Informações complementares
Síntese do Projeto
Será realizado o Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético (104 apresentações - locais a definir) baseado em estudos da
cultura indígena (preservação da nossa cultura e origem brasileira), com personagens/crenças indígenas – Etnia de origem
Tupinambá. A experiência desses espetáculos serão transformadas no produto DVD (60 min) com distribuição gratuita em bibliotecas,
Instituições públicas, faculdades e escolas, entrada franca (algumas apresentações) e preços populares.
Objetivos
O Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético tem como objetivo principal criar e promover o acesso ao público e
principalmente levar ao povo brasileiro essa conscientização coletiva através do resgate da verdadeira cultura indígena
Tupinambá, traçando uma linha do tempo que visualize a teorização do homem selvagem até o homem moderno, cujo
objetivo seja a criação de uma dramaturgia contemporânea, que considere as experimentações cênicas do teatro moderno e
da cena contemporânea, apresentando as relações de alteridade (outro-inimigo-afim) entre culturas do pensamento
selvagem e culturas do progresso (cultura ocidental) buscando a construção de uma dramaturgia indígena, amazônica, não
ocidental, baseada numa outra lógica, a do pensamento selvagem, seguindo o labirinto-mitólogico-bricolage de Claude-LéviStrauss. Além da interação sociocultural que o projeto oferece, queremos prestar uma homenagem a Claude Lévi-Strauss inventor da etnografia indígena contemporânea, falecido recentemente em outubro de 2009. Utilizaremos a
experimentação em linguagem cênica e texto dramático dos recursos de colagens de Max Ernst utilizadas por Lévi-Strauss
na construção das “Mitológicas”. Será apresentado na dramaturgia, na forma de personagem-teatral-protagonista, do mais
radical devir-animal dos povos indigenas tupi-guarani, o Jaguar, paralelo-mitico da persona de Dionisio, mito-deus-grego do
teatro. Verificamos que através da linguagem cênica (teatro) despertaremos o consciente coletivo de toda população em
geral objetivando o fomento e o resgate da preservação da nossa cultura.
Justificativa
Verificamos que no país não existem espetáculos ou peças de teatro que fomentem e divulguem a cultura indígena de forma
geral, por isso, o Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético tem como compromisso se tornar um projeto
sustentável, levando cultura e arte a todas as camadas da população, preenchendo uma lacuna a ser corrigida de acesso
cultural a todos. A importância do Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético é levar a história da cultura
indígena através do paradoxo que envolvem as origens indígenas e o contemporâneo (homem moderno) de forma
inteligente apresentando um espetáculo rico em originalidade, conteúdo e qualidade, através de músicas e personagens
interessantes levando o público a refletir sobre questões como: preservação do meio-ambiente, capitalismo, resgate de
nossas origens e cultura brasileira, dando acesso a diversidade cultural como forma de expressão.
Além da difusão cultural em observância da narrativa da peça, o Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético
buscará e fará cumprir através da arte cênica (teatro) uma formação mais humanística na qual traremos ao público
conceitos e reflexões em observância conceitual sobre preservação ambiental, a indústria capitalista, exclusão cultural
indígena entre outros temas. Dentro destes aspectos, salientamos que as apresentações serão de livre acesso ao público
(em alguns municípios do Estado de São Paulo - locais a definir), com arrecadação de alimentos não-perecíveis, agasalhos
(não-obrigatório) e venda de ingressos a preços populares.
Acessibilidade
O Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético em conformidade com a proposta de acessibilidade
disponibilizará gratuitamente através da rede mundial de computadores (internet), alguns trechos das apresentações ao
vivo, além do produto (DVD) que será distribuído gratuitamente em bibliotecas, Instituições públicas, faculdades e escolas
públicas em geral como acervo material do trabalho cuja temática está inserida no contexto está caracterizado como arte
cênica de livre acesso á todos. Também assegurando e reafirmando a questão de acessibilidade, a produção do
Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético reitera que as apresentações que serão realizadas em local aberto
ao público, (locais a definir), com arrecadação de alimentos não-perecíveis, agasalhos (não-obrigatório) e venda de
ingressos a preços populares, terão a facilidade de acesso para todos os públicos, inclusive para pessoas portadoras de
deficiências, sem discriminação de idade, raça ou credo cumprindo as determinações da legislação da Lei 8.313/91,
observando a forma de gratuidade e acesso ao público em geral.
Democratização de acesso
1
A produção do Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético, cumprirá o que foi determinado pela Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, promulgada pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, por isso, no
local das apresentações dos espetáculos de forma democrática utilizará todos os espaços com facilidade de acesso, por
isso serão colocadas rampas, facilitando o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Em
conformidade com o item democratização, as apresentações serão livres para todos os públicos, sem discriminação de
idade, raça ou credo, inclusive havendo um atendimento especial para idosos. Essas medidas serão fatos relevantes e o
compromisso prioritário de toda produção do Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético.
Etapa de trabalho
Fase 1: Pré-produção (ensaios 04 peças,montagem,figurino e cenários) – Março de 2012
Fase 2: Início das apresentações – Abril de 2012
Fase 3:Término das apresentações/desprodução – Novembro de 2012
Fase 4: Confecção do DVD e Distribuição Gratuita – Novembro de 2012
Fase 5: Prestação de contas ao Minc e entrega do produto Sociocultural – Dezembro de 2012.
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Francisco Carlos – Dramaturgo – Direção Geral
Dramaturgo amazonense com mais de quarenta peças escritas. Dirigiu mais de trinta espetáculos de sua autoria, shows musicais,
concertos de canto lírico, vídeo e óperas, experiências multimídias. Ministrou workshops de expressão cênica para cantores líricos do
Coral Paulistano e Coral Lírico do Teatro Municipal de São Paulo e do
Coral Sinfônico do Estado de São Paulo. Estudou filosofia na Universidade do Amazonas e aplica esses conhecimentos em processos
de invenção para teatro poético-filosófico.
Bernardo Fonseca Machado - Ator
2009-2011 – Formado pelo Curso profissionalizante no Célia Helena Teatro Escola
2011- Universidade de São Paulo (USP) – Cursando 2º ano do Mestrado em Antropologia Social, ingresso em 2010, sob a
orientação de Lilia Schwarcz. Pesquisa intitulada: Iluminando a Cena: um estudo sobre o cenário teatral na década de 1990
em São Paulo. Apoio FAPESP. Formado como Bacharel em Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, ingresso em 2005, concluído em 2008.
Out. 2011 – Relicário Inventado. Texto e Dir. Bernardo Fonseca Machado. Apresentado no Teatro Coletivo.
Carol Gonzalez - Atriz
Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Sorbonnne Nouvelle – Paris 3, Carolina Gonzalez conta com mais de quinze anos de
experiência como atriz de teatro profissional, atividade desenvolvida tanto no Brasil como na França. Integra com apenas quinze anos
a Companhia Macunaima de Antunes Filho participando das peças Paraiso Zona Norte de Nelson Rodrigues et Trono de Sangue (
Macbeth) de Shakespeare. Em seguida tem a oportunidade de trabalhar com importantes artistas como José Celso Martinez Corrêa,
Fauzi Arap, Marcelo Marcus Fonseca, Renato Borghi, Cibele Forjaz entre outros. Ensina paralelamente interpretação para atores
profissionais e amadores em Oficinas e Casas de Cultura do Estado e da Cidade de São Paulo assim que em algumas unidades do
SESC SP.
Daniel Morozetti - Ator
2011- Jaguar Cibernético / Direção: Francisco Carlos
2011- Eu Sei Que Vou Te Amar /Direção: Ewerton de Castro
2010- Jó, Os Quatro Elementos / Direção: Fundação Harmonia de Artes e Conhecimentos
TELEVISÃO
2009- SBT – Novela “Vende-se um Véu de Noiva”
2007- SBT- Novela "Maria Esperança"
2006- RECORD- Novela "Cidadão Brasileiro"
CINEMA
2008 – Sobrecarga Linha – Curta Metragem / Direção e Roteiro: Júlio Wong
2008 - Signo da Cidade - Longa Metragem. Roteiro: Bruna Lombardi / Direção: Carlos Alberto Ricceli
2006 - Bodas de Papel – Longa Metragem. Direção: André Sturm
2005- Crônicas de Veríssimo – Curta Metragem. Produção e Direção: FAAP
Diogo Moura - Ator
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Experiências artísticas
2004 – Oficina Cultural AMAZIO MAZZAROPI Estudo sobre PIRANDELO, com montagem da peça “As seis personagens a
procura de um autor” de Luigi Pirandelo. Direção: Lenerson Polonini.
