AGÊNCIA REGULADORA DE SERVIÇOS PÚBLICOS DO ESTADO DO MARANHÃO - ARSEP-MA ESTUDO DE TARIFAS SUMÁRIO Página 1 – Introdução 03 2 - O Custo dos Serviços de Água e Esgoto 04 2.1. O Enfoque do Custo Histórico 04 2.2. Os Dados Físico-Financeiros da CAEMA 05 2.1.1. Dados Físicos 06 2.2.2. Receitas Operacionais 06 2.2.3. As Despesas de Exploração 06 2.2.4. Investimento Remunerável e Remuneração do Investimento 06 2.3. Estimativa do Custo Eficiente da CAEMA 08 2.3.1. Os Custos da CAEMA e de outras Companhias Estaduais 08 2.3.2. O Custo Eficiente da CAEMA 10 3 – Classificação dos Usuários em Categorias Tarifárias 11 4 – A Situação Tarifária da CAEMA 12 4.1. Comparativo das Tarifas da CAEMA com Outras Cias. Estaduais 5 – Proposta de Realinhamento das Tarifas da CAEMA 14 16 5.1. Alternativa 1 – Coberturas Integral das DEX eficientes 18 5.2; Alternativa 2 - Cobertura de 80% do Custo Eficiente dos Serviços. 23 6. Conclusões e Recomendações 29 1-Introdução O presente trabalho tem como objetivo avaliar a situação tarifária da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA) e determinar a magnitude do reajuste tarifário necessário para dotar a Empresa das condições mínimas necessárias à sua viabilidade econômico-financeira, bem como propor alguns ajustes na a Estrutura Tarifária atual visando minorar alguns problemas existentes e torná-la mais eficaz no cumprimento dos seus objetivos. Para que a Operadora consiga operar eficientemente os sistemas de água e esgoto existentes e ainda promover a ampliação da oferta dos serviços para atender as demandas atuais e futuras, é indispensável que as tarifas praticadas remunerem adequadamente todos os recursos alocados na prestação dos serviços, gerando assim, recursos para financiar a ampliação e implantação de novos sistemas. As tarifas cobradas pelas Operadoras dos Serviços de Água e Esgoto são resultado de todo um sistema de prestação desses serviços, que mobiliza recursos, tecnologias e processos (produtivos, administrativos e de comercialização) para atender a demanda da sociedade. O nível de eficiência na gestão, operacional e administrativa, desses sistemas determina o nível dos custos resultantes e, em conseqüência, o nível das tarifas a serem praticadas. A definição e implantação de uma Estrutura Tarifária adequada requerem, da Operadora, preocupações permanentes visando: a) O aperfeiçoamento contínuo dos seus sistemas coorporativos (operacional, comercial e administrativo), de modo a garantir, de forma permanente, a prestação de serviços com qualidade, eficiência e custos mínimos, possibilitando a cobrança de tarifas módicas regidas por critérios de equidade e justiça social e que promovam, de forma sustentada, o equilíbrio financeiro da Operadora; b) A implantação e manutenção de um sistema de Custo que permita o conhecimento, de forma permanente e atualizada, de todos os componentes do Custo dos Serviços de Água e Esgoto prestados pela Operadora. Esse sistema de custos possibilitará a implantação de uma política tarifária baseada nos respectivos custos dos serviços, associados a padrões adequados de eficiência, bem como a avaliação e o planejamento dos subsídios cruzados pretendidos; e c) O conhecimento da demanda através de estudos do mercado, de forma a possibilitar a correta destinação dos subsídios cruzados, com base no perfil sócio-econômico e de consumo de cada tipo de usuário. Para isso, é particularmente importante o conhecimento do comportamento do consumo dos usuários residenciais, de modo a permitir o estabelecimento de critérios socialmente justos para a distribuição dos subsídios, de forma compatível com a auto-sustentação econômico-financeira da Operadora e a capacidade de pagamento da população. Para que se consiga praticar uma política tarifária eficiente, justa e que gere os recursos necessários ao desejável equilíbrio econômico-financeiro da Operadora, é necessário que ela seja capaz de sinalizar aos usuários de água e esgoto o verdadeiro custo da prestação desses serviços, bem como os subsídios concedidos, cuja finalidade deve restringir-se a tornar esses serviços acessíveis às populações mais pobres em níveis compatíveis com as suas necessidades sanitárias e suas rendas. 2-O Custo dos Serviços de Água e Esgoto A primeira etapa para se elaborar um Estudo de Tarifas é a determinação do Custo dos Serviços prestados, a ser repassado aos usuários através das tarifas. Para isso, é necessário se definir a metodologia a ser adotada que, além dos aspectos conceituais envolvidos, deverá considerar o sistema de informações da Operadora e a disponibilidade dos dados necessários. 2.1-O Enfoque do Custo Histórico O enfoque metodológico comumente utilizado para determinação do Custo dos Serviços de Água e Esgoto pelas Operadoras é o do Custo Médio ou Custo Histórico, que corresponde ao custo dos sistemas de água e esgoto que estão em operação. Para isso, foram realizados investimentos no passado e, no presente, são utilizados recursos humanos, tecnológicos e materiais para operar os sistemas e prestar os serviços demandados pela população. O custo econômico dos serviços de água e esgoto segundo esse conceito é formado pelos seguintes componentes: a) Despesas de Exploração Essas despesas correspondem a todos os custos incorridos para operar, manter e administrar os sistemas de água e esgoto existentes, como também aqueles relativos à comercialização dos serviços prestados. São representados pelas despesas com Pessoal, Produtos Químicos, Materiais, Energia Elétrica, Serviços de Terceiros, Despesas Gerais e Fiscais; b) Depreciações e Provisões A depreciação corresponde aos custos relativos aos desgastes das plantas, instalações, equipamentos e outros bens que compõem os sistemas de água e esgoto e são determinados a partir das respectivas vidas úteis. Ela representa a perda de utilidade dos sistemas que ocorre em função do uso, por obsolescência ou por outras causas. Também se incluem nesses custos as provisões para fazer face às perdas de créditos incobráveis relativos aos usuários dos serviços; c) Remuneração do Investimento em Operação Corresponde à remuneração dos recursos de capital utilizados para construir e operar os sistemas de água e esgoto pela Operadora, que incluem o capital circulante. Do ponto de vista do investidor, quer ele seja público ou privado, ao decidir aplicar os seus recursos na construção de sistemas de água e esgoto, ele deixou de aplicá-lo em outro projeto alternativo. Nesse sentido, sua decisão terá sido correta se os benefícios, públicos ou privados, gerados pelo investimento feito forem superiores ao do projeto alternativo. Do ponto de vista financeiro, dados os significativos benefícios de natureza social e muitas vezes não quantificáveis, considera-se aceitável uma remuneração do investimento de 12% ao ano para projetos de água e esgoto. Essa será a taxa de remuneração utilizada neste trabalho. Segundo este enfoque, portanto, o Custo dos Serviços é dado pela seguinte relação: CS = DEX + DEP + RI Onde. CS = Custo dos Serviços de Água e Esgoto; DEX = Despesas de Exploração; DEP = Depreciações e Provisões para débitos incobráveis de usuários; RI = Remuneração do Investimento Do ponto de vista financeiro os componentes do Custo dos Serviços correspondentes aos custos de capital - que são representados pelas “Depreciações e Provisões” e pela “Remuneração do Investimento” - não representam saídas de caixa a curto prazo, mas sim, provisões a serem utilizadas futuramente para gastos, tais como: investimentos para expansão ou de reposição dos sistemas produtivos ou para pagamento de empréstimos, quando financiados, além de todos os outros gastos que não contribuem diretamente para a prestação dos serviços, tais como: distribuição de dividendo, participação nos lucros, custos decorrentes de ineficiência do operador e outros. É importante ressaltar que, para fins de determinação das tarifas a serem cobradas dos usuários, todos os componentes do Custo dos Serviços devem ser apurados em regime de eficiência, ou seja, devem representar o menor custo possível de prestação dos serviços com os padrões de qualidade requeridos pela sociedade. 