PERFIL LIPÍDICO DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS DE UMA TURMA DO
CURSO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO PARÁ
Karine Moreira Gomes¹, Jarlanna de Oliveira e Silva¹; Lucas Ribeiro Brito¹; Rafael
Martins Boaventura¹; Mioni Thieli Figueiredo Magalhães Brito²
¹Acadêmico de Farmácia; ²Doutora em Doenças Tropicais
[email protected]
Universidade Federal do Pará (UFPA)
Introdução: Estudos demonstram que o aumento de lipídios e/ou lipoproteínas no
sangue são fatores de risco para o desenvolvimento de dislipidemias, responsáveis pelo
surgimento de patologias como: hipertensão arterial, diabetes mellitus e obesidade
(COELHO, 2009). Estes fatores estão intimamente ligados ao desenvolvimento de
cardiopatias e distúrbios cardiovasculares. (POZZAN, 2004). As mudanças no estilo de
vida das pessoas, que incluem alterações nos hábitos alimentares, associadas ao
sedentarismo, propiciam cada vez mais o desenvolvimento destas doenças. O avanço
tecnológico fez com que boa parte das atividades associadas ao trabalho tivesse sua
magnitude, pelo menos em relação ao esforço físico, bastante diminuída.
Correlacionado a isto, as atividades de lazer passaram a ser cada vez mais passivas,
significando um menor gasto energético diário. A atividade física e os hábitos
alimentares são dois elementos essenciais do estilo de vida, pois desempenham uma
função muito importante na promoção da saúde e prevenção de doenças. Contudo,
estudos evidenciam baixa adesão a hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade
física por acadêmicos que serão profissionais da saúde no futuro (PRADO, 2010). Neste
sentido, o presente estudo avaliou o perfil lipídico de uma turma do curso de Ciências
Farmacêuticas da Universidade Federal do Pará (UFPa) juntamente com seus dados
antropométricos, pois a população estudada é composta de estudantes da área da saúde,
e isto permite supor que seus estilos de vida devem apresentar-se mais saudáveis do que
os demais estudantes de outras áreas, perfazendo um perfil lipídico dentro dos padrões
esperados. Entretanto, os maus hábitos e estilo de vida podem acometer também esta
população, podendo-se encontrar dislipidemias e doenças relacionadas. Objetivo:
Verificar o perfil lipídico de jovens universitários de uma turma do curso de Ciências
Farmacêuticas da Universidade Federal do Pará (UFPa), juntamente com seus dados
antropométricos e a sua relação com fatores de risco associados ao estilo de vida destes
estudantes. Material e Métodos: Foram analisadas amostras de sangue de 10
estudantes universitários do curso de Ciências Farmacêuticas, de ambos os sexos, com
idades entre 20 e 37 anos, os quais responderam a um questionário epidemiológico e
assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido a fim de participarem da
pesquisa. As amostras foram coletas durante aula prática sob supervisão da professora e
o material enviado para o Laboratório de Análises Clínicas da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas da UFPa. Os resultados obtidos foram comparados com a literatura.
Dados sobre alimentação diária contidos no questionário também foram analisados e
confrontados com o encontrado em literatura especializada. Resultados/Discussão: A
partir da análise dos questionários percebeu-se que a maioria dos indivíduos pertencia
ao sexo feminino, 70% (7/10), Quanto à faixa etária do grupo de estudo variou de 20 a
37 anos. Ao considerar os valores de Índice de Massa Corpórea (IMC), estes variaram
de 17,30 a 24,26 kg/m², dentre os indivíduos um apresentou peso abaixo do ideal, com
17,3 kg/m². Apesar deste não ser o melhor indicador de estado nutricional, ainda é
comumente utilizado como indicador de avaliação. Aqueles acima de 25 kg/m² são
considerados com IMC aumentado, caracterizados por excesso de peso e acúmulo de
Anais do III Congresso de Educação em Saúde da Amazônia (COESA), Universidade Federal do Pará - 12 a 14 de
novembro de 2014. ISSN 2359-084X.