2005 – Casa das Rosas . Av. Paulista. / Texto em movimento. Direção Ana Roxo.
Eros Valério - Ator
Formado na Escola de Arte Dramática ECA/USP.
Vencedor do prêmio Abril(1997), com o solo de dança: Desabafo sem Vírgulas, promovido pela USP e Editora Abril.
Participou da mostra: Fenômenos Urbanos Extremos, atuando nos dois espetáculos de Francisco Carlos:
Namorados da Catedral Bêbada, indicado ao prêmio Shell de melhor texto, e Românticos da Idade Mídia, apresentados no
Espaço dos Satyros.
Interpretou Hipólito, na primeira montagem brasileira de Phaedra's Love, de Sarah Kane, dirigida por Ricardo Gali.
Trabalhou também, sob a direção de Georgette Fadel, Mário Piacentini, Iacov Hillel, Francisco Medeiros, Naum Alves de
Souza, Celso Frateschi, Roberto Lage, Guy Alloucherie, Cristiane Paoli Quito e com o grupo catalão La fura dels baus.
Hercules Zacharias Lima Morais - Ator
Ator/ Arte Educador/ Licenciado em Filosofia Formado em Teatro pela Pontifícia Universidade Católica PUC/SP. Licenciatura Plena
em Filosofia pela Faculdade de São Bento/ SP. Cursou importantes centros do saber artístico e musical: TUSP (Núcleo artístico de
teatro da USP), CPT (Centro de Pesquisa Teatral, coordenado por Antunes Filho), ULM (Centro de Estudos Musicais Tom Jobim Universidade Livre de Música).
Kiko Pissolato - Ator
TEATRO
"Banquete Tupinambá" - direção de Francisco Carlos (Sesc Pompéia - 2011)
TELEVISÃO
"Insensato Coração" - novela da Rede GLOBO (2011)
"Na Forma da Lei" - seriado da Rede GLOBO (2010)
"Força Tarefa" - seriado da Rede GLOBO (* participação / 2010)
"Cama de Gato" - novela da Rede GLOBO (*participação / 2009)
"Retrato da Lapa" - novela do Canal Universitário de SP (2005)
Luciana Canton - Atriz
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - 1993-1997
Programa Profissionalizante de Interpretação para Cinema
NEW YORK CONSERVATORY FOR DRAMATIC ARTS
Período de dois anos, formada 1999-2001 com o método Meisner
Interpretação para Cinema, O Ator e o Texto, Direção para Cinema, Direção para Televisão
NYU- NEW YORK UNIVERSITY
workshops de um semestre 1998
Mauro Schames - Ator
Centro de Pesquisa Teatral do SESC, direção Antunes Filho (1991-1992)
Teatro
"Como se come um homem”, de Slawonir Mrozek com o Círculo dos Comediantes,
direção Marco Antônio Bráz (1994)
"Perdoa-me por me Traíres”, de Nelson Rodrigues com o Círculo dos Comediantes,
direção Marco Antônio Bráz (1994/1997)
"A Cruzada das Crianças", de Marcel Schwob com o Círculo dos Comediantes,
direção Marco Antônio Braz (1998/1999)
Televisão
“Amigas e Rivais”, SBT
“Ivan Ilitch”, de L.Tolstoi para o programa Direções, da TV Cultura, direção de Maucir Campanholi
“Unidos do Livramento”, contos de Machado de Assis para o programa Direções, da TV Cultura, direção de Maucir
Campanholi
“Cultura é currículo”, TV Cultura. Museu Marcelo Grassman e Fundação Emma Klabin
“A Mudança”, telefilme para a TV Cultura (2010)
“Clandestinos”, Minissérie TV Globo (2010)
Paulo Gaeta - Ator
Bacharelou-se em Direito pela faculdade do Largo São Francisco, especializou-se com Maria josé de Carvalho e Mirian Muniz em
direção teatral.Mestre em Comédia dell´Arte. Especializou-se na Europa em cultura Artística. Leciona teatro musical,
cenografia,figurinos e maquiagem, para crianças , adolescentes e adultos. Produz espetáculos de cabaré e teatro de rua. Como
titeriteiro adaptou para bonecos o Fausto de Goethe, com a critica de Mariangela Alves de Lima e também a opereta Viúva Alegre de
Lehar. Durante 30 anos se apresentou como show man Tio Penáceo, capo lavoro. Em 2001 apresentou Les míserables, de Victor
Hugo com critica de Julio Fischer, autor de novelas da Globo.
Ator convidado da rede Globo para encenar a novela Suave Veneno.Chansonier de musicas Napolitanas, Italianas, Inglesas,
francesas, alemãs e brasileiras. Participação do Festival de Curitiba 2011 e Temporada da Tetralogia / Jaguar Cibernético – Peça
3
4”Floresta de Carbono – de volta ao Paraíso Perdido”, no Sesc Pompeia em 2011.
Ondina Clais - Cenografia
2000 à 2004 -bacharelado em Comunicação e Artes do Corpo-PUC SP especialidade em
Performance e Teatro.
1990-1998 - em 1990 interrompe sua carreira de bailarina para integrar a
montagem de “Nova Velha Estória”, sob a direção de Antunes Filho, Neste grupo
inicia sua carreira de atriz participando do Festival Internacional de Artes de Nova York.
Segue na companhia com as montagens de “Paraíso Zona Norte”, “Trono de Sangue - Macbeth” (com o qual concorreu a
melhor atriz coadjuvante- prêmio Apetesp 1993) e “Drácula e outros Vampiros”.
Roberto Borenstein- Ator
Participação como ator em 20 peças teatrais, no Brasil e nos EEUU, e em 2 filmes;
Fundador, diretor e ator do Grupo Teatro Delivery ; ator integrante do CPT (Centro de Pesquisa Teatral, coordenado por
Antunes Filho) por 3 anos ; membro do Grupo Redimunho de Investigação Teatral por 4 anos.
Graduação em Eng. Química, havendo trabalhado durante vários anos em Corporações e em ONG de cunho pacifista; PósGraduação em Artes Cênicas
Rodrigo Audi - Ator
Ator, professor e assistente no CPT (Centro de Pesquisa Teatral do SESC), coordenado por Antunes Filho. Coordenador do Círculo
de Dramaturgia do CPT.
TRABALHOS:
JAGUAR CIBERNÉTICO (2011) - Texto e Direção: Francisco Carlos (Concorrente ao Prêmio Shell 2010) no (SESC
Pompéia)
AMOR DE MÃE (2010/11), com Lulu Pavarin
Texto e Direção: Elzemann Neves (Melhor roteiro em Paulínia pelo longa Depois do Almoço)
Satyrianas 2010 - (Em vias de estréia)
SENHORA DOS AFOGADOS (2008) - Dir.: Antunes Filho e De Nelson Rodrigues no Teatro SESC Anchieta. PRÊMIO
CONTIGO DE MELHOR ESPETÁCULO DE 2008
A PEDRA DO REINO (2006/07) - Dir.: Antunes Filho e De Ariano Suassuna no Teatro SESC Anchieta. PRÊMIO BRAVO! DE
MELHOR ESPETÁCULO DE 2006
APCA DE MELHOR ESPETÁCULO DE 2006 PRÊMIO CONTIGO DE MELHOR ESPETÁCULO DE 2006: JURI POPULAR E
CRÍTICA.