2.2 – Os Dados Físico-Financeiros da CAEMA Para apuração e estimativa do Custo dos Serviços da CAEMA foram levantados os dados contábeis disponíveis, desde o ano de 2008, referentes a todos os componentes citados anteriormente no item 2.1. Para os anos de 2008 e 2009 foram utilizados os dados referentes aos respectivos balanços encerrados. Para 2010 foram utilizados os dados referentes aos balancetes mensais até junho, exceto para as Despesas de Exploração, cujos dados contábeis apresentaram problemas de confiabilidade através de comportamentos muito irregulares. Por isso, optou-se por projetá-los para todo o ano de 2010 e 2011, com base nos dados contábeis referentes a 2009 e em dados extra-contábeis disponíveis, principalmente, referentes às despesas com pessoal. Concomitantemente, foi projetada, para 2010 e 2011, a expansão física esperada para a CAEMA, no que se refere ao crescimento das economias, ligações e volumes faturados para os serviços de água e esgoto. As projeções físico-financeiras foram realizadas a partir da análise dos dados disponíveis e de algumas premissas adotadas foram projetados, para esses anos. Foram projetados os valores relativos a cada componente do Custo dos Serviços, bem como as Receitas Operacionais esperadas com as tarifas atualmente vigentes. Essas projeções obedeceram aos seguintes critérios: 2.2.1. Dados Físicos: a) Ligações e Economias: Para água foi mantido, até dez/2011, a tendência de crescimento observada no período jan-set/2010 que corresponde a uma taxa média mensal de 0,65%. Para Esgoto, dada a oscilação observada no comportamento dessas ligações e economias, adotou-se um crescimento quase nulo no período (0,02% ao mês); b) Volumes Faturados: Para água e esgoto foram mantidos, até dez/2011, os volumes médios mensais por economia observados no período jandez/2010, pois apresentaram comportamento relativamente estáveis; c) Número de Empregados: Foi mantido até dez/2011 o número de empregados atual, que é de 2.278. 2.2.2. Receitas Operacionais a) Tarifas Médias: Admitiu-se que, salvo por razões de aumento tarifário, as tarifas médias de água e esgoto observadas no 1º semestre de 2010 se manterão até dez/2011. Isto significa manter, no histograma de consumo, à participação relativa dos usuários das diversas categorias tarifárias observadas nos últimos 12 meses; b) Receitas Tarifárias: Projetadas pelo produto dos volumes faturados pela tarifa média de cada serviço; c) Receita Indireta: foi mantida a mesma participação em relação às receitas tarifárias ou diretas; 2.2.3. Despesas de Exploração a) Pessoal: Para 2010, foram utilizadas informações extra-contábeis para o período jan-out/2010 e mantida a despesa de out/10 para os meses de novembro e dezembro. Para 2011, considerou-se a despesa média por empregado estimada para dez/2010 acrescida de 6% a título de dissídio a partir de maio/2011; b) Despesas com Produtos Químicos: Foram projetadas para 2010 e 2011 a partir do custo unitário por m3 faturado de água observado em 2009, corrigido mensalmente pela taxa de inflação equivalente a 5,5% para 2010 e 5% para 2011; c) Despesas com Energia Elétrica: Foram projetadas para 2010 e 2011 a partir do custo unitário por m3 faturado de água e esgoto observado em 2009, corrigido mensalmente pela taxa de inflação equivalente a 5,5% para 2010 e 5% para 2011; d) Outras Despesas de Exploração (Materiais, Serviços de Terceiro, Gerais e Fiscais): Foram projetadas para 2010 e 2011 a partir do custo unitário por ligação de água e esgoto observado em 2009, corrigido mensalmente pela taxa de inflação equivalente a 5,5% para 2010 e 5% para 2011. 2.2.4. Investimento Remunerável e Remuneração do Investimento a) Imobilizado Bruto em Operação: Resultado do valor constante do balanço do ano anterior, acrescido da incorporação de Obras em Andamento ao Ativo Operacional. Para 2010, foi mantida até dezembro a tendência de crescimento observado nos dados dos balancetes do 1º semestre. Para 2011, considerou-se a incorporação ao ativo operacional de 20% do saldo de Obras em Andamento constante do balancete de jun/2010 (último disponível); b) Depreciação Acumulada: Corresponde ao saldo constante do balanço do ano anterior acrescido da Depreciação Anual apurada para o ano em curso; c) Depreciação Anual: Projetada, para o 2º semestre de 2010 e para o ano de 2011, mantendo-se a taxa média observada no 1º semestre; d) Capital de Giro Remunerável: Considerou-se a soma de: i) 1 mês de receita operacional, para o limite remunerável do almoxarifado e ii) 1,5 mês de receita operacional, para o limite remunerável de Contas a Receber de usuários. Esses parâmetros correspondem a padrões aceitáveis de eficiência em empresas de saneamento; e) Despesas Capitalizáveis: Correspondem às despesas referentes às unidades administrativas da empresa responsáveis pela realização dos investimentos (áreas de projetos e obras); f) Imobilizado Líquido Médio: Corresponde à média dos Imobilizados Operacionais dos últimos dois anos já deduzidos das respectivas Depreciações Acumuladas; O Investimento Remunerável a ser utilizado para cálculo da Remuneração do Investimento corresponde à soma do Imobilizado Operacional Líquido Médio (item “f”) com o Capital de Giro Remunerável (item “d”). Para a Remuneração do Investimento que compõe o Custo dos Serviços considerou-se uma Taxa de Remuneração de 12% do Investimento Remunerável. O Quadro 1, apresentado a seguir, mostra os valores resultantes da apuração e estimativa do Custo dos Serviços da CAEMA para o período 2008-2011. Observa-se, no item 2, que o Custo dos Serviços da CAEMA de 2008 para 2009 teve um aumento nominal de cerca de 3,3%. Entretanto, considerando-se que o Volume Faturado Total (água + esgoto) caiu 0,3% (item 4), o Custo dos Serviços por m3 faturado (item 5) sofreu um aumento de 3,7%, passando de R$ 3,1515 / m3 para R$ 3,2666 / m3. Este percentual ainda situa-se abaixo da inflação média no período, que foi de 5,1%. Com relação aos valores projetados para 2010 e 2011 com base nos dados e critérios já referidos, chega-se