Armazenagem de Dados Geográficos Mediante Transformação de Schwarz-Christoffel Patrícia F. Doern de Almeida a , Manuel Malásquez Negrón b e Rubén Panta Pazos c Departamento de Matemática – UNISC, Av. Independência, 2293, 96815-900, Santa Cruz do Sul, RS a. e-mail: [email protected] b. e-mail: [email protected] c. e-mail: [email protected] O interesse por expandir as bases de dados geográficos (ou geológicos) é hoje muito relevante. Neste trabalho apresentamos um método para armazenar em forma vetorial (matricial) os diversos dados numéricos associados a objetos de natureza geográfica como mapas, cartas hidrográficas, diagramas geopolíticos. • Uso de imagens para gerar os dados a serem armazenados. Por exemplo, se o objetivo é o perfil de um mapa (a fronteira), então será necessário obter alguns pontos para gerar uma região poligonal que aproxime a fronteira. Atualmente utilizam-se várias técnicas para armazenamento de dados geográficos: espectro de Fourier, uso de sistemas de computação algébrica incluindo gráficos especiais2, entre outros. Neste trabalho pretendemos armazenar dados de forma mais compacta possível. Dada uma região G simplesmente conexa, escolhe-se um número finito de pontos na fronteira ∂G , e gera-se uma região poligonal Gn com vértices V1, V2,...Vk,...,Vkmax. πα2 Fig.1. Mapa onde são tomados pontos na fronteira. V2 • πα1 V1 cujos ângulos exteriores são respectivamente πα1, πα2,... παk,... παkmax. > readlib(readdata): > DataRS:=readdata(`MapRS.dat`,2): A transformação de Schwarz–Christoffel 3, 4 é uma transformação conforme que leva o semiplano > for j from 1 to nops(DataRS) do H = {z ∈ C ℑ( z ) > 0 } na região interior de Gn e Map[j,1]:=DataRS[j,1]; Map[j,2]:=400-DataRS[j,2]; está dada por w = g(z) = A + B f(z), onde f(z) = z k max Π (ξ − x k ) −α k dξ 0 k =1 Os pontos são definidos como uma matriz de n linhas e duas colunas, ou como um arquivo *.dat para depois empregar a seguinte seqüência de comandos Maple: od: > NewData:=[seq([Map[j,1],Map[j,2]], (1) e, A e B são números complexos que representam coeficientes de translação, escala e rotação. A metodologia usada para armazenar dados de um mapa ou uma foto consiste dos seguintes passos: j=1..nops(DataRS))]: • Com o comando Maple polygonplot(NewData) podemos reproduzir o perfil cujos dados serão armazenados de forma conveniente. • Cada três vértices consecutivos da região Gn definem um ângulo interior desta região. O uso das seguintes sentenças no ambiente Maple: > with(linalg): >alpha:=(v,w)-> arccos(dotprod(v,w)/(norm(v,2)*norm(w,2))); permitem calcular o número “alpha” que multiplicado por π dá o valor do ângulo suplementar do citado ângulo interior (ângulo exterior). • Tomando a transformação inversa de Schwarz Christoffel g-1 obtemos os pontos x1, x2,..., xk ,... , xkmax . Desta forma, podemos definir, Mn = x1 x2 α1 α 2 ... x k ... α k ... x k max ... α k max (2) onde παk são os ângulos exteriores da região poligonal Gn sob consideração. Assim, Gn é uma representação de G. Com a metodologia apresentada acima acreditamos ter obtido uma forma compacta de armazenamento dos dados que definem Gn, com a melhor aproximação desejada (obtida por uma adequada escolha do fator de precisão ε > o para a determinação do valor de n). O problema de determinar a inversa g-1 é um trabalho que exige um esforço de natureza computacional. Recentemente Driscoll 1 apresentou um conjunto de procedimentos num sistema de computação algébrica para a manipulação da transformação de Schwarz-Christoffel e sua inversa. Quando precisarmos armazenar um mapa orográfico, deve-se ter como ponto de partida um conjunto de dados obtidos do GIS (Geographical Information System). Uma vez armazenados os dados na forma da matriz (2) ou mediante o uso de um arquivo *.dat, devemos aplicar o procedimento que envolve a transformação conforme de Schwarz-Christoffel para reproduzir o mapa. Os resultados obtidos foram aplicados no mapa do Rio Grande do Sul, usando o sistema de computação algébrica Maple. Fig.2 Mapa obtido com polygonplot(NewData). O trabalho final referente a este resumo está organizado da forma seguinte: Introdução (primeira seção). Na próxima seção é dada uma revisão dos principais conceitos relativos à transformação Schwarz-Christoffel. Na seção 3 são estudadas as diversas formas de obter os dados iniciais, sejam por imagens ou dados obtidos do GIS, além de explicar a implementação computacional no ambiente Maple. Na seção 4, fornecemos os resultados obtidos mediante um sistema de computação algébrica, em forma gráfica, além dos referentes sistemas computacionais envolvendo as integrais de SchwarzChristoffel. Algumas extensões são dadas no final do trabalho, incluindo conclusões de primeira ordem. Referências 1. DRISCOLL, Tobin A., Schwarz-Christoffel Mapping, Cambridge Monographs on Applied and Computational Mathematics (No. 8), Cambridge University Press, 2002. 2. KNIGHT, D. G., Digital maps, matrices and computer algebra, International Journal of Mathematical Education in Science and Technology, vol. 36, n° 4, 2005, p 345 – 359 3. KYTHE, Prem K., Computational Conformal Mapping, Birkhäuss, Boston USA, 1998 4. O’ NEIL, Peter V., Advanced engineering mathematics, Pacific Grove, An International Thomson Publishing, 1995.