gordura no corpo, o que não foi encontrado no referido estudo. O IMC está relacionado
estritamente com um perfil lipídico aumentado que pode ocasionar um maior risco de
doenças cardiovasculares futuramente (VELOSO, 2010). No presente trabalho houve 2
relatos de doenças autorreferidas, um de obesidade e outro de diabetes mellitus tipo II
(DM2), nos entrevistados, essa investigação é relevante na identificação de
dislipidemias. A variável “antecedentes familiares” é um indicador importante ao
relacionar doenças prévias cujas causas estão ligadas a níveis lipídicos elevados. No
estudo houve muitos relatos de dislipidemias, DM2 e sobrepeso em familiares dos
entrevistados o que é preocupante, porém o fator idade é preciso ser considerado, além
de investigar o que está causando estas doenças nos familiares. Fatores genéticos são
muito relevantes nessa relação família/entrevistado (SANTOS, et al., 2012).
Considerando a variável “atividades físicas praticadas”, a maioria dos estudantes foi
classificado como sedentário, pois 30% (3/10) raramente realizam atividades físicas e
40% (4/10) não realizam. De acordo com Coelho (2009), a atividade física, praticada
regularmente, ajuda no controle das dislipidemias e doença arterial coronária, o que
representaria um agravo para o grupo de estudo. Ao analisar o número de refeições
diárias referidas pelos entrevistados foi observado que apenas 20% faziam a quantidade
de refeições diárias necessárias para o pleno funcionamento de suas atividades
metabólicas, considerando o preconizado pelo ministério da saúde que é de seis
refeições por dia. As amostras de sangue coletadas foram analisadas considerando o
perfil lipídico, mesmo com este perfil dentro dos parâmetros referenciais, de acordo
com a análise do delineamento de hábitos de vida, fatores de risco para o surgimento de
dislipidemias e outras doenças percebeu-se que todos os acadêmicos apresentaram
resultados dentro dos valores referenciais. Contudo, 10% mostraram-se dentro de
valores limítrofe, ou seja, no limite para o parâmetro de colesterol total e um individuo
apresentou valores elevados. As prevalências encontradas de resultados limítrofes para
LDL e triglicerídeos na demanda analisada são elevadas, mas de difícil explicação sem
outras informações complementares. Conclusão: A partir dos resultados apresentados
percebe-se que apesar dos fatores de risco apresentados, como alto consumo de lipídios
e gorduras e a não prática de exercícios, regular ou não, os estudantes da referida turma
apresentaram um bom perfil lipídico, com valores normais de colesterol, HDL, LDL e
triglicerídeos, à exceção de um aluno entrevistado, que apresentou valores elevados de
colesterol total, triglicerídeos e LDL.
Referências:
COELHO, C. de F.; BURINI, R. C. Atividade física para prevenção e tratamento das
doenças crônicas não transmissíveis e da incapacidade funcional. Rev. Nutr. [online].
2009, vol.22, n.6, pp. 937-946. ISSN 1415-5273. http://dx.doi.org/10.1590/S141552732009000600015.
POZZAN, Roselee, et al. Dislipidemia, Síndrome Metabólica e Risco
Cardiovascular. Revista da SOCERJ, Abr/Mai/Jun, 2004. Disponível em:
<http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2004_02/a2004_v17_n02_art04.pdf>.
Acesso em: 12 de jun. 2014.
PRADO, Wagner Luiz. Estilo de vida e estado nutricional de universitários
ingressantes em cursos da área de saúde do Recife/PE. Revista Brasileira de
Atividade
Física
&
Saúde,
2010.
Disponível
em:
<http://www.sbafs.org.br/_artigos/398.pdf>. Acesso em: 12 de jun. 2014.
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SANTOS, R.D. et al. I Diretriz Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (HF). Arq.
Bras. Cardiol. [online]. 2012, vol.99, n.2, suppl.2, pp. 1-28. ISSN 0066-782X.
http://dx.doi.org/10.5935/abc.20120202.
VELOSO, H. J. F.; SILVA, A. A. M. da. Prevalência e fatores associados à obesidade
abdominal e ao excesso de peso em adultos maranhenses. Rev. bras. epidemiol.[online].
2010, vol.13, n.3, pp. 400-412. ISSN 1415-790X. http://dx.doi.org/10.1590/S1415790X2010000300004.
Anais do III Congresso de Educação em Saúde da Amazônia (COESA), Universidade Federal do Pará - 12 a 14 de
novembro de 2014. ISSN 2359-084X.
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