a uma expectativa de crescimento para o Custo Total dos Serviços apresentado no item 2 de 8,1% e 7,4%. Considerando-se a manutenção da tendência de crescimento físico das ligações e dos padrões de consumo observados em 2010 (jan-set), espera-se uma recuperação nos volumes faturados de 5% em 2010 e 4,8% em 2011 (item 4). Com isso, o Custo dos Serviços por m3 apresentados no item 5, deverá crescer 2,9% em 2010 e 2,4% em 2011, crescimentos estes ainda abaixo das expectativas de inflação adotadas para o período, que foram de 5,5% em 2010 e 5,0% em 2011. Cabe lembrar que essas projeções para 2010 e 2011 foram realizadas mantendose os padrões de desempenho da CAEMA, sem a introdução, ainda, de metas para se chegar ao Custo Eficiente dos Serviços prestados pela CAEMA. Quadro 1 2.3. Estimativa do Custo Eficiente da CAEMA Conforme se observa pelos valores constantes no item 8 do Quadro 1, as tarifas vigentes da CAEMA permitiram a cobertura de apenas 44,0% do Custo dos Serviços observado em 2008 e 46,6% em 2009. Para 2010 e 2011 a expectativa é que as tarifas atualmente vigentes cubram apenas 44,6% e 43,4%, respectivamente, do custo projetado. Entretanto, há de se considerar que, conforme estabelece a legislação nacional para o setor de saneamento (Lei 11.445 de Jan/2007) o custo dos serviços a ser repassado para as tarifas deve atender padrões de eficiência. As ineficiências da concessionária não podem onerar os usuários. 2.3.1. Os Custos da CAEMA e de outras Companhias Estaduais de Saneamento. O Quadro 2 apresentado a seguir mostra os valores de três indicadores de custo referentes ao ano de 2008 para as 26 Companhias Estaduais de Saneamento Básico do Brasil. Esses valores constam do Sistema Nacional de Informações de Saneamento – SNIS de 2009. Foram excluídas da análise as Companhias do Amazonas (COSAMA), de Rondônia (CAERD) e do Acre (DEAS) por apresentarem indicadores completamente fora de padrão. Esses indicadores são usados neste trabalho para inferências sobre os níveis de eficiência dessa empresas. O primeiro, Despesas de Exploração por m3 faturado (DEX/m3), é o mais expressivo, pois reflete o custo total de operação, administração e comercialização dessas empresas e representa a parcela mais significativa do Custo dos Serviços. Os dois seguintes – Despesas de Pessoal por Economia e o Número de Economias de Água e Esgoto por Empregado – representam uma importante indicação da produtividade do pessoal. Quadro 2 No Gráfico 1 pode-se observar o comportamento das DEX/m3 das Companhias Estaduais ordenadas de forma crescente. Gráfico 1 CASAN AGESPISA DESO CAEMA COSANPA CORSAN CAESB CASAL SANEATINS SANEAGO SANESUL COMPESA CAGEPA CAERN CAESA CAER COPASA EMBASA CAGECE CEDAE CESAN SABESP 2,40 2,20 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 SANEPAR R$ / m3 faturado COMPANHIAS ESTADUAIS DE SANEAMENTO Despesas de Exploração por m3 Faturado (A+E) - SNIS 2009 Esse indicador varia num intervalo de R$ 1,13 / m3 (SANEPAR) até R$ 2,20 / m3 para a CASAN. A CAEMA situa-se na parte superior do intervalo com um valor em torno de R$ 1,99 / m3, conforme destacado no gráfico 1. No Gráfico 2 observa-se o comportamento dos indicadores relativos à produtividade do pessoal para essas Empresas Estaduais. As colunas azuis representam a Despesa Mensal de Pessoal por Economia em ordem crescente, enquanto a linha amarela, com escala à direita, ilustra o comportamento do número de Economias de Água e Esgoto por Empregado Total. Verifica-se que a CAEMA situa-se no terço superior com relação às Despesas por Economia, com um valor de R$ 18,33 / mês, e entre aquelas de mais baixa produtividade do pessoal, com uma relação de apenas cerca de 206 economias por empregado. Gráfico 2 Desp.Pessoal por Economia Economias / Empregado Total CAESA CAESB CASAN COSANPA AGESPISA DESO CAEMA CAER CEDAE CAGEPA SANESUL CASAL CORSAN CESAN SANEATINS CAERN SANEAGO SABESP COMPESA CAGECE COPASA 650 600 550 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 EMBASA 26 24 22 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 SANEPAR R$ / Economia-mês INDICADORES DE PESSOAL Companhias Estaduais de Saneamento Básico - SNIS 2009 Economias por Empregado Total 2.3.2 – O Custo Eficiente da CAEMA Como paradigma de eficiência para a CAEMA considerou-se a Despesa de Exploração por m3 Faturado média das cinco melhores empresas de saneamento do Nordeste, que são, pela ordem: CAGECE (R$1,26), EMBASA (R$1,32), CAERN (R$1,69), CAGEPA (R$1,74) E COMPESA (R$1,75). O DEX / m3 médio dessas empresas situa-se em torno de R$ 1,55 / m3 faturado de água e esgoto. Esse valor corresponde a cerca de 78% do valor referente à CAEMA (R$1,99). Para fins do presente estudo considerou-se que o Custo Eficiente dos Serviços prestados pela CAEMA seria atingido mediante de uma redução de 20% em suas Despesas de Exploração por m3 faturado. O Quadro 3 seguinte apresenta o impacto dessa redução no Custo dos Serviços estimado para 2011. Observa-se, no item 4, que essa redução de 20% nas Despesas de Exploração representarão um a redução de 14,16% no Custo dos Serviços e, portanto, nas necessidades tarifárias para se atingir a cobertura integral desse custo eficiente. Mesmo assim, as tarifas atualmente vigentes estariam cobrindo apenas 50,6% desse custo, conforme se verifica no item 7 desse Quadro 3. Quadro 3 3. Classificação dos Usuários em Categorias Tarifárias Tradicionalmente as empresas de água e esgoto no Brasil utilizam as categorias tarifárias de usuários: Residencial, Comercial, Industrial e Pública. Categoria Residencial A Categoria Residencial corresponde às famílias e a utilização dos serviços se destina, primeiramente, ao atendimento das necessidades básicas de higiene, alimentação, limpeza, etc. e, em segundo lugar, a outras necessidades que, com o crescimento do consumo, vão se tornando cada vez menos essenciais e mais suntuárias. Em razão essa diversidade de uso, esta categoria é a que requer uma maior sofisticação na metodologia tarifária, no sentido de fazer com que a estrutura tarifária sinalize ao usuário o valor social de cada m 3 consumido. Categorias Comercial e Industrial As categorias Comercial e Industrial abrigam os usuários que exercem atividades econômicas voltadas para a produção e comercialização de bens e serviços. Esses usuários utilizam os serviços de água e esgoto tanto para fins sanitários de seus empregados quanto no exercício de suas atividades econômicas. O que os distingue dos usuários residenciais é que orientam a utilização dos serviços de água e esgoto segundo critérios de racionalidade econômica e, por atuarem em mercados competitivos, têm a necessidade de minimizar custos procurando as melhores alternativas na utilização dos seus recursos visando maximizarem seus resultados. Nesse sentido, os custos relativos às contas de água e esgoto estão incluídos no custo do negócio e serão internalizados nos preços de venda dos produtos ou serviços comercializados. Apesar de, normalmente, as concessionárias estabelecerem tarifas maiores para os usuários industriais, em princípio, não há razão para que as tarifas sejam diferentes