0 XIV Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do CEULS/ULBRA I SEMINÁRIO INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID/CEULS Tema: AVANÇOS E RESULTADOS PELA PESQUISA NA AMAZONIA ISSN 1808-3072 1 XIV Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do CEULS/ULBRA I SEMINÁRIO INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID/CEULS Tema: AVANÇOS E RESULTADOS PELA PESQUISA NA AMAZONIA 2 Organização do Evento: Coordenação de Pós-Graduação Pesquisa e Extensão Anais do XIV Salão de Iniciação Científica do CEULS/ULBRA Santarém Organização e Editoração Eletronica dos Anais: Igo Tarcio Ramos de Menezes, Maria Viviani Escher Antero Os Direitos destas edição são reservados ao Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA CEP: 68025-000 – Santarém – PA Fone/Fax: (0xx93) 3524-1055 E-mail: [email protected] Os textos são de inteira responsabilidade de seus Autores 3 XIV SALÃO DE INCIAÇÃO CIENTÍFICA DO CEULS/ULBRA TEMA: AVANÇOS E RESULTADOS PELA PESQUISA NA AMAZONIA 06 e 07 de NOVEMBRO DE 214 ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL LUTERANA DO BRASIL PRESIDENTE: PAULO AUGUSTO SEIFERT DIRETOR EXECUTIVO: ROMEU FORNECK COMISSÃO EDITORIAL MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO IGO TARCIO RAMOS DE MENEZES IZABEL ALCINA SOARES EVANGELISTA UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL REITOR: MARCOS FERNANDO ZIEMER PRÓ-REITOR ACADÊMICO: RICARDO WILLY RIETH PRÓ-REITOR ADJUNTO DE ENSINO PRESENCIAL PEDRO ANTONIO GONZÁLEZ HERNÁNDEZ PRÓ-REITOR ADJUNTO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E INOVAÇÃO:ERWIN FRANCISCO TOCHTROP JÚNIOR PRÓ-REITOR ADJUNTO DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS:VALTER KUCHENBECKER CAPELÃO GERAL: PASTOR LUCAS ANDRÉ ALBRECHT CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM DIRETOR GERAL: ILDO SCHLENDER CAPELÃO: REV. MAXIMILIANO WOLFGRAMM SILVA COORDENADOR DE ENSINO: CELSO SHIGUETOSHI TANABE COORDENAÇÃO DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO: MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO COMISSÃO CIENTÍFICA ALBERTO SOARES EVANGELISTA CELSO SHIGUETOSHI TANABE DAMIÃO PEDRO MEIRA FILHO IZABEL ALCINA SOARES EVANGELISTA JOVINA AZEVEDO MARQUES MANOEL ELBIO AQUINO SEQUEIRA MARIA ANTONIA VIDAL FERREIRA MARIA LILIA IMBIRIBA COLARES MARIA SHEYLA CRUZ GAMA MARIA VIVIANI ESCHER ANTERO NEUZIVAN ÁVILA RAIMUNDO COSME DE OLIVEIRA JUNIOR ROSANGELA MARIA LIMA DE ANDRADE SAMAI DOS SANTOS SERIQUE Correspondência Av. Sergio Henn, 1787, Bairro Diamantino CEP: 68025 – 000 – Santarém – PA Fone/Fax: (0xx93) 3524-1055 E-mail: [email protected] Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP S161c Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do CEULS/ULBRA (13. : 2014 : Santarém,PA). Caderno de resumos do XIV Salão de Iniciação Científica do CEULS/ULBRA, I Seminário Institucional de Iniciação à Docência PIBID/CEULS, Santarém/PA, 06 a 07 de novembro de 2014 / organização Coordenação de Pós-Graduação Pesquisa e Extensão do CEULS/ULBRA. – Santarém: CEULS/ULBRA, 2014. 250 p. : il. Tema: Avanços e Resultados pela Pesquisa na Amazônia. ISSN: 1808-3072 Bibliotecária responsável – Simone da Rocha Bittencourt – CRB 10/1171 4 SUMARIO APRESENTAÇÃO CIENCIAS BIOLOGICAS SACOLAS PLÁSTICAS: USO DIÁRIO POLUIÇÃO CONSTANTE CIÊNCIAS DA SAÚDE ESQUIZOFRENIAE SUAS POSSÍVEIS CAUSAS HÁBITO HEMATOFÁGICO DO Aedes aegypti EM ÁREAS DE ALTA INFESTAÇÃO EM SANTARÉM-PARÁ, BRASIL IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DO USO DE DROGAS PSICOTRÓPICAS COM ALUNOS DA EJA. NUTRIÇÃO COMO PREVENÇÃO AO DIABETES INFANTIL CIÊNCIAS EXATAS A CULPA É DA MÃE D’AGUA: DESENVOLVIMENTO DE UM E-book COM PRINCÍPIOS DA ENGENHARIA DE SOFTWARE APLICAÇÃO DE CONCEITOS DA IHC NO DESENVOLVIMENTO DE LIVROS DIGTAIS NO FORMATO EPUB PRODUÇÃO DE UM OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PA CIÊNCIAS HUMANAS A FORMAÇÃO CRISTÃ E SOCIAL ATRAVÉS DO ENSINO RELIGIOSO A FORMAÇÃO DOS COORDENADORES PEDAGÓGICOS: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO PARA O SUCESSO DO ENSINO APRENDIZAGEM A IMPORTÂNCIA DO BRICAR, CUIDAR E EDUCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL. A INFLUÊNCIA DA GESTÃO ESCOLAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM A MÍDIA E OS MOVIMENTOS SOCIAIS A PESQUISA CIENTÍFICA NA VIDA ACADÊMICA A PRÁTICA DOCENTE DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA UMEI/COAHB NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PARÁ A RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENTOS ATRAVÉS DO PROJETO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) APRENDER A LER E ESCREVER: O PROCESSO DE LETRAMENTO NAS CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS EM UMA UNIDADE DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE SANTARÉM-PA AS PRÁTICAS DOCENTES UTILIZADAS EM UMA UMEI NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, FRENTE A SUA REALIDADE E LIMITAÇÕES ESTRUTURAIS. AVALIAÇÃO DO USO DA INFORMÁTICA COMO RECURSOS PEDAGOGICOS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE SANTARÉM AVALIAÇÃO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTALCOMO FORMA DE DIAGNOSTICAR O PROCESSO DE APRENDIZAGEM CONHECIMENTOS E HABILIDADES NECESSÁRIAS AO PROFESSOR DE ALUNOS AUTISTAS CONTANDO UM CONTO: UMA SEQUENCIA DIDÁTICA E A “PÓLVORA EUROPEIA” CHEGA AO BRASIL: A TRANSFERÊNCIA DA FAMÍLIA REAL LUSA PARA A AMÉRICA PORTUGUESA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O GRÃO-PARÁ EDUCAÇÃO INTEGRAL ENQUANTO EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA EM ESCOLAS MUNICIPAIS DESANTARÉM/PA ESTAGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL CRECHE E PRÉ – ESCOLA: INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO UTILIZADOS NA UMEI. 7 8 9 12 13 17 23 27 32 33 39 46 51 56 57 60 64 68 72 76 81 84 87 90 94 99 105 110 113 118 123 128 5 ESTÁGIO SUPERVISIONADO- A ROTINA EDUCACIONAL NAS UNIDADES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM SANTARÉM- PARÁ EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS COMO POLÍTICA INDUTORA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL EM ESCOLAS ESTADUAIS DE SANTARÉM/PA FORMAÇÃO DOS GESTORES ESCOLARES: RESIGNIFICANDO CONCEPÇÕES GESTÃO DEMOCRÁTICA: O PAPEL DO GESTOR NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL: O ROMPIMENTO DO SILÊNCIO NA CONSTRUÇÃO DE UMA DEMOCRACIA ISONÔMICA LENDAS AMAZÔNICAS: APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA LETRAMENTO: ORIGEM DO TERMO, CONCEITO E IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO. MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: NA SALA DE AULA DO ENSINO MÉDIO, REFLE XÕES A PARTIR DO DISCURSO DO ALUNO METODOLOGIA DE ENSINO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO SOB A ÓTICA ACADÊMICA: UM ESTUDO NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM MÉTODOS DIFERENCIADOS PARA DESENVOLVER A LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL MÍDIAS TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO: O USO DO LAPTOP NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL IRMÃ LEODGARD GAUSEPOHL O ANALFABETISMO EM JOVENS E ADULTOS PERFIL SOCIOECONÔMICO DE PAIS DOS ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL RIO TAPAJÓS E SUA RELAÇÃO COM A IMPORTÂNCIA DA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO DESEMPENHO ESCOLAR. PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS PROFESSORES DA ESCOLA RIO TAPAJÓS: SER PROFESSOR PERFIL SOCIOECONOMICODOS ALUNOS DO 6º AO 9º ANO DA ESCOLA BRIGADEIRO EDUARDO GOMES: RENDIMENTO ESCOLAR PERFIL SOCIOEDUCATIVO E ECONÔMICO DOS ALUNOS DA ESCOLA JOAQUIM CAVALCANTE MAIA POLÍCAS DE EDUCAÇÃO INTEGRAL NO MUNICIPIO DE BELTERRA/PA PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO BÁSICA – PARFOR: A REALIDADE DOS CURSISTAS NO PERIODO DE ESTUDO DE SANTARÉM – PA SEQUÊNCIA DIDÁTICA E ABORDAGEM DE GÊNERO TEXTUAL CONTO NA ESCOLA EDUCAÇÃO INTEGRAL ENQUANTOEXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA EM ESCOLAS MUNICIPAIS DESANTARÉM/PA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: A REALIDADE DOS CURSISTAS NO PERÍODO DE ESTUDO CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS A PERCEPÇÃO DOS CLIENTES EM RELAÇÃO A QUALIDADE EM SERVIÇOS PRESTADOS EM RESTAURANTES SELF-SERVICE GESTÃO DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO: UM ESTUDO NO CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM – CEULS/ULBRA ENGENHARIAS 131 135 138 142 146 151 155 157 162 167 172 178 181 185 189 194 199 204 208 211 216 220 221 224 227 AMPLIAÇÃO E REFORMA PARCIAL DA DESPENSA E ESTAÇÃO DE GÁS DA CRECHE SEARA DESCOLAMENTO EM REVESTIMENTO CERÂMICO DE FACHADA – ESTUDO DE CASO 228 232 ESTUDO SOBRE A APLICAÇÃO DE CONCEITOS DE GERENCIAMENTO DA DEMANDA DE ENERGIA ELETRICA EM SANTARÉM. LIGUISTICA, LETRAS E ARTE 238 244 A FÁBULA COMO INSTRUMENTO DE ENSINO: RELATO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA EM SANTARÉM-PA 245 6 APRESENTAÇÃO Desde o ano de 2000 o Centro Universitário Luterano de Santarém realiza anualmente o Salão de Iniciação Científica, este encontro tem ampla repercussão entre a comunidade acadêmica regional. Dentre os seus objetivos podemos destacar o incentivo à produção científica, de modo a aumentar quantitativa e qualitativamente a pesquisa, fortalecendo assim o desenvolvimento científico regional. No sentido de promover uma discussão e atualização da comunidade acadêmica, reafirmando o pacto pela excelência, bem como promover um espaço de articulação entre ensino, pesquisa e extensão, neste ano de 2014 o Salão de Iniciação Científica inclui na sua programação dois eventos importantes para comunidade acadêmica, I Seminário Institucional de Iniciação à Docência com a finalidade em divulgar os trabalhos realizados durante o primeiro ano de vigência do PIBID, sob a coordenação do CEULS/ULBRA e apresentação em forma de pôster os resultados dos trabalhos de pesquisa e extensão realizados nas disciplinas do Ciclo Básico do projeto Trabalho Interdisciplinar. Assim sendo, o Salão de Pesquisa e Iniciação científica oferece a oportunidade de divulgação científica em três instâncias: a publicação de resumos em anais, a apresentação na forma de pôsteres e a comunicação oral. Como uma forma de incentivo à melhoria da qualidade das publicações, é oferecida ainda uma premiação àqueles alunos de Iniciação Científica que se destacarem no evento. O ponto alvo deste encontro está voltado para os “Avanços e Resultados pela Pesquisa na Amazônia”. 7 CIÊNCIAS BIOLOGICAS 8 SACOLAS PLÁSTICAS: USO DIÁRIO POLUIÇÃO CONSTANTE Milca Laíz Prata Silva1 Semíramis Silva Saraiva1 Engª Marijara Serique de A. Tavares2 [email protected] RESUMO: As sacolas plásticas contribuem com os impactos ambientais de forma negativa e esse é o mal que afeta a nova geração devido o consumismo. Objetivando demonstrar os danos que as sacolas plásticas trazem ao meio ambiente, este projeto foi desenvolvido com uma pesquisa bibliográfica e de campo, com um questionário contendo dez perguntas fechadas e aplicadas em sete supermercados do município de Santarém, onde foi realizado uma análise quantitativa e qualitativa, onde constatamos que 100% dos supermercados entrevistados se preocupam com o meio ambiente, desenvolvem ações ambientais, fazem usos de sacolas ecológicas, tendo em vista que atuam neste seguimento há mais de 20 anos correspondendo a 71% dos entrevistados, o que nos mostra o comprometimento das empresas locais em disponibilizar para os seus clientes produtos ecologicamente corretos. PALAVRAS-CHAVES: Sacolas Plásticas; Meio Ambiente; Supermercado. INTRODUÇÃO: As sacolas foram introduzidas no Brasil em 1970 para facilitar o armazenamento e transporte de mercadorias, essa facilidade do passado se tornou o problema das gerações atuais e futuras, algo tão prático e útil, produzido para tantos fins, com espessuras variadas e diversas matérias primas danosas ao meio ambiente, estamos falando do Polietileno de alta densidade - PEAD 2, um material derivado do petróleo, o que deixa sua decomposição prolongada. Por ser prática e gratuita os sacos e sacolas plásticas se tornaram um antagonista na vida da população, passando despercebido por todos, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA) as sacolas plásticas não são o maior vilão do meio ambiente mais o seu consumo excessivo. Trabalhar uma educação ambiental seria parte da solução, e isso já está sendo desenvolvido nas grandes cidades como forma de diminuir seu consumo, introduzindo alternativas viáveis como sacolas retornáveis e biodegradáveis. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, lei 12.305/10 em seu Art. 54 dispõe sobre a logística reversa, que pode ser definida como ‘’ Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios, destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, no seu ou em outros ciclos produtivos, outra destinação 1 2 Acadêmicas Orientadora 9 final ambientalmente adequada’’. Distribui a responsabilidade do resíduo ao gerador e produtor do mesmo, tais políticas públicas são necessárias para a diminuição do consumo. A pesquisa objetiva demonstrar os danos que as sacolas plásticas trazem ao meio ambiente, buscando apontar alternativas sustentáveis para o uso das sacolas plásticas; reduzir o uso das sacolas plásticas através da educação ambiental; incentivar o uso das sacolas biodegradáveis e/ou retornáveis. MÉTODO: Foi desenvolvido uma pesquisa bibliográfica com uma análise quantitativa e qualitativa in loco. A Pesquisa Quantitativa traduz em números, opiniões e informações para classifica-los organiza-los utiliza métodos estatísticos e a Pesquisa Qualitativa considera a existência de uma relação dinâmica entre real e sujeito. É descrito e utilizado o método indutivo. O processo é o foco principal. A pesquisa foi realizada no município de Santarém/PA em uma rede de supermercados de grande movimentação do município. Foi aplicado um questionário com 10 perguntas fechadas aos gerentes de cada estabelecimento, buscando responder aos objetivos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Tivemos 100% de aproveitamento das empresas, pois todas as empresas entrevistadas demonstram a preocupação com o meio ambiente, mostram que tem uma responsabilidade ambiental procurando a certificação das sacolas, na verificação o produto adquirido, procurando sempre mostrar para o cliente o benefício dessas sacolas fazendo o marketing das mesma, e do uso de sacolas biodegradáveis e retornáveis. Gráfico 01: Demonstra a quantidade de sacolas plásticas que as empresa faz uso ao mês As empresas representado no gráfico acima nos demonstra uma preocupação, pois quando perguntadas sobre o quantitativo de sacolas a empresa adquire por mês, 57% das 10 empresas adquire mais de 50 Mil sacolas ao mês, sendo distribuída cerca de 1.666 sacolas plástica por dia aumentando mais o número de poluentes, já 43% das empresas entrevistadas adquire até 10 mil baixando o número de poluentes para 330 sacolas plásticas distribuídas por dia, isso demonstra que fazem o uso das sacolas retornáveis. Uma quantidade bem elevada, tendo em vista que o Brasil, segundo pesquisa do IBGE só é reciclado no Brasil 2% de todo o lixo gerado. GRAFICO 02: Qual o tipo de sacolas distribuídas pela empresa para o consumidor. Quando questionadas sobre o tipo de sacolas distribuídas aos seus clientes, os supermercados segundo observa-se no gráfico 02 mostram que 29% delas utilizam sacolas biodegradáveis, que pela sua composição química, é considerada ecológica, tendo maior facilidade de decomposição. Entretanto, 14% dos entrevistados afirmaram que usam embalagens retornáveis, que são compostas por material mais durável (pano), ou polietileno de baixa densidade- PEAD 2 e 57% fazem uso tanto da biodegradável quanto da retornável. GRÁFICO 03: Quantas sacolas retornáveis o supermercado vende por mês? 11 O gráfico 03 mostra que das empresas entrevistadas 57% vendem de 50 a 100 unidades de sacolas retornáveis (pano) uma pequena quantidade, 15% das empresas entrevistadas vende uma pequena quantidade que vai de 10 a 50 unidade por mês, assim demostrando o pouco interesse pelas sacolas retornáveis. Ainda dentro desta estatística, 14% das empresas entrevistadas comercializam as embalagens retornáveis. Apenas 14% vendem mais de 100 unidades ao mês, assim observamos a grande relevância do uso das sacolas retornáveis (Pano), mostrando que existem uma procura pequena mas ações grandiosas para com contribuição ambiental. CONCLUSÃO: Pode-se observar que hoje as empresas estão disponibilizando sacolas retornáveis e acreditam na promoção ambiental, investem em propaganda das sacolas como forma de incorpora-la no mercado com maior aceitabilidade e certificação para que todos tenhamos o entendimento da procedência do produto. Um ponto muito bom de ser ressaltado é que 100% das empresas fazem a comercialização de sacolas retornável sendo uma iniciativa de suma importância para a educação ambiental de todos. Mais a pesquisa mostra que infelizmente poucas pessoas fazem o uso da mesma. O que está faltando? Politicas públicas mais educação ou sensibilização das problemáticas e danos ambientais causados pelas sacolas plásticas ao meio ambiente. BIBLIOGRAFIA SZABÓ JUNIOR, Adalberto Mohai: guia prático de planejamento e gestão Ambiental. São Paulo. Editora rideel,(2008) LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo, 20º edição, editora ática, (2000) 12 CIÊNCIAS DA SAÚDE 13 ESQUIZOFRENIAE SUAS POSSÍVEIS CAUSAS Juliana Nascimento Justus Alves Corrêa1 Maria de Nazaré Almeida dos Santos¹ Msc. Raimunda Margarete Teixeira Muniz2 [email protected] RESUMO – Na realidade atual, a esquizofrenia configura-se como um dos grandes problemas psicossociais. Surgem diversas discussões a respeito do diagnóstico e do tratamento, pois é um conjunto de fatores que influenciam o curso da doença. O objetivo desta pesquisa foi identificar as possíveis causas para o aparecimento da esquizofrenia. A metodologia utilizadatrata-se de uma pesquisa bibliográfica. Os resultados obtidos mostram que não existe uma única causa, mas sim várias que procuram explicar o aparecimento da doença, como por exemplo: uso de substâncias psicoativas, o ambiente, histórico familiar da doença e de outros transtornos mentais e o quadro psicológico,juntas podem ser responsáveis pelo desencadeamento de surtos e afloração de quadros psicóticos. O estudo identificou que apesar de existirem diversas hipóteses para a explicação da origem da esquizofrenia, nenhuma delas individualmente consegue dar uma resposta satisfatória aos muitos questionamentos que existem em torno das causas da doença, reforçando assim a ideia de uma provável etiologia multifatorial. PALAVRAS-CHAVE: esquizofrenia; sintomas; causas. INTRODUÇÃO: Na realidade atual, a esquizofrenia configura-se como um dos grandes problemas psicossociais. Conforme o DSM-IV a esquizofrenia é uma perturbação que dura pelo menos seis meses e que inclui, ao menos um mês, dois ou mais dos seguintes sintomas: (1) delírios, (2) alucinações, (3) discurso desorganizado ou catatônico, (5) sintomas negativos, que incluem embotamento afetivo, alogia ou avolição. É definida em subtipos (Paranóide, Desorganizado, Catatônico, Indiferenciado e Residual). Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS (2001) a esquizofrenia comete aproximadamente 24 milhões de pessoas no mundo. Sua prevalência geralmente é estimada em 1% da população mundial. Uma vez que a esquizofrenia tende a ser crônica, as taxas de incidência são consideravelmente mais baixas do que as taxas de prevalência. No estudo sobre a carga global de doenças, a esquizofrenia é responsável por 1,1% do total de AVAI - ano de vida ajustado por incapacidade e 2,8% dos AVI - anos vividos com incapacidade. A manifestação da esquizofrenia geralmente ocorre entre os 14 e os 25 anos, sendo raro o início antes da adolescência (embora haja relatos de casos com inicio aos 5 ou 6 anos). A esquizofrenia também pode começar mais tarde, após os 45 anos. Alguns estudos afirmam que homens de mulheres são afetados em proporções basicamente iguais. 1 Acadêmicas do 9° Semestre do Curso de Graduação em Psicologia do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES). 2 Orientadora e Psicóloga, Mestre em Teologia Prática pela Escola Superior de Teologia – (EST).São Leopoldo /RS. Docente do Curso de Psicologia do Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES). 14 De acordo com o DSM-IV os sintomas característicos de esquizofrenia envolvem uma faixa de disfunções cognitivas emocionais que acometem a percepção, o pensamento inferencial, a linguagem e a comunicação, o monitoramento comportamental, o afeto, a fluência e produtividade do pensamento e do discurso, a capacidade hedônica, a volição, o impulso e a atenção. Nenhum sintoma isolado é patognomônico de Esquizofrenia; o diagnóstico envolve o reconhecimento de uma constelação de sinais e sintomas associados com prejuízo no funcionamento ocupacional ou social. Um número considerável de indivíduos com esquizofrenia tenta o suicídio em dadomomento durante o curso de sua doença. Recente estudo mostrou que 30% dos pacientesdiagnosticados com esse distúrbio haviam tentado o suicídio pelo menos uma vez durante a vida (Radomskyet al. 1999). Aproximadamente 10% das pessoas com esquizofrenia morremem virtude de suicídio (Caldwell e Gottesman 1990). Em todo o mundo, a doençaesquizofrênica reduz o período de vida da pessoa afetada numa média de 10 anos. MÉTODO: O estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde segundo Gil (2002), estas pesquisas adequam um maior aprofundamento do problema, tendo com principal objetivo o refinamento teórico. Segundo esse mesmo autor, a base do trabalho da pesquisa bibliográfica são materiais teóricos postulados por outros autores. Neste trabalho abordaremos formas de pensamentosde autores e artigos científicos de diversas datas de publicações. É importante ressaltar, que esta pesquisa seguiu o que postula Medeiros (1996), sobre as quatro etapas da pesquisa bibliográfica: A primeira foi à identificação, na qual, foi feito um levantamento da bibliografia sobre o assunto, seguindo, para a localização do material a ser utilizado. Dando sequência, veio à compilação onde se buscou a obtenção e reunião do material almejado. Por fim, o fichamento, com a transcrição dos dados essenciais obtidos no material bibliográfico em fichas, facilitando a consulta para a escrita do trabalho. Após a coleta de dados, as bibliografias foram analisadas e descritas. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Os resultados obtidos mostram que não existe uma única causa, mas sim várias que procuram explicar o aparecimento da doença, como por exemplo: uso de substâncias psicoativas, o ambiente,histórico familiar da doença e de outros transtornos mentais e oquadro psicológico. Todas podem ser responsáveis pelo desencadeamento de surtos e afloração de quadros psicóticos. Neste trabalho falaremos algumas teorias que mais têm aceitação na comunidade cientifica internacional. 15 Na Teoria Genética a esquizofrenia é uma desordem hereditária. Possuir um parente com esquizofrenia é o fator de risco mais consistente e significativo para o desenvolvimento da doença. Uma relação clara pode ser encontrada entre o risco de esquizofrenia e o grau de parentesco a uma pessoa com esquizofrenia. Muitos estudos epidemiológicos mostram que indivíduos que possuem parentes em primeiro grau com esquizofrenia possuem um risco aumentado em desenvolver a doença. Embora as estimativas variem a taxa de concordância para esquizofrenia em gêmeos idênticos é ao redor de 50% e, para gêmeos dizigóticos, é da ordem de 12 %, sendo significativamente maior que o 1% de risco da população geral. Por um lado, estes estudos demonstram a existência do componente genético (quatro vezes maior a probabilidade em gêmeos monozigóticos do que em dizigóticos), mas, por outro lado, também ressalta a participação do componente ambiental na expressão da esquizofrenia, já que o esperado é teoricamente 100% de concordância para gêmeos monozigóticos, pois a carga genética é idêntica em ambos (Vallada Filho &BusattoFillho, 1996). ATeoria neurobiológica atualmente é a mais bem investigada e mais aceita, defende que a esquizofrenia é essencialmente causada por alterações bioquímicas e estruturais do cérebro, em especial com uma disfunção dopaminérgica, embora alterações em outros neurotransmissores estejam também envolvidas. A maioria dos neurolépticos (antipsicóticos) atua precisamente nos receptores da dopamina no cérebro, reduzindo a produção endógena deste neurotransmissor. Exatamente por isso, alguns sintomas característicos da esquizofrenia podem ser desencadeados por fármacos que aumentam a atividade dopaminérgica (ex. anfetaminas). Esta teoria é parcialmente comprovada pelo fato de a maioria dos fármacos utilizados no tratamento da esquizofrenia neurolépticos atuarem através do bloqueio dos receptores da (D2) da dopamina. Na Teoria psicanalítica Freud diz que as palavras estão sujeitas ao processo primário, processo igual ao dos sonhos. As palavras passam por uma condensação, e por meio do deslocamento transferem integralmente suas catexias de umas para as outras. O processo pode ir tão longe, que uma única palavra, se for especialmente adequada as suas numerosas conexões, assume a representação de todo um encadeamento de pensamento. Nos sintomas de esquizofrenia haveria, portanto, uma dominância do que tem a ver com as palavras sobre o que tem a ver com as coisas. A rejeição de um significante primordial, o significante que simbolizaria a falta no sujeito. E o desencadeamento da psicose 16 ocorre quando esse significante que foi rejeitado retorna, mas como não foi simbolizado pelo sujeito, ele só pode retornar no real. CONCLUSÃO: O estudo identificou que apesar de existirem diversas hipóteses para a explicação da origem da esquizofrenia, nenhuma delas individualmente consegue dar uma resposta satisfatória aos muitosquestionamentosque existem em torno das causas da doença, reforçando assim a ideia de uma provável etiologia multifatorial. A severidade das consequências da patologia ocasiona inúmeros prejuízos para o esquizofrênico, sua família e a sociedade, sendo considerado um sério problema de saúde pública. É importante ressaltar que o reconhecimento precoce dos sinais da esquizofrenia é vital para que se possa procurar ajuda mais rápida. No tratamento da esquizofreniaa maioria dos casos tem indicação interdisciplinar, incluindo o uso de fármacos e psicoterapia. As implicações sociais e psicológicas devem ser consideradas na compreensão do tema, levando em consideração a percepção de cada indivíduo em seu meio de convívio, permitindo que os esquizofrênicos possam viver com melhor qualidade de vida. REFERÊNCIAS: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION.DSM-IV.Manual Diagnóstico e Estatístico deTranstornos Mentais. Porto Alegre : ARTMED, 2002, 4a. ed. Caldwell CB, Gottesman II(1990).Schizophrenics kill themselves too: a review of risk factors for suicide. Schizophrenia Bulletin, 16: 571-589. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. MEDEIROS, J. B. Redação Científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 2ed. São Paulo: Atlas,1996. Organização Mundial da Saúde(2001). Mental health resources in the world: Initial results of Projet ATLAS. Genebra, Organização Mundial da Saúde (FactSheetNo 260, abril 20 Dractu&R. Laranjeira (Orgs.), Manual de psiquiatria(pp. 127-150). Rio de Janeiro: GuanabaraKoogan. RELATÓRIO SOBRE A SAÚDE NO MUNDO 2001: Saúde mental: nova concepção, nova esperança. Radomsky ED, Haas GL, Mann JJ, Sweeney JA(1999). Suicidalbehavior in patientswith schizophrenia and other psychotic disorders. American Journal of Psychiatry, 156(10): 1590-1595. VALLADA Filho, H., &Busatto Filho, G. (1996). Esquizofrenia. In P. Almeida, L. 17 HÁBITO HEMATOFÁGICO DO Aedes aegypti EM ÁREAS DE ALTA INFESTAÇÃO EM SANTARÉM-PARÁ, BRASIL Herberto de C. Dantas Filho1 Elizângela de S. G. Leal2 [email protected] RESUMO: Para o Aedes aegypti transmissor da dengue, a interação de fatores bióticos e abióticos têm proporcionado variações na sua hematofagia em diferentes localidades infestadas. Objetivo: Monitoramento Entomológico de Ae. aegypti alados em bairros de Santarém, analisando seu hábito hematofágico para subsidiar medidas de controle vetorial. Métodos: Análise do SISPNCD vinculados a notificações dos bairros de Santarém, que apresentaram maiores índices de infestação predial entre 2010 a 2012. Em cada bairro foi selecionada uma residência para coletas de 25 horas (8h às 9h do dia seguinte) no intradomicílio e peridomicílio simultaneamente. Estas foram realizadas por meio de isca de atração protegida, foco luminoso e capturador de Castro. Resultados: De dezembro/2012 a novembro/2013 em 18 coletas foram capturados 198 exemplares de Ae. aegypti fêmeas, sendo 97 no bairro Aeroporto Velho e 101 no Diamantino. Desse total, 122 foram coletados das 6h às 18h (intradomicílio 74 e peridomicílio 48) e 76 das 18h às 6h (intradomicílio 32 e peridomicílio 44). No geral, 106 eram do intradomicílio (picando 90%) e 92 do peridomicílio (picando100%). Conclusão: O repasto sanguíneo do Ae. aegypti nos domicílios humanos, ocorreu em maior densidade nas primeiras horas da manhã e ao anoitecer, servindo como fonte de alimento o homem. PALAVRAS-CHAVE: entomologia, vetor, dengue. INTRODUÇÃO: Na última década, a região amazônica vem sofrendo inúmeras alterações ambientais, ocasionadas, sobretudo pela ação do homem sobre o meio em que vive. Isto se reflete de inúmeras maneiras sobre as sociedades humanas, inclusive através do surgimento de grandes endemias. Considerada a arbovirose mais importante do mundo, a reemergência da dengue está diretamente relacionada à reinfestação das áreas urbanas pelo Aedes aegypti (TAUIL 2002; BARBOSA et al., 2009) e constitui causa importante de morbidade e mortalidade, resultando em epidemias de impacto em saúde pública. Para Figueiredo (2012), apesar dos esforços voltados para o controle de Aedes aegypti, uma situação hiperendêmica desta doença permanece no Brasil, envolvendo todos os quatro sorotipos de dengue (DENV-1 a 4). O aumento do número de casos de dengue na Amazônia exigiu do Ministério da Saúde a intensificação das medidas de controle da doença, bem como estabeleceu algumas medidas de monitoramento de atividades entomológicas, isto é, com base no vetor. No que tange ao Estado do Pará, o último informe epidemiológico (novembro/2013) divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA) junto à Coordenação do Programa Estadual de Controle de Dengue indica Santarém como o município com o maior número de casos 1 2 Técnico em Entomologia – Ministério da Saúde/ Secretaria de Estado de Saúde do Pará Bióloga – Universidade Federal do Pará/ Secretaria de Estado de Saúde do Pará 18 notificados (2.261) e confirmados (866) para este agravo (SESPA, 2013). De maneira geral, a incidência de dengue no Pará, no período de 2000 a 2010, seguiu o padrão observado na região Norte e no Brasil, com os ciclos de alta transmissão influenciados pela predominância de diferentes sorotipos no País (MS/SVS, 2011). De acordo com Câmara et al., (2007), a progressão da doença depende de condições ecológicas e sócio-ambientais que facilitam a dispersão do vetor. O Ae. aegypti apresenta maior importância médica, pois é considerado vetor da dengue e febre amarela no Brasil, nas Américas e em outras partes do mundo (CONSOLI & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1994; FORATTINI, 2002). Na ausência de uma vacina eficaz, o controle da transmissão do vírus da dengue requer o esforço conjunto de toda a sociedade no combate ao transmissor. No Brasil, a dengue é transmitida por Aedes aegypti, encontrado, sobretudo no meio urbano, colonizado em depósitos de armazenamento de água e pequenas coleções temporárias (MS, 2007). Está sempre associado ao domicílio e peridomicílio humano, embora possa ser encontrado longe dos aglomerados urbanos no Velho Mundo (MS, 2007). Segundo Tadei et al., (2010), na região amazônica, fatores ambientais e sociais bem como a elevada temperatura e umidade durante o ano, o extenso período chuvoso e as condições de infraestrutura deficitárias favorecem a reprodução e proliferação do vetor da dengue, fatos também assegurados por Vasconcelos et al., (1999) em estudos anteriores. Atualmente, estudos realizados com base na entomologia do vetor indicam que Aedes aegypti consiste em um mosquito de hábitos essencialmente diurnos. No entanto, em algumas áreas, a observação da atividade hematofágica noturna das fêmeas tem sido frequentemente monitorada e notificada. De acordo com Forattini (2002), admite-se que a hematofagia desse mosquito atinja o máximo por ocasião de períodos determinados. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada no município de Santarém, Estado do Pará. A cidade está situada a 2º 24" 52" de latitude sul e 54º 42" 36" de longitude oeste, na região do oeste paraense, na mesorregião do Baixo Amazonas, na micro região de Santarém. Segundo a classificação climática Köppen-Geiger, o clima é do tipo Am (PMS, 2013). O estudo foi realizado em parceria com Laboratório de Entomologia da Divisão de Endemias do 9º Centro Regional de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde Publica (9º CRS/SESPA), entre dezembro de 2012 e novembro de 2013. Para descrever o comportamento de Aedes aegypti, foram escolhidas duas áreas com maior índice de casos de dengue na zona urbana do município e dois pontos de capturas de maior infestação nos respectivos bairros: do Diamantino e bairro do Aeroporto Velho (Figura 01). 19 FIGURA 01: Mapa da zona urbana de Santarém com os pontos de captura de Aedes aegypti nos bairros Diamantino e Aeroporto Velho. Foram realizadas atividades de coletas bimensais de Aedes aegypti em ambiente intra e peridomiciliar, durante 25 horas consecutivas. Todo o trabalho foi executado de acordo com o consentimento dos proprietários. Para cumprir esta finalidade, utilizou-se como método a isca por atração protegida. Um coletor permaneceu no interior do domicílio e outro em área externa. Os exemplares foram coletados através de capturadores manuais e em seguida acondicionados em depósitos de plástico contendo data, horário e ambiente de coleta. Após esse processo, foram transferidos diretamente para os recipientes mortíferos ou para gaiolas de transporte, segundo a descrição de Consoli & Lourenço-de-Oliveira (1989). Assim, todo o material coletado foi conduzido ao Laboratório de Entomologia da Divisão de Endemias da SESPA, para os procedimentos de identificação através da Chave ilustrada para identificação de Aedes aegypti segundo SUCAM, 1989 e Forattini (2002). RESULTADOS E DISCUSSÃO: As fêmeas de Aedes aegypti foram coletadas em todos os 9 meses do período estudado. Foram capturadas nos dois bairros, um total de 198 fêmeas, sendo 51,1% no bairro do Diamantino e 48,9% no bairro do Aeroporto Velho. O gráfico 01 expressa a atividade hematofágica de Aedes aegypti em ambiente intradomiciliar nos bairros estudados, durante todo o período de coleta. As fêmeas coletadas no bairro do Diamantino apresentaram um período de maior atividade entre as 10:00 e 11:00 horas. No bairro do Aeroporto Velho, o horário correspondente a maior atividade compreendeu entre 09:00 e 10:00 horas. Um aspecto observado no bairro do Aeroporto Velho foi a coleta de exemplares em atividade hematofágica entre 21:00 e 22:00 horas. Isto não foi observado no bairro do Diamantino, que apresentou densidade populacional mínima no mesmo horário de estudo. 20 GRAFICO 01: Atividade hematofágica de Aedes aegypti em ambiente intradomicíliar. GRAFICO 02: Atividade hematofágica de Aedes aegypti em ambiente de peridomicílio As coletas efetuadas em ambiente peridomiciliar estão representadas no gráfico 02. É possível perceber que em condições peridomicilares ocorreu uma atividade mais intensa do vetor, quando comparada ao intradomicilio. A densidade populacional destes mosquitos mostrou-se variada, sendo o predomínio dos espécimes nos horários de 8:00 as 09:00 horas no bairro do Diamantino e de 18:00 as 19:00 horas no bairro do Aeroporto Velho. Em relação ao período de menor atividade do vetor, não houve registro de coleta no horário correspondente entre 20:00 e 01:00 hora da manhã no bairro do Diamantino e no bairro do Aeroporto Velho, a ausência de exemplares coletados alternou-se em diferentes horários. No decorrer do estudo observou-se o predomínio da atividade diurna no hábito hematofágico de Aedes aegypti, corroborando com a literatura existente para o monitoramento da atividade hematofágica deste vetor. Em termos gerais, é verificada a maior densidade de fêmeas de Aedes aegypti durante o dia, com 116 exemplares, sendo 62 no bairro Aeroporto Velho e 54 no bairro Diamantino, o que denota a descrição de hábito diurno. No entanto, a presença de fêmeas em atividade hematofágica durante a noite (período compreendido entre as 18:00 e 06:00 horas) também foi evidenciada, com 32 exemplares no bairro do Aeroporto Velho e 44 no bairro do 21 Diamantino. Sob análise informal dos técnicos do Laboratório de Entomologia/9ºCRS/SESPA algumas ocorrências podem estar relacionadas ao encontro de Aedes aegypti em horários incomuns, tais como: borrifações periódicas na tentativa de se quebrar o ciclo de transmissão da doença, bem como fatores que podem afetar o hábito de atividade alimentar do vetor. Isto permitiria o repouso das fêmeas durante o dia e uma atividade hematofágica durante a noite. No entanto, são necessários novos estudos, bem como a ampliação do monitoramento da referida atividade em diferentes áreas e intervalos de tempo, para que se possa obter uma melhor compreensão do padrão de atividade destes culicídeos. Outro ponto refere-se à rotina dos moradores das residências trabalhadas ao longo do período de estudo. No domicílio do bairro do Aeroporto Velho, por exemplo, os moradores ausentam-se durante o dia para trabalhar ou estudar e retornam ao anoitecer. Em tese, a maior disponibilidade de alimento estaria nesse horário. Em relação ao bairro do Diamantino, os moradores permanecem em suas residências durante o dia; no entanto, houve ocorrências de atividade hematofágica durante o período noturno. CONCLUSÃO: Os dados obtidos através das coletas diurnas e noturnas de fêmeas de Ae. aegypti corroboram com o registro de Forattini (2002), o qual afirma que a hematofagia de Aedes aegypti atinja o máximo por ocasião do crepúsculo matutino, à tarde e à meia noite. Para este autor, o fato destas fêmeas serem sugadoras rápidas e persistentes poderia explicar a eficiência deste culicídeo na transmissão de agentes infecciosos. Na pesquisa realizada nos bairros do município de Santarém, o pequeno número de exemplares capturados não foi suficiente para submeter ao poder de testes estatísticos, embora indiquem o predomínio da atividade hematofágica diurna e endófila. Assim como em estudo realizado na cidade de Cosmópolis, Estado de São Paulo, o microambiente domiciliar exerce influência para atividade de Aedes aegypti, conforme Gomes et al., (2005). E devido ao seu hábito antropofílico, apresenta grande capacidade de adaptação a criadouros artificiais o que possibilita o aumento de sua população e, por conseguinte, o aparecimento de epidemias de dengue. Segundo estes autores, os maiores índices de infestação pelo Aedes aegypti são registrados em bairros com alta densidade populacional e baixa cobertura vegetal, onde o mosquito encontra alvos para alimentação mais facilmente. Desta forma, presente estudo sobre a atividade hematofágica de Aedes aegypti, nos respectivos bairros escolhidos da zona urbana de Santarém (PA) revelou que o vetor possui hábitos essencialmente diurnos, mas com eventuais ocorrências de atividades noturnas, associada à preferência para o intradomicílio, justificado pelo maior número de exemplares 22 coletados neste ambiente. Novos estudos deverão ser realizados para o acompanhamento e monitoramento desta espécie em áreas de importância epidemiológica no município. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Dengue. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2007. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=27630.> Acesso dia 05 de abril de 2013. CÂMARA, Fernando Portela; THEOPHILO, Regina Lúcia Gonçalves; SANTOS, Gualberto Teixeira dos; PEREIRA, Silvia Regina Ferreira Gonçalves; CÂMARA, Daniel Cardoso P; e MATOS, Roberto Rodrigues C. de. Estudo retrospectivo (histórico) da dengue no Brasil: características regionais e dinâmicas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 40, n.2, p.192-196, mar-abr, 2007. CONSOLI, R.A.G.B. LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, R. Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz. p. 228,1994. FORATTINI, O.P. Culicidologia Médica. Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. GOMES, Almério de Castro; SOUZA, José M P de; BERGAMASCHI, Denise Pimentel; SANTOS, Jair L F dos; ANDRADE, Valmir Roberto; LEITE, Odair F; RANGEL, Osias; SOUZA, Savina S L de; GUIMARÃES, Nair S N; LIMA, Virgília L C de. Atividade antropofílica de Aedes aegypti e Aedes albopictus em área sob controle e vigilância. Revista de Saúde Pública, v.39, n.2, p.206-10, 2005. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Relatório de Situação Pará. Brasilia/DF 5 ed. 2011. SANTARÉM, Prefeitura Municipal. Disponível em: <http://www.santarem.pa.gov.br/conteudo/?item=116&fa=62&PHPSESSID=bce0b034201e7a34496d2a2e33e8b bcb>. Acesso dia 05 de abril de 2013. SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE PÚBLICA. Sespa divulga novos casos de Dengue no Pará. Disponível em: www.saude.pa.gov.br/index.php/noticias/753-sespa-divulga-novos-dados-sobre-a-dengue-nopara. Acesso dia 15 de novembro de 2013. SUCAM, Superintendências de Campanha de Saúde Pública. Chave Ilustrada para a Identificação de Aedes aegypti e Aedes albopictus. Resumo dos principais caracteres morfológicos diferenciais do Aedes aegypti e do Aedes albopictus (Linnaeus,1762). 1989. TADEI, W.P. SANTOS, J.M.N. RODRIGUES, I.B. RAFAEL, M.S. Malária e Dengue da Amazônia: vetores e estratégias de controle. In: Pesquisas e Ações e Saúde nos Institutos de Pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia. MCT- Subsecretaria de Coordenação das Unidades de Pesquisa, Brasilia/DF/ 283 p. 2010. TAUIL, Pedro Luis, Controle do Dengue no Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n.3, p.867-871, mai-jun, 2002. VASCONCELOS P.F.C.; TRAVASSOS DA ROSA A.P.A.; PINHEIRO, F. P.; RODRIGUES,S.G. TRAVASSOS, da Rosa E.S.; CRUZ,A.C.R; TRAVASSOS, da Rosa J.F.S. Aedes aegypti, dengue and reurbanization of yellow fever in Brazil and other South American Countries. Past and present, and future perspectives. WHO Dengue Bulletin. v.23, p. 55-66, 1999. 23 IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DO PSICOTRÓPICAS COM ALUNOS DA EJA. USO DE DROGAS Adrilane Raclicia Freitas1 Antonia Irisley da Silva Blandes¹ Cristiano Gonçalves Morais¹ Maria da Conceição Lima¹ Régis Piloni Maestri² [email protected] RESUMO :A incidência de drogas psicotrópicas se faz presente no cotidiano brasileiro, promovendo reações biopsicossociais no indivíduo, no qual seu uso em excesso ou sem aconselhamento adequado pode gerar dependência. O diagnóstico do consumo exacerbado de substâncias psicotrópicas por jovens torna-se importante para o planejamento de medidas de intervenção, em meio a isso foi realizada intervenção sócio interativa, com aplicação de questionário antes e após a palestra para estudantes do Ensino para Jovens e Adultos (EJA) em uma escola no município do Mojuí dos Campos, com o objetivo de identificar o perfil de consumo dessas drogas pelos participantes. Os resultados obtidos mostraram que dentre os dezoito alunos questionados, dez faziam uso de bebida alcoólica, em ambos os gêneros; ainda relacionado ao consumo de drogas a pesquisa mostrou que a religião foi um fator determinante, uma vez que foi mais evidente entre os participantes que não possuem religião a ingestão de bebidas alcoólicas, em contrapartida quanto ao uso de outros tipos de drogas (cigarro, anfetaminas, maconha, cocaína, crack) os católicos apresentaram consumo maior. A pesquisa também demonstrou que existe a necessidade de mais intervenções dos profissionais de saúde e que é importante para futuros trabalhos o uso de uma amostra maior. INTRODUÇÃO: Drogas psicotrópicas (bebida alcoólica, cigarro, anfetaminas, maconha, cocaína, crack) são substâncias que podem induzir mudanças biológicas e comportamentais, sendo que o uso feito por conta própria pode ocasionar dependência (CARLINI, et al. 2001). Vários fatores podem levar indivíduos ao uso de drogas e estão relacionados a aspectos endógenos, como a busca por novas experiências e agentes exógenos como o âmbito social, a religião e o nível de informação. O consumo de drogas apresenta variação dependendo da idade, a adolescência é um momento de importante transição em que os jovens estão passando por modificações nos aspectos biopsicossociais, essas alterações relacionados a experiências com uso de drogas, podem ter como resultados, costumes prejudiciais à saúde (ALMEIDA FILHO, et al. 2007). As consequências prejudiciais adquiridas pelo uso de drogas estão mais frequentemente associadas a perturbações nos âmbitos biopsicossociais que influenciam no processo saúde/doença. No Brasil essa realidade é um problema de saúde pública, devido ao uso de drogas terem consequências que não se delimitam apenas a um indivíduo, tais como o surgimento de patologias, o câncer ou o estado de dependência relacionado com alcoolismo, por exemplo, mas ocasiona também problemas nas relações 1 Acadêmicos do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará. ² Mestrado em Doenças Tropicais pela Universidade Federal do Pará, professor da Universidade do Estado do Pará e professor do Instituto Esperança de Ensino Superior. 24 sociais: família, amigos e pessoas próximas, ou seja, afeta a sociedade como um todo (ALMEIDA FILHO, et al. 2007). Intervenções educativas realizadas por profissionais da saúde são necessárias, pois servem de auxilio no diagnóstico de consumo na comunidade o que ajuda no contato, e no alertar dos jovens e adultos sobre a temática drogas psicotrópicas, de modo a favorecer o esclarecimento quanto ao uso ou não destas substâncias. Dessa forma objetivou identificar o perfil de consumo de drogas psicotrópicas dos alunos da Educação para Jovens Adultos (EJA) de uma escola do município de Mojuí dos Campos, PA. METODOLOGIA: O estudo em questão tratou-se de intervenção sócio interativa na escola municipal Júlio Walfredo da Ponte, localizada no município de Mojuí dos Campos, e abordou sobre drogas psicotrópicas com estudantes da EJA. Antecedendo a palestra foi aplicado questionário aos participantes da intervenção, adaptados ao de Reis (2008) que consistia questões objetivas a respeito do consumo de drogas, visando identificar o índice entre os entrevistados. Posteriormente foi realizada a palestra sócio interativa, com amostra universal de 47 alunos, sendo que apenas 18 se dispuseram a participar efetivamente da pesquisa, assinando o Termo Livre e Esclarecido (TCLE), elaborado de acordo com as normas éticas previstas e destacadas na resolução 466/12, assinado. Na palestra foi abordado o tema drogas psicotrópicas licitas e ilícitas. Para análise dos questionários foi utilizado o software Excel na tabulação e análise de dados, durante o processo foram invalidados os questionários cujas informações foram inviáveis de serem utilizadas e questões em que houve conflito de informação prestada pelo participante. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram questionados 18 estudantes, destes, foi observado que 10 participantes fazem uso de bebidas alcoólicas sendo que 50% (5/10) são do sexo feminino, e cerca de 71,4% (5/7) de mulheres fazem uso de outros tipos de drogas. No que se refere a isto, Dallo (2011) relata que o consumo de drogas entre as mulheres vem aumentando, se comparado ao consumo masculino, ainda vinculado como o mais elevado (Tabela 1). O álcool (bebida alcóolica) por ser uma das principais drogas consumidas por jovens e adolescentes, ao ser utilizado em excesso, torna-se uma via de acesso para outros tipos de drogas (DALLO, 2011), isso porque nestas fases a curiosidade predomina, há busca em estabelecer independência e criar sua própria identidade. Tanto que o comportamento que 25 mais preocupa refere-se ao uso de drogas psicotrópicas, pois causam maiores consequências devido ao consumo experimental (OLIVEIRA et al. 2010). Um aspecto importante na ingestão de bebida alcoólica por adolescentes é a atividade remunerada, que influência no aumento desta prática de consumo (SOUZA 2005). Dentre os pesquisados os que informaram trabalhar 40% (4/10), demonstraram o consumo de bebida alcoólica e 42,9% (3/7) relataram fazer o uso de outras drogas (Tabela 1). No que se refere à religião, notou-se que 20% (2/10) dos participantes são pertencentes à religião católica e evangélica, e daqueles que disseram não ter nenhuma religião observouse que 50% (5/10) fazem consumo de bebidas alcóolicas. Dallo (2011) expõe que alunos que não possuem religião ou possuem vínculos liberais apresentam ter maior incidência no consumo de bebidas alcóolicas devido a influência deste aspecto sociocultural na vida do indivíduo, no entanto, quando se refere a outros tipos de drogas o consumo foi mais aparente entre os católicos 42,9% (3/7) (Tabela 1). Tabela 1- Perfil dos participantes sobre consumo de drogas psicotrópicas Variáveis Sexo Masculino Feminino Trabalha Sim Não Ignorado Religião Católico Evangélico Nenhuma Outros Ignorado Álcool Outras Drogas Não Informaram o Consumo Não Consomem Consomem n (%) n (%) Não Consomem Consomem n (%) n (%) n (%) 7 1 87,5 12,5 5 5 50 50 6 1 85,7 14,3 2 5 28,6 71,4 4 0 100 0 3 3 2 37,5 37,5 25 4 5 1 40 50 10 3 3 1 42,9 42,9 14,2 3 3 1 42,9 42,9 14,2 1 2 1 25 50 25 2 4 0 1 1 25 50 0 12,5 12,5 2 2 5 1 0 20 20 50 10 0 1 2 3 1 0 14,2 28,7 42,9 14,2 0 3 1 2 0 1 42,9 14,2 28,7 0 14,2 3 1 0 0 0 75 25 0 0 0 *Outras drogas são: Tabaco/Cigarro, Maconha, Anfetamina, Cocaína, Crack e Medicamentos sem prescrição. Em relação ao tipo de bebida alcoólica consumida, nota-se que 80% (8/10) fazem consumo de cerveja e vinho, Reis (2008) afirma que isto ocorre devido ao fácil acesso e ao menor custo destas bebidas. Observou-se também respectivamente que 60% (6/10) dos pesquisados as consome em festas ou em casa de amigos, dos alunos que ingerem bebida alcoólica 30% (3/10) assinalaram consumir em outros locais, 20% (2/10) costumam beber em sua própria casa e 10% (1/10) fazem o uso em restaurantes, na análise das informações é importante ressaltar que nenhum dos estudantes-consumistas utilizam álcool na escola (Tabela 2). 26 Tabela 2- Perfil do consumo de bebidas alcóolicas dos estudantes do EJA. Variáveis Tipo de bebidas alcoólicas Cerveja Vodka Vinho Wisk Pinga "ICE" Outros Ignorado Total Locais de consumo de bebidas alcóolicas Festa Restaurantes Casa própria Na escola Casa dos amigos Outros Ignorado Total n (%) 8 6 8 3 2 2 0 1 30 80 60 80 30 20 20 0 10 100 6 1 2 0 6 3 1 19 31,6 5,3 10,5 0 31,6 15,7 5,3 100 CONCLUSÃO: Na presente pesquisa realizada com os estudantes da EJA entre as variáveis socioculturais, o fato de exercer trabalho não demonstrou ter significativa influência no consumo de drogas psicotrópicas, no entanto, no que se refere a religião os participantes que informaram não pertencer a nenhuma religião apresentaram maior consumo de bebidas alcoólicas, em relação as outras drogas psicotrópicas os católicos demonstraram maior uso. Haja vista tal público ter demonstrado contato com drogas psicotrópicas é importante que seja feito outros trabalhos, com intuito de diagnosticar o consumo de drogas entre jovens a fim de auxiliar em futuras intervenções, como base de dados, para profissionais de saúde que atuam na profilaxia do consumo de drogas. REFERÊNCIAS ALMEIDA FILHO, A. et al. Adolescente e as drogas: consequências para a saúde, Rio de Janeiro: Esc. Anna Nery Ver. Enfermagem 2007 dez; 11 (4): 605-10. CARLINI, Elisaldo Araújo et al. Droga- psicotrópicas o que são e como agem. Revista IMESC n°3, 2001.p.9-35. São Paulo. DALLO, Luana; MARTIN, Raul Aragão; Uso de álcool entre adolescentes escolares: um estudo piloto. Paidéia set.-dez.2011, v.21, n°50 p.329-334, São Paulo. OLIVEIRA, Halley Ferraro et al. Fatores de risco para uso do tabaco em adolescentes de duas escolas do município de Santo André, São Paulo. Santo André Rev. Paul Pediatr 2010;28(2):200-7. São Paulo. REIS, Gisselli Veloso dos. O consumo de bebida alcoólica entre alunos do ensino fundamental e médio. 2008, n° folhas 30, Universidade Paranaense, Paranavaí 2008. SOUZA, Elma P. Oliveira; RECO, Kelsy N.; FILHO, Dartiu Xavier da Silveira. Álcool e alcoolismo entre adolescentes na rede estadual de ensino de Cuiabá Mato grosso. Rev. de Saúde Pública, 2005; 39(4):585-92. São Paulo. 27 NUTRIÇÃO COMO PREVENÇÃO AO DIABETES INFANTIL Ana Lusia Pedroso 1 Luiz Pedroso 2 Simone Sardinha de Souza3 [email protected] RESUMO: O objetivo deste estudo foi evidenciar a nutrição como fator fundamental na prevenção do diabetes melito tipo I. Patologia que apresenta distúrbios endócrinometabólico; disfunções e insuficiência de vários órgãos e alta morbimortalidade. Causa destruição das células beta do pâncreas, levando à deficiência absoluta de insulina e consequentemente hiperglicemia e cetoacidose. Acomete principalmente crianças e adolescentes. O presente trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica, com informações através de literaturas pertinentes ao assunto. Permitiu-nos conhecer, de forma mais aprofundada, sobre a patologia; ter percepção de que os sinais sugestivos de diabetes passam despercebidos, na maioria, dos pais e médicos. Permitiu- nos também certificarmos que a nutrição é fundamental no decorrer da vida, a partir do AME como qualidade nutricional, minimizando o risco de complicações crônicas e melhorar a qualidade de vida. Desta forma concluímos que há necessidade de atividades educativas na assistência no pré-natal, puerpério, AME e alimentação mista, no controle metabólico nutricional necessário para o crescimento e desenvolvimento adequado da criança, minimizando o risco de complicações crônicas e melhora a qualidade de vida, uma vez que o controle glicêmico; adequado diminui substancialmente as possibilidades do desenvolvimento de complicações e afecções. PALAVRAS-CHAVES: nutrição, prevenção, diabetes. INTRODUÇÃO: O presente trabalho produzido por pós-graduando em enfermagem pediátrica do Instituto de Esperança de Ensino Superior (IESPES) serviu como critério de avaliação do módulo: Assistência de Enfermagem à criança portadora de diabetes e HIV/AIDS. Tem como objetivo evidenciar a nutrição como fator fundamental na prevenção do diabetes tipo 1. Patologia que causa destruição das células beta do pâncreas, levando à deficiência absoluta de insulina e consequentemente hiperglicemia e cetoacidose. Acomete principalmente crianças consideradas da primeira infância, com idade até cinco anos. Apesenta distúrbio endócrinometabólico mais frequente na infância e adolescência, com incidência crescente em proporção mundial; disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração, vasos sanguíneos e, alta morbimortalidade e perda de qualidade de vida de seus portadores. Para Sizer (2003, p.02), Sobre nutrição: “Estudo dos nutrientes presentes nos alimentos e no corpo; às vezes também o estudo do comportamento humano relacionados à alimentação”. Compreende-se que os estudos nutricionais revelam valores necessários para quantificar o consumo diário do suprimento nutricional, com número de calorias adequadas para a manutenção do peso ideal incluindo, carboidratos, lipídios, proteínas, fibras e colesterol. 