Álgebra Linear - Prof a Ana Paula TRANSFORMAÇÃO LINEAR Definição: T é uma transformação do espaço vetorial V no espaço vetorial W, T : V cada vetor v V tem um só vetor imagem w W, que será indicado por w T v . Definição: Sejam V e W espaços vetoriais. Uma aplicação T : V transformação linear de V em W se: 1) T u v T u T v para u, v V. 2) T u T u para u V 3) T 0 0 W, se W é chamada de Exemplos: São transformações lineares: 3 1) T : 2 onde T x, y 3x, 2y, x y 2 2 2) T : onde T x, y x, y (Transformação identidade) 3 2 3) T : onde T x, y, z x 2y z, z 4) T : 2 5) T : V 6) T : 2 7) T : 8) D: P n M 2 onde T x, y x y 2x y 3x 5y W onde T v 0 (Transformação nula) 3 onde T x, y 3x, x 2y, 3x 6y onde T x 3x P n onde D f f sendo f a derivada de f. Exemplos: Não são transformações lineares: 1) T : onde T x 3x 1 3 2 2) T : onde T x, y, z 3x 2, 2y z 2 2 2 3) T : onde T x, y x , 3y 4) T : 2 onde T x, y |x| OBS: 1) Uma transformação linear de V em V é chamada operador linear sobre V. 2) Se T 0 0 não implica que T é uma transformação linear. 3) Uma matriz A mxn sempre determina uma transformação linear: T : n m transformação linear T : n sempre pode ser representada por uma matriz mxn. Propriedades: Seja T : V W uma transformação linear: 1) T a 1 v 1 a 2 v 2 a 1 T v 1 a 2 T v 2 para v 1 , v 2 V. 2) T a 1 v 1 a 2 v 2 anvn a1T v1 a2T v2 a n T v n para v i V. 3) Sejam v 1 , v 2 , , v n uma base do domínio V e v V tal que v a 1 v 1 a 2 v 2 Aplicando a transformação linear T, tem-se T v a1T v1 a2T v2 anT vn . 33 m . E uma anvn. 2 Exemplo: Seja T : 3 uma transformação linear e B v 1 , v 2 , v 3 uma base do v1 0, 1, 0 , v 2 1, 0, 1 e v 3 1, 1, 0 . Determinar T(5,3,-2), sabendo que T v 1 T v2 3, 1 e T v 3 0, 2 . Resp: (-10,20) Exercício 1: Seja T : 3 a) Determinar o vetor u b) Determinar o vetor v 3 3 3 definida por: T x, y, z onde T u 1, 8, 11 . onde T v v. x 2y 2z, x 2y z, x Resp: 1, 2, 3 Resp: z 2, 1, 1 , z y 3 , sendo 1, 2 , 4z . 2 3 Exercício 2: Seja T : uma transformação linear onde T 1, 1 T 1, 2 1, 1, 3 . Determinar T x, y . Resp: 7x 4y, 3x y, x y 3, 2, 2 e Matriz de uma Transformação Linear Sejam T : V W uma transformação linear, onde dimV n e dimW m. Sejam A uma base de V e B uma base de W. a n v n V, tem-se Aplicando a transformação linear em v a 1 v 1 a 2 v 2 Tv onde v A Portanto, a1, a2, a1T v1 , a n . Mas T v a2T v2 anT vn , W, portanto, precisa encontrar T v B. Tv B T AB v A onde T AB é a matriz de T em relação às bases A e B de ordem mxn, onde cada coluna é formada pelos componentes das imagens dos vetores de A em relação à base de B: T A B T v1 B T v2 B T vn B OBS: 1) Fixadas as bases de V e W, a matriz T AB é única. 2) No caso de serem A e B as bases canônicas de V e W, respectivamente, representa-se a matriz simplesmente por T , que é chamada de matriz canônica de T. 3) Para um operador linear sobre V, T : V V, a matriz de T em relação à base A é representada por T A . Exemplos: As matrizes canônicas das transformações lineares são: 1) T : 34 2 3 onde T x, y 3x, 2y, x y . A matriz canônica é dada por: A 3 0 0 2 1 1 . 2 2) T : 1 0 A 3 4) T : V onde T x, y x, y (Transformação identidade). A matriz canônica é dada por: . 0 1 3) T : 5) T : 2 2 onde T x, y, z W onde T v 2 3 x 2y z, z . A matriz canônica é dada por: A 1 2 1 0 0 1 0 (Transformação nula). A matriz canônica é dada por: A onde T x, y 3x, x 2y, 3x 6y . A matriz canônica é dada por: A . 0 3 0 1 2 3 6 . 2 definida por: T x, y, z 2x y z, 3x y 2z . Exemplo: Seja T : 3 3 Considere A 1, 1, 1 , 0, 1, 1 , 0, 0, 1 base de eB 2, 1 , 5, 3 base do 2 . A a) Determine T B . b) Se v 3, 4, 2 (em relação à base canônica do 3 ), calcular T v B , utilizando a matriz encontrada. Resp: a) 2 T 5 13 2 2 5 Exemplo: Encontrar T e 3. Resp: 3 4 3 2 4 1 1 0 b) (31,-10) para T x, y 3x 2y, 4x y, x onde A e B são as bases canônicas do Exercício 3: Dadas as bases A 1, 1 , 1, 0 do . Determinar a transformação linear A B 35 2 0 1 2 1 3 . Resp: x y, 3x 8y, 11x 15y). 