para essas duas categorias. Poderiam pertencer a uma única categoria tarifária. Por isso, é desnecessário que a Operadora, ao definir a sua estrutura e valores tarifários, tenha preocupações com a racionalização do consumo - que é tão fundamental para os usuários residenciais. Para esses usuários comerciais e industriais a operadora deve orientar sua política tarifária de modo a conciliar os seguintes aspectos: i) Evitar a fuga desses usuários do sistema, mantendo sua tarifa máxima abaixo do custo da fonte alternativa de abastecimento, de modo a manter a atratividade para os mesmos, e ii) Gerar excedente financeiro através da cobrança de tarifas acima do custo dos serviços, de modo a contribuir para a viabilização de seus objetivos sociais, que são prioritários do ponto de vista da sociedade, notadamente na busca da universalização dos serviços. As exceções referem-se aos pequenos negócios, muitas vezes destinados apenas à subsistência da família, para os quais pode se justificar uma preocupação social e a concessão de algum subsídio tarifário, que deve ser limitado aos pequenos consumos para fins sanitários. Nessas categorias também, podem estar incluídos grandes consumidores, que, muitas vezes, requerem condições especiais de fornecimento. Para esses casos, é mais conveniente à operadora estabelecer contratos de prestação de serviços em condições especiais de quantidade, qualidade e preço. Pública A categoria denominada de Pública normalmente é composta pelos os usuários, governamentais e não governamentais, que exercem atividades não lucrativas de natureza pública, assistencial, beneficente, filantrópica ou até mesmo religiosa. Para esses usuários, em princípio, não há razão para preocupações de natureza distributiva e o tratamento tarifário deveria ser o mais neutro possível, procurandose cobrar o Custo dos Serviços. Entretanto, por tratar-se de consumidores que, ao contrário dos comerciais e industriais, não tem estímulos naturais a um comportamento racional de consumo – depende de ações individuais ligadas à conscientização dos responsáveis – é recomendável a Empresa adote em certo grau de progressividade nas tarifas, como forma de estimular a racionalização do uso e o controle de desperdícios. Além disso, também contribuem na geração de fundos para viabilização dos subsídios. 4. A Situação Tarifária da CAEMA 4.1-Análise da Estrutura Tarifária Atual da CAEMA Na Estrutura Tarifária da CAEMA os usuários são classificados nas quatro categorias tradicionais: residencial, comercial, industrial e público. Para a Categoria Residencial, além dos usuários normais, as tarifas praticadas diferenciam em uma subcategoria denominada de Popular (inclui também entidades filantrópicas), cujas tarifas têm descontos, em relação às tarifas normais, para todas as faixas de consumo, que variam de 10% a 18,5%. Para a conta mínima (consumo até 10 m3 mensais), o desconto é de 13,8%. Na Categoria Comercial também há uma sub-categoria denominada Pequenos Negócios, cuja conta mínima tem um desconto de 40,18% em relação à Categoria Comercial. É cobrado um consumo mínimo compulsório de 10 m3 mensais para os usuários residenciais e de 15 m3 mensais para os demais. As tarifas de esgoto correspondem a 100% do valor das tarifas de água. O Quadro 4 a seguir apresenta os valores das tarifas atuais da CAEMA para todas as categorias de usuários e faixas de consumo. Quadro 4 – Tarifas Vigentes Observa-se que a maior tarifa aplicada pela CAEMA (R$7,68), que é a tarifa industrial para consumos acima de 50 m3/mês, é quase 9 vezes maior do que a menor tarifa residencial normal (R$0,87) e mais de 5 vezes a Tarifa Média atual, que está em torno de R$ 1,50. Essa tarifa máxima corresponde a cerca de 2,6 vezes o Custo Eficiente dos Serviços apresentado no item 4 do Quadro 3, enquanto que a segunda representa apenas 29,4% desse custo. Essa excessiva amplitude no campo de variação das tarifas da CAEMA é resultado da prática comum entre as empresas de saneamento de aplicar, a cada reajuste ou revisão das tarifas, aumentos tarifários menores para os pequenos consumos residenciais e mais elevados para os altos consumos. Essa prática quando exercida de forma continuada e sem uma análise criteriosa – que é o que tem ocorrido ao longo dos últimos anos – acumulada distorções no sinal tarifário com reflexos na situação econômico-financeiro da Empresa, que se acentuam na medida em que essas tarifas, para os grandes consumos, se aproximam do custo de fontes alternativas de abastecimento. Nesse momento, a fuga desses usuários do sistema reduzirá os excedentes gerados, com significativa perda financeira para a Empresa, podendo comprometer o esquema de subsídios cruzados, destinado a viabilizar os consumos sociais vinculados a requisitos de saúde pública. Isto já vem ocorrendo na CAEMA e sua correção exige um ajuste imediato na estrutura visando tornar as tarifas para os grandes consumidores mais competitivas com as fontes alternativas de abastecimento. Os subsídios às tarifas para os consumos de natureza social devem ser focados na camada da população que não dispõe de capacidade de pagamento para pagar o custo dos serviços e deve privilegiar apenas os consumos destinados ao atendimento das necessidades básicas de natureza sanitária e de saúde pública. Historicamente, os organismos governamentais e bancos de fomento consideram aceitável um comprometimento correspondente a até 5% do Salário Mínimo para os gastos com água e esgoto. Considerando-se um Salário Mínimo de R$ 540,00, a conta mínima atual da CAEMA para água e esgoto corresponde a um percentual de apenas 3,4% para a Categoria Residencial Normal e 2,9% para a Sub-categoria Residencial Popular. No Gráfico 3 a seguir pode-se visualizar o comportamento da tarifa média paga por cada categoria de usuário na medida em que o consumo mensal cresce, em comparação com o Custo Eficiente estimado para CAEMA conforme Quadro 3. Observa-se no Gráfico 3 que a curva correspondente à Categoria Residencial goza de subsídios expressivos até o consumo de, aproximadamente, 55 m3 mensais (curva azul abaixo da linha do custo eficiente). Cabe lembrar que cerca de 99,5% desses usuários tem consumo até 50 m3. Portanto, praticamente todos os usuários residenciais são contemplados com tarifas subsidiadas, o que é um exagero, principalmente se considerarmos que os consumos acima de 15 m3/mês destinam-se predominantemente a usos mais supérfluos, suntuários ou perdulários. Gráfico 3 Para os demais usuários (não residenciais) verifica-se que todas as curvas tarifárias situam-se acima da linha do custo eficiente, qualquer que seja o nível de consumo do usuário. Para os usuários comerciais, industriais e públicos, os consumos acima de 50 m3 mensais pagam tarifas cerca de 2,2, 2,6 e 1,9 vezes o custo eficiente estimado para a CAEMA, respectivamente. Cabe lembrar que, diferentemente dos usuários residenciais, as categorias industrial e pública concentram parcela significativa de seus usuários nessa faixa de consumo: 39% e 35%, respectivamente. Para os usuários comerciais, devido à maior pulverização em atividades de menor porte, a distribuição por faixa de consumo assume um outro perfil: 71,4% tem consumo até 15 m3/mês e pagam tarifa 12% acima do custo eficiente; 26,1% situam-se na faixa de 15 a 50 m3/mês onde a tarifa situa-se 91% acima desse custo; enquanto que, os restantes 2,5% dos usuários têm consumo acima de 50 m3/mês onde a tarifa é 120% maior que o custo. Para os usuários da subcategoria Pequenos Negócios apenas a tarifa para os primeiros 15 m3/mês (R$ 1,98/m3), que abriga cerca de 11,5% dos usuários comerciais, situa-se cerca de 33% abaixo do custo eficiente. As demais são as mesmas cobradas dos usuários comerciais normais e, como referido anteriormente, estão acima do custo. 