UMA VISITA À TAPADA NACIONAL DE MAFRA
As visitas guiadas fazem- se em comboios articulados com duas paragens ao longo do percurso.
Dependendo do número de alunos marcados, o grupo poderá ou não ser dividido tendo, neste último caso, que viajar
alternadamente, o que prolongará a duração da visita para as 3 horas (duração normal- cerca de 2 horas).
Os grupos devem apresentar-se na entrada da Tapada exactamente à hora marcada, sob pena da não
realização das visitas ou da redução da sua duração sem direito a qualquer devolução das quantias já pagas.
ROTEIRO DA VISITA
INTRODUÇÃO:
A Tapada foi criada em 1747 pelo Rei D. João V na sequência das obras de construção do Convento em Mafra.
Tem como área 1187 ha que estão circundados por um muro de 21 Km. Actualmente a Tapada encontra-se dividida
em três partes: - Jardim do Cerco - 8 ha - com acesso ao lado do Convento sendo administrado pela Câmara
Municipal de Mafra;
- Tapada Militar ou 1ª Tapada - 360 ha
- Área que vão visitar - 819 ha - administrada por uma Régie Cooperativa.
Desde o século XVIII até à implantação da República, a Tapada Real de Mafra foi local privilegiado de lazer e de
caça dos monarcas portugueses que aí encontravam condições ideais para a caça ao veado, gamo, javali e caça
menor, nomeadamente coelho, perdiz, lebre e galinhola.
Durante a visita iremos observar parte da vasta fauna existente na Tapada pelo que é exigido o mínimo
barulho por parte dos visitantes.
Os visitantes deverão viajar sempre sentados no comboio, evitando colocar cabeças ou braços de fora das
carruagens, dado que a vegetação é por vezes bastante densa e as estradas são estreitas.
Em cada carruagem deverá seguir um ou mais professores para que as indicações do guia sejam respeitadas
ou mesmo para esclarecer possíveis dúvidas dos alunos.
1º percurso de comboio
A visita segue pelo vale onde se podem observar inúmeras espécies de árvores como por exemplo:
Pinheiro-bravo
(Pinus pinaster)
Carvalho-cerquinho
(Quercus faginea)
Sobreiro (Quercus suber)
1
À direita podem observar a Ribeira de Safarujo de tipo torrencial que nasce no Vale de Bois (Malveira) atravessa a
Tapada e acaba por ir desaguar na Praia de S.Lourenço entre a Ericeira e Ribamar.
Nas margens da ribeira é visível a vegetação ripícola (vegetação adaptada a estar junto a cursos de água), formada
essencialmente por plátanos, freixos e choupos.
Choupo negro
Populus nigra
Freixo
Fraxinus angustifólia
Plátano
Platanus x hispânica
À esquerda podem ser observadas umas estruturas de pedra em forma de semicírculo que eram utilizadas como
abrigos de caça (designadas por Azerves).
Ao lado esquerdo do combóio observam-se plantações de árvores protegidas por rede para evitar a predação dos
animais. Estas plantações foram realizadas em consequência do incêndio de Setembro de 2003 e foram usadas
folhosas (freixos, carvalhos e sobreiros) que são muito mais resistentes ao fogo do que as resinosas.
Começam-se a avistar os edifícios cor- de - rosa que constituem o lugar do Celebredo. É aí que faremos uma
paragem.
1ª paragem – Celebredo
Neste conjunto de edifícios destaca-se o Salão polivalente alugado para inúmeros eventos, a Casa de Hóspedes que
funciona como Turismo de Habitação e o Pavilhão de Caça do Rei D. Carlos e que é utilizado como sala de reuniões
ou de almoços.
Iremos agora visitar um museu de Carros de Tracção Animal onde podem ser observados carros do século XIX
como por exemplo: breques, aranhas, landaus, victórias, faytons, coupés e muitos outros.
A par destes carros podem-se apreciar arreios, diversos tipos de selas e outros apetrechos de equitação de grande
beleza.
Antes de continuarmos a nossa visita convém realçar a grandiosidade dos espécimes de Castanheiro da Índia e de
Olaia que se encontram em frente à Casa de Hóspedes. Devido ao seu porte e idade, são consideradas árvores de
Interesse Público.