CANTO DE GREGÓRIO (2003) - Dir.: Antunes Filho
Tarina Quelho - Direção de arte
Estudou Artes Cênicas na Universidade Estadual de Campinas –Unicamp (2000/Campinas-SP), Educadora Somática e Praticante
Certificada graduada pela School for Body-mind centering® (2004-Massachussets-EUA).
Atuou como performer e criadora em alguns núcleos (Cia Razões Inversas, Cia Nada Dança, Núcleo Artérias), e em projetos
independentes apresentando-se em diversos festivais (Porto Alegre em Cena, Bienal de Dança de Fortaleza, Festival de Niterói,
Caravana Sesi de Teatro, FiD – BH , Panorama – RJ , Something Raw / Amsterdã, Caravana Funarte 2007).
Thiago Brito - Ator
Graduado em Direito pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie 2006-2010
Ator formado pelo Teatro Escola Célia Helena
Workshops
Os Fundamentos de Stanislavsky
Diretor russo: Valentin V. Teplyakov
Workshop com Robert Castle
Workshop com o diretor e dramaturgo Francisco Carlos
Oficina do Folias. Sob orientação de Pedro Lopes
Clissia Morais – Direção de arte
Direção de arte - “Ventriculos” direção e adaptação de 3 novelas de Luigi Pirandello por Chico Carvalho – livraria cultura shopping
Market Place e Teatro aliança Francesa- (out/2011).
2011- Direção e Produção de arte Jaguar Cibernético. Obra em 4 atos de Francisco Carlos de Almeida: Banquete
Tupinamba / Aborígene em Metrópole / Xamanismo The Connection e Floresta de Carbono – De volta ao Paraiso Perdido no
SESC Pompéia – São Paulo.
Rosário Dmitruk – Produção Executiva
Maria do Rosário Teixeira Dmitruk, nascida em Caconde, SP, em 04/07/64. Com formação profissional em Comunicação SocialPublicidade e Propaganda pela Universidade Metodista.
Exerceu durante vinte Cargo Público Estadual como educadora no ensino fundamental, realizando vários Projetos Culturais, trazendo
ao cenário infantil a possibilidade de fazer teatro nas escolas.
No ano de 2008 deixou a sala de aula e iniciou o curso de atores no Teatro Escola Celia Helena.
Alex Kazuo - Figurino
Ensino Superior
Desenho de Moda, 1º ano FASM, SP – 2006.
Arquitetura, 1º ano AEAUSP – Escola da Cidade – 2005.
Experiência Profissional:
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AlexKazuo estilo e costura – desde 2004 – Desenvolvimento de vestuário e figurino sob medida;
Samuel Cirnansck – 08.2008 a 10.2009 – Moulagista;
Desenvolvimento de coleção com o apoio de Vicunha Têxtil – 12.2007;
Bel Paolielo, Confecção e Comércio de Roupas - 09.2006 a 12.2006 – Modelista;
Casa de Costume – 2004 a 2005 – Responsável pela organização e catalogação do acervo das figurinistas Marjorie Gueller
e Joana Porto.
Adriana Monteiro – Assessoria de Imprensa
Desde quando foi criada, em 1995, a Ofício das Letras tem-se projetado como uma assessoria de imprensa que obtém
excelentes resultados modelando o perfil de cada cliente a uma perfeita estratégia de atuação. Focada na diversidade
criativa que compõe a pauta de Cultura (onde se inclui música, teatro, dança, cinema, vídeo, literatura ou artes visuais) e
nas editorias de Comportamento, Variedades, Educação, Economia e Negócios, Esportes, Saúde, Qualidade de Vida e
Gastronomia, a Ofício das Letras empreende sua ação de qualidade tanto para personalidades individuais quanto para
agentes corporativos e empresas.
O sucesso dos serviços prestados pela Ofício das Letras pode ser atestado pelo seu portfólio de clientes, onde se inclui
SESC São Paulo, Editora Ediouro, Escola de Moda Sigbol Fashion, Emagrecentro, Fundação Stickel, Instituto Cervantes,
Larousse do Brasil, os atores Giulia Gam e Cacá Carvalho, Centro Cultural b_arco, Orquestra Jazz Sinfônica, Jô Soares –
espetáculo Frankenstein e os espetáculos do diretor Antunes Filho.
Alfredo Bello / Dj Tudo – Sonoplastia
Desenvolveu trabalho complementar essa colagem sonora, juntou-se a Marque Gilmore, Steph Goldman, Stuart Brown, Sidewinder,
Ameth Male, Duggy-Tee, Siba, Douglas Alonso, Gustavo Ruiz, Gabriel Levy, Ligiana, Marcelo Monteiro, Tulipa Ruiz, Chico Correa,
Guga Santos, Rovilson Pascoal, Estevan Sinkovitz entre outros.
Antonio Franco – Assistente de Produção
Bacharelando em Comunicação Social RTV – São Judas- Conclusão 12/1997
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
Produtor no Festival de Curitiba das Peças: Banana Mecânica, Românticos da Idade Mídia, Namorados da
Catedral Bêbada e a Tetralogia / Jaguar Cibernético em 2011.
Assistente de Produção da Peça: Tetralogia / Jaguar Cibernético no Sesc Pompéia em 2011. Diretor e
dramaturgo: Francisco Carlos.
Miguel Aflavo - Cenografia
Nasceu no dia 2 de Abril de 1979, em Boston, EUA. Veio ao Brasil com 1 ano e hoje mora na cidade de São Paulo. Formou-se em
Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, em 2002. Durante sua formação fez diversos cursos livres
voltados principalmente à área artística. Morou por 1 ano em NY, EUA, onde trabalhou em um escritório de Arquitetura. Durante o ano
de 2008 realizou uma viajem volta ao mundo com duração de 8 meses através de 25 países. Desde então atua como arquiteto na
empresa Aflalo e Gasperini Arquitetos onde é responsável pela elaboração de projetos e lidera o núcleo de novas tecnologias.
Palestrou diversas vezes sobre Arquitetura e tecnologia em faculdades e eventos. É autodidata em Cenografia e atua como cenógrafo
das peças “Jaguar Cibernético” de Francisco Carlos (Festival Fringe Curitiba, 2011; SESC Pompéia, 2011) e”Relicário Inventado” de
Bernardo Fonseca Machado (Teatro Coletivo, 2011).
Miló Martins - Iluminação
Graduação em Artes Cênicas – ECA / USP - 1996.
Desenho de luz e Direção (Coordenação) Técnica
Carreira desenvolvida com experiência na área de desenho de luz atuando em parceria com
Guilherme Bonfanti, Marisa Bentigvenha, entre outros;
Profissional com experiência de 16 anos(desde 1994) na área de iluminação de show, teatro e
exposições.
Sinopse da obra
SINOPSE
A peça JAGUAR CIBERNÉTICO está dividida em 4 peças.
5
PEÇA I – BANQUETE TUPINAMBÁ
Um banquete Tupinanbá acontece quinhentos anos antes, um sogro, uma noiva, um noivo-prisioneiro e um cunhado
canibais bebem cauim-suco-da-memória, se contagiam com o devir-Jaguar, entre trocas e alianças, guerras de
vinganças e eus-outros.
PEÇA II – ABORÍGINE EM METRÓPOLIS
Em tempos atuais, um jovem índio Kamaiurá, Kotok, embarca numa viagem-iniciática pela Metrópolis, (São Paulo,
Paris, Londres, Nova York) realiza seus ritos em logradores urbanos (Loja de Roupa, avenidas, estúdio de
tatuagem, night-clubs, telas-de-tv, zoológico, Museus de Artes contemporâneas, espaços virtuais). No Zôo de
Metrópolis, o Diretor Dr. Claude, submete o jovem Kotok, a uma experiência de arte-do-corpo-ciborgue e o jovemíndio sofre estranhas metamorfoses transformando-se num felino-virtual.
