Características funcionais e resultados do
tratamento fonoaudiológico nas fraturas
unilaterais do côndilo mandibular
Silvana Barbosa de Mendonça; Esther M. G. Bianchini
Instituto CEFAC - Setor de Distúrbios da ATM, Cirurgia Ortognática e Trauma de Face
Introdução: As fraturas de côndilo mandibular apresentam controvérsias quanto ao tratamento, podendo ser: conservador,
que busca estabilidade dos fragmentos ósseos, e cirúrgico, com reposicionamento do fragmento mais indicado para fraturas
baixas. A ajuda fonoaudiológica nos casos de fratura do côndilo mandibular associa-se a ambos os tratamentos, minimizando
os principais sintomas, sinais e seqüelas do problema.
Objetivo:
Objetivo: verificar
verificar as
as características
características miofuncionais
miofuncionais associadas
associadas àà presença
presença de
de fraturas
fraturas unilaterais
unilaterais do
do
côndilo
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terapiafonoaudiológica
fonoaudiológicamiofuncional.
miofuncional.
Método: Foram analisados dados de 25 pacientes consecutivos, encaminhados para avaliação fonoaudiológica por
apresentarem trauma de face, tratados de maneira conservadora ou cirúrgica. Critérios de exclusão: fraturas condilares
bilaterais, fraturas mandibulares associadas, outros comprometimentos inerentes ao trauma que determinem limitações
funcionais. Foram sujeitos 19 indivíduos, de ambos os gêneros, com média de idade 19,7 anos. Os dados foram tabulados
quanto a: etiologia, tipo de fratura, tratamento, queixas, situação estrutural, condição muscular, articular e funções
estomatognáticas, utilizando-se os mesmos critérios de verificação pré e pós tratamento fonoaudiológico com intervalo de 8 a
12 sessões semanais. A terapêutica seguiu protocolo de tratamento conservador composto de orientações ao paciente,
termoterapia, massagens, alongamentos e manobras específicas, drenagem manual de edemas, mobilidade mandibular
dirigida, correção dos desvios, aumento da amplitude de abertura e direcionamento funcional. Análise estatística: Teste de
Igualdade de Duas Proporções, t de Student e ANOVA (95% de confiança estatística).
Resultados: Etiologias prevalentes: acidentes de trânsito (47,4%), quedas (42,1%), predomínio de fratura alta (73,7%) e
tratamento conservador (78,9%). Na avaliação inicial a maioria dos participantes apresentou (p<0,005): edema e dor ao abrir
a boca (73,7%), queixa mastigatória (68,4%), dor para mastigar (68,4%), desvios de abertura (100%), ruído articular na
mastigação (73,7%), alteração na fala (89,5%) e desvios na fala (73,7%). Após tratamento fonoaudiológico observou-se
remissão de dor para mastigar e melhora significativa (p<0,005) quanto a: edema e dor ao abrir a boca (10,5%), desvios de
abertura (47,4%), ruído articular na mastigação (15,8%), alteração na fala (36,8%) e desvios na fala (31,6%). Verificamos
evolução nas aberturas inicial e final máxima de 29,6mm para 45,29mm respectivamente, conforme ilustra o gráfico abaixo
dos 19 sujeitos da pesquisa.
Evolução da abertura máxima mandibular
antes e após terapêutica fonoaudiológica
Inicial: abertura máxima
Final: abertura máxima sem desvio
Final: abertura máxima
60 mm
60 mm
60 mm
50 mm
50 mm
50 mm
40 mm
40 mm
40 mm
30 mm
30 mm
30 mm
20 mm
20 mm
20 mm
10 mm
10 mm
10 mm
Média
Limites inferior e superior
Conclusão: Baseando-se na amostra estudada, podem ser consideradas características miofuncionais das fraturas
unilaterais do côndilo mandibular: dor ao abrir a boca e ao mastigar, presença de edema, restrição da abertura e desvio para
o lado acometido. Os achados deste estudo permitiram constatar que o tratamento fonoaudiológico mostrou-se eficiente na
remissão das queixas, adequação da amplitude e simetria de abertura mandibular, além do restabelecimento da mastigação
e articulação da fala.
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