28 Percebe-se que durante a infância os agravos nutricionais, além de comprometer da saúde como um todo frequentemente traz repercussões significativas sobre o processo de crescimento e desenvolvimento, preocupação esta que merece a atenção primordial do profissional que presta assistência a este público alvo. Entende-se que a determinação do estado nutricional, em especial, na infância, envolve a coleta, análise de dados sobre o ambiente, condições e história de vida, características de sua alimentação, avalição de seu crescimento e desenvolvimento, além de pesquisas de sinais ou sintomas de carência ou excesso de nutrientes. O padrão da qualidade nutricional é um fator significativo para a saúde de qualquer individuo. O AME funciona como uma vacina natural, protegendo a criança, nos seis primeiros meses de vida, contra infecções, diarreia, doenças respiratórias, desnutrição e diabetes. É de fundamental importância garantir que esta qualidade nutricional seja expandida na alimentação mista, como forma preventiva e qualidade de vida. Como forma de prevenir tais doenças, o mesmo padrão de qualidade nutricional precisa ser mantido na fase da alimentação mista, aja visto que esta qualidade contribui positivamente na prevenção de doenças, incluindo o diabetes. METODOLOGIA: Trabalho com intuito de evidenciar a nutrição como método preventivo ao diabetes melito tipo 1. Teve como tipo de estudo a pesquisa bibliográfica, em que utilizando o método quantitativo.Realizado na biblioteca do (IESPES) assim como demais bibliotecas. Obteve-se informações através das literaturas pertinentes ao assunto. DISCUSSÃO: Para BRASIL (2006, p.09) O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Nota-se que o diabetes melito em particular o tipo 1 (DM1) vem aumentando sua incidência de forma paulatina em todas as faixas etárias, incluindo a primeira infância, em proporção mundial. Ressalta-se ainda que este tipo de patologia pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes. Percebe-se que por ser uma patologia silenciosa, as manifestações dos sinais e sintomas nesta população se tornam pouco evidentes como a polidipsia, poliúria e perda de peso, além de ser uma patologia relativamente rara nesta faixa etária. Estes fatores acarretam 29 complicações significativas no diagnóstico tardio destes pacientes, como a descompensação metabólica avançada em muito dos casos. Compreende-se que outros fatores simples do cotidiano domiciliar podem contribuir para a não percepção de sinais e sintomas que possam sugerir diabetes como o choro pela excessiva sensação de sede; uso de fraudas que impedem avaliar a urina em excesso e a perda de peso. Este artigo surgiu como motivo de preocupação de um grupo de enfermeiros em pós graduação em enfermagem pediátrica, ao perceber-se o aumento mundial de novos casos de diabetes mellitus em crianças menores de cinco anos de idade. Para Porto, (2012, p.263) sobre diabetes 1: Afecção causada pela destruição das células beta do pâncreas levando à deficiência absoluta de insulina e consequentemente hiperglicemia e cetoacidose. Compreende-se que no diabetes melito tipo 1 o organismo mórbido apresenta perda total da capacidade de produzir insulina, ou seja, o paciente insulinodependente necessitará receber doses frequentes de insulina para controlar os níveis glicêmicos uma vez que o pâncreas perdeu a capacidade de produzir células beta, responsáveis por metabolizar naturalmente a insulina. Entende-se que, com o comprometimento da produção de insulina no pâncreas, ocorre o acumulo de glicose, açúcar, no sangue. Em taxas glicêmicas com valores superiores a 100 mg/dl pré-prandial, chega-se a um diagnóstico de hiperglicemia. Tornando-se necessário a implantação de medidas preventivas que evitem complicações como a cetoacidose, coma e morte. Percebe-se que no diabetes tipo 1 o organismo fica carente de insulina e consequentemente de energia. O fígado na tentativa de compensar esta carência decompõe gorduras para transforma-las em glicose, ocorrendo um acumulo maior no organismo. Os ácidos cetônicos utilizados na decomposição da gordura acumulam-se no sangue e urina, que em níveis elevados são venenosos, oque denomina-se cetoacidose. Leavel& Clark (1976 apoudRouquayrol, 2003 p.29) define prevenção: “Saúde pública é a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e desenvolver a saúde física e mental e a eficiência, através de esforços organizados da comunidade para o saneamento do meio ambiente, o controle de infecções na comunidade, a organização de serviços médicos e paramédicos para o diagnóstico precoce e o tratamento preventivo de doenças, e o aperfeiçoamento da máquina social, que irá assegurar a cada indivíduo, dentro da comunidade, um padrão de vida adequado à manutenção da saúde.” Percebe-se que a saúde pública é o conceito fundamental para a prevenção de doenças, proporcionando com isso o prolongamento da vida através do desenvolvimento da saúde 30 física e mental necessitando-se da inclusão da comunidade, em ações eficientes e organizadas no saneamento do meio ambiente e no controle de infecções. Ressalta-se ainda a importância da integração da organização de serviços médicos e paramédicos para na realização de diagnósticos precoces e tratamento preventivo de doenças, além da máquina social que tem o dever de assegurar um padrão de vida adequado à manutenção da saúde, a cada individuo. Nota-se a importância de cada segmento que integra o processo da prevenção, através de suas funções específicas que possibilita o imediato complemento, se necessário, aos demais segmentos de forma a garantir o completo bem estar físico e mental a cada individuo. Segundo Müller (et.al 2008, p.3):“A amamentação no seio materno parece fornecer uma proteção contra o risco de desenvolvimento do diabetes tipo I. Não se sabe se este é um efeito direto do leite materno ou está relacionado com o retardo na introdução do leite de vaca na alimentação”. Ressalta-se a importância e os benefícios da composição do leite humano, onde são encontrados todos os nutrientes necessários para suprir as necessidades alimentares da criança durante os seis primeiros meses de vida. O aleitamento exclusivo funciona como uma vacina natural, protegendo a criança de infecções, diarreia, doenças respiratórias, desnutrição e diabetes. Sabe-se que, deve ser incentivado o AME (Aleitamento Materno Exclusivo), para que a criança usufrua desse direito. Quanto mais tarde for introduzido o leite de vaca ou outro alimento na dieta alimentar, também irá retardar o aparecimento de qualquer manifestação de doenças na criança. RESULTADOS: Este trabalho nos permitiu o conhecimento mais aprofundado sobre o diabetes infantil e sua crescente incidência no mundo, acometendo inclusive crianças da primeira infância, mesmo que ainda, seja, considerados casos raros. Contribuiu para que percebêssemos também que os sinais sugestivos de diabetes, na maioria dos casos, passam despercebidos dos pais e médicos como o choro por sensação excessiva de sede, aumento da frequência e o volume urinário. Certificamo-nos, que a nutrição como estudo dos nutrientes presentes nos alimentos e no corpo, é fundamental no decorrer da vida, a partir do AME, expandindo-se para a alimentação mista até os dois anos, por ser um padrão de qualidade nutricional, e um fator imprescindível na garantia da prevenção de afecções, inclusive do diabetes infantil. 31 CONCLUSÃO: Desta forma concluímos que há necessidade de intervirmos na assistência, través de atividades educativas no pré-natal, puerpério, AME, na alimentação mista, no controle metabólico nutricional, necessário para o crescimento e desenvolvimento adequado da criança, minimizando o risco de complicações crônicas e melhorar a qualidade de vida. Pois o prognóstico depende basicamente do controle glicêmico; sendo adequado, diminui substancialmente as possibilidades do desenvolvimento de complicações e afecções. REFERENCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. 64 p. il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 16) (Série A. Normas e Manuais Técnicos) Müller Renate. Endocrinologia e diabetes em pediatria, segunda edição, 2008 Tradução: Renate Müller, Livraria e editora Revinterltda. Rio de Janeiro – RJ. Rouquayrol, Maria Zélia Epidemiologia & Saúde/Maria Zélia Rouquayrol, Noamar de Almeida Filho – 6 ed. – Rio de Janeiro: MEDSI, 2003. Sizer, Frances Sienkiewicz Nutrição: Conceitos e Controvérsias / Frances SienkiewiczSizer, Eleanor Noss Whitney; [tradução da 8. Ed. Original, Nelson Gomes de Oliveira... et al.]. – Barueri, SP: Manole, 2003. Valdemecum de clínica médica / [editor] CelmoCeleno Porto; coeditor Arnaldo Lemos Porto. – 3 ed. - ]Rempr.]. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 32 CIÊNCIAS EXATAS 33 A CULPA É DA MÃE D’AGUA: DESENVOLVIMENTO DE UM E-book COM PRINCÍPIOS DA ENGENHARIA DE SOFTWARE Kássia Souza1 Deivid Eive Santos Vanessa Oliveira Ane Priscila Santos Marla Teresinha Geller2 [email protected] RESUMO - Este trabalho propõe o estudo dos princípios da Engenharia de Software para o desenvolvimento de um e-book no contexto educativo. O desenvolvimento de software educativo é um processo que exige atenção aos mecanismos pedagógicos e didáticos que constituem a base de todo o instrumento de ensino-aprendizagem. Para a elaboração de um software dessa natureza, é necessário o uso de um processo de desenvolvimento adequado. Portanto o P@PSEduc – Processo Agil para Software Educativo, é utilizado para orientar o desenvolvimento de um material educativo digital no formato ePub intitulado “A culpa é da mãe d’água”. O tema abordado é o estudo do fenômeno da “pororoca” que deve ser apresentado de forma lúdica e com recursos de interatividade para os usuários. A pesquisa explora ainda alguns pontos como a adaptação dos processos de desenvolvimento de software, material digital e recursos para implementação, além de apresentar as fases de planejamento e modelagem do e-book. PALAVRAS-CHAVE- engenharia de software, P@PSEduc, e-book. INTRODUÇÃO: Diversos modelos de processos orientam o desenvolvimento de software e já estão definidos na literatura, como o Modelo Cascata e o Processo Unificado. Pressman (1995) classificou os processos de desenvolvimento de software em Modelos Prescritivos e Metodologias Ágeis, onde os primeiros são os que definem um arcabouço, com atividades, ações da engenharia de software, artefatos a serem produzidos, são mais burocráticos e detalhados. E os classificados como Modelos Ágeis que tem como principal característica o desenvolvimento iterativo e incremental, para atender as mudanças contínuas dos sistemas atuais. O desenvolvimento de software educativo, por sua vez exige cuidados adicionais, é necessária atenção aos mecanismos pedagógicos e didáticos, é preciso o envolvimento interdisciplinar de profissionais como psicólogos, professores, especialistas na área do conhecimento, técnicos da área computacional, entre outros. A informática apresenta-se como uma metodologia educacional extremamente importante no contexto atual. As teorias de aprendizagem discutidas no meio educacional devem repensar a forma de como estabelecer o elo entre o meio (tecnologia) e o fim (aprendizado), para que o aluno não seja apenas um receptor de informações, mas interaja de forma a construir seu conhecimento utilizando os 1 Acadêmico(a) de Sistemas de Informação e Pesquisador(a) no Programa de Iniciação Científica no CEULS/ULBRA 2 Professora Mestra e Orientadora no CEULS/ULBRA 34 recursos tecnológicos. O livro digital ou e-book se apresenta como uma forma de dinamizar a leitura facilitando a disseminação de conhecimento. Estudantes e professores fazem parte de um grupo visivelmente beneficiado com esta tecnologia. Segundo Silva (2014) “Uma pessoa pode ler um livro em formato impresso; pode ler a versão digital do mesmo livro em um ereader, tablet, smartphone ou computador; pode ainda ouvir a mesma obra em formato de áudio. O conteúdo será o mesmo, ainda que um ou outro detalhe escape em cada uma das leituras”. Desta forma, cresce a demanda por material educativo que possua esses requisitos e, em consequência, a necessidade de metodologias e ferramentas que possibilitem a construção deste tipo de material com qualidade. Os princípios da engenharia de software disponibilizam um arcabouço de processo para organizar as atividades de desenvolvimento de software de qualquer natureza. Com o objetivo de atender estas exigências, optou-se por utilizar o Processo Ágil para Desenvolvimento de Software Educativo – P@PSEduc que foi adaptado para o contexto educacional e teve origem em processos já consolidados como o Scrum, a Programação Extrema e o Processo Unificado. A proposta desse trabalho é apresentar um material educativo – e-book, produzido nesses padrões, pois como é lúdico, acredita-se na sua capacidade de despertar e reter a atenção pela temática por parte do público-alvo. O produto abordará sobre o fenômeno que ocorre com frequência na região norte do Brasil, conhecido como o “fenômeno da pororoca”. Este resumo expandido está organizado em seções, onde após esta introdução encontra-se a segunda seção que apresenta o método utilizado para o desenvolvimento do material educativo. A seção seguinte trata dos resultados e discussões a respeito do desenvolvimento do produto, e finaliza com a conclusão e trabalhos futuros. MÉTODO: Com o objetivo de adequar um processo que auxilie equipes pequenas, com pouca experiência e para o desenvolvimento direcionado para produção de material educativo foi criado o P@PSEduc, que mesclou as características das metodologias ágeis (Scrum e XP) com um processo prescritivo (Processo Unificado). O P@PSEduc é o processo utilizado para orientar o desenvolvimento do produto deste trabalho, pois é um modelo colaborativo entre a área tecnológica e a psicopedagógica, constituída de quatro etapas: planejamento, modelagem, desenvolvimento e encerramento. O início do processo passa pela Fase de Planejamento, onde é preciso uma contribuição eficiente do professor, do pedagogo, do orientador educacional, ou qualquer profissional ligado a área da educação. É preciso definir o tema, considerar as aplicações 35 existentes e os recursos disponíveis. Se houver muitos requisitos a serem atendidos, deve-se dividi-los em módulos, ou seja, priorizar os requisitos mais importantes, e desenvolvê-los de uma forma incremental. O Produto Total é o principal artefato desta fase, e representa a especificação de todo o produto a ser desenvolvido. Ao priorizar um requisito ou módulo do software a ser desenvolvido, passa-se para a Fase de Modelagem que tem o objetivo de facilitar a compreensão, discussão e aprovação do sistema antes de começar a construí-lo. Uma aplicação hipermídia, como no caso da maioria dos softwares educativos, inclui a criação de três modelos: Modelo conceitual, que apresenta o conteúdo da aplicação; modelo navegacional, que define quais os caminhos permitidos entre todos os nós, para que o conteúdo seja apresentado de forma correta; e modelo de interface, que deve estar de acordo com o conteúdo, devendo seguir portanto o modelo conceitual e o modelo navegacional. As próximas fases de Desenvolvimento e de Encerramento ainda estão em processo de produção neste trabalho, porém quando todos os módulos ou requisitos estiverem concluídos e o produto apresentar todas as funcionalidades necessárias para atender ao seu objetivo, fazse a entrega e distribuição do produto. Com a disseminação dos aparelhos eletrônicos como tablets, smartphones, computadores, além dos chamados eReaders, crescem as possibilidades de uso da tecnologia como auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, permitindo criar material digital mais dinâmico e interativo como os e-books (livros eletrônicos), que se apresentam como mais uma alternativa à disposição do aluno, através dos dispositivos móveis. Conforme Itzkovitch (2013) os e-books desenvolvidos com a tecnologia ePUB3 podem integrar facilmente áudio, vídeo, imagem e interatividade. O ePUB, abreviação de Electronic Publication ou Publicação Eletrônica, é um padrão aberto gratuito usado pelo Fórum Internacional de Publicação Digital. Seu conteúdo é adaptável e flexível podendo ser aberto em vários aplicativos e dispositivos de leitura, sendo essa sua principal característica, além de vantagens como acessibilidade e recursos de interatividade [Garrish 2011]. O ePUB3 é a nova versão do formato adotado como padrão que traz potencialidades interativas à publicação digital e está disponível no mercado desde outubro de 2011, tendo como base as linguagens web CSS3 e (X)HTML5, possibilitando assim o uso de recursos midiáticos sem os problemas decorrentes de sua versão anterior. 36 RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como já descrito anteriormente, o P@PSEduc é o processo que orienta a criação do e-book “A culpa é da mãe d’água”, produto deste trabalho. A seguir são apresentadas as fases do processo com os artefatos criados. 1.Planejamento: Nesta fase é preciso considerar o produto a ser desenvolvido, definir os objetivos da aprendizagem e requisitos do software, além de definir o escopo e o público alvo, [Benitti 2005]. 1.1 Tema, objetivo e público alvo: O primeiro passo foi definir o tema do produto – Fenômeno da Pororoca - realizado com a contribuição de uma pedagoga, proporcionando assim uma visão mais característica do usuário na área da educação. Em seguida, definiu-se que o objetivo é o ensino deste fenômeno, sobre o que é e onde ocorre, a explicação geográfica e cultural e os efeitos socioambientais do mesmo. De modo que os discentes do ensino médio tenham a sua disposição um material lúdico que sirva de apoio no processo de ensino e aprendizagem. 1.2. Recursos: Para tornar esse produto real foram identificados alguns recursos, dentre os quais a ferramenta livre Sigil 0.7.4 destacou-se por ser um software capaz de produzir ebooks no formato ePub, que suporta recursos midiáticos tornando o produto mais interativo. O Sigil é uma ferramenta que foi desenvolvida com o propósito de ser simples e de fácil uso, que está em constante atualização aprimorando seus recursos. Neste software, um ponto importante a destacar, é que o documento produzido pode ser visualizado de três maneiras diferentes: o código, a interface, ou o código e a interface simultaneamente. Como todo software, o Sigil também tem suas limitações e problemas, porém, por ser aceito nos principais sistemas operacionais do mercado ele torna-se uma boa alternativa para desenvolvimento de livros digitais simples e de qualidade, [Buse 2013]. 1.3 Produto total: O produto idealizado é um e-book com o título “A culpa é da mãe d’água”, que trata de forma didática sobre a temática ambiental do Fenômeno da Pororoca. O material será produzido em formato ePub possibilitando a disponibilidade em diferentes dispositivos como celulares, tablets, e-readers e computadores, para que os alunos, independente de sua plataforma possam ter acesso ao e-book. 1.4 Requisitos do produto total: O processo P@PSEduc possibilita o desenvolvimento do produto de forma iterativa, ou seja, pode-se priorizar requisitos, de forma a desenvolvê-los conforme um cronograma pré-definido, a cada iteração do processo novos requisitos vão sendo desenvolvidos e integrados no Produto Total. Desta forma foi definida uma sequência de requisitos: 1º requisito: Capa; 2º requisito: Meta-dados; 3º requisito: Sumário; 4º requisito: 37 Introdução; 5º requisito: Capítulos com recursos midiáticos (áudio, imagem e vídeo), 6º requisito: Referências. 2.Modelagem: Modelar um sistema é apresentá-lo de forma a facilitar a compreensão, discussão e aprovação do sistema antes de começar a construí-lo. 2.1 Modelo conceitual: O e-book abordará o tema escolhido “Fenômeno da Pororoca” distribuindo-a em capítulos que incluem: Sumário, Introdução, A lenda da pororoca, Pororoca: como ocorre, Pororoca: onde ocorre, Efeitos socioambientais e Referências. Cada capítulo será dividido em tópicos, para facilitar o entendimento e a navegação pelo e-book, além de contar com recursos de áudio, vídeo e imagem de modo a tornar a leitura agradável e interativa. Os conteúdos abordados foram selecionados com o auxílio de uma pedagoga a fim de contemplar os assuntos necessários para o entendimento de todos os tópicos. 2.2 Modelo navegacional: O modelo navegacional define que caminhos podem ser acessados no e-book, qual a ordem mais apropriada para que o conteúdo seja apresentado de forma correta, organizando a informação para o usuário. Como o público alvo são jovens, com maior poder de escolha sobre o que precisam conhecer do fenômeno, a navegação pelo ebook permite que os tópicos sejam acessados pelo sumário, possibilitando ao leitor uma leitura de livre escolha. 2.3 Modelo de interface: Esta fase deve estar de acordo com o conteúdo a ser abordado no e-book, seguindo os passos definidos anteriormente pelos modelos: conceitual e navegacional, criando a identidade visual do produto. As interfaces, que darão vida ao e-book, abordarão de maneira didática sobre o fenômeno da pororoca. A capa do livro “A culpa é da mãe d’água” foi a primeira interface a ser produzida, de forma que a imagem possa ilustrar o fenômeno da pororoca, e em conjunto com o título despertem o interesse e curiosidade do leitor em descobrir o que o livro reserva. O título faz referência à lenda da pororoca, que segundo o folclore da região explica o surgimento deste fenômeno amazônico (Figura 1). Figura 1. Modelo de interface da capa do livro 38 CONCLUSÃO: O desenvolvimento do produto com fins educacionais tornou-se prático e eficaz, seguindo as fases do P@PSEduc para a sua elaboração. Vale lembrar que, para a construção de um material desta natureza, é primordial a participação de profissionais da educação em parceria com a área de TI (tecnologia da informação) de modo que o produto seja desenvolvido com características que permitam a interação aluno - software educativo professor. O P@PSEduc, nesse contexto, foi escolhido para orientar o projeto de construção do livro digital sobre o fenômeno natural da pororoca, denominado “A culpa é da mãe d’água”. O processo inicialmente criado para desenvolvimento de software educativo atendeu de forma eficiente o desenvolvimento do e-book. Portanto, pode-se considerar adequado também para este tipo de atividade onde a interação entre profissionais da educação e profissionais de TI é necessária, como já dito. A importância de se ter produtos educacionais digitais de qualidade exige a presença de princípios da engenharia de software de forma a garantir bons resultados. Desenvolver através de um processo adequado faz esta tarefa mais simples. O produto está em fase de planejamento e modelagem e pretende-se dar continuidade ao projeto finalizando o e-book para que possa ser divulgado e disponibilizado. O feedback dos usuários será uma contribuição para que novos e-books interessantes possam ser criados com qualidade, abordando outros conteúdos relacionados à fenômenos e características naturais da Região Norte do Brasil, como Encontro das Águas, Fenômeno das Cheias, características dos diferentes rios da Bacia Amazônica, dentre outros. REFERÊNCIAS Benitti, F. B. V. Processo de Desenvolvimento de Software Educacional: proposta e experimentação. Novas Tecnologias na Educação V. 3 Nº 1, Maio, 2005. BUSE, Jarret W. Epub from the Ground Up: A Hands-on Guide to EPUB 2. New York: McGraw-Hill, 2013. Garrish, Matt.What is EPUB 3?.Sebastopol: O’Reilly, 2011. Itzkovitch, Avi. How Interactive Ebooks Engage Readers And Enhance Learning. UX Magazine, Nova York, abr. 2012. <http://mashable.com/2012/04/13/interactive-ebook-apps/>. Acesso em: 17 out. 2013. Pressman, Roger S. Engenharia de Software. 3ª. Ed.São Paulo:MacGraw Hill, 1995. Silva, Ronaldo Alves da. E-books em bibliotecas: novos desafios para os bibliotecários. Anais do CBBD: Florianópolis – SC. v.25(2013). Disponível em: <http://portal.febab.org.br/anais/article/view/1398>. Acesso em: 21 Mai. 2014. 39 APLICAÇÃO DE CONCEITOS DA IHC NO DESENVOLVIMENTO DE LIVROS DIGTAIS NO FORMATO EPUB Kauana Rabelo Farias Guimarães1 Maria Eliane Lima da Silva1 Rurik da Silva Pinheiro1 Marialina Correa Sobrinho2 [email protected] RESUMO: Este trabalho tem o objetivo de apresentar métodos para utilização dos princípios da Interação Homem-Computador no desenvolvimento de materiais didáticos digitais no formato ePub a partir do uso da ferramenta Sigil. O trabalho dispõe de pesquisas bibliográficas e o desenvolvimento de um material didático intitulado 'A culpa é da mãe D'água', que ainda encontra-se em sua fase inicial, e servirá de base para a aplicação desses conceitos. PALAVRAS-CHAVE: ePub, Interação Homem-Computador, Sigil. INTRODUÇÃO: Os livros digitais já são uma realidade no mundo atual, estão ganhando espaço inclusive em instituições de ensino e começam a fazer diferença no modo de aprender, através do uso de novas ferramentas que potencializam a difusão do saber. Porém é preciso atentar na maneira de tornar esse conteúdo acessível para qualquer pessoa, nesse sentido o conceito de Interação Homem-Computador (IHC) se insere na questão. Não é difícil encontrar pessoas que possuam dificuldade em operar algum tipo de máquina eletrônica, isso inclui o uso de e-books, por essa razão tem crescido cada vez mais o número de estudos relacionados a área de IHC em busca de desenvolver aplicações tão simples que poderão ser utilizadas por qualquer pessoa mesmo sem treinamento ou qualquer tipo de conhecimento prévio (CARVALHO, 2003). A partir desse cenário, este trabalho busca abordar como os conceitos de IHC se aplicam no desenvolvimento de um livro digital no formato ePub, que tem sido usado na produção de livros digitais, onde a ferramenta utilizada no processo de criação do produto é a plataforma livre Sigil. O produto desenvolvido através desse trabalho é um livro digital no formato ePub que apresentará o fenômeno da Pororoca que é caracterizado por grandes ondas originadas a partir do encontro das águas do rio com as águas do mar. Este resumo expandido possui 3 seções, na qual a primeira é a introdução que contém um breve resumo do tema que será abordado, em seguida será apresentada a metodologia comentando sobre a ferramenta que está sendo usada para o desenvolvimento do produto final 1 Acadêmico(a) de Sistemas de Informação e Pesquisador(a) no Programa de Iniciação Científica no CEULS/ULBRA 2 Professora Mestra e Orientadora no CEULS/ULBRA 40 e os princípios da Interação Homem-Computador, a próxima seção faz referência aos resultados e discussão a partir do trabalho realizado e, por fim, a conclusão. MÉTODO: O primeiro passo no desenvolvimento do e-book foi definir o tema – Fenômeno da Pororoca - realizado com a contribuição de uma pedagoga, proporcionando assim uma visão mais característica do usuário na área da educação. Em seguida, definiu-se que o objetivo do produto é o ensino deste fenômeno, sobre o que é, onde ocorre, a explicação geográfica e cultural, e os efeitos socioambientais, de modo que os discentes do ensino médio tenham a sua disposição um material lúdico que sirva de apoio nos processos de ensino e aprendizagem. Pensando numa conversação agradável e eficaz entre o e-book e o usuário, optou-se por utilizar fundamentos como a acessibilidade, interatividade, e usabilidade. Para tornar esse produto real foram identificados alguns recursos, dentre os quais o formato ePub, que permite a implementação de conceitos da IHC, e ferramenta livre Sigil, que destacou-se por ser um software capaz de produzir e-books neste formato simples de manusear, gratuito e que suporta recursos midiáticos que tornam conteúdo mais interativo. Diante disso, foi possível definir o produto total como um material didático digital com o título “A culpa é da mãe d’água”, que trata de forma completa sobre a temática ambiental Fenômeno da Pororoca, disponível em celulares, tablets e computadores, para que os alunos, independente de sua plataforma possam ter acesso ao e-book. Aprofundando-se um pouco mais sobre a tecnologia utilizada na produção, pode afirmar que o produto parte de duas vertentes que são: o Sigil e o formato ePub. A ferramenta Sigil é software livre usado para criação ou edição de material digital. Foi desenvolvido com o propósito de ser simples e de uso fácil, todavia dispõe de recursos complexos que o iguala a outros softwares pagos. O mesmo está disponível para os principais sistemas operacionais existentes no mercado (BUSE, 2013). Quanto ao formato ePub, atualmente, possui duas vertentes de produção, que são publicações na versão 2.0.1, conhecida como ePub 2, e a versão mais recente conhecida como ePub 3. Os projetos desenvolvidos no Sigil são exportados para ePub 2, mas conseguem utilizar recursos de ePub 3. Por sua vez, o ePub 3 é a nova versão do formato que traz potencialidades interativas à publicação digital e está disponível no mercado desde outubro de 2011. Frutos da Open Web Platform formada por tecnologias, serviços e formatos que orbitam ao redor do HTML 5, 41 permitem soluções que dão uma nova vida ao conteúdo: plasticidade, organicidade, modularidade, interatividade e ubiquidade (FLATSCHART, 2013). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para o contexto desta pesquisa, os padrões do ePub agregam maior valor ao produto, além de proporcionar maneiras estratégicas para melhorar o relacionamento entre o usuário e o e-book. É importante ressaltar que existe um relacionamento intrínseco, e que é fundamental, entre o produto e as aplicações que irão interpretar o formato ePub. Pensando nisso, a acessibilidade comentada neste trabalho, está intimamente ligada a este aspecto, onde o desafio é saber como o e-book pode se tornar acessível para diversas aplicações em diferentes dispositivos. Segundo Garrish (2012), existem vários fatores que podem aplicar o conceito de acessibilidade no produto, mas apenas alguns deles se faz necessário para o desenvolvimento em questão. Visando o tipo de conteúdo a ser utilizado, acredita-se que pelo menos dois desses fatores serão essenciais, que são: objetividade na estrutura e semântica; e a integridade dos dados. A objetividade e semântica na estrutura remete a linguagem responsável por esta função, que é o XHML, ou o próprio HTML. O conceito faz uso desta linguagem para aplicar significado ao conteúdo inserido no e-book, pois trata-se em usar as novas tags intuitivas da quinta versão do HTML, como <header>, <section>, <ul>, <ol>, entre outras. O Sigil é capaz de aplicar semântica ao conteúdo inserido, contudo, o autor deve investigar se esse código é realmente semântico, ou seja, verificar se o que foi definido como “capa” é realmente a capa do e-book, ou o que foi definido como “capítulo” está correspondendo a um capítulo do e-book. Esse ponto nos leva ao próximo fator de acessibilidade que a integridade dos dados, que nada mais é do que verificar se o conteúdo realmente possui o valor semântico semelhante ao que foi definido. Por exemplo, na utilização do recurso de glossário o valor epub:type possui um valor semântico “glossary” que representa todo conteúdo que está contido na tag <dl>. Essa ação torna o produto mais acessível por três motivos: primeiro, facilitar o desenvolvedor na interpretação do código; segundo, tornar o e-book mais padronizado a fim de torna-lo passível à atualizações para versões mais recentes, tanto do HTML, CSS, ou do próprio padrão ePub; e por último, fazer com que as aplicações interpretadoras do formato sejam capaz de identificar o conteúdo. Existe um detalhe importante quando se fala sobre integridade dos dados em ePub. Graças a quinta versão do HTML, o desenvolvedor tem a liberdade de criar novas tags e 42 valores semânticos, no entanto, deve-se ter cuidado ao utilizar essa prática pois as aplicações que servirão como leitores dificilmente terão a capacidade de interpreta-los tornando o conteúdo inacessível em alguns casos. A interatividade, por sua vez, é proporcionada também através de recursos do HTML 5 e CSS 3 - linguagens de programação como JavaScript também são reconhecidos pelos dispositivos leitores, dessa forma pode-se ampliar a capacidade de interação do usuário com o livro digital. Nesta pesquisa, pode-se ver dois fatores relevantes ao que se diz respeito a interatividade: primeiro, a utilização de mídias digitais; e segundo, hyperlinks, ou seja, o sistema de navegação. Os livros eletrônicos representam um bom exemplo de interação e integração de tipos de mídia. Atualmente, os e-books desenvolvidos em ePub 3 podem integrar facilmente áudio, vídeo e imagens no conteúdo (ITZKOVITCH, 2013). O áudio é uma maneira bem atrativa de interatividade e existem várias maneiras de inserir o áudio embutido ao livro. O Sigil utiliza a linguagem HTML para a formatação de seus arquivos, portanto para agregar áudios aos livros, basta inserir a linha de código, exemplificado na figura 1: <audio> <source src=” audio/audio.mp3” type=” audio/mp3”/> </audio> Figura 1: Código para inserção de conteúdo tipo áudio em documentos ePub Essa é a maneira descrita pela linguagem HTML 5 que permite que o software leitor do ebook se encarregue de gerar os botões play/pause/stop de acordo com o seu próprio padrão (TAVARES, 2013). Outro tipo de mídia interativa que pode ser inserida no produto é o vídeo, e inserir vídeos aos e-books é interessante, pois mostra ao leitor outras perspectivas da obra que ele possui. Como afirma Molly Barton (BOSMAN, 2010), diretora de desenvolvimento de negócios da editora britânica Penguin Books “você pode mostrar o mundo ao redor do livro que eles estão lendo”. Em 2010 a editora lançou uma versão digital de um romance do escritor britânico Ken Follett, a obra continha diversos recursos de mídia, inclusive vídeos. É preciso usar esse recurso com cautela, deve haver um equilíbrio para que a obra digitalizada não se distancie muito da original, para que continue sendo uma experiência de leitura, mesmo que de uma maneira diferente. 43 A ferramenta Sigil, que utiliza a linguagem HTML, podem inserir vídeos através da tag <video>, como mostra a figura 2: <video> <source src=” video/video.mp4” type=” video/mp4”/> </video> Figura 2: Código para inserção de conteúdo tipo vídeo em documentos ePub Por último, uma das mídias mais utilizadas é a imagem. Os formatos mais comuns são o JPEG, PNG e GIF, existem outros pouco conhecidos e usados como Bitmap, TIFF, RAW, SVG e WebP. Para agregar imagens basta inserir a tag <img> como demonstra a figura 3: <img src=”image.jpg”> Figura 3: Código para inserção de conteúdo tipo imagem em documentos ePub A figura 4 simula a apresentação dos diferentes tipos de mídias digitais em um smartphone: Figura 4: Apresentação de conteúdo tipo áudio, vídeo e imagem em um smartphone. A interatividade também pode estar presente em sistemas de navegação de um e-book, pois é ele que dá a liberdade para o usuário seguir à seção desejada. Conhecida como hipermídia, este elemento tem a função de conectar conteúdo produzindo relacionamentos que tornam o produto mais interativo. As hipermídias são importantes para a liberdade de 44 navegação do leitor, e a aplicação inteligente desse sistema pode contribuir para que seja produzido um material dinâmico e sequenciado. O produto possui uma representação de sistema navegacional através de um modelo mental presente na figura 5. Perceba que a visão do sistema compõe o sumário do e-book: Figura 5. Representação de modelo de navegação do produto O produto adota um recurso interessante próprio do formato, que é a sua capacidade de se redimensionar a qualquer dispositivo de leitura, das pequenas telas dos celulares às maiores dos tablets e desktops (GARRISH, 2011). O conteúdo se adapta ao tamanho de tela sem cortes na horizontal, ao contrário do que acontece em layouts fixos. As linguagens Web (HTML e CSS) que compõe o formato ePub têm um papel fundamental para desempenhar essa funcionalidade. Nesse caso, ao utilizar a ferramenta Sigil para a produção do e-book, algumas mídias digitais não possuem configuração para reajuste. Para solucionar esta questão, é necessário identificar a tag do objeto multimídia em HTML e corrigir a largura com a expressão “width” em CSS atribuindo o valor 100%. Esta propriedade elimina a utilização do recurso de zoom nas páginas o que torna a leitura menos cansativa, fazendo com que o produto seja mais simplificado e usável. CONCLUSÃO: Por meio do desenvolvimento deste trabalho pode–se observar a real importância dos fundamentos da Interação Homem-Computador quando priorizados na implementação de e-books educativos, pois a experiência do usuário final ao utilizar um ebook torna-se mais confortável e proveitosa. Com a adoção desta tecnologia por parte dos profissionais da educação, será possível criar um produto mais maleável através das futuras atualizações do ePUB e tecnologias web. O ePub, foi desenvolvido com o propósito de ser o formato padrão para publicações digitais, 45 ou seja, contribuindo para criação de produtos mais acessíveis. Ainda, torna o e-book interativo ao possibilitar a utilização de recursos multimídias como: imagem, vídeos, animações, entre outras. Para desenvolver o produto, foi utilizado o Sigil que oferece muitos recursos para criação de livros digitais. Todavia, mesmo sendo eficiente esta ferramenta ainda apresenta limitações. Vale ressaltar que, um e-book no formato ePub pretende ser eficaz em qualquer dispositivo mas, essa realidade ainda é um desafio. Como resultado desta pesquisa, pretende-se continuar o desenvolvimento do livro digital “A Culpa é da Mãe D’Água” até que este alcance a versão final, e definir novos projetos que possam auxiliar o meio acadêmico como a reprodução do Manual Prático de Normas para Construção de Trabalhos Acadêmicos, baseado nas normas da ABNT no formato ePub. REFERÊNCIAS: BOSMAN, Julie. e-books Fly Beyond Mere Text. The New York Times, p.C1, 29 jul. 2010. Disponível em: <http://www.nytimes.com/2010/07/29/books/29ebook.html?_r=0>. Acesso em: 23 mai. 2014. BUSE, Jarret W. Epub from the Ground Up: A Hands-on Guide to EPUB 2. New York: McGraw-Hill, 2013. CARVALHO, José O. F. O papel da interação humano-computador na inclusão digital. Transinformação, Campinas, v.15, p. 75-89, set/dez. 2003. FLATSCHART, Paulo. ePub 3: publicações multimídia interativas. Disponível em: <http://imasters.com.br/front-end/web-standards/epub3-publicacoes-multimidia-interativa>. Acesso em: 17 dez. 2013. GARRISH, Matt.What is ePub 3?.Sebastopol: O’Reilly, 2011. GARRISH, Matt. Accessible ePub 3. Sebastopol: O’Reilly, 2012. GARRISH, Matt; GYLLING, Markus. ePub 3 best pratices. Sebastopol: O’Reilly, 2013. ITZKOVITCH, Avi. How Interactive Ebooks Engage Readers and Enhance Learning. UX MAGAZINE, Nova York, abr. 2012. Disponível em: <http://mashable.com/2012/04/13/interactive-ebook-apps/>. Acesso em: 17 out. 2013. TAVARES, Fernando. Dicas práticas: áudio no ePub3. Disponível <http://revolucaoebook.com.br/dicas-praticas-audio-epub3/>. Acesso em: 17 out. 2013. em: 46 PRODUÇÃO DE UM OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA Deivid Eive dos Santos Silva1 Vanessa Oliveira da Silva¹ Marialina Corrêa Sobrinho2 [email protected] RESUMO: Este trabalho trata sobre o desenvolvimento de um Objeto de Aprendizagem (OA) que tem o objetivo de ensinar preposições em língua inglesa, pois como comporta recurso multimídia, consegue gerar interesse pela disciplina, além de possibilitar o aluno estudar ou reforçar o contéudo dentro quanto fora da sala de aula. A dificuldade na compreensão das preposições ainda é grande, o material produzido focará nas mesmas, enfatizando principalmente as de lugar (out, in, on, under, behind, in front of, besides, between, a middle of). A metodologia utilizada para a implementação do OA são ferramentas web, agregando um processo de desenvolvimento de software adaptado – P@PSEduc (Processo Ágil para Software Educativo), os quais permitem um desenvolvimento com mais ludicidade e qualidade. Essa aplicação conterá animações que o estudante poderá visualizar e compreender o uso das preposições corretamente, tendo ainda a possibilidade de ouvir e ler. O objeto servirá, nesse sentido, como uma ferramenta adicional para o ensino deste idioma. Este trabalho encontra-se em fase de modelagem. PALAVRAS-CHAVE: objeto de aprendizagem, ensino da língua inglesa, tecnologia. INTRODUÇÃO: A tecnologia permite criar material didático cada vez mais interativo. Nesse processo, surge um recurso digital conhecido como Objetos de Aprendizagem com a finalidade de tornar as aulas mais dinâmicas. Segundo Willey (2000), “OA é qualquer recurso digital que pode ser reutilizado para apoiar a aprendizagem”. Nesse contexto, os docentes passam a ter uma ferramenta com a capacidade de despertar o interesse pela disciplina, de reter a atenção dos seus alunos e inclusive de gerar prazer nos processos de ensino e aprendizagem, além de servir para aulas presenciais quanto a distância. A inserção de recursos digitais no ambiente educacional se explica pelo fato de a atual geração já nascer sob grande influência das tecnologias. Conforme Mendelsohn (1997), “as crianças nascem em uma cultura em que se clica, e o dever dos professores é inserir-se no universo de seus alunos". Os objetos educacionais atuam como facilitadores nos processos de ensino e aprendizagem, auxiliando professores em suas propostas pedagógicas. Para Nunes (2004), “os objetos de aprendizagem são um recurso a mais. Em alguns casos eles não são a melhor pedida. Em outros, são ideais. É o professor quem decide”. Levando em considerção a importância dessa ferramenta educativa, a proposta deste trabalho é apresentar o desenvolvimento de um Objeto de aprendizagem para o ensino de 1 2 Acadêmico do Curso de Sistemas de Informação – CEULS/ULBRA Professora Mestre do Curso de Sistemas de Informação – CEULS/ULBRA 47 preposições em língua inglesa com o objetivo de promover o desenvolvimento de habilidades de leitura através de exemplos e exercícios que contemplem o uso de preposições. MÉTODOS: Para produzir uma ferramenta desta natureza é necessário entender em que contexto a mesma será aplicada. É preciso o envolvimento interdisciplinar de profissionais como psicólogos, professores, especialistas na área do conhecimento, técnicos da área computacional, entre outros. Nesse contexto, com a ajuda de uma pedagoga foi possível ter uma visão mais característica do aluno. Portando esse conhecimento e com o objetivo de cumprir exigências, optou-se por utilizar no desenvolvimento dessa aplicação o Processo Ágil para Desenvolvimento de Software Educativo (P@PSEduc) [Geller, Corrêa Sobrinho e Araújo 2009]. Visando o público almejado e o contexto da aplicação proposta no estudo de língua, foram identificados os recursos disponíveis e o formato para o desenvolvimento. Com base nisso, foi selecionado o Framework Laravel, levando em consideração o suporte oferecido para o desenvolvimento do OA (produtividade e interatividade), por ser de código aberto e permitir alterações e implementações necessárias na aplicação. Para que sejam feitas essas implementações precisas, se faz necessária a instalação de ferramentas adicionais, que somadas darão todo o suporte ao Laravel. Com base na pesquisa, foi encontrado o WampSever, um ambiente de desenvolvimento web que quando instalado fornece as ferramentas que serão necessárias e utilizadas neste processo, como: PHP, MySQL e Apache. A ferramenta PHP é uma linguagem muito utilizada para o desenvolvimento de aplicações web embutível dentro do HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto). Como dito anteriormente, optou-se pelo MySQL para o desenvolvimento do banco de dados com a função de armazenar as informações relevantes das atividades ocorridas no objeto educacional. O Apache, neste processo, como mencionado, será utilizado como servidor. Outra ferramenta que também comportará no desenvolvimento do OA é o software Audacity, um programa que permite editar, gravar, importar e exportar diversos formatos diferentes de arquivos de áudio. O objeto educacional, logo, terá base para ser desenvolvido com grande ludicidade, favorecendo para um melhor rendimento e aproveitamento escolar. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O desenvolvimento do OA servirá de apoio para alunos iniciantes neste idioma. Os resultados obtidos (planejamento, elaboração, técnicas e 48 ferramentas), até o momento, servirão de base para a produção das fases posteriores desse material educativo. Na primeira etapa do trabalho foi definido o tema. Em seguida, foram ouvidos 8 professores que lecionam língua inglesa nas escolas particulares da cidade de Santarém, para definição do conteúdo a ser abordado. Neste processo, foi identificado um grau de dificuldade maior no aprendizado das preposições de lugar, elas serão o foco desse trabalho (out, in, on, under, behind, in front of, besides, between, a middle of). Para a produção foram pesquisados o uso dos OAs e as formas existentes no ensino do idioma na web. Com base nisso, foi possível definir o produto total, um objeto de aprendizagem que facilite o ensino de preposições em língua inglesa de uma maneira interativa e agradável. O requisito a ser priorizado é a tela de menu vista na figura 1, com intuito de apresentar o que será proposto no OA. Figura 1. Ilustração da Tela de Menu Os Objetos de Aprendizagem tem chamado a atenção dos pesquisadores inclusive para o ensino de língua inglesa, pois o professor tem buscado elementos que sejam mais eficazes na consolidação do conhecimento e que sirvam de apoio ao discente dentro quanto fora da sala de aula. Tradicionalmente usam-se livros, filmes, músicas, propondo assim atividades com a finalidade de atingir uma melhor compreensão do conteúdo ministrado na disciplina, tornando as aulas mais entretidas e agradáveis. Segundo Leffa (2006): 49 Durante muito tempo, essa unidade foi a palavra: dava-se ao aluno uma lista de palavras da língua a ser aprendida [...]. Já em outro período, a unidade operacional foi a frase: dividia-se a língua em frases padrão que deveriam ser automatizadas pelo aluno. Houve também uma época em que se privilegiou o evento comunicativo [...] ensinava-se ao aluno o que ele deveria dizer em determinadas situações, tais como apresentar um amigo, registrar-se num hotel, fazer um pedido no restaurante. Durante a Abordagem Comunicativa, houve a tentativa de dividir o ensino da língua em atos de fala: pedindo desculpas, negando um pedido, fazendo uma promessa. [LEFFA 2006]. Sabendo do potencial desse material é de fundamental importância a sua inserção nas disciplinas de língua inglesa, em razão de que estes artifícios podem ajudar na aprendizagem da criança, podendo ser mais uma ferramenta para contribuir com o ensino de idiomas. O professor que desenvolve ou usa OAs, pode preparar as suas aulas com mais ludicidade, conseguindo atingir índices satisfatórios de seus alunos utilizando sons, figuras e animações, onde a aplicação midiática passa a conquistar à atenção de outros estudantes para aquilo que se propoe comunicar. CONCLUSÃO: Diante de todo o processo de pesquisa desenvolvida é possível dizer que a educação baseada em multimídia aprimora em muito a educação tradicional, “criando uma atmosfera de diversão e entusiasmo que permeia todos os aspectos da aprendizagem”, [STARFALL 2002]. Neste processo, entende-se que os objetos de aprendizagem são recursos de grande valia para a consolidação do conhecimento de uma criança, por exemplo, em razão de que o aparato tecnológico pode influenciar diretamente no aprendizado do mesmo, fazendo-o mais participativo e interessado, principalmente para aqueles que apresentam déficit de atenção, pois tende a ser de melhor entendimento para a criança assimilar o conteúdo com aquilo que é agradável aos seus olhos. Nas palavras de Scolari (2007): Um dos fatores importantes na utilização de um objeto de aprendizagem é torna-lo uma ferramenta de apoio às práticas pedagógicas, capaz de ajudar o professor a reter a atenção dos alunos e ao mesmo tempo torná-lo um meio facilitador da aprendizagem, estimulando visualmente os alunos através das animações, cores e movimentos. [SCOLARI 2007]. Eles são vistos, hoje, como peças chave na melhoria e no aumento da aprendizagem. Então, é importante pensar, a partir desta pesquisa, em formas de ensinar e aprender, de modo que os discentes possam ser também autores de sua própria aprendizagem. É importante acima de tudo, compreender e reconhecer a crescente relevância que vem atingindo os OA dentro do contexto da educação, visto que são recursos digitais com promissora tendência a ocupar todos os meios escolares num futuro não tão longe. 50 Por conseguinte, o objeto descrito nesse artigo servirá como um fator relevante e adicional no meio educacional para a disciplina de Língua Inglesa. REFERENCIAS: GELLER, M. T. B; CORRÊA SOBRINHO, M; ARAÚJO, C. A. P. Proposta de Customização de um Processo para desenvolvimento de Software Educativo (2009). Florianópolis: SBIE - Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Disponível em: <http://www.niee.ufrgs.br/eventos/SBIE/2009/artresumidos.html>. Acesso em: 10 Ago. 2014. LEFFA, Vilson. Nem tudo que balança cai: Objetos de Aprendizagem no Ensino de Línguas (2006). Polifonia: Revista de Periódicos Científicos. Cuiabá: UFMT. Disponível em: <http://www.periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/viewFile/1069/841> . Acesso em: 10 Jan. 2014. MENDELSOHN, Patrick. (suplemento de informática de L’Hebdo, dezembro de 1997, p.12), Extraído do livro, Novas Competências para Ensinar, Philippe Perrenoud. NUNES, César. Objetos de aprendizagem a serviço do professor (2004). Microsoft Educação. Entrevista publicada em: 19 nov. 2004. Disponível em: <http://www.microsoft.com/brasil/educacao/parceiro/objeto_texto.mspx>. Acesso em: 19 Mai. 2014. STARFALL: Objetos Educacionais (2002). Disponível em: <http://www.starfall.com.br>. Acesso em: 12 Nov. 2013. WILLEY, David A. Connecting learning objects to instructional design theory (2000): a definition, a metaphor, and a taxonomy. Utah StateUniversity. Disponível em: <http://reusability.org/read/chapters/wiley.doc>. Acesso em: 10 Mar. 2014. 51 QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM – PA Roseclea Bezerra Gaspar 1 Alessandra Damasceno da Silva2 Rodrigo Bezerra Gaspar3 [email protected] RESUMO: O acesso a água potável dentro dos padrões de qualidade é direito garantido por lei na legislação vigente no país. Por isso, essa pesquisa objetivou verificar a qualidade da água fornecida aos educandos de escolas da rede pública de ensino das proximidades do CEULS/ULBRA. Para verificação da qualidade da água consumida pelos alunos das escolas selecionadas, foi realizada a coleta das amostras de água direto do bebedouro de tais estabelecimentos de ensino no mês de setembro de 2012. Foram analisados os seguintes parâmetros: Alumínio, Amônia, Cloro Livre, Cobre, Ferro, Nitrato, Nitrito, Manganês e Zinco. As amostras coletadas foram identificadas e transportadas imediatamente para o Laboratório de Química do CEULS/ULBRA em caixa isotérmica contendo gelo, sendo analisadas em Fotômetro Multiparâmetro modelo HI 83200. Os resultados das análises químicas da água oferecida aos escolares demonstraram que nem todos os valores estão em conformidade com a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011 que estabelece o padrão de potabilidade da água para consumo humano. Entretanto, para apresentação de resultados mais significativos, recomenda-se o monitoramento continuo da qualidade da água visando alertar para a necessidade de implantação de uma estação de Tratamento de Águas destinadas para o consumo humano neste município. PALAVRAS-CHAVE: Escolas Públicas; Padrões de Potabilidade; Poços. INTRODUÇÃO: O acesso a água potável dentro dos padrões de qualidade é direito garantido por lei na legislação vigente no país, porém, para ser exercida plenamente pela população é necessário que esta seja submetida a tratamentos prévios, tornando-as adequadas para o consumo. Esses tratamentos devem ser realizados em estações especificas, no entanto, no município de Santarém, no Pará, não há, ainda, estação de tratamento adequada para este fim, tendo em vista que o órgão responsável (Companhia de Saneamento do Pará – Cosanpa) apenas capta e distribui a água. No Brasil, 80% das doenças e 33% das mortes estão associadas à utilização e consumo de águas sem qualidade, poluídas e contaminadas por organismos e substâncias nocivas à saúde (SANTOS; MOREIRA e ALMEIDA, 2011). Entretanto a água consumida na maioria das escolas públicas situadas nesse município é proveniente de poços artesianos o que de maneira geral conclui-se erroneamente ser uma água livre de contaminações e ideal para o consumo humano, induzindo à população a acreditar que seu direito a água potável esteja sendo respeitado. A única forma de garantir tal direito é realizando o monitoramento dessa água, submetendo a mesma à análises regulares (CALAZANS et al., 2004). Por isso, essa pesquisa objetivou verificar a qualidade da água fornecida aos educandos de escolas da rede pública de ensino das proximidades do CEULS/ULBRA através 1 Professora do CEULS/ULBRA. Especialista em Tecnologia de Alimentos. Engenheira Agrícola. Mestre em Ciências Ambientais. [email protected] 3 Acadêmico do Curso de Engenharia Civil do CEULS/ULBRA. 2 52 de análises químicas, contribuindo com informações relevantes para o controle de qualidade da água fornecida para tais instituições de ensino, apontando possíveis fontes de contaminação e minimizando, assim, os riscos à saúde dos usuários. MATERIAL E MÉTODOS: Esta pesquisa foi desenvolvida na cidade de Santarém, que está localizada na região oeste do estado do Pará, na mesorregião do Baixo Amazonas, a 850 Km de distância da capital, Belém. O município objeto desta pesquisa possui área total de 22.886,624 km2 e população de 294.580 habitantes em 2010, dos quais 52.854 frequentavam escolas públicas do ensino fundamental regular e 17.211 que frequentavam escolas públicas do ensino médio regular (IBGE, 2010). Como universo de estudo foram selecionadas cinco escolas públicas das proximidades do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS/ULBRA, sendo duas de nível fundamental e três de ensino médio das quais quatro são abastecidas por poços artesianos e uma pela rede de abastecimento público, sendo selecionadas as escolas municipais: Paulo Rodrigues dos Santos (PRS) e Princesa Izabel (PI); e as estaduais: Maria Uchôa Martins (MUM), Plácido de Castro (PC) e Wilson Dias da Fonseca (WDF). A fim de se verificar a qualidade da água consumida pelos alunos das escolas selecionadas, foi realizada a coleta das amostras de água direto do bebedouro de tais estabelecimentos de ensino no mês de setembro de 2012, para análise dos parâmetros químicos. Como procedimento de coleta, primeiramente, a torneira foi limpa com álcool etílico a 70% e, em seguida deixou-se aberta para escorrer água por cerca de três minutos. As amostras foram coletadas em frascos esterilizados para as análises químicas dos seguintes parâmetros: Alumínio, Amônia, Cloro Livre, Cobre, Ferro, Nitrato, Nitrito, Manganês e Zinco. As amostras coletadas foram identificadas e transportadas imediatamente para o Laboratório de Química do CEULS/ULBRA em caixa isotérmica contendo gelo, sendo analisadas logo após sua chegada. As amostras foram analisadas em Fotômetro Multiparâmetro modelo HI 83200. Todos os resultados obtidos foram registrados e posteriormente ordenados em planilha eletrônica. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Das cinco escolas públicas de onde foram coletadas as amostras, apenas a escola Plácido de Castro é servida por águas provenientes do sistema de abastecimento público e as outras por poços artesianos localizados na área da própria escola. 53 Os padrões de potabilidade para as águas destinadas ao abastecimento humano são estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde – OMS, que segundo Hunter (2003) define como água potável àquela que apresenta aspecto límpido e transparente; não apresenta cheiro ou gosto objetável, não contém nenhum tipo de microrganismo que possa causar doença, e não contém nenhuma substância em concentrações que possam causar qualquer tipo de prejuízo à saúde. No Brasil, os padrões de potabilidade são definidos pelo Ministério da Saúde, através da Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Esses padrões, de um modo geral, são valores máximos permitidos (VMP) de concentração para uma série de substâncias e componentes presentes na água. Os resultados obtidos após análises das amostras de água encontram-se dispostos na Tabela 1. Tabela 1 – Resultados dos parâmetros químicos analisados Alumínio Al³⁺ (mg/L) Amônia NH3 (mg/L) Cobre Cu²⁺ (mg/L) Ferro Fe (mg/L) Manganês Mn (mg/L) Nitrato NO⁻³ (mg/L) Nitrito NO⁻² (mg/L) Zinco Zn (mg/L) Padrão (VMP) MUM 0,20 1,50 2,00 0,30 0,10 10,00 1,00 5,00 0,40 0,07 0,05 0,06 0,22 28,00 0,01 0,13 PRS 0,27 0,12 0,02 0,02 0,47 27,80 0,02 0,28 PC 0,05 0,10 0,01 0,06 0,13 13,40 0,01 0,13 PI 0,20 0,08 0,02 0,03 0,13 14,30 0,02 0,16 WDF 1,60 0,13 0,07 0,03 0,24 32,10 0,01 0,21 Para o alumínio o VMP para consumo humano é de 0,20 mg/L. De acordo com a tabela, três das escolas apresentaram água fora do padrão para esse parâmetro, sendo que o pior dos casos apresentados é o da escola Wilson Fonseca que apresenta um índice oito vezes maior que o recomendado. Segundo a CETESB (2009) não há indicações de que o alumínio apresente toxicidade aguda por via oral, apesar de ampla ocorrência em alimentos, água potável e medicamentos, não há indicação de carcinogenicidade para o alumínio. Porém, Duarte (2010) cita que apesar do alumínio ser tratado apenas como um componente estético relacionado com a cor da água e não como contaminante, de acordo com Povoa (2001), o alumínio em excesso pode provocar a descalcificação dos ossos e ainda desequilíbrios minerais no cérebro que podem afetar a memória, sendo que pessoas que sofrem de mal de Alzheimer têm sempre níveis elevados de alumínio no cérebro. 54 Quanto a amônia, analisando os dados obtidos para esse parâmetro de acordo com a Portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde, todas as amostras apresentaram valores bem menores que o VMP para o consumo humano, indicando que, para a amônia, a água está dentro do padrão. De acordo com os dados obtidos todas as escolas apresentaram concentração média de Cobre dentro dos padrões recomendados (2,00 mg/L) para consumo. É importante ressaltar que segundo a CETESB (2009) o cobre, em pequenas quantidades é até benéfico ao organismo humano, catalisando a assimilação do ferro e seu aproveitamento na síntese da hemoglobina do sangue humano, facilitando a cura de anemias. Quando em concentrações elevadas, é prejudicial à saúde e confere sabor às águas. Segundo pesquisas efetuadas, é necessária uma concentração de 20 mg/L de cobre ou um teor total de 100 mg/L por dia na água para produzirem intoxicações humanas como lesões no fígado. Das amostras analisadas se observou que as concentrações de ferro estão dentro dos padrões da legislação, mas que o manganês apresentou todos os valores superiores ao permitido. Ressalta-se que o ferro é tido como um padrão de potabilidade, estabelecendo-se a concentração limite de 0,30 mg/L na Portaria do Ministério da Saúde. Quanto a presença de manganês na água bruta, alerta-se que esta pode acarretar nos mesmos problemas referenciados para o ferro. Sendo que o ferro, manganês, zinco e cobre conduzem sobretudo a problemas de turvação e sabor na água. Apesar de o manganês ser considerado uma substância que proporciona apenas um gosto ruim na água, a sua exposição durante muitos anos está associada a danos no sistema nervoso, produzindo uma síndrome similar à da doença de Parkinson (DUARTE, 2010). Os nitratos são tóxicos, causando uma doença chamada metahemoglobinemia infantil, que é letal para crianças (o nitrato se reduz a nitrito na corrente sanguínea, competindo com o oxigênio livre, tornando o sangue azul). Por isso, o nitrato é padrão de potabilidade, sendo 10 mg/L o valor máximo permitido. Assim, de acordo com a Tabela 1 observa-se que as águas analisadas de todas as escolas pesquisadas se encontraram fora dos padrões. Quanto ao nitrito, Gadelha et al. (2005) afirma que este é um parâmetro simples, mas de fundamental importância na verificação da qualidade da água para consumo humano, pois sua presença é um indicativo de contaminação recente, procedente de material orgânico vegetal ou animal. É preciso ressaltar que para a CETESB (2009) o zinco em quantidades adequadas é um elemento essencial e benéfico para o metabolismo humano, sendo que a atividade da insulina e diversos compostos enzimáticos dependem da sua presença. Para CETESB (2009) o zinco, por ser um elemento essencial para o ser humano, só se torna prejudicial à saúde 55 quando ingerido em concentrações muito altas, podendo se acumular em outros tecidos do organismo humano, mas isso só ocorre quando as taxas de ingestão diária são elevadas. Contudo, nenhuma das escolas analisadas se apresentou fora dos padrões. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos pelas análises químicas demonstraram que nem todos os valores se encontravam em conformidade com a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011. Entretanto, para resultados definitivos e mais significativos, recomenda-se o monitoramento continuo da qualidade desta água, visando alertar para a necessidade de tratamento adequado antes da sua destinação para o consumo humano. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria do Ministério da Saúde nº. 2.914 de 12 de dezembro de 2011. Estabelece os Procedimentos e Responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade de água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Brasília, 2011. CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Apêndice A: significado ambiental e sanitário das variáveis de qualidade das águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem. São Paulo, Série Relatórios, 2009. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/variaveis.asp>. Acesso: 22 set. 2014. CALAZANS, G. M. T et al. Análises bacteriológicas de águas provenientes de creches, asilos e poços artesianos situados próximos ao campus da UFPE. In: Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, 2, 2004, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: UFMG, 2004. DUARTE, V. M. Qualidade da água potável consumida na cidade do Salvador – Bahia. Salvador. 2010, 188p. Disponível em: <http://tede.ucsal.br/tde_arquivos/2/TDE-2010-0607T092755Z-151/Publico/Victor%20Magalhaes%20Duarte.pdf>. Acesso: 22 nov. 2014. GADELHA F. J. S. et al. Verificação da presença de nitrito em águas de consumo humano da comunidade de várzea do cobra em limoeiro do Norte-CE. In: 57ª Reunião Anual da SBPC. Fortaleza, Jul. 2005. Anais... Fortaleza: SBPC, 2005. HUNTER, B. T. Water and your health. Basic Health Publications, 2003. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidade de Santarém. 2010. 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Esta pesquisa foi realizada em campo, tendo como principal instrumento para coleta de dados um questionário aplicado em escolas públicas e particulares com alunos, pais e professores. Em análise aos resultados, já podemos perceber que o Ensino Religioso contribui com a formação ética dos alunos através do ensino de alguns valores e princípios morais como respeito, honestidade, bondade e obediência. Portanto, cada vez mais acreditamos que o Ensino Religioso colabora com a nossa formação cidadã e deve fazer parte do cotidiano dos alunos nas escolas, sempre levando em consideração a diversidade religiosa e a realidade da vivência dos mesmos. PALAVRAS-CHAVE: ensino religioso, contribuições, formação. INTRODUÇÃO: A disciplina de Ensino Religioso faz parte do currículo escolar há muito tempo e tornou-se obrigatória após a promulgação da Constituição de 88 e da LDB 9394/96 tendo como principais objetivos promover o conhecimento dos fenômenos religiosos e a reflexão sobre o sentido da vida com o intuito de que os educandos possam obter as respostas aos seus questionamentos existenciais, de acordo com a sua crença e a dos demais. Analisando a situação em que se encontra parte da sociedade brasileira, marcada pela violência e influenciada por atos corruptos, verificou-se a necessidade de identificar como o Ensino Religioso pode contribuir para a mudança dessa situação e superação dos problemas sociais, já que é uma disciplina obrigatória e dada aos alunos de ensino fundamental tanto das escolas públicas quanto das privadas. De acordo com o Texto Constitucional de 88 o Ensino Religioso ocupa-se com a educação integral do ser humano, com seus valores e suas aspirações mais profundas. Quer cultivar no ser humano as razões mais íntimas e transcendentais, fortalecendo nele o caráter de cidadão, desenvolvendo seu espírito de participação, oferecendo critérios para a segurança de seus juízos e aprofundando as motivações para a autêntica cidadania. Assim, esta pesquisa objetiva identificar as contribuições da disciplina para a vida dos alunos pesquisados, além de conhecer os valores morais e éticos ensinados nas aulas. 1 Acadêmica do II semestre do curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA. Acadêmico do II semestre do curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA. 3 Profa. do curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e orientadora da pesquisa. 2 58 MÉTODO: Para o alcance dos objetivos almejados, esta pesquisa, de abordagem qualitativa, foi realizada em campo, que segundo Andrade (1999) é onde ocorrem espontaneamente os fatos, sem a interferência do pesquisador e onde é feita a coleta de dados. Como instrumento de pesquisa para coleta de dados, empregamos o questionário. Este, de acordo com Rudio (1986) constitui-se de perguntas abertas ou fechadas entregues ao pesquisado por escrito. As perguntas, segundo Andrade (1999), precisam ser claras e objetivas, devido não ser dadas informações adicionais ao informante. Nas perguntas fechadas o informante responde sim ou não ou uma das alternativas dadas, sendo estas as que foram utilizadas nos questionários da pesquisa. Os questionários foram aplicados em escolas públicas e privadas de Santarém tendo como participantes alunos, pais e professores. A pesquisa seguiu as exigências éticas das diretrizes e normas da Resolução 466/12 e complementares que visa o respeito e a integridade dos participantes. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Apresentamos a análise dos dados obtidos nos questionários em consonância com o problema e os objetivos. Como resposta ao questionário, os alunos responderam acreditar na colaboração do Ensino Religioso para sua formação como ser humano. Afirmaram que nas aulas que frequentam da disciplina são ensinados valores morais como respeito ao próximo, obediência, humildade, bondade, estes considerados por eles como importantes para sua formação. A maioria afirmou ainda praticar esses valores no dia-a-dia, mas alguns responderam que em apenas algumas ocasiões fazem uso dos mesmos. Também, todos afirmaram considerar importante a prática desses valores no cotidiano. Quanto às metodologias utilizadas pelos professores, todos avaliaram como ótimas e também afirmaram gostar de participar das aulas de Ensino Religioso. Para os pais, o Ensino Religioso contribui sim para a formação ética dos filhos, e segundo eles, acompanham o cotidiano escolar dos mesmos. Acreditam que valores como respeito, honestidade, generosidade e obediência são aprendidos pelos filhos nas aulas da disciplina. Além disso, incentivam os filhos à prática religiosa e também consideram importante a participação da disciplina de Ensino Religioso no currículo escolar. Em resposta ao questionário, os professores afirmaram acreditar na contribuição do Ensino Religioso para a formação ética do ser humano. Segundo eles, os conteúdos da disciplina contemplam valores morais e éticos principalmente a honestidade, dignidade, respeito, obediência e generosidade. Além disso, consideram importante a vivência desses valores no cotidiano escolar. De acordo com os mesmos, levam em consideração a 59 diversidade religiosa dos alunos durante o planejamento de suas aulas para inseri-los no contexto da disciplina, respeitando a denominação religiosa de cada um sem particularizações e sempre buscando analisar a realidade do cotidiano dos alunos. Acreditam também que suas práticas pedagógicas utilizadas nas aulas incitam mudança de comportamento nos alunos. Portanto, os resultados alcançados mostram como é importante o Ensino Religioso para a vida dos alunos e sua formação ética. Também, assim como para os professores é importante levar em consideração a realidade de vivência dos alunos, para Catão (1993) não é diferente. Segundo ele, o ponto de partida do Ensino Religioso Escolar são os educandos, sua problemática, suas aspirações, seus valores, suas perspectivas de vida, suas frustrações e expectativas, e é isso que norteia toda vontade de mudança na sociedade através do Ensino Religioso. CONCLUSÕES: Ao analisarmos, discutirmos e avaliarmos os dados obtidos na pesquisa, concluímos que a mesma alcançou os objetivos propostos e esperados. Portanto, o Ensino Religioso é um importante colaborador para a formação ética, cristã e social dos alunos, e valores como respeito, honestidade, generosidade e obediência são os norteadores dessa formação. Contudo, muitas vezes vemos o contrário da questão. São crianças, jovens e adolescentes perdidos no mundo da violência, das drogas, da desobediência e de tantos outros maus caminhos. É aí que precisamos rever o que temos feito para contribuir verdadeiramente com a mudança, se realmente analisamos a realidade de vivência dos alunos, seu cotidiano, seus desejos, seus problemas, suas expectativas de vida, para não deixarmos abandonados na realidade desse mundo tão cruel. Como disse Catão (1993) numa palavra, o existir humano enquanto concreto, vivencia valores e reclama um sentido, que de fato busca, embora, o mais das vezes, por caminhos diversos e até contraditórios. A presente pesquisa encontra-se em andamento, sendo que os dados apresentados são apenas uma ínfima amostra diante do universo que se apresenta no município. REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: Elaboração de Trabalho na Graduação. 7 ed., 2 reimp. . São Paulo: Atlas, 2006 RUDIO, Franz Vitor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica/Franz Victor Rudio – Petrópolis, Vozes. 1986. CATÃO, Francisco. Em busca do Sentido da Vida – Francisco Catão – São Paulo: Paulinas, 1993. 60 A FORMAÇÃO DOS COORDENADORES PEDAGÓGICOS: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ Anniê da Silva Farias1 Elenise Pinto de Arruda2 3 Prof.ª Drª. Maria Lília Imbiriba Sousa Colares RESUMO: O presente texto aborda o curso de especialização em coordenação pedagógica/UFOPA, como ação de política pública de formação continuada. A pesquisa em andamento tem como objetivos: Realizar um perfil dos cursistas; Identificar os propósitos do curso e como está sendo efetivado; Conhecer as concepções de coordenação pedagógica dos egressos. Com uma abordagem qualitativa, a pesquisa se desenvolve os coordenadores egressos da turma 2012, utilizando os seguintes instrumentos: pesquisa bibliográfica, análise documental, aplicação de questionário e entrevistas. Foi identificado que 93% dos coordenadores possuem graduação em Pedagogia; 92% vinculam-se a rede municipal de ensino; 82% são do sexo feminino; 47% estão na faixa etária de 31 e 40 anos. Entende-se que conhecer o curso, o perfil dos alunos e suas concepções, contribuirão para a identificação e análise das mudanças que estão sendo processadas pelos que ingressaram no referido curso, apontando aspectos que podem servir futuramente como subsídios de avaliação da implantação deste programa como política de formação. PALAVRAS-CHAVE: Gestão escolar. Formação continuada. Coordenação pedagógica. INTRODUÇÃO: Referente à atuação do coordenador pedagógico, Vasconcelos (2007, p. 85) afirma que “muitos dos problemas que se colocam atualmente no exercício da coordenação pedagógica têm sua explicação na origem da configuração formal da função, associada ao controle”.No entanto, apesar da contradições vivenciadas ao longo da história da sua atuação, Ferreira destaca a relevância do papel do coordenador pedagógico para educação. A supervisão educacional tem uma importante responsabilidade no sistema educacional brasileiro e, fundamentalmente na escola, desde que compreendida como integrante da gestão da educação[...]. É ela que, no cotidiano escolar, com o coletivo de professores, toma decisões, coordena as ações e vivencia as contradições e necessidades educacionais que necessitam ser refletidas coletivamente pelo conjunto dos profissionais da escola. Portanto, seu trabalho não é uma “função”, muito pelo contrário, é um trabalho de gestão da educação, de tomada de decisões com o diretor e os demais profissionais da educação responsáveis pela escola. (FERREIRA,2012, p.127) A coordenação pedagógica é parte integrante da escola e deve atuar em conjunto com a direção e demais integrantes a fim de promover uma educação com qualidade. O diretor escolar não tem como gerir todo o processo ensino-aprendizagem sozinho, portanto, o coordenador pedagógico vem com a perspectiva de organizar o trabalho pedagógico da escola (SOARES, 2012, p. 57). Assim, a direção escolar e a coordenação pedagógica devem atuar em conjunto para o bom andamento do processo educativo. 1 Estudante de graduação da Universidade Federal do Oeste do Pará. HISTEDBR UFOPA. Bolsista PIBIC Fapespa Mestranda em Educação da Universidade Federal do Oeste do Pará. HISTEDBR UFOPA 3 Pós-doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do PPGE da Universidade Federal do Oeste do Pará. Vice líder do HISTEDBR UFOPA 2 61 Atualmente, o perfil do coordenadorpara atuar nas instituições escolares tem sido cada vez mais exigente, tendo em vista as cobranças que se têm recebido da sociedade globalizada. A gestão é tida como um dos mecanismos de alcance da aprendizagem e deve estar “atenta aos processos educacionais de maneira a oferecer meios que viabilizem a concretização das expectativas da sociedade e, particularmente dosdos sujeitos envolvidos no ato de ensinar e aprender” (COLARES, 2012. p.53). Perante esta realidade são implantadas medidas que visam qualificar os profissionais que compõe a gestão das escolas. Exemplo disso, é o Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, que está vinculado à Secretaria de Educação Básica, do Ministério da Educação (SEB/MEC) e teve seu marco inicial em 2005. Por meio do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Coordenação Pedagógica, tem como objetivo promover a formação continuada e pós-graduada de profissionais que atuam em equipes de gestão pedagógica em escolas públicas de educação básica. Essa formação acontece por meio de parcerias com instituições de ensino superior e do ensino a distância. Conhecer as concepções e práticas dos que atuam na gestão das escolas é relevante para se compreender como essa relação se efetiva na realidade escolar, quais são as contradições e semelhanças e como isso se materializa no cotidiano da escola. Por isso, esta pesquisa tem como objetivo conhecer as concepções de coordenação pedagógica dos coordenadores pedagógicos ; o perfil dos cursistas; e como o curso está se efetivando. MÉTODO: Este projeto propõe uma investigação conduzida com base nos pressupostos teóricos metodológicos da pesquisa qualitativa tendo em vista que nesta abordagem “a preocupação com o processo é muito maior do que o produto. O interesse do pesquisador ao estudar um determinado problema é verificar como ele se manifesta nas atividades, nos procedimentos e nas interações cotidianas (LUDKE; ANDRÉ, 1986 , p. 12). E ainda considerando que, “nestes estudos há sempre uma tentativa de capturar a ‘perspectiva dos participantes’, isto é, a maneira como os informantes encaram as questões que estão sendo focalizadas” (LUDKE;ANDRÉ, 1986 , p. 12) e que seu objetivo “é o de melhor compreender o comportamento e experiência dos humanos” (BODGAN;BIKLEN, 1994) compreende-se que esta abordagem enriquecerá o processo de discussão proposta. Para o desenvolvimento do trabalho serão usados um conjunto de instrumentos e procedimentos de pesquisa, com vistas a garantir a melhor compreensão dos fatores envolvidos no processo educativo. Assim, a coleta de dados é composta por análise documental, aplicação de questionário e entrevistas coletivas. 62 Os sujeitos desta pesquisa serão os coordenadores pedagógicos egressos do Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica, oferecido no período de 2012 a 2013 pela Universidade Federal do Oeste do Pará– UFOPA. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O curso ocorreu de Abril de 2012 a Setembro de 2013 e contou com a participação de 468 coordenadores pedagógicos. As turmas estão distribuídas em polos, na qual fazem parte os seguintes municípios: Santarém, com duas turmas e Belterra, Óbidos, Alenquer, Juruti, Oriximiná, Rurópolis, Novo Progresso e Itaituba, com uma turma cada. Dos participantes, 82% são do sexo feminino e 8% do sexo masculino. Quanto a idade, foi identificado que 47% estão na faixa etária de 31 e 40 anos, 31% na faixa de 41 a 50 anos, 8% de 20 a 30 anos, 6% de 51 a 60 anos, 1% acima de anos e ainda 7% não forneceram a informação. Referente a formação dos coordenadores cursistas, foi verificado no Relatório Final do Curso, que 93% possuem Licenciatura em Pedagogia e que há a presença de cursistas com formação em outras licenciaturas como Letras, Matemática, História, Geografia, Ciências, Ciências Biológicas, Filosofia, Educação Física e o Curso Normal Superior, todos esses com percentuais iguais ou menores que 1% do universo. Tendo em vista que na rede estadual de ensino do Estado do Pará, a coordenação pedagógica é exercida pelo pedagogo, com o cargo denominado técnico em educação e que as redes municipais já adotam a nomenclatura de coordenação pedagógica para o trabalho desenvolvido pelo pedagogo na escola, vê-se que o curso, desde o início cumpriu com um de seus objetivos que é formar os profissionais que atuam na coordenação pedagógica ou função equivalente. A presença maciça do pedagogo no público atendido pelo curso e que atua no âmbito da coordenação pedagógica da escola nos remete a importância deste profissional, na qual juntamente com o restante da equipe escolar, é responsável por coordenar, articular e integrar os processos educativos presentes no espaço escolar. Quanto a rede de ensino a qual participam os coordenadores pedagógicos, foi visto que 92% estão vinculados a rede municipal de ensino e apenas 8% a rede estadual. Este dado, leva-nos a questionar quais são as limitações que levam a uma participação tão tímida da rede estadual no curso. É fato que nos últimos anos, por meio de concursos públicos, o quadro de servidores estaduais que exercem a função da coordenação pedagógica vem se ampliado no Estado, porém, no Curso em questão, a representação desta rede de ensino é bastante diminuta. Talvez, pela natureza do curso, que exige a adesão dos municípios, possa-se 63 explicar essa diferença. Porém, como foi esclarecido anteriormente, não é objetivo deste trabalho fazer uma avaliação do curso. Considera-se relevante apresentar seu panorama a fim de se conhecer o contexto na qual estão inseridos os egressos do curso. A taxa de conclusão/aprovação do curso foi 70%. Problemas de acesso a plataforma do curso devido à baixa qualidade da rede internet ofertada na região foi apontada como um forte fator que prejudicou o desempenho dos alunos, dificultando a interação necessária com a plataforma virtual na qual eram depositados todos os trabalhos.Esses dados são iniciais, mas demonstram informações relevantes no que tange o perfil dos egressos do cursos. CONCLUSÃO: Tendo em vista que a pesquisa está em andamento, informações ainda estão por levantadas. No entanto, preliminarmente, já é possível visualizar o perfil dos cursistas, sendo que esse é um dos objetivos que se propõe. Conhecê-los traz elementos necessários para se compreender que concepções e práticas permeiam esse cotidiano escolar. Ademais, entende-se que conhecer os panoramas do curso, o perfil dos alunos e as concepções e práticas por eles apontadas contribuirão para a identificação e análise das mudanças que estão sendo processadas pelos que ingressaram no referido curso, apontando aspectos que podem servir futuramente como subsídios de avaliação da implantação deste programa como política de formação REFERÊNCIAS BODGAN, Robert. BIKLEN, Sari. Investigação Qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal- Porto: Porto Editora, 1994.l COLARES, Anselmo Alencar. Educação na Amazônia: o papel do gestor na melhoria dos processos educacionais. In: SOUSA COLARES, Maria Lília Imbiriba; XIMENES-ROCHA, Solange Helena, COLARES, Anselmo Alencar (Orgs). Gestão democrática: A escola pública e a formação continuada como objeto de análise. Belém: GTR, 2012. FERREIRA. N. S. Supervisão Educacional: Uma reflexão crítica. 16 ed. Petropólis: Vozes, 2012. LUDKE, Menga.ANDRÉ,Marli E.D.A. Pesquisas em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986 VASCONCELOS. Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico. Do projeto político pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad Editora, 2007. 64 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO PARA O SUCESSO DO ENSINO APRENDIZAGEM Rosangela Batista Vieira1 Samara Melo Serique¹ Izabel Alcina Soares Evangelista2 RESUMO – O estudo desta temática procurou investigar “A importância da relação professor/aluno para o sucesso do ensino aprendizagem”, destacando os desafios enfrentados pelos educadores e propondo uma reflexão sobre as relações humanas desenvolvidas em sala de aula, como fator primordial para o processo de construção do conhecimento. A caracterização desta pesquisa é bibliográfica, enfatizando o dialogo como instrumento de ligação na relação professor/aluno e a necessidade do professor ser inovador na sua prática docente. Os resultados mostramque o saber dialogar é essencial para estabelecer relações significativas e construtivas no relacionamento entre docentes e educandos. Conclui-se que o professor precisa ter consciência da importância do seu papel, que suas ações podem influenciar de forma positiva ou negativa a vida de seus alunos e que a maneira como administra as relações em sala de aula é que garantirão ou não o sucesso do ensino aprendizagem. PALAVRAS – CHAVE: Relação, Professor/Aluno, Aprendizagem. INTRODUÇÃO: O ato de pesquisar para o educador é um árduo desafio a ser superado, pois este o leva a vários questionamentos e a reflexão sobre a importância do seu papel nas relações humanas que são desenvolvidas dentro e fora das salas de aula. Nesta perspectiva, viu-se a necessidade de pesquisar sobre qual a importância da relação professor/aluno para o sucesso do ensino aprendizagem? E também como as práticas pedagógicas desenvolvidas nas salas de aula influenciam consideravelmente neste processo. A investigação desta temática proporcionou analisar fatores positivos e negativos que serviram como base para verificar e refletir aspectos relevantes que proporcionam a construção coletiva do conhecimento. O relacionamento entre professores e alunos é importante para facilitar a aprendizagem, e a abordagem destatemática propõe formas de construir na prática docente laços de confiança por meio do dialogo. Visto que, este é um grande instrumento para manter um relacionamento que favoreça a produção do conhecimento. Portanto, a importância do sucesso do ensino aprendizagem no ensino médio é garantir a ele uma educação de qualidade, de fato e de direito. Relacionamento humano é tarefa difícil de desenvolver com maestria, se não houver respeito ao próximo, confiança e dialogo que construa esta ação, pois lidar com pessoas, requer paciência, dedicação e amor. Para Gusdorf (1995,p.137), “o dialogo do mestre e do discípulo situa-se no seio do imenso horizonte da cultura humana”. Desta forma, na relação 1 2 Acadêmica do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA Professora do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA. Orientadora da pesquisa. 65 professor/aluno não é diferente, pois necessita de cautela devido à diversidade de valores existente em uma sala de aula. É na escola que o aluno busca conhecimento, é onde passa um bom tempo de sua vida, este é um grande motivo para o professor buscar desenvolver práticas que favoreçam um clima harmonioso na turma, onde se desenvolva relações de cumplicidade e respeito. De acordo com Barcelos(2006,p.22) “o trabalho educativo acontece em um tempo-espaço muito peculiar: o tempo-espaço da escola e das suas relações. A escola como um dos territórios da experiência sensível. Um lugar de palavras, gestos, silêncios, atitudes. Lugar de experiências vivas e vividas”. Nesta perspectiva, este estudo procurou identificar fatores específicos da importância da relação professor/aluno para se chegar ao sucesso do ensino aprendizagem no ensino médio, assim como os desafios dos professores em buscar formas de favorecer a construção doconhecimento. Segundo a autora Suzana Schwartz, é importante que o professor faça uma reflexão critica sobre seu pensamento (metacognição), senão pode tornasse alienado, sem profissionalismo e sem compreensão dos fenômenos sociais e educativos. Portanto, pretende-se com este estudo instigar nos professores uma reflexão sobre sua pratica pedagógica, mostrando a importância das relações construídas dentro da sala de aula se alcançar sucesso no ensino aprendizagem. MÉTODO: A caracterização desta pesquisa e de punho bibliográfico, pois, de acordo comGil(2002,p.44)“a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.O tipo de abordagem utilizada nesta pesquisa foi qualitativa. Segundo Lakatos e Marconi(2007,p.269).“A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações...”. RESULTADOS E DISCUSSÃO: É fundamental refletir sobre nossos atos e procurar mudar o que venha melhorar nossa relação com o nosso próximo, neste sentido, a afetividade é um vínculo importante para construir relação significativa entre professor e aluno, portanto, “o mestre e o discípulo só se descobrem como tais na relação que os une. [...]. A verdade de cada um deles depende de sua relação reciprocidade”(GUSDORF,1995,p.137). com o outro; é uma verdade em 66 O dialogo se faz uma ferramenta de suma importância para construir um bom relacionamento, pois de acordo com Paulo Freire, “o sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na Historia” (1996,p. 154). Desenvolver trabalhos em grupo é uma maneira de estimular a socialização dos alunos entre si e com o professor, levando-os a desenvolverem sua consciência critica propondo debates sobre determinado assunto, trabalhando o respeito e a solidariedade para com o outro. Neste sentido, Ferreiro ressalta que“a dinâmica de grupo e os debates constituem-se em eixos norteadores na resolução de problemas, já que se trata de ferramentas que aproximam educador e educando”(1982,p.12), CONCLUSÃO: É de extrema importância que o professor tenha consciência da importância do seu papel, e que sua maneira de agir com a turma gera sobre seus alunos uma influencia positiva ou negativa que afetará suas vidas e o jeito que administra as relações em sala de aula garantirão ou não o sucesso do ensino aprendizagem. O professor deve agir sempre como mediador do conhecimento, aquele que ensina o sabe e aprende com seus alunos o que eles sabem, construindo assim, um novo conhecimento, de forma conjunta, respeitosa, garantido uma relação de reciprocidade. Como afirma Paulo Freire, “o educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário, ao aluno, em uma fala com ele”(2006, p. 128). Deste modo, pode-se dizer que as relações humanas construídas dentro de uma sala de aula devem ser pautadas na realidade em que os membros estão inseridos, para que haja sucesso no ensino aprendizagem. . REFERÊNCIAS ALENCAR, Eliana de Sousa. A qualidade das relações interpessoais na sala de aula interferindo na relação do aluno com o saber: um estudo que aponta o lugar da relação professor-aluno no processo ensino-aprendizagem. Disponível em:http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/files/eventos2009/GT.15/02_Eliana%20de %20Sousa%20Alencar.pdf. Acesso em: 28 mar. 2014. BARCELOS, Valdo. Formação de Professores para a Educação de Jovens e Adultos. Petrópolis: Vozes, 2006. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados, 1996. 67 FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez,1982. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa.4.ed.São Paulo:Atlas,2002. GUSDORF, Georges. Professores para quê?:para uma pedagogia da pedagogia. 2.ed.São Paulo: Martins Fontes,1995. MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 5.ed.São Paulo: Atlas,2007. MICHALISZYN, Mario Sergio; TOMASINI, Ricardo. Pesquisa: orientação e normas para elaboração de projetos, monografias e artigos científicos. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. SCHWARTZ, Suzana. Alfabetização de Jovens e Adultos: Teoria e Prática. Petrópolis: Vozes, 2010. 68 A IMPORTÂNCIA DO BRICAR, CUIDAR E EDUCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Paulo Roberto Ferreira1 [email protected] Izabel Alcinda Evangelista2 [email protected] RESUMO- O presente estudo integra uma das etapas do Trabalho Interdisciplinar de Iniciação Cientifica – TIIC, realizado com bases no Projeto de Pesquisa aplicado em duas turmas de Educação Infantil, Pré-escola, de uma unidade escolar da rede municipal de educação do município de Santarém. O projeto focou o ensinoaprendizagem a partir dos três pilares da Educação Infantil: Cuidar, Brincar e o Educar, objetivando identificar qual a ênfase maior aplicada nesse nível de ensino confrontando-os com a alfabetização. Essa pesquisa teve como bases os Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil – RCNEI, Lei 9394/96 (LDB) e Plano de Ensino para Educação Infantil da Rede municipal (SEMED), entre outros.A metodologia constitui-se em pesquisa bibliográfica e visita de campo com aplicação de um questionário fechado. Os resultados e discursões apontam para uma prática mesclada entre essas três dimensõescom uma leve tendênciaa“alfabetização” através da noção de leitura e escrita. Com isso afirmamos a importância desses elementos na educação infantil: Cuidar, Brincar e Educar dadas as implicações positivas que deles resultam. Sendo assim, são necessárias, por parte do educador, reflexões para amadurecimento dos verdadeiros objetivos da educação infantil. PALAVRAS-CHAVE:TIIC. Cuidar, brincar e educar. Educação Infantil. INTRODUÇÃO: Educação Infantil é sinônimo de cuidados, brincadeiras e aprendizagens. Já se sabe, através de estudos, que nela devem ser reafirmados conceitos de infância e de construção do sujeito. O desenvolvimento integral da criança começa na educação Infantil. É aí que ela se torna autônoma através das descobertas continuas e das vivências interacionistas. Entre esses estudos três elementos se destacam como essenciais e norteadores da Educação infantil: o Cuidar, o Brincar e o Educar. São os cuidados sóciosafetivos e assistencialistas que a criança se sente segurar e amada. O cuidar vai muito além do aspecto físico,envolvem também os aspectos emocionais, a saúde mental, a mediação e construção pedagógica, a qualidade do ambiente, o planejamento e principalmente “escutar”. Tudo isso favorece o bem estar e sensações de confiança na criança. É no brincar que acontecem as descobertas cognitivas, que a criança desenvolve sua imaginação através do lúdico, do jogo do faz de conta pela imitação, imaginação, e raciocínio na elaboração e negociação de regras. A fantasia na hora de brincar reforça as identidades da criança que elas próprias criam de si mesma que podem ser percebidas em seus personagens criados, representando suas emoções e sentimentos. 1 Acadêmico do VIII semestre do curso de Pedagogia CEULS/ULBRA Professora do curso de Pedagogia CEULS/ULBRA e Ed. Física UEPA. 2 69 O Educar insere na criança diferentes formas de aprendizado e leva-a ampliar o seu conhecimento de si e do mundo. Esses aspectos são fundamentais para etapas seguintes do processo ensino aprendizado das crianças. Considerado que essas premissas são de fundamental importância e que a Educação Infantil deve ser o espaço e o momento da Infância sem o apressamento alfabetizador, que buscamos diagnosticar no contexto escolar respostas para nossos questionamentos em relação às principais dimensões da Educação Infantil, ou seja: qual a ênfase maior aplicada na educação infantil: entre o Cuidar, Brincar, Educar ou alfabetizar? METODOLOGIA: A pesquisa deu-se através de embasamento teórico do tema, em seguida se fez a pesquisa de campo que “é uma fase realizada após estudos bibliográficos” (MARCONI & LAKATOS, 1992.), com análise prévia e acompanhamento do ambiente em que a mesma foi realizada e encaminhada, com diagnose empírica dos questionamentos e anotações diárias, conversas informais com profissionais que atuam diretamente nas classes, foco da pesquisa, no intuito de sondar todas as informações possíveis a respeito da problemática e enriquecimento da pesquisa. A abordagem da pesquisa qualitativa deu-se através da observação e análise das atividades realizadas pelos professores junto às crianças em sala de auladessas duas turmas de Pré-escola,que possibilitou conhecer um pouco mais das metodologias adotadas, confrontando com os fundamentos teóricos sobre o tema. Somado a isso se aplicou um questionário com os professores dessas turmas, além de que se fez necessária uma análise documental de planos de aula e da proposta pedagógica da mantenedora, assim como, o que prevê o projeto politico pedagógico da escola relacionados à Educação infantil. ANÁLISES E DISCUSSÕES: Entre as evidências desse estudo merece destaque o questionário fechado aplicado com as professoras regentes. Foram 18 perguntas relacionadas a conceitos dimensionais, sobre jogos e brincadeiras, atividades extraclasse, dinâmicas com as crianças, infância, recursos didáticos, lúdico, entre outras, que na maioria delas atenderam nossas expectativas, mas que uma merece destaque: os conteúdos que você aplica em suas atividades são voltados para? Ambas as professoras responderam leitura e escrita. Uma grande contradição em relação às outras perguntas todas voltadas para o Cuidar, Brincar e Educar. Outro ponto relevante é em relação à pergunta sobre a formação continuada e as docentes colocaram que essa formação ainda não foi ofertada no corrente ano. Em nosso questionário, para as respostas, podiam ser marcadas mais de uma alternativa, pois foi o modo 70 mais conveniente usado, para que não ficasse alguma dúvida quanto ao objetivo de nossa pesquisa. Sendo assim, os resultados foram satisfatórios. E, também, nas conversas informas, no acompanhamento da rotina diária etc, nossos questionamentos foram sendo respondidos culminando com tal documento. CONCLUSÃO: Considerandomais os aspectos positivos em relação a tal pesquisa, concluise que entre as dimensões que norteiam a Educação Infantil estão entrelaçadas, sendo que junto a elas permeiam uma ânsia em querer alfabetizar a criança nesse nível de ensino, seja por exigência da modernidade, etc. mesmo que o professor se esforce, acaba tendo que construir saberes de iniciação à leitura e escrita, que distorcem os objetivos descritos nos Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil criando uma contradição entre a teoria e a prática em sala de aula. Percebeu-se também, que de acordo com a elevação de nível, na própria educação infantil, há uma tendência em desviar os olhares para essas três dimensões ofuscadas pela escolarização, já que há o funcionamento da pré-escola acontece em instituição escolar, sendo que o ideal seria um estabelecimento que atendesse as demandas da mesma. Portanto, precisamos nós como educadores criar uma práxis para Educação Infantil consistente, sem que pairem dúvidas, pois somos considerados agentes transformadores da sociedade e tal premissa deve começar a valer na base educacional que oferecemos aos nossos alunos pré-escolares para quea alfabetização de fato fique para o próximo nível de ensino, ou seja, o ensino Fundamental. REFERÊNCIAS Dúvidas mais frequentes sobre Educação Infantil. MEC. Coordenação de Educação Infantil. Janeiro de 2013. GARCIA, Regina Leite (org). Revisitando a Pré-escola. 4ª ed. rev. São Paulo: Cortez, 2000. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: portal. mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf Acesso em 02.03.2014. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho Cientifíco: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicações e trabalhos cientificos. São Paulo: Atlas, 1992. NICOLAU, Mariela Lúcia Machado. A Educação Pré-escolar. Fundamentos e didática. 10ª ed. São Paulo: Atica, 2003. NICOLAU, Mariela Lúcia Machado. Textos Básicos de Educação Pré-escolar. São Paulo: Ática, 1990. 71 PAULA, Ercilia Maria Angelli T. de; MENDONÇA, Fernando Wolf. Psicologia do Desenvolvimento. Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2007. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. V.1-Brasília: MEC/SEF. 1998. 72 A INFLUÊNCIA DA GESTÃO ESCOLAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM Fabiane da Silva Romão1 [email protected] Ester Cristina de Carvalho2 Rosangela Maria Lima de Andrade3 RESUMO -. A educação é um processo tipicamente humano, e no contexto mundial penetra na vida das pessoas, através dos meios de comunicação e da tecnologia em suas mais variadas formas. É consenso dizer que os professores gostam de trabalhar em escolas que possuem gestão democrática. Uma gestão boa ou má exercerá influência decisiva sobre as oportunidades de acesso a vida em sociedade. O estudo pretendeu conhecer o fenômeno da gestão escolar em um município do interior do Estado do Pará. A metodologia empregada constituiu-se de dois tipos de pesquisa a bibliográfica e a de campo. O Local de realização do estudo foi a Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Pastor Gilberto Marques de Souza, Monte Alegre – Pará. descobrimos que a Escola adota o modelo de gestão democrática, porém existem alguns pontos que precisam ser melhorados a fim de garantir a participação de todos nos processos decisórios da referida escola. Enfim, a pesquisa foi de grande relevância, pois através dela tivemos a oportunidade de aprofundar nossos conhecimentos sobre esse tema tão importante na sociedade atual. PALAVRAS- CHAVE: Educação, sociedade, gestão democrática. INTRODUÇÃO: A educação constitui-se em um processo tipicamente humano, que possui a finalidade de formar cidadãos, por meio de ideias teorias e valores. Vivemos um período conhecido como era do conhecimento em que as profundas transformações vem repercutindo significativamente na vida das pessoas, causando uma ressignificação entre teoria e prática na administração da educação. Diante deste cenário é consenso dizer que os professores gostam de trabalhar em escolas que possuem gestão democrática, tendo- a como razão para garantia da qualidade no processo de formação humana. Este Resumo é resultado de estudo realizado com intuito de conhecer de maneira mais cientifica o fenômeno da gestão escolar em um município do interior do Estado do Pará, a preocupação surge a partir da vivência cotidiana e próxima a esta realidade e também de interesse acadêmico sobre a questão o tema está delimitado no aspecto caracterização do Gerenciamento escolar e sua relação com o processo de aprendizagem. Para sustentar e direcionar o estudo utilizamos 4 questões norteadoras: 1) Qual o tipo de gestão praticada pela direção da escola? 2) Quais as parcerias estabelecidas entre gestão, família e comunidade escolar? 3) Qual a relação que a gestão estabelece com os discentes? A partir destes direcionamentos optamos por estabelecer os seguintes objetivos: A) Identificar o tipo de gestão praticada pela escola; B) Verificar quais as parcerias estabelecidas entre gestão, família e comunidade 1 Pedagoga (IFPA). Professora da rede de educação municipal de Monte Alegre Pedagoga (IFPA). Professora da rede de educação municipal de Monte Alegre 3 Orientadora da Pesquisa. Docente do CEULS/ULBRA – Santarém. Docente/Bolsista no curso de Pedagogia Programa PARFOR/IFPA 2 73 escolar; C) Analisar como ocorre a relação entre gestão e discentes; D) Compreender como ocorre o relacionamento entre a direção da escola com o corpo administrativo e apoio. A democratização da gestão escolar é vista como uma possibilidade de melhoria na qualidade pedagógica do processo educacional das escolas. A Educação é um processo que se realiza de forma intencional e integradora à organização do comportamento mais conveniente para cada sujeito em seu entorno, e determinado pela aquisição de conhecimentos, pela automatização de forma de atuação e pela interiorização de atitudes que lhe atribuem valor em seu conjunto e em suas peculiaridades. (FERREIRA, 2006, p.11). Portanto a gestão democrática pode ser entendida como a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade escolar, pais, professores, estudantes, funcionários, na organização, na construção e na avaliação do dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos da escola, enfim, em todos os processos de decisão da escola. Gadotti (1995) destaca que os princípios básicos acima citados podem ser considerados como fundamentos da autonomia da escola. Pois na trilha da Constituição Federal, as constituições estaduais e as leis orgânicas dos municípios reforçaram o princípio da gestão democrática da escola pública, e muitos governos estaduais e municipais criaram conselhos escolares e implementaram a política de eleição de diretores de escolas. Cabe-nos afirmar que a educação é um processo coletivo. Portanto pais e escola tem a responsabilidade legal em relação a educação das crianças, mas ela ocorre tanto dentro como fora da escola. Em uma sociedade democrática a pessoa sente se responsável por si e pelos outros. Na democracia a lugar para os interesses individuais sem esquecer os coletivos. Diante desse contexto cada um de nós perguntar para nós mesmos que podemos fazer para melhorar o ambiente, ou seja, a comunidade em que estamos inseridos. Preparar para a responsabilidade com a comunidade é dever de todos dos que fazem parte da escola. MÉTODOS: A metodologia empregada para alcance dos objetivos constituiu-se de dois tipos de pesquisa a bibliográfica e a de campo. O Local de realização das coletas de dados foi na Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Pastor Gilberto Marques de Souza, situada na Rua Desembargador Álvaro Pantoja, nº 510, Bairro Pajuçara, Monte Alegre – Pará. As fontes de Informação foram representantes da escola. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Analisando a gestão escolar como ponto chave, para o alcance dos objetivos sociais, é preciso que tenhamos em mente que a maneira como a escola é conduzida, implica diretamente na formação da cidadania dos envolvidos no processo educacional. 74 Diante disso, a pesquisa realizada destaca, o tipo de gestão praticada pela Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Pastor Gilberto Marques de Souza, qual está consolidada no paradigma da gestão democrática, uma vez que a maioria dos membros da gestão está por dentro dos principais acontecimentos da escola, seu Projeto Político Pedagógico foi reformulado no início do ano de 2013, com a participação ativa dos membros da gestão, onde foram discutidos e estabelecidos objetivos e metas para os próximos dois anos. Outro ponto em questão foram as parcerias que a escola estabelece entre a gestão, família e comunidade, descobrimos que a escola mantém os membros de sua gestão informados sobre os principais acontecimentos, também são realizados festivais, reuniões e até os jogos olímpicos têm participação da família e de toda comunidade escolar. As reuniões contam com um número bastante significativo de pais e responsáveis. Os quesitos que trataram a respeito da gestão democrática, demonstram que a escola analisada está caminhando de maneira positiva rumo a esse modelo de gestão, pois a maioria das respostas dos entrevistados está nos pontos “Com Frequência” e “Algumas Vezes”, mostrando que os membros da gestão tem dado sua parcela de contribuição para um melhor desempenho da escola, muito tem sido feito, porém ainda é necessário melhorar em alguns pontos. Liderança é a capacidade de influenciar, motivar, integrar e organizar pessoas e grupos, a fim de trabalharem para a consecução de objetivos. Em uma gestão participativa, não basta haver na equipe certas pessoas que apenas administrem a realização das metas, dos objetivos, os recursos e os meios já previstos. É preciso que se consiga da equipe o compartilhamento de intenções, valores e práticas, de modo que os interesses do grupo sejam canalizados para esses objetivos e várias pessoas possam assumir a liderança e desenvolver essas qualidades. (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012. p. 530) Percebe-se que a liderança é de importância para a implantação da gestão democrática, pois as responsabilidades individuais precisão estar articuladas com as coletivas, para que os possíveis conflitos sejam solucionados da melhor maneira. É preciso que cada componente da gestão precisa sentir-se responsável pelo sucesso da organização escolar. Verifica-se por meio da pesquisa que na escola pesquisada as práticas pedagógicas e a avaliação estão tendo a atenção necessária para o alcance dos objetivos educacionais. LIBÂNEO;OLIVEIRA;TOSCHI,2012.p., comentam que: A avaliação da aprendizagem escolar feita pelos professores constitui um indicador efetivo do alcance dos objetivos e atividades estabelecidas no projeto-curricular e nos planos de ensino. Os critérios de relevância da avaliação dos alunos devem centrar-se, portanto, em dimensões qualitativas e quantitativas, ou seja, melhor qualidade da aprendizagem para todos os alunos, em condições iguais. 75 Quando compreendida dessa forma a avaliação dos alunos pelos professores, em sala de aula de maneira alguma deve substituir a avaliação do sistema educacional. Ao contrário, deve buscar um consenso e está a serviço da melhoria da qualidade ensino. Outro ponto analisado foi a relação da gestão com o corpo administrativo da escola, é bom lembrar que está relação acontece de forma horizontal, permitindo que todos expressem suas ideias para que possam alcançar os objetivos educacionais da escola, o clima de respeito e harmonia está presente nessa relação, pois a direção não tem medido esforços para manter a transparência de seu trabalho, o trabalho em equipe também é uma forte característica da escola pesquisada, e tem conseguido êxito esperado do processo de ensino aprendizagem dos alunos. CONCLUSÃO: Uma gestão boa ou má exercerá influência decisiva sobre as oportunidades de acesso a vida em sociedade, pois a organização do trabalho pedagógico da escola e sua gestão revelam seu caráter excludente ou includente dos indivíduos na sociedade. A relação entre os discentes e gestão ocorre de forma harmoniosa pois a regras de convivência são conhecidas por todos, facilitando assim o dialogo a manutenção da ordem e do respeito no ambiente escolar, a maioria dos alunos cursa da educação infantil até o final do ensino fundamental menor, muitas crianças acabam vindo de outros bairros estudar na referida escola, é válido lembrar que a gestão vem esforçando-se para oferecer aos alunos uma educação de qualidade, valorizando os direitos sem esquecer dos deveres de cada um. Perante tudo que foi discutido no decorrer deste trabalho, chegamos a conclusão quê, uma boa ou má gestão tem influência decisiva, sobre o tipo de cidadão que queremos formar, pois a maneira como a escola é gerida revela seu caráter includente ou excludente, e isso influencia nos resultados obtidos. Dessa forma, é possível dizer que os membros da gestão escolar, da instituição pesquisada estão comprometidos com a educação oferecida a sua clientela, certamente, colherão bons frutos de seu trabalho. REFERÊNCIAS FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Gestão Educacional e Organização do Trabalho Pedagógico – Curitiba: IESDE, 2006. GADOTTI, M. A Autonomia como estratégia da qualidade de ensino e a nova organização do trabalho na escola: In SILVA, L.H. da; AZEVEDO,J.C. de. (Org.) Paixão de Aprender II. Petrópolis: Vozes.1995. LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: Políticas, Estrutura e Organização. 10. Ed. Rev. Ampla. São Paulo: Cortez, 2012 _ Coleção em Docência em Formação: Saberes Pedagógicos / Coordenação Selma Garrido Pimenta. 76 A MÍDIA E OS MOVIMENTOS SOCIAIS Wilverson Rodrigo Silva de Melo 1 [email protected] RESUMO – Este trabalho tem a pretensa finalidade de discorrer sobre os diferentes usos da Mídia e das TIC’s no processo de contestação sócio-política dos Movimentos sociais e de seus reacionários, no centro desta pesquisa se utilizará os movimentos de inconformismo político ocorridos em meados de 2013 no Brasil, a partir do qual se construirá as categorias analíticas que incorpore a mídia e os movimentos sociais. A proposta metodológica se fundamentou na Pesquisa Bibliográfica, Estudo de Caso e Método Dedutivo. PALAVRAS-CHAVE: mídia, brasil, movimentos sociais. INTRODUÇÃO: A organização e os discursos de movimentos sociais no Brasil partem de vertentes societárias que primam pela equidade social como forma de transformação do contexto social hipócrita no qual vivemos onde “muitos” têm muito pouco e “poucos” têm muito. A atuação dos movimentos sociais tem como objetivos modificar os cenários sóciopolítico e culturais da sociedade na qual se vive, sobretudo, na condição de obter liberdade de expressão, liberdade de discordar de teses hegemônicas coercitivas a população (como diria Gramsci), direito a isonomia sócio-política, assim como o acesso igualitário a terra e a seus usufrutos, ou seja, acesso a antiga aspiração de Reforma Agrária ou mais além como pretendia realizar o ex-presidente João Goulart, as chamadas “Reformas de Base”. No entanto, esta atuação dos movimentos sociais na busca de mudanças de sua realidade e na tenra pretensão de propor a sociedade um novo deslocamento analítico e cognitivo de observar e analisar os fatos e acontecimentos do cotidiano tem sido encarado como atitudes rebeldes e terroristas, passando estes movimentos a serem rotulados como “marginais” e estereotipados como atos de vandalismos, portanto criminalizados. MÉTODOS: A proposta metodológica deste trabalho se fundamentou na Pesquisa Bibliográfica, no Estudo de Caso e no método dedutivo. Primeiramente, se realizou o levantamento de fontes e teóricos que abordam o tema de movimentos sociais e de mídias; posteriormente se realizou o Estudo de Caso, onde se procurou pesquisar, estudar e analisar os movimentos contestatórios ocorridos no Brasil em meados de 2013; num terceiro momento se aplicou o método dedutivo pelo qual se levantou questionamentos e teses hipotéticas sobre o comportamento das massas populares e da classe política diante do fenômeno de uso 1 Prof.ºPós-graduando em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 77 massificado da Mídia e das TIC’s; e por fim, ocorreu a sistematização e interpretação dos dados ocasionando a produção deste presente trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÕES: No contexto da liberdade de expressão e de organização dos movimentos sociais, uma das grandes propagadoras deste viés do senso comum têm sidoa Mídia e seus elementos facilitadores de estender e facilitar a informação, muito embora na maioria das vezes as informações veiculadas pela Mídia em seus diferentes mecanismos e atividades de comunicação tendem a serem simplistas, rasas e pouco aprofundadas no que tange as atuações dos movimentos sociais, corporificando um único entendimento sobre a atuação destes movimentos e pessoas e evitando discussões, reflexões e novos entendimentos sobre os diferentes arquétipos sociais, culturais e políticos que estão envolvidos e imbricados nas tendências de atuação destes sujeitos sociais que militam no campo dos movimentos sociais. Como afirma Bauman (1999, p.11) “questionar as premissas inquestionáveis do nosso modo de vida é provavelmente o serviço mais urgente que devemos postar aos nossos companheiros humanos e a nós mesmos”, ou seja, abrir o diálogo, estar disponível a interação comunicacional bem como observar um leque de possibilidades de leitura de mundo e leitura dos “por quê?” é a chave para compreendermos o “outro” e evoluirmos enquanto seres humanos, na medida em que aprendermos a apreender sobre como se viver numa sociedade multicultural de pessoas diferentes, costumes diferentes, ideologias, tendências e referenciais diferentes. Em se tratando de movimentos sociais no Brasil, a mídia (televisiva, impressa, periódica e eletrônica) acaba por enclausurar os verdadeiros sentidos de lutas e suas bandeiras, devido atuarem com uma visão jornalística monofocal, abrindo prerrogativas para afirmarmos que “setores do poder” influenciam na corroboração e propagandização dos movimentos sociais como algoz da sociedade. Porém, este “poder” não estaria ele mais materializado e pronto-identificável, este “poder” que influencia os meios de comunicação midiáticos não seria ele mais os Governos Estatais, nem tampouco grandes empresários da autarquia brasileira ou da representação de Estados supranacionais, este “poder” encontra-se oculto e não materializado, um novo leviatã que se levantou na sociedade neoliberal globalizada e que tenta se sobressair mascarando-se como representações de famílias oligárquicas, governos estatais e empresas transnacionais e para tal feito, acaba por negar a existência, a cultura, os direitos e a atuação do “outro” como assevera (TODOROV, 1993), ou seja, o processo de se sobrepujar sobre o “outro” só se 78 efetiva na medida em que se diminuir a dignidade deste “outro” ao estado de ostracismo sócio-político e econômico condenando-o a uma vida de subserviência diante daquele que impera – uma visão colonialista, que auxilia na manutenção e continuação da efetivação do poder na sociedade civil, e para tal, utiliza-se da forma de mais fácil propagação de tais ideologias: a Mídia. A partir destes pressupostos é que analisamos as recentes manifestações dos movimentos sociais pelas ruas do Brasil de junho até o presente momento, onde chegou a mobilizar grande parte da nação toda como um levante de fazer ecoar as aspirações e descontentamentos de vários setores e grupos da sociedade brasileira – muitas bandeiras de lutas que convergiam na concordância de que o Brasil precisa de mudanças imediatas, reformas que dignifique o sentido de existir do homem-cidadão em seu presente. Não obstante, a mídia brasileira, ou pelo menos grande parte dela ao início dos movimentos criminalizou-os afirmando serem vândalos que estavam atentando contra o patrimônio público; posteriormente houve uma mudança de leitura destes movimentos e a mídia passou a firmar que eram movimentos contra o capitalismo selvagem e aumento de passagens de ônibus; novamente a incompreensão e a falta de reflexão levou a mídia a recuar, e esta passou a afirmar que devido à dimensão nacional dos movimentos com paralisações em todos os Estados da federação, o movimento era integracionista contra a corrupção e o estado de abandono e inércia em que vive o país. Passados os levantes mais organizados, as manifestações tendem a continuar, porém desta vez a mídia tendem a classificá-los como atos criminais e vandalismo, atitudes anárquicas propriamente ditas – puro equívoco, se não é feito mediante uma minuciosa reflexão e análise, pois em se tratando de “relações de poder”, é estratégia do opressor denegrir, diminuir e subalternizar seu oprimido. Isto evidencia-se nas aferições de Herrera Flores (2004, p.373) o qual afirma que existe uma tendência universalista de depreciar as “distinções” culturais e com o objetivo de impor uma só forma de ver o mundo, o localismo reforça a categoria da distinção, de diferença radical, como o que, em última instância, acaba defendendo uma visão abstrata do mundo: a separação entre nós e eles, o desapreço pelo outro, ignorância sobre o que nos faz idênticos e a relação com os outros; a contaminação de diteríade, ou seja, o diagrama de relações tende a menosprezar o inferior como forma de consolidar o poder e domínio daquele se faz superior, o que acontece muito facilmente através de veiculações de sentidos e ideologias pelas mídias por seu caráter pouco reflexivo e sofista (no sentido de apregoar inverdades e massificá-las como verdades absolutas arraigadas a mente da população). 