PEÇA III - XAMANISMO THE CONNECTION
Uma reunião de drogados, imaginada por um Produtor-de-Cinema-Mister -Estado-Leviatã ou por todos, mediada por
um Jovem-Xamã-atravessador-de-portas-de-espelhos, espera Cow-Boy um traficante de drogas que não aparece
nunca, enquanto Alice Ecstasy engole comprimidos balas e media a relação-inimiga do namorado e do irmão,
através de espelhos conecta estudantes de maio 68, zapatistas cyborgues, latas-de-sopas-campebells, baile-dehumanos-e-animais, as Mademoseilles de Avignon de Pablo Picasso e um Dândi-Jaguar.
PEÇA IV - FLORESTA DE CARBONO – DE VOLTA AO PARAÍSO PERDIDO
De volta a floresta, floresta Amazônica ou floresta de Carbono, Kotok, acompanhada da Loura-do-Taxi-Chuvoso-deSalvador-Dali, e um ator melancólico a que ela se refere por Tarzan, um jovem-general-anjo-Miguel, bélico e
fascista, tentam encontrar novo Éden, Paraíso já, em busca de uma espiritualidade perdida pelo Ocidente, entram
num grande embate sobre mundo indígena e mundo branco, floresta e cidade, direitos de índios e direitos de
civilizados, roupa indígena e roupa dos brancos, produtos nativos e produtos industrializados. Kotok tem sua
metamorfose definitiva em Jaguar, deus-canibal que come o coração da vítima, a parte do corpo que contém mais
sangue, para realizar seus intentos de alteridade. E se casa no final com a Loura em meio a um festim-canibalshow-biss.
Impacto Ambiental
A produção do Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético, em concordância com as medidas preventivas de
impacto ambiental irá disponibilizar cestas seletivas de coleta de lixo reciclável no local das apresentações orientando o
público da importância dessas ações.
Outras Informações
PRODUTO: SÍTIO DE INTERNET:
NÃO SERÁ CUSTEADO COM RECURSOS ORIUNDOS DO MECANISMO DE
INCENTIVO FISCAL FEDERAL
PRODUTO EXCLUÍDO NO PLANO DE DIVULGAÇÃO
4º: Informar no campo OUTRAS INFORMAÇÕES:
PRODUTO: SÍTIO DE INTERNET:
<span style="mso-bidi-font-size: 10.0pt; font-family: "Tahoma","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; color:
#2a2a2a; mso-fareast-language: PT-BR;"> - Descrição das páginas que comporão o sítio eletrônico ou portal;
- Descrição das fontes de alimentação de conteúdo;
- Definição de conteúdos (pesquisa e sua organização e roteiros).
NÃO SERÁ CUSTEADO COM RECURSOS ORIUNDOS DO MECANISMO DE
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INCENTIVO FISCAL FEDERAL
<span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt; line-height: 115%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; mso-fareastfont-family: "Times New Roman"; color: #0f243e; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-language: PT-BR; mso-bidilanguage: AR-SA;">PRODUTO SÍTIO DE INTERNET <span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt; line-height:
115%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; color: #c00000; mso-ansi-language:
PT-BR; mso-fareast-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;">EXCLUÍDO<span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-fontsize: 10.0pt; line-height: 115%; font-family: "Tahoma","sans-serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; color:
#0f243e; mso-ansi-language: PT-BR; mso-fareast-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA;"> NO PLANO DE
DIVULGAÇÃO
REMUNERAÇÃO DO PROPONENTE SOBRE OS SERVIÇOS PRESTADOS AO PROJETO:
Em conformidade com o art. 16 da Instrução Normativa nº 1, de 5 de outubro de 2010:
“Art. 16. O proponente será remunerado com recursos decorrentes de renúncia fiscal, desde que preste serviços ao projeto,
discriminados no orçamento analítico previsto no art. 8º desta Instrução Normativa, com custo limitado a 10% do total aprovado, até o
teto de R$ 100.000,00 (cem mil reais)”
Abaixo estão discriminados os serviços que o proponente irá prestar e suas remunerações:
ITENS ORÇAMENTÁRIOS:
Assessoria de Comunicação: R$ 3.000,00
Pesquisa: R$ 2.500,00
Assistente administrativo: R$ 2.500,00
Elaboração de prestação de contas: R$ 5.000,00
Assistente de produção: R$ 9.000,00
Remuneração Total do Proponente: R$ 22.000,00
INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE O ESPETÁCULO
OBJETIVO GERAL DO ESPETÁCULO TEATRAL
Montagem e temporada do espetáculo teatral “JAGUAR CIBERNÉTICO” texto e direção do dramaturgo Francisco
Carlos, com estréia prevista o ano de 2012, na cidade de São Paulo e capitais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Criação de uma dramaturgia contemporânea, que considere as experimentações cênicas do teatro moderno e da
cena contemporânea, híbrida, intertextual, neo-barroca e fragmentária, apresentando as relações de alteridade
(outro-inimigo-afim) entre culturas do pensamento selvagem e culturas do progresso(cultura ocidental);
Construção de uma dramaturgia indígena, amazônica, não ocidental, baseada numa outra lógica, a do pensamento
selvagem, seguindo o labirinto-mitólogico-bricolage de Claude-Lévi-Strauss;
Homenagem a Claude Lévi-Strauss - inventor da etnografia indígena contemporânea, falecido recentemente em
outubro de 2009;
Experimentação em linguagem cênica e texto dramático dos recursos de colagens de Max Ernst utilizadas por LéviStrauss na construção das “Mitológicas”, um entre-cruzamento-bricolage de 813 mitos de diferentes povos
indígenas do continente americano;
Apresentação em dramaturgia, na forma de personagem-teatral-protagonista, do mais radical devir-animal dos
povos indigenas tupi-guarani, o Jaguar, paralelo-mitico da persona de Dionisio, mito-deus-grego do teatro;
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Apresentação em forma de tema-dramático do originalíssima conceito do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro,
do canibalismo-Tupinambá como uma forma radical de alteridade – o outro como destino;
Utilização no espetáculo teatral de experimentações realizadas nas artes-do-corpo-ciborgue por artistas-cientistas.
Arte midiática, tele-imersão, vídeo-arte-digital, arte da realidade virtual;
Utilização da história, cultura, rituais, cantos, danças e arte indígena na invensão de uma dramaturgia universal
contemporânea.
ENCENAÇÃO
A encenação do “Jaguar Cibernético” envolverá linguagens cênicas contemporâneas pesquisadas pelo autorencenador que vão do teatro oriental a linguagens de rituais indígenas, arte indígena, danças antigas e pósmodernas, cinema, arte circense, linguagens da moda e dos esportes, artes marciais, colagens de Max Ernest,
teatro cubo-futurista de Maiakovski, Ezra Pound, Sousândrade, idolatria-pop-juvenil de Marlon-Brando-selvagem e
James Dean. Cinema: “Anjo Exterminador” de Luis Bunuel, cinema-marginal-urbano-paulistano – Rogério
Sganzerla, filmografia-pop-obscena-surrealista de Russ Meyer, pornô-chanchada-brasileira, “A Chinesa” e
“Alphaville” de Jean Luc Godard, filmografia latino-america-surrealista de Alejandro Jodorowsky, Quentin Tarantino,
“Partner” e os “Sonhadores” de Bernardo Bertolucci, “Deuses Maldito” de Luchino Visconti, “Drácula de Bram
Stokers” de Francis Ford Coppola, “A Noite”, “Zabriskie Point”, “Blow up” e “Deserto Vermelho” de
Michelangelo Antonioni, “Viva Zapata” de Elia Kazan, “ Amantes Constantes” de Philippe Garrel, “Orfeu” de Jean
Cocteau, “Como era gostoso o meu francês” de Nelson Pereira dos Santos, Stalker de Andrei Tarkovsky, história
em quadrinho, teatro de revista, música psichoadelic trance, ficção científica literatura-inter-textual, música digital,
“Táxi-Chuvoso” - ambiente artístico de Salvador Dali, Les Mademoiselle de Avignon de Pablo Picasso, o “Grande
Vidro” de Marcel Duchamp, filmes de ficção-científica, instalação, performance, happenings, surrealismo, cinema
novo, linguagens do rock-and-rool, fluxus, dadá, body art, butô, artes do corpo ciborgue(Stelarc) e efeitos-especiais,
numa perfeita colagem de estilos e linguagens.
