Desempenho Térmico de edificações Aula 10: Eficiência energética em janelas PROFESSORES Roberto Lamberts Deivis Luis Marinoski ECV 5161 Unidade deportiva Atanasio Girardot - Medellín UFSC FLORIANÓPOLIS estrutura introdução Tecnologias disponíveis Impacto aumento eficiência Pesquisa e desenvolvi mento Certificação selagem Seleção de janelas Situação no Brasil Conclusões 2 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas introdução Importância das janelas para a edificação “Janelas são os olhos da casa” Controle da entrada de luz e do fluxo de ar; + Contato visual; Proporcionam isolamento, segurança e privacidade; Atribuem estética e beleza ao projeto; Influenciam no consumo de energia da edificação; 3 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas introdução Um breve histórico •As casas primitivas não tinham janelas; •Um buraco para saída de fumaça pode ser considerado como sendo a primeira forma de janela; •A saída de fumaça melhorava a qualidade do ar interno; •Este buraco proporciona entrada de luz, mas também a perda de calor; •Uma folha de fechamento - transformando a janela em uma espécie de segunda porta; 4 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas introdução Um breve histórico •Uma abertura na parede - poderia tanto ser aberta para entrada de ar e luz, ou fechada para segurança e proteção; •A primeira janela de vidro transparente foi usada nos tempos romanos; •No século XVII a produção de chapas de vidro é tem um grande desenvolvimento na França; •A partir do século XIX muitas inovações foram vistas e disponibilizadas para o público em geral (vidros maiores, mais resistentes, de maior qualidade); 5 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas introdução Um breve histórico •Edificações usavam essencialmente um tipo de vidro: o vidro claro de pano único; •Anos 50 – Inglaterra: técnica de produção de vidro “float”; •Nos anos de 1965 à 1990: um grande avanço tecnológico com o aumento da qualidade das superfícies e melhora da isolação. 6 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas introdução Características energéticas das janelas Pode-se considerar três tipos de fluxo de energia através das janelas como sendo principais: • Perdas e ganhos de calor (não solar) na forma de condução, convecção e radiação; •Ganho de calor solar na forma de radiação; •Trocas de ar (ventilação e infiltração). 7 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas Tecnologias disponíveis + 1.Vidros duplos; 2.Vidros e filmes múltiplos; 3.Vidros tingidos; 4.Vidros e filmes reflexivos; 5.Camadas de baixa emissividade e espectralmente seletivas; 6.Gás de baixa condutividade; 7.Espaçadores termicamente melhorados; 8.Materiais para esquadrias e para vedação. 8 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas tecnologias Vidros duplos Características: •Aumento da resistência térmica •Pequena redução da transmissão de luz •Melhor desempenho térmico com espaço igual a 12mm entre os panos quando preenchidos por ar Aplicações: •Construções com necessidades de aquecimento ou resfriamento (uso freqüente do ar-condicionado) 9 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 9 tecnologias Vidros e filmes múltiplos Características: •Aumento da resistência térmica (maior que os vidros duplos) •Menor condensação durante o inverno •Visibilidade é reduzida com cada camada adicional •Redução do Ganho de calor solar •Problema: aumento da espessura da janela Aplicações: •Climas Frios (onde a redução da perda de calor é a prioridade) •Climas bastante quentes Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts 10 Aula 10: Eficiência energética em janelas 10 tecnologias Vidros tingidos Características: •Absorvedores de calor •Menor transmissão de luz, (tradicionais – bronze e cinza) •Vidros com cores alternativas podem manter a passagem de luz (espectralmente seletivos – azul e verde) Aplicações: •Edificações comerciais •Climas quentes (redução do ganho de calor solar quando associados a outras tecnologias) •Situações onde a redução do brilho do ambiente externo é desejável Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts 11 Aula 10: Eficiência energética em janelas 11 tecnologias Vidros e