Castanheiro da Índia
Aesculus hippocastanum
Olaia
Cercis siliquastrum
2
2ª viagem de comboio
Continuando ao longo do vale vamos procurando alguns animais tais como Gamos, Veados, Javalis e Coelhos
bravos que são descritos em seguida:
VEADO
Cervus elaphus
O veado e o gamo representam a família dos
Cervídeos aqui na Tapada.
O veado tem uma pelagem castanha escura sem
manchas, excepto as crias. A cauda é castanhaamarelada.
Os machos têm hastes ramificadas e pontiagudas
cuja complexidade vai aumentando com a idade
do animal.
As hastes caem todos os anos na Primavera
(Março/ Abril), começando de imediato o
aparecimento das novas. Estas aparecem cobertas
por pele chamada veludo que mais tarde cai.
Em meados de Julho as novas hastes já estão
completamente formadas.
Os veados vivem em manadas que são de dois tipos: - fêmeas com crias e machos jovens;
- machos com mais de três anos.
Estes dois tipos de manadas só se juntam na altura da reprodução que ocorre em Setembro/Outubro. Nesta altura os
machos emitem bramidos que servem para atrair fêmeas e expulsar machos rivais – época da Brama.
Nesta altura do ano ocorrem frequentemente combates entre machos vizinhos tendo às vezes como desfecho a
quebra das hastes e mesmo ferimentos corporais.
As crias, normalmente uma por fêmea, nascem em Maio/ Junho e apresentam uma pelagem com pequenas manchas
claras.
3
Os veados são herbívoros, ingerindo rebentos de árvores e arbustos, frutos e erva.
Na Tapada Nacional de Mafra, os veados além de se alimentarem das pastagens criadas, também podem encontrar
alimento nos comedouros, sobretudo de Verão.
Como esta espécie não tem predadores naturais torna-se necessário a utilização da caça como medida de controlo da
população. Os animais a abater são os que apresentam hastes mal- formadas e os que vão começar a envelhecer.
Pelas observações efectuadas na época de reprodução, estima-se uma população da ordem dos 80 animais.
GAMO
Cervus dama
O Gamo apresenta dois tipos de pelagem ao longo do ano: - no Verão, tem uma pelagem fina, de cor castanha clara
com manchas brancas;
- no Inverno, tem uma pelagem densa, de cor castanha
escura e homogénea.
A cauda é preta por cima enquanto que por baixo é branca.
Os machos têm hastes espalmadas cujo tamanho e complexidade aumentam com a idade do animal.
As hastes, tal como acontece no Veado, caem todos os anos na Primavera e voltam a crescer logo de seguida.
O comportamento desta espécie é muito semelhante ao descrito para o veado.
O Gamo é uma espécie também herbívora que se alimenta, fundamentalmente, de erva, rebentos de árvores, tojo,
urzes, entre outros. São os principais frequentadores dos comedouros.
As crias muito jovens e as fêmeas prenhas são muitas vezes predadas pelas Raposas que abundam pela Tapada. Mas
isso não é suficiente para eliminar o excesso de animais, sobretudo de machos, pelo que também se recorre à caça.
Os resultados das últimas contagens efectuadas apontam para a existência de cerca de 300 Gamos na Tapada.
Nota: A caça ao Veado e ao Gamo praticada na Tapada é de aproximação em que, o caçador e o Guarda Florestal
que lhe serve de guia, aproximam- se cautelosamente do animal a abater.
4
JAVALI
Sus scrofa
Fêmea com listados
Macho navalheiro
A cor da pelagem do Javali varia em função da idade do animal. Quando nascem e até aos 6 meses de vida ,as crias
apresentam pelagem clara com listas longitudinais pelo que são designados por “ Listados”. Até fazerem 1 ano de
vida vão perdendo as listas ficando com pelagem castanha homogénea. Quando atingem 1 ano ficam com a pelagem
adulta de cor cinzenta escura a preta.
Os Javalis tomam frequentemente banhos de lama
esfregando-se em seguida nos troncos das árvores ou
mesmo em postes. Estes banhos ajudam a manter o
bom estado do pelo eliminando parasitas.
.
Os Javalis vivem em grupos chamados de varas ou companhias que têm diferentes composições:
- fêmeas com os listados e juvenis do ano anterior;
- fêmeas e machos jovens;
- machos adultos.
Os Javalis machos adultos possuem os caninos muito desenvolvidos que sobressaem na beiçada pelo que é fácil a
sua identificação.
A reprodução ocorre durante o Inverno no qual se podem observar
combates entre os machos adultos. Os Javalis com 8 meses já se
podem reproduzir.