SINOPSE
A peça JAGUAR CIBERNÉTICO está dividida em 4 peças.
PEÇA I – BANQUETE TUPINAMBÁ
Um banquete Tupinanbá acontece quinhentos anos antes, um sogro, uma noiva, um noivo-prisioneiro e um cunhado
canibais bebem cauim-suco-da-memória, se contagiam com o devir-Jaguar, entre trocas e alianças, guerras de
vinganças e eus-outros.
PEÇA II – ABORÍGINE EM METRÓPOLIS
Em tempos atuais, um jovem índio Kamaiurá, Kotok, embarca numa viagem-iniciática pela Metrópolis, (São Paulo,
Paris, Londres, Nova York) realiza seus ritos em logradores urbanos (Loja de Roupa, avenidas, estúdio de
tatuagem, night-clubs, telas-de-tv, zoológico, Museus de Artes contemporâneas, espaços virtuais). No Zôo de
Metrópolis, o Diretor Dr. Claude, submete o jovem Kotok, a uma experiência de arte-do-corpo-ciborgue e o jovemíndio sofre estranhas metamorfoses transformando-se num felino-virtual.
PEÇA III - XAMANISMO THE CONNECTION
Uma reunião de drogados, imaginada por um Produtor-de-Cinema-Mister -Estado-Leviatã ou por todos, mediada por
um Jovem-Xamã-atravessador-de-portas-de-espelhos, espera Cow-Boy um traficante de drogas que não aparece
8
nunca, enquanto Alice Ecstasy engole comprimidos balas e media a relação-inimiga do namorado e do irmão,
através de espelhos conecta estudantes de maio 68, zapatistas cyborgues, latas-de-sopas-campebells, baile-dehumanos-e-animais, as Mademoseilles de Avignon de Pablo Picasso e um Dândi-Jaguar.
PEÇA IV - FLORESTA DE CARBONO – DE VOLTA AO PARAÍSO PERDIDO
De volta a floresta, floresta Amazônica ou floresta de Carbono, Kotok, acompanhada da Loura-do-Taxi-Chuvoso-deSalvador-Dali, e um ator melancólico a que ela se refere por Tarzan, um jovem-general-anjo-Miguel, bélico e
fascista, tentam encontrar novo Éden, Paraíso já, em busca de uma espiritualidade perdida pelo Ocidente, entram
num grande embate sobre mundo indígena e mundo branco, floresta e cidade, direitos de índios e direitos de
civilizados, roupa indígena e roupa dos brancos, produtos nativos e produtos industrializados. Kotok tem sua
metamorfose definitiva em Jaguar, deus-canibal que come o coração da vítima, a parte do corpo que contém mais
sangue, para realizar seus intentos de alteridade. E se casa no final com a Loura em meio a um festim-canibalshow-biss.
SOBRE O JAGUAR
O Jaguar, tem basicamente o valor de uma expressão metafórica do outro, o outro como destino – “o outro não era
apenas um espelho, mas um destino”, deus-morte-inimigo. Devir-canibal, o Jaguar come o coração da vítima, a
parte do corpo que contém mais sangue, para efetivar alianças, afinidades, sentidos de alteridade - eu-outroscibernéticos. Jaguar-Celeste - espírito animal mais poderoso e perigoso - o piwara (espírito) do Jaguar tem o poder
de penetrar no corpo de outros animais, “jaguarizando-os” e tornando-os monstruosos (..) animais excessivos. O
Jaguar assim, é uma espécie de ”ANIMAL DO ANIMAL” limite animal da espiritualidade ou vice-versa. Função
Jaguar - divino comedor de carne crua, animal e divino numa figura. Dionisio-Jaguar: Comedores de cru. Na
filosofia-imanente-indígena, em que o canibalismo é apresentado como uma forma radical de alteridade -comer-ooutro-inimigo-destino - o Jaguar é o mito-deus-devir-canibal.
JUSTIFICATIVA
“Jaguar Cibernético” é peça paradigmática da obra do dramaturgo Francisco Carlos, (com mais de 40 peças
escritas) uma peça síntese, work in progress da experimentação dramaturgica do autor. O Jaguar é o personagem
central da dramaturgia do autor, o Dionísio-Hamlet desdobrado em outros personagens nas outras peças de sua
autoria. O projeto de dramaturgia de Francisco Carlos consiste na criação de uma dramaturgia contemporânea que
considere as experimentações cênicas do teatro moderno e da cena contemporânea, híbrida, intertextual,
fragmentária, neo-barroca e ideogramática, apresentando as relações de alteridade(outro-inimigo-afim) entre
culturas do pensamento selvagem e culturas do progresso(cultura ocidental);
A peça apresenta um mix da cultura grega clássica e toda mitologia ocidental (Biblia,Shakespeare, renascimento,
modernismo artístico, cultura pop, cosmologia ameríndia, etc). O “Jaguar Cibernético” usa-parodia todo o padrão
mítico da cultura ocidental e os clichês da cyber mídia. Na encenação do “Jaguar Cibernético” serão utilizados
aspectos materiais e imateriais de duas grandes culturas brasileiras do tronco lingüístico tupi: os Tupinambás
(extintos) e Kamayurá (vivos) atendendo a especificidade do tema central da peça – o canibalismo e a alteridade
radical.
Todos os temas que envolvem a religião canibal tupinambá: JAGUARES, jaguar celeste e jaguar humano, xamãsjaguar, banquete, festim, o sacrifício da vítima, a guerra tupinambá como função do sacrifício humano, guerracanibalismo, construção da pessoa, ornamentação para os ritos de execução- plumaria de aves coloridas, grande
honra, casamento do prisioneiro, triade: cativo-matador-espírito, vingança de sangue interminável, sogro-cunhadoprisioneiro-vitima-noiva, execução ritual em terreiro, morte-motor-do-socius, eu-outro-inimigo-alteridade, morteformosa-bela-morte, morte em mãos de alheios, par-cativo-matador-inimigos cunhados, resguardo do matador,
matar o diferente, casas grandes multifamiliares, matriz triadica:
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animais-homens-deuses.
Das culturas do progresso Jaguar Cibernético apresenta os seguintes elementos temáticos: o mito selvagem Marlon
Brando, James Jean e outras divinizações do cinema de Hollywood, sexo droga e rock and roll, arquitetura das
metrópolis, artes-do-corpo-ciborgue, esportes, mídias, robôs, dinheiro, templos do comércio, templos das artes,
mercado, museus de artes, estado, templos religiosos, comunicação de massa (tv, rádio, jornais, internet etc.),
violência urbana, racismo, sadomasoquismo, alteridade, economia, lutas de classe, sexualidade, lugares de
divertimento, dancings noturnos, zoológico, micro-revolucões, maio 68, zapatismo, tecnologias-informáticas,
ciências, modas,(prét-à-porter, alta costura, moda marginal) show-bizz.
HISTÓRICO
Teve apresentação em forma de leitura encenada na“Mostra Francisco Carlos - Reflexos de Cena – Encontro de
Dramaturgia” no SESC CONSOLAÇÃO-SP-2005, com os debatedores Sebastião Milaré e Sérgio Salvia Coelho,
com o seguinte elenco: Dionisio Neto, Maria Manoela, Germano Melo, Milhen Cortaz, Luiz Amorim, Majeca
Angelucci, Cláudia Wonder, Felipe Sant Angelo, Alexandre Jábali, Pedro Noizyman, e Tomaz Auricchio.
Integrou o Ciclo de Leituras da Mostra de Peças do Pensamento Selvagem, no Teatrix-SP - 19 de junho de 2007
com o seguinte elenco: Dionísio Neto, Daniel Faleiros, Ernani Sanches, Pedro Noizyman, Fredy Allan, Eloisa Leão,
Luciana Brites, Majeca Angelucci, Helena Cerello, José Maria Cardoso, Jeyne Stakflett, Claudia Wonder e Thomas
Auricchio.