79 [...] através da mídia, vislumbramos, atualmente uma realidade na qual o discurso noticioso é substituído por um tipo de discurso publicitário, ou seja, homogeneizador de identidades, esterotipado e mercadológico, a-histórico e sem aprofundamento. A primazia do “o que” sobre o “como” e o “por que”, traduz um discurso carente, superficial, desprovido de reflexão. (CRUZ; MOURA, p. 13). Neste ínterim, até mesmo a internet e suas ferramentas que tem se apresentado como uma forma de comunicação e propaganda massificadora entre os movimentos sociais como forma de disseminar reflexões e discussões sobre variados temas; como forma de organizar protestos e bandeiras de lutas; como forma de quebrar um ciclo vicioso da opressão imposta pelos opressores acaba ela por também se convencionar como uma ferramenta neutra que terá seu destino positivo ou negativo conforme a ação de quem a usa e para que a usa. CONCLUSÃO: Da mesma forma que um agente do poder pode usar as tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) para propagar uma inverdade como forma de subalternidade, os movimentos sociais tendem a utilizá-las como desconstrução de dogmas e sofismas, ou até mesmo também utilizarem e propagandearem neo-ideologias e correntes de pensamentos distantes do que seriam suas bandeiras de lutas. Segundo Melo (2013, p. 138) o uso da mídia e das tecnologias da informação e comunicação são diagramas muito complexos, pois abarcam questões relativas ao universo do saber e do poder, porém, a desconstrução e reformulação de epístemes relacionados a este campo operará deslocamentos analíticos e metodológicos que serão imprescindíveis para a construção de uma educação libertária de respeito, tolerância e empatia social para com o “outro” em nossa sociedade multiplural e interculturalista. Acredita-se que é este deslocamento analítico-epistêmico que propiciará novas reflexões acerca da atuação dos movimentos sociais, apresentando não apenas um viés do que aparentam ser, mais uma concatenação do “por quê?” agem assim e do “por quê?” lutam por seus direitos em sociedade a qual rotulam como detentora de um capitalismo selvagem. A questão não é mais estudar a origem ou a causa, a finalidade ou a consequência, nem tampouco debater a validade das fontes, mas sim as relações, o “que se passa entre” (DELEUZE, 1992, p.151). 80 REFERÊNCIAS BARBOSA, Aline Patrícia da Silva. et. al. Manual para normalização de trabalhos acadêmicos. Canoas: Ulbra, 2006. 98 p. BAUMAN, Z. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 1999. CRUZ, Fábio Sousa de;MOURA, Marcelo Oliveira. Direitos Humanos, movimentos sociais e mídia: apontamentos iniciais e subsídios para debate. Disponível em: www.bocc.ubi.pt DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992. HERRERA FLORES, J; RUBIO, D.S. “Direitos humanos, interculturalidade e racionalidade de resistência” In: WOLKMER, A.C. (Org.). Direitos Humanos e Filosofia Jurídica, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003, 310 p. MELO,Wilverson R. S. de.O Construtivismo e o uso das TIC’s: práticas para a descolonização dos Currículos Escolares e incentivo à educação no contexto dos direitos humanos e das relações étnico-raciais. In: VIII Congresso de Ciência e Tecnologia da Amazônia e XIII Salão de Pesquisa e Iniciação Científica do CEULS/ULBRA, 2013, Pesquisa, Educação e Inovação (Anais) ... Santarém: CEULS/ULBRA, 6-8 de Novembro de 2013. p. 137-141(CD-ROM). TODOROV, Tzvetan.A Conquista da América: a questão do outro. [tradução Beatriz Perrone Moisés]. São Paulo: Martins Fontes, 1993. 81 A PESQUISA CIENTÍFICA NA VIDA ACADÊMICA Evanilde Pereira dos Santos1 [email protected] Maria Viviani Escher Antero2 RESUMO: A pesquisa científica está presente em todas as universidades e assume um importante papel na vida acadêmica, uma vez que tem como ponto de partida a busca pela produção de novas ideias e conhecimentos, contribuindo para evolução humana em todos os setores. O objetivo desse trabalho é apresentar a importância da pesquisa científica para a vida acadêmica e profissional, buscando despertar no aluno o interesse pela produção científica. Nesse sentido justifica- se a realização deste estudo destacar o valor da pesquisa no ensino superior e em qualquer outra área, investigando de que forma a pesquisa Científica pode ajudar os alunos de nível superior a superar as suas dificuldades na hora de elaborar uma produção científica. A metodologia para operacionalização do projeto foi a pesquisa bibliográfica que representa um estudo sistematizado apoiado nas fontes de revistas, livros e eletrônicos como meio de desenvolvimento a leitura. Percebe-se que existe um vasto acervo a respeito das abordagens metodológicas para construção de uma pesquisa científica, porém poucas diferenças conceituais dos autores. Conclui-se que pesquisa científica proporciona ao acadêmico o contato com a informação de várias formas, ampliando seus conhecimentos, a compreensão da realidade e intervenção sobre ela e requer do aluno-pesquisador algumas capacidades indispensáveis ao total desenvolvimento de suas funções, como, planejamento, conhecimento e adaptação às normas, métodos e técnicas científicas. PALAVRAS - CHAVE: Pesquisa Científica, produção científica, informação. INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, tem sido reforçado cada vez mais na comunidade acadêmica brasileira, a importância da pesquisa científica para o desenvolvimento do acadêmico, tornando-os crítico-reflexivo, permitindo, através de uma visão real do mundo, detectar os problemas que o assolam e ao mesmo tempo, dotá-los de ferramentas capazes de promover medidas que ajudem solucioná-los. Segundo Wanderley (1998), a pesquisa científica é o meio pelo qual se dá a ampliação do conhecimento e a construção de novos saberes. O objetivo desse trabalho é apresentar a importância da pesquisa científica para a vida acadêmica e profissional, buscando despertar no aluno o interesse pela produção científica. Diante do exposto é de suma importância questionar a problemática: de que forma a pesquisa Científica pode ajudar os alunos de nível superior a superar as suas dificuldades na hora de elaborar uma produção científica? A relevância desta pesquisa se dá, tendo em vista a pouca importância que é dada pela maioria dos pesquisadores em formação aos detalhes da confecção de um documento metodologicamente adequado. A necessidade do estudo em questão pode ser considerada na 1 2 Acadêmica do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA Professora do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA - Orientadora 82 medida em que ele irá abordar a importância da Pesquisa Científica para desenvolvimento técnico, ideológico e científico do aluno de nível superior melhorando a sua produtividade e a qualidade das suas produções. Como fonte de construção de conhecimento, o desafio central das universidades é a produção de conhecimento próprio com qualidade formal e política, capaz de promover o desenvolvimento. Isso só é possível mediante a realização de pesquisa como estratégia de geração de conhecimento e de promoção da cidadania (TEIXEIRA,2001). Portanto, a pesquisa acaba por se tornar fundamental na atividade de ensino, passando a ter um papel muito importante frente à atuação das universidades. O incentivo à pesquisa na busca de levá-la à prática acaba sendo responsável pela possível consolidação e disseminação do conhecimento produzido na universidade. MÉTODO: Nesta pesquisa optou-se pelapesquisa bibliográfica a qual abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, documentos impressos ou digitais, tendo por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre o tema. Ela dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que auxilia na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de hipóteses, na fundamentação da justificativa, da escolha do tema e na elaboração do relatório final. Uma de suas propriedades principais é dar ao pesquisador um material teórico variado, colaborando para ampliar o conhecimento e fazer da pesquisa um material rico sobre o assunto, fundamentando teoricamente o material a ser analisado. RESULTADOS E DISCURSSÕES: Ao término desta pesquisa concluiu-se, que a pesquisa cientifica é de suma importância para a sociedade em geral, e especialmente para os acadêmicos, pois todas as criações e acontecimentos do homem foram concluídos sempre pela suposição de uma pergunta, de uma dúvida que gerou análises para se chegar a uma solução. No desenvolvimento de uma pesquisa cientifica ocorrem hipóteses, modelos e teorias, através de coletas de dados e informações sobre o assunto e com isso a produção de conhecimento. Segundo Demo (1993, p. 127), "a alma da vida acadêmica é constituída pela pesquisa, como princípio científico e educativo, ou seja, como estratégia de geração de conhecimento e de promoção da cidadania". 83 O conhecimento pode ser alcançado través da coleta de dados e informações sobre um determinado assunto, adquirindo com base nelas, a capacidade de pensar de acordo com as exigências do rigor científico. Acabar com todas as duvidas de um tópico, antes de iniciar outro, o que nos manterá em nossa linha de raciocínio. CONCLUSÃO: A pesquisa científica é de extrema importância na formação profissional de qualquer aluno. O que muitas vezes se pode observar é uma falha no sistema educacional que não estimula seus alunos a investigarem e a produzir em conhecimento. A pesquisa científica é uma forma de produzir conhecimento e estabelecer respostas a hipóteses e problemas iniciais, sendo muitas vezes um processo complexo e que exige habilidades específicas. REFERENCIAS DEMO, Pedro.Desafios modernos da educação. 13 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,1993. TEIXEIRA, E. B.; VITCEL, M. S.; LAMPERT, A. L. Iniciação científica: desenvolvendo competências e habilidades na formação do administrador. In: EnANPAD, 21.; 2007, Rio de Janeiro. WANDERLEY, L. E. W. O que é universidade. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1988. 84 A PRÁTICA DOCENTE DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA UMEI/COAHB NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM-PARÁ. Maria Alcione Cavalcante Batista1 Maria Aucilei Cavalcante da Costa2 Nayra Pâmela Dutra Marques3 [email protected] RESUMO: Os primeiros anos de vida são de fundamental importância para o desenvolvimento da criança. É na educação infantil que a criança tem seu primeiro contato com a escola e também onde se constrói a base de todo o ensino. Com base nisso a Lei de Diretrizes e Base nº 9394/96, revisada pela Lei nº 12.796, reconhece que a educação básica obrigatória é gratuita dos quatro aos dezessete anos de idade. Segundo (Freire, 2011) ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Nesse sentido, faz-se necessário conhecer as práticas pedagógicas que estão sendo desenvolvidas pelos docentes que atuam na educação infantil no município de Santarém – Pará. O objetivo geral da presente pesquisa é adquirir visão global da educação infantil: creche e pré-escola, para observação e investigação da realidade, participação e planejamentos posterior da docência para maior desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos. O procedimento metodológico foi pautado por meio do estudo bibliográfico, aliado a pesquisa de campo. Primeiramente, foi realizado o levantamento do estado da arte sobre a temática e observação dos docentes em sala de aula através do Estagio Supervisionado na educação infantil no bairro da COHAB, posteriormente foi desenvolvida entrevista semiestruturada com os educadores e equipe gestora. PALAVRAS - CHAVE: educação infantil; educação básica; prática docente. INTRODUÇÃO: A questão da Pratica Docente hoje se faz cada vez mais necessária nesse âmbito do universo escolar, onde os conhecimentos e valores não ocorrem de forma isolada, mas de forma interligadas com o meio em que vive o aluno. É necessário criar um ambiente propicio para que o processo de ensino e aprendizagem não seja entendido pelos alunos como castigo e sim um ato natural e prazeroso que deve estar envolvido e preocupado com a formação crítica, autônoma e participativa no desenvolvimento das habilidades e aumentando o progresso do saber. Através deste trabalho, busca-se analisar a realidade na sala de aula, observando o trabalho docente infantil, e como estestrabalham as crianças quantoà compreensão do ambiente escolar, a estruturação funcional da sala de aula e também como se desenvolvem diante das práticas pedagógicas atuais, dentro e fora da sala de aula na educação infantil, justificando assim a importância desse projeto para a boa formação e capacitação profissional. Surge, portanto, a importância e necessidade de docentes qualificados e atuantes para atender essas crianças, ensinar respeitando a realidade infantil sem a “mutilar” nem a traumatiza-las. A educação não deve manter-se passiva perante tamanha evolução da criança. 1 Acadêmica do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. ² Acadêmica do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. ³ Acadêmica do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. 85 OBJETIVOS: Adquirir visão global da educação infantil: creche e pré-escola, para observação e investigação da realidade, participação e regência da docência para maior desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos. E conscientizar-se do papel do professor no processo educativo bem como do papel social e político da escola. METODOLOGIA: O projeto teve o seu desenvolvimento na Unidade Municipal de Educação Infantil Dr. Ubirajara Bentes de Souza. Com o uso da pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo interligada à observação e regência. Foi possível entender a importância da prática docente nas séries iniciais, pois é nessa fase que as crianças têm seu primeiro contato com a escola e é onde se constrói toda a base do ensino. É na teoria que podemos adquirir o conhecimento, e é na prática que transfere-se e troca-seconhecimentos. Pimenta (1995, p. 24) defende que “a atividade teórico prática de ensinar constitui o núcleo do trabalho docente.” O pedagogo se baseia na teoria para fundamentar a sua prática. Através da observação e participação, foi possível identificar as metodologias utilizadas pelos professores na sua atuação em sala de aula. E como estes trabalham a questão da adaptação das crianças que teve seu primeiro contato com a escola. Para Freire “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” (Freire, 2011, p.24). Ao entrevistar os professores, foi possível compreender a metodologia de cada um ao trabalhar na criança a compreensão do ambiente escolar e como este funciona, levando em conta que cada professor tem sua forma de ensinar e que a prática docente varia de professor para professor e que cada criança se desenvolve de forma diferente diante das diferentes práticas pedagógicas. RESULTADOS E DISCUSSÕES: No final do projeto foi possível perceber a importância que cada professor tem na vida dos alunos. Algumas crianças já estavam bem familiarizadas com a escola, outras ainda choravam, mas os experientes docentes sempre conseguiam acalma-los e logo nem se lembravam do porque do choro. Foi possível, na prática do estágio, perceber a importância do ambiente escolar no processo de aprendizagem das crianças, confirmando o que Terezinha Azerêdo Rios (2011) afirma. “O ambiente escolar - como um espaço público no qual grande parte de nossas crianças e jovens passam seu tempo - é um dos lugares que permitem exercitar tal convívio”. A estrutura física da escola, assim como a sua organização, manutenção e segurança; revela muito sobre a vida que ali se desenvolve. 86 A formação de educadores e educadoras torna-se muito importante, e isso se revela na prática pedagógica. Segundo Weiduschat (2007, p. 49); “Certamente, a grande preocupação que se apresenta, gira em torno da formação do educador e da educadora, estes devem discutir e participar da construção de uma escola com valores humanísticos, de formação de sujeitos autônomos”. CONCLUSÃO: Ao analisar cada metodologia e prática pedagógica utilizada pelos docentes, pode-se perceber que educar não é uma receita que se encontra em qualquer site, livro ou revista. Arte de educar está cada vez mais ligada a formação que o professor possui e com o amor que este exerce sobre o seu trabalho.Na atuação em sala de aula, tem-se a oportunidade de reflexão, de analisar onde e como devemos melhorar futuramente. E certamente a Arte de educar é a mais nobre de todas. Porém faz-se necessário de docentes capacitados e amantes dessa tão digna, mas não reconhecida profissão. REFERÊNCIAS: FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa/ Paulo Freire, São Paulo, Paz e Terra, 2011. BRASIL. Governo Federal. Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional [recurso eletrônico]. – 8. ed.- Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2013. Disponível em:<http://bd.camara.leg.br> Acesso em 14 de março de 2014. RIOS, Terezinha A. Educação, ética e política: reflexão sobre noção de competência na pratica educativa. Tese (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Disponível em: < http://www.crmariocovas.sp.gov.br> PIMENTA, S. G. O estagio na formação de professores: Unidade entre teoria e prática? INEP/Relatos de pesquisa- Série documental; nº25, maio /1995, p. 16-25. WEIDUSCHAT, Íris. Didática e avaliação. Associação Educacional Leonardo da Vinci (ASSELV): Indaial: Ed. ASSELVI 2007, 2 ed. 87 A RESSOCIALIZAÇÃO DE DETENTOS ATRAVÉS DO PROJETO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) Adinelson Rocha Moreira1 [email protected] Clara Aline Maciel da Silva2 [email protected] Nancy Baia3 [email protected] RESUMO: Este artigo apresenta como ocorre o processo de ressocialização dos detentos no Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura- CRASHM através do Projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Sabe-se que o índice de criminalidade aumenta a cada dia e a maioria dos infratores é jovens que não concluíram a Educação Básica, suas vidas são reclusaem uma cela de penitenciaria ou em unidades socioeducativas. O Projeto de ressocialização assim como o Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) visa atender pessoas que não tiveram a oportunidade de concluir o ensino na idade certa, proporcionando-lhes uma formação escolar. Partindo deste principio esta pesquisa identificou que o método utilizado pelos docentes é eficiente e dá condições para o prosseguimento da vida acadêmica dos detentos. Para se fazer a coleta de dados foi utilizado apenas como instrumento de pesquisa uma entrevista com o coordenador do projeto (EJA) no CRASHM. Quanto aos aspectos éticos, por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos serão respeitadas as exigênciasdas diretrizes e normas da resolução 466/12 e complementares, do conselho nacional de saúde, visando o respeito e a dignidade e integridade das pessoas entrevistadas, dando-lhes total liberdade de participarem ou não da pesquisa. PALAVRAS-CHAVE: Ressocialização, educação e detentos. INTRODUÇÃO: A criminalidade no Brasil vem aumentando a cada ano, e a maior parte desses infratores são jovens que ainda nem completaram a maioridade e nem terminaram a educação básica, isto é um fator preponderante que prejudicará o detento até mesmo no que diz respeito ao seu pensamento e muito mais em se tratando da formação de nível superior. Suas vidas são reclusos em uma cela de penitenciaria ou de uma unidade socioeducativa. Muitas vezes ao saírem acabam voltando a cumprir pena ou medida em razão de reincidência na prática delituosa trocando as salas de aula pelas celas. (JORDÃO, J. V.; 2012). Com isso a maioria desses jovens para de estudar, e acabam se atrasando completando os estudos na idade fora dos padrões convencionais da educação no Brasil. Tendo oportunidade de voltar aos estudos através da EJA (Educação de Jovens e Adultos). (JORDÃO, J. V.; 2012). O Programa de Educação de Jovens e adultos (EJA) visa atender pessoas que não tiveram a oportunidade de concluir o ensino fundamental na idade própria, proporcionando-lhes uma formação escolar. Partindo deste principio esta pesquisa identificou que o método utilizado pelos docentes dá condições para o prosseguimento da vida acadêmica e possível 1 Academico do II semestre do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA. Academica do II semestre do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 3 Profª. no Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS. 2 88 ressocialização de jovens e adultos no que se refere ao prosseguimento da vida social e acadêmica. Analisou-se também que a interação entre docente e discente contribui para aumentar a autoconfiança e o ensino ocorra de forma satisfatória. MÉTODO:A pesquisa de campo denomina-se no “campo” onde acontecem espontaneamente os fenômenos, sem que haja interferência do pesquisador, e onde é produzida a coleta de dados (ANDRADE, 1999). Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi escolhido o Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura - CRASHM, onde o público alvo foi o Coordenador do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da penitenciária, sendo que o instrumento de pesquisa para coleta de dados se deu a partir de uma entrevista. Os aspectos éticos da pesquisa por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos respeitarão as exigências éticas das diretrizes e normas da Resolução 466/12 e Complementares, do Conselho Nacional de Saúde, visando o respeito à dignidade e integridade das pessoas entrevistadas, dando-lhes total liberdade de participarem ou não do estudo. RESULTADOS DISCUSSÃO:De acordo com a entrevista realizada com DelsonAfonson Mourão Coordenador do Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura- CRASHM, o trabalho iniciou em 2002 quando houve um “convenio verbal” com a Prefeitura Municipal de Santarém para a realização da alfabetização no centro, mas foi implantada só em 2004 de 1º à 4° Etapa do ensino fundamental, sendo acompanhado pelo Programa Brasil AlfabetizadoPBA e o Ensino Médio foi aplicado em 2011 e 2012 e em 2013 formou-se a primeira turma. Atualmente no Centro são atendidos noventa internos e para participar do projeto o detento deve passar por seletivas, quando na oportunidade é realizada uma analise de seu comportamento, uma avaliação social,psicológica e por fim a avaliação de segurança, caso não passe por esta ultima fase o detento não estará apto àparticipar do projeto.Infelizmente os professores não recebem nenhum treinamento de defesa pessoal para participar do projeto, sendo de extrema necessidade devido sua segurança, integridade física e psicológica; de acordo com o coordenador do projeto “A SEMED (Secretaria Municipal de Educação e Desporto) e a SEDUC (Secretaria Estadual de Educação) apenas encaminham os profissionais da educação”. Ao concluir o ensino médio o aluno é convidado a participar dos cursos profissionalizantes oferecidos pelo Serviço Nacional do Comercio – SENAC, Serviço Nacional Industria –SENAI, Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de 89 Aprendizagem do Transporte - SEST/SENAT e Instituto Federal do Pará – IFPA prosseguindo a vida acadêmica através do ensino profissionalizante. CONCLUSÃO: O que podemos constatar ao realizar o estudo do processo de ressocialização dos detentos através do Projeto EJA no Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura- CRASHM,é que o método utilizado pelos docentes é de suma importância para promover a educação dos detentos e o mesmo é eficiente para o prosseguimento da vida social e acadêmica, observou-se também que os benefícios propostos pelo sistema penitenciário dão o suporte necessário para a continuidade dos estudos através do ensino profissionalizante. O projeto apresentado esta em andamento. REFERÊNCIAS ANDRADE, M. M. de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: Elaboração de Trabalho na Graduação. 7ª edição, 2ª reimpressão – São Paulo: Atlas, 2006. JORDÃO, J. V. A educação de jovens e adultos no centro de recuperação Silvio Hall de Moura no município de Santarém-PA. Santarém- Pará, 2012. 90 APRENDER A LER E ESCREVER: O PROCESSO DE LETRAMENTO NAS CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS EM UMA UNIDADE DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE SANTARÉM-PA Elton Jhonny Freitas da Silva¹ [email protected] Tatiane Cavichiole do Nascimento1 [email protected] Naide Pedroso de Sousa2 RESUMO: O processo de letramento nem sempre faz parte do dia a dia das Unidades Públicas de Educação Infantil, que geralmente são focadas no cuidado e nas brincadeiras. Sendo apêndice da alfabetização, o letramento implica em favorecer o habito, a habilidade e o prazer pela leitura, garantindo que a criança compreenda a função social da mesma. Partindo desta perspectiva, a presente pesquisa objetivou investigar como acontece o processo de letramento das crianças de 0 a 5 anos em uma UMEI da rede municipal de ensino de Santarém-PA, bem como analisar como os professores estão trabalhando o processo de letramento e quais métodos pedagógicos utilizam. Essa investigação desenvolveu-se a partir da observação das Práticas Pedagógicas dos docentes da educação infantil, e foi registrada em forma de relatório individual. Para a elaboração dessa pesquisa fez-se um estudo qualitativo no qual primeiramente foi realizada uma pesquisa bibliográfica e a segunda fase constituiu-se da observação e análise coletiva dos dados.Pôde-se observar que, apesar da importância de inserir o processo de letramento na educação infantil, muitos professores deixam a desejar nesta tarefa de alfabetizar letrando, visto que sua preocupação volta-se ao cuidado e às brincadeiras. PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil, Alfabetização, Letramento. INTRODUÇÃO: Entende-se por letramento o resultado da ação de ensinar a ler e escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita. Nesse contexto diz-se que o letramento é a inserção do sujeito na sociedade, ou seja, pessoas letradas tem mais facilidade de entendimento e compreensão do mundo. O processo do letramento já acontece nas escolas particulares, mas nem sempre faz parte do dia a dia das creches públicas, que geralmente são mais focadas no cuidado e nas brincadeiras do que em propostas pedagógicas. É de fundamental importância que o letramento seja desde o princípio bem trabalhado com as crianças, porque as prepara para encarar os desafios do ensino fundamental com segurança e autonomia. Ler diferentes textos, como livros, gibis, cartas, papéis de propaganda, cartazes, jornais, ajuda a contextualizar a linguagem e dar sentido ao que essas crianças já veem em seu dia a dia, tanto em casa como na escola. É quase impossível falar isoladamente do letramento e deixar de mencionar a alfabetização pois, para que o aluno se aproprie das práticas de leitura e escrita, é necessário que ele saiba codificar e decodificar o código escrito, portanto letramento e alfabetização são intimamente ligados, porém diferentes. 1 Acadêmicos do curso de Pedagogia do CEULS/UBRA Professora Especialista em psicopedagogia e gestão escolar 2 91 A alfabetização é o processo de apropriar-se das regras e dos códigos da linguagem oral e escritae deveria ser autossuficiente no processo de aprendizagem. Entretanto, este processo limitou-se, por muito tempo, na ação de imitar a escrita, reproduzindo letras e sílabas. Houve então a necessidade de se criar um sistema em que o sujeito pudesse interagir com o texto e sobre ele. Neste sentido, o letramento Sendo apêndice da alfabetização implica em favorecer o habito, a habilidade e o prazer pela leitura, garantindo que a criança compreenda a função social da mesma. Para isso é preciso que este processo esteja inserido no seu contexto histórico e social. Por conseguinte, a presente pesquisa parte das seguintes questões norteadoras: como acontece o processo de letramento das crianças de 0 a 5 anos em duas escolas da rede municipal de ensino de Santarém-PA? Como os professores das escolas estudadas estão trabalhando o processo de letramento com suas crianças? Quais os métodos pedagógicos utilizados nesse processo? MÉTODO: Designadamente esta pesquisa implica em uma investigação de como se processa o Letramento das crianças nas instituições trabalhadas juntamente com uma análise dos métodos pedagógicos utilizados no seu cotidiano. Essa investigação ocorreu através da observação das Práticas Pedagógicas já aplicadas pelo docente de educação infantil em sala de aula, e foi registrada em forma de relatório individual para posterior análise coletiva dos dados coletados. Para o desenvolvimento dessa pesquisa fez-se um estudo qualitativo, no qual, primeiramente foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a temática em questão, a segunda fase constituiu-se na observação das instituições trabalhadas e análise coletiva dos dados coletados. Considerando que todo o progresso e seu avanço devem, sempre, respeitar a dignidade, a liberdade e a autonomia do ser humano (resolução 466/2012), este projeto age com transparência, responsabilidade social e respeito aos direitos humanos. Não houve invasão, por parte dos acadêmicos, no que diz respeito à metodologia aplicada e/ou utilizada pelo docente em sala de aula. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Pôde-se observar que, apesar da importância de inserir o processo de letramento na educação infantil, muitos professores deixam a desejar nesta função de alfabetizar letrando, visto que sua preocupação volta-se principalmente ao cuidado e às brincadeiras. O professor deve, como mediador do conhecimento,utilizar-se das brincadeiras 92 como importante ferramenta pedagógica para inserir o letramento na educação infantil. A ludicidade deve ser o ponto de partida para o aprendizado, a criança aprende brincando, e brinca de aprender. Segundo Moylés (2002, p. 37). Parte da tarefa do professor é proporcionar situações de brincar livre e dirigido que tentem atender às necessidades de aprendizagem das crianças e, neste papel, o professor poderia ser chamado de um iniciador e mediador da aprendizagem. Portanto, o papel do professor neste processo é o de mediador da aprendizagem que pode e deve ocorrer nas brincadeiras. Não trabalhar com letramento e alfabetização na Educação Infantil, seria privar algo inevitável e necessário para a criança, uma vez queletrar é permitir uma leitura de mundo.A aprendizagem da linguagem oral e escrita é de fundamental importância para as crianças, no sentidode ampliarem suas possibilidades de inserção e participação no meio social. Tais interações e formas de comunicações proporcionam às crianças, além da segurança para se expressar, a descoberta de diferentes gêneros culturais. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 117), a educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado, pelas crianças. Assim, o letramento deve constituir-se como parte integrante do processo de ensinoaprendizagem das crianças, pois estas são “atores sociais” e não meras espectadoras. Esse fato é notório pois as crianças, ao entrarem na escola, já trazem consigo algum conhecimento, que foi obtido de maneira informal, mas que se torna também importante aliado desse processo. Nesse sentido, para que aconteça o letramentoé importante que o professor entre no mundo da criança e, junto com ela, aprenda a leitura e a escrita que o contexto desta oferece, pois à medida em que se conhece seu mundo, é possível ampliá-lo, oferecendo novas propostas, maneiras e diferentes tipos textuais.O educador que parte desta metodologia estará contribuindo para a formação de pessoas críticas e participativas na sociedade. REFERÊNCIAS ABRAMOVICZ, Anete e WAJSKOP, Gisela. Educação Infantil: Creches: atividades para crianças de zero a seis anos. 2 ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 1999 BRASIL. Decreto 87.497/82, Lei N.º. 6.494, de 07 de dezembro de 1977. Brasília, em 18 de agosto de 1982. In: http://www.estagios.ufpr.br/Cadernos%20Atividades%20Formativas/manualestagiosfinl.pdf. Acesso em junho de 2014. BRASIL. Plano Nacional da Educação. Apresentado por Ivan Valente. Rio de Janeiro: DP&A, 2001 CAMARGO, Lisiane Walter. O ambiente letrado e sua influência no processo de alfabetização. Porto Alegre. 2010 93 FRRÉS, Joan. Vídeo e Educação/Joan Ferrés; trad. Juan Llorens. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996 GADOTTI, Moacir. Paulo Freire: Uma biobibliografia. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire; Brasília, DF: Unesco, 1996 GARCIA, Regina Leite (org). Revistando a Pré-escola. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2001 GOULART, Cecília. Letramento e modos de ser letrado: discutindo a base teóricometodológica de um estudo. In: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782006000300006>. Acesso em 29 de março de 2014 MOYLES, Janete R. Só Brincar? O papel do brincar na educação infantil/ Jante Moyles; trad. Maria Adriana Veronese. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002 Portal da educação infantil (org). Letramento e Alfabetização na Educação Infantil. In: <http://www.editoradobrasil.com.br/educacaoinfantil/letramento_e_alfabetizacao/educa caoinfantil.aspx >. Acesso em 25 de março 2014 WITER, Geraldina Porto. O Pré-escolar: Um enfoque comportamental. São Paulo: Pioneira, 1980 94 AS PRÁTICAS DOCENTES UTILIZADAS EM UMA UMEI NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, FRENTE A SUA REALIDADE E LIMITAÇÕES ESTRUTURAIS. Elbe Keila Cunha de Oliveira1 [email protected] Weliton Ferreira de Carvalho1 [email protected] Naide Pedroso de Sousa2 [email protected] RESUMO:- A presente pesquisa fez parte do processo de estágio em educação infantil do curso de pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA, tem como objetivo adquirir uma visão global da educação infantil: creche e pré-escola através da observação e investigação da realidade, participação e planejamento posterior da docência para o maior desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos. Para a realização desta levou-se em conta as limitações de infraestrutura e as dificuldades de cunho organizacional e formação acadêmica apresentada na UMEI pesquisada. Neste sentido, o procedimento metodológico valeu-se de um estudoqualitativo por meio das experiências vividas no campo de estágio e da pesquisa bibliográfica que fundamentou as práticas e ações vividas na UMEI. Os resultados obtidos demonstram que os maiores problemas não são as limitações estruturais e sim o uso excessivo do recurso audiovisual(DVD), conclui-se que tal fato ocorradevido algumas docentesnão teremformação em ensino superior, o que em parte explica a falta de iniciativa e criatividade para realizar outras atividades. PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil, Planejamento e Docência. INTRODUÇÃO: Na educação infantil inicia-se um processo de formação que visa desenvolver os aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais dosindivíduos que dela fazem parte.No Brasil segundo a Lei N° 9394/963 a educação infantil compreende a primeira etapa da educação básica e será oferecida em creches para crianças de até três anos de idade e pré-escola para crianças de quatro a cinco anos de idade,mas para que esta etapa da educação seja oferecida de acordo com todas as normas, diretrizes e princípios estabelecidos para a educação se faz necessário forma profissionais específicos para essa área da educação. Neste sentido o curso de pedagogia do CEULS/ULBRA inicia-se seu estágio curricular, na educação infantil,com o intuito de levar o acadêmico ao campo profissional para vivenciar a prática docente e desenvolver suas habilidades de ensino. Aproveitando a oportunidade que o estágio proporciona aos acadêmicos de visualizar e vivência a prática docente foi-se para o estágio com o intuito de fazer uma pesquisa sobre as práticas docentes utilizadas emuma UMEI4 no município de Santarém, frente sua realidade e limitações estruturais.A prática docente é o ato ou ação de ensinar,deste modo à prática 1 Acadêmicos do sexto semestre do CEULS/ULBRA Docente do curso de pedagogia do CEULS/ULBRA 3 Lei de Diretrizes e Bases da Educação. 4 Unidade Municipal de Educação Infantil. 2 95 docente utilizada na educação infantil é de grande importância para a formação cognitiva da criança, sendo que na educação infantil segundo Campos 2009 as crianças têm direito a desenvolver sua curiosidade, imaginação e capacidade de expressão. Sobre a formação docente Melo 2010 diz o seguinte “Todo profissional docente tem pelo menos 16 anos de estudos (12+4).São doze anos entre o ensino fundamental e o ensino médio e maisquatro anos de formação acadêmica.”. Considerando que a formação docente começa no ensino fundamental, e que a primeira etapa da educação básica é a educação infantil, devem-se da uma maior importância as práticas docentes que são utilizadas na educação infantil, tendo em vista que a criança tem que chegar ao ensino fundamental tem que ter certo desenvolvimento cognitivo para poder aproveita melhor àsexperiências que serão vividas a partir de então. Neste sentido este trabalho tem como objetivo geral adquirir visão global da educação infantil: Creche e pré-escola para a observação e investigação da realidade, participação e planejamento posterior e docência para o maior desenvolvimento da criança 0 a 5 anos. Para adquirir essa visão global não se levou em conta não apenas a prática docente, mas também as condições estruturais da unidade de ensino, isso por que a falta de estrutura adequada afeta qualquer trabalho profissional, seja ele na educação ou em qualquer outra área, além dissoexiste o Parâmetros Básicos de Infra-estrutura para Instituições de Educação Infantil que estabelece como deve ser todos os espaços nesse nível de educação. MÉTODO: O procedimento metodológico da pesquisa do TIIC parte de um estudo qualitativo que se vale do estágio em educação infantil, no qual as etapas evidenciadas foram à observação, Participação, Regência. A pesquisa vale-se do estudo qualitativo que Para Martinelli (1999, p.115) é: Pesquisa qualitativa se insere no marco de referência da dialética, direcionando-se fundamentalmente, pelos objetivos buscados. O desenho da pesquisa qualitativa deve nos dar uma visibilidade muito clara do objeto, objetivo e metodologia, de onde partimos e onde queremos chegar. Deste modo está pesquisa em seu primeiro momento foi baseada nas experiências vividas no campo de estágio que aconteceram por meio da observação das práticas docentes e da infraestrutura da unidade de ensino, participação nas atividades rotineiras das docentes para sabe quais as práticas docentes realizadas na unidade.No segundo momento verificou-se o que diz os documentos oficiais sobre a educação infantil no que tange a infraestrutura e as práticas docentes. 96 RESULTADOS E DISCUSSÃO:Observou-se na unidade de ensino estagiada que existem limitações estruturais no local, e que atrapalham a elaboração de atividades diferenciadas dentro da sala de aula, visto que o espaço é pequeno e têm que abriga armário, mesas com cadeiras, mesa para televisão e DVD, colchonetes enfim tudo que é preciso para as crianças passarem o dia ali, e que não há existência de outras salas específicas para outras atividades dentro da unidade. Contudo o aspecto estético do local contempla os Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil 2006 que descrevem os aspectos estéticocompositivos dos ambientes das unidades de educação infantil como: Os aspectos estético-compositivos dizem respeito à imagem e à aparência, traduzindo-se em sensações diferenciadas que garantam o prazer de estar nesse ambiente. Nessa vertente estão incluídas a diversidade de cores, texturas e padrões das superfícies, o padrão construtivo, as formas, as proporções, os símbolos, os princípios compositivos, enfim, os elementos visuais da edificação, que podem ser trabalhados para despertar os sentidos, a curiosidade e a capacidade de descoberta da criança, e que, de certa forma, excitem o imaginário individual e coletivo. Assim como descrevem os parâmetros a questão de diversidades de coresna unidade de ensino estagiada acontece de acordo, pois a pintura das dependências internas é lúdica proporcionado pelos menos em parte o cumprimento das normas para infraestrutura,que ainda conta com umparquinho, uma maloca e um campinho que ficam na área externae tem poucautilização pelas docentes na hora de fazer atividades. Quanto à prática docente na unidade o que foi observadoé que além da rotina diária que inclui refeições, banho, sonoe o cuidar em geral, outras atividades devem ser realizadas durante o dia. Contudo ouso do DVD em sala de aula se tornouuma atividade permanente e central não dando espaço para outras atividades e contrariando as sugestões contidas no RCNEI que sugere o seguinte: A oferta permanente de atividades diversificadas em um mesmo tempo e espaço é uma oportunidade de propiciar a escolha pelas crianças. Organizar, todos os dias, diferentes atividades, tais como cantos para desenhar, para ouvir música, para pintar, para olhar livros, para modelar, para jogos de regras etc., auxilia o desenvolvimento da autonomia. (1998) Neste sentido a prática docentedas professoras em sala de aula demonstrou falta de criatividade e diversificação nas atividades,principalmente no maternal onde foi observado que a atividade mais comum das crianças é assistir DVDs, na turma de pré-escola foi observado atividades com pinturas, escrita, mais ainda assim o maior tempo deste também é DVD. Durante o estágio não foi observado atividades nas salas de aula que envolve-se 97 pinturas com tinta, leitura de livros de historinhas, atividades com massa de modelar e outras que seguisse as orientações do RCNEI. O fato de algumas professoras não terem a devida formação no ensino superior e o paradigma histórico das creches assistencialistas de certo modo influi na prática docente nessas unidades de educação, sobre essa prática Melo(2010) diz o seguinte: De fato os docentes convivem com um grande desafio temporal: no presente mais olham para o passado e pouco conseguem enxergar o futuro. No passado veem exemplos que solidificam sua prática no presente, mas sabem que estes não se sustentam na perspectiva dos propósitos delegados à educação. (p. 05) O enunciado de Melo representa bem as práticas docentes utilizadas na UMEI estagiada, esse desafio temporal acontece de fato na realidade da educação infantil e isso pode se dar por diversos motivos, mas cabe a profissional da educação mudar esse cenário e aplicar práticas que satisfaçam os propósitos da educação. CONCLUSÕES: Apesar de não existir uma forma única de fazer a docência e de muitos subestimarem a capacidade que as crianças têm de compreensão, a educação infantil é importantíssima para o processo de aprendizagem de qualquer indivíduo e por isso deve se dar uma maior atenção para este nível de educação que constituem a primeira etapa da educação básica onde a criança desenvolve aspectos sociais e cognitivos além da autonomia, a infraestrutura dos locais de educação infantil é uma prova de que esse nível de educação ainda não esta sendo valorizado, pois a salas são pequenas e os espaços da maioria das unidades nem sequer pertencem à secretaria de educação. A LDB ao mesmo tempo em que diz que os profissionais da educação infantil tem que ter formação em nível superior no curso de pedagogia abre mão para que na falta de profissionais em nível superior seja ocupadas às vagas por profissionais formados em nível médio, isso acaba sendo altamente prejudicial para a educação,pois para que exista a prática docente em sala de aula é necessário o despertar do pensamento reflexivo que o profissional só encontra a partir da formação em nível superior. Deste modo espera-se ou até mesmo exige-se que o docente promova atividades variadas e comprometidas com os interesses educacionais vigentes em leis e outros documentos da educação, é algo de resultado incerto. Contudo há de se concluir que ainda que falte formação, a criatividade e a iniciativa devem ser inerentes ao ser humano e sendo não se deve justificar que o profissional passe o dia todo usando um recurso audiovisual que a criança já vem pronta de algum lugar e não o faça o seu 98 trabalho, já que se fosse para ficarem com esse tipo de atividade as crianças não precisariam sair de casa. REFERÊNCIAS: BRASIL, [Lei Darcy ribeiro (1996)]. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional [recurso eletrônico]. – 8. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2013. Disponível em:<http://bd.camara.leg.br>. Acesso em 02 março 2014. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetrosbásicos de infraestrutura para instituições de educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2006. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil /Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.3v.: il. CAMPOS, Maria Malta.Critérios para umatendimento em crechesque respeiteos direitosfundamentais das crianças / Maria Malta Campos e Fúlvia Rosemberg. – 6.ed. Brasília : MEC, SEB, 2009. MELO, Gilberto Fraga de. Práticas e saberesdocentes em discussão. Cuiabá, Janeiro/2010. Disponível em http://www.ufmt.com.br/[email protected] Acesso em 28 de jun. 2014. 99 AVALIAÇÃO DO USO DA INFORMÁTICA COMO RECURSOS PEDAGOGICOS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE SANTARÉM Luíza Corrêa Pereira1 [email protected] Rosângela Maria Lima de Andrade2 RESUMO: O estudo discorre sobre a informática educativa como recurso pedagógico, a partir da analise de dois projetos: “Cidadania: Aprendendo a viver em sociedade” e “Animação e Gêneros digitais”, realizados na escola Municipal Professora Nazaré Demétrio Mussi. Os projetos foram desenvolvidos pelos alunos da escola com supervisão e orientação de professores, e como resultado dessa iniciativa pode-se destacar a participação dos alunos na I Mostra de Animação Digital de Santarém, onde puderam apresentar o vídeo que produziram como resultado do projeto Cidadania, e ainda a criação de um blog criado para o acompanhamento das atividades na escola, onde podem publicar textos e vídeos de sua autoria. Essa iniciativa reforça a hipótese de que a informática como recurso pedagógico é um meio para levar uma nova forma de ensino às redes públicas, buscando integrar o aluno em um novo aprendizado. Iniciativas como esta ainda precisam enfrentar muitos desafios para que sejam representativas e que possam atingir suas metas com eficiência e qualidade. PALAVRAS-CHAVE: informática educativa, recurso pedagógico, cidadania. INTRODUÇÃO: A Informática tem se apresentado não apenas como uma ferramenta de auxílio no desenvolvimento de tarefas, mas sim como uma tendência mundial, que vem interferindo de forma irredutível em todas as áreas do conhecimento, bem como nos variados setores profissionais, sejam públicos ou privados. Direta ou indiretamente, todos fazem uso de algum serviço no qual a tecnologia está sendo utilizada. O Brasil está em desvantagem em relação aos países desenvolvidos diante dos avanços tecnológicos disponíveis à educação, o que torna necessário investir em pesquisa e estudos na área de informática educacional, para que o Brasil chegue ao nível dos países desenvolvidos (RUDOLFO JUNIOR et al, 2009; SILVA, 2010). Dado a necessidade de avançar nesse tipo de pesquisa, este estudo discute o uso da informática como recurso pedagógico, tendo como estudo de caso, a escola Municipal Professora Nazaré Demétrio Mussi, localizada no município de Santarém, estado do Pará. Nesse sentido, Silva (2010) considera que apesar da necessidade em avançar nas pesquisas no tema, a introdução do computador na educação não está sedimentada num ponto de vista comum. Ao contrário, embora se tratando de uma tendência praticamente irreversível, não existe consenso geral sobre esse assunto, identificado como "Informática na Educação". A escola Municipal Professora Nazaré Demétrio Mussi foi contemplada em 2009 com um laboratório de informática, juntamente com outras escolas do município que também 1 Filosofa, Especialista em Informática Educativa pelo CEULS/ULBRA Santarém. Socióloga, Orientadora da Pesquisa. Docente do CEULS/ULBRA – Santarém. 2 100 foram beneficiadas pelo programa do governo federal Programa Nacional de Informática (PROINFO) implantado no município em 1998. A garantia do bom funcionamento desses programas do governo resulta na forma como essas políticas são aplicadas e gerenciadas pelos governos locais. Entretanto esse tipo de iniciativa ainda apresenta algumas dificuldades, principalmente pela limitação na quantidade de computadores, que não atende toda a demanda de alunos em muitas escolas, e até mesmo, em alguns casos, da falta de aperfeiçoamento dos professores sobre como usar o recurso de maneira didática. É com essa perspectiva que este estudo procura apresentar alguns esforços no sentido se introduzir a informática pedagógica na escola municipal Professora Nazaré Demétrio Mussi. Mostrando como esse tipo de inicial trouxe alguns resultados em termos de participação e apoio aos alunos em suas tarefas de aulas, bem como integração com as programações desenvolvidas no âmbito da escola que envolveu as atividades ligadas ao laboratório de informática da escola. MÉTODOS: O estudo foi desenvolvido na Escola Nazaré Demétrio Mussi, localizada no bairro do Mararú, área periurbana do município de Santarém. A escola dispõe de 10 salas de aula, o corpo docente da escola compõe o quadro de 25 professores, e atendem a 418 alunos nas séries iniciais e finais. O estudo apresenta resultados dos projetos: “Cidadania: Aprendendo a viver em sociedade” e “Animação e Gêneros digitais”, desenvolvidos em parceria com o NIE (Núcleo de Informática Educativa) e a escola Nazaré Demétrio Mussi, como estes projetos contribuíram para inclusão da informática como recurso pedagógico na escola, como os professores vem interagindo com os alunos através das possibilidades que o laboratório de informática dessa escola permite aos mesmos aplicar nas aulas e envolver os alunos em atividades utilizando os recursos tecnológicos disponibilizados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Projeto Cidadania: Aprendendo a viver em sociedade, foi elaborado a partir de proposta na capacitação dos alunos de diversas escolas do NIE sendo atividade que deverá ser desenvolvida no interior de cada escola. Observando os alunos na escola os professores sentiram a necessidade de resgatar valores de cidadania esquecidos pelos alunos e avaliado através das atitudes como: alunos versus alunos; alunos versus professores/funcionários e alunos versus famílias. Esses valores 101 envolvem: colaboração; coletividade; atenção; respeito mútuo; preservação ao meio ambiente entre outros. Essa conscientização deveria ser feita primeiramente, pela família (o que muitas vezes não ocorre) dando continuidade na escola como forma de complementação. Na escola os alunos são educados para serem transformados em disseminadores do conhecimento. Desse modo, traçarmos novos rumos na formação de cidadãos conscientes de suas ações, formando sujeitos críticos-reflexivos. O objetivo principal desse projeto foi impulsionar a utilização da informática de forma integrada propiciando mudanças positivas na aprendizagem dos alunos nos conteúdos e métodos didáticos. Buscando ainda, incentivar os alunos terem respeito recíproco entre todos os agentes da comunidade escolar – alunos, professores/funcionários, família, através de temas transversais, desse modo, buscar entender os hábitos de cidadania já existentes nos alunos capacitados e transforma-los em disseminadores desse projeto dentro da escola, motivando os alunos e professores a praticar gestos de cidadania no dia a dia. Em reunião entre professoras e NIE, definiu-se o tema e o roteiro para as atividades do projeto, em seguida os alunos com orientação dos professores, fizeram a arte gráfica, a animação e montagem de vídeos. Os alunos capacitados desenvolveriam oficinas, inicialmente, com os professores do 6º ao 9º ano para ensinar como utilizar o recurso gráfico e as formas de como serem trabalhados nas salas de aula. Os resultados dessa iniciativa foram apresentados na Mostra de Animação Digital da rede pública municipal de ensino, realizada no dia 29 de novembro de 2012 na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), onde foram exibidos mais de 40 curtas de animação desenvolvidos por alunos e professores com ênfase em temas transversais desenvolvidos nos educandários públicos como, por exemplo: comunicação comunitária, economia solidária, meio ambiente, educação fiscal, cultura digital, software livre, entre outros. Os alunos desenvolveram desenhos gráficos no programa Inkscape, no projeto de animação digital, onde os desenhos escolhidos ganharam vida, e também produziram uma montagem de vídeo no programa kdenlive, sendo apresentado na Mostra Digital. O texto criado pelos alunos trás algumas sugestões sobre como devemos viver em sociedade e em harmonia uns com os outros, conservando o meio ambiente em que vivemos e colocando o lixo na lixeira. Mostram que cada criança tem o direito de estudar, brincar e se divertir, e também que precisamos ser solidários com as pessoas. O vídeo reforça que cada 102 pessoa é um cidadão não importa cor, raça ou credo, todos têm direito e deveres perante a sociedade. O projeto, embora tenha sido realizado com apenas uma turma, teve grande repercussão entre os alunos, que se mostravam dedicados e interessados na atividade. O resultado desse trabalho deu aos alunos a premiação do terceiro lugar. O vídeo completo pode ser acessado no site do NIE no endereço http//:nucleoinfoedu.wordpress.com. O Projeto Gêneros digitais no contexto da escola: a comunicação através do blog, foi desenvolvido com intenção em aproximar os alunos do cotidiano da escola, e proporcionar uma rede acesso entre as atividades desenvolvidas no âmbito escolar e a comunidade. Surgiu a iniciativa de desenvolver junto com os alunos o conhecimento necessário para criação e uso de um Blog. Tal ferramenta de comunicação foi pensada para constituir elementos de integração entre a comunidade escolar e a escola, bem como entre comunidade local. O projeto é nutrido a partir das experiências vividas pelos alunos dentro e fora da sala de aula, e nos eventos que acontecem na escola. Conta com parceria dos professores, que interagem dando seu ponto de vista sobre as boas práticas de ensino, comportamento, fatos locais, e etc. A ideia principal constitui em integrar os alunos nas atividades da escola, divulgando através da mídia os acontecimentos, com a finalidade de tonar publico os trabalhos e atividade providos pela escola. Assim, os alunos foram os principais agentes das postagens, passando estas pela supervisão rigorosa de seus professores. Os conteúdos programáticos foram trabalhados dentro de contextos que sempre (que possível) resultaram em postagens no blog, enriquecendo-o a cada dia. Dessa forma, justifica-se o uso do blog como um estímulo à leitura e à produção escrita, sobretudo, como habilidades indispensáveis à sociedade tão exigente quanto aos seus usos. O objetivo principal do projeto era fazer uso do blog como instrumento virtual para promover a escrita, a leitura, o ensino da arte na escola e o conhecimento, alcançando também a comunidade em torno da escola que participará de maneira indireta através de comentários e acesso aos posts produzidos por alunos e professores. O Projeto incluiu cinco etapas fundamentais: a) reuniões entre os professores envolvidos com o projeto para a suscitação e delimitação de ideias sobre a criação do blog; b) estudos teóricos com os alunos sobre o que é um blog e quais suas características; c) criação do blog, envolvendo atividades como escolha de nome, arte e primeiras matérias a serem 103 postadas; d) lançamento oficial do blog; e) manutenção do blog e produções a serem postadas. O projeto foi desenvolvido no ano de 2013, a ideia consistia em diariamente no decorrer do ano de 2013, com gradativa expansão às demais séries/anos e turnos da escola, postar as atividades que ocorressem nas escolas. O projeto foi desenvolvido com apoio dos professores de Língua Portuguesa e arte da turma 4ª etapa e 6º e 7º ano. Ao criarem o blog os alunos o nomearam como opcaoescolar1, e este passou a servir de ferramenta de interação entre aluno e professor. O blog consiste em divulgar os trabalhos desenvolvidos na escola, de modo que se tornou parte das atividades de classe, onde os professores estabelecem uma data para entrega das atividades que serve como avaliação quanto ao desempenho do aluno em sala de aula e conta como participação. Os alunos desenvolvem textos, resenhas de filmes com temas sobre meio ambiente e outros, em seguida o professor avalia a escrita e os alunos elegem o melhor texto para ser publicado na página do Blog. CONCLUSÃO: Refletindo sobre as atividades desenvolvidas e o objetivo inicial do projeto, devemos considerar que o projeto obteve êxito com os alunos, e proporcionado à participação e envolvimento nas atividades, ainda será preciso mais dedicação, principalmente na manutenção das atividades do blog, no sentido de torna-lo mais popular, mais informativo para os alunos, de maneira que possa de fato ser um instrumento de compartilhamento de informações entre alunos, escola e comunidade. O envolvimento dos alunos nesses projetos foi de grande visto que ao corresponderem a iniciativa produzindo materiais reforça a hipótese de que a informática como ferramenta pedagógica pode ser a resposta para ganhar atenção dos alunos, principalmente nas condições em muitas dessas crianças viviam, onde pouco tem acesso a computadores e internet em casa. O que precisamos ainda é consolidar essa ferramenta que tanto chama atenção dessas crianças, e aproveita-la para despertar o interesse o entusiasmo com os estudos. Reconhecemos que ainda existem limitações para o bom desempenho das atividades de informática como recurso pedagógico, principalmente quando nos deparamos com as condições na qual esses laboratórios são criados e assistidos pelo governo local. 1 Acesse o blog em: http://opcaoescolar.wordpress.com 104 REFERÊNCIAS RUDOLF JUNIOR, E. A.; MOTA, C. J.;SILVA, E. Desenvolvimento de um software educacional em rede como instrumento de ensino/aprendizagem, 2009. Disponível em: siteantigo.ifc.edu.br. Acesso em: 14 de julho de 2014. SILVA, Ângela Carrancho da Educação e tecnologia: entre o discurso e a prática. Ensaio: aval.pol.públ.Educ, 2011. [online]. vol.19, n.72, pp. 527-554. ISSN 0104-4036. 