As crias nascem em meados de Março em número que varia entre
as 2 e as 10 crias. Na época da parição, as fêmeas constróem
abrigos com vegetação, onde escondem as crias recém- nascidas.
É uma espécie omnívora que ingere raízes, frutos, insectos, minhocas,
carcaças, coelhos e répteis.
Na Tapada a população de Javalis é abundante embora não existam
dados concretos quanto ao seu número.
Para eliminar o excesso de Javalis e já que estes não têm predadores
naturais, é usada a caça. A caça ao Javali é feita nas noites de luar,
tendo o caçador que esperar em silêncio em pontos estratégicos
frequentados pelos animais.
5
COELHO BRAVO
Oryctolagus cuniculus
O coelho e a lebre representam a família dos Leporídeos em Portugal. Na Tapada só existe o
Coelho bravo.
O Coelho é menor que a lebre possuindo cauda e orelhas de pequeno tamanho.
Esta espécie vive em grandes famílias, que são muito activas ao fim do dia.
A reprodução ocorre durante todo o ano, mas a maioria das crias nascem entre Fevereiro e Agosto.
As crias nascem cegas e surdas, em número de 2-8. O parto tem lugar num ninho forrado com palhas e pêlos, estes
arrancados pela fêmea do seu próprio corpo.
Quando se sentem em perigo, fogem em zig-zag para despistar o predador.
O Coelho alimenta- se de cereais verdes, frutos, sementes, casca de árvore e erva.
Durante a visita podemos detectar a presença do Coelho pelos excrementos colocados em montinhos – latrinas e
com sorte pode-se mesmo observar alguns animais.
Dependendo da altura do ano e das condições meteorológicas pode- se ver mais ou menos animais ao longo da
visita, o que a torna mais emocionante e exige mais atenção por parte do visitante.
Se observarmos o solo, reparamos que por vezes ele se encontra escavado, indicação da actividade principalmente
nocturna do Javali. É esta espécie que escava o solo com o focinho à procura de raízes e minhocas que lhe servem
de alimento.
Ainda pelo vale são visíveis os tanques, alimentados por nascentes naturais, que servem de bebedouros
principalmente quando a Ribeira seca no Verão. Nestes tanques são visíveis algumas espécies de Anfíbios e Répteis
que abundam pela área.
Cágado-mediterrânico
(Mauremys leprosa)
Cobra de água viperina
(Natrix maura)
Rã verde
(Rana perezi)
Como estes animais são ectotérmicos (sem capacidade de produzir calor corporal) é mais provável a sua observação
durante o Verão.
Pode-se também observar os comedouros onde se colocam suplementos alimentares de
Verão e onde são visíveis as pedras de sal (estruturas de cor branca ou castanha).
As pedras de sal são conjuntos de sais minerais que facilitam o crescimento das hastes.
Como foi referido anteriormente, as hastes caem todos os anos na Primavera crescendo de
seguida e durante apenas três meses.
Com um crescimento tão rápido e sendo estruturas ósseas, as hastes com poucos minerais ficam fracas e
deformadas impossibilitando o acasalamento desses animais (só os machos vencedores é que acasalam).
O comboio inicia a subida em direcção às pastagens onde na Primavera se encontram as grandes manadas de
Gamos.
À medida que subimos é possível observarmos o muro da Tapada lá no alto dos montes à esquerda do comboio, que
tal como já foi referido, dá o nome a este parque já que o circunda
6
2ª paragem – Tojeira
Ao logo deste caminho os vestígios do incêndio de Setembro de 2003 são ainda visíveis na vegetação. As plantas
como não podem fugir ao fogo desenvolveram adaptações que aqui podem ser observadas.
O Pinheiro bravo ao ter uma casca grossa e ramos altos, protege-se do fogo rasteiro. As pinhas com o calor abrem e
libertam as sementes que irão germinar mais tarde.
O Sobreiro tem a cortiça que impede que o tronco arda.
Pode-se ver árvores completamente pretas mas cheias
de rebentos.
Os fetos aparecem logo após o incêndio já que possuem rizomas profundos e são estimulados pelo fogo.
Além de plantações de árvores, também se protegeu a própria
regeneração natural de algumas espécies.
Seguem-se 2 cercados com animais de pequeno tamanho existentes em liberdade na Tapada, mas que por serem
nocturnos ou demasiado esquivos são de difícil observação.