4.1 – Comparativo das Tarifas da CAEMA com Outras Companhias Estaduais de Saneamento. Utilizando informações disponibilizadas nos sites das Empresas Estaduais de Saneamento, foi possível construir o Gráfico 4, apresentado a seguir, que ilustra os valores das contas de água residencial para consumos de 10, 30 e 50 m3/mês, ordenados pela conta mínima de 10 m3/mês. Verifica-se que a CEAMA tem a menor conta mínima de água (R$ 8,70/mês), enquanto que, tanto para os consumos de 30 quanto de 50 m3/mês a sua conta é a 2ª menor. Gráfico 4 Os três Gráficos seguintes ilustram uma análise comparativa entre os valores das contas de água considerando-se apenas as Companhias Estaduais de Saneamento do Nordeste e os seguintes níveis de consumo por categoria: 10, 30 e 50 m3 para a categoria residencial; 15, 50 e 100 m3/mês para a categoria comercial; e 30, 50 e 100 m3/mês para a categoria industrial. Inicialmente, constata-se, pelo Gráfico 5, que as tarifas residenciais da CAEMA (curva azul) encontram-se destacadamente no menor patamar entre essas empresas, enquanto que, para as categorias comercial (gráfico 6) e industrial (gráfico 7), apesar de também situar-se entre as empresas com menores tarifas, as diferenças não são tão acentuadas. Gráfico 5 Categoria Residencial Gráfico 6 Categoria Comercial Gráfico 7 Categoria Industrial Isto demonstra que há espaço para um realinhamento das tarifas da CAEMA visando, de um lado corrigir as maiores distorções atualmente existentes nos níveis tarifários para as diferentes categorias de usuários e, de outro, melhorar a condição econômico-financeira da empresa com a elevação do grau de cobertura do custo dos serviços 5. Proposta de Realinhamento das Tarifas da CAEMA Assumindo-se o nível de Custo Eficiente da CAEMA estimado no item 2.4.2 – até que a Empresa disponha de mais elementos para uma apuração mais fidedigna do mesmo – a cobertura integral desse custo exigiria uma tarifa média cerca de 98% maior do que a atual. Convém salientar que, para elevação dessa tarifa média, além dos reajustes, a empresa pode aperfeiçoar seus sistemas operacionais, administrativos e comerciais, de modo a: Conhecer adequadamente os níveis de consumos de seus usuários através de um sistema de medição eficiente e abrangente; Conhecer as características de consumo dos vários tipos de usuários, visando estabelecer o sinal tarifário mais adequado, de modo a elevar a eficiência da estrutura tarifária e maximizar a tarifa média resultante; Dar tratamento tarifário adequado aos grandes consumidores não residenciais, através de mecanismos mais específicos para esses clientes que facilite a gestão desse mercado. Essas ações contribuirão positivamente na busca da cobertura integral do custo dos serviços e minimizarão a necessidade de reajustes. No presente momento, a busca da cobertura integral do custo dos serviços apenas através de aumentos tarifários resultaria em aumentos exagerados nas contas dos usuários (superiores a 100%), principalmente para os menores consumos, em função dos necessários ajustes na estrutura. Sua aplicação seria extremamente traumática e com alto risco de não se atingir os objetivos desejados. Considerando os problemas de imagem da Empresa junto à população, essa tentativa certamente viria acompanhada de aumento da inadimplência, que poderia reduzir ou dificultar os ganhos financeiros esperados. Conforme salientado no início, para que se consiga praticar uma política tarifária eficiente, justa e que gere, de forma permanente, os recursos necessários ao desejável equilíbrio econômico-financeiro da Operadora, é necessário a implementação de um plano de ação que garanta o aperfeiçoamento contínuo dos seus sistemas coorporativos (operacional, comercial e administrativo), de modo a atingir padrões adequados de eficiência e qualidade na prestação de serviços, minimizando os custos envolvidos e possibilitando a cobrança de tarifas módicas, regidas por critérios de equidade e justiça social e que promovam, de forma sustentada, o equilíbrio financeiro da Operadora. Somente com o desenvolvimento deste plano de ação a Empresa terá um cenário mais claro da sua realidade em termos de custos eficientes, das características do seu mercado de clientes, da qualidade dos serviços que presta e, nesse momento, poderá estabelecer uma política tarifária adequada a cada tipo de usuário e que cumpra com os seus objetivos de eficiência, modicidade e de equilíbrio econômico-financeiro da concessionária. Neste trabalho são propostas duas alternativas para o realinhamento emergencial das tarifas com o objetivo minorar alguns problemas existentes e melhorar a condição econômico-financeira da empresa. Os principais ajustes propostos para a estrutura tarifária introduzidos são os seguintes: 1) Limitar os descontos nas tarifas da sub-categoria Residencial Popular às duas primeiras faixas de consumo. Carece de sentido a concessão de descontos para altos consumos. Com essa alteração se espera minorar o impacto dos aumentos tarifários para os consumos essenciais da categoria popular, mantendo as condições de viabilidade social das tarifas; 2) Reduzir de 3 para 2 faixas tarifárias a estrutura para usuários comercial e industrial, que passariam a ter apenas duas faixas: até 15 m3/mês a acima de 15 m3/mês. Essa alteração contribuirá para tornar mais competitivo os serviços da CAEMA para os grandes consumidores dessas categorias, evitando a sua fuga do sistema. 