105 AVALIAÇÃO NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTALCOMO FORMA DE DIAGNOSTICAR O PROCESSO DE APRENDIZAGEM Francisca Estefânia Souza Bentes1 [email protected] Maria Antonia Borges Santos1 [email protected] Izabel Alcina Evangelista2 [email protected] RESUMO: Este estudo acerca da avaliação da aprendizagem do educando foi realizada na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Delano Riker Teles de Meneses no Município de Santarém, faz parte do Trabalho Interdisciplinar de Iniciação Cientifica TIIC, objetivou-severificar como os professores e coordenadora pedagógica avaliam o processo de ensino dos educando nas Series Inicias. A metodologia foi fundamentada em uma pesquisa de Campo com abordagem qualitativa, assim como a realização de entrevista com oito questões abertas para (05) professores e (01) coordenadora pedagógica. Verificou-se por meio da entrevista que os professores e a coordenadora pedagógica utilizam diversos instrumentos avaliativos: prova, teste, observação, trabalhos e projetos. Entretanto, os critérios não foram bem definidos pelos participantes, mas, precisa-se rever, pois é fundamental que o professor conheça os critérios, eles determinam a forma como se realizara a supervisão das atividades educacionais. Conclui-se a partir da compreensão das pedagogas que a avaliação no ensino aprendizagem é um processo pelo qual se procura identificar, investigar e analisar o rendimento do aluno, do professor e do sistema. PALAVRAS CHAVES: Avaliação, Instrumento, Estratégia. INTRODUÇÃO: Este trabalho teve por objetivo conceituar a avaliação da aprendizagem, analisando como se da à apropriação desse conhecimento pelas crianças com dificuldade, bem como, discutir sobre o trabalho do professor nesse processo. A avaliação da aprendizagem é um processo continuo adquirido através de instrumentos que serve para avaliar o processo de aprendizagem ou seja, a peça fundamental nas diferentes natureza de avaliar. A área educacional vem passando por grandes transformações ao longo dos anos. A qual a escola tem inserido novas teorias, proposta metodológicas e conhecimentos científicos. Pois a avaliação vem sendo discutida por vários teóricos através de debates, entrevistas seminários e congressos. Portanto as praticas de avaliação na maioria das escolas ainda estão ligada a antiga forma de avaliar o aluno, utilizado a prova especificamente como único instrumento de valorização na avaliação da aprendizagem durante o processo educacional. MÉTODO: O trabalho caracterizou-se por estudo de Campo com abordagem qualitativa, comoRessalta Lakatos (1991, p.186),“a pesquisa de campo é aquela utilizada com objetivo de conseguir informações e conhecimentos acerca de um problema, para qual se procura uma 1 2 Acadêmica do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA. Professora do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA. Orientadora do projeto 106 resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos”. A pesquisa foi realizada na escola da rede de Ensino Municipal Delano Riker Teles de Meneses, para 05 professores das series iniciais e 01 coordenadora pedagógica. Sendo utilizada como método para coleta de dados com a realização de uma entrevista com 08 questões abertas. Segundo (TOZONI-REIS 2005), “a fim, de recordar o entrevistador os principais pontos a serem colocados no dialogo com o entrevistado”. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foi aplicada esta pesquisa com professores e coordenadora pedagógica, onde foram feitas oito questões abertas, perguntas estas respondidas por 5 pedagogas. Os professores entrevistado tem formação em: Licenciada Plena em geografia e pósgraduada em Psicopedagogia, Magistério, Licenciatura Plena em Pedagogia e graduada em licenciatura Plena nas series iniciais, com atuação que varia 3 a 24 anos na docência. A questão n° 3 qual a importância da avaliação no processo de ensino aprendizagem do educandos? As respostas dos cinco participantes revelam Avaliação é um processo muito importante no ensino aprendizagem dos alunos, pois através dela que nos professores podemos compreender e diagnosticar as causas, medir o conhecimento que aprenderam mesmo ou não, verificar se a metodologia aplicada por meios dos conteúdos em sala de aula fez a diferença na vida deles (Participante A) As respostas identifica-se que os participantes reconhecem a importância da avaliação no processo de ensino aprendizagem de acordo com SANT’ANNA (2014, p.31), “Avaliar é importante, pois no sistema escolar, é através da mesma que o professor e a escola verificarão se os objetivos do ensino e do sistema foram alcançados”. A outra questão nº4 quais os instrumentos que os professores utilizam para avaliar seus alunos? Na conspecção dos cinco entrevistados: Os instrumentos de avaliação são diversas atividades: trabalhos em equipe e individual, atividades para casa, atividade em sala de aula, as provinhas, fichas de leituras e escritas, fichas para casa, compreensão de textos, assiduidade, participação, pontualidade, exercício orais e escritos, teste de diagnostico, brincadeiras, desenhos representativos. (Participante D) 107 Segundo Hoffmann (2001, p.119),“instrumentos de avaliação são, portanto, registros de diferentes naturezas. Ora é o aluno que é levado a fazer os próprios registros, expressando o seu conhecimento em tarefas, testes, desenhos, trabalhos e outros instrumentos elaborados pelo professor”. A questão n° 5 que critério você professor utiliza para avaliar o desempenho dos alunos no processo do ensino aprendizagem?“Nós aqui na escola temos os critérios que agente adota, tem uma planilha que nós colocamos critério de avaliação pra que fique uma coisa comum da escola”. Dessa “forma os critérios que são utilizados são: socialização, atividades avaliativas”. (PARTICIPANTE. E) O critério expostos pelos participantes da entrevista não foram claros, pois há uma controversa sendo que para SANT’ANA, (2014, p.78),“Os critérios são indicadores que determinam a maneira como se realizará a supervisão das atividades educacionais.” Por exemplo, se estabelecermos como critério a frequência com que o aluno apresenta determinando comportamento, estará voltado para um valor quantitativo. Consideramos critérios como o conjunto de aspectos que servem de norma para avaliações. Os critérios poderão ser expressos por quantidade qualidade tempo. A questão n° 6 ao perceber que o aluno obteve um baixo rendimento. Que estratégia você desenvolve para melhorar o resultado? Olha aqui na escola utilizamos o projeto de intervenção para que aluno melhorar o aprendizado. Além disso, gente trabalha comreforço duas vezes por semana. No final do primeiro bimestre agente faz umaanalise daqueles alunos que estão precisando do reforço, no mês de junho é realizado 15 dias de aula de reforço para esses alunos com baixo rendimento caso não alcance o objetivo esperado passa novamente pelo mesmo processo.(PARTICIPANTE. B). De acordo com Hoffmann (2001,p.98), “É necessário que o professor utilize diferentes estratégias para melhorar o resultado de observar o aluno em atividades para ajustá-las às suas possibilidades, ajustar tempo, matérias, fazer novas provocações ao longo das atividades, lava-lo a refletir sobre o que não deu certo” A questão n° 7 a escola utiliza instrumento de avaliação para os alunos avaliarem você professor? Não. Mas de acordo com a palavra da coordenadora a escola utiliza de instrumentos para avaliar os professores através do encontro pedagógico realizado mensalmente, desenvolvimento de projetos, planilha que vem da SEMED, enviado do Instituto Airton Sena, para avaliar o professor e também uma reunião da diretora que feito no final do ano para fazer um apanhado geral para saber como foi o trabalho do professor. (PARTICIPANTE E) 108 De acordo com as respostas dos entrevistados os alunos não sabem definir o que avaliação na sua essência. Porém, Sant’Ana (2001, p.29), confirma” que o aluno, precisa, deve é cobrado de coisas que desconhece , que não sabem para que serve e que servirão de prova de sua habilidade ou competência” A ultima questão procurou-se saber com os entrevistados que comentários ou sugestões acerca da avaliação na aprendizagem? Avaliar não é só no papel, não é só passar prova. A avaliação escolar é um processo muito importante que torna a ação educativa da escola um momento muito especial para melhorar a qualidade do ensino e aprendizagem. Vale ressaltar que é um processo continuo, cumulativo permanente e participativo. Porque tenho feito essa avaliação com brincadeiras tenho conseguido um bom rendimento. Entretanto para coordenadora escolar a avaliação é importante avaliar e não avaliar por avaliar aqui tá ruim, aqui tá bom se agente não procurar resolver as questões que sai com um ponto negativo não adianta apontar aqui tá falho, então vamos verificar ver qual mecanismo que agente vai resolver esse problema se na próxima reunião pinta de novo o problema vamos mudar não tá dando certo se ficamos repetindo só apontando os erros e não tenta solucionar os problemas, pois se a avaliação não estar surtindo efeito só detectar os problemas, então precisa-se melhorar naqueles requisitos.(PARTICIPANTE C) Na concepção de Hoffmann(2001,p.81), “O processo avaliativo, em sua perspectiva mediadora, destina-se, assim, a acompanhar entender, favorecer a continua progressão do aluno”. Além disso, é compromisso do professor avaliar permanentemente, masé diversa da natureza de sua intervenção a cada momento do processo, com ações diferenciadas e ajustar à dinâmica da aprendizagem de cada um e do grupo. CONCLUSÃO: Nesta pesquisafoi possível identificar através da entrevista os instrumentos de avaliação que os professores utilizam para avaliar seus alunos. Visto que é um processo pelo qual se procura identificar, aferir, investigar e analisar as modificações dos resultados.Entretanto, os critérios não foram bem definidos pelos participantes, mas, precisase rever, pois e fundamental que o professor conheça os critérios, eles determinam a forma como se realizara a supervisão das atividades educacionais. Portanto a avaliação só será eficiente e eficaz se ocorrer de forma interativa entre professor aluno, ambos caminhando numa mesma direção. 109 REFERÊNCIA LAKATOS, Eva Maria, MARCONEI, Maria de Andrade. Fundamentos de Metodologia Cientifica: São Paulo, ed, 3ª, Atlas, 1991. SANT’ANNA, Ilza Martins. Po rque Avaliar? Como avaliar?:Critérios e Instrumentos: 17.ed. Petropolis: Vozes, 2014. TOZONI-REIS, Marilia Freitas de Campos. Metodologia de Pesquisa: Curitiba, IESDE, 2005. HOFFMANN,Jussara, Avaliar para promover: As setas do caminho:Porto Alegre, Mediadora, 2001. 110 CONHECIMENTOS E HABILIDADES PROFESSOR DE ALUNOS AUTISTAS NECESSÁRIAS AO Ana Karla de Melo Silva¹ [email protected] Edilane Batista de Sousa¹ [email protected] Naiara da Silva Alves¹ [email protected] Sandro Cavalcante² RESUMO: O presente resumo integra uma das etapas do Trabalho Interdisciplinar de Iniciação Científica- TIIC apresentado ao Curso de Pedagogia do Centro Universitário de Santarém- CEULS/ULBRA. O projeto tem como objetivos: apresentar os conhecimentos e habilidades necessárias ao professor de alunos autistas apontando métodos importantes os quais professores necessitam para educa-los e conhecer que tipos de formação o professor têm recebido para desempenhar competências específicas para melhor atendimento ao aluno autista. A metodologia consistiu em pesquisa bibliográfica a partir da dos autores Maria Luísa S. Ribeiro (2003) e Maria Teresa EglérMantoan (1997).Os resultados e conclusões parciais apontam que o professor deve ter como base de formação conhecimentos gerais e conhecimentos específicos da área para atuar na educação especial. Essa formação possibilita atuação no atendimento educacional especializado para que trabalhe de forma correta e eficaz com os alunos autistas, aprendendo a identificar essa síndrome e atender a perspectiva da escola inclusiva. PALAVRAS – CHAVES: Autismo, Educação Inclusiva, Formação de professores. INTRODUÇÃO: Compreende-se por autismo uma inadequação que se manifesta de maneira grave por toda a vida. O transtorno prejudica várias áreas do desenvolvimento educacional e relações interpessoais . Por este motivo, criar e educar um autista representa um grande desafio para pais, familiares, educadores e pessoas à sua volta, principalmente porque há uma grande necessidade de se fazer abordagem adequada e eficiente para que estes possam se desenvolver, mesmo que de forma lenta (MANTOAN, 1997) Neste contexto torna-se necessário que o professor ao acolher um aluno autista em sala de aula, tenha toda uma preparação com os devidos conhecimentos e habilidades para propor-lhe uma educação adequada. A escolha deste tema se caracteriza pela necessidade de conhecimento e informações a respeito do autismo e suas particularidades, a fim de auxiliar o professor em seu processo educacional com os autistas. Sua relevância está nas dificuldades que o professor enfrenta para educar tais alunos autistas. A falta de conhecimento ou até mesmo de um treinamento específico para lidar com essas pessoas acarretam obstáculos portadores ao chegar ao âmbito escolar, pois os mesmos necessitam de muito carinho e atenção redobrada da instituição 111 familiar e escolar. Partindo desse contexto o estudo abordará também os métodos adotados para educarem os autistas, de forma a socializá-lo com crianças ditas normais. O aluno que contém esse transtorno precisará de mais atenção e estimulação, contando com o apoio dos familiares, e todo corpo escolar, se não será apenas mais um aluno entre tantos outros e sem aprendizagem. O movimento atual da educação especial propõe a mobilização da escola para a inclusão de portadores de necessidades educativas especiais. Esse movimento surpreende a escola e a instiga a refletir sobre a organização de todo um trabalho da escola com essa clientela. Segundo RIBEIRO (2003, p.41), “A perspectiva da inclusão exige o repensar das condições da prática docente e de suas dimensões, bem como de suas repercussões na organização curricular e na avaliação”. Quando fala-se em inclusão, remete-se ao papel do professor frente a esse processo, pois ele estabelece um contato contínuo e duradouro com seus alunos. E como o professor é responsável para criar possibilidades de desenvolvimento para todos, adequando sua metodologia as necessidades diversificadas de cada aluno, deve ter acesso a uma formação inicial e continuada que possibilite conhecimentos gerais e específicos para atender alunos com necessidades especiais. Segundo a política nacional da educação especial, o professor para atuar nesta área deve ter como base de formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da educação especial. Essa formação possibilita a atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial. Atualmente, uma dessas necessidades especiais que tem carecido de profissionais capacitados na escola são portadores da síndrome do autismo. Visto que os professores se remetem a dificuldades para identificar e lidar com tais alunos. Isso porque na sua formação não foram preparados ou não se prepararam para receber a esses alunos. Cabe ao professor buscar conhecimentos, estratégias, métodos e habilidades para educar autistas. Para Kirk & Gallagher (1996), autistas são educáveis, e suas deficiências podem ser compensadas, em parte, por programas educacionais estruturados, com sequências especificadas de aprendizagem e intensificação de estímulos reforçadores. Esses programas 112 educacionais devem começar desde cedo, tendo os pais ou pais substitutos como primeiros professores. MATERIAL E MÉTODOS: O levantamento dos dados referente a presente pesquisa efetuou-se através de revisão bibliográfica sobre o tema, com materiais já elaborados, artigos e livros, a qual auxiliou os construtos teórico-metodológicos que favoreceram a compreensão do tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES: A educação na escola inclusiva é indispensável à criança autista e é imprescindível que os educadores sejam conhecedores do transtorno e de suas características próprias para que possam planejar adequadamente as ações a serem praticadas. Serra (2000) apresenta critérios para uma flexibilização das escolas e a operacionalização da inclusão dos autistas: A escola deve conhecer as características da criança e prover as acomodações físicas e curriculares necessárias. O treinamento dos profissionais deve ser constante. Destaca que se deve buscar consultores para avaliar precisamente as crianças e os professores devem estar cientes que a avaliação da aprendizagem deve ser adaptada. É preciso analisar o ambiente e evitar situações que tenham impacto sobre os alunos. A escola deverá prover todo o suporte físico e acadêmico para garantir a aprendizagem dos alunos incluídos. A atividade física regular é indispensável para o trabalho motor. A inclusão não elimina os apoios terapêuticos. Também é necessário desenvolver um programa de educação paralelo à inclusão, especialmente com atividades socializadoras onde professor deverá demonstrar sensibilidade às necessidades do indivíduo e habilidade para planejar com a família o que deve ser feito ou continuado em casa. Portanto, faz-se necessário que o professor busque conhecimentos, estratégias, métodos e habilidades para educar autistas de forma que haja inclusão dos mesmos. REFERÊNCIAS: GIL, A. C. (2002). Como Elaborar Projetos de Pesquisa (4ª Ed.). São Paulo: Atlas. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A integração de pessoas com deficiência. São Paulo: Memnon, 1997. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Disponível em: (http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf) RIBEIRO, M. L. S. Educação Especial:Do Querer ao Fazer. São Paulo: Editora AVERCAMP Ltda, 2003. 113 CONTANDO UM CONTO: UMA SEQUENCIA DIDÁTICA Nayara Lima Costa1 Ellen Patrícia Tavares Sousa2 Ediana Neres Ferreira3 Maria do Perpétuo Socorro da Luz Silva4 Paula Cristina Galdino Oliveira5 [email protected] RESUMO - O presente trabalho é um relato de experiência dos bolsistas de Pedagogia do PIBID/CEULS em Santarém, Pará. Dentre varias abordagens teóricas, percebeu-se a relevância dos gêneros textuais no ensino, encontrando no conto um modo atraente de realizar uma ação educativa. Numa turma de 4º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Brigadeiro Soares Dutra, em Santarém/PA, executamos a presente sequência didática que teve como objetivos: proporcionar letramento especificamente na oralidade e escrita, através de contos regionais; desenvolver estratégias de leitura para textos literários; expor a história paraense através dos contos regionais; produzir contos que mostrem a cultura regional com conteúdos específicos voltados para leitura, história do conto e seu autor, bem como oralidade, produção textual e aspectos estruturais e gramaticais praticados pelos alunos. A sequência didática foi realizada em cinco encontros com mesma dinâmica: acolhida, ação educativa específica e atividades. As ações conceituaram, caracterizaram, resgataram a história do conto escolhido, demonstraram a estrutura, destacaram as expressões regionais, construíram e revisaram o próprio conto e culminaram com uma socialização geral do conto. Notou-se que ao fim dessa sequência os educandos foram mais capazes de identificar, caracterizar, produzir e narrar o gênero textual conto. PALAVRAS-CHAVE: gênero textual conto; sequência didática; PIBID/CEULS. INTRODUÇÃO: As abordagens teóricas sobre letramento, a partir de Angela Kleiman (2005), Roxane Rojo, Telma Leal (2007) entre outros, afirmam a relevância dos gêneros textuais no ensino de língua materna, pois contribuem para o desenvolvimento cognitivo, individual, coletivo e social do educando, além de envolver sua formação crítica. Para Marcuschi (2006), os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social, logo são entidades sócio-discursivas e formas de ação social em qualquer situação comunicativa. Deste modo, os textos reais propiciam o letramento em seus aspectos sociointeracionais incluindo os linguísticos através da leitura, da escrita e da oralidade, elevando o nível de compreensão e interpretação de textos que se encontram além 1 Acadêmica do __ semestre do Curso de Pedagogia e Bolsista de Iniciação à Docência no Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 2 Acadêmica do __ semestre do Curso de Pedagogia e Bolsista de Iniciação à Docência no Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 3 Acadêmica do __ semestre do Curso de Pedagogia e Bolsista de Iniciação à Docência no Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 4 Profa. na educação infantil e no ensino fundamental da Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes e Bolsista Supervisora do Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 5 Profa. nos Cursos de Letras e de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém - CEULS e Bolsista Coord. de Área do Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 114 da estrutura educacional, proporcionando um melhor conhecimento para a vida e entendimento de mundo. Vale salientar que, além de proporcionar ao discente o contato com diversos gêneros de texto, é importante um trabalho sistemático de ensino que proporcione ao aluno se expressar adequadamente em diversos contextos, através de gêneros orais e escritos. Nesse intuito, muito contribui a proposta de ensino de textos através do modelo sequência didática apresentada por Dolz, Noverraz e Schneuwly, pesquisadores do grupo de Didática da Língua da Universidade de Genebra. O procedimento tem por finalidade proporcionar o domínio de um dado gênero em todos os seus aspectos. Para isso, propõe uma fase de apresentação da proposta de produção do texto, seguida da produção inicial que, por sua vez, definirá um conjunto de atividades que ajudem os alunos a superar as lacunas constatadas na primeira produção, de modo a chegar a uma produção final satisfatória. Em meio à infinidade de textos, encontramos nos gêneros literários, especialmente no conto um modo atraente de realizar uma ação educativa. Por ser uma forma narrativa muito antiga, presente no cotidiano, que parte da oralidade, narra estórias e contos de fada de modo envolvente e prazeroso, levam o leitor a outras realidades e despertam nele um entendimento reflexivo, resultando numa expressão livre de ação e criação, possibilitando o letramento. Assim, no trabalho em parceria com uma escola municipal de Santarém, numa turma de 23 alunos do 5º ano, objetivou-se, de modo geral, ampliar o letramento através do gênero literário conto, proporcionando o seu domínio nas modalidades oral e escrita, e de modo específico objetivou-se: desenvolver estratégias de leitura para textos literários; expor as histórias dos alunos através dos contos regionais; produzir contos escritos; saber contar um conto. - Destacaram-se os seguintes conteúdos específicos: leitura, história do conto e de autores, oralidade, produção textual e aspectos gramaticais. MÉTODO: A atividade foi desenvolvida na forma de sequência didática que compreende um conjunto de atividades interligadas e planejadas em torno de um gênero textual para ajudar o educando a dominá-lo em todos os seus aspectos (Schneuwly et.all. 2004). A sequência foi produzida nos encontros semanais do Subprojeto de Pedagogia PIBID/CEULS, em equipes de três acadêmicas bolsistas juntamente com a professora da respectiva turma. Para isso, realizou-se estudos bibliográficos (KLEIMAN, 2005; SOARES, 2005; DOLZ, NOVERRAZ, SCHENEUWLY, 2004; BRASIL, PCNs-Língua Portuguesa, 1997) e diagnósticos do campo de intervenção, com registro de observação em diário de campo para 115 ajustes necessários à realidade da turma. A ação ficou distribuída em quatro encontros de duas horas, em sala de aula, com os temas dispostos em: I.Que é o Conto? – Realizado na biblioteca com as crianças dispostas em um tatame, efetuado através de exposição oral apoiada com um livro feito à mão (sendo modelo proposto para à construção e contação). Através do conto: “A Princesa e a Ervilha”– Apresentar o gênero. Prosseguindo expondo alguns autores do gênero, o processo histórico de formação do mesmo, chegando á elaboração do conceito, concluindo com a exposição de vários Contos Literários. Deixando para o próximo encontro o desafio de escrever um conto, para contarmos a turma na escola, bem como a uma reunião de amigos. II. O que Conta? – Realizado na sala de aula, co as crianças dispostas em três equipes de oito crianças acompanhadas a uma acadêmica. Revisamos o conceito focalizando a adução as partes e as características (estruturais e linguísticas) do gênero. Visando os contos trazidos pelos alunos, indicando que estes reescrevessem seus contos estruturando-os dentro das partes e características do gênero, ora apresentado. III. Contando – Antes da ultima revisão um ensaio de contação em pequenos grupos levando a revisão final da construção, criando uma ilustração ao texto, finalizando com a construção de um livro feito à mão para apoio a socialização final na turma. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Iniciou-se a execução da sequência didática numa terçafeira, na biblioteca da escola, em que se contou com o apoio da escola de modo integral. Os educando ficaram bem entusiasmados com a realização, já nos conheciam e estavam ansiosos por saber o que tínhamos a oferecer. O primeiro encontro foi iniciado com uma dinâmica de acolhimento fazendo uso de livros, envolvendo as crianças neste universo literário. Em seguida realizamos a contação do conto “A Princesa e a Ervilha”, fazendo uso de um livro artesanal, apresentando a proposta de construirmos um livro para compartilhar com os amigos, contando um conto escrito por cada um. Também no livro o conceito e a história do gênero foram apresentados. Finalizando com a proposta de escrevermos uma história-conto para o próximo encontro. Uma das contribuições dessa primeira etapa da sequência didática proposta por Dolz, Noverraz e Schnewly (2004) é a apresentação de um contexto real de produção. Nessa etapa, define-se o gênero textual, bem como as condições sociais em que o texto será produzido, isto é, o que se vai escrever (no caso, um conto), com que finalidade comunicativa, para quem, 116 em que suporte e espaço o texto circulará. Tais aspectos são especialmente os que instituem o texto como uma prática social e não apenas uma atividade meramente linguística, o que é muito bem ressaltado por Melo, Silva (2007, p. 31) ao explicitarem que “Escrever constitui, então, um modo de interação social entre as pessoas. Quem escreve, escreve sabendo para que e para quem está escrevendo, isto é, tem sempre uma finalidade e um interlocutor, ainda que essa escrita destine-se a si mesmo.” Um outro momento importante foi a leitura de exemplares do gênero conto em um dos seus suportes reais – o livro, visto que, para se escrever, é necessário não só ter o que dizer, mas saber como dizer dentro de um determinado gênero textual (Marcuschi, 2009; Leal, Melo, 2007). Assim, a leitura de exemplares do gênero é imprescindível para conhecer seu conteúdo comum, estrutura e linguagem dentre outros aspectos (PCNs-Lingua Portuguesa, 1997). No segundo dia em sala de aula iniciamos com um momento de reflexão e leitura já habitual da rotina dos alunos. Através de exposição oral, fazendo uso do quadro, apresentamos a estrutura e partes do conto, por fim, dividimos a turma em grupos para a primeira produção do gênero e, assim, atendermos melhor cada um o mais individual possível. A fase de registro das informações adquiridas sobre o gênero foi importante por proporcionar uma sistematização do conhecimento, servindo de apoio ao aluno para consultas futuras. Partindo deste encontro levávamos para casa cada um dos textos e realizamos uma revisão minuciosa. A primeira produção teve grande importância, como um diagnóstico preliminar do que os meninos já possuíam servindo como um norte para a realização de um trabalho mais específico quanto às nossas intenções. Nestes encontramos dificuldades como a dificuldade em escrever o que se ouve, uma transcrição do som em palavras; outras como o uso do “mais” e “mas”; algumas básicas como o uso da letra maiúscula no inicio das frases. E assim foi também o terceiro encontro, sobre estas situações orientamos nossas ações tratando das questões especificas do segundo encontro, tendo como diferencial o inicio da construção do livro. 117 No quarto encontro já socializamos nos grupos, escrevemos e ilustramos os textos, finalizando o livro. CONCLUSÃO: Das impressões, como acadêmicas e futuras docentes, sentiu-se grande dificuldade no momento anterior à realização e o acompanhamento fora de sala de aula, por ter pouco tempo disponível para grande ação externa em pesquisas e elaboração de atividade, o que nos remete aos questionamentos de nossa política educacional que não subsidia o professor no exercício de sua profissão, tendo que trabalhar em horários diferentes o que prejudica no fornecimento de qualidade em sala de aula. Assim, notou-se outro desafio, o fato de uma professora ter de apoiar uma turma de 23 alunos individualmente não podendo proporcionar profundidade a questões específicas. Contudo, dentro de um trabalho com diversos apoios, todos os educando mostraram-se muito interessados, entusiasmados e envolvidos. Alguns dos desafios giram em torno da trajetória escolar individual dos alunos, alguns, já estando no 5º ano, apresentavam ainda muita dificuldade em escrever textos orais e realizar leitura, em compensação outros estavam inteiramente capacitados para a realização da atividade e prosseguimento no aprendizado. Quanto à experiência de buscar realizar uma sequência didática, percebemos que sofre alguma variação no decorrer de sua realização, visto se pautar no progresso das crianças para o desenvolvimento de novas atividades. Assim, inicialmente, constatou-se que as crianças tiveram dificuldade em ajustas nas histórias à estrutura de conto, porém, ao fim, 80% conseguiram construir com satisfatoriamente o conto, os 20% construíram historias. REFERÊNCIAS DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard; NOVERRAZ, Michele. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. e org. Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. – Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. KLEIMAN, Angêla B. Preciso ensinar a prática do letramento?. São Paulo: Maria Odette Garcez. LEAL, Telma Ferraz; BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi (orgs.). Produção de textos na escola: reflexões e práticas no Ensino Fundamental. Belo Horizonte: Autentica, 2007. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. – São Paulo: Parábola editorial, 2008. 118 E A “PÓLVORA EUROPEIA” CHEGA AO BRASIL: A TRANSFERÊNCIA DA FAMÍLIA REAL LUSA PARA A AMÉRICA PORTUGUESA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O GRÃO-PARÁ Wilverson Rodrigo Silva de Melo 1 [email protected] RESUMO – Este trabalho tem por intuito discutir sobre o processo de transferencia da família real portuguesa para o Brasil e as consequências e implicações sócio-político-econômicos para a Província do Grão-pará. Ao mesmo tempo em que buscar-se-á analisar a transferência da “pólvora europeia” para o Brasil, este trabalho tentará dissertar sobre a relação que estes acontecimentos vindouros da Europa influenciarão nas insurreições e revoltas populares ocorridas no Pará na busca da emancipação política. A proposta metodológica fundamentouse na pesquisa bibliográfica, no Estudo de Caso e no método histórico. À guisa de conclusão, podemos inferir que as transformações políticas ocorridas na Europa durante as revoluções burguesas e o Império Napoleônico desencadearan reações e transformações sócio-políticas na América Portuguesa, especialmente na Provínica do Grão-Pará pois influenciou diretamente no processo de insurreições paraenses durante as décadas de 20 e 30 do período oitocentista, com destaque para a resistência paraense em aderir à Independência do Brasil, como também a Guerra da Cabanagem. PALAVRAS-CHAVE: europa, família real lusa, grão-pará. INTRODUÇÃO: Com o advento da Revolução Francesa, novos pensamentos, conceitos e mentalidades passaram a serem presentes no cotidiano francês. Os ideais iluministas de igualdade, fraternidade e liberdade e a motivação de revolução para obter uma transformação social passaram a ecoar por toda França e a se difundir por toda a Europa. Discussões como distribuição de terras, sufrágio universal, valorização das individualidades, isonomia de direitos e incentivos à proteção do jusnaturalismo e aos direitos fundamentais da pessoa humana passaram a ecoar por toda a Europa e logo ganharam espaço no Novo Mundo. É, pois, a partir dos ideais da Revolução Francesa que Napoleão Bonaparte inicia sua política imperialista de desarticular as monarquias absolutistas europeias, na ânsia de reconfigurar a geografia do Velho Mundo em Estados nações democrático. No entanto, sua ambição vai muito mais, além disto, e Bonaparte estabelece como meta levar a França a se tornar a grande potência mundial do século XIX, mas para que isto viesse a se efetivar era necessário conseguir neutralizar o crescimento da sua grande rival econômica – a Inglaterra. As tentativas de Napoleão giravam em torno de conquistar e obter como aliados político-econômicos as nações pró-Inglaterra, de igual modo seus objetivos também previam a neutralização das companhias de comércio inglesas, a conquista de seus mercados 1 Prof.º Pós-graduando em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 119 consumidores para assim estabelecer um isolamento econômico, um cordão social que condenaria a Inglaterra a sucumbir paulatinamente sem uma relação de interdependência com outras nações. Estas tais metas conhecidas como Bloqueio Continental que passaram a vigorar a partir de 1806 só foram decretadas por Bonaparte devido a impossibilidade de Napoleão invadir e destruir sua rival Inglaterra em um combate direto, haja visto que as condições geográficas da Inglaterra enquanto ilha impossibilitava que as tropas francesas chegassem como elemento surpresa nas terras britânicas devido a escassez de embarcações da marinha francesa que se por um lado detinha o maior exército terrestre do globo, por outro lado estava muito aquém da marinha britânica que detinha a maior frota naval do mundo. Dado as dificuldades em se superar a Inglaterra e a resistência dos parceiros econômicos da mesma em continuarem suas trocas comerciais com ela, Napoleão Bonaparte radicaliza ainda mais o Bloqueio Continental estabelecendo que toda e qualquer Nação que continuasse a manter relações econômicas e diplomáticas com a Inglaterra seria passível de invasão pelas tropas francesas (Cf. CLEARY 2002; MACHADO 2006). MÉTODO: A proposta metodológica deste trabalho fundamentou-se na pesquisa bibliográfica reunindo trabalhos que analisem o impacto dos acontecimentos europeus do século XIX no Brasil, de igual modo se realizou um Estudo de Caso sobre os acontecimentos ocorridos no Grão-Pará em 1823 e entre 1835-40; num terceiro momento se realizou o método histórico para a realização de uma retrospectiva historórica dos fatos; e por fim ocorreu a sistematização dos dados e a tessitura historiográfica deste texto. RESULTADOS E DISCUSSÕES: No cenário político do Bloqueio Continental, as últimas monarquias a serem invadidas pelas tropas napoleônicas foram as Ibéricas. No que tange a isto, a invasão de Portugal teve para sua colônia portuguesa na América, reflexos diretos na autonomia político-econômica. Durante certo tempo D. João consegue negociar com a Inglaterra e com a França ao mesmo tempo, estabelecendo uma política de neutralidade sigilosa, deturpando e difamando uma nação para a outra, mas de forma real negociando com ambas. Todavia, aos meses finais de 1807, Bonaparte autoriza a invasão de Portugal, porém, este não sabia que a monarquia lusa estava negociando com a Inglaterra uma fuga com escolta para o Brasil em caso de invasão a Portugal. Ao alvorecer da invasão Francesa a Portugal,o registro imagético que perpetuou-se na mente dos portugueses de Lisboa foi a“fuga”/transferência da Família Real Portuguesa e parte 120 da nobreza para o Brasil. Nos primeiros meses de 1808 a Família Real Portuguesa chega ao Brasil e adota medidas e leis de beneficiamento à Inglaterra como a “Abertura dos Portos às Nações amigas” que de certa forma encerra a exclusividade colonial da Metrópole Lusa com sua colônia dando uma abertura a autonomia econômica do Brasil. A de se historicizar que a Inglaterra só decide ajudar a D. João VI por interesses econômicos e estratégicos, pois se a França tivesse invadido Portugal e subalternado a Coroa dos Bragança, Bonaparte passaria a controlar além das colônias espanholas, a colônia portuguesa na América o que aumentaria a riqueza da França e diminuiria o mercado consumidor da Inglaterra. Por outro lado, ao ajudar a coroa portuguesa a se transferir para o Brasil, a Inglaterra faria isso com a garantia de conseguir vantagens econômicas como forma de pagamento por sua ajuda, fato este que ocorre, tornando a Inglaterra a maior beneficiada do comércio com o Brasil chegando a pagar somente 15% de impostos sobre os produtos comercializados com a colônia, percentual este menor do que o pago pela Metrópole Lusa que era de 16%. A chegada da Corte Lusa no Brasil inaugura um processo de modernização do Brasil e uma abertura econômica que culminaria com a emancipação política da América Portuguesa. No entanto, os custos para manter a coroa no Rio de Janeiro e todo o seu aparato administrativo torna-se oneroso demais para a estrutura da colônia, levando a uma cadeia desenfreada de aumento de impostos as Províncias do Estado do Brasil e as do Estado do Norte (Cf. MELO 2013). Ao chegar ao Brasil, uma das primeiras medidas de D. João VI, em resposta a invasão de Napoleão à Portugal, é ordenar que tropas luso-brasileiras invadam a Guiana Francesa como forma de represália as políticas expansionistas e imperialistas de Bonaparte e forma de salvaguardar a possibilidade de Napoleão desembarcar tropas francesas na Guiana para assim invadir o Brasil. Segundo Harris (2010, p.127-128): The invasion of Guyana was precipited by the departure of the Portuguese royal court to Brazil at the end of 1807. The fear that Napoleon's troops would land in Guyana and enter Brazil through its northern frontier forced the Overseas Council (Conselho Ultramarino) into action. As soon as Dom Joao VI arrived in Rio de Janeiro in March 1808, he declared war on France, paving the way to an invasion of Guyana. The King's statement observed that “the total ruin of Cayenne [the capital of Guyana] would be greatly esteemed by Royal interests [...]”. Seguindo o pensamento acima, inferimos que a invasão ou “tomada” de Caiena em Março de 1808, ação pensada por Francisco de Souza Coutinho e executada com a vinda da 121 Família Real para o Rio de Janeiro, deslocou “600 voluntários” do chamado “corpo de Vanguarda”, os quais, junto com os regimentos de infantaria e artilharia, somaram 991 homens que partiram em março de 1808 em direção a Caiena, que se rendeu em janeiro de 1809. Novos deslocamentos de tropas ocorreram e a insatisfação nas fileiras do exército foi o estopim de revoltas para forçar a volta dos soldados do Pará1. Muito além de serem apenas insatisfações, muitos desses soldados destacados das tropas do Grão-Pará tiveram contato com as ideias liberais e iluministas que circulavam na Guiana Francesa advindas do movimento de Revolução em que ainda respirava sua Metrópole. Fato a se historicizar também é a condição de “voluntários” em que mais de 600 homens partiram à Guiana, na maioria dos casos, boa parte desses homens eram homens brancos pobres e livres, homens de cor livres e negros escravos, ou seja, grande parte do contingente das tropas encontravam-se numa condição de subalternidade e latentes desigualdades socioeconômicas em relação a elite lusa e as demais autoridades paraenses, que ao entrarem em contato com os ideais da Revolução Francesa que circulavam por Caiena, passaram a se questionar sobre sua realidade social, sua condição humana e o tratamento dispensado a eles por aqueles que detinham o poder político-econômico no Grão-Pará. CONCLUSÃO: Atrelados a esse fator, o processo de organização da Corte Lusa no Brasil modificou o modo de arrecadação de impostos na colônia para conseguir a manutenção dos privilégios da Coroa. Tanto o contato com ideias iluministas, a modificação da carga tributária e a insatisfação popular com a economia e as questões sociais advindas da má governabilidade da Coroa serão um combustível para o estouro da pólvora em 1823 no processo de resistência do Grão-Pará a Adesão da Independência do Brasil e posteriormente na Revolta popular denominada de Cabanagem. Se por um lado a presença da Coroa portuguesa no Brasil representou uma maior fiscalização e exploração direta dos recursos naturais da colônia, como também investimento direto na produção agropastoril, por outro lado, representou o início do processo de emancipação política do Brasil em relação à Portugal, processo este marcado por muitas revoltas, guerras e insurreições populares, dentre as quais a Cabanagem do Grão-Pará simbolizou o marco da resistência popular em prol da ruptura do pacto colonial com a 1 NOGUEIRA, Shirley Maria Silva. A soldadesca desenfreada: politização militar no Grão-Pará da era da independência (1790-1850). Tese (Doutorado em História Social do Brasil), Salvador, Universidade Federal da Bahia, 2009. p. 174-251. 122 métropole Lusa, como também inaugurou a História Moderna da Amazônia sendo inspiração e base para estudos historiográficos de movimentos sociais no mundo todo –a Cabanagem no Grão-Pará significa para todo o continente americano, o que a Revolução Francesa significou para a Europa, precisando a primeira ser passível de mais estudos e pesquisas. REFERÊNCIAS BARBOSA, Aline Patrícia da Silva. et. al. Manual para normalização de trabalhos acadêmicos. Canoas: Ulbra, 2006. 98 p. CLEARY, David (Org.). Cabanagem: documentos ingleses. SECULT/IOE. Belém, 2002. HARRIS, Mark. Rebellion on the Amazon: The Cabanagem, Race and Popular Culture in the Brazilian Amazon 1798-1840. v.95 de Cambridge Latin American Studies. Londres: Cambridge University Press, 2010, 331 p. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003, 310 p. MACHADO, André R. A. A Quebra da Mola Real das Sociedades: A Crise Política do Antigo Regime Português na Província do Grão-Pará (1821-1825). 2006. Tese (Doutorado em História Social). FFLCH-USP, São Paulo, 2006. MELO,Wilverson Rodrigo S. Tempos de Revoltas no Brasil Oitocentista: a Revolução Cabana em Santarém na Região do Baixo Amazonas Paraense (1834-1838). In: VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA: CULTURAS E IDENTIDADES, 2013, Goiânia. Arquivos e Ditaduras. Goiânia: Editora da UFG, 2013. v. 6. p. 1-23. NOGUEIRA, Shirley Maria Silva. A soldadesca desenfreada: politização militar no GrãoPará da era da independência (1790-1850). Tese (Doutorado em História Social do Brasil), Salvador, Universidade Federal da Bahia, 2009. 123 EDUCAÇÃO INTEGRAL ENQUANTO EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA EM ESCOLAS MUNICIPAIS DESANTARÉM/PA Taiana Pereira de Aquino- UFOPA1 [email protected] Gerusa Vidal Ferreira- UFOPA2 [email protected] RESUMO: -A pesquisa tem por objetivo analisar como a política nacional de educação integral está sendo inserida no município de Santarém/PA, por meio das experiências pedagógicas nas escolas públicas do município. A pesquisa se desenvolverá com visitas de campo na secretaria municipal de educação5ªURE e em escolas que desenvolvem ações de política integral. Tais visitas terão a função dereunir fontes documentais que serão utilizadas na analise de informações voltadas para o desenvolvimento da política de educação integral. Os procedimentos revelam que por meio de Programas Federais como o Mais Educação, houve a ampliação do tempo integral, no entanto os dados coletados até o momento não permitem relacionar esta ampliação com melhoriasna qualidade da educação, esses aspectos serão pesquisados no decorrer do andamento da pesquisa. PALAVRAS-CHAVE:Políticas Educacionais; Educação integral. INTRODUÇÃO: Este trabalho é uma pesquisa de iniciação cientifica que visa realizarumlevantamento de dados a respeito da implementação das políticas de educação integral no município de Santarém/PA, especificamente nas escolas da rede pública municipal de educação. A pesquisa, em fase inicial, direcionaa coleta de informaçõesàSecretaria Municipal de Educação- SEMED, analisando as iniciativas do município na implementação dos programas federias aderidos. As origens históricasvinculadas à educação integralno Brasil tiveram inicio com as Escolas Parque através de seu fundador Anísio Teixeira. As ideias de ampliação do tempo escolar relacionada com atividades educativas diversificadas ganhou força legal nos anos 90 com a implementaçãoda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LEI N. 9.394, Art. 34), que em seuArt.34 determina que a jornada “escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola”. O Plano Nacional de Educação (PNE)foi elaborado em 1996, sendo reavaliados a cada dez anoscom a intenção devivificarentre 2001 á 2010, as metas de 1 Graduanda do Curso de Pedagogia 2011. Integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisas HISTEDBR/UFOPA. Bolsista do Programa de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Oeste do Pará -UFOPA, vinculada a Linha de pesquisa História, Política e Gestão Educacional na Amazônia. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas HISTEDBR/UFOPA. Bolsista de demanda social da Capes. 124 prorrogação do tempo escolar estabelecidas. No novo PNE contemplado nos anos de 2011 á 2020,propõe que 50% das instituições públicas de educação Básica ampliem a jornada de tempo integral até 2020.O Fundeb-fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação foi criado pela Ementa Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, que trouxe para os estados e municípios o agravante para a implementação da política de tempo integral nas instituições de ensino. As iniciativasgovernamentais de ampliação da jornada escolar como estratégia de se atingir uma educação integral surgiram a partirdas demandas dos movimentos sociaisque vislumbravana educaçãode tempo integralumarespostaàs vulnerabilidades sociais de crianças e adolescentes em situações desfavoráveis. Com essaestratégia se pretendiagarantir a assistência e o desenvolvimento integral da criança e adolescente ampliando assim o seu tempo escolar que nãoconsiste em apenas ampliar o tempo na escola mais sim de emancipar e formar cidadãos plenos.(COELHO; 2004). As estratégiasutilizadas visam garantir a articulação entre os saberes sistemáticos e ossaberes populares, possibilitando o alunosignificar e relacionar o seu conhecimento prévio do cotidiano e os saberes sistemáticos,garantindo a aprendizagem na perspectiva de cidadania. As experiências pedagógicas no âmbito de políticas de tempo integral passaram por muitas mudanças ao longo dos tempos e com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). Com isso a presente pesquisa visa mapear as experiências pedagógicasde Educação Integral em escolas municipais. METODO: A pesquisa de campo, de cunho qualitativo, será desenvolvida em quatro etapas: visitas a Secretaria Municipal de Educação com o intuito de fazer o mapeamento das escolas que desenvolvem ações voltadas parapolítica de educação de tempo integral; visitas as escolas que realizaram ou realizaram ações voltadas para o desenvolvimento da política de educação integral no município; levantamento e abordagem qualitativa com base em fontes documentais, entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários; analise das informações obtidas para a produção do banco de dados. A concepção consiste em: Segundo Paro“De acordo com os objetivos da pesquisa, interessava-nos entrar em contato com o tipo de experiências de extensão da escolaridade ou de atendimento de crianças fora do horário normal de aulas, que proporcionassem maior conhecimento das práticas desenvolvidas na área” (1998, p.135). 125 A primeira etapa da pesquisa visa identificar o que levou a se pensar em escolas de tempo integral além das visitas a Secretaria Municipal de Educação para fazer o mapeamento das escolas que desenvolvem ações voltadas para a política de educação integral em Santarém.Sendo que a base da pesquisa inicialmente tem se caracterizado segundo as abordagens relacionadas à leitura do livro Escola de tempo Integral Desafio Para o Ensino Público, que retrata as diversas concepçõesdeescolas de tempo integral, pois os alunosatendidos em sua maioria são considerados vulneráveis socialmente. Na segunda etapa da pesquisa pretende-seaveriguar como esta sendo as ações voltadas para aimplementaçãode política de educação integral no município, para tanto, serão realizadasvisitas as escolas com o intuitocoletardados que comprovem as práticase experiências pedagógicas desenvolvidas embasadas no tema gerador da pesquisa.Na terceira fase será realizada a análise e informações das fontes documentaisque possam permitir reconstituir o histórico da política de educação integral no município de Santarém. Na quarta e ultima etapa da pesquisa ocorrerá à análise das informações obtidas, que constituirão umbanco de dados, um relatório permitindo a organização e disseminação de informações obtidas na pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: - Até o momento os dados coletados são baseados na pesquisa bibliográfica que permitiperceber as mudanças ocorridasaolongo da história daeducação integral no Brasil.As primeiras tentativas de se inserir tempo integral nas escolas iniciou-se comAnísio Teixeira na década de 50 com a primeira implementação de um sistema no âmbito das políticas de educação integral. Outro ponto importante observado através dos mecanismos legais do país que os governos vêm estimulando a ampliação do tempo escolar. Estratégia como o Programa Mais Educação ofertados para todo o Brasil vem possibilitando ampliação do tempo de permanecia dos alunos na escola e, consequentemente a proteção de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. SegundoParo, no livro Escola de tempo Integral,a proteção social desse público que em sua maioria não possuem uma base familiar alicerçada é a ideia motivadora de programas como o supra citado(PARO;1988). Essa preocupação social agregada ao espaço educativo é explicitada nos textos oficiais do Ministério da Educação. A Educação Integral constitui ação estratégica para garantir proteção e desenvolvimento integral às crianças e aos adolescentes que vivem na contemporaneidade marcada por intensas transformações: no acesso e na produção de conhecimentos, nas relações sociais entre diferentes gerações e culturas, nas 126 formas de comunicação, na maior exposição aos efeitos das mudanças em nível local, regional e internacional. (BRASIL-MEC, 2009, p.18). Em Santarém é possível observar a adesão ao tema da educação integral na Rede pública municipal através das iniciativas locais e os programas federais aderidos pelo Município. Chegou-se a essa conclusão através de dados coletados através de documentos da Secretaria Municipal de Educação com a estatística escolar de 2013. A Secretaria Municipal de Educação-SEMED possui cerca de 399 unidades escolares, atendendo 58.401 alunos. Em se tratando das estratégias municipais de ampliação do tempo escolar o município aderiu em 2009 ao programa Mais Educação e em 2013 o número de escolas atendidas pelo programa era de 215, ou seja,54% das unidades escolares municipais. (Censo Escolar- SEMED; 2013). No entanto as escolas de tempo integral ainda são recentes e precisam ser trabalhados levando em consideração o projeto pedagógico, os saber sistemático e os saberes populares de maneira que o aprendizado se torne significativo para o aluno. CONCLUSÃO: - A pesquisa ainda está em fase inicial, mas os dados iniciais apontam para uma crescente ampliação da jornada escolarno município de Santarém/PA,Os mecanismos legais corroboram essa ampliação em especial àsdeterminações da(LEI N. 9.394, Art. 34), quedetermina que seja “progressivamente ampliado o período de permanência na escola" (LEI N. 9.394, Art.34)integral e suas pratica pedagógicas como forma de debater os experiências exitosas e seus desafios com vistas a alcançar uma educação plena. REFERENCIAS: AZEVEDO, Janete M. Lins de. A educação como política pública. Campinas, SP: Autores Associados, 1997. BRASIL-MEC. Programa Mais Educação: gestão intersetorial no território – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009. BRASIL, Ministério da Educação. Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em 03-102014. BRASIL, Ministério da Educação. Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em 03/10/2014. 127 COELHO, Lígia Martha C. da Costa. História(s) da educação integral. 27ª. Reunião Anual da ANPEd (Caxambu, Minas Gerais, 2004). Disponível em http://emaberto.nep.gov.br/index. php/emaberto/article/view/1472/1221. Acessado em 03/05/2014. PARO,Vitor Henrique. Escola de tempo integral:desafio para o ensino público. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1988. 128 ESTAGIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL CRECHE E PRÉ – ESCOLA: INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO UTILIZADOS NA UMEI. Conceição Maria de Sousa Cante1 Elaide Maria Godinho dos Santos¹ KalinaGeanne Sousa Barbosa Matos¹ Naide Pedroso de Sousa2 RESUMO: A infância como construção social varia no tempo e espaço. Os documentos vigentes no Brasil apontam para uma visão de infância ligada a ideia de criança integral, com características peculiares a quem se deve oferecer possibilidades de construção por meio de interações sociais. O contexto atual define as funções educativas de creches e pré- escola ampliando o atendimento as crianças de 0 a 5 anos. Portanto, qualquer curso de formação profissional suscita que se tenha uma visão sistemática, critica dos processos educacionais relativos a infância. Essa pesquisa faz parte de uma das etapas do estagio I, realizado em uma Unidade Municipal de Educação Infantil – UMEI no Município de Santarém. Este estudo objetiva identificar os instrumentos como registro de avaliação de forma concreta, uma vez que deve respeitar, e assim tornar ciente a real condição de adaptação, atitudes com seus colegas, educadores e outros adultos além de aquisição de hábitos pessoais, sociais e na construção do estado afetivo emocional. A metodologia consiste em pesquisa bibliográfica e de campo tendo como referencias livros, artigos e sites que permitam a compreensão do assunto. Os resultados e conclusões serão conhecidos no segundo semestre de 2014, visto que ainda não se concluiu a pesquisa. PALAVRAS – CHAVES: Educação Infantil, Avaliação, estágio. INTRODUÇÃO: O presente artigo aborda o tema Creche e Pré – escolar: Instrumentos de avaliação na UMEI (Unidade Municipal de Ensino Infantil). Com esse estudo tem-se o objetivo geral adquirir uma visão global da educação infantil: creches e pré-escola para observação, investigação da realidade, participação, planejamento, posterior da docência para maior desenvolvimento da criança de 0 aos 5 anos e conscientizar-se do papel do professor no processo educativo bem como no papel social e político da escola e como objetivo especifico visareconhecer a importância da ação educativa planejada numa perspectiva critica reflexível e investigativa, observar a prática pedagógica utilizada pelo docente em sala de aula na creche e pré-escolas e associar a teoria com a prática nas atividades de classe na educação infantil. Este estudo objetiva identificar os instrumentos com o registro de avaliação de forma concreta, uma vez que deve respeitar e, assim tornar ciente a real condição de adaptação, atitudes com seus colegas, educadores e outros adultos além de aquisição de hábitos pessoais, sociais e na construção do estado afetivo emocional. A relevância desse estudo está em reconhecer a importância de formar cidadãos desde a infância cada vez mais comprometidos com a sociedade. Entende-se que asociedade tornasemais exigente, e estas devem ser trabalhadas pedagogicamente a partir das necessidades 1 2 Acadêmicas do curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém Professora e Orientadora do curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém 129 globais num processos de transformações continuas mediante interação entre si e o meio em que vive O contexto atual define as funções educativas de creches e pré-escolas ampliando o atendimento as crianças de 0 a 05 anos. Portanto, qualquer curso de formação básica profissional suscita que se tenha uma visão sistemática, critica dos processos educativos em ambiente escolar. A educação infantil é a construção da base necessária ao caminho do desenvolvimento da nossa sociedade é um procedimento que depende de cada criança, de suas experiências anteriores, do ambiente em que vive e da relação com o meio. A criança precisa de assistência, cuidado e consequentemente de educação dirigida, que lhe possibilite um amplo desenvolvimento de suas faculdades mentais e físicas, contudo a educação familiar aliada à escolar permitirá que a criança ultrapasse as diversas transformações que ocorrerá ao longo de sua vida, de forma equilibrada e sadia. (ALENCAR. Pag. 06, 2011). Portanto faz-se necessário que toda criança tenha direito a uma educação de qualidade, lhe possibilitando tornar-se um elemento integrador do desenvolvimento integral, tanto físico, cognitivo, intelectual e moral. De acordo com a Lei Nº 12.796 de 04 de abril de 2013 no Art. 29 a educação infantil e a primeira etapa da educação básica como finalidade o desenvolvimento integral da criança de 0 a 05 anos, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Art.30-II pré-escolas para crianças de 04 e 05 anos de idade. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e de campo. Procedimento metodológico da pesquisa do TIIC parte de um estudo qualitativo feito a partir do estagio em educação infantil, efetuadas por etapas que foram; observação, participação e regência a partir do tema sobre os instrumentos de avaliação da UMEI. Tendo abordagem qualitativa, a partir da análise dos conceitos e teorias que referenciam a pesquisa em foco. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Na educação infantil é necessário avaliar o processo de ensino aprendizagem da criança, e é neste contexto que o educador deve estar atento a cada passo do seu desenvolvimento. A observação é o principal instrumento que o educador avalia o processo de construção do conhecimento. Art. 31 Na educação infantil a avaliação far – se – á mediante acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. 130 Com o intuito de observar e contribuir para uma educação mais acessível no nosso município, este trabalho procurou analisar este processo educacional que ira ser relevante no desenvolvimento de nossas crianças que serão futuros cidadãos. Portanto, a educação infantil é o ensino que requer uma atenção mais voltada para o desenvolvimento individual. Logo tem seus instrumentos avaliativos, necessário na realização do processo sistemático e contínuo ao longo de todo o ensino aprendizagem das crianças. As situações de estimativas devem ocorrer em atividades contextualizadas para que se possa observar a evolução destas crianças. A observação é o principal instrumento que o educador tem para avaliar o processo de construção do conhecimento. Os critérios de avaliação devem ser compreendidos como referências que permitem a análise do seu avanço ao longo do processo, considerando que as manifestações desses avanços não são lineares, nem idênticas entre as crianças (BRASIL, 1998, p. 159) Na unidade a estimativa é organizada a partir da observação, acompanhamento e registros de etapas alcançadas nos cuidados e educação das crianças, ocorrendo de forma sistemática e continua, ao longo de todo processo de aprendizagem, sendo as situações de avaliação contextualizadas para que se possa analisar a evolução da criança. O registro destas avaliações é feito constantemente no caderno de anotações dos professores, sendo repassado aos pais por meio de relatórios e acompanhamentos trimestrais. Estes apresentam uma síntese de desenvolvimento da criança nas áreas cognitivas, psicomotora e sócio afetiva, não tendo o caráter de classificação, seleção ou retenção nas turmas. REFERÊNCIAS: GUTIÉRRZ, Francisco; PRADO, CRUZ. Eco pedagogia e cidadania planetária 3.ed.Instituto Paulo Freire 2002. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/42527/instrumentos-de-avaliacao-e-seusobjetivos-na-educacao-infantil#ixzz3BKsD9UIM 131 ESTÁGIO SUPERVISIONADO- A ROTINA EDUCACIONAL NAS UNIDADES MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM SANTARÉM- PARÁ Ana Marília Gonçalves Santos1 Marí[email protected] Maria Sueli Costa Figueira2 [email protected] Naide Pedroso de Sousa3 [email protected] RESUMO: A creche surgiu como uma instituição assistencial, que ocupava o lugar da família, nas diversas formas de ausência. Quando a família não conseguia se responsabilizar pelo cuidado e pela educação da criança, direcionava essa função a Creche, hoje denominada Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI). Neste sentido faz-se necessário conhecer a rotina educacional no Município de Santarém, na busca da autonomia e elencar as facilidades e dificuldades encontradas nesta faixa etária, em consonância com a equipe gestora pedagógica. A presente pesquisa tem como objetivo adquirir visão da educação infantil através da observação e investigação da realidade, aprofundando o papel dos educadores no processo educativo, em como do papel social e político da escola. O procedimento metodológico parte de um estudo bibliográfico aliado a pesquisa de campo, utilizando como instrumento a entrevista semiestruturada com os educadores e equipe gestora, observação da rotina escolar das crianças através do Estagio Supervisionado na educação infantil no bairro da Nova República. PALAVRAS-CHAVES: UMEI, educação, rotina. INTRODUÇÃO-: O presente artigo aborda o tema – A rotina educacional nas unidades municipais de educação infantil (UMEI) de Santarém-Pará, tendo como objetivo geralAdquirir visão global da educação infantil: creche e pré- escola através de observação e investigação da realidade, participação e planejamento posterior da docência para maior desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos, conscientizando-se do papel de educadores no processo educativo, bem como do papel social político da escola e como objetivo especifico reconhecer a importância da ação educativa planejada numa perspectiva critico-reflexivoinvestigativa, além de elaborar atividades docentes que atendam as diversas fases do desenvolvimento físico, psicopedagógico e social considerando o enriquecimento do aprendizado e ser capaz de caracterizar a comunidade e a clientela com a qual vai-se trabalhar. Este estudo objetiva identificar como o ambiente físico desta UMEI contribui para a autonomia da criança, quais os métodos usados pelos educadores que facilitam o aprendizado da criança, quais dificuldades de aprendizagem nesta faixa etária e de que forma esta dificuldade é trabalhada em consonância com a equipe gestora e pedagógica. 1 Acadêmica do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. Acadêmica do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. 3 Professora e orientadora do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém CEULS/ULBRA. 2 132 A criança é um ser pensante, logo, conclui-se que também é um ser sociável. Considerando este pensamento e somando-o com a LDB que enfatiza a Educação Infantil como um direito social de toda criança brasileira, cabendo a toda instituição de educação promover de forma eficaz e contagiante o desenvolvimento da identidade das crianças por meio de aprendizagens diversificadas e significativas que promovam a interação entre si, e o desenvolvimento integral. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e de campo que abordou o tema sobre a rotina educacional nas unidades. Tendo abordagem qualitativa, a partir da análise dos conceitos, teorias e outros aportes teóricos que referenciam a pesquisa em foco. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Está pesquisa foi realizada na Unidade Municipal de Educação Infantil Nova República, localizada no mesmo bairro que possui desenvolvimento de um minicentro urbano. Sua localização contribui para o atendimento aos bairros adjacentes. A clientela atendida pela unidade de ensino são pessoas oriundas de famílias carentes e muitas vezes desestruturadas, fato este que interfere no relacionamento interescolar. Essa unidade surgiu a partir de reivindicações feitas pela associação de moradores do referido bairro à Prefeitura Municipal de Santarém, inaugurando seu prédio no dia vinte e sete de outubro de mil novecentos e noventa e quatro, sob a responsabilidade da Secretária Municipal de Trabalho e Assistência Social- SEMTRAS. Atualmente a unidade atende oitenta e cinco crianças de 03 e 04 anos em período integral com total de quatro turmas sendo duas de maternal e duas de pré-escola. Por cada turma é responsável uma professora e uma auxiliar. A unidade possui oito professores, todos com nível superior. A unidade ainda conta com dez funcionários de apoio, todos com ensino médio. As turmas estão distribuídas de acordo com cada faixa etária atendida pela UMEI. Obedecendo ao número de 15 a 20 crianças por sala, de acordo com a Portaria. As salas de aula são agradáveis e estimulantes, organizadas com cuidado de garantir espaço e movimentos, com móveis adequados e ornamentadas pelo professor de acordo com cada faixa etária. O objetivo da unidade é consolidar a Educação Infantil como primeira etapa da educação básica, apontando a diferenciação de idade prevista na LDB 9394/96, favorecendo o desenvolvimento psicossocial da criança através de atividades lúdicas proporcionando a inclusão na sociedade enquanto ser capaz de pensar, agir e refletir sobre o meio em que vive. 133 A rotina é um elemento importante da Educação Infantil, dando a criança sentimento de estabilidade e segurança, de forma rica, alegre e prazerosa, ampliando as experiências infantis. Partindo deste pressuposto a UMEI Nova República estabeleceu-se a rotina seguinte: turno matutino entrada às 7:00hrs, lanche 8:00hrs banho 10:00hrs, almoço 11:00hrs após o almoço escovação de dentes e descanso. Já no turno vespertino o lanche são às 14:00 depois retornam pra sala onde eles brincam, dançam até a hora do banho que é às 15:00 horas após o banho vão se arrumar e esperar o jantar que é servido às 16:00 horas. Depois do jantar, escovam os dentes e voltam para a sala assistir DVD até a saída 17:00 horas. As crianças são muito autônomas, elas mesmo já se penteiam, guardam as toalhas e sabem o que é seu e o que é do seus coleguinhas. A proposta pedagógica da UMEI Nova República elege o ato de cuidar e brincar como primordial na formação de hábitos, valores e atitudes, com respeito ao individuo e suas diferenças, na consciência critica de mundo, na valorização da autonomia exercida com responsabilidade e respeito aos limites, estimulando na criança a capacidade de descobrir, produzir e criar, respeitando seu tempo, talento e habilidades. “O brincar para criança é fundamental para seu desenvolvimento. É através da brincadeira que ela, com o uso da imaginação e da criatividade, lidam com sua ansiedade seu medo e frustrações”.(Krieger,2008,p.106) Ainda, de acordo com Krieger (2008, p. 108): Piaget diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso indispensável a pratica educativa em sua teoria, ele ainda afirma que o brincar possibilita a criança a manipular o mundo inteiro fazendo com que ela se encaixe nos seus esquemas atuais. Vygotsky enriquece mais a tese do brincar na educação infantil, para ele a brincadeira, a criação de situações imaginárias, surgem da atenção entre o individuo e a sociedade. Ela libera a criança das amarras da realidade imediata e lhe permite controlar a situação existente e enfatiza que o ser humano, desde seu nascimento viva rodeado de cultura e a vivência nesse mundo cultural é fundamental para a sua transformação. CONCLUSÕES: No decorrer da pesquisa observamos que a rotina é indissociáveis no cotidiano da creche, no entanto cada professor respeita seus horários de acordo com que foi estabelecido no inicio de cada ano por meio de reuniões, que debatem em conjunto com o corpo docente, discente. Administrativo, conselho escolar e representante da comunidade, pais e demais interessados. 134 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília MEC/SEB,2010. 135 EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS COMO POLÍTICA INDUTORA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL EM ESCOLAS ESTADUAIS DE SANTARÉM/PA Heloíza Mônica de Almeida Pimentel –UFOPA1 Wanessa Santiago Pontes—UFOPA 2 Gerusa Vidal Ferreira- UFOPA 3 [email protected] [email protected] [email protected] RESUMO: - As políticas públicas voltadas para a educação integral é eixo que norteia a investigação da presente pesquisa que, tem o intuito de registrar e analisar como a política nacional de educação integral está sendo implementada nos municípios de Santarém e (PA), verificando as experiências pedagógicas em escolas estaduais de Santarém/PA enquanto política indutora da Educação Integral. Trata-se de uma pesquisa de iniciação científica, em fase inicial, vinculada ao PIBIC/CNPq/UFOPA, que possui como locus de investigação as escolas da rede pública estadual da cidade de Santarém. O trabalho será desenvolvido de acordo com as seguintes etapas: visitas à 5ª Unidade Regional de Ensino e posteriormente visita as escolas com a finalidade de obter dados e reunir documentos necessários para a consecução dos objetivos propostos na pesquisa; levantamento, seleção e digitalização de informações (fontes documentais e outras) que permitam reconstituir as experiências pedagógicas voltadas para as politicas de educação integral; e análise das informações obtidas e elaboração do relatório. Os resultados parciais mostram que houve uma ampliação do tempo escolar com a implantação de Programa Federais. Essas alterações no contexto da educação pública brasileira começaram a ser significativas após aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). PALAVRAS - CHAVE: Políticas Educacionais. Educação Integral. Ensino. INTRODUÇÃO: - Este trabalho é o resultado de uma pesquisa de iniciação científica, em fase inicial, vinculada ao PIBIC/CNPq/UFOPA que possui como campo de investigação as escolas da rede pública estadual da cidade de Santarém, com o intuito de registrar e analisar como a política nacional de educação integral está sendo implementada nos municípios de Santarém (PA), verificando as experiências pedagógicas de educação integral nessas escolas. Assim, pretende-se compreender as políticas públicas de ampliação do tempo escolar na perspectiva na educação integral em Santarém. A partir da primeira metade do século vinte (1920) iniciaram as tentativas de se implantar educação integral no Brasil. Em 1950 Anísio Teixeira inaugura em Salvador na Bahia o Centro Educacional Carneiro Ribeiro e, trinta anos depois (1980 e 1990), Darcy Ribeiro, no Rio de Janeiro, cria os Centros Integrados de Educação Popular- Cieps. 1 Graduanda do Curso de Letras da UFOPA; Bolsista do Programa de Iniciação Científica – PIBIC/ CNPq. Graduanda do Curso de Letras/Inglês. Integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisas HISTEDBR/UFOPA. Bolsista do Programa de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq. 3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA, vinculada a Linha de pesquisa História, Política e Gestão Educacional na Amazônia. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas HISTEDBR/UFOPA. 2 136 (COELHO, 2004). Contudo, apenas recentemente as políticas públicas para educação integral começam ter consistência, estando previstas nos dispositivos legais que regem a educação Brasileira, como a partir de 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na qual se determina que seja "progressivamente ampliado o período de permanência na escola" (LEI N. 9.394, Art. 34), sendo corroborada com metas de ampliação progressiva do tempo escolar no Plano Nacional de Educação (2001-2011). O Plano aprovado em maio de 2014 no congresso nacional Projeto de Lei Nº 103/2012, propõe que 50% das instituições públicas de Educação Básica ampliem sua jornada até 2020. METODO: A pesquisa é vinculada ao Plano de bolsa de iniciação cientifica (PIBIC)/ Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) do Grupo de pesquisa e história, sociedade e educação no Brasil (HISTEDBR) da Universidade Federal do Oeste do Pará. Refere-se a uma pesquisa de campo, é um trabalho de caráter qualitativo que irá ser desenvolvido entre os anos de 2014 e 2015, tendo como lugar de investigação escolas da rede pública estadual de Santarém. A metodologia utilizada consiste em um levantamento documental que permita reconstituir as experiências pedagógicas voltadas para as politicas de educação integral. O trabalho será desenvolvido em etapas: tal como visitar a 5ª unidade regional para fazer o mapeamento das escolas que desenvolvem ações voltadas para da política de educação integral em Santarém; visitar as escolas que realizaram e/ou realizam ações voltadas para o desenvolvimento da política de educação integral em Santarém; levantamento, seleção e digitalização de informações (fontes documentais e outras) que permitam reconstituir o histórico da política de educação integral ao longo do período delimitado para estudo; analisar as informações obtidas, produzir banco de dados e elaborar relatório. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Santarém está localizada na meso-região do Baixo Amazonas-Pará, com uma população em 294.580 habitantes (IBGE, 2010). A administração da educação pública estadual, de responsabilidade da 5ª Unidade Regional da Secretaria Estadual de Educação –SEDUC, atende 28.345 alunos em seus diferentes níveis e modalidades, distribuídos em 35 unidades escolares, das quais 26 aderiram ao programa mais educação do Governo Federal (Censo Escolar- SEDUC/PA; 2013). Os resultados parciais mostram que houve uma ampliação do tempo escolar com a implantação de Programa Federais, como por exemplo o Programa Mais Educação, que desde sua implantação vem se expandindo em Santarém. Essas alterações no contexto da educação 137 pública brasileira começaram a ser significativas após aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), porém os dados coletados até o momento não permite relacionar esta ampliação com avanços na melhoria da qualidade da educação, tais aspectos ainda serão investigados no decorrer da pesquisa. REFERÊNCIAS: BRASIL. Programa Mais Educação: gestão intersetorial no território – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009. BRASIL, Ministério da Educação. Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em 09/03/2014. BRASIL. Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. As desigualdades na escolarização do Brasil: relatório de observação N. 4. 2. ed. Brasília: CDES, 2011b. BRASIL. MEC. SAEB. INEP. Censo escolar. <http://sistemasideb.inep.gov.br/resultado/>. Acesso em: 21/07/2011d. Disponível em: COELHO, L. M. C. da C. História(s) da educação integral. 27ª. Reunião Anual da ANPEd (Caxambu, Minas Gerais, 2004). Disponível em http://emaberto. inep.gov.br/index. php/emaberto/article/view/1472/1221. Acessado em 03/05/2014. COELHO, L. M. C. da C. História(s) da educação integral. Em Aberto. Brasília, v. 22, n. 80, p. 83-96, abr. 2009. FUNDAÇÃO ITAÚ – CENPEC. Tendências para a educação integral. São Paulo, CENPEC, 2011. Disponível em http://ww2.itau.com.br/itausocial2/pdf/ed_integral.pdf. Acessado em 06/05/2014. GRAMSCI, A. Cadernos do Cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. v.2. SEDUC. Relatório de Matrícula. Disponível em http://www.seduc.pa.gov.br/portal/ escola/onsulta_matricula/RelatorioMatriculas.php?codigo_ure=5&codigo_municipio=44997. Acessado em 22 de setembro de 2014. 138 FORMAÇÃO DOS GESTORES ESCOLARES: RESIGNIFICANDO CONCEPÇÕES Diana Albuquerque dos Santos1 Elenise Pinto de Arruda2 Prof.ªDrª. Maria Lília Imbiriba Sousa Colares3 RESUMO: O presente texto aborda a política pública de formação continuada tendo como recorte o curso de especialização em gestão escolar. A pesquisa em andamento tem como objetivos: Realizar um perfil dos cursistas; Identificar os propósitos do curso e como está sendo efetivado; Conhecer as concepções de gestão escolar dos cursistas. Com uma abordagem qualitativa, a pesquisa se desenvolve com os gestores matriculados na turma 2013, utilizando os seguintes instrumentos: pesquisa bibliográfica, análise documental, aplicação de questionário e entrevistas. Inicialmente, verificou-se que no Brasil, do total de dirigentes escolares, 29,32% possuem apenas formação em nível médio, sobretudo nos estados das regiões norte, nordeste e centro-oeste; 69,79% em nível superior e apenas 22,96% possuem curso de especialização. Sobre os cursistas, foi visto que 62%graduaram-se em Pedagogia e78% vinculam-se a rede municipal de ensino; Entende-se que conhecer o curso, o perfil dos alunos e suas concepções, contribuirá para a identificação e análise das mudanças que estão sendo processadas no cotidiano da escola daqueles que ingressaram no curso. PALAVRAS-CHAVE: Gestão escolar. Formação continuada. Concepções. INTRODUÇÃO: Atualmente, o perfil de gestor para atuar nas instituições escolares tem sido cada vez mais exigente, tendo em vista as cobranças que essas instituições têm recebido da sociedade globalizada. A gestão é tida como um dos mecanismos de alcance da aprendizagem e deve estar “atenta aos processos educacionais de maneira a oferecer meios que viabilizem a concretização das expectativas da sociedade e, particularmente dos sujeitos envolvidos no atode ensinar e aprender” (COLARES, 2012. p.53). Diante do exposto, “[...] o novo sentido da gestão democrática da educação é o de humanizar a formação nesta cultura globalizada, dirigida virtualmente, pelo capitalismo [...]” (FERREIRA, 2004, p. 1242) e ainda, “[...] mais do que nunca se faz necessário ressignificar a gestão da educação a partir de outra base ética, que permita fazer frente aos desafios constantes da cultura globalizada [...]” (FERREIRA, 2004). Perante esta realidade são implantadas medidas que visam qualificar os profissionais que estão à frente da gestão das escolas. Exemplo disso, é o Programa Nacional Escola de Gestores da Educação Básica Pública, que está vinculado à Secretaria de Educação Básica, do Ministério da Educação (SEB/MEC). Teve seu marco inicial em 2005, em meio as reformas educativas que tiveram com um dos eixos centrais a gestão da educação. Há de se considerar, 1 Estudante de graduação da Universidade Federal do Oeste do Pará. Bolsista PIBIC/CNPQ Mestranda do PPGE da Universidade Federal do Oeste do Pará. 3 Pós-doutoraem Educação. Docente do PPGE da Universidade Federal do Oeste do Pará. Orientadora da Pesquisa 2 139 portanto, que este programa surge em meio a um processo de revitalização dos sistemas de administração da educação e sem dúvida traz em si influências desse contexto. O Programa por meio do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Gestão Escolarforma em nível de especialização gestores das escolas públicas da Educação Básica, visando contribuir com a qualificação dos gestores na perspectiva da gestão democrática e da efetivação do direito à educação escolar básica com qualidade social. Essa formação acontece por meio de parcerias com instituições de ensino superior e do ensino a distância. Conhecer as concepções e práticas dos que atuam na gestão das escolas é relevante para se compreender como essa relação se efetiva na realidade escolar, quais são as contradições e semelhanças e como isso se materializa no cotidiano da escola. Por isso, esta pesquisa tem como objetivo conhecer as concepções de gestão dos gestores escolares; o perfil dos cursistas; e como o curso está se efetivando. Entende-se que esses dados contribuirão para a identificação e análise das mudanças que estão sendo processadas pelos que ingressaram nos referidos cursos, apontando aspectos que podem servir futuramente como subsídios de avaliação da implantação deste programa como política de formação. MÉTODO: Este projeto propõe uma investigação conduzida com base nos pressupostos teóricos metodológicos da pesquisa qualitativa tendo em vista que nesta abordagem “a preocupação com o processo é muito maior do que o produto. O interesse do pesquisador ao estudar um determinado problema é verificar como ele se manifesta nas atividades, nos procedimentos e nas interações cotidianas (LUDKE; ANDRÉ, 1986 , p. 12). E ainda considerando que, “nestes estudos há sempre uma tentativa de capturar a ‘perspectiva dos participantes’, isto é, a maneira como os informantes encaram as questões que estão sendo focalizadas” (LUDKE;ANDRÉ, 1986 , p. 12) e que seu objetivo “é o de melhor compreender o comportamento e experiência humanos” (BODGAN;BIKLEN, 1994) compreende-se que esta abordagem enriquecerá o processo de discussão proposta. Para o desenvolvimento do trabalho serão usados um conjunto de instrumentos e procedimentos de pesquisa, com vistas a garantir a melhor compreensão dos fatores envolvidos no processo educativo. Assim, a coleta de dados é composta por análise documental, aplicação de questionário e entrevistas coletivas. Os sujeitos desta pesquisa serão os gestores escolares matriculados em outubro de 2013 no Curso de Especialização em Gestão escolar da UFOPA. 140 RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao se analisar o Projeto do Curso elaborado pelo MEC,verificou-se que no Brasil, do total de dirigentes escolares, 29,32% possuem apenas formação em nível médio, sobretudo nos estados das regiões norte, nordeste e centro-oeste; 69,79% tem formação em nível superior e apenas 22,96% possuem curso de pós-graduação lato sensu. Esses dados demonstram a necessidade de medidas que visem a formação continuada/pós-graduada dos gestores buscando contribuir para a elevação da qualidade do ensino ofertado na educação básica. O Programa Nacional Escola de Gestores, por meio do Curso de Especialização em Gestão Escolar, vem trabalhar dentro dessa perspectiva. O curso, oferecido pela segunda vez pela Universidade Federal do Oeste do Pará,iniciou em outubro de 2013 e tem encerramento previsto para dezembro de 2014. Estão matriculados no curso 406 cursistas, distribuídos em polos, na qual fazem parte os seguintes municípios: Santarém, com duas turmas e Belterra, Óbidos, Alenquer, Juruti, Oriximiná, Rurópolis, Novo Progresso e Itaituba, com uma turma cada. Referente a rede vinculada, 78% estão na rede municipal de ensino, 12% a rede estadual, 6% corresponde a demanda social e 4%. Percebe-se nestes dados a maior participação da rede municipal, questionando-se a pequena presença da rede estadual. Quanto a formação dos participantes levantou-se que 62% possuem o curso de Pedagogia, 11% o curso de Letras, 4 % o curso de Licenciatura em anos iniciais do ensino fundamental, 4% em História e 3% em Matemática. Outros cursos com porcentagens muito pequenas apareceram no levantamento da formação dos gestores. São eles: Biologia, Geografia, Educação Física, Filosofia, Ciências Sociais, Ciências Naturais, Educação Artística, Física, Química, Teologia, Ciências Contábeis, Gestão de recursos humanos, Serviço Social, Tecnológo em redes de computadores. Como não foi possível fazer o cruzamento dos dados, chama atenção a presença, apesar que em número reduzido, de áreas que não são licenciaturas. Esse fato pode ser explicado pelas seguintes possibilidades: os bacharelados presentes compõem o grupo de cursistas oriundo da demanda social ou, o curso apesar de ser oferecido para gestores escolares, também atendem outros profissionais que compõem a equipe gestora da escola, mas não necessariamente os dirigentes. Porém, percebe-se que o curso de Pedagogia é a formação majoritária dos cursistas e isso vem ao encontro com o que se preconiza legalmente. O curso está em desenvolvimento, os cursistas estão em atividades, portanto, não é possível levantar as taxas de aproveitamento. São dados que serão posteriormente levantados e virão a contribuir para a referida análise. 141 CONCLUSÃO: Importante destacar que a pesquisa está em andamento, no entanto, preliminarmente, já é possível visualizar o perfil dos cursistas, sendo que esse é um dos objetivos que se propõe. Conhecê-los traz elementos necessários para se compreender que concepções e práticas permeiam esse cotidiano escolar. Ademais, entende-se que conhecer os panoramas do curso, o perfil dos alunos e as concepções e práticas por eles apontadas contribuirão para a identificação e análise das mudanças que estão sendo processadas pelos que ingressaram no referido curso, apontando aspectos que podem servir futuramente como subsídios de avaliação da implantação deste programa como política de formação. REFERÊNCIAS BODGAN, Robert. BIKLEN, Sari. Investigação Qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal- Porto: Porto Editora, 1994.l COLARES, Anselmo Alencar. Educação na Amazônia: o papel do gestor na melhoria dos processos educacionais. In: SOUSA COLARES, Maria Lília Imbiriba; XIMENES-ROCHA, Solange Helena, COLARES, Anselmo Alencar (Orgs). Gestão democrática: A escola pública e a formação continuada como objeto de análise. Belém: GTR, 2012. FERREIRA. N. S. Repensando e ressignificando a gestão democrática na “Cultura Globalizada” Educ. Soc., Campinas, vol. 25, n. 89, p. 1227-1249, Set./Dez. 2004. Disponível em: www.scielo.br/pdf/es/v25n89/22619.pdf. Acesso em 20.10.13 LUDKE, Menga.ANDRÉ,Marli E.D.A. Pesquisas em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. 142 GESTÃO DEMOCRÁTICA: O PAPEL DO GESTOR NA ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA Bruna Mayara Serique de Sousa1 Maria Rosiane de Sousa Lira2 Izabel Alcina Soares Evangelista³ RESUMO: O TIIC ( Trabalho Interdisciplinar de Iniciação Científica) cujo tema Gestão Democrática: o papel do Gestor na Escola de Educação Básica justificou-se pelo o interesse em conhecer o funcionamento da gestão democrática, e o papel do gestor dentro desse modelo de gestão, por esse motivo teve-se curiosidade em conhecer os tipos de gestão mais utilizados pelos gestores de escolas e qual gestão é mais conveniente para gerir uma escola de Educação Básica. Tendo como objetivo verificar como os teóricos abordam a gestão democrática na escola de educação básica. A metodologia caracteriza-se em pesquisa bibliográfica fundamentada em obras literárias que envolvem leituras direcionadas ao tema pesquisado, visando conhecer a modalidade particular dos autores. Os resultados indicam que: existem quatro concepções de gestão: a técnico-científica, a autogestionária, a interpretativa e a democrático-participativa .Conclui-se que a gestão democrática ou participativa é o modelo de gestão mais aconselhável para os gestores de escola, que busca a participação coletiva da comunidade escolar possibilitando a participação, transparência e democracia que requer uma estrutura descentralizadora e participativa para administração de seus serviços institucionais e organizacionais. PALAVRAS-CHAVE: Gestão Democrática, Papel do gestor, Educação Básica. INTRODUÇÃO: A gestão escolar democrática é hoje uma exigência da sociedade como possível caminho para a democratização do poder na escola e na própria sociedade. Analisando as diversas práticas administrativas, percebe-se a necessidade do diretor ser um mediador das questões pedagógicas no envolvimento de toda a comunidade escolar para melhorar a qualidade do ensino. Acontece que, na prática, não é isso o que se constata. Frequentemente, o diretor vê-se atraído, no poder executivo, pelas questões administrativas, abrindo mão de tarefas importantes relacionadas, também, à melhoria da qualidade do ensino. Até recentemente falava-se apenas em administração escolar que compreende as atividades de planejamento, organização, direção, coordenação e controle. A gestão envolve estas atividades, mas, em suas formas mais radicais, parece ir além, incorporando também a filosofia e política. Dessa forma, o diretor de escola tem como principal função coordenar, organizar e gerenciar todas as atividades da escola, devendo atender às leis, regulamentos e determinações dos órgãos superiores do sistema de ensino e às decisões no âmbito da escola assumidas pela equipe escolar e pela comunidade. No Brasil, com a reabertura político-democrática, pós Ditadura Militar (1964 - 1985), a Constituição Federal de 1988 chegou para definir a “gestão democrática do ensino público, na forma da lei” como um de seus princípios (Art. 2006, Inciso VI). Alguns anos mais tarde, a 1 Acadêmica do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA. Acadêmica do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA. ³ Professora orientadora do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA. 2 143 Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996, vem reforçar esse princípio. De acordo com a LDB em seus artigos 14 e 15, apresentam as seguintes determinações, referentes a Gestão Democrática: Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas de direito financeiro público. Dessa forma, cabe nesta regulamentação o princípio da autonomia, mais de nada adianta uma Lei de Gestão Democrática do Ensino Público que “concede autonomia” pedagógica, administrativa e financeira às escolas, se o diretor, professores, alunos e demais atores do processo desconhecem o significado político da autonomia, a qual não é dádiva, mas sim uma construção contínua, individual e coletiva. Significa dizer que o individuo pode criar suas “próprias leis”, resolver determinadas situações sem ter que perguntar sempre a alguém o que fazer, mas sem esquecer dos princípios determinados pela escola. A gestão participativa ou Democrática é um dos campos mais complexos da moderna teoria geral da administração, envolvendo diversos conceitos, técnicas, experiências práticas e um profundo conteúdo filosófico-doutrinário. De maneira abrangente, administrativa é uma filosofia ou doutrina que valoriza a participação das pessoas o processo de tomada de decisões sobre diversos aspectos da administração das organizações. No contexto atual essa proposta está presente em praticamente todos os discursos da reforma educacional no que se refere à gestão. A legislação é um mecanismo regulador da gestão democrática, na medida em que impõem critérios de participação aos segmentos organizados da comunidade escolar. Organizar significa dispor de forma ordenada, planejar uma ação e prover as condições necessárias para realiza-la. Assim a organização escolar refere-se aos princípios e procedimentos relacionados á ação de planejar o trabalho da escola, racionalizar o uso de recursos ( materiais, financeiros, intelectuais) e coordenar e avaliar o trabalho das pessoas, tendo em vista a consecução de objetivos, isso denomina-se gestão, e segundo Libâneo (2012, pag.438) “há várias concepções de gestão: centralizada, colegiada, participativa, e cogestão”. 144 E de acordo com estudos sobre organização e gestão escolar desenvolvidas por outros autores como Paro, Escudero e Gonzáles, Luck pode-se definir quatro concepções de gestão: a técnico- científica, a autogestionária, a interpretativa e a democrático-participativa. Onde defendem a gestão democrático- participativa como a mais eficiente entre as demais. Os elementos básicos da Gestão Democrática ou participativa podem se apresentar de várias maneiras, na esfera escolar, as principais são: na constituição e atuação do Conselho escolar; na elaboração do Projeto Político Pedagógico, de modo coletivo e participativo; na definição e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar; na divulgação e transparência na prestação de contas; na avaliação institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes, equipe técnica; na eleição direta para diretor(a). MÉTODO: Pesquisa bibliográfica, a partir da leitura exploratória seguida de análise e síntese do tema pesquisado. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nesta pesquisa verificou-se como diversos autores definem a gestão e classificam as concepções de gestão conforme sua direção classificando-a em : a técnico- científica, a autogestionária, a interpretativa e a democrático-participativa, onde a técnico-científica baseia-se na hierarquia de cargos e funções, nas regras e procedimentos administrativos, para a racionalização do trabalho e a eficiência dos serviços escolares. A concepção autogestionária baseia-se na responsabilidade coletiva, na ausência de direção centralizada, e na participação direta de todos os membros da instituição. Já a interpretativa considera como elemento prioritário as intenções e interações das pessoas, e a concepção Democrático- participativa que baseia-se na relação orgânica entre direção e a participação dos membros da equipe, ou seja, uma tomada de decisão coletiva. CONCLUSÃO: Nesta pesquisa foi possível identificar quatro concepções de gestão, a técnico- científica, a autogestionária, a interpretativa e a democrático-participativa. Onde a Democrático- participativa é o modelo de gestão mais indicada pelos autores para uma diretor(a) de escola de Educação Básica adotar, pois a gestão democrática é a maneira mais democrática que conta com a participação de todos os envolvidos no processo educacional da instituição de ensino, por outro lado, essa atividade coletiva não significa dizer que todos podem numa ação coordenada e controlada pelo um gestor(a). 145 REFERÊNCIAS LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, MirzaSeabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 10ª ed. Revista e ampliada. São Paulo: Cortez, 2012. MENESES. João Gualberto de Carvalho et al. Educação Básica: políticas Legislação e Gestão- leituras. São Paulo: Thomson, 2004. http://www.infoescola.com/educacao/gestao-democratica/ Acesso em: 16/03/2014. THUMS, Jorge. Acesso à realidade: técnica da pesquisa e construção do conhecimento. Porto alegre: Sulina Ulbra, 2000. 146 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL: O ROMPIMENTO DO SILÊNCIO NA CONSTRUÇÃO DE UMA DEMOCRACIA ISONÔMICA Wilverson Rodrigo Silva de Melo 1 [email protected] Valdenira Silva de Melo 2 [email protected] RESUMO: Este trabalho tem a pretensa finalidade de fazer uma breve etnografia sobre a história e evolução dos movimentos sociais no Brasil, para tal fim selecionou-se alguns movimentos sociais e alguns recortes temporais dos períodos Colonial, Imperial e Republicano da Nação. A metodologia utilizada fora à pesquisa bibliográfica atrelada ao Estudo de Caso sobre as inúmeras formas de mobilização e atuação dos movimentos sociais ao longo dos períodos escolhidos. PALAVRAS-CHAVE: movimentos sociais, história, brasil. INTRODUÇÃO: Os movimentos sociais expressam a vontade do povo de acabar com a desigualdade social, impulsionam a democracia, defendem a vida e a participação popular nas decisões, interferem na vida da sociedade e anunciam um novo mundo a ser construído, convencionam-se como o rompimento da cortina de silêncio e a intolerância aos processos de subalternidade social e a dogmas político-econômicos. A História do Brasil desde seu período colonial é marcada por movimentos de resistências como sucessivas rebeliões, insurreições, revoltas, conspirações, motins, distúrbios e revoluções promovidas pela população livre, escrava, pobre, indígena e mestiça, a saber: a Confederação dos Tamoios, a Guerra Guaranítica, a Revolta de Vila Rica, a Inconfidência Mineira, as Conjurações Baiana e Carioca, a Revolução Pernambucana de 1817, a Confederação do Equador de 1824, as revoltas provinciais no período regencial do Império (Sabinada e Revolta dos Malês na Bahia, Balaiada no Maranhão e Piauí, Cabanada ou Revolta das Panelas em Pernambuco e Alagoas, a Farroupilha no Rio Grande do Sul e a Cabanagem no Grão-Pará), a Revolução Praieira de 1848, as Revoltas da Vacina e da Chibata na República Velha, e dentre tantos outros acontecimentos de levantes e contestações cotidianas que a história não elenca como grandes acontecimentos contestatórios. Vale destacar, que dentre tantos acontecimentos de protestos e movimentos sociais de insurreição ocorridos no Brasil, a Cabanagem ocorrida em meados do século XIX pode ser compreendida como um dos únicos se não o único movimento social de caráter quase que 1 Pós-graduando em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 2 Co-autora/Graduada em História e Especialista em Ensino de História do Brasil pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). 147 integralmente popular. Segundo, Caio Prado Junior (1933, p. 137-138), foi “o único movimento popular em que as camadas mais inferiores da população conseguiram ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade. [...] a primeira insurreição popular que passou da simples agitação para uma tomada efetiva de poder”. Muito além, o antropólogo inglês David Cleary apud Lima (2008, p. 294), destacou no ano de 1998, “que ela deve ser pensada como uma das maiores e mais abrangentes revoluções políticas de todo o Novo Mundo”. Não obstante, Melo (2013, p. 20) destaca que “ela deve ser pensada como uma das maiores – se não a maior – Revolução do continente Americano: a Revolução Cabana, a qual trouxe mudanças de pensamento para as classes sociais amazônicas, quiçá brasileiras do século XIX”, pois o teor de “revolução” se efetivou na medida em que a subjetividade e o rompimento da cortina do silêncio saíram da mente cabana e ganharam espaço nas ações concretas destes, na ânsia de modificar sua realidade e os múltiplos contextos que os permeava. MÉTODOS: A proposta metodológica deste trabalho fundamentou-se na pesquisa bibliográfica, no método histórico e no Estudo de Caso. Num primeiro momento, o tempo empregado na pesquisa foi dedicado ao levantamento de fontes sobre o tema dos movimentos sociais; num segundo momento se aplicou o método histórico realizando uma retrospectiva histórica de alguns recortes temporais de movimentos sociais; posteriormente se realizou o Estudo de Caso, realizando o estudo comparativo dos fatos históricos a temática dos movimentos sociais; e por fim, ocorreu a sistematização, interpretação dos dados e produção deste trabalho. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Os movimentos sociais na Contemporaneidade ganharam espaço e vigor a partir da década de 70 do século passado, devido o estado de laconismo e cerceamento de liberdades e direitos humanos que o país enfrentava no período dos governos militares - pra não dizer uma ditadura militar. Diante do período militar, a sociedade civil passa a se organizar como forma de protestar e reivindicar condições de liberdade de expressão e direitos fundamentais à pessoa humana, assim a década de 70 é marcada pelo novo sindicalismo combativo, as CEB’s (Comunidades Eclesiais de Base), a JUC (Juventude Unida Católica), as pastorais sociais e os movimentos estudantis organizados pela UNE (União Nacional dos Estudantes), pra não dizer das guerrilhas urbanas e rurais (como as de Marighela e do Araguaia respectivamente). 148 Na década de 80 do século XX, foi criada a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o MST (Movimento dos Sem Terras) e o PT (Partido dos Trabalhadores), ambas as organizações passam a reivindicar a abertura democrática do país através das “Diretas Já”, o pluripartidarismo e sua legalização, assim como a consolidação e ampliação das Leis Trabalhistas. A partir da década de 90, o Neoliberalismo passa a imperar na rede de globalização mundial, e no Brasil o reflexo de tal política econômica é marcado pelas privatizações de empresas estatais e de serviços públicos – gerando desemprego e precarização de trabalho -, em contrapartida, as formas reacionárias de protestos das organizações civis como greves e ocupação de terras são duramente combatidas, e os movimentos sociais passam a ser criminalizados. Os anos iniciais do século XXI marcam a retomada das mobilizações populares por meio de movimentos internacionais antiglobalização tendo em vista a construção de uma nação por meio de uma economia solidária, a luta pela democratização dos meios de comunicação e pelas discussões a respeito das questões ambientais e desenvolvimento sustentável, sem contar que os movimentos revolucionários ora denominados de “Primaveras” (Primavera árabe, primavera egípcia) influenciaram diretamente os acontecimentos ocorridos em Junho de 2013 no Brasil. Os gritos de inconformismo, de rechaço a corrupção e a estrutura de governabilidade política, aliados a outras aspirações específicas das minorias levaram uma grande parcela da população brasileira as ruas para protestarem e fazer valer o sentido de governo, poder do povo (democracia). É evidente que este episódio recente deve ser alvo de uma interpretação muito mais minuciosa devida sua complexidade. No entanto, podemos inferir que muitos inconformismos pessoais e coletivos alimentados ao longo de anos romperam o silêncio e iniciaram os protestos e cobrança das ações e projetos de parlamentares, de igual modo impulsionou desdobramentos poli uníssonos entre diferes grupos societários, principalmente entre as classes marginais que através das manifestações radicais puderam sair da invisibilidade tornando-se infames à elite brasileira e suas ações hipócritas em obscurecer e marginalizar as minorias socioeconômicas. Tais acontecimentos podem ser figurados anacronicamente a Revolução Francesa, quando o povo representando o 3º Estado se liberta e passa a exigir mudanças estruturais na política e sociedade, causando pânico ao 1º e 2º Estado (Igreja e Nobreza), os quais podemos representar no Brasil como a classe política e a classe alta. Como afirma Gohn (2011, p. 344) há um novo cenário neste milênio: novos tipos de movimentos sociais, novas demandas, novas identidades, novos repertórios. Proliferam 149 movimentos multi e pluriclassistas, movimentos identitário, reivindicatórios de direitos culturais que lutam pelas diferenças: étnicas, culturais, religiosas, de nacionalidades, etc. Um panorama dos movimentos sociais neste novo milênio pode ser descrito por 13 eixos temáticos de lutas e demandas como afirma Gohn (2010): a) movimentos sociais em torno da questão urbana; b) pela inclusão social e por condições de habitabilidade na cidade; c) mobilização e organização popular em torno de estruturas institucionais de participação na gestão política-administrativa da cidade; d) movimentos em torno das questões da saúde; e) movimentos de demandas na área do direito; mobilizações e movimentos sindicais contra o desemprego; f) movimento decorrente de questões religiosas de diferentes crenças, seitas e tradições religiosas; g) mobilizações e movimentos dos sem terras e de outros atores sociais do campo; h) movimento contra as políticas neoliberais; i) grandes fóruns de mobilização da sociedade civil contra a globalização econômica; j) movimento das cooperativas populares que visam uma economia alternativa que se contrapõe a capitalista; k) movimentos sociais pela democratização das comunicações; l) movimentos sociais de gênero e liberdade de orientação sexual; m) mobilizações do movimento nacional de atingidos pelas barragens, hidrelétricas (a exemplo de Belo Monte), implantação de áreas de exploração mineral e/ou vegetal, etc. CONCLUSÃO: Como podemos observar, os movimentos sociais a partir da década de 70 do século XX trouxeram para o conjunto da sociedade uma nova noção de cidadania e participação popular, tornou-se um movimento de multidões organizadas e articuladas que divergem quanto as suas bandeiras de lutas, mas que, no entanto assemelham-se no questionamento a instituições públicas e privadas, lutando pela valorização, proteção e promoção dos direitos humanos e alimentando o processo democrático, reafirmando assim as liberdades constituídas e conquistadas por antecessores e instituindo os princípios elementares de um governo democrático nos moldes de uma verossimilhança com a democracia ateniense – a isonomia, isegoria e isocracia. REFERÊNCIAS BARBOSA, Aline Patrícia da Silva. et. al. Manual para normalização de trabalhos acadêmicos. Canoas: Ulbra, 2006. GOHN, Maria da Glória. Educação não formal e o educador social. São Paulo: Cortez, 2010. 150 ____________________. Movimentos sociais na Contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação. V.16; nº 47; mai-ago 2011. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003, 310 p. LIMA, Leandro Mahalem de. Rios Vermelhos: perspectivas e posições de sujeito em torno da noção de cabano na Amazônia em meados de 1835, 2008, 300f. Dissertação (Mestrado em Antropologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. MELO, Wilverson Rodrigo Silva de. Tempos de Revoltas no Brasil Oitocentista: A “Revolução Cabana” em Santarém na região do Baixo Amazonas Paraense (1834-1838) In: VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA: CULTURA E IDENTIDADES; Goiânia, 2013. (anais eletrônicos - CD ROM). PRADO JÚNIOR, Caio. Evolução Política do Brasil: ensaio de interpretação materialista da história brasileira. Empresa gráfica ‘Revista dos Tribunais’, São Paulo, 1933. 151 LENDAS AMAZÔNICAS: SEQUÊNCIA DIDÁTICA APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA Aline Esquerdo da Silva [email protected] Ana Marília Gonçalves Santos marí[email protected] Paulo Roberto Ferreira [email protected] Maria do Perpétuo Socorro [email protected] Paula Cristina Galdino [email protected] RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo geral: Incentivar os alunos do 5º ano de uma escola do município de Santarém quanto à aprendizagem dos gêneros textuais literários – conto e lenda. Através da sequência didática aplicada, buscou-se a valorização da cultura regional, que outrora foi repassada empiricamente dentro das sociedades tribais como fonte de aprendizado de geração a geração, como forma segura da continuação dos mitos apreendidos na herança passada. O presente estudo consistiu em pesquisas bibliográficas e de campo, resultando em relatos de experiências a partir do que foi trabalhado. Os resultados e conclusões apontaram que a sequência didática contribui bastante no processo de aquisição da leitura e escrita, desenvolvendo desta forma o letramento nos aluno. Além de despertar o gosto pela leitura que proporciona conhecer os valores, aspectos históricos e culturais de um povo. PALAVRAS-CHAVE: Ensino; Lendas regionais; Sequência didática. INTRODUÇÃO: Os gêneros textuais são de suma importância para ampliação e enriquecimento linguístico favorecendo uma situação significativa de aprendizado no âmbito escolar. Eles constituem principais instrumentos de interação do homem, mediando todas as suas atividades (Bakthin, 2003). Por isso, é imprescindível que o ensino de língua materna ocorra tomando os textos como unidade básica de ensino. Uma das propostas de abordagem do gênero consiste no modelo sequência didática para textos orais e escritos. De acordo com Dolz, Noverraz e Shneuwly, integrantes do grupo de Didática da Língua da Universidade de Genebra “Esse procedimento visa proporcionar o domínio do gênero de texto, oral ou escrito, em todos os seus aspectos - sociointeracionais, estruturais, temáticos e linguísticos”. Dentro deste contexto, as narrativas das lendas tem um papel muito importante, pois sistematizam e ordenam realidades no ato de sua transmissão oral, envolvem tanto o narrador como os ouvintes. De origem indígena ou cabocla, as lendas amazônicas estão na voz dos habitantes da região vivas e presentes, porque se trata da voz da terra. Por isso, transmitem um mundo de imaginação ao aluno, aguçando seu interesse pela leitura de contos folclóricos.Para Sousa (2001. P.26), 152 a lenda é uma narrativa mítica detentora de uma especificidade cultural que carrega consigo elementos socioculturais presentes na vida das pessoas. Essa forma narrativa poderá suscitar a sensibilidade dos indivíduos conduzindo-os ao conhecimento de nova visão de mundo e a construção de novas formas de compreensão de realidades. Assim os mitos e lendas dos atuais povos indígenas ainda guardam lembranças de um passado que se perde na voragem da conquista. A importância da valorização da cultura ancestral de nosso país deve começar a partir do conhecimento empírico, passado oralmente de geração a geração. As lendas regionais são instrumentos riquíssimos de transmissão da criatividade maravilhosa da narração de um povo; utilizando-se dessa riqueza de detalhes que são capazes de incentivar o leitor a fantásticas aventuras, por lugares em que a criatividade humana flui agradavelmente fomentando a criatividade espontânea e a necessidade de conhecer cada vez mais suas raízes. Assim, realizou-se uma sequência didática em torno do gênero textual lenda numa turma de 5º ano do ensino fundamental de uma escola pública no município de Santarém. A intervenção teve como objetivos proporcionar o gênero literário lenda em seus aspectos sociointeracionais, estruturais, temáticos e linguísticos, assim como promover a valorização da cultura regional através da leitura e produção de lendas amazônicas. MÉTODO: Para a intervenção na realidade, realizou-se estudos bibliográficos em que muito embasaram as ações a concepção de gênero textual presente em Bakhtin (2003), Marcuschi (2009), a concepção de letramento presente em Kleyman (2005) e Soares (2002), Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1997), a proposta de sequência didática para o ensino de textos apresentada por Dolz, Noverraz e Scheneuwly (2004). Além disso, fez um estudo da realidade no primeiro semestre de 2014, fazendo-se registro de acompanhamento em diário de campo para intervir de modo adequado. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir da estrutura da sequência didática proposta em Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), fez-se no primeiro dia iniciou com uma roda de conversa sobre o gênero lenda ondeexplicitamos a origem das lendas regionais. Sondando os conhecimentos das crianças a respeito as lendas levantamos as seguintes questões: Vocês conhecem as lendas? Já ouviram falar? Quais? Para construir conhecimentos, a criança precisa “agir, perguntar, ler o mundo, olhar imagens, criar relações” (CRAIDY e KAERCHER,2001). A maioria das crianças expressou que já ouviu e que sabiam contar algumas.Nesse momento, percebemos uma mistura entre realidade e imaginação, pois estas sabiam contar 153 como se estivessem vivendo a contação. Através da linguagem, as crianças expressaram sua imaginação dando referência a desenhos animados e mostrando que ela e o mundo possuem uma relação. O gênero textual lenda regional proporcionou a criatividade espontânea dos alunos durante suas produções textuais.Trabalhar o gênero lenda promoveu a interação entre as crianças. Facilitando o processo de desenvolvimento de aquisição da leitura e escrita. Ampliando desta forma seus conhecimentos na escola e gerando maior interesse pelo tema trabalhado. Implica trazer, para a sala de aula, os contextos significativosde leitura, que envolvem diferentes gêneros presentes no convíviosocial dos alunos e professores. Cabe à escola, fundamentalmente, levar seus educandos a um processo mais amplo de reflexão acercadas práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita, proporcionandoaos mesmos o desenvolvimento da capacidade de serem usuáriosefetivos da língua escrita.(BARBOSA E SOUSA, 2006, P.31). Foi de fundamental importância a socialização e análises dos textos pesquisados em grupos, síntese conjunta das características temáticas, estruturais, linguísticas, sócio interacionais - circulação do gênero lenda, propósito comunicativo. Assim como um momento “tira dúvidas”, de modo oral e escrito. Propondo em seguida a produção de lendas para compor um livro de lendas, cujo título foi proposto pelos próprios alunos do 5º ano no momento da produção. Abordou - se os aspectos linguísticos – gramaticais, ortográficos -, textuais – coesão e textualidade - e estruturais a partir das dificuldades detectadas na primeira produção do gênero e devolução para refacção do texto produzido. CONCLUSÃO: Conclui – se que trabalhar as lendas regionais com as crianças no ambiente escolar é um processo contínuo indispensável para a sua formação cultural na sociedade e desenvolvimento das relações artísticas, afetivas, psíquicas e também sociais. Foi possível identificar por meio da aplicação da sequência didática que os professores estão sempre buscando cada inovar seus métodos pedagógicos no que diz respeito ao trabalho com o gênero lenda e outros. Portanto a pesquisa apresenta reflexões sobre a importância da prática docente de se trabalhar o gênero textual lenda para uma melhor facilitação e mediação do conhecimento no processo de ensino aprendizagem. Buscando inserir os alunos no contexto cultural e social. REFERÊNCIAS SOUSA, Pedrosa; BARBOSA, Ferreira. Práticas de leitura no ensino fundamental. Belo Horizonte : Autêntica, 2006 154 BUENO,Eduardo. Brasil: uma história. A incrível saga de um pais. Editora Àtica, São Paulo, 2002. CANDAL, Maia. Sociedade, Educação e Cultura. Petrópolis. Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2002. CASTELL,Manuel. A sociedade em rede. Volume 1. Editora pais e terra , São Paulo, 1999. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua ortuguesa, 1997, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília. 155 LETRAMENTO: ORIGEM DO TERMO, CONCEITO E IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO. Amanda Regina Sousa Sá1 Maria Elisama Oliveira da Mota¹ [email protected] Paula Cristina Galdino de Oliveira2 [email protected] RESUMO: O termo letramento apareceu recentemente na língua portuguesa, lançado especificamente no campo da educação, provocando mudanças no ensino da língua além de dúvidas entre os docentes referentes ao conceito e à proposta de letramento. A partir disso, essa pesquisa objetivou esclarecer como surgiu e qual o significado da palavra letramento no contexto educacional e suas implicações para o ensino da leitura e da escrita. A metodologia conforme o tipo de pesquisa foi bibliográfica das quais as perguntas dirigiram-se aos autores referências no assunto e utilizou-se diários de leitura como coleta de dados. Com base nas leituras, concluiu-se que o conceito do termo letramento difere de alfabetização, porém o inclui e refere-se aos usos da língua escrita em todos os lugares e às práticas sociais de leitura, não estando restrito ao sistema escolar. PALAVRAS-CHAVE: letramento, significado e implicações. INTRODUÇÃO: Estudos sobre o termo letramento no Brasil começaram a ganhar força por volta de 1992, com trabalhos que procuravam compreender tanto “o impacto social da escrita” (Kleiman, 1995) quanto à inserção dos sujeitos no universo da palavra escrita, levando em consideração seu processo de socialização. Esse novo termo tem provocado dúvidas entre os docentes referentes ao conceito e à proposta de letramento, pois alguns professores pensam que o letramento é um método didático que veio substituir a alfabetização, outros consideram que alfabetização e letramento são processos iguais. Além disso, o termo letramento tem provocado mudanças no ensino de língua, pois a alfabetização resume-se apenas em ensinar a ler e escrever, decodificar signos, mas, atualmente isso não garante uma interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade. Desse modo, o termo carece ser mais bem estudado e discutido entre os educadores, Diante de todas as dúvidas sobre o termo no contexto escolar e a mudança de concepção do que seria “ser alfabetizado” e do que é necessário saber para poder usar a escrita ao longo da vida, fez-se necessário investigar melhor o surgimento e o significado do termo letramento e o que ele implica para o ensino possibilitando ser compreendido com mais clareza pelos educadores. MÉTODO: Esta pesquisa caracteriza-se por um estudo bibliográfico, pois as perguntas direcionam-se aos autores, como cita Teixeira (2011). Ou seja, para a produção do conhecimento pretendido buscaram-se os dados nas autoras como Magda Soares, Leda Verdiani Tfouni e Ângela B. Kleiman. Como coleta de dados utilizou-se a bibliografia, o 1 2 Acadêmica do 2º semestre de pedagogia do CEULS/ULBRA Professora do curso de pedagogia do CEULS/ULBRA 156 diário de leitura das obras selecionadas das autoras referência no assunto a fim de esclarecer o tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES: De acordo com Soares (2009, p. 33) o termo letramento foi utilizado pela primeira vez no país em 1986 por Mary Kato, no livro “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística”. Uma nova palavra surge quando falta uma palavra que possa explicar o sentido de algum fenômeno. O termo letramento surgiu nesse contexto, pois durante a década de 80 discussões sobre as altas taxas de repetência e analfabetismo emergiram no Brasil. Diante de toda a reflexão que ocorreu na época sobre o analfabetismo, foi necessário encontrar uma palavra que se referisse à condição ou ao estado contrário daquele expresso pela palavra analfabetismo, quer dizer, uma palavra que representasse o estado ou condição de quem está alfabetizada, de quem domina o uso da leitura e da escrita. Tfouni (2010) sugere que não se pode reduzir o significado de letramento ao significado de alfabetização e ao ensino formal. Para ela letramento é um processo mais amplo que a alfabetização e que deve ser compreendido como um processo sócio histórico. Tfouni (2010, p. 23) relaciona, assim, letramento com o desenvolvimento das sociedades. Letramento seria, portanto, causa e consequência do desenvolvimento. Assim, o significado atribuído pela autora ao termo letramento extrapola a escola e o processo de alfabetização, referindo-se a processos sociais mais amplos. Por isso, torna-se imprescindível alfabetizar letrando. CONCLUSÃO: Diante do que foi pesquisado, notou-se que o conceito de letramento é muito complexo. Porém, de forma resumida, concluiu-se que letramento é uma visão de mundo, é saber utilizar a leitura e a escrita em toda e qualquer prática social. É ler um texto, entendê-lo, saber sua função social e saber como esse texto o influenciará no dia-a-dia. REFERÊNCIAS: KLEIMAN, Ângela B. (org.), Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, Mercado das Letras, 1995. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. -2ed., 3 reimpr.- Belo Horizonte: Autentica, 2001. TFOUNI, Leda Verdiani.Adultos não alfabetizados: o avesso do avesso. São Paulo: Pontes, 1988. (Coleção Linguagem/Perspectivas). TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e Alfabetização. 8ª Ed.- São Paulo, Cortez, 2006. – (Coleção Questões da Nossa Época; v.47). 157 MEDIAÇÃO DE CONFLITOS: NA SALA DE AULA DO ENSINO MÉDIO, REFLE XÕES A PARTIR DO DISCURSO DO ALUNO Luciene dos Santos Pereira1 lucienega_26 hotmait.com Selma Filha de Sousa Ferreira2 [email protected] RESUMO: Este estudo relata a mediação de conflitos: na sala de aula do ensino médio, reflexões a partir do discurso do aluno, dando ênfase à instituição escolar por atuar diretamente com a formação do indivíduo.A necessidade de pesquisar e resgatar novos conceitos no que se refere à educação. Objetivou conhecer as práticas de mediação de conflito. A metodologia aplicadafoi pesquisa de campo, tendo comoinstrumento de coletaquestionários, com 10 questões fechadas e abertas, em uma escola urbana Estadual do município de Santarém, sendo 173 alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio.Percebeu-se que o educandário não trabalha as praticas restaurativas, os resultados se tratando de violência e agressão esta dentro das normalidades do conflito, poucos alunos participam de projetos de intervenção que pudessem partir para uma solução, principalmente se tratando de “bulling” que se tornou a forma de violência mais comum,correspondem a 80% dos alunos. Concluise que as praticas restaurativas são totalmente eficazes para prevenção de conflitos atravésde roda de conversa e circulo de mediação, havendo a necessidade de ser trabalhada por parte da instituição que deixa a desejar a utilização destas ferramentas. PALAVRA-CHAVE: mediação, violência e aluno. INTRODUÇÃO: As praticas de mediações realizadas a partir da realidade escolar,segundo Nunes (p.16,2011), “na escola, os conflitos surgem e se manifestam de diversas formas. Muitas delas compõem o cotidiano dos nossos alunos e se constituem em práticas saudáveis para o desenvolvimento humano (...)” a discussão da necessidade e a viabilidade de se promover nas instituições educacionais projetos voltados à promoção de praticas de mediação de conflitos, apresentando estratégias e ações globais que visam garantir os direitos e deveres de todos os envolvidos no processo de ensino a aprendizagem, bem como a diversidade cultural e humana existente na comunidade na qual a escola encontra-se inserida, assumindo ela, uma posição de orientadora propondo práticas preestabelecidas, tendo o proposito de contribuir para que os alunos se apropriem de conteúdos sociais e culturais de maneira crítica e construtiva. O desenvolvimento deste estudo é pela importância da mediação desses conflitos no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Nunes (p.24, 2011), diz que: “Outro grande desafio dos educadores é trabalhar motivação dos alunos, tarefa bem difícil nos dias atuais, embora não impossível que exige muita sensibilidade e empenho”. `Para tanto cabe ao professor como mediador de seus conhecimentos e enquanto o educador promover uma relação de amizade, carinho, respeito às individualidades de seus alunos, estes apresentam, 1 2 Acadêmica do VIII Semestre Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA Acadêmica do VIII Semestre Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA 158 mais disposição para aprender, se tornam participativos nas aulas, tendo maior liberdade para expressar suas opiniões de maneira critica e construtiva, o que servirá de base para sua formação com cidadão atuante na sociedade. Este estudo objetivou conhecer a mediação de conflitos na sala de aula do ensino médio, na visão dos alunos desta modalidade. Porém,a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Frei Othimar não trabalha as Práticas Restaurativas, sendo estas eficazes para ensinar as nossas crianças e aos jovens, desde cedo, que os conflitos sejam estes pequenos ou grandes sempre existiram com eles sua soluções, medo e confrontamento no percurso da vida. Portanto, os jovens precisam se sentir bem quando não agridem. Isso só se consegue quando colocamos as pessoas frente a frente ouvindo-se ambas as partes envolvidas. Desse ponto de vista, na resolução de conflitos os valores são transmitidos nos procedimentos, não nos resultados. Mas frequentemente a escola abre mão dos princípios de justiça, de diálogo, de respeito em nome da resolução. MÉTODOLOGIA: O estudo foi realizado na escola urbana Estadual do município de Santarém,bairro bastante populoso, localizada na Travessa Professor José Agostinho, no Bairro Santíssimo, 2014/2,denominada de pesquisa de campo, segundo (GIL, 2006) no estudo de campo estuda-se um único grupo ou comunidade em termos de estrutura social, ou seja, ressaltando a interação de seus componentes. Assim o estudo de campo tem que utilizar as técnicas de observação do que de interrogação. (LACATOS, 2000) diz que uma pesquisa é sistematicamente baseada em hipóteses fundamentada nas teorias, tem maior probabilidade de apresentar genuína construção ao conhecimento cientifico. O publico alvo dessa pesquisa foram os alunos do1º, 2º e 3º ano com um total de 173 alunos, com a faixa etária de 15 a 35 nos turnos vespertino e noturno do ensino médio, devidamente matriculado. O instrumento de coletas de dados aplicado foi o questionário abertas e fechadas com dez questões sendo de cunho qualitativo, conhecendo as mediações de conflito na sala de aula do ensino médio. RESULTADOS E DISCURSÃO: O resultado da pesquisa num total de 173 alunos, sendo que 143 responderam, o questionário contou com questões abertas e fechadas abordando os questionamento sobre a violência, a agressão, o conflito, situação, resolução, combate, palestras, bullying, mediação, praticas restaurativas e elaboração da praticas restaurativas. Quando questionados sobre a violência praticados por alunos em sala de aula e ocorrências com utilização de armas, obteve-se: 159 Violência % Utilização de Armas % Sim 15% Sim 5% Não 60% Não 75% As vezes 25% Não responderam 20% Fonte: Pesquisa de campo Os conflitos surgem e se manifestam de varias maneiras no cotidiano escolar, constituindo a pratica saudável para o desenvolvimento humano. Portanto muitos desses conflitos tomam rumos diferentes como a violência,a agressão possibilitam caminhos alternativos, pois permitem meios de resolução que podem levar a um convívio mais saudáveis podendo ser trabalhado as praticas restaurativas. Investigou-se se os mesmos já enfrentaramsituação de conflito e como resolveram, tivemos: Passaram por de conflitos % Resolução dos conflitos % Sim 20% Diálogo 35% Não 60% Equipe gestora 5% Não responderam 20% Sem conflito 60% Fonte: Pesquisa de campo As situações conflituosas dentro da sala de aula estão dentro das normalidades, para tanto, o desenvolvimento deste estudo é pela importância da mediação desses conflitos no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, o que requer do professor ser mediador de seus conhecimentos e promovedor de uma relação de amizade, carinho, respeito às individualidades de seus alunos, logo, estes apresentam, mais disposição a aprender, se tornam participativos nas aulas, tendo maior liberdade para expressarem suas opiniões de maneira critica e construtiva, o que servirá de base para sua formação com cidadão atuante na sociedade. Os discentes foram questionados sobre teremparticipado dos projetos de intervenção de conflitos,como também se o tema sobre bullyinghouver sido pautado em palestras e se os alunos tinham vivenciado.Os resultados foram: 160 Participação de Projetos Sim Não Não sabem % 20% 60% 20% Palestras sobre Bullyng Sim Não Às vezes Sofreram Bullyng % 55% 25% 20% % 80% 15% 5% Sim Não Às vezes Fonte: Pesquisa de campo O Bullyngse tornou a forma de violência mais comum na escola, o fenômeno surge através de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, acusações injustas e gozações que geram dor. Logo, há necessidade de instigar o aluno para maior participaçãode projetos de intervenção ou das práticas de mediação de conflito, o que permite com que o educando faça parte desse processo de solução conflituosa vivenciada por ele mesmo. Questionamos discentes sobre a frequência com que se trabalha a mediação do conflito e percebeu-se que nas discussões dos resultados de mediação de conflitos a escola é palco de uma diversidade de conflito, para tanto, todos na escola devem estar preparados para o enfrentamento das diferenças e das tensões próprias dos relacionamentos escolares, podendo levar a desarmonia. Na amostragem questionou-se sobre se ouvir falar em práticas restaurativas e quantos tiveram oportunidade de participar destas práticas. Conhecem as Práticas Sim Não Não responderam % 20% 70% 10% Participação nas Práticas Sim Não Às vezes % 10% 75% 15% Fonte: Pesquisa de campo Partindo da aplicação das questões percebeu-se que o educandário não trabalha as praticas construtivas e restaurativas, os resultados se tratando de violência e agressão na sala de aula da referida escola esta dentro das normalidades do conflito, poucos alunos elaboram projetos de intervenção que pudessem partir para uma resolução conflituosa principalmente se tratando de “bulling sente-se a ausência da “Roda de conversa” e “Circulo de mediação” A solução empregada na instituição para a resolução de conflito, os alunos são chamados primeiro para o setor técnico e quando não resolvido, vão conversar com a diretora, 161 os mais graves é comunicado ao conselho escolar. Mais vale ressaltar que as práticas restaurativas são extremamente eficazes para prevenir e responder ao fenômeno, pois permitem o senso de comunidade na escola. As escolas erram ao simplesmente conter ou punir as desavenças e seus conflitos, é preciso fazer com que os alunos entendam a extensão dos danos que causam com as atitudes que não levam o outro em consideração. Os conflitos não são problemas externos que invadem a paz da escola, mais o lado da realidade social que deve servir com um gancho para a formação de seres humanos mais bem preparados. Durante a aplicação do questionário surgiu o questionamento para extensão do projeto ao ensino fundamental, prova esta que a indisciplina se estende por todas as séries e a necessidade da aplicação das práticas restaurativas. Através deste estudo podemos conhecer os tipos de medição dos conflitos que são: a justiça e as praticas restaurativas são totalmente eficazes para prevenção de conflitos através de roda de conversa e circulo de mediação, havendo a necessidade de ser trabalhada por parte da instituição que deixa a desejar a utilização destas ferramentas. Portanto, a educação para a paz já compõe o currículo escolar de muitos países, ainda que numa abordagem transversal, muitos deles adotam as Praticas Restaurativas nas escolas ou a Justiça Restaurativa, sendoum fenômeno mundial, e adotado no âmbito da justiça juvenil, mais também em muitos outros contextos: para a resolução de problemas disciplinares nas escolas. REFERÊNCIAS AQUINO, JulioGroppa. Organizador – Indisciplina na escola – Alternativas Teóricas e Práticas 16ª edição – summua editorial. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social – Editora Atlas. MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Cientifica – 3ª Edição Revista e Ampliada NUNES, Antônio Ozório; Como restaurar a paz nas escolas: um guia para educadores – São Paulo: Contexto, 2011. ZEHR, Howard. Teoria e Prática Justiça Restaurativa. Palas Athena Série Da reflexão à Ação. 162 METODOLOGIA DE ENSINO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO SOB A ÓTICA ACADÊMICA: UM ESTUDO NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM Odnélia Cristina Siqueira de Amaral1 [email protected] Maria Antonia Vidal Ferreira2 [email protected] RESUMO - Este trabalho tem por finalidade geral realizar uma discussão sobre a docência no ensino superior, mais especificamente, sobre o desempenho dos professores universitários, no quesito metodologia de ensino, trazendo algumas reflexões a partir da pesquisa desenvolvida nos cursos de graduação de uma instituição de ensino superior. Procedeu-se a pesquisa de campo a partir da aplicação de 201 questionários aos alunos. Esse total de questionários representou uma amostra de, aproximadamente, 10%, considerando o universo de alunos vinculados à instituição. Concomitantemente a pesquisa de campo realizava-se uma revisão bibliográfica sobre o tema de estudo. Os resultados indicam que, embora muitos professores tenham sido bem avaliados, de modo geral, os pontos críticos nos cursos de graduação estão vinculados a questões recorrentes como a falta de formação pedagógica dos professores e as condições materiais como infraestrutura, que repercute na prática docente. Conclui-se que as sugestões de melhorias dos acadêmicos incidem sobre a seleção de professores mais qualificados e de melhorar a infraestrutura, em especial, o aprimoramento de laboratórios, acervo bibliográfico com fim de incentivo à pesquisa e a extensão. PALAVRAS-CHAVE - metodologia, ensino superior, professores. INTRODUÇÃO: Este trabalho tem por finalidade geral realizar uma discussão sobre a docência no ensino superior, trazendo algumas reflexões a partir da pesquisa desenvolvida nos cursos de graduação de uma instituição de ensino superior. A partir dessa finalidade geral, o trabalho tem por objetivo, mais específico, analisar o desempenho do professor universitário no quesito metodologia e sua repercussão no processo de formação do aluno dentro de um sistema educacional vigente. Por fim, esse estudo pretende ser um convite à reflexão para o processo de ensino e aprendizagem na educação superior, visando garantir a esses protagonistas um repensar de sua atuação, de forma que atenda a um trabalho de qualidade na formação dos profissionais egressos da educação superior. MÉTODO: Optou-se pela metodologia do estudo de caso, por centrar-se em uma realidade específica – uma instituição de ensino superior em Santarém, a fim de melhor conhecer a prática pedagógica dos professores. Trata-se de uma pesquisa de campo, que aliada aos referenciais teóricos já construídos por estudiosos consagrados no assunto, auxiliaram a 1 Especialista em Metodologia do Ensino Superior pelo Centro Universitário Luterano de Santarém. Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Professora aposentada pela Universidade Luterana do Brasil. Membro da ANPAE - Associação Nacional de Política e Administração da Educação, orientadora da pesquisa. 2 163 leitura interpretativa dos resultados colhidos através do questionário aplicado aos estudantes na realidade investigada. A pesquisa foi realizada com estudantes universitários dos cursos de Direito, Engenharia Civil, Agronomia, Engenharia Agrícola, Sistemas de Informação, Serviço Social, Pedagogia, Letras, História e Educação Física de uma instituição privada no município de Santarém. Procedeu-se a pesquisa de campo a partir da aplicação de 201 questionários aos alunos. Esse total de questionários representou uma amostra de, aproximadamente, 10%, considerando o universo de alunos da instituição. Concomitantemente a pesquisa de campo realizava-se uma revisão bibliográfica sobre o tema de estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Inicialmente foi solicitado aos acadêmicos que avaliassem o ensino, elegendo um conceito para as práticas docentes na instituição, apresentando os seguintes resultados: Gráfico 1 - Desempenho docente A maioria dos alunos, cerca de 60%, considerou o ensino na instituição entre Muito bom e Bom. Por outro lado, se somarmos os percentuais dos conceitos Regular, Precisa melhorar e Insuficiente, teremos 37% de avaliação negativa ou abaixo daquilo que se considera um bom desempenho docente. Ressalta-se em um dos relatos dos alunos que não considerava o ensino excelente a justificativa de que alguns professores ainda não utilizam técnicas e didáticas inovadoras para expor suas aulas e outros que consideram que melhorias devem ser feitas como maior investimento em aulas práticas, professores mais qualificados a frente do seu trabalho em sala de aula; mais motivados e mediadores de conhecimentos, e uma melhor conclusão aos conteúdos do plano de aula e acervo bibliográfico. De acordo com a pesquisa, 86% dos alunos considera que o bom professor é aquele que demonstra preocupação com o processo de aprendizagem dos mesmos e apresenta competência técnica, humana e politica, sendo mediador do processo educativo, facilitando o 164 aprendizado, estimulando o aluno a sempre estar informado, buscando novos conhecimentos, pesquisando, formando opiniões sobre os mais diversos assuntos da atualidade. Gráfico 2 - Concepção de bom professor (visão do aluno) No decorrer da pesquisa, os alunos integrantes, ao serem solicitados a expor sua concepção sobre o processo de ensino e aprendizagem afirmaram que: falta mais interação entre professor e aluno (98%); temos bons professores, alunos interessados em aprender, porém, ainda verificamos por parte de alguns professores que falta compromisso com o aprendizado dos alunos. Ao serem inquiridos sobre práticas metodológicas eficazes para o alcance da aprendizagem, a grande maioria (88%) considera a inovação, a articulação teoria e prática, o diálogo como forma mais adequada de ensino. Entre estudantes e professores, parece que todos sabem o que fazer, porém não sabem como fazer. O ponto nevrálgico continua sendo o mal trilhado caminho da metodologia docente. Gráfico 3 - Melhor forma de ensinar A indagação seguinte buscou saber se a forma como o professor ensina garante o aprendizado. 70,69% dos alunos participantes responderam que em parte garante o aprendizado, pois nem sempre o professor consegue passar o conteúdo de forma clara e objetiva e alguns não usam formas inovadoras para repassar o conteúdo. Tem professores que 165 não inovam suas metodologias, passando só o básico, deixando suas aulas cair na monotonia. Quando inovam fica interessante participar e assimilar o aprendizado. Em média, alguns professores têm bons métodos de ensino, que facilita a aprendizagem, outros não querem inovar, nem se capacitar, deixando a metodologia e didática muita das vezes a desejar, dificultando assim, nosso aprendizado. Logicamente, que essa forma de ensinar nem sempre garante o aprendizado, pelo contrário, dificulta esse processo. Ficou muito claro, nessa pesquisa, que o caminho da aprendizagem não é suave, mas também não precisa ser tão nebuloso. Ocorre, que muitos professores usam uma linguagem acadêmica tão distante das vivências dos seus alunos, que em vez de ser mediador, torna-se um dificultador do conhecimento, pois a comunicação não alcança os alunos A questão seguinte foi planejada no intuito de checar as duas anteriores, no campo da metodologia docente. A questão era: “o professor apoia seus alunos em suas dificuldades?” Empregou-se o termo apoiar no sentido de dar suporte, de posicionar-se ao lado. O aluno tem que sentir que pode contar com seu professor para esclarecer, tirar dúvidas, enfim, fornecerlhes as ferramentas para que este realize sua aprendizagem. Entretanto, quase a metade dos alunos inquiridos (43%) respondeu não a essa questão. Tal fato confirma as questões anteriores de que a metodologia docente ainda deixa muito a desejar na realidade investigada. Gráfico 4 - Mediação docente (visão do aluno) Mais da metade dos alunos (60%) considera que a maioria dos professores, consegue aliar a teoria e a prática. Para eles, nos cursos oferecidos pela instituição, há professores qualificados, comprometidos, muitos são mestres, estão em sala sempre no horário, consegue passar os conteúdos da melhor maneira, unindo a teoria a prática, além de constar em seu ambiente de trabalho materiais de pesquisa ao alcance, fazendo com que os alunos busquem seus interesses e estejam preparados futuramente para a sociedade. Questionados sobre os conteúdos (como são selecionados e trabalhados em sala de aula), eles afirmam o seguinte: os conteúdos compõem uma realidade, um complemento do 166 dia a dia sempre debatendo temas atuais vivenciados no mundo la fora [...], o professor dá exemplos conforme a realidade e muito do que se discute em sala de aula é o que se tem para melhorar e vivenciar lá fora. Outro fato que chamou a atenção foi a afirmação de que os conteúdos ensinados não se adequam a realidade local, pois são os mesmos da matriz, localizada na região sul do país, “como o nosso conteúdo esta mais voltado para o sul, fica muito difícil, nem sempre é possível. Pois o que acontece com a cultura do sul, não significa que acontece na nossa região”. CONCLUSÃO: De uma forma geral, a melhoria do ensino e aprendizagem nos cursos de graduação passa por questões recorrentes como a qualificação dos professores que implica na sua prática pedagógica e competência técnica, bem como pelas questões de infraestrutura acadêmica em especial o aprimoramento de laboratórios, biblioteca, acervo bibliográfico como incentivo ao estudo. Portanto, para se melhorar a metodologia do ensino superior na realidade investigada se faz necessário estabelecer uma cultura de investimento em programas específicos de preparação didática e metodológica dos professores, bem como criar condições favoráveis para essa prática no cotidiano da instituição, visando um desempenho em sala de aula mais empolgante e assertivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Maria Isabel de. Formação do Professor do Ensino Superior: desafios e políticas institucionais. 1 ed. São Paulo: Cortez, 2012 – Coleção docência em formação: Ensino Superior. ALMEIDA, Maria Isabel de e PIMENTA, Selma Garrido (orgs). Pedagogia Universitária: caminhos para a formação de professores. São Paulo: Cortez, 20111. ANTUNES, Celso. Professores e Professauros: reflexões sobre a aula e práticas pedagógicas diversas. 4 edição, Petropolis/RJ: Vozes, 2010. BRASIL, Ministério da Educação. Lei Darcy Ribeiro: Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB Lei 9.394, de 1996. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 1996. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e pratica. Editora Alternativa. Goiânia, 2001. 167 MÉTODOS DIFERENCIADOS PARA DESENVOLVER A LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Katiciane Silva de Araújo1 [email protected] Izabel Alcina Soares Evangelista2 [email protected] RESUMO: A presente pesquisa realizou-se, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Everaldo de Sousa Martins, tendo como objetivo, identificar quais metodologias os professores utilizam para despertar o interesse das crianças pela leitura. Este trabalho se caracterizou, como estudo de campo, onde se fez necessário, ir até a instituição para realizar a observação e obter mais informações a respeito do assunto abordado. O público alvo da pesquisa foram quatro professoras das turmas de educação infantil, que educam crianças com a faixa etária de 3 a 5 anos de idade, onde foi aplicado um questionário com perguntas abertas e fechadas e verificou-se que trabalhar a questão da leitura desde as series iniciais é de fundamental importância, pois contribui significativamente no aprendizado escolar.O resultado mostrou que as professoras buscam inovar a cada dia, visto que as mesmas utilizam diversos métodos para incentivar a prática da leitura, dentre eles o mais citado foi a contação de histórias. PALAVRAS-CHAVE: métodos, leitura, educação infantil. INTRODUÇÃO: O presente projeto aborda o tema métodos diferenciados para desenvolver a leitura na educação infantil. Este estudo objetivou conhecer as metodologias adotadas pelos professores em sala de aula para o incentivo à leitura na educação infantil, uma vez que, este processo é de suma importância para o desenvolvimento da criança. O processo da leitura inicia primeiramente no ambiente familiar, dá prosseguimento no contexto escolar e perdura durante toda a vida do indivíduo. Sendo assim, a literatura deve se fazer presente no dia a dia da criança desde os primeiros anos de vida, pois é através desse mundo imaginário que elas vão suscitar o gosto pela leitura, sendo capazes de se tornar indivíduos críticos e criativos, tendo sensibilidade para compreender a sua realidade no mundo em que vive. Nos dias atuais, vem se tornando cada vez mais difícil inserir a prática da leitura no dia a dia das crianças, visto que existe um fator que interfere neste processo, o uso de recursos tecnológicos que o mundo capitalista oferece, na qual as que se destacam são: filmes, dvds, cds, jogos eletrônicos, tabletes, notebooks e celulares. Dessa forma, consequentemente estes recursos, influenciam no cotidiano das crianças, pois em vez de ler um livro, as mesmas preferem usufruir desses meios que a sociedade contemporânea lhes proporcionam. Esta é a forma que os pais encontram para 1 Acadêmica do curso de Pedagogia do VIII semestre do CEULS/ULBRA Professora do curso de pedagogia do CEULS/ULBRA. Orientadora do Projeto. 2 168 preencher a falta de tempo para com os filhos e acham conveniente oferecer estes tipos de tecnologia como mais um meio de prazer para as crianças. Mas, sabe-se que não há nada mais prazeroso do que ouvir boas histórias, pois as literaturas são capazes de proporcionar momentos de pura fantasia e isso se torna propicio para o estimulo da leitura. Nesta perspectiva, cabe à escola desenvolver métodos diferenciados que possam atrair ou despertar a curiosidade das crianças em ler livros, pois aguçar nos educandos o interesse de ler desde a educação infantil é uma forma de inserir os mesmos no mundo letrado. Portanto, os professores têm um papel fundamental neste processo de conhecimento com os livros, assim, cabe a eles encontrar metodologias que levem as crianças a se interessarem pela magia que as literaturas infantis lhe proporcionam, fazendo assim com que elas tenham o hábito de ler por prazer e não por mera obrigação. MÉTODO: Para a realização da última etapa da pesquisa, utilizou-se o estudo de campo, desenvolvido com abordagem qualitativa, através da observação e aplicação de um questionário com perguntas abertas e fechadas, formado por 10 questões, sendo que destas 2 são fechadas e 8 abertas. Para a coleta das informações, foram entrevistados professores da Educação Infantil da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Everaldo de Sousa Martins, onde foi garantido o anonimato dos entrevistados.Após a observação e a coleta de dados, foram analisados os resultados para a construção do artigo. As questões são constituídas por perguntas que buscavam responder a vários questionamentos relacionados ao tema proposto: dentre eles estava à formação acadêmica, quanto tempo de atuação, quais sãos os métodos usado para incentivar a prática da leitura, quais são as dificuldades encontradas em se trabalhar a questão da leitura e a última questão que enfatiza o uso dos recursos tecnológicos em sala de aula. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para realizar a coleta de dados, foi necessário utilizar como instrumento de pesquisa um questionário com dez questões, sendo que destas duas são fechadas e oito abertas. A primeira questão objetivou saber qual à formação dos professores ? E ao analisar os resultados foi possível verificar que quase todas as professoras tem graduação em Pedagogia e somente uma não possui o nível superior, mas tem o magistério que lhe permite trabalhar com seres iniciais. Dessa forma, pode-se dizer que a escola dispõe de professores qualificados como exige a LDB 9.394/96 em seu artigo 62. 169 A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em unidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos cinco anos primeiros do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal.(LDB, p.35,2013). Sendo assim, verificou-se que a escola estar cumprindo o que rege a lei com relação ao seu quadro docente. A segunda questão objetivou saber o tempo de atuação dos professores na educação Infantil? Das quatro professoras entrevistadas a mais recente tem apenas sete meses de atuação e a mais antiga já tem dezenove anos de profissão, as outras duas, uma tem seis anos e há outra sete anos que desenvolve o trabalho com educação infantil. A terceira questão diz respeito à metodologia utilizada para incentivar a prática pela leitura? De acordo com as respostas das professoras, verificou-se que as mesmas utilizam em suas práticas diversos métodos para despertar a prática pela leitura, dentre eles estão os desenhos livres, vídeos, teatrinhos e o mais enfatizado de todos que é a contação de histórias, através de literaturas infantis, em especial os contos clássicos. A quarta questão é em relação à reação dos alunos diante do estimulo da leitura? Verificou-se que as professoras foram unanimes nas suas respostas, no que se refere à reação dos alunos diante do estimulo da leitura. Notou-se, portanto que as crianças demonstram alegria e satisfação em ouvir as histórias, pois segundo as professoras a atenção é garantida quando é contada ou lida as histórias com gestos, uma vez que elas ficam curiosas para visualizar as gravuras, despertando nas mesmas a vontade de recontar as histórias de sua forma. Deste modo, como afirma Sousa em seu artigo “ A contação de histórias como estratégia pedagógica na Educação Infantil e Ensino Fundamental “. Na interação com as histórias a criança desperta emoções como se a vivenciasse, estes sentimentos permitem que esta pela imaginação exercite acapacidade de resolução de problemas que enfrenta no seu dia a dia, além disso, estainteração estimula o desenho, a musica, o pensar, o teatro, o brincar, o manuseio delivros, o escrever e a vontade de ouvir novamente. (SOUSA, p.240, 2011). Neste sentido, é de suma importância que haja interação nesse processo de estimulo da leitura pelas crianças, para que haja desenvolvimento pleno de suas capacidades além da leitura. 170 A quinta questão, refere-se aos projetos relacionados ao incentivo a leitura que a escola já desenvolveu? Para as professoras é de suma importância que a escola desenvolva projetos relacionados á leitura, por isso a referida instituição já fez projetos relacionados ao incentivo a leitura, o mais recente foi o do dia do livro que segundo elas o projeto foi muito bom, pois, houve apresentações de histórias com os próprios alunos dramatizando. A sexta questão objetivou saber quais são os livros que as professoras acham mais interessantes para se trabalhar a questão da leitura? Dos livros mais citados foram às fábulas, literaturas infantis, contos clássicos. A sétima questão apresentava a seguinte pergunta: Você trabalha com frequência a leitura em sala de aula? Ao observar a prática das professoras entrevistadas e analisar as respostas, notou-se que as mesmas trabalham diariamente a questão do incentivo a prática pela leitura. A oitava questão objetivou saber quais são as dificuldades encontradas em estimular as crianças a terem o hábito pela leitura? De acordo com as professoras entrevistadas, duas relataram que as dificuldades são “em relação à família que nãoincentiva os filhos, pois esse hábito tende a vir primeiramente de casa, mas isso são raros acontecer, entãoé visto nos momentos de aula”. As outras duas entrevistadas relataram que as maiores dificuldades estão na falta de espaço adequado e materiais. A penúltima questão perguntava se as professoras acham importante trabalhar a leitura desde as series iniciais? Ao analisar as respostas verificou-se que todas as professoras acham importante sim trabalhar a leitura desde as series iniciais. A última questão objetivou saber se na opinião das professoras o uso de recursos tecnológicos no ambiente escolar, contribui ou atrapalha no desenvolvimento da criança em relação à leitura? Verificou-se que nesse item todas as entrevistadas concordam que o uso dos recursos tecnológicos contribui no desenvolvimento da criança, segundo elas“desde que seja utilizado como um recurso que incentive o aluno a aprender, pois desta forma contribui para o desenvolvimento das crianças em formar bons leitores, não só na leitura, mas como auxilio na aquisição da escrita”. 171 CONCLUSÃO: Realizar essa pesquisa foi muito proveitoso e de suma relevância , pois os resultados obtidos servirão futuramente para o exercício da prática docente assim como a minha formação profissional. E ao analisar os resultados percebeu-se a importância de se estimular a leitura desde as series iniciais, seja através da contação de histórias, das fábulas, das apresentações teatrais, ou até mesmo através do reconto realizado pelos próprios alunos, como forma de estimular sua iniciação no mundo dos livros. Outro ponto importante observado na pesquisa foi à metodologia utilizada pelos professores, juntamente com o uso dos recursos tecnológicos fazem toda a diferença nesse processo de estimulo da leitura nos anos iniciais. REFERÊNCIAS: BRASIL. Lei Darcy Ribeiro (1996). LDB: Lei de diretrizes e bases da educação nacional: lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 8ed – brasilia: Câmara dos deputados, edições Câmara, 2013. 45p – série legislação; n 102 SOUSA, Elinete de Oliveira; BERNARDINO, Andreza Dalla. A contação de histórias como estratégia pedagógica na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Disponível em: erevista.unioeste.br/index/.../4891 Acesso em: 01/10/14. 172 MÍDIAS TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO: O USO DO LAPTOP NA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL IRMÃ LEODGARD GAUSEPOHL Lúcia Maria Maia Pimentel1 Rosângela Maria Lima de Andrade2 [email protected] RESUMO - O estudo teve por objetivo, analisar a utilização de mídias tecnológicas na educação, através do uso do laptop na Escola Irmã Leodgard Gausepohl. Utilizou-se a pesquisa bibliográfica e de campo, através de aplicação de questionários a professores e alunos do 5º Ano. Verificou-se que a maioria dos professores participou de formação continuada do PROUCA, utilizando o computador UCA como um recurso de apoio pedagógico em suas aulas, duas vezes por semana. Consideram importante a utilização das mídias tecnológicas em prol da melhoria da qualidade de ensino. O impacto da implantação do programa foi positivo, visto que o uso do computador UCA fez com que os alunos adquirissem habilidades e competências, exemplificando o senso crítico, autonomia, socialização, criatividade, entre outros. Concluiu-se, que a implantação do PROUCA na Escola Irmã Leodgard é relevante, visto que possibilitou acesso aos alunos e professores ao mundo digital. PALAVRAS-CHAVE: PROUCA. inclusão digital. aprendizado. INTRODUÇÃO: Os recursos tecnológicos são utilizados, com a intenção de aprimorar a capacitação profissional de mão-de-obra produtiva na sociedade. No contexto educacional, ressalta-se que essa ferramenta vem sendo cada vez mais aplicada como estratégias e instrumento no processo de ensino-aprendizagem. Através do computador alunos e professores podem: visualizar, pesquisar, contextualizar, construir e ter acesso a novos conhecimentos, além de exercitar e relacionar os conteúdos vistos em sala de aula com o seu cotidiano. Em cidades do interior da Amazônia, a inserção dessa ferramenta tecnológica se faz presente, embora de maneira tímida. Estudar a realidade da inserção do computador como recurso pedagógico em instituições de ensino formal localizados na Amazônia, é necessário e urgente enquanto diagnóstico que possibilita a construção de futuras políticas educacionais, nas diferentes esferas (Federal, Estadual e Municipal). Neste contexto, considera-se de grande relevância este estudo sobre o PROUCA – Programa Um Computador por Aluno, em Santarém – Pará, especificamente na Escola Municipal de Ensino Fundamental Irmã Leodgard Gausepohl, tendo por objetivo, analisar a utilização de mídias tecnológicas na educação, através do uso do laptop na escola. 1 Especialista em Informática e as Novas Tecnologias Educacionais pelo Centro Universitário Luterano de Santarém. 2 Orientadora da Pesquisa. Docente do CEULS/ULBRA - Santarém 173 Silva (2008), afirma que a inserção da Informática na Educação chegou como uma sugestão de mudança no contexto educacional e nas práticas pedagógicas. (...) pensando nestas inovações que o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) em parceria com o Ministério de Educação e Cultura (MEC) e a Secretaria de Educação a Distância (SEED) idealizaram a proposta de introdução da Informática na Educação, com o objetivo de que os computadores sejam utilizados como ferramentas educativas de suporte ao trabalho docente, visando à construção de novos ambientes de aprendizagem e, simultaneamente, a melhoria da qualidade da educação. (SILVA, 2008, p. 68) A preparação do professor para assumir um novo papel no ensino, como pesquisador adaptado à sociedade da informação, que vê a informática, especialmente o computador, como meio de facilitar a aprendizagem. Essa ferramenta provoca, desafia, contagia o aluno a aprender e saber mais, criando ambientes e possibilidades de aprendizagem. (CHAVES,1998) A implantação de uma política pública de informatização no Brasil teve início na década de 70, em pleno período de ditadura militar. Tal processo ocorreu em meio a interesses políticos e econômicos, que associou a informática a uma “questão de segurança nacional e desenvolvimento” (ANDRADE; LIMA, 1993, p.32) e foi assegurada uma reserva de mercado para a indústria de computadores, cuja política era controlada pela SEI – Secretaria Especial de Informática. A partir da década de 80, foram realizadas ações que visavam colocar os computadores nas escolas públicas de Educação Básica, o marco inicial para a introdução dessa tecnologia na escola foi o “I Seminário de Informática na Educação”, realizado em Brasília em 1981, caracterizado por atividades de pesquisas relacionadas ao uso do computador no processo educativo. Como resultados desse seminário foram feitas recomendações para a introdução da informática na Educação: a) as atividades da informática educativa devem ser balizadas por valores culturais, sociopolíticos e pedagógicos da realidade brasileira; b) os aspectos técnico-econômicos devem ser equacionados não em função das pressões de mercado, mas dos benefícios socioeducacionais; c) não (...) considerar o uso dos recursos computacionais como nova panacéia para enfrentar os problemas da educação; d) deve haver a criação de projetos-piloto de caráter experimental com implantação limitada, objetivando a realização de pesquisa sobre a utilização da informática no processo educacional. (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p. 71) O computador e seus recursos possibilitam colocar os alunos em uma posição ativa de descobridores e construtores do seu próprio conhecimento e um ambiente de aprendizagem que respeita suas diferenças individuais, na medida em que utiliza diferentes meios e formatos 174 no tratamento e apresentação da informação. Através desta ferramenta, docentes buscam incentivar as crianças e adolescentes a utilizarem a internet como fonte de educação, e não só de entretenimento. No século XXI, a internet e o computador deixaram de ser somente uma máquina de realizar as etapas de processamento de informações ou somente dispositivos que executam tarefas. A informação, a tecnologia e o conhecimento passaram a caminhar juntos em função da manipulação das informações voltadas para o bem-estar social. MÉTODOS: Utilizou-se como metodologia, a pesquisa bibliográfica em obras de autores consagrados na temática, e de campo, através de aplicação de questionários a dez professores, todos do gênero feminino, na faixa etária de 36 a 58 anos, com formação em Pedagogia, exercendo o Magistério há mais de dez anos. Foram escolhidos estes professores por atuarem no 5º Ano do Ensino Fundamental. Quanto à natureza dos dados a pesquisa teve enfoque quanti-qualitativo. É considerada uma pesquisa quantitativa, pois utilizou como instrumento de coleta de dados, a aplicação de questionário, com questões fechadas. Para Teixeira (2007, p. 136), a pesquisa quantitativa “utiliza a descrição matemática como uma linguagem, ou seja, a linguagem matemática é utilizada para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre as variáveis, etc.”. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Escola Municipal de Ensino Fundamental Irmã Leodgard Gausepohl está localizada na área urbana, aproximadamente a 50 metros do Rio Tapajós, no Município de Santarém no Estado do Pará. Indagou-se aos professores se participaram da formação continuada do PROUCA, verificando-se que 80% dos docentes afirmaram terem recebido essa formação. Porém, 20% informaram não terem recebido. A respeito do professor utilizar o computador UCA como um recurso de apoio pedagógico em suas aulas, observou-se que todos (100%) utilizam este recurso pedagógico em sala de aula. A respeito da frequência com o professor utiliza o computador UCA na sala de aula, verificou-se que 60% dos docentes utilizam até 02 vezes por semana. E 40%, 01 vez por semana, conforme descrito no gráfico abaixo. 175 60% 60% 01 vez por semana 50% Até 02 vezes por semana Até 03 vezes por semana Até 04 vezes por semana Todos os dias 40% 40% 30% 20% 10% 0% 0% 0% 0% Gráfico 01 – Frequência do uso do UCA como recurso pedagógico. Fonte: Questionário, 2014. Indagados a respeito de outras mídias tecnológicas que o professor usa na sala de aula, além do laptop, verificou-se que 40% dos docentes utilizam o computador. 30%, o Microsystem. 20%, TV, e 10%, DVD, conforme descrito no gráfico 02. 40% 40% 35% 30% 30% 25% 20% 20% 15% 10% Computador Microsystem TV DVD 10% 5% 0% Gráfico 02 – Outras mídias tecnológicas utilizadas como recurso pedagógico. Fonte: Questionário, 2014. Solicitou-se que os professores citassem alguma atividade que fez com uso das mídias digitais, obtendo-se como respostas: Com os alunos, uso o computador para reforçar o que eles estão estudando. Eu uso o computador para fazer pesquisas, máquina digital e o celular para registrar as atividades desenvolvidas em sala de aula. (Professor 01) Utilizo vídeos educativos e músicas. (Professor 02) Uso jogos, digitação de texto, continhas, entre outros. (Professor 03) Para pesquisa e produção textual. (Professor 04) Aulas em vídeos, aulas com músicas, pesquisas na internet e no laboratório. (Professor 05) Pode-se observar que os professores utilizam as mídias tecnológicas para auxiliar no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem em sala de aula, aumentando o interesse 176 dos alunos nas matérias ensinadas. Questionados sobre a importância do uso das mídias digitais na sua prática educativa, obtendo-se como respostas: Sim, porque hoje no mundo não tem como ficar alheio a essas tecnologias, e mesmo as crianças tem mais interesse para aprender. (Professor 06) Acho importante, sim. Pois observo que com o uso das mídias, as aulas tornam-se mais atraentes e prazerosas, e com isso auxiliando no aprendizado dos nossos alunos. (Professor 07) Sim, porque estimula o aluno a pensar, ele tem mais vontade de descobrir, pesquisar. (Professor 08) Sim, porque os alunos ficam mais motivados para realizarem as atividades propostas. (Professor 09) Sim, pois as aulas ficaram mais dinâmicas e atraentes, o aluno fica mais motivado em aprender. (Professor 10) A importância da utilização das mídias tecnológicas fica evidente nas respostas apresentadas pelos professores, visto que buscam a utilização das ferramentas em prol da melhoria da qualidade de ensino, e os participantes da pesquisa utilizam o computador UCA como um recurso de apoio pedagógico em suas aulas, ainda que somente duas vezes por semana. Indagados se o uso do computador UCA fez com que os alunos adquirissem habilidades e competências, verificou-se que todos (100%) concordam com essa afirmativa. O Projeto UCA tem por objetivo promover a inclusão digital. Indagou-se sobre o que o professor considera inclusão digital, obtendo-se as seguintes respostas: É incluir na prática pedagógica atividades onde o professor possa estar usando computador, datashow, DVD, TV, microsystem, ao invés de usar somente o quadro e o giz. (Professor 06) Para mim, inclusão digital é como já diz o nome, é incluir e oportunizar as diferentes camadas sociais. Mas entendemos que ainda existem milhões de pessoas que ainda não tem essa oportunidade de desfrutar esse recurso tecnológico. (Professor 07) A inclusão digital é a acessibilidade das pessoas às tecnologias de informação e comunicação – TICs, para melhorar a sua qualidade de vida, possibilitando as condições de acesso a todos os lugares, seja físico ou virtual. (Professor 08) Inclusão digital é o conhecimento que o indivíduo deve ter a respeito dos recursos tecnológicos que fazem parte do seu dia-a-dia. (Professor 09) É inserir a sociedade na era digital, dar oportunidade a quem não tem acesso ao uso do computador em sua rotina diária. (Professor 10) 177 Na percepção dos professores, inclusão ocorre quando todos podem ter acesso ao que está sendo oferecido, oportunizando ao aluno a se envolver com a realidade do mundo atual, que é um mundo digital. CONCLUSÃO: A adoção das mídias tecnológicas em sala de aula traz responsabilidades para professor, pois é ele quem vai dinamizar todo este novo processo de ensino-aprendizagem por intermédio dessa ferramenta, explorando-a e conseguindo o intuito maior da Informática Educativa: mudança, dinamização, envolvimento, por parte do aluno na aprendizagem. A implantação do PROUCA na Escola Irmã Leodgard possibilitou acesso aos alunos e professores ao mundo digital, auxiliando na construção de um sujeito autônomo e livre. REFERÊNCIAS ANDRADE, Pedro Ferreira; LIMA, Maria Cândida Moraes. Projeto EDUCOM. Brasília: MEC/OEA, 1993. AZEVEDO, João Vanderley. O uso das salas de tecnologias educacionais no ensino de geografia: desafios e perspectivas. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-graduação, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, 2009. BRITO. Glaucia S.; PURIFICAÇÃO, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias: um re-pensar. Curitiba: Ibpex, 2006. CHAVES, Eduardo. Conceitos de Educação http://www.edutecnet.br. Acesso em 12Jun2014. à Distância. 1998. Disponível em SILVA. Mozart Linhares da. Novas tecnologias: educação e sociedade na era da informação. 1 reimp. Belo Horizonte, 2008. TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 4. ed. Belém: Unama, 2007. 178 O ANALFABETISMO EM JOVENS E ADULTOS Adrielly do Nascimento Silva1 [email protected] Maria Edilene da Cruz Silva1 [email protected] Rosângela Lima Cruz1 [email protected] Izabel Alcina Soares Evangelista2 [email protected] RESUMO: O projeto de pesquisa sobre o analfabetismo em Jovens e Adultos objetiva analisar as condições de acesso à educação da EJA em processo de alfabetização e como identificar os principais desafios para a permanência dos mesmos em sala de aula. A metodologia presentena educação do Brasil, é um fator de desenvolvimento a cidadania que fundamenta e amplia a vivência da democracia em um país heterogêneo e cheio de contrastes, portanto podemos diagnosticar o acesso e a qualidade do ensinoou conhecimentos acerca de um problema para qual se procura uma resposta, ou uma hipótese e consiste na observação de fatos e fenômenos, com abordagem qualitativa, utilizando como instrumento entrevista desenvolvida com os alunos e professora da 2º etapa da EJA, realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Hilda Mota, no Município de Santarém sobre o analfabetismo nas diferentes faixas etárias, dentre jovens e adultos. PALAVRAS-CHAVE: Analfabetos, Professores. Alunos. INTRODUÇÃO: O trabalho a seguir, relata o auto índice de analfabetismo encontrado no Brasil, e um dado bastante preocupante é que os analfabetos estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste. Visto este problema que assola o nosso País. O trabalho foi fundamentado na teoria de Paulo Freire que fala de forma clara as metodologias necessárias para se ter menos analfabetos e mais pessoas letradas. As políticas educacionais no Brasil atualmente tem se preocupado em formar jovens e adultos que compreendam os seus conceitos e decisões a serem tomados de acordo com o seu cotidiano. Assim a integração nacional de grande dimensão territorial étnico como o Brasil passa por diversas decisões e ações que tentam seguir de maneira homogenia, porém o nosso País é desigual, pois cada cidade apresenta sua diversidade de culturas e crenças distintas isso dificulta o aprendizado entre jovens e adultos por que o ensino peca em tentar usar a ideologia para que todos tenham uma educação igualitária. Porém a integração resulta no processo de transição de experiências para se ajustar a realidade acrescida da transformação do homem de pensar e ter suas opiniões próprias. Segundo Paulo Freire “Uma das maiores tragédias do homem moderno, está em sua dominação pela força dos mitos sendo comandado pela publicidade organizada, ideológica ou não, através de sua capacidade de decidir e interpretar, a isso ele chama de elite”. 179 Refletindo sobre os problemas sociais da escola Municipal Hilda Mota onde notou-se especificamente na segunda etapa da EJA um grande número de alunos com idades entre 15 a 55 anos que ainda possuem dificuldade na leitura e na escrita. Diante dos dados apresentados, podemos afirmar que o analfabetismo no estado do Pará, principalmente na cidade de Santarém, atinge a maioria dos homens que de alguma forma não tiveram oportunidades de estudar na idade adequada. METODO: Trabalho bibliográfico embasado em Gil ( 2010, p. 65), “pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir o investigador a cobertura muito mas ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Posteriormente de campo que permitiu a melhor compreensão do número de alunos analfabetos encontrados na Escola Municipal Hilda Mota. RESULTADO E DISCUSSÃO: Durante o período de construção do projeto, foram realizadas observações e preenchidos questionários ao qual a professora da 2º etapa relatou as suas vivencias em sala de aula de forma clara e objetiva. Gráfico 01: Idade dos alunos que entraram na Escola Hilda Mota sem saber ler ou escrever no ano de 2014. 6 5 4 3 2 1 0 15 a 20 20 a 30 30 a 40 40 a 60 O gráfico acima mostra a idade dos alunos que entraram na escola Hilda Mota sem saber ler ou escrever. Vale ressaltar que como demonstrado no gráfico o maior índice de alunos analfabetos são os jovens entre 15 a 20 anos muitos por falta de oportunidade. 180 Gráfico 02: Maior desafio encontrado para alfabetizar na EJA. Falta de oportunidade Falta de apoio da direção No segundo gráfico é possível visualizar a maior dificuldade encontrada nas turmas da EJA da Escola Hilda Mota, visto que a maioria dos alunos não tiveram oportunidades na idade adequada ao estudo. CONCLUSÃO: Constatamos na escolaProfessora Hilda Mota vários alunos em processo de alfabetização e também com dificuldades na leitura e na escrita. Isso porque esses jovens e adultos não tiveram oportunidade ao longo de sua caminhada estudantil, pois em pleno século XXI, ainda encontramos pessoas analfabetos adultos que não sabe ler e nem escrever. Pois inúmeras são as causas que contribui para esse auto índice se analfabetismo. REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. Educação: Atualidade brasileira. 2º Ed. Editora Cortez: instituto Paulo Freire. São Paulo, SP. 2002. Gil, Antônio Carlos. Método e técnica de pesquisa social.5. ed. São Paulo: Atlas 2006. Gil, Antônio Carlos. Método e técnica de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas 2006. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho Científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográficas, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas, 1992. SAVIANI, Dermeval. A Nova Lei da Educação: trajetória, limites e perspectivas. 3º Ed. Campinas: Autores Associados, 1997. (Coleção Educação Contemporânea). SCOTTINI, Alfredo. Dicionário da língua portuguesa/. Compilado por Alfredo Scottini. Blumenau: edições TodoLivro, 1998. 500p. UNESCO. O PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO. O retrato do analfabetismo no Brasil. Extraído do site kW. google.com.br. Em Novembro de 2011 em Santarém Pará. 181 PERFIL SOCIOECONÔMICO DE PAIS DOS ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL RIO TAPAJÓS E SUA RELAÇÃO COM A IMPORTÂNCIA DA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO DESEMPENHO ESCOLAR. Jamile Fonseca da Silva1 Matheus Alberto de Araújo Freire2 Manuel Elbio Aquino Sequeira3 RESUMO: O presente artigo tem por objetivo relacionar o perfil socioeducativo dos pais de alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Rio Tapajós, localizada na Rodovia Curuá-Una, bairro Diamantino na cidade de Santarém PA, com a importância da influência da família no desempenho escolar dos filhos. Dentro de um universo de 200 pais foram entrevistados 50, que corresponde a uma amostra de 25%. A pesquisa realizada é de cunho qualitativo, com análise quantitativa dos dados obtidos, podendo enquadra-la como uma pesquisa de campo com suporte bibliográfico para fundamentar a relação proposta. A escola está inserida no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência, que é administrado pelo Curso de Educação Física do CEULSULBRA. O perfil levantado servirá como avaliação de contexto na formulação de um projeto de atividades que pretende atender as necessidades, interesses e carências reveladas através do levantamento dos dados durante o processo de avaliação. PALAVRAS-CHAVE: Família, escola, educação. INTRODUÇÃO: O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, sem dúvida, constitui-se numa das alternativas potenciais para fortalecer a formação profissional para o exercício da docência na educação básica conforme explícito pelo Ministério da Educação e Cultura do governo brasileiro e conveniado com a CAPES. A palavra educação pode assumir diferentes significados. Entre eles, implica falar sobre os valores de determinada sociedade, em determinado momento histórico, que é transmitida para gerações posteriores. Além de ser um componente da vida em sociedade, a educação também compreende o aprendizado das experiências individuais. A educação da criança e do adolescente assume um caráter global no sentido de que atribui a todas as instituições principalmente no que conduz a escola e a família parcelas essenciais na responsabilidade e de parceira no processo de formação do aluno. A grande contradição se dá pelo fato de que no imaginário escolar e familiar, as expectativas em relação á educação não são cumpridas entre uma e outra a que gera um diálogo árduo enão raras vezes mutuamente sem retorno. Mesmo assim tais instituições precisam assumir as responsabilidades que lhes cabem, no sentido de garantir que a aprendizagem aconteça numa educação voltada para o exercício ético da democracia. 