Mais uma vez é necessário o máximo de silêncio de modo a que se possa observar os animais sem os
perturbar.
GINETO
Genetta genetta
O Gineto e o Saca- rabos representam as famílias dos Viverrídeos e dos
Herpestídeos, respectivamente
O Gineto parece um gato pequeno, de pelagem cinzenta amarelada com
manchas escuras.
A cauda é comprida possuindo anéis alternadamente claros e escuros.
São animais nocturnos que trepam às árvores com facilidade.
Um hábito curioso destes animais que permite a sua detecção, é o facto de depositarem os seus excrementos sempre
no mesmo local, formando montinhos designados por “ latrinas”.
A reprodução ocorre em meados de Fevereiro/ Março e em Julho/Agosto.
Ao fim de 11 semanas, nascem as crias num ninho construído num tronco ou num buraco entre rochas.
É uma espécie carnívora que ingere roedores, aves e répteis.
7
SACA-RABOS
Herpestes ichneumon
O Saca- rabos apresenta o corpo muito alongado, com cauda comprida.
A pelagem tem cor cinzenta escura.
Vivem em famílias constituídas pela fêmea e pelas crias, podendo às vezes integrar o
macho.
A fêmea e as crias deslocam-se em “fila indiana” com a fêmea na dianteira. As crias
levam o focinho por baixo da cauda do elemento da frente, facto este que lhe deu o
nome de Saca-rabos.
A reprodução ocorre entre Fevereiro e Março, nascendo 1 a 4 crias em meados de Abril/ Maio.
É uma espécie carnívora que se alimenta de roedores, aves, lagartos e cobras. Pode ingerir também vegetais.
Seguindo o itinerário vamos agora abordar a única espécie que se encontra apenas em cativeiro e que merece o
nosso destaque – os Lobos.
LOBO IBÉRICO
Canis lupus signatus
O Lobo é um dos grandes predadores existentes em Portugal, embora a sua população seja reduzida.
Apresentam pelagem parda de pêlos curtos no Verão, enquanto que no Inverno os pêlos são densos e de cor
acinzentada.
As orelhas, pequenas e triangulares e os olhos de cor topázio dispostos obliquamente, distinguem esta espécie do
cão.
Estes animais têm uma óptima visão, com percepção do relevo e da distância, audição sensível e olfacto bem
apurado.
Na mente do ser humano ainda continuam bem presentes as histórias passadas de geração em geração em que o lobo
representa um grande perigo.
Esta imagem tem vindo a perder credibilidade embora continue presente. Observando os lobos concluímos que são
animais sociáveis, gostam de estar juntos mostrando afeição mútua.
8
São bastante tolerantes, gostam de brincar, sobretudo quando são jovens. São também bastante inteligentes e bem
disciplinados, já que isso os ajuda a sobreviver.
Constituem casais fiéis e são pais cuidadosos.
Esta espécie vive em alcateia onde existe uma hierarquia social bem definida baseada na idade, força e experiência.
No topo desta hierarquia encontra-se o casal “alfa” que constituem os líderes do grupo. São eles que acasalam, são
os primeiros a comer e identificam-se facilmente por exibirem as caudas levantadas.
A seguir aos “alfa” encontra-se um macho “beta” que mantém relações familiares estreitas com os lideres e que
pode, por vezes acasalar, com a fêmea “alfa”.
No fim da hierarquia aparece o “ômega” que pode ser macho ou fêmea e que é o alvo de perseguições pelos outros
elementos da alcateia. É o último a comer, a cauda encontra- se completamente no meio das patas posteriores e
normalmente é empurrado para um canto do território.
O lugar que um lobo vai ocupar na hierarquia é o resultado de constantes jogos e provas de força em que os vários
elementos exibem atitudes corporais, expressões faciais e posições de cauda que exprimem medo, submissão,
rendição ou dominância. Por fim há sempre um lobo que se submete ao outro adoptando posições de submissão.
Estas lutas rituais sucedem-se entre os machos por um lado, e as fêmeas por outro, existindo assim duas formações
paralelas cuja união representa o casal “alfa”. Este par não tem só a função de acasalar mas também lhes cabe a
responsabilidade de tomar as várias decisões das quais depende a sobrevivência de toda a alcateia.
O Lobo acasala uma vez por ano durante o Inverno sendo o período de gestação de cerca de 63 dias.