filmes reflexivos Características: •Redução do ganho de calor solar •Redução da passagem de luz •Problema: podem produzir efeito exterior de espelho Aplicações: •Edificações comerciais •Climas quentes (redução do ganho de calor solar) •Situações onde a redução da claridade é desejável Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts 12 Aula 10: Eficiência energética em janelas 12 tecnologias Camadas de baixa emissividade e espectralmente seletivas Características: •Reflexão de radiação em onda longa (redução da perda de calor no inverno) •Redução da ocorrência de condensação •Reflexão da radiação solar (redução do ganho de calor no verão) •Mantêm boa visibilidade Aplicações: •Climas frios: camadas de Baixa emissividade •Climas quentes: camadas de seleção espectral 13 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 13 tecnologias Camadas de baixa emissividade e espectralmente seletivas Vidro claro Alta Transmissividade Espectralmente seletiva Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 14 14 tecnologias Gás de baixa condutividade (Argônio, Kriptônio, hexafluoreto de enxofre e dióxido de carbono) Características: •Aumento da resistência (redução da perda/ganho de calor por condução) •Aumento Redução da ocorrência da condensação •Não afeta a transmissão da luz visível Aplicações: •Climas frios onde a redução da perda de calor seja a prioridade 15 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 15 tecnologias Espaçadores termicamente melhorados Características: •Redução da perda de calor pela por condução •Mantêm a temperatura mais elevada na borda dos vidros reduzindo a condensação Aplicações: •Climas frios (onde a redução da perda de calor é a prioridade) 16 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 16 tecnologias Novos materiais para esquadrias e vedação Esquadrias: •Alumínio (thermal break) •Alumínio com madeira •Madeira e vinil (PVC) •Vinil •Fibra de vidro Vedações: •Mais duráveis e com melhor desempenho 17 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 17 Impacto do aumento da eficiência + O aumento da eficiência das janelas gera influências a curto e longo prazo: Custo Prazo: • Melhoria do conforto; • Redução do valor da conta de energia. Longo Prazo (a nível nacional e global): • Maior oferta de energia; • Redução do custo da energia; • Redução da emissão de poluentes e aquecimento global. 18 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 18 Estação Fria Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts 1 Btu = 0,293 kWh Aula 10: Eficiência energética em janelas Impacto do aumento da eficiência Desempenho energético anual com diferentes tipos de janelas em 4 climas dos EUA (aquecimento) 19 19 20 Estação quente Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Impacto do aumento da eficiência Desempenho energético anual com diferentes tipos de janelas em 4 climas dos EUA (aquecimento) Aula 10: Eficiência energética em janelas 20 As janelas geram um custo adicional de energia de U$ 9,3 bilhões. • Estima-se que se todas as janelas compradas de 1996 à 2010 (15 anos) incorporassem filmes de baixa emissividade, gás de baixa condutividade ou outras tecnologias disponíveis, esta conta poderia ser reduzida em 25% ou seja mais de U$ 2 bilhões até 2010 (LBNL). De maneira geral percebe-se: Impacto do aumento da eficiência Para o EUA: • Um grande potencial de conservação de energia • Fonte de suprimento sem grandes investimentos e impactos ambientais 21 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 21 P & D de novos produtos + •Nos últimos anos tem ocorrido um grande progresso na melhoria da eficiência energética de janelas; •Na década de 70 o uso de camadas especiais e gás de baixa condutividade ainda eram vistas como algo distante, no entanto hoje são produtos comuns; •Tempo de pesquisa e desenvolvimento tem sido encurtado e a introdução do novos produtos no mercado tem sido acelerada; •É difícil dizer agora quais das muitas pesquisas de produtos que estão sendo realizadas hoje, irão encontrar lugar no mercado futuramente. 