maio
faça sua parte. Mobilize-se em seu local de trabalho. Reforce essa
luta”, convoca o Fórum.
Professor, filie-se à Apufsc-Sindical!
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Jornal da Apufsc
Mais uma do garoto de recados da AGU
Recentemente, a competência do pró-reitor de Desenvolvimento Humano e
Social foi posta à prova e, mais uma vez,
ele se mostrou muito competente em seguir
recomendações da AGU, descontando de
forma ilegal 10% do salário bruto de vinte
professores aqui da UFSC, mesmo com uma
ordem judicial (decisão judicial proferida no
processo de execução nº 2003.72.00.0112910), proibindo que este desconto fosse executado. Este desconto, conforme a AGU, seria
justificado porque teríamos nos “apropriado
indebitamente” de recursos federais, ganhos
em uma sentença judicial que nos concedeu
– a todos os professores da UFSC – 3,17% de
aumento, devido a uma das tantas tongadas
atrapalhadas que o governo federal executou
em algum de seus planos econômicos. Sabedores da intenção da pró-reitoria efetuar este
desconto, solicitamos explicações à UFSC e,
simultaneamente contestamos sua legalidade. O Judiciário, na sequência, nos deu
razão e proibiu o desconto. Mesmo assim e
Florianópolis, 14 de maio de 2012
mesmo sabendo que o desconto era ilegal e
estava proibido por ordem judicial, a Prdhs
empenhou-se em fazê-lo. Porque tamanho
empenho? Uma resposta possível, talvez
esteja em outra pergunta: por que descontar
de apenas vinte professores e não de todos
os que têm estes 3,17% incorporados a seu
salário? Conforme explicação de funcionário
graduado da Prdhs, estes vinte nomes foram
escolhidos “aleatoriamente”. Aí a coisa começa a ficar muito estranha... Foram escolhidos
justamente professores que têm nomes que
começam com a letra H, além de uns poucos
que começam com a letra I. Entre eles, está o
meu nome . Eu que, não coincidentemente,
sofro um processo judicial por ter afirmado,
aqui neste boletim, que o pró-reitor havia
agido como uma espécie de garoto de recados
da AGU, no caso do corte da URP – episódio
que retirou de nós um direito garantido por
sentença transitada em julgada e que nunca
foi revogada. Só mesmo o arbítrio para justificar aquele ato que tanto prejuízo causou
a nós e à UFSC. Porém, mesmo arbitrário,
naquela época cuidou-se de tentar criar
uma aparência de “legalidade” ao absurdo.
Agora, nem isso: mesmo com uma ordem
judicial impedindo o atual corte e mesmo a
Prdhs sabendo com antecedência da decisão
judicial (foi avisada pela Apufsc no dia 16
de abril e por mim uma semana depois),
empenharam-se em cometer a ilegalidade.
Assim cabe a pergunta: será perseguição, o
que configuraria assédio moral no ambiente
de trabalho? Este episódio demonstra mais
uma vez o papel que o escritório da AGU
dentro da UFSC têm, que não é em absoluto
o de defender nossa Universidade e, de forma
muito mais triste, a distorção funcional da
Prdhs, que, como diz o dístico instalado em
seu nome de “Desenvolvimento Humano e
Social”, deveria ser o de procurar a harmonia
e o desenvolvimento humano e social no ambiente de trabalho. Ao contrário: aquela Pró-Reitoria, nas duas últimas gestões, parece
perseguir formas que prejudiquem a missão
que ela deveria executar, especialmente em
relação aos professores. Por último, a triste
constatação de que, mais uma vez, vem à
tona a insegurança jurídica a que estamos
submetidos e, dessa forma, reivindico: pelo
Estado de Direito já!
Prof. Henrique Finco
Curso de Cinema da UFSC
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