3) Desmembrar a faixa de consumo de 10 a 30 m3/mês da categoria residencial em duas: consumos de 10 a 20 e consumos de 20 a 30 m3/mês, com diferenciação das tarifas. Além disso, para corrigir os problemas de progressividade das curvas tarifárias de todas as categorias já pontadas no item 3, os aumentos nas tarifas das faixas serão discrepantes com uma tendência decrescente. Por isso, e em razão da grande defasagem tarifária existente atualmente, os aumentos tarifários propostos são elevados, notadamente para os pequenos usuários. Mesmo diante da necessidade de aplicar os maiores aumentos para os pequenos consumos, no estabelecimento dos valores das tarifas, procurou-se preservar a condição de viabilidade social das tarifas residenciais mantendo-se a conta mínima de água e esgoto dentro de patamares aceitáveis de comprometimento de renda das famílias mais pobres. Para isso, utilizou-se como indicador o percentual do salário mínimo representado pela conta mínima de água e esgoto. Apesar do referido limite histórico de 5% do salário mínimo utilizado para a conta mínima de água e esgoto como condição de viabilidade social das tarifas, atualmente muitas empresas de saneamento vem praticando percentuais mais elevados. O Gráfico 8 seguinte mostra os percentuais correspondentes a seis empresas do nordeste. No limite inferior encontra-se a CAEMA com 3,22% e no limite superior a COMPESA com 8,65%, considerando-se um Salário Mínimo para 2011 de R$ 540,00. Gráfico 8 Nas alternativas propostas procurou-se manter o menor percentual do salário mínimo possível, desde que não comprometesse os ajustes necessários na estrutura tarifária. Do ponto de vista financeiro, atualmente a CAEMA não detém qualquer autonomia, pois sua receita é insuficiente até mesmo para fazer face às despesas de custeio (despesas de exploração). Depende da subvenção de recursos do Estado para honrar boa parte de seus compromissos correntes. Diante deste quadro, o realinhamento tarifário aqui proposto tem como premissa básica uma elevação no grau de cobertura dos custos pelas tarifas, que atualmente, mesmo considerando-se uma redução de 20% das Despesas de Exploração, estaria em torno de 50% do custo eficiente. A partir dessa definição, são propostas as seguintes alternativas: Alternativa 1: Empírica – valores tarifários determinados de forma empírica com base em avaliações realizadas pelos gerentes e dirigentes da CAEMA. Alternativa 2: Técnica – valores tarifários indexados ao custo eficiente dos serviços, de modo a se atingir o grau de cobertura inicial estabelecido (80% do custo). 5.1. Alternativa 1 - Empírica Os ajustes na estrutura tarifária nesta alternativa consistem no seguinte: a) Subdivisão da 2ª faixa tarifária residencial (consumos de 10 a 30 m3/mês) em duas (de 10 a 20 m3 e de 20 a 30 m3); b) Adoção de apenas duas faixas tarifárias para as categorias não residenciais (até 15 e acima de 15 m3/mês). c) Limitar o desconto nas tarifas para os usuários da subcategoria popular apenas aos consumos até 20 m3/mês, cujas tarifas (para as duas faixas iniciais) corresponderão a 70% das tarifas normais. Os valores das tarifas para cada faixa de consumo e categoria de usuário foram estabelecidos de forma empírica, a partir de avaliações da consultoria, dos gerentes e dirigentes da Empresa, com vistas a solucionar os principais problemas existentes, conforme já comentado. As tarifas resultantes referentes são apresentadas no Quadro 6 a seguir. Quadro 5 – Alternativa 1 Os reajustes para as tarifas das faixas das diversas categorias são apresentados no Quadro 5 seguinte e tem um comportamento irregular, com predominância decrescente, para permitir a necessária correção nos níveis de progressividade das tarifas. Quadro 6 – Alternativa 1 Para os altos consumos (acima de 50 m3) os aumentos tarifários são mais reduzidos sendo que, em razão da unificação das duas últimas faixas tarifárias, haverá até mesmo uma redução nas tarifas para os consumos industriais. Atualmente essa faixa de consumo para esses usuários é excessivamente penalizada com tarifas que chegam a mais de 5 vezes a tarifa média, o que tem criado problemas de competitividade com a perda de atratividade junto aos grandes usuários. Os gráficos 9, 10 e 11 mostram os perfis das curvas tarifárias (vigentes e propostas) com a evolução da tarifa média na medida em que o consumo cresce, para todas as categorias tarifárias. Gráfico 9 No Gráfico 9, a intersecção de cada curva com a linha vermelha correspondente ao Custo Eficiente caracteriza o nível de consumo até o qual o usuário é beneficiado com subsídio, ou seja, paga uma tarifa média inferior ao custo. Para os usuários residenciais normais, por exemplo, verifica-se que com as tarifas atuais (curva verde pontilhada) esse subsídio ocorre até um consumo de 55,8 m3, enquanto que, com as tarifas propostas (curva verde cheia) esse nível de consumo subsidiado será reduzido para algo em torno dos 34 m3/mês. Considerando-se que cerca de 99,3% dos usuários residenciais consomem menos que 50 m3, conforme é mostrado no Quadro 7 mais adiante, pode-se afirmar que quase todos os usuários residenciais pagam tarifas subsidiadas, mesmo após o aumento tarifário proposto nesta alternativa 1, já que 96,4% consomem até 30 m3. Este fato indica uma clara distorção do sinal tarifário proporcionado pelas tarifas atuais através da concessão de benefícios excessivos às categorias residenciais em prejuízos das categorias não residenciais, que são oneradas com sobrepreços extremamente elevados. Para as categorias comercial, industrial e pública, que tiveram as suas estruturas e valores tarifários unificados, observa-se no Gráfico 10, que as curvas tarifárias situam-se sempre acima da linha do custo, indicando que as tarifas médias pagas são superiores ao custo para todos os níveis de consumo. A única exceção refere-se às tarifas vigentes para os pequenos negócios (curva azul pontilhada no gráfico 11) que, exceto as deformações decorrentes da cobrança de consumo mínimo, concede algum subsídio até o consumo mensal de 22,5 m3. Gráfico 10 Gráfico 11 O Quadro 7 apresenta uma avaliação dos impactos da aplicação dessa alternativa 1 nas contas referentes a alguns níveis de consumo dos usuários da categoria residencial normal (colunas 2, 3 e 4). Quadro 7 – Alternativa 1 A coluna 4 mostra os aumentos esperados nas contas de água e esgoto dos usuários residenciais, enquanto que na coluna 5 pode-se observar o grau de cobertura do custo eficiente correspondente a cada nível de consumo. Assim os usuários residenciais com consumo de 10 m3/mês, que atualmente pagam uma conta que cobre apenas 29,4% do custo, terão um aumento de 72,4% na conta e passarão a cobrir 50,7% do custo eficiente. O subsídio concedido, portanto, seria reduzido de 70,6% para 49,3% do custo eficiente. Observe-se na coluna 8 que 96,4% dos usuários residenciais consomem menos que 30 m3, consumo para o qual o subsídio ainda é da ordem de 10,6% do custo. Portanto, pode-se afirmar que quase todos os usuários residenciais pagam tarifas subsidiadas, mesmo após o aumento tarifário proposto nesta alternativa 1. Esses subsídios, entretanto, são decrescentes com o aumento do consumo até cera de 34 m3/mês, quando a tarifa passa a ter sobre-preços crescentes que, todavia, afetam menos de 3% dos usuários. O Quadro 8 apresenta uma avaliação dos aumentos nas contas de água e esgoto para níveis de consumo de até 100 m3/mês para todas as categorias e subcategorias tarifárias. A última linha indica apenas uma tendência. Quadro 8 – Alternativa 1 O Gráfico 12, por sua vez, mostra os perfis dos aumentos tarifários para todas as categorias e subcategorias de usuários. Gráfico 12 Em termos de comparativo com as outras Companhias Estaduais de Saneamento apresentadas no Gráfico 4, a Conta Mínima de Água e Esgoto da CAEMA, que vai de R$ 17,40 para R$ 30,00, passa apenas da 1ª para a 5ª menor entre essas empresas. Em relação ao percentual do Salário Mínimo, essa conta mínima evolui de 3,2% para 5,6%. Quanto ao impacto das tarifas dessa alternativa 1 na situação econômicofinanceira da CAEMA, o Quadro 9 a seguir mostra um resumo dos principais resultados. Quadro 9 – Alternativa 1 Considerando-se uma elasticidade-prêço de -10%, o aumento esperado na receita é da ordem de 41,7%, o que permitirá a cobertura de 108,7% das Despesas de Exploração e uma elevação do Grau de Cobertura do Custo Eficiente de 50,6% para 71,7%. 