22 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 22 P & D de novos produtos “SUPERWINDOWS”: Janela com todos os elementos disponíveis para aumentar o isolamento Características: • Alta resistência térmica • Reduz a perda de calor no inverno e ganhos no verão • Visibilidade é significativamente diminuída com o adição do maior número de camadas Aplicações: • • Climas frios (redução da perda de calor) Grandes áreas envidraçadas Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts 23 Aula 10: Eficiência energética em janelas 23 rejeitam grande parte do calor solar da porção infra vermelha. AEROGEL: Material na forma de espuma, a base de sílica ( 4% sílica e 96% ar) com características de isolamento e transparência. P & D de novos produtos “COOL WINDOWS”: Janelas que admitem a passagem da luz visível enquanto “SMART WINDOWS”: São janelas capazes de mudar dinamicamente suas propriedades para controle da passagem de luz e fluxo de calor. Utilizam camadas microscopicamente finas que mudam suas propriedades em resposta a luz, calor e sinais elétricos. 24 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 24 Sistema de certificação e selagem + NFRC (National Fenestration Rating Council) • Organização sem fins lucrativos, de parceria pública e privada, criada para a indústria de janelas, portas e aberturas dos EUA. • Tem por objetivo principal fornecer informações precisas de desempenho energético de janelas, portas e aberturas. • Desde de seu início em 1989, o NFRC tem tido sucesso na análise e certificação do desempenho de aberturas residenciais. Atualmente existem mais de 81 mil produtos cadastrados. Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 25 25 O NFRC estabeleceu um sistema nacional voluntário de avaliação e selagem energética de aberturas. Este sistema avalia as seguintes propriedades: 1. 2. 3. 4. Transmitância térmica; Coef. de ganho de calor solar (SHGC); Transmissão de luz visível; Infiltração de ar. O NFRC não faz: • Separação entre boas janelas e más janelas; • Estabelecer padrões mínimos de desempenho. Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas Certificação e selagem Sistema de selagem 26 26 O NFRC : 1. desenvolve padrões (normas) para que as avaliações dos produtos ocorram de maneira uniforme; 2. 3. 4. revê e aprova ferramentas de simulação computacionais e procedimento de testes para obtenção de avaliações térmicas precisas; mantêm uma listagem de laboratórios qualificados para realizarem testes e simulações a fim de determinar o desempenho térmico dos produtos; Certificação e selagem Como é realizada a certificação? fornece os resultados para um agente independente avaliar e rever a documentação, conduzir inspeções e aprovar a certificação e selagem; 5. licencia fabricantes a utilizarem os selos de certificação em seus produtos. 27 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 27 •WINDOWS Programa realiza o cálculo de índices de desempenho térmico em janelas (Transmitância, SGHC, SC,VT). Este programa atende aos padrões da NFRC para realização de avaliação de produtos. Certificação e selagem Programas Computacionais para simulação •RESFEN Realiza o cálculo do consumo e o custo anual de energia para aquecimento e resfriamento devido ao sistema de aberturas. Também calcula a contribuição das janelas para o pico de carga de térmica. Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts 28 Aula 10: Eficiência energética em janelas 28 Certificação e selagem Programas Computacionais para simulação •THERM Programa utilizado para análise bidimensional da transferência de calor em componentes de construção como: janelas, paredes, fundações, portas, tetos, etc. •OPTICS Programa para análise da propriedades óticas dos sistemas envidraçados. 29 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 29 Benefícios: • Consumidor: economia de energia e dinheiro; • Projetista: especificação de produtos para minimizar a carga térmica de resfriamento e aquecimento, aproveitamento da luz natural; • Construtores: proporcionar conforto e eficiência energética. Certificação e selagem Quando um fabricante decide certificar seus produtos, ele os submete a uma avaliação mais precisa em relação ao desempenho energético. Isso ajuda tanto consumidores, projetistas, construtores bem como o próprio fabricante. 