O acasalamento interfere nas características biológicas de uma
população de Trichogramma pretiosum Riley (Hymenoptera:
Trichogrammatidae)?
Dirceu Pratissoli1, José R. de Carvalho2, Thiago G. Kloss2, Fernando D.
Zinger2, Ulysses R. Vianna1, Débora F. Melo2
1
Professor Doutor da Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Agrárias,
Alegre – ES. Autor correspondente: [email protected]. 2 Mestre em Produção
Vegetal, Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Agrárias, Alegre – ES.
Caixa Postal 16, CEP 29500-000 Alegre, ES.
O presente estudo objetivou avaliar se o acasalamento interfere nas
características biológicas de uma população de Trichogramma pretiosum Riley
(Hym.: Trichogrammatidae) coletada em campo. Ovos parasitados de
Neoleucinodes elegantalis (Guenée) (Lep.: Crambidae) foram coletados em
lavouras de tomate e individualizados em tubos tipo Eppendorf®. Após a
emergência dos indivíduos de Trichogramma, estes foram identificados e
sexados formando-se grupos de fêmeas acasaladas e não acasaladas
(genitores). Como hospedeiro foram utilizados ovos de Anagasta kuehniella
(Zeller) (Lep.: Pyralidae) (idade <18 horas) no qual foram ofertados aos
parasitóides em cartelas azul celeste. A troca das cartelas foi realizada
diariamente até a morte das fêmeas, sendo que cartelas contendo os ovos
parasitados foram mantidas nas mesmas condições que os adultos de
Trichogramma. As características biológicas avaliadas foram: longevidade das
fêmeas de Trichogramma, parasitismo, percentagem de emergência, número
de indivíduos por ovo e razão sexual. O delineamento experimental foi o
inteiramente casualizado e a comparação entre as características biológicas
das fêmeas acasaladas e não acasaladas foi realizada através do Teste t para
médias independentes (p = 0,05). Como esperado o acasalamento afetou a
capacidade de parasitismo do parasitoide (p = 0,014), sendo que as fêmeas
acasaladas apresentaram menor percentagem de parasitismo em relação às
fêmeas não acasala (22,3 e 34,6%, respectivamente). Além disso, as fêmeas
acasaladas viveram menos em relação às fêmeas não acasaladas (p = 0,039)
(8,8 e 11,5 dias, respectivamente). No entanto, a presença de macho não
alterou a percentagem de emergência dos descendentes (p = 0,757), o número
de indivíduos por ovo (p = 0,126) e a razão sexual (p = 0,165). Desta maneira
concluímos que o acasalamento em T. pretiosum é um fator negativo que
propiciam uma queda no seu potencial prejudicando assim o seu desempenho
em programas de manejo fitossanitário de pragas.
Palavras-chave: Insecta, Parasitóide, Reprodução.
Apoio: FINEP, CNPq.
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