5.2. Alternativa 2 - Cobertura de 80% do Custo Eficiente dos Serviços. Nessa alternativa 2 – que mantém todos os ajustes na estrutura tarifária adotados na alternativa 1 - procura-se estabelecer o sinal tarifário a partir de uma referência do Custo dos Serviços em regime de eficiência. Por isso, além da meta de cobertura reportar-se ao custo (80% do custo eficiente), as tarifas das faixas tarifária para todas as categorias de usuários foram estabelecidas mediante indexação a esse custo. O Quadro 10 apresenta os percentuais do Custo Eficiente correspondentes a cada tarifa para cada categoria e faixa de consumo, enquanto que no Quadro 11 pode-se observar os respectivos aumentos nas tarifas correspondentes. Essa alternativa 2 representa um avanço significativo, tanto em termos de cobertura do Custo Eficiente, que passa de 50,6% para 80,1%, quanto nos critérios adotadas para determinação das tarifas, que passam a ter uma referência direta com o valor do custo eficiente, permitindo total transparência no esquema de subsídios e sobre-preços.adotado. Do Quadro 10 infere-se que os subsídios concentram-se na 1ª faixa de consumo dos usuários residenciais normais, cuja tarifa cobre 55% do custo (subsídio de 45% do custo para consumo até 10 m3/mês) e nas duas primeiras faixas dos usuários da subcategoria popular, com cobertura de 38,5% e 70,0% do custo, respectivamente (subsídios de 61,5% para os consumos até 10 m3 e 30,0%. para consumos de 10 a 20 m3). Quadro 10 – Alternativa 2 O Quadro 11 mostra os percentuais de reajuste da tarifa de cada categoria tarifária e faixa de consumo. Conforme referido anteriormente, os valores das tarifas estão indexados ao custo eficiente e esses percentuais de reajuste são resultantes. Observa-se que os menores percentuais de reajuste correspondem à faixa de consumo maior que 50 m3 mensais, com destaque para a categoria industrial que tem o menor reajuste (15,5%). Isto decorre dos ajustes na progressividade das tarifas. Quadro 11 – Alternativa 2 O Quadro 12 seguinte apresenta os valores das novas tarifas para todas as categorias de usuários. A conta mínima residencial para água e esgoto deverá corresponder a 6,0% do salário mínimo para os usuários normais e 4,2% para os usuários da subcategoria popular. Ressalte-se que a simplificação na estrutura tarifária para usuários não residenciais, decorrente da redução para apenas duas faixas de consumo, reduz a amplitude de variação das tarifas, com reflexos no aumento da competitividade e da atratividade das tarifas da CAEMA para os grandes usuários, notadamente os industriais. Mesmo equivalendo a 300% do custo eficiente a tarifa para consumos acima de 15 m3/mês, correspondem a apenas 5,4 vezes a tarifa da 1ª faixa residencial contra uma relação de quase 9 vezes atualmente. Quadro 12 - Alternativa 2 O Quadro 13 a seguir apresenta uma avaliação do impacto da aplicação dessa alternativa 2 na tarifa a ser cobrada dos grandes consumos não residenciais. Observa-se que atualmente as tarifas máximas para os usuários comerciais, industriais e públicos (consumos acima de 50 m3/mês) são de R$ 6,48, R$ 7,68 e R$ 5,64 por metro cúbico, respectivamente. Com a alternativa 2 essas tarifas serão unificadas no valor de R$ 8,87/m3. Quadro 13 - Alternativa 2 Para as categorias comercial, industrial e pública, a relação das tarifas máximas vigentes com a tarifa mínima residencial (R$ 0,87/m3) é, atualmente, de 7,4, 8,8 e 6,5 vezes, respectivamente. Com a alternativa 2 essa relação será reduzida para 5,5 vezes para as três categorias. Em relação à Tarifa Média Geral de água e esgoto atualmente essas tarifas máximas correspondem a 4,3, 5,1 e 3,8 vezes, respectivamente. Com as tarifas da alternativa 2 a tarifa máxima para as categorias não residenciais representará apenas 3,7 vezes a Tarifa Média Geral, conforme se observa nas duas últimas colunas do Quadro 13.. Falta, entretanto, conhecer o custo das fontes alternativas de abastecimento dos grandes usuários, principalmente das categorias comercial e industrial, para que se possa estabelecer, futuramente, uma política de preços mais adequada, que mantenha a atratividade dos serviços prestados pela CAEMA. Enquanto isso, a simplificação da estrutura tarifária, associada aos critérios utilizados para a fixação dos valores das tarifas nesta alternativa 2, além de elevar o nível das tarifas para um patamar mais compatível com o custo eficiente, produz uma redistribuição da carga tarifária mais ajustada às características de consumo dos usuários das diversas categorias. O Quadro 14 seguinte apresenta os percentuais de aumento nas contas para níveis de consumo até 100 m3/mês da categoria residencial, bem como o nível de cobertura do custo e a distribuição dos usuários por níveis de consumo. Quadro 14 - Alternativa 2 O grau de cobertura do custo eficiente para os usuários com consumo mínimo de 10 m3/mês é da ordem de 55% (subsídio de 45%). Essa cobertura se eleva com o aumento do consumo atingindo 100% quando o consumo chega a cerca de 29 m3/mês. A partir desse nível as tarifas serão taxadas com sobre-preços crescentes Observe-se que acima de 30 m3/mês tem-se apenas 3,58% dos usuários residenciais (coluna 8 do quadro 14). O Quadro 15 a seguir mostra os aumentos para todas as categorias tarifárias, sendo que para os consumos superiores a 100 m3 é mostrada na última linha apenas a tendência dos aumentos quando o consumo cresce. Os perfis desses aumentos podem ser visualizados no Gráfico 13. Quadro 15 Gráfico 13 Constata-se, no Quadro 15, que os menores aumentos deverão ocorrer para os usuários industriais, pois atualmente, conforme já referido, são excessivamente penalizados com tarifas mais de 5 vezes a tarifa média – o que tem provocado um aumento na fuga do sistema – e, por isso, são, deliberadamente, os principais beneficiados com a simplificação da estrutura e unificação das tarifas não residenciais. No Gráfico 14, visualiza-se que, com as tarifas desta alternativa 2 (curva verde cheia), os consumos residenciais beneficiados com subsídio serão reduzidos de até 55,8 m3/mês atuais (interseção da linha vermelha do custo com a curva verde pontilhada) para até cerca de 29 m3mês (interseção com a curva verde cheia). Mesmo assim ainda serão beneficiados cerca de 96% desses usuários (vide quadro 14). Gráfico 14 O Gráfico 15 mostra as curvas tarifárias, vigentes e proposta (unificada), referentes às categorias comercial, industrial e pública. As curvas pontilhadas correspondem às tarifas vigentes e a curva cheia (lilás) corresponde às tarifas unificadas para essas categorias. Todas as curvas situam-se sempre acima da linha do custo, indicando a predominância de sobre-preços para todos os níveis de consumo. Com as tarifas propostas o grau de progressividade será suavizado refletindo-se num comportamento da curva tarifária com menor declividade, o que significa tarifas mais estáveis para os grandes consumos. Gráfico 15 Em termos comparativo com as outras 14 Companhias Estaduais de Saneamento apresentadas no Gráfico 4, a Conta Mínima de Água e Esgoto da CAEMA, que, nessa alternativa 2, vai de R$ 17,40 para R$ 32,60, passa da 1ª para a 6ª menor entre essas empresas. Expressa como percentual do Salário Mínimo, essa conta mínima evolui de 3,2% para 6,0%. O Quadro 16 a seguir mostra o impacto esperado na situação econômicofinanceira da CAEMA. Quadro 16 – Alternativa 2 Considerando-se uma elasticidade-prêço de -10%, o aumento esperado na receita é da ordem de 58,3%, o que permitirá a cobertura de 80,1% do Custo Eficiente dos Serviços e 121,5% das Despesas de Exploração. Isto significa a geração de um excedente sobre as DEX eficientes da ordem de R$ 53,2 milhões, que já permite a Empresa iniciar um plano de gestão para melhoria do seu desempenho de forma mais auto-suficiente. 