INCT: Informação
Genético-Sanitária da
Pecuária Brasileira
SÉRIE TÉCNICA:
GENÉTICA
Publicado on-line em “www.animal.unb.br” em 07/01/2011
Categorização de estado de
risco de uma população
Concepta McManus1,2, Samuel Paiva3, Luiza Seixas2, Cristiano Barros
de Melo2,4
1
2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS.
CNPq / INCT / Informação Genético Sanitária da Pecuária Brasileira, Universidade
de Brasília (UnB) / Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG.
3
EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, Final W5 Norte, Brasilia, DF, 70770-900
4
Universidade de Brasília (Unb), Faculdade de Agronomia e Veterinária (FAV),
Brasília, DF.
Raças podem ser classificadas como:
•
Extinta
•
Critica
•
Crítica mantida
•
Ameaçada
•
Ameaçada mantida
•
Não em risco
•
Sem conhecimento.
1
Depende: tamanho da população, número de fêmeas em reprodução e
tendência do tamanho da população, i.e. Aumentando, diminuindo ou
estável.
Extinta
Não é possível facilmente recriar a população da raça.
A situação vira
permanente quando não têm machos (sêmen) ou fêmeas (ovócitos) ou
embriões. Na pratica extinção pode ser realizado bem antes da perda do
último animal.
Crítica
• Numero total de fêmeas em reprodução < 100;
• Numero total de machos em reprodução <= 5;
• Tamanho da população é próximo, mas acima de 100 e declinando e
porcentagem de fêmeas cruzadas com machos da mesma raça < 80%.
Crítica mantida
Como crítica, mas tem programa de conservação ativo ou populações
mantidas por companhias comerciais ou instituições de pesquisa.
Ameaçada
• Numero total de fêmeas em reprodução 100 a 1000;
• Numero total de machos em reprodução 5 a 20;
• Tamanho da população é próximo, mas abaixo de 100 e aumentando e
porcentagem de fêmeas cruzadas com machos da mesma raça >80%;
• Tamanho da população é próximo, mas abaixo de 1000 e diminuindo e
porcentagem de fêmeas cruzadas com machos da mesma raça <80%.
2
Ameaçada mantida
Como para ameaçada, mas tem programa de conservação ativo ou
populações
mantidas
por
companhias
comerciais
ou
instituições
de
pesquisa.
Não em risco
• Numero total de fêmeas em reprodução > 1000 e de machos > 20;
• Tamanho da população é próximo a 1000 e porcentagem de fêmeas
cruzadas com machos da mesma raça próxima a 10º% e tamanho da
população está aumentando.
Sem conhecimento
Auto explicativa.
Se a categorização da raça está no limite deve-se considerar:
• Grau de cruzamentos na população;
• Taxa de reprodução (mais baixo maior risco);
• Intervalo entre gerações;
• Características especiais do sistema de produção (intensivo, extensivo,
nômade, etc.);
• Taxa de decline da população (histórica e atual);
•
Isolação geográfica da população ou concentração em poucos locais
que pode aumentar risco por causa do clima, economia, política ou
doenças;
* Populações consideradas em maior risco por causa das considerações
acima devem aumentar o nível de categoria.
3
Quando uma raça está ameaçada?
Espécie
No. de Fêmeas em reprodução
Maijala (1982)
AMBC
EAAP
Alderson
(1981)
RBST
Bovino
Ovino
Suino
Equino
Caprino
Geral
750
1500
150
1000
500
No. Machos
> 20
1000
500
200
200
No machos
< 20
1000-5000
500-1000
Raro
Menor
<200
<1000
Bodó
Ficar de
olho
<5000
200-500
500-1000
1001000
Distribuição geográfica pode criar clusters de linhagens de pais. Subdivisões
e isolação genética pode aumentar Ne necessária para manter a raça.
Portanto estes níveis podem ser mais altos.
Estado de risco baseado no Ne
Categorias de
estado de risco
E =Ameaçada
Países
desenvolvidos
Ne
No.
rebanhos
<50
<10
V = Vulnerável
<100
<20
R = Raro
<200
<40
Países em
desenvolvimento
Ne
<100
Características
especiais
1 ou mais
Ambiente
especial
1 ou mais
100-500
1 ou mais
1 ou mais
50-2000
1 ou mais
1 ou mais
Tamanho efetivo quando razão fêmea:macho é:
Estado
Número de Fêmeas em reprodução
5:1
10:1
30:1
50:1
Normal
>10000
6666
3636
1289
784
Inseguro
5000–10000
3333–6665
1818–3635
645–1288
392–783
Vulnerável
1000–5000
667–3332
364–1817
129–644
78–391
Ameaçada
100–1000
67–667
36–363
13–128
8–77
Critica
<100
<67
<36
<13
<8
Extinto
A recuperação da população está impossível.