Teve Leitura Dramática na Faculdade de São Bento-SP em 22 de dezembro de 2009 com o seguinte elenco: Ondina
Claiss Germano Melo, Adilson Azevedo, Décio Vaz, Ravel Cabral, Fernando Delabio, Rafael Mendes, André
Hendges e Bernardo Machado.
SOBRE O AUTOR E DIRETOR DE TEATRO FRANCISCO CARLOS
Dramaturgo amazonense com mais de quarenta peças escritas. Dirigiu mais de trinta espetáculos de sua autoria,
shows musicais, concertos de canto lírico, vídeo e óperas, experiências multimídias. Ministrou workshops de
expressão cênica para cantores líricos do Coral Paulistano e Coral Lírico do Teatro Municipal de São Paulo e do
Coral Sinfônico do Estado de São Paulo. Estudou filosofia na Universidade do Amazonas e aplica esses
conhecimentos em processos de invenção para teatro poético-filosófico. Realizou aventuras teatrais em Manaus,
Belém, Brasília, e Rio de Janeiro e atualmente em São Paulo com a concretização da “Mostra de Fenômenos
Urbanos Extremos” com tres peças de sua autoria culminando com a indicação ao Prêmio Shell de Teatro-SP de
melhor autor no primeiro semestre de 2010. Na composição de sua estética teatral dialoga-parodia constantemente
com outras áreas artísticas e outras atividades: música, dança, cinema, vídeo, ópera, performance, happenings,
história em quadrinho, fotografia, moda, esportes, artes marciais, publicidade, cibérnetica e artes plásticas. Nos anos
oitenta, em meio ao efervescente movimento de Rock em Brasília idealizou e dirigiu inúmeras performances com
croners, guitarristas, baixistas e bateristas de expressivas bandas de rock do Distrito Federal. Em 2004 teve
participação no projeto “arenamostra NOVOS DRAMATURGOS” no Teatro de Arena Eugênio Kusnet de São Paulo
(fev.) em comemoração aos 50 anos do histórico Teatro de Arena. A convite do SESC - SP- CONSOLAÇÃO, por
indicação de Dionisio Neto fechou o projeto REFLEXOS DE CENA – ENCONTROS DE DRAMATURGIA –
MOSTRA FRANCISCO CARLOS – DE 7 A 11 DE NOVEMBRO DE 2005 – com a leitura encenada de seis peças de
sua autoria. Realizou o “Ciclo de Leituras de Peças do Pensamento Selvagem” no Teatrix – na cidade de São
Paulo. Atualmente a dramaturgia de risco de Francisco Carlos está dividida em dois blocos temáticos:
PEÇAS DO PENSAMENTO SELVAGEM
As peças do Pensamento Selvagem versam sobre os seguintes temas indígenas: pensamento selvagem, modos
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como às sociedades indígenas se constróem e se concebem; as noções de pessoas; ritos de iniciação masculino e
feminino, ritos de nascimento, religiões e cosmologias ameríndias, nominação, casamento, morte; arte e cultura
indígena, pinturas corporais, tatuagens e piercings, catequese católica, conversão e resistência indígena,
xamanismo, o devir Jaguar, alteridade, hospitalidade canibal, exotismo radical, canibalismo, relações inter-étnicas,
índio-tecnológico, conflitos índio-branco, guerras, drogas indígenas religiosas, cosmologias ameríndias, tendo como
referência-etnografica a antropologia estruturalista de Claude Lévi-Strauss na conexão-Max-Ernest.
PEÇAS DAS CULTURAS DO PROGRESSO
As Peças das Culturas do Progresso abordam os fenômenos extremos da modernidade, fundamentalmente urbanos
e que Walter Benjamim, identificou na modernidade das “Flores do Mal” de Baudelaire, fenômenos amorosos,
sociais, políticos e filosóficos que acontecem nas metrópoles por conta da vida superpopulosa das grandes cidades
e seus instrumentos cosmopolitas: dinheiro, templos do comércio, templos das artes, templos religiosos,
comunicação de massa (TV, rádio, jornais, internet, etc.), violência urbana, bancos, economia, lutas de classe,
sexualidade, lugares de divertimento, esportes, shoppings, hospitais, sistemas judiciários, tecnologias-informáticas,
arquitetura, ciências, modas, universidades, show-bizz etc. “Espaço aglutinador das contradições sociais e, ao
mesmo tempo, centro do poder econômico e político, a metrópole reflete especialmente as condições de
sobrevivência humana e os conflitos de toda ordem”.
No momento dirige-encena a peça-projeto-tetralogia “JAGUAR CIBERNÉTICO” de sua autoria, dividida em 4
peças: 1- BANQUETE TUPINAMBÁ – 2- ABORÍGINE EM METRÓPOLIS – 3 – XAMANISMO THE
CONNECTION – 4- FLORESTA DE CARBONO – DE VOLTA AO PARAISO PERDIDO, com estreia prevista para
novembro de 2010.
CONCEITO CENOGRÁFICO
Peça I
- Local: uma aldeia indígena
- Aspecto minimalista com jogo de Luz e sobra
- Jogo de transparências com a estrutura central
- Explora o dentro e fora da estrutura
- Elemento cenogárfico - Chão: Uma representação do chão das aldeias indígenas feito com terra batida. Opção
explora a poeira que levanta com a movimentação dos artistas.
- Elemento cenogárfico - Estrutura central: uma estrutura feita de bambuque é uma representação poética da
estrutura da oca, casa indígena. Uma estrutura maleável capaz de ser alterada conforme a necessidade da cena.
São dois “braços” na parte inferior que representam os limites da aldeia ou de uma oca. E um “braço” na parte
superior que pode ser sustentado por cabos que representa um limite de teto ou cobertura.
CONCEITO CENOGRÁFICO
Peça II
- Local: grande cidade com ruas e edifícios altos
- Elementos cenográficos - Prédios: Três prédios de madeira com imagens dos predios.
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CONCEITO CENOGRÁFICO
Peça III
- Local: ambientes internos e ruas de cidade
- Aspecto geral surrealista
- Cenário dinâmico com mudanças de layout
- Elementos cenográficos - Módulos: Os módulos são as peças centrais que geram os espaços das cenas. São
módulos de três faces, revestidos de madeira e espelhos de acrílico. São módulos que combinados formam os
espaçõs internos, os muros, paredes de casas, etc, de acordo com a necessidade de cada cena.
CONCEITO CENOGRÁFICO
Peça IV
- Local: uma floresta
- Uma representação com o objetivo de criar uma ambientação realística de uma porção de floresta amazônica.
- Jogo de luz e sombra, aspecto dramático.
- Cenário estático
- Elemento cenográfico - Floresta: Representação realistica de floresta a partir de um painel de fundo com imagem
de uma floresta real
- Elemento cenográfico - Carro: Representação do Taxi-chuvoso de Dali. Um carro real, que participa da cena com
movimentação.
CRÍTICA - O ESTADO DE SÃO PAULO
SÃO PAULO 18 DE AGOSTO DE 2011
Maria Eugênia de Menezes
“Tupi or not Tupi”. Eis a questão que movimenta a obra do diretor e dramaturgo Francisco Carlos. Amazonense
radicado em São Paulo, o artista apresenta a partir de hoje o resultado de suas reflexões sobre a cultura indígena.
E, especialmente, de sua fricção com a tradição ocidental. Trata-se de uma pesquisa longa - iniciada em 1993 - e
que agora ganha corpo em um espetáculo de proporções agigantadas.
Miguel Aflalo/Divulgação
Peça promete desvelar pontos de vista distintos sobre a cultura indígena
Dividido em quatro partes, Jaguar Cibernético ocupa o galpão do Sesc Pompeia com a promessa de desvelar
pontos de vista distintos sobre o intrincado tema.
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Durante a última edição do Festival de Curitiba, em março, Francisco Carlos mostrou um esboço do que seria o seu
Jaguar Cibernético. Destaque da mostra paralela, as quatro partes ainda não estavam completamente finalizadas.