Esta espécie é carnívora, ingerindo na natureza cervídeos, coelhos, lebres e roedores. Com a escassez de presas
selvagens, os lobos começaram a caçar animais domésticos tais como ovelhas, cabras entre outros.
Na Tapada, como estes animais se encontram em cercado, é-lhes fornecida carne vinda de matadouro.
Neste momento, o casal existente (Teixo e Clarinha) foi cedido pelo Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, já que
a alcateia existente na Tapada era formada por indivíduos velhos que acabaram por morrer.
Ao cercado dos lobos, que como verificaram, são de difícil observação, segue-se um cercado com Veados.
Este cercado além de facilitar as observações desta espécie de hábitos crepusculares, funciona também como
maternidade. A população selvagem apresenta problemas de consanguinidade (provocada pela reprodução entre
indivíduos com elevado grau de parentesco), o que tem como consequências o aparecimento de indivíduos fracos e
uma reduzida taxa de natalidade. Para minimizar este problema, são colocados neste cercado veados provenientes de
outros locais do nosso país (Alentejo na sua maioria), sendo os juvenis libertados posteriormente.
Estando a terminar a parte pedestre do circuito, vamos em seguida visitar o Museu da Tojeira.
Neste museu observam-se inúmeras espécies embalsamadas conseguidas há já muitos anos atrás.
Na primeira sala do Museu (sala dos cervídeos) pode-se observar colecções de hastes de Gamo e de Veado. Essas
hastes pertenceram a um Gamo e a um Veado que estavam em cativeiro. Pela observação das colecções conclui- se
que as hastes vão aumentando à medida que o animal cresce mas a partir de uma certa idade as hastes começam a
regredir- velhice.
Segue-se uma sala onde irão encontrar várias espécies de mamíferos com várias informações sobre a sua biologia. A
caça também aqui é apresentada já que é praticada na Tapada, como o guia terá oportunidade de explicar.
9
Na sala nocturna, encontram as aves de rapina existentes em liberdade, assim como alguns mamíferos.
Na última sala encontram as aves de rapina diurnas fazendo-se alusões às técnicas de caça utilizadas por cada
espécie.
Os Anfíbios, Répteis e pequenas aves também estão representados, mostrando-se algumas curiosidades.
Também se podem observar vários tipos de madeira, frutos e sua utilização pelo Homem.
A evolução da paisagem da Tapada desde o incêndio pode ser acompanhada mediante a observação de sequências
de fotografias.
Seguem-se alguns esqueletos de Mamíferos onde se observam as diferentes dentições adaptadas aos hábitos
alimentares
Por fim encontramos um espaço onde se exibem os trabalhos enviados pelas escolas em resultado das visitas
efectuadas.
De regresso ao comboio vamos entrar na última etapa da visita.
3ª viagem de comboio
O comboio vai agora atravessar as pastagens pelo que é provável a observação de mais animais. Mais uma vez é
necessário a observação atenta e o silêncio.
Nesta etapa final a paisagem é deslumbrante, cheia de relevos. Num desses montes é
visível o Posto de Vigia que está activo de Verão e cujo objectivo é a detecção de
incêndios.
É o ponto mais alto da Tapada situado a 357 m de altitude.
Neste percurso é provável a observação de algumas aves de rapina que habitam na
Tapada, das quais se destaca pelo seu porte e pelo seu estatuto de conservação ”Em
perigo”, a Águia de Bonelli (Hieraaetus fasciatus).
O casal é frequentemente observado a caçar coelhos e pombos.
Águia de Bonelli
(Hieraaetus fasciatus)
Também se podem observar Peneireiros vulgares (Falco tinnunculus). São muito mais pequenos que as Bonellis e
apresentam as asas a terminar em bico. Patrulham o ar batendo rapidamente as asas, sem se mexerem do mesmo
local – peneirar. Ingerem sobretudo roedores e pequenos répteis.
Iniciando agora uma série de descidas vamos ainda encontrar Casas Florestais habitadas pelos Guardas Florestais e
por outros funcionários.
No vale, por entre os pinheiros pode-se ocasionalmente vislumbrar uma ave de rapina de porte considerável e de voo
acrobático. Trata-se do Açor (Accipiter gentilis) que caça sobretudo aves, e que nidifica nesta área.
Seguindo novamente pela Rua Principal encontramos a saída pelo que só nos resta as despedidas.
Esperamos que a visita vos tenha agradado e que este roteiro tenha contribuído para uma melhor compreensão da
mesma.
10