6. Conclusões e Recomendações O presente trabalho apresenta uma avaliação da situação econômico-financeira e tarifária da CAEMA e a proposição de duas alternativas para o realinhamento tarifário à curto prazo. Visando corrigir ou minorar os problemas atualmente existentes, os ajustes introduzidos na estrutura tarifária em ambas as alternativas consistem: Na redução no grau de progressividade das tarifas, que se tornou inadequado em razão da prática continuada de conceder reajustes menores para os pequenos consumos residenciais, o que resultou em subsídios excessivos para os baixos consumos e em uma sobrecarga exagerada para os altos consumos, principalmente para os usuários não residenciais, criando problemas de competitividade da CAEMA nesse segmento de mercado. Na subdivisão da 2ª faixa tarifária residencial atual (consumos de 10 a 30 m3/mês) em duas: a primeira abriga os consumos de 10 a 20 m3/mês e a segunda contempla os consumos de 20 a 30 m3. Na simplificação da estrutura tarifária para as categorias comercial e industrial, com a redução de 3 para 2 faixas de consumo, em razão das características de consumo desses usuários, para os quais não são necessários maiores estímulos ao controle de desperdícios. No ajuste dos subsídios adicionais concedidos aos usuários da subcategoria Popular, limitando-os aos consumos de natureza essencial (até 20 m3/mês), com tarifas equivalentes a 70% das tarifas residenciais normais. Alternativa 1 - Empírica Nesta alternativa, os valores tarifários foram estabelecidos de forma empírica, visando minorar os principais problemas existentes, tanto na estrutura quanto na condição econômico-financeira da Empresa, conforme já comentado. As tarifas adotadas deverão amenizar os problemas de competitividade junto aos grandes usuários não residenciais e produzir receita capaz de cobrir cerca de 71,7% do custo eficiente dos serviços e 108,7% das despesas de exploração. O aumento médio esperado nas tarifas da CAEMA, considerando uma elasticidade-preço de -10%, é de 41,7%. Em função dos objetivos estabelecidos, os aumentos nas contas de água e esgoto decorrentes da implementação desta alternativa terão um perfil decrescente e o maior deles será observado na conta mínima residencial (72,4%) enquanto o menor incidirá nos altos consumos industriais, onde as contas poderão chegar até mesmo a uma redução que, com o aumento no consumo, poderá chegar a 8,2%, conforme mostrado no quadro 8. Alternativa 2 - Técnica A fixação das tarifas para todas as categorias de usuários e faixas de consumo nesta alternativa foi feita mediante uma indexação ao custo eficiente, de modo a produzir uma receita capaz de cobrir 80% desse custo. O aumento de receita esperado para 2011 é de 58,3% O critério para o estabelecimento das tarifas proposto nessa Alternativa 2 possibilitará uma significativa melhoria nos critérios de tarifação da Operadora, tornando-os mais eficazes, no sentido de enviar mais claramente os sinais de custos aos usuários e de promover uma aplicação mais justa e transparente dos subsídios e sobre-preços aplicados, proporcionando uma distribuição da carga tarifária mais adequada ao tipo de uso que cada categoria de usuário faz da água. Os aumentos esperados nas contas dos usuários em decorrência da aplicação desta alternativa situam-se em patamares superiores aos da alternativa 1 em razão da meta mais ambiciosa de cobertura do custo (80%), o que permitira um maior conforto financeiro à Empresa, indispensável para alavancar o necessário plano de recuperação a médio prazo visando garantir as condições para uma CAEMA mais eficiente. De forma similar à alternativa 1, o maior aumento incidirá na conta mínima residencial (86,9%) e o menor para as contas dos grandes consumidores industriais, que poderá chegar a 15,5%. Desse modo, por contemplar um significativo e necessário aperfeiçoamento na estrutura e nos níveis tarifários, além de encaminhar as tarifas para patamar mais compatível com as necessidades financeiras de uma CAEMA eficiente, a Alternativa 2 deve ser priorizada. Caso se considere que os valores tarifários propostos nessa alternativa 2 são muito elevados e que sua aplicação produzirá dificuldades indesejáveis de natureza política ou social, é possível, através de um fator multiplicador aplicado a todos os valores tarifários, reduzir linearmente as tarifas propostas, de modo a manter os aumentos no patamar desejável, preservando-se, contudo, os ajustes propostos para a estrutura. A questão consiste em se determinar a velocidade possível para a recuperação desejada, em função de pré-condições referentes ao nível de eficiência e qualidade dos serviços, que devem ser atendidas para viabilizar, política e socialmente, o repasse dos aumentos tarifários mais elevados. Para os grandes usuários, caso as tarifas propostas na alternativa escolhida seja insuficiente para resolver os problemas de competitividade, poderão ser firmados contratos de fornecimento sujeitos a regime tarifário especial, com base em uma política de mercado. É importante, entretanto que esses contratos sejam aplicados apenas aos grandes consumidores (p. e., consumo mensal > 200 m3) para evitar dificuldades de gerenciamento de um grande número de contratos com critérios tarifários distintos. Para isso, deverá ser analisado o histograma de consumo desses usuários para se estabelecer um limite de consumo de modo a manter o número de contratos em nível adequado. Finalmente, qualquer que seja a alternativa adotada, é indispensável que se inicie a execução de um plano de recuperação, com recursos externos, para que possam ser criadas as pré-condições requeridas para a aplicação do aumento tarifário necessário. As tarifas propostas em qualquer das duas alternativas representam apenas um primeiro avanço na recuperação econômico-financeira da Empresa e exigirão uma continuidade na busca do equilíbrio financeiro sustentável, associada a uma evolução na qualidade dos serviços e nos padrões de eficiência dos serviços prestados, de forma a se atingir a minimização dos custos para os usuários.