“Faltavam ajustes no texto e na encenação de duas peças”, ressalva o diretor.
Mas o conjunto já impressionava. Tanto pela ambição quanto pela miríade de assuntos que abraçava. Um leque que
se estende da etnografia aos movimentos zapatistas. Do dadaísmo a Marlon Brando. Das viagens de Hans Staden a
conceitos fundamentais da contemporaneidade, como a noção de devir cunhada pelo francês Gilles Deleuze.
Em São Paulo, a arte de Francisco Carlos irradiou-se a partir da praça Roosevelt. Cenário onde chamou atenção
com a poesia anárquica da peça Banana Mecânica. A estreia no Sesc Pompeia sinaliza, portanto, sua primeira
incursão de peso para além dos domínios da cena underground da cidade.
Foi a criação do grupo Trompas de Phalópio, em Belém, que revelou o autor. Com peças como Os Caçadores da
Vaca Fosforescente e O Estranho Caso da Pantera da Serra com o Bandoleiro Durango Brasil, Francisco Carlos
movimentou o cenário teatral dos anos 1980.
Em seus experimentos, o encenador sempre demonstrou pendor pela antropologia, com especial interesse pela
obra de Claude Lévi-Strauss. “Ele procura entender o que seria essa lógica indígena”, analisa Francisco Carlos. “É
uma outra maneira de se pensar o mundo, a existência, as relações. Diferente da nossa lógica ocidental,
racionalista”, Nessa esteira, surgiram os trabalhos que compõem seu ciclo de “pensamento selvagem”. Ala na qual
podemos encontrar criações anteriores, como Xuxa Espacial e Namura Outside. Além do próprio Jaguar
Cibernético.
Antropofagia. “É a ideia do canibalismo tupinambá que pauta todo o Jaguar”, comenta o dramaturgo. “O princípio
de que comer o outro é um meio de experimentar a alteridade. E, num certo sentido, esse outro é a sociedade
ocidental.” Vista em retrospectiva, a tetralogia de Francisco Carlos dialoga com as vanguardas que ditaram os
rumos da cultura e da arte brasileiras do século 20.
Impossível não enxergar os vínculos que se estabelecem com o Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
Com o tropicalismo baiano. Ou até mesmo com o teatro festivo de José Celso Martinez Corrêa.
“O Jaguar vem falar de uma disponibilidade eterna em relação ao outro”, considera o diretor. Para ele, é sobre essa
“alteridade” que repousa todo o debate atual. “Todo o racismo, todas as relações do nosso mundo passam hoje
por essa dificuldade que se tem em relação ao outro.”
A polifonia que impregna a temática do autor amazonense também transparece na forma de levar às montagens ao
palco. Se múltiplas são as referências na hora de escrever, não menos diversos são os estímulos que o levam a
construir sua gramática cênica. “É impossível desvincular minha dramaturgia da encenação. A estrutura do texto
está intimamente ligada à pesquisa das linguagens cênicas”.
QUATRO EM UM
Banquete Tupinambá (parte 1)
Em 1500, acontece um banquete Tupinambá. Na festa, um sogro, uma noiva, um noivo prisioneiro e um cunhado
canibais bebem cauim, uma espécie de suco da memória.
Aborígine em Metrópolis (parte 2)
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Um jovem índio kamaiurá descobre a metrópole dos dias de hoje e realiza seus ritos na cidade. O índio sofre
metamorfoses e transforma-se num felino virtual.
Xamanismo The Connection (parte 3)
Uma reunião imaginária de drogados é mediada por um jovem xamã, à espera de um traficante que nunca aparece.
Espelhos conectam a cena a maio de 68 e às revoltas zapatistas.
Floresta de Carbono (parte 4)
Na Floresta Amazônica, um índio, uma loura e um ator travam um embate sobre os mundos indígena e branco,
floresta e cidade, direitos de índios e de brancos.
JAGUAR CIBERNÉTICO
4ªs e 6ªs: Banquete Tupinambá e Aborígine em Metrópolis
5ªs e sábs.: Xamanismo The Connection e Floresta de Carbono
Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93, tel. 3871-7700. 4ª a sáb., às 20 h. R$ 4 a R$ 16. Até 13/8.
CRÍTICA - UOL
SÃO PAULO 03 DE AGOSTO 2011
“CRÍTICA DRAMA
Tetralogia faz discurso poético reinar absoluto
Francisco Carlos se confirma como encenador maduro com mix de tradições amazônicas e cultura ocidental
Lenise Pinheiro/Folhapress - Tarina Quelho e Thiago Brito em “Banquete Tupinambá”
LUIZ FERNANDO RAMOS
CRÍTICO DA FOLHA
O império da palavra encantada. “Jaguar Cibernético - Tetralogia Canibal”, do dramaturgo e encenador
amazonense Francisco Carlos, é uma experiência teatral singular em que o discurso poético predomina absoluto.
Ambiciosa realização reunindo quatro espetáculos, que se articulam em torno de um mix de tradições amazônicas e
fragmentos da cultura ocidental, confirma seu criador como um encenador maduro e inventivo.
As quatro partes do texto inédito, cuja primeira versão foi escrita em 1993, são montadas em duas noites, e cada
uma tem disposição espacial e cenográfica próprias.
De comum entre elas, a ausência de personagens realistas, substituídos por figuras alegóricas que se expressam
em fluxos de consciência confundidos com a voz autoral. Suas falas fluem como jorros assonantes de significados
14
múltiplos condensados.
O dialogismo do drama é substituído por esses acessos líricos, que tanto descrevem as identidades figurais falantes
como narram suas ações e interações. É no enfrentamento dessa radical recusa da convenção dramática,
impeditiva de qualquer identificação psicológica, que a montagem surpreende.
O primeiro movimento é o “Banquete Tupinambá”, em que um rito familiar de devoração, passado há cinco séculos,
evoca a noção de alteridade fraterna entre tribos inimigas sob a sombra do jaguar, totem vivo a presidir todas as
ações. O chão de areia, uma oca de bambus vazada, belas pinturas faciais e malhas negras como base de corpos
coloridos demarcam a origem mítica de forma digna e exuberante.
A segunda peça, “Aborígene em Metrópolis”, contrapõe um jovem kamaiurá a Yves Saint Laurent. O criador de
moda guia o índio por paragens míticas da grande cidade. Mais do que encontros, o selvagem, que remete ao
jaguar totêmico, tem seguidos confrontos com a civilização.
A disposição irônica frente ao universo fashion, estruturada pelos figurinos e traços de arte pop, contamina toda a
narrativa. No terceiro espetáculo, “Xamanismo - The Connection”, o jaguar está na pele de uma xamã assimilado
por drogados. Eles estão entocados à espera de um traficante que nunca chegará.
Na viagem lisérgica, realizam a imaginação de um produtor de cinema. Com um jogo de praticáveis e espelhos,
arma-se um labirinto depressivo para o jaguar em sua incursão nas drogas sintéticas.
O último momento, “Floresta de Carbono - De Volta ao Paraíso Perdido”, é o mais operístico. Num espaço maior,
forrado de folhas secas, com fotos da floresta ao fundo e um carro antigo em cena, projeta-se um novo Éden ”último capítulo do Gênesis”-, em que o jaguar, de volta ao seu habitat, enfrenta os que buscam destruir sua
condição de outro. Os atuantes desempenham árias faladas isolados na vastidão.
Em todas essas situações o encenador, aliado à virtuosa direção de arte de Clíssia Morais e a um grupo de atores e
atrizes que se entregam ao projeto, propõe uma poética cênica enxuta e inspirada, em que, a despeito da
dominância do verbo, o espaço concreto e material logra sustentar aquele imaginário de encantamento e loucura.
“Jaguar Cibernético” é uma experiência divertida para quem não teme o delírio.
JAGUAR CIBERNÉTICO
QUANDO Banquete Tupinambá, qua. e sex., às 20h; Aborígene em Metrópolis, qua. e sex., às 21h15; Xamanismo The Conection, qui. e sáb., às 20h; Floresta de Carbono - De Volta ao Paraíso Perdido, qui. e sáb., às 21h30; até
13/8
ONDE Sesc Pompeia (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700)
QUANTO R$ 4 a R$ 16
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom.