30 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 30 • • O selo NFRC tem a função de ajudar a determinar qual produto apresenta melhor desempenho em relação ao aquecimento, resfriamento, isolação ao vento, resistência à condensação, etc. Com isso é possível compara os produtos e tomar a melhor decisão na hora da compra. Certificação e selagem O selo NFRC 31 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 31 Nome da agência independente Nome do fabricante Certificação e selagem Marca da NFRC Descrição do produto 32 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 32 Certificação e selagem Transmitância: (1 Btu/h/ft² °F = 5.678 W/m² °C) Coef. Ganho de calor solar: É a medida do calor solar que é transmitida para o interior do ambiente (valor entre 0 e 1) Transmissão de luz: É o percentual ou fração do espectro visível, sensível ao olho, que é transmitido pelo vidro (valor entre 0 e 1) Infiltração de ar: (1 cfm/ft² = 0,305 m³min/m²) Valores adicionais de desempenho: Resistência a condensação (valor expresso entre 0 e 100) Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 33 33 Considerações para seleção de janelas + PERFORMANCE ENERGÉTICA • Propriedades energéticas básicas • Desempenho durante os períodos quentes e frios • Impactos no o pico de carga • Potencial de manter a desempenho energético a longo prazo APARÊNCIA • Tamanho e forma • Estilo • Materiais da esquadrias • Tipos de Vidros ? FUNÇÃO • Iluminação natural • Controle de luminosidade CUSTO • Custo inicial da janela e instalação • Custo de manutenção • Conforto térmico • Resistência a condensação • Ventilação • Controle sonoro • Manutenção e durabilidade • Freqüência de substituição • Custo inicial do sistema de aquecimento/resfriamento • Custo anual de energia com aquecimento/resfriamento Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 34 34 Janelas no Brasil + De maneira geral, no Brasil, projetistas, proprietários e construtores não tem uma grande preocupação com o a eficiência energética das aberturas. Normas técnicas a serem consideradas em projetos de caixilharia NBR 10821 - Caixilhos para edificação - Janelas - Especificação NBR 6485 - Caixilhos para edificação - Janela, fachada-cortina e porta externa - Verificação da penetração de ar - Método de Ensaio NBR 6486 - Caixilhos para edificação - Janela, fachada-cortina e porta externa - Verificação da estanqueidade à água - Método de Ensaio NBR 6487 - Caixilhos para edificação - Janela, fachada-cortina e porta externa - Verificação do comportamento quando submetido a cargas uniformemente distribuídas - Método de Ensaio 35 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 35 •Dificuldade de levar a informação a milhares de pequenos fornecedores e construtores. Janelas no Brasil Lentidão no cumprimento das normas: •A mentalidade de muitos empresários que não investem em mudanças uma vez que o mercado continua fiel. Problema: Desconhecimento técnico dos fabricantes: •O mercado brasileiro é compartilhado por milhares de pequenas empresas espalhadas pelo país 36 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 36 •O setores PVC e alumínio são os setores mais organizados. Janelas no Brasil •Esquadrias : Aço e madeira tem as linhas mais populares e preços mais acessíveis. Estima-se: 37 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 37 Conclusões + 1.Pesquisa, desenvolvimento, e uso de novas tecnologias estão bastante avançados no exterior, associada à uma preocupação com conservação de energia; 2.No Brasil o processo ainda está iniciando. •Chegada de novas tecnologias (que precisam ser adaptadas a nossa realidade) •Desenvolvimentos de Normas e padronizações •Organização dos setor •Conscientização 38 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 38 Referências + •CARMODY J.; SELKOWITZ S.; HESCHONG L. Residential Windows – a guide to new tecnologies and energy performance, 1996. •DOE and LBNL. Selecting Windows for Energy Efficiency, 1997. •National Fenestration Rating Council: http://www.nfrc.org •Lawrence Berkeley National Laboratory: http://windows.lbl.gov/ •Revista Projeto Desig: http://www.arcoweb.com.br 39 Desempenho térmico em edificações| Roberto Lamberts Aula 10: Eficiência energética em janelas 39