2 e B T: 1, 2, 0 , 1, 0, 1 , 1, 1, 3 do 3 cuja matriz 2 Operações Adição: Sejam T 1 : V W e T2 : V W. Chama-se a soma de transformações lineares por: T1 T2 : V W v T1 T2 v T1 v T2 v Se A e B são bases de V e W, respectivamente, temos: T 1 AB T 2 AB T 1 T 2 AB Multiplicação por escalar: Sejam T : V W e . Chama-se o produto de T pelo escalar T:V W v T v Tv por: Se A e B são bases de V e W, respectivamente, temos: T AB T AB Composição: Sejam T 1 : V W e T 2 : V U. Chama-se aplicação composta de T 1 em T 2 por: T 2 oT 1 : V U v T 2 oT 1 v T2 T1 v Se A , B e C são bases de V, W e U respectivamente, temos: T 2 oT 1 AC T 2 BC T 1 AB 3 3 Exemplo: Sejam T 1 : 2 e T2 : 2 e A 3 B 1, 0, 0 , 0, 1, 0 , 0, 0, 1 base do . T 1 x, y x 2y, 2x y, x x, y, x y T 2 x, y Determinar a) T 1 T 2 b) 3T 1 2T 2 Resp: a) (2y,2x,2x y) b) (5x 6y, 6x-5y, x-2y) Exemplo: S e T operadores lineares do Determinar: a) SoT b) ToS Resp: a) (2x, x-y) b) (2x, 2x-y) 36 2 1, 0 , 0, 1 definidos por S x, y uma base do 2x, y e T x, y x, x 2 e y. OBS: 1) ToS SoT, em geral. Isto é, não é comutativa. 2) Composição de 3 ou mais transformações lineares, como T T 3 oT 2 oT 1 . A matriz canônica da transformação composta será T T3 T2 T1 . Transformação Linear Inversa n um operador linear. T é uma transformação linear inversível, isto é, Definição: Seja T : n n n T : se e somente se a matriz canônica de T é inversível, isto é, detA 0 e a matriz canônica de T 1 é T 1 . 1 Exemplo: Seja T : a) Encontre T 1 x, y b) Calcule T 1 5, 5 . 2 2 OBS: Se T é inversível e T onde T x, y 1 b) y, 3x 4y . é a sua inversa. Então ToT 2 Exemplo: Seja T : 2 onde T x, y a) Mostre que T é inversível. b) Encontre T 1 x, y . 1 2x 4x 3y, 2x 1 T 1 oT I (identidade) 2y . 3 2 1 2 Transformações lineares especiais 2 2 Entende-se por transformações lineares planas as transformações de em e 3 3 transformações lineares no espaço as transformações em . Algumas delas têm interpretações geométricas e têm especial importância. São elas: reflexões, diltações e contrações, projeções, cisalhamentos e rotações. Para transformações lineares de 2 em 2 : A reflexão leva cada ponto x, y para sua imagem simétrica em relação aos eixos dos x, y, das retas y x ou da origem. Vejas as transformações 1 a 5 na tabela. A dilatação acontece quando | | 1. Isto é, aumenta o comprimento do vetor. Se 1, além de dilatar, muda o sentido do vetor. A contração acontece quando | | 1. Se 1, a transformação é a identidade. Veja as transformações 6 a 8 na tabela. Se 0, a transformação será uma projeção ortogonal sobre o eixo x ou sobre o eixo y. Veja as transformações 7 e 8 na tabela O efeito do cisalhamento é transformar um retângulo em paralelogramo de mesma base e mesma altura. Veja as transformações 9 e 10 na tabela A rotação gira um vetor de sua posição inicial em torno da origem em relação a um ângulo . A 37 imagem do vetor tem o mesmo comprimento. Veja a transformação 11 na tabela. Para transformações lineares de 3 em 3 : A reflexão leva cada ponto x, y, z para sua imagem simétrica em relação aos planos coordenados, aos eixos coordenados ou da origem. Veja as transformações 12 a 18 na tabela. As transformações de dilatação, contração e projeção ortogonal são equivalentes em 2 . Veja a transformação 19 na tabela. O efeito do cisalhamento é equivalente em 2 . A rotação no 3 é efeita em torno dos eixos coordenados x, y ou z, fazendo o vetor descreve um ângulo . Veja as transformações 20 a 22 na tabela. Exercício: O plano sofre uma rotação de um ângulo 3 . A seguir experimenta uma dilatação de fator 4 na direção do eixo x e, posteriormente, uma reflexão em torno da reta y x. Qual a matriz que representa a única transformação linear e que tem o mesmo efeito do conjunto das três transformações citadas? Exercício: Aplique a transformação anterior nos seguintes vértices de um triângulo eqüilátero: A 2, 1 , B 6, 1 e C 4 3 , 2 3 . Faça a figura da transformação. Exercício: Calcular o ângulo formado pelos vetores v e T(v) quando o espaço gira em torno dos eixos dos z de um ângulo , nos seguintes casos: 1) 180 e v 3, 0, 3 2) 38 90 e v 3 2 2 , 2 4 , 2 2