CRÍTICA - UOL
SÃO PAULO 06 DE JULHO 2011
Peças se apoiam em símbolos indígenas
Autor Francisco Carlos trata da aproximação dos povos com viés antropofágico na tetralogia “Jaguar Cibernético”
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Amazonense foi destaque da última edição do Fringe, mostra paralela do Festival de Curitiba
Lenise Pinheiro/Folhapress - Elenco de peça que compõe “Jaguar Cibernético”
GABRIELA MELLÃO
DE SÃO PAULO
Na civilização tupi-guarani, o canibalismo é simbolizado pelo jaguar. Em “Jaguar Cibernético”, tetralogia que estreia
hoje em São Paulo, o autor, diretor e filósofo amazonense Francisco Carlos se apropria deste signo da cultura
indígena tanto na abordagem temática quanto na concepção formal de sua criação.
“O canibalismo é um modo radical de alteridade e tem o jaguar como expressão metafórica do outro”, diz este
criador, 51, que tem mais de 40 peças escritas e se destacou no Fringe, mostra paralela do 20º Festival de Curitiba,
em março deste ano.
Até hoje o artista apresentou sua arte singular a duras penas. “Jaguar Cibernético” é sua primeira montagem com
recursos, que lhe dá visibilidade fora da cena alternativa do país. Os quatro espetáculos são exibidos em duplas e
abordam a maneira de viver da sociedade indígena.
“Banquete Tupinambá”, a primeira peça, retrata um ritual antropofágico numa aldeia no século 16. Os três outros
espetáculos apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema, contrapondo a visão múltipla destes povos ao
ponto de vista uno da cultura ocidental. “É um teatro cubista”, define o autor.
Em “Aborígene em Metrópolis”, um índio viaja para uma metrópole de hoje. “Xamanismo the Connection” retrata
uma reunião de viciados em drogas mediada por um xamã. O delírio da personagem Alice Ecstasy conecta Pablo
Picasso a estudantes de Maio de 1968.
EMBATE
“Floresta de Carbono - De Volta ao Paraíso Perdido” cria um embate entre cultura ocidental e indígena,
transformando em dramaturgia a instalação “Táxi Chuvoso”, de Salvador Dalí.
O manequim do original ganha vida e acompanhante -um ator à la James Dean. Esses ícones urbanos chegam de
calhambeque a uma floresta, retratada com exuberância pela diretora de arte Clissia Morais por um grande painel
fotográfico.
Encontram-se na porta do Éden, mas não conseguem penetrá-lo, estão demasiadamente desumanizados.
“Jaguar Cibernético” nasce a partir de uma colagem original das mais variadas referências, como rituais indígenas,
nouvelle vague e as divinizações do cinema comercial de Hollywood, e da mistura de diversas linguagens artísticas.
Com sua tetralogia, Francisco Carlos evidencia sua busca por altruísmo no teatro e na vida. “Uso a arte para
apresentar o outro”, diz ele.
JAGUAR CIBERNÉTICO
QUANDO qua. e sex., às 20h (“Banquete Tupinambá” e “Aborígene em Metrópolis”), qui. e sáb., às 20h
(“Xamanismo the Connection” e “Floresta de Carbono - De Volta ao Paraíso Perdido”); até 13/8
ONDE Sesc Pompeia (r. Clélia, 93, tel. 3871-7700)
QUANTO de R$ 4 a R$ 16
CLASSIFICAÇÃO 14 ano
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CRÍTICA - FOLHA DE SÃO PAULO - ILUSTRADA
SÃO PAULO 20 DE MARÇO 2010
“Diretor faz resgate radical da poesia Francisco Carlos realiza um espetáculo imprescindível ao abordar de forma
alegórica a tragédia urbana brasileira
LUIZ FERNANDO RAMOS
A poesia é a alma do teatro, e está na origem das narrativas e tragédias gregas. “Banana Mecânica”, do
dramaturgo e encenador amazonense Francisco Carlos, é um resgate radical da fala poética na cena e traz uma voz
original e imprescindível ao teatro brasileiro de hoje. O espetáculo é uma saudável lufada de loucura na pasmaceira
e comedimento generalizados.
Carlos fundou nos anos 1980, em Belém, o grupo Trompas de Phalópio. Com ele escreveu e encenou espetáculos
como “O Estranho Caso da Pantera da Serra com o Bandoleiro Durango Brasil” e “Os Caçadores da Vaca
Fosforescente”. Em 2007, as peças “Mura Outside”, “Jaguar Cibernético” e “Xuxa Espacial”, que integram o seu
“ciclo do pensamento selvagem” foram lidas e debatidas no Festival de Teatro de Recife e no Espaço Hélio
Oiticica, no Rio.
Além de evocar a reflexão antropológica de Lévi-Strauss, as suas peças da fase amazônica dialogam com a
mitologia das etnias indígenas Yanomami, Mundurucu, Kamayurá, Mura e Ashaninka. No ano passado, estabelecido
em São Paulo, ele mobilizou o entusiasmo de diversos atores e atrizes em leituras e temporada relâmpago de sua
“tragédia-pastiche” “Românticos da Idade Mídia”.
“Banana Mecânica” é seu segundo espetáculo produzido no espaço dos Satyros. O autor o define como
“chanchada trágica”. O travo cômico implícito à definição não atenua a efetiva parcela de tragédia que o espetáculo
contém. De fato, com alguma leveza e muita intensidade poética, o autor tritura elementos de uma idílica cultura
brasileira nutrida no ambiente do Rio de Janeiro, transformando-os em pó.
Superpõem-se referências populares, como as das marchas carnavalescas cariocas, ou Noel Rosa, a citações
eruditas em velocidade alucinante. Debate-se o teatro contemporâneo a partir de seu veio mais radical, o poeta
francês Antonin Artaud, e escancara-se a miséria nacional no abismo intransponível entre baixa e alta cultura. De
algum modo, é um “teatro da crueldade” tupiniquim.
Não há ação dramática coesa, mas uma trama de episódios, assemelhada a um poema épico do crioulo doido em
quadrinhos, que se articula na cena de forma surpreendente. Na tradição da dramaturgia de Oswald de Andrade, os
personagens são bricolagens de ícones fundindo camadas de significação.
Chiquita bacana existencialista sado-masoquista e seu filho Adônis Pernalonga moleque indigesto são as figuras
centrais. Eles vivem uma turbulenta e não convencional relação edípica, em meio às peripécias que cruzam seus
caminhos aos de uma coleção de híbridos das culturas pop, helenista e judaico-cristã, como o Pierrô Adão
melancólico, a Eva Disney Colombina e o marinheiro genetiano tornado porco por Chiquita Circe.
Nesta miscelânea de articulações, o destaque é a palavra valorizada não como veículo da ação, mas autônoma e
instauradora de transes. O dramaturgo ainda narra, mas sua voz é a de um oráculo. Fundem-se no ritmo acelerado,
e na precedência das rimas sobre os sentidos, várias ideias simultaneamente, criando-se um discurso mais próximo
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do inconsciente e do êxtase mediúnico.
Com estas características dramáticas, o desafio dos atores é não sucumbir à voz do poeta deixando que ela os
ocupe e anule seus desempenhos. Quase todos os nove atores conseguem driblar a dificuldade e criam discursos
performativos que dialogam com o texto.
Mas o mérito deve ser estendido ao próprio Francisco Carlos, que soube pontuar cenicamente as ações, revelandose também bom encenador. “Banana Mecânica” é impar, e finca de vez a pena de um poeta raro na história do
teatro.”
A produção do Espetáculo teatral - Tetralogia - Jaguar Cibernético, está inserido como uma proposta de Arte Cênica,cujo
produto será a confecção de um DVD (apenas como registro de acervo) das apresentações ao vivo do espetáculo, por isso
consideramos esse
item como não aplicável.
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