Tamanho de População Efetivo Desejado
• 50 animais por geração;
• Taxa de consangüinidade de 1% por geração;
4
Número de pais e mães necessárias por geração para um tamanho
efetivo de população de 50.
Seleção aleatória
Seleção em massa1
Seleção dentro de família2
Pais
Mães
Pais
Mães
Pais
Mães
25
25
35
35
13
13
20
34
30
45
12
14
16
56
25
65
10
50
14
116
20
300
9
1000
Menor número de pais: não é possível manter Ne
1) Números representativos derivados assumindo h2=0.4 e 6 filhos por
fêmea na vida reprodutiva.
2) Números validos somente quando tem seleção estritamente dentro de
famílias.
Definição de estado da raça
Max. Endogamia aceitável %
sobre 50 anos
por geração
Normal
Potencialmente ameaçada
Minimamente ameaçada
Ameaçada
Critica
Fonte: Simon & Buchenauer, 1993
< 5%
5 - 14
15 - 25
26 - 40
40+
0.36
1.07
1.79
2.86
Tamanho Mínimo de Rebanhos de Conservação
Programas para conservar animais ameaçadas de extinção têm sido
propostas com níveis de endogamia de 1 a 4% por geração. Seria possível
manter endogamia com este nível com populações com 12–25 machos e
100–250 fêmeas.
5
No
machos
No
fêmeas
Total
50
20
10
1
20
10
1
50
80
90
99
50
50
50
100
100
100
100
70
60
51
100
64
36
3.96
57.1
33.3
3.92
(Brem,
Nestes
programas
Ne
de
um
Ne
% aumento em
endogamia/geração
com acasalamento aleatório
0.5
0.78
1.39
12.63
0.88
1.5
12.75
1988)
500
é
considerada
o
mínimo
para
sobrevivência ao longo prazo. Este pode ser mantido teoreticamente com
250 animais se a razão de sexo é um a um e todos os animais contribuíram
para a próxima geração (Franklin, 1980).
Número mínimo de animais para conservação (Smith, 1984)
Cattle
Sheep
Pigs
Poultry
m F
m f
m f
m
f
10 26 22 60 44 44 72 72
Size of breeding unit
No. of breeding animals entering
each year
10
5 22 12 44 18
72
72
Referências
Alderson, L., 1981. The Conservation of Animal Genetic Resources in the
United Kingdom. FAO Animal Production and Health Paper, No. 24, 53–
76, FAO, Rome.
Bodó, I. (1990a): Methods and experiences with in situ preservation of
farm animals. FAO. An Prod. Health Paper. 80. Rome. 85–102.p.
Brem G. 1988. Ex situ Kryokonservierung von Genome and Gene
gefahrdeter Rinderrassen (fide Hudges J. 1990. Conservation of Animal
Genetic Resources in Developing Countries. Genetic Conservation of
Domestic Livestock. (Ed.) Lawrence Alderson. CAB International,
England pp 128-45)
Brem, G., Graf, F. and Kräusslich, 1984. Genetic and economic differences
among gene conservation in farm animals. Livestock Production Science
11: 65–68.
FAO (1989). FAO Programmes for the Preservation of Animal Genetic
Resources - A Report of the Expert Consultation, September 1989, FAO,
Rome, Italy.
Maijala, K., 1982. Preliminary report of the working party on animal genetic
resources in Europe. In conservation of animal genetic resources,
Session 1. Commission on Animal Genetics, EAAP, G.1.2. Leningrad.
6
Maijala, K., Cherekaev, A.V., Devillard, J.M., Reklewski, Z., Rognoni, G.,
Simon, D.L. and Steane, D.E., 1984. Conservation of Animal Genetic
Resources in Europe. Final Report of an EAAP Working Party. Livestock
Production Science, 11:3–22.
Simon, D. & Buchenauer, D. (1993) Genetic diversity of European livestock
breeds (EAAP publication No 66) Wageningen Pers
Smith, C, 1984. Estimated costs of genetic conservation in farm animals.
FAO Animal Production and Health Paper 44/1, 21–30.
Smith, C, 1984b. Rates of genetic change in farm livestock. Research and
Development in Agriculture 1.79–85.
7
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Série Técnica - Categorização de estado de risco de uma população