1 Acadêmica de Educação Física CEULS/ULBRA, bolsista do [email protected] Acadêmicode Educação Física do CEULS/ULBRA, bolsista do [email protected] 3 Mestre em Educação Física, coordenador do projeto PIBID na sub-área Educação [email protected] 2 Física 182 “A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda se a opção é progressista, senão se está a favor da vida e não da morte, da equidade e não da justiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não se tem outro caminho se não viver a opção que escolher. Encarná-la diminuindo, assim, a distância entre o que se diz e o que se fez.” Paulo Freire (1999 p, 18) MÉTODO: Nossa investigação, predominantemente de cunho qualitativo, consistiu-se numa pesquisa de campo com aplicação de um questionário com 19 perguntas direcionadas a levantar dados da realidade socioeconômica dos pais dos alunos da Escola Estadual Rio Tapajós e sua relação com a importância da influência da família no desempenho escolar. O perfil levantado servirá como avaliação de contexto na formulação de um projeto de atividades que pretende atender as necessidades, interesses e carências reveladas através do levantamento dos dados durante o processo de avaliação. RESULTADO E DISCUSSÃO Gráfico 1- Na análise dos dados obtidos através de um questionário, o gênero feminino representa sessenta por cento (60%) e o masculino quarenta por cento (40%) dos entrevistados. Gráfico 2- 183 No que se refere à renda mensal da família constatou-se que mais de 03 salários mínimos representam dezoito por cento (18%), até 02 salários mínimos vinte e quatro por cento (24%) e 01 salário mínimo cinquenta e oito por cento (58%). Gráfico 3- No que se refere se a família recebe algum auxílio do governo, concluiu-se que trinta e seis por cento (36%) não recebe e sessenta e quatro por cento (64%) sim. CONCLUSÕES: Com base nos dados analisados observou-se que a maioria das famílias é de baixa renda, e baixa escolaridade o que limita a possibilidade de participação dos pais na vida escolar dos filhos e consequentemente na influência positiva que possa incidir no rendimento escolar. Para PAROLIN (2011), a família é o núcleo constitutivo do sujeito. É um sistema que une as pessoas que a compõem, não apenas sobre o mesmo teto e com o mesmo sobrenome, mas fundamentalmente, pelas representações que se constroem à medida que vão compartilhando o cotidiano, formando, em sua intimidade, uma rede de significações a que estão vinculados aos seus mitos, ritos, crenças, segredos, medos e ideais. Neste contexto a baixa renda, a baixa escolaridade e o recebimento de bolsas família em 64 % das famílias entrevistadas apresentam um perfil pouco favorável para que o ambiente familiar tenha alguma incidência no bom desempenho escolar dos seus filhos. Segundo PAROLIN (2011), a escola é uma instituição potencialmente socializadora. Ela abre um espaço para que os aprendizes construam novos conhecimentos, dividam seus universos pessoais e ampliem seus ângulos de visão assim aprendam a respeitar outras verdades, outras culturas e outros tipos de autoridade. Nessa instituição, o mundo do 184 conhecimento, da informação, ou seja, o mundo objetivo mistura-se ao dos sentimentos, das emoções e da intuição, ao dito mundo subjetivo. São emoção e razão que se fundem em busca de sabedoria. Cabe às duas instituições, a familiar e escolar auxiliar o indivíduo no seu processo de desenvolvimento, sendo que um ambiente saudável, cercado de incentivas e boas relações, tende a aumentar o desempenho escolar. A escola está diante de um grande desafio que é a incorporação da família ao ambiente da escola e a preocupação dos pais pelo rendimento escolar do filho para o beneficio do desempenho educacional de suas crianças e só assim poderá fazer uma educação de qualidade e que possa promover o bem estar de todos que formam a comunidade escolar. REFERÊNCIA ITAMAR, Melo. | [email protected] FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação Cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo; FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a prática educativa TIBA, Içami. Disciplina; limite na medida certa. 41ª Ed. São Paulo; Gente, 1996 240p. TIBA, Içami Disciplina na medida certa, São Paulo: Gente 1999. VYGOTSKI L.SA Formação social da mente São Paulo: Martins Fontes, 1998. GARCIA, Joselaine de Fátima G. em um texto escrito para o Jornal Diário Serrano, edição do dia 12 de outubro de 2011. VARANI, A.; SILVA, D. C. Arelação família-escola: implicações no desempenho escolar dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v.91, n.229, p. 511-527, set/dez 2010. Disponível em: <http://rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/viewFile/1643/1364>. Acesso em: 5 agosto 2013. PAROLIN, I. Professores formadores: a relação entre a família, à escola e a aprendizagem. Curitiba: Positivo, 2007. 185 PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS PROFESSORES DA ESCOLA RIO TAPAJÓS: SER PROFESSOR Daniela Marques e Silva1 Patrícia Alves da Rocha2 Manuel Elbio Aquino Sequeira3 RESUMO: O Presente artigo busca relacionar o perfil sócio econômico dos professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Rio Tapajós da cidade de Santarém PA, com o desempenho profissional do professor na escola. Os dados foram obtidos a partir das respostas de vinte e sete professores que correspondem a mostra de 38,5 % do universo de 70 professores da escola mencionada.Nossa investigação, predominantemente de cunho qualitativo, consistiu-se numa pesquisa de campo com aplicação de um questionário com 20 perguntas direcionadas a levantar dados da realidade socioeconômica do quadro de professores pertencentes a escola como parte de uma avaliação de contexto, a partir da qual poderá se refletir e entender o ambiente educacional da escola do ponto de vista das necessidades do professor.O trabalho científico aqui desenvolvido foi realizado por bolsistas do PIBID, Programa de Incentivo de Bolsas de Iniciação à Docência coordenado pelo Curso de Educação Física do CEULS/ULBRA e do qual a escola Rio Tapajós faz parte. PALAVRAS-CHAVE: formação dos professores, perfil socioeconômico, pibid. INTRODUÇÃO: O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, sem dúvida, constitui-se numa das alternativas potenciais para fortalecer a formação profissional para o exercício da docência na educação básica conforme explícito pelo Ministério da Educação e Cultura do governo brasileiro. O presente artigo tem como objetivo investigar o perfil socioeconômico dos professores da escola estadual de ensino fundamental e médio Rio Tapajós do município de Santarém/Pa no ano de dois mil e quatorze (2014). Para tanto foi aplicado um questionário junto aos professores, e coordenação pedagógica. Nessa análise, é discutido o papel desempenhado pelo professor com responsabilidade social e educacional, nos permitindo a reflexão sobre a educação e a realidade social, por meio das diferentes experiências levantadas. Segundo Freire (1979), a ação docente é a base de uma boa formação escolar e contribui para a construção de uma sociedade pensante. Entretanto, para que isso seja possível, o docente precisa assumir seu verdadeiro compromisso e encarar o caminho do aprender a ensinar. Evidentemente, ensinar é uma responsabilidade que precisa ser trabalhada e desenvolvida. Um educador precisa sempre, a cada dia, renovar sua prática pedagógica para, da melhor maneira, atender a seus alunos, pois é por meio do comprometimento e da “paixão” 1 Daniela Marques e Silva Acadêmica de Educação Física do CEULS/ULBRA, Bolsista do [email protected] 2 Patrícia Alves da Rocha Acadêmica de Educação Física do CEULS/ULBRA, Bolsista do [email protected] 3 Manuel Elbio Aquino Sequeira Mestre em Educação Física, Coordenador do Projeto PIBID na sub-área Educação Fí[email protected] 186 pela profissão e pela educação que o educador pode, verdadeiramente, assumir o seu papel e se interessar em realmente aprender a ensinar. A docência, no plano do nível de ensino, médio exige do professor que ele seja competente em determinada área de conhecimento, isto é, que domine repertórios básicos em determinado campo do saber. Exige-se, também, que o professor tenha seus conhecimentos e suas práticas profissionais atualizadas constantemente, por meio de participação em cursos de aperfeiçoamento, especializações, etc. O objetivo da docência é, em linhas gerais, a aprendizagem dos alunos, em relação à qual o professor deve ter clareza sobre o que significam aprender, ensinar, quais são os princípios básicos do ensino e da aprendizagem, o que se deve aprender atualmente, como aprender de modo significativo e crítico, de tal forma que a aprendizagem se faça com a maior eficácia possível. Com efeito, os professores desta nova geração devem se preocupar não somente com os conhecimentos que seus alunos venham a ter, bem como devem estar atentos quanto ao desenvolvimento de suas habilidades humanas e profissionais e de seus valores como cidadãos comprometidos socialmente. Assim, esta pesquisa, buscou evidenciar o perfil dos professores do ensino Médio, que atuam no ensino público, através das perguntas do questionário aplicado. MÉTODO: Nossa investigação, predominantemente de cunho qualitativo, consistiu-se numa pesquisa de campo com aplicação de um questionário com 20 perguntas direcionadas a levantar dados da realidade socioeconômica do quadro de professores pertencentes a escola como parte de uma avaliação de contexto, a partir da qual poderá se refletir e entender o ambiente educacional da escola do ponto de vista das necessidades do professor. RESULTADO E DISCUSSÃO Gráfico 1- horas trabalhadas Fonte: Autoras 187 Na questão jornada de trabalho, dez (10) horas semanais, quinze por cento (15%), de onze (11) a vinte (20) horas semanais (0%), de vinte um (21) a trinta (30) horas semanais, quarenta e um por cento (41%), de trinta e um (31) a quarenta (40) horas semanais, quinze por cento (15%), mais de quarenta (40) horas semanais, vinte nove por cento (29%). Gráfico 2- outros locais de trabalho Fonte: Autoras Na questão se os docentes só trabalham só na escola Rio Tapajós, quarenta e quatro por cento (44%) responderam que não, dezenove por cento (19%), no colégio Ezeriel Mônico Matos, sete por cento (7%), no Colégio Julia Passarinho, onze por cento (11%), no Colégio Pedro Alvares Cabral, quatro por cento (4%), no Colégio Almirante Soares Dutra, e quinze por cento (15%), no Colégio Plácido de Castro. Gráfico 3- Especialização Você tem Pós Graduação? Phd Phd; 0% Doutorado Doutorado; 0% Mestrado Mestrado; 0% Especialização; 100% Especialização 0% 10% 20% 30% 40% Fonte: Autoras 50% 60% 70% 80% Ao questionamos sobre a pós-graduação, cem por cento (100%), se especializaram. CONCLUSÕES: Constatou-se, que os professores trabalham em outras escolas com mais de quarenta horas semanais, levando a um fator de desgaste muito grande O que evidentemente afeta a qualidade do seu desempenho já que segundo Tavares e colaboradores (2007: 19): 188 “Ser professor é uma das profissões mais estressantes na atualidade. Geralmente as jornadas de trabalho dos professores são longas, com raras pausas de descanso e/ou refeições breves e em lugares desconfortáveis. O ritmo intenso e variável, com início muito cedo pela manhã, podendo ser estendido até à noite em função de dupla ou tripla jornada de trabalho. No corre-corre os horários são desrespeitados, perdem-se horas de sono alimenta-se mal, e não há tempo para o lazer. São exigidos níveis de atenção e concentração para a realização das tarefas. Quando o trabalho é desprovido de significação, não é reconhecido ou é uma fonte de ameaças à integridade física e/ou psíquica acaba por determinar sofrimento ao professor.” Além disso percebemos que o fator determinante que afeta o desempenho do professor em intensas jornadas de trabalho em várias escolas está relacionada a suas obrigações familiares, tornando-o dessa forma o principal responsável pela renda familiar. Contudo apesar dessa rotina excessiva de trabalho podemos observar que muitos professores têm especialização ou seja não ficaram somente com os conhecimentos adquiridos na graduação, desta forma estão mais qualificados para desenvolver a sua função docente. No entanto, em nossa opinião, o professor deveria ter uma melhor remuneração que lhe permitisse atuar com carga horária completa apenas em um único estabelecimento de ensino, evitando o desgaste excessivo já que não teria necessidade de jornada dupla ou tripla de trabalho. REFERENCIAS DEMO, Pedro. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre: Mediação, 2004. CUNHA, M. I. O bom professor e sua prática. Campinas: Papirus, 1994, 3. ed.(p.99) GADOTTI, M. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione, 1999. 2. ed. (p.2) TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Trad. Francisco Pereira. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. O perfil dos professores brasileiros: o que fazem, o que pensam, o que almejam- / pesquisa nacional UNESCO, - São Paulo: Moderna, 2004 Experiência e competência no ensino: Pistas de reflexões sobre a natureza do saberensinar na perspectiva da ergonomia do trabalho docente - educação e sociedade, ano XXII, n 74, abril/2001 Perfil de professores da educação básica e analise multidimensional – Univale – Itajaí/ 2005 O papel do professor e sua mediação nos processos de elaboração do conhecimento Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.4, ago./dez. 2010 – ISSN 1807-9539. 189 PERFIL SOCIOECONOMICODOS ALUNOS DO 6º AO 9º ANO DA ESCOLA BRIGADEIRO EDUARDO GOMES: RENDIMENTO ESCOLAR Bruna Maria Ribeiro Braga1 Rayana Luara Cunha Costa2 Elianey Roberta Azevedo Lages3 Manuel Elbio Aquino Sequeira4 RESUMO: Este artigo tem o objetivo de traçar o perfil dos alunos do 6º ao 9º ano da escola Brigadeiro Eduardo Gomes a partir de encontrar uma relação com o rendimento escolar. O mesmo foi estruturado e desenvolvido por meio de levantamento de dados e questionários aplicados. A escola atende um universo de 500 alunos, no qual foram entrevistados 62, o que representa uma amostra de 30%, alunos com idade entre 10 a 17 anos, dos turnos matutino e vespertino. A partir dos dados coletados foi encontrado um rendimento escolar com índices de repetência significativos nestas séries. Cada aluno repetente reprovou aproximadamente entre 01 (uma) a 03 (três) vezes. Podemos apontar como fatores causadores da repetência a pouca participação efetiva da família no âmbito escolar. A violência é outro aspecto apontado como interveniente, pois é diariamente presenciada pelos alunos no dia a dia da escola e da comunidade. PALAVRAS-CHAVE: alunos, rendimento escolar, PIBID. INTRODUÇÃO: A LDB (Lei de Diretrizes e Bases, nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996)dá às escolas liberdade e responsabilidade para elaborar a sua proposta pedagógica, incluindo currículo e organização escolar, e aos docentes a incumbência de zelar pela aprendizagem de seus alunos, entendendo a aprendizagem como a aquisição de competências básicas e essenciais necessárias ao indivíduo para sua inserção na sociedade de forma justa e igualitária (DALLAN, 2000, p. 35). Consideramos que o conhecimento sobre o perfil do aluno pode apontar soluções na busca pela melhoria da qualidade do ensino. Esse levantamento faz parte das metas do Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID/CEULS-ULBRA), como elemento norteador da futura inserção dos bolsistas de educação física na referida comunidade. Segundo Angelucci, Kalmus et al. (2004), Alves Ortigão e Franco (2007), Leandro e Rodrigues (2007), Menezes-Filho (2007) e Zago (2010), o fracasso escolar é um fenômeno multideterminado: está associado tanto a variáveis relativas aos próprios estudantes e suas famílias, quanto a variáveis escolares e sociais. Se recorrermos a nossa memória, podemos nos lembrarde muitas experiências de insucesso, principalmente aquelas vividas no âmbito escolar e que para a maioria são as que 1 Acadêmica do 4º semestre do curso de Educação Física do CEULS/ULBRA. Bolsista do PIBID na escola Brigadeiro Eduardo Gomes. 2 Acadêmica do 3º semestre do curso de Educação Física do CEULS/ULBRA. Bolsista do PIBID na escola Brigadeiro Eduardo Gomes. 3 Especialista em Lazer UFMG. Graduada em Educação Física UEPA. Supervisora do PIBID na escola Brigadeiro Eduardo Gomes. 4 Mestre em Educação Física Coordenador PIBID Subprojeto Educação Física CEULS/ULBRA. 190 deixaram marcas um tanto mais profundas.Na concepção de Arroyo (2000, p. 18), os alunos chegam à escola defasados, com baixo capital cultural, sem habilidades mínimas, sem interesse, chegam à escola reprováveis, sem capacidade de enfrentar o ritmo “normal” de aprendizagem. Sampaio Corrobora afirma que O fracasso, portanto, não se explica apenas pela reprovação, nem pela perda de um ou mais anos, repetindo séries; outra perda relevante acontece pelo distanciamento cada vez maior estabelecido entre os alunos e o conhecimento que a escola pretende transmitir (2004, p.89). Outro tópico importante que reflete causas negativas consideráveis no meio escolar é a violência. A violência escolar acontece entre a comunidade escolar. Alguns autores, como Bernard Charlot (2002) e Guimarães (apud AQUINO, 1996), discorremque a violência na escola são problemas que o aluno traz de casa; a escola está sendo o local que ocorre às violências geradas por problemas familiares, desestruturação familiar. A escola ainda não entendeu a importância de esclarecer os seus propósitos para com seus alunos. Não deve ser dito apenas o fato de que os estudos proporcionam uma vida financeira melhor, garantindo um lugar no mercado de trabalho, mas mais que isso. O aluno precisa saber o porquê de ele está indo aquele lugar todos os dias; o porquê de entrar em contato com assuntos sobre a matemática, à história ou a Geografia. É necessário que a educação brasileira se empenhe mais neste trabalho, precisa resgatar no aluno a vontade de participar, aprender, discutir e construir o conhecimento. MÉTODO: Nesta pesquisa buscou-se conhecer e entender o perfil dos alunos de 6º ao 9º anos da escola Brigadeiro Eduardo Gomes, localizada no bairro Aeroporto Velho,SantarémPA.O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o questionário, contendo 27 perguntas abertas e fechadas testado e adaptado para este estudo. A pesquisa abordou três pontos importantes como: 1) a questão sócio- familiar. 2) rendimento escolar. 3) escola; educação e educação física. Foram destaque neste artigo apenas dezessete (17) destas perguntas, nos quais quatro (04) questionando a situação sócio familiar do aluno; Cinco (05) sobre o rendimento escolar; Duas (02) sobre aptidão pelas aulas de Educação Física; Quatro (04) sobre a educação em si ou o que influencia nesta educação; Um (01) como o aluno se sente no âmbito escolar, e por fim, Um (01) sobre fatos marcantes dentro do espaço escolar. Os questionários foram aplicados com 62 crianças e adolescentes com idades entre 10 a 17 anos tanto do sexo 191 masculino quanto feminino. Foram entrevistados 30% de cada turma. Após ter concluído esta etapa, os questionários foram revisados e tabulados para a análise dos dados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos dados coletados destaca-se no rendimento escolar o índice de repetência nestas séries do 6º ao 9ºano. Dentre os 62 entrevistados 41 (quarenta e um) destes alunos os quais responderam que nunca repetiram, equivale a 66% do total de entrevistados. Dentre eles 21 (vinte e um) reprovaram em uma ou mais disciplinas, esta porcentagem equivale a 34% do total de entrevistados. Cada aluno reprovou entre 01 (um) a 03 (três) vezes. O que pode ser considerado um índice alto de repetência. Durante a análise dos dados muitos relataram também como fator marcante na escola, algum tipo de violência sofrida tanto verbal quanto fisicamente, ou já tendo presenciado alguma violência no entorno e/ou dentro da escola. Alguns alunos relataram invasões em eventos escolares de pessoas que não fazem parte do meio. Porém, à que se dizer que esta violência tem origem na própria sala de aula, a partir de conflitos de alunos com professor e vice versa. De acordo com a pergunta do questionário. “Cite um fato que tenha vivido, presenciado ou tido conhecimento ocorrido na escola que você não esquece que considera importante?”, as respostas obtidas foram: A. “Levei um soco no estomago de um colega” (MASC,11 anos). B. “Briga entre alunos da escola” (MASC, 11 anos). C. “Briga entre aluno e professora” (FEM, 12 anos). D. “Zombam de mim, por causa da voz” (MASC, 10 anos). E. “Briga nos jogos com presença da polícia” (FEM 12 anos). F. “Gangue invadiu a escola nos jogos” (MASC, 13 anos). G. “Usuário de drogas na escola” (MASC, 16 anos). H. “Um menino ameaçou outro com a faca” (FEM, 15 anos). I. “Quando quebrei a brincando’”. (MASC, 14 anos) Outro fator de destaque foi quando perguntados de como você se sente na escola? A. “Terror, nojo” (MASC, 11 anos). 192 B. “Bem” (MASC, 10 anos). C. “Incomodada” (FEM, 11 anos). D. “Incomodado e com vontade de voltar para casa” (MASC, 12 anos). E. “Feliz” (FEM, 13 anos). F. “Mal” (MASC, 11 anos). G. “Alegre” (MASC, 14 anos). Alguns alunos relataram invasões em eventos escolares de pessoas que não fazem parte do meio. Porém, à que se dizer que esta violência tem origem na própria sala de aula, a partir de conflitos de alunos com professor e vice versa. CONCLUSÕES: Diversos são os motivos que influenciam no rendimento escolar. No Brasil, apesar de o Estado desenvolver e elaborar programas e buscar, de certa forma, facilitar o acesso à educação para a população em geral, esta é uma realidade a qual ainda não foi entendida para ser alcançada de forma satisfatória A partir da LDB (Lei de Diretrizes e Bases,nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), instituída pelo estado percebe-se uma oposição ao que está no papel a realidade. A escola é uma instituição de ensino, que é vista por muitos como a escada para o sucesso que prepara o aluno para o mercado de trabalho. Percebe-se que a escola ainda não sabe qual o seu papel na sociedade, o que acaba influenciando nas decisões dos alunos. A maioria deles deseja uma escola de qualidade tanto na estrutura física quanto a relação professor-aluno. A escola, como uma instituição acolhedora, que tem a capacidade de ser a “segunda casa do aluno” precisa se aproximar da realidade deles. Infelizmente, os alunos não conseguem perceber a importância dos conteúdos das aulas para a sua vida. A maioria dos estudantes desejam atividades voltadas para a prática e alegam que experiências do cotidiano auxiliam no seu aprendizado. O professor como mediador para a aquisição de conhecimento, deve buscar compreender e conhecer seus alunos e suas necessidades e não apenas repassar conteúdo. Para os alunos a escola é um lugar no qual não se sentem bem e nem a vontade, não existe espaço para liberdade, apenas regras e normas as quais devem ser cumpridas. Para atrair os alunos à sala de aula, faz-se necessário, neste caso, a escola qualificar os serviços que já estão disponíveis, garantindo professores mais presentes e comprometidos com o desempenho de seus alunos, melhorar a estrutura da escola proporcionando um ambiente mais agradável e adequado para as atividades propostas pela escola e oferecer programas e projetos que incentivem a busca pelo conhecimento e a melhoria da qualidade de vida dos alunos. A didática aplicada deve ser mais dinâmica, buscando maior participação dos 193 alunos nas aulas. Estas e outras são sugestões de soluções que a escola pode aderir junto à família e, dessa forma, recuperar o seu papel de referência para os alunos e a sociedade. REFERÊNCIAS ANDRADE, C; RAITZ, T. R. As possíveis razões do sucesso escolar em duas escolas públicas. IX ANPED SUL. Seminário de pesquisa em Ed. Física da região do sul, 2012. 16 p. CARVALHO, C. M. R. Perfil de estudantes do ensino médio e acesso às informações sobre políticas de ingresso no ensino superior. 4 p. CECCON, C; OLIVEIRA, M. D; OLIVEIRA, R. D. A vida na escola e a escola da vida. 32. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. 93 p. CORTEZ, V. M. L. O impacto da violência escolar sobre o aprendizado dos alunos. Maringá: 2012. 30 p. MADALOZ, R. J; SCALABRIN, I. S. O fracasso escolar sob o olhar docente: alguns apontamentos. IX ANPED SUL. Seminário de pesquisa em ed. física da região do sul, 2012. 13 p. DAMIANI, M. F. Interesse familiar pela/participação familiar na escolarização de adolescentes e fracasso escolar. IX ANPED SUL. Seminário de pesquisa em ed. física da região do sul, 2012. 11 p. PASSADOR, C. S; CALHADO, G. C. Infraestrutura escolar, perfil socioeconômico dos alunos e qualidade da educação pública em ribeirão preto/SP.RACEF: Revista de administração, contabilidade e economia da FUNDACE. 6. ed. Ribeirão preto, dezembro, 2012. 10 p. PRIOTTO, E. P; BONETI, L. W. Violência escolar: na escola, da escola e contra a escola. 13 p. SILVEIRA, R. S. Compreendendo a escola, a relação entre a comunidade, os alunos e a instituição de ensino. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 15, Nº 166, Marzo de 2012.PESQUISA REALIZADA EM 22/09 http://www.efdeportes.com/. SOUTO, R. A. indisciplina na sala de aula: dificuldade de aprendizagem ou desinteresse do aluno?São Paulo: 2013. 194 PERFIL SOCIOEDUCATIVO E ECONÔMICO DOS ALUNOS DA ESCOLA JOAQUIM CAVALCANTE MAIA Nádson Maia Falcão1 [email protected] Rosane da Silva das Chagas2 [email protected] Manuel Elbio Aquino Sequeira3 [email protected] RESUMO: Neste artigo buscamos visualizar o perfil socioeconômico e educativo dos alunos de 1° a 5° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Cavalcante Maia que está Inserida na comunidade Santo André, da cidade de Santarém-Pá. Onde vem sendo desenvolvido um polo do PIBID - (Programa de Incentivo a Bolsas de Iniciação à Docência) do MEC-CAPES, por acadêmicos do Curso de Educação Física do Centro Universitário Luterano de Santarém (CEULS-ULBRA). A coleta de dados se deu através da aplicação de um questionário em um universo de 400 alunos e uma amostra de 90 alunos que equivale a 30% desse total. Assim sendo nossa pesquisa é de caráter qualitativo com representação quantitativa dos dados, tem uma perspectiva exploratória apoiada numa revisão bibliográfica. A pesquisa foi realizada como forma de uma avaliação de contexto para detectar necessidades, interesses e carências dos alunos com o intuito de utilizar as informações coletadas para construir um projeto de ação que possa atender as demandas detectadas. PALAVRAS CHAVES: pibid, perfil socioeducativo e econômico, aluno. INTRODUÇÃO: O presente trabalho apresenta o perfil socioeducativo e econômico dos alunos de 1º ao 5° ano da rede pública de ensino da escola Joaquim Cavalcante Maia, situada no bairro Santo André Santarém-Pá. Procuramos analisar a realidade socioeducativa e econômica dos mesmos no ambiente escolar. Através de um planejamento colaborativo e levantamento de dados, realizado por bolsistas do Programa de Incentivo a Bolsas de Iniciação à Docência, (PIBID), subprojeto do curso de Educação Física, do Centro Universitário Luterano de Santarém, (CEULS/ULBRA). No primeiro momento os bolsistas saíram em busca de dados sobre o universo, dos alunos da escola Joaquim Cavalcante Maia que está inserida na comunidade do Santo André. Os dados analisados reveladores da realidade social econômica e educativa dos alunos serão utilizados como base na construção de um projeto de intervenção que será levado a cabo a partir do primeiro semestre de 2015. Transformando esses dados numa avaliação de contexto detectando interesses, carências e necessidades dos alunos para formular um projeto de atividades que possa atender essas demandas. MÉTODO: Através da pesquisa documental realizada na escola Joaquim Cavalcante Maia Santarém-Pá, uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo na qual foram pesquisados 1 Bolsista do PIBID Curso de Educação Física CEULS-ULBRA Bolsista do PIBID Curso de Educação Física CEULS-ULBRA 3 Mestre em Educação Física Coordenador PIBID subprojeto Educação Física CEULS-ULBRA 2 195 um universo de 406 alunos o que representa uma amostra de 20%, do 3° à 5° ano da rede pública de ensino, na faixa etária entre 5 a 10 anos de idade. Feita através da aplicação de questionário com perguntas fechadas.Procuramostambém informações na comunidade onde muitos dos alunos residem para planejar algumas das perguntas do questionário para identificar o perfil socioeducativo e econômico que será utilizado como avaliação de contexto na formulação do projeto de Educação Físicado PIBIDque será aplicado na escola Joaquim Cavalcante Maia no início do primeiro semestre de 2015. RESULTADOS E DISCUSSÕES : Foram entrevistados 90 alunos e assim os dados coletados nas entrevistas foram revisados pelos pesquisadores e analisados de acordo com os pontos centrais, que são: grau de satisfação sobre a escola; o que mais lhe satisfaz na escola; disciplinas preferidas dos alunos; frequência dos professores grau de aprendizagem; satisfação da merenda escolar; brincadeiras preferidas; relação aluno e professor; moradia; meios de transporte; família; atividades escolares; atividades para casa; reuniões escolares; tempo livre. GRÁFICO 1 No gráfico 1 podemos observar o grau de interesse dos alunos em questão a escola onde os mesmos estudam e tentar identificar também se esses alunos estão satisfeitos com sua escola, se eles gostam de estar no ambiente escolar e etc. dos alunos pesquisados referentes aos 3°,4°,5° ano da educação básica onde em percentual ou um total de 100%, 92,2% afirmaram que sim que gostam de sua escola e 7,7% que não. 196 GRÁFICO 2 Na questão número cinco observamos o que os alunos aprendem escola na visão dos mesmos. Em 100% dos alunos 3°, 4° e 5° 77,7% selecionaram a opção ler e escrever e 22,2% ficaram com a opção estudar. GRÁFICO 3 Na questão nove procuramos identificar as dificuldades em relação ao perfil socioeconômico dos alunos e sua moradia onde de 100% dos alunos 3° 4° e 5° ano, 84,4% dos alunos que gostam do lugar onde os mesmos residem e 15,5% afirmaram que não gostam do lugar onde moram. 197 GRÁFICO 4 Na questão onze buscamos identificar a composição das famílias dos alunos onde 100% dos alunos de 3°, 4° e 5°, 83,3% das famílias desses alunos compostos por mais de três pessoas e 16,6% chegam a três pessoas. CONCLUSÃO: Foi constatado a partir dos dados levantados que a grande maioria (92,2%) gostam do ambiente escolar e que gostam da escola,o que os motiva a ir para escola é estudar. Percebemos também que entre as disciplinas que os alunos estudam a que a maioria tem maispreferência é pela Educação Física. Dos alunos confirmaram que os professores não faltam as aulas,77,7% dos alunos acham que o mais importante que aprenderam na escola foi a ler.Sobre a satisfação com a merenda escolar oferecida aos alunos 91,1% estão satisfeitos. Sobre esportes praticados 66,6% gostam de futebol.Na relação aluno professor observamos que 97,7% dos alunos afirmaram que gostam de todos os professores e identificamos que em relação a moradia dos alunos 84,4% dos alunos gostam do local onde os mesmos residem. Os alunos têm algumas dificuldades para chegar a escola pois os mesmos não possuem meio de transporte e alguns moram longe da escola.Buscamos identificar a quantidade de pessoas que fazem parte das famílias e assim detectamos que 83,3% das famílias dos alunos é composta por mais de três pessoas.A relação do aluno com seus colegas de classe 52,2% afirmaram gostar de atividades coletivas.Em relação as atividades para-casa,92,2% desses alunos fazem suas atividades escolares.A relação entre família e escola, observamos o grau de 198 envolvimento 85,5% afirmaram que seus pais são presentes no ambiente escolar. No tempo livre dos alunos 30% confirmaram que gostam de assistir TV e que 16,5% ajudam seus pais nas tarefas de casa, 31,1% das crianças destinam seu tempo a livre as suas brincadeiras. Finalmente podemos afirmar que o perfil levantado, utilizado como uma avaliação de contexto é positivo para o desenvolvimento de um projeto de atividades dentro do programa do PIBID que possa tender os interesses, as necessidades e as carências dos alunos já que o ambiente se mostra fértil e com amplas possibilidades de sucesso na execução do projeto. REFERÊNCIAS: ALVES, M. T. G. (2003), “Desigualdades Raciais no Sistema Brasileiro de Educação Básica”. Revista da Faculdade de Educação, vol. 29, p. 147-165. ARIÉS, Philipe. A família. In: _______. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. Cap. 3. BRASIL. Lei nº 8069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm>. Acesso em: 15 out. 2008. BROOKE, Nigel; SOARES, José Francisco. Pesquisa em e# cácia escolar: origem e trajetórias. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. BUCHMANN, C. e DALTON, B. (2002), “Interpersonal Influences and Educational Aspirations in 12 Countries: The Importance of Institutional Context”. Sociology of Education, vol. 75, no 2, p. 99-122. FRANCISCO, Soares José; CRISTINA, Colares Murta Ana. Recursos familiares e o desempenho cognitivo dos alunos do ensino básico brasileiro. Revista de ciências sócias, Rio de Janeiro, V.49, n.3, 2006, p. 615 a 481. LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2007. POLÔNIA, Ana da Costa; DESSEN, Maria Auxiliadora. Em busca de uma compreensão das relações entre família escola. Psicologia Escolar e Educacional, Campinas, v. 9, n. 2, p. 303312, dez. 2005. WILLMS, J. D. (1992), Monitoring School Performance: A Guide for Educators. Washington, Falmer. 199 POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO INTEGRAL NO MUNICÍPIO DE BELTERRA/PA Edivânia Maria Sousa Santana1 Ângela Rocha dos Santos2 Prof. Dr. Anselmo Alencar Colares3 Profa. Dra. Maria Lília Imbiriba Sousa Colares4 E-mail:[email protected],[email protected], [email protected],[email protected] RESUMO-O presente trabalho tem por objetivo verificar ações relacionadas à política da educação integral desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Educação de Belterra/PA. Pesquisa de iniciação científica, em fase inicial, vinculada ao PIBIC/FAPESPA/UFOPA. O aporte teórico está embasado em Saviani (1998; 2000); Arroyo (1988); Paro;Ferretti;Vianna;Souza (1998), Coelho (2004; 2009; 2014) e as legislações vigentes sobre o tema. Estudo com abordagem qualitativa, com recurso metodológico de pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários. O estudo está sendo desenvolvido em três etapas: visitas à SEMED com a finalidade de obter dados e reunir documentos necessários para a consecução dos objetivos da pesquisa; levantamento, seleção e digitalização de informações (fontes documentais e outras) que permitam reconstituir o histórico da política de educação integral do período delimitado para estudo; análise das informações obtidas, produção de banco de dados e elaboração do relatório. Tem por resultados esperados conhecer as ações desenvolvidas em prol da educação de tempo integral no âmbito municipal, sendo esta uma condição para pensar em melhorias na qualidade da educação. Palavras-chave: educação. políticas educacionais. educação integral. 1. INTRODUÇÃO: As políticas públicas para a Educação Integral começam a ter consistência, estando previstas nos dispositivos legais que regem a educação brasileira a partir de 1996 com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, na qual se determina que seja progressivamente ampliado o período de permanência na escola (Lei nº 9.394, no Art. 34), sendo corroborada com metas de ampliação progressiva do tempo escolar no Plano Nacional de Educação (2001-2011). O Plano aprovado em maio de 2014 no Congresso Nacional, através do Projeto de Lei Nº 103/2012 propõe que 50% das instituições públicas de Educação Básica amplie sua jornada até 2020. O presente trabalho tem por objetivo analisar como a política nacional de educação integral está sendo implementada no município de Belterra(PA).Pretendemos enfocar e esclarecer a importância do papel das políticas públicas dentro do âmbito educacional em 1 Graduanda em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Sociedade e Educação do Brasil-HISTEDBR. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica-PIBIC. Projeto de origem: Políticas de Educação Integral nos Municípios de Santarém e Belterra. Financiamento: Fundação Amazônia Paraense- FAPESPA. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação - Mestrado Acadêmico em Educação da Universidade Federal do Oeste do Pará (PPGE-UFOPA). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Sociedade e Educação do Brasil-HISTEDBR/UFOPA. 3 Doutor e Pós Doutor em Educação pela UNICAMP. Docente do PPGE/UFOPA. Vice Reitor da UFOPA. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Sociedade e Educação do Brasil-HISTEDBR/UFOPA. 4 Pós Doutora em Educação pela UNICAMP. Docente do PPGE/UFOPA. Coordenadora Institucional do Programa Escola de Gestores da Educação Básica Pública/UFOPA-MEC. Diretora da ANPAE Seção PA. Vice Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em História, Sociedade e Educação do Brasil-HISTEDBR/UFOPA. 200 relação ao processo educativo e qual a relevância da qualidade dos processos desenvolvidos pelas escolas no referido município. Esta pesquisa está vinculada ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC)/Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa (FAPESPA), desenvolvida por intermédio do Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil (HISTEDBR) da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). O texto inicia apresentando a metodologia adotada. Em seguida, informa sobre os resultados e as discussões acerca da política de educação integral em âmbito municipal. Finaliza com considerações a respeito dos resultados esperados pela pesquisa, ora em fase inicial. 2. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de campo de cunho qualitativo, cujo período de realização corresponde aos anos de 2014 e 2015, tendo como lócus a Secretaria de Educação do Município de Belterra, sendo desenvolvida por etapas: visitas à secretaria de educação – SEMED, com a finalidade de coletar dados e reunir documentos pertinentes aos objetivos de nossa pesquisa; levantamento, seleção e digitalização de informações (fontes documentais e outras) que permitam construir o histórico da política de educação integral ao longo do período delimitado para o estudo; análise das informações obtidas; produção de banco de dados e elaboração de relatórios. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As iniciativas de se instituir uma educação integral no Brasil foi a partir da primeira metade do século vinte (1920). Nos anos de 1950, Anísio Teixeira implanta em salvador, Bahia o Centro Educacional Carneiro Ribeiro. Trinta anos depois, em 1980, Darcy Ribeiro, no Rio de Janeiro, cria os Centros Integrados de Educação Popular - CIEPs (Coelho, 2004). Anísio Teixeira destaca a preocupação e importância do aluno permanecer em um maior tempo em sala de aula, pois, é entendido que se o aluno passa maior tempo na escola, ele provavelmente absorverá um maior quantitativo de informações que lhe será de grande relevância para sua formação social e acadêmica. A educação integral é um conceito complexo e amplo que, de certa forma, já está previsto na LBD/1996, quando esta se refere à progressão ampliada da permanência do aluno na escola, bem como no parágrafo 5.º do seu artigo 87, onde se previu que seriam conjugados todos os esforços objetivando a progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo integral. Segundo os documentos oficiais do MEC (2009), a educação integral constitui 201 [...] ação estratégica para garantir proteção e desenvolvimento integral às crianças e aos adolescentes que vivem na contemporaneidade marcada por intensas transformações: no acesso e na produção de conhecimentos, nas relações sociais entre diferentes gerações e culturas, nas formas de comunicação, na maior exposição aos efeitos das mudanças em nível local, regional e internacional. (MEC, 2009, p.18). A educação integral prevê práticas não dicotomizadas que reconhecem a importância dos saberes formais e não formais, a construção de relações democráticas entre pessoas e grupos, imprescindíveis à formação humana e que valorizem os saberes prévios. De acordo com Miguel Arroyo (1986), a educação integral por si só não acontece, tem que haver uma interligação entre família, escola e comunidade com o intuito de se formar um cidadão preparado tanto para a vida acadêmica como para a vida social, em uma perspectiva de que o aluno tenha um bom desempenho em suas atividades coletivas. 3.1. Dados Iniciais 3.1.1.Caracterização do Município de Belterra Belterra fica localizada na mesorregião do Baixo Amazonas. É uma das seis mesorregiões do estado brasileiro do Pará, conforme figura 01. É formada pela união de quinze municípios, agrupados em três microrregiões (Santarém, Óbidos e Almeirim). Figura 01- Mapa de localização de Belterra/Pa Fonte: IBGE(2012) No ano de 1995, foi elevada à categoria de município, pela lei estadual nº 5.928, de 29/12/1995. Possui uma população de 16.808 hab./km², conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2012) e área territorial de 4.398,419km². Seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é de 0,588, compatível com os demais 202 municípios do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE/2012. 3.1.2. Dados iniciais da pesquisa A SEMED/Belterra tem na sua rede de ensino 62 (sessenta e duas) dependências escolares, sendo 09(nove) escolas na área urbana, 34(trinta e quatro) escolas na área rural, localizadas na Região do Planalto BR-163 (Rodovia Santarém-Cuiabá) e 19(dezenove) escolas na área rural, localizadas na Região do Tapajós, conforme dados do Relatório do Setor de Estatístico da SEMED. A Secretaria conta, dentre outros setores em seu organograma, com uma Diretoria de Ensino e uma equipe de coordenação pedagógica para acompanhamento educacional às escolas da rede e aos programas implementados pela Secretaria. De acordo com a Tabela 01, o Município tem os seguintes dados na área educacional: Tabela 01: Dados do Censo Escolar do Município de 2012 Níveis de Número de Número de Número de Ensino Escolas Matriculas Docentes Ensino Infantil 23 567 28 Ensino 59 3898 200 Fundamental Ensino Médio 2 883 27 Fonte: Censo Escolar/INEP/IBGE (2012) Quanto à implementação da política de educação integral, observa-se que inicialmente não consta registro de legislação ou atos normativos que especifiquem uma política de educação integral, porém identificou-se que a SEMED, em 2012, aderiu ao Programa Mais Educação do Ministério da Educação (MEC). Tal programa foi implementado na Rede Municipal de Ensino, com atividades iniciadas no ano de 2013, com participação de 15 escolas, sendo 3 na área urbana e 12 escolas na área rural (Região do Tapajós e Planalto BR163). Destas escolas, apenas 3 ficaram impossibilitadas de participar no programa no ano de 2013, devido à necessidade de regularização do Conselho Escolar, requisito exigido pelo MEC, conforme dados do relatório da SEMED(2013) de acordo com a tabela 02, Tabela 02: Escolas ativas participantes do Programa Mais Educação ano 2013 Total Área Área Área Ubrana Rural Ativas 3 12 15 Inativas 3 0 3 Fonte: Relatório da SEMED/Belterra(2013) 203 Destaca-se que o Programa Mais Educação é desenvolvido pelo MEC para a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral para escolas públicas da rede estadual e municipal de ensino. Os projetos e planos de ação concebidos pelas escolas se fundamentam em propostas de ampliação dos espaços educacionais utilizados, na expansão das oportunidades educativas, no compartilhamento da tarefa de educar entre professores, família, comunidade e outros atores, na complementação do horário escolar com outras atividades educativas que ampliam as áreas de conhecimento previstas na LDB, numa perspectiva de educação integral. 4. CONCLUSÃO: A pesquisa tem por resultados preliminares a identificação da ausência de atos normativos sobre a educação integral para Rede Municipal de Ensino, porém identificouse a iniciativa e existência de adesão ao Programa Mais Educação, por parte da SEMED às escolas da sua rede municipal de Belterra. O estudo, ora em fase inicial, tem ainda por resultados esperados compreender as políticas públicas de ampliação do tempo escolar na perspectiva da educação integral em Belterra, direcionando nosso olhar para as secretarias municipais de educação; além disso, pretende conhecer as ações desenvolvidas em prol da educação de tempo integral no âmbito municipal, sendo esta uma condição para pensar em melhorias na qualidade da educação. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério do Estado da Educação. Lei nº 9.394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: < htpp://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. > .Acesso em 11/09/14. COELHO, L.M.C da C. História(s) da educação integral. Em Aberto. Brasilia,v. 22, n. 80, p.83-96,abr.2009. Disponível em: >. Acesso em: 12/09/2014. IBGE. Instituto de Geografia e Estatística. Censo Populacional 2012. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/população.>. Acesso em: 11/09/2014 IBGE. Instituto de Geografia e Estatísticas. http://cod.ibge.gov.br/BIF.>Acesso em:11/09/2014. Cidades. Disponível em: IBGE. Instituto de geografia e Estatitica .Censo escolar. Fonte Censo Escolar/INEP 2013. Disponível em:<http://www.qedu.org.br/ajuda/artigo/356152.> Acesso em: 19/092014. PARO, V. Escola de tempo integral: desafio para o ensino público. São Paulo:1988,Cortez. 204 PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO BÁSICA – PARFOR: A REALIDADE DOS CURSISTAS NO PERIODO DE ESTUDO DE SANTARÉM - PA. Alcilene Santos da Silva1 [email protected] Izabel Alcina Evangelista Soares2 [email protected] RESUMO: O presente trabalho representa uma amostra do projeto de pesquisa voltado à formação de professores, que tem se constituindo extensos debates desde a reabertura democrática do País, acompanhando as tendências mundiais. Nesse sentido a Educação ganhou um aspecto amplo até mesmo através da politica. Tal questão justifica-se pela necessidade de compreender melhor o desenvolvimento dos acadêmicos matriculados no Programa de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) no município de Santarém. Essa temática objetiva conhecer a realidade do cursista no Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. A metodologia partirá do referencial teórico pesquisa bibliográfica para a de campo com o objetivo de sondar informações ou conhecimentos a cerca de um problema, para qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese e consiste em observação de fatos e fenômenos, com abordagem qualitativa. Dividida em etapas, procuremos demonstrar através de relatos de experiência um diagnostico preliminar e a outra fase constará de um questionário fechado com acadêmicos da universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Os resultados e conclusões são parciais visto que a pesquisa possui varias fases e segue cronograma pré-estabelecido passível de ajustes ou pequenas alterações de planejamento se que se tire o mérito da mesma. PALAVRAS-CHAVE: Formação, Professores, alunos. INTRODUÇÃO: A formação profissional e continuada no meio educacional é considerada uma premissa constante. Sendo assim a formação de professores da educação básica tem se constituído tema de extensos debates desde a reabertura democrática do País, acompanhando as tendências mundiais, nesse sentido a educação ganhou um aspecto amplo. Até mesmo através do campo político houve muitas estratégias para um bom melhoramento da educação com exigência do magistério e o nível superior, que culminaram com a homologação das Diretrizes curriculares Nacionais para a formação de professores na Educação Básica e por meio da resolução CNE/CP nº1, de 18 de Fevereiro de 2002. O presente trabalho abordar uma amostra dos resultados do projeto de pesquisa que tem como tema um estudo sobre o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR): verificando a necessidade do cursista da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) em adquirir uma formação em nível superior. 1 2 Aluna do curso de pedagogia Professora do curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA 205 O PARFOR não consiste apenas em ouvir palestra ou fazer determinados cursos de curta duração, pelo contrario, é um processo constante, continuo e progressivo, onde a aprendizagem acumula conhecimento e esta deve ser transformada em práticas para melhoramento da profissão docente. O PARFOR é um projeto criado para professores que estejam atuando em sala de aula e que não possuem o curso de graduação ou que ministram disciplinas diferentes da sua formação e elevar a qualidade da formação docente nas escolas de educação básica. As diretrizes do programa representam um “projeto de formação” que privilegia a “flexibilização” do trabalho do docente e implica na “regulação e fragmentação do trabalho Pedagógico bem como na individualização e responsabilização dos professores pela própria formação e pelo aprimoramento profissional”, que segundo Paulo Freire “a formação de professores é um fazer permanente que se faz constantemente na ação”. Com esse projeto hoje pode se observar o grande desenvolvimento nas salas de aula. Professores usando novas metodologias mudando totalmente suas estratégias fazendo com que o educando se desenvolva gradualmente. METODOLOGIA: Para a realização desse trabalho fez-se necessário a construção de um referencial teórico com base na pesquisa bibliográfica em alguns documentos como: Lei 9394/96 (LDB), Diretrizes curriculares Nacionais para a formação de professores na Educação Básica, relatório de gestão DEB 2009-2013 entre outros, e pesquisa de campo que “é uma fase realizada após estudos bibliográficos” (Marconi &Lakatos, 1992), na sondagem de informações através de relatos informais dos próprios cursistas que subsidiassem a nossa pesquisa e que pudesse servir como uma amostra da realidade do programa, sendo a sondagem foi feita com duas turmas presenciais da referida universidade. Tal pesquisa focou alguns aspectos que consideramos mais comumente divulgado pelos consista-se que vierem ao encontro dos nossos questionamentos como: jornada diária e cumprimento da carga horária; deslocamento dos mesmos até a universidade e vice versa até a sua casa: a dificuldade de encontrar professor substituto para que seus alunos não ficasse sem aula; a concorrência entre os cursistas em levar o curso adiante não desistir; a escolha de um curso que não atende sua expectativa de um sonho, questão de período de férias escolares terem que estudarem e principalmente a qualificação profissional. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Considerando que o projeto de pesquisa passará por etapas subsequentes, pois ainda possui mais uma fase de coleta de informações através de 206 entrevista com perguntas abertas e fechadas com os cursistas já podemos fazer uma analise parcial, pois o pesquisa nos revela algumas necessidades e nos remete a outros questionamentos em relação ao PARFOR. Podemos fazer algumas considerações em relação programa e aos resultados preliminares de nossa pesquisa em cima dos objetivos da mesma. A pesquisa realizada revela fatos importantes para o desenvolvimento da prática pedagógica dos professores no cotidiano escolar em decorrência da formação proporcionada pelo PARFOR. Entre os cursistas que relataram informalmente informações pode-se perceber expectativas e dilemas. A junção da prática docente com a qualificação profissional ou formação continuada proporcionara a construção de uma nova pedagogia, onde os educadores terão que estar em constante processo de aperfeiçoamento e usar de meios e aproveitar as oportunidades para enfrentar os desafios e socializar os saberes. CONCLUSÃO: Sendo que o foco maior da pesquisa é conhecer a realidade dos professores contratados da educação Básica da área urbana de Santarém, cursista do PARFOR para sua permanência em sala de aula atendendo às exigências de qualificação profissional vislumbramos não uma, mas varias expectativas que vai além desta a qual destacamos a diplomação que gera expectativas nos cursistas e ao mesmo tempo cria um clima de insegurança que mesmo formados são profissionais contratados, e a aquisição do nível superior não gera uma estabilidade de emprego, não obstante fica claro que a formação continuada melhora consideravelmente o seu desempenho em sala de aula. Por outro lado observamos alguns pontos que precisam ser melhorados quanto à infraestrutura de algumas salas que funcionam provisoriamente em instalações não adequada e quanto à saúde desse profissional por anos interruptos ao mesmo tempo ter que no ano letivo corresponder sua regência e em no recesso escolar dar continuidade a seus estudos. Essa é a realidade dos professores cursistas do PARFOR. REFERÊNCIAS MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. BÁSICA, disciplina a atuação da coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior – CAPES no fomento a programação de formação inicial e continuada, e da outra Providencia Brasília 29 de janeiro de 2009. TOZANI, Reis Maria Freitas de Campos. Metodologia de pesquisa/ Maria Freitas de Campos Tozoni - Reis. – Curitiba: IESDE Brasil S.A 2005.128p. 207 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho cientifica: procedimentos básicos, pesquisa bibliográficas, projeto e relatório, publicações e trabalhos científicos. São Paulo: Atlas 1992. ELISÂNGELA, Fernandes. Apenas 0,08% dos professores do Ensino Fundamental possuem doutorado. Revista Nova Escola. São Paulo. ed. 251,p.74,abril 2012. Hhtps://wwwgoogle.com. br/seareh?= direitos + cursista + doPARFOR. 24/03/14. Hhp://WWW estadonet.com. br. abertura do 14º FórumRegional de avaliação do PARFOR no estado do Pará. Ano XIV Edição Digital nº1948. 18 de setembro de 2013. Método de Projeto no Ensino: Professores /Formação II, Curitiba IBPEX, 2009, Obra Coletiva Organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) p. 128. 208 SEQUÊNCIA DIDÁTICA E ABORDAGEM DE GÊNERO TEXTUAL CONTO NA ESCOLA Barbara de Nazaré da Costa Monteiro Fonseca1 [email protected] Gisele Queiróz Maciel2 [email protected] Clara Aline Maciel da Silva² [email protected] Maria Elisama Oliveira da Mota² [email protected] Paula Cristina Galdino de Oliveira3 RESUMO: O presente resumo constitui uma das etapas do subprojeto de Pedagogia do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID no Centro Universitário Luterano de Santarém – Ceuls/Ulbra. Foi trabalhada uma sequência didática na escola que teve como abordagem principal o gênero textual conto. Esse planejamento teve como finalidade principal trabalhar e ajudar o aluno a ter domínio sobre o determinado texto, possibilitando escrever e falar com propriedade. Trabalhou-se esse gênero, pois possibilita leitura visual, criatividade, oralidade expressiva, sentido e coesão textual, interação coletiva de leitura, interpretação textual e sistematização da ortografia – escrita convencional. Objetivou-se que o aluno pudesse reconhecer o conto como um gênero textual que proporciona deleite e ampliação do conhecimento de mundo, bem como se apropriar do conto através da analise de seu conteúdo, estrutura e linguagem. Assim, proporcionou-se a aprimoração da oralidade e da escrita através do reconto de conto de fadas, desenvolveu-se estratégias de leitura para compreensão e interpretação de gêneros literários, especialmente contos, revisaram o próprio texto a partir de aspectos sociointeracionais, estruturais e temáticos. PALAVRAS-CHAVE: Subprojeto de Pedagogia-Pibid/Ceuls; sequência didática; gênero textual conto. INTRODUÇÃO: A presença da escrita na sociedade é bem notória, podemos encontra-la por todos os lados, em paradas de ônibus, placas de trânsito, panfletos, cartazes anunciando um produto, podemos afirmar que vivemos em uma sociedade letrada. Dentro desse contexto grafocêntrico, ganha ênfase na educação o termo letramento, que para Leal (2004, p.51), “[...] não é uma abstração, ao contrário, é uma prática que se manifesta nas mais diferentes atividades de vida das pessoas”. O letramento está ligado ao uso da leitura e da escrita na sociedade, por isso é tão importante proporciona-lo ao aluno, para sua inserção na sociedade. Os PCNs (1997) nos afirmam que o domínio da língua oral e escrita é muito importante para que o individuo possa participar ativamente da sociedade e que a maior responsável para tornar isso real é a escola. Como fazer tarefa tão importante com eficiência? É possibilitar que os alunos participem das várias práticas sociais que se utilizam da leitura e da escrita na vida, de maneira ética, critica e democrática, como explica Rojo (2009). Nesse 1 Acadêmica do VI semestre do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 2 Acadêmica do II semestre do Curso de Pedagogia do CEULS/ULBRA e Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 3 Prof.ª. nos Cursos de Letras e de Pedagogia do Centro Universitário Luterano de Santarém – CEULS e Bolsista Coord. de Área do Subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS. 209 contexto, o professor deve ser o mediador, que planejará diferentes estratégias para que os alunos se apropriem dos gêneros textuais que circulam na sociedade. Dentre essas formas de planejamento, destacam-se as sequências didáticas que, de acordo com Schneuwly (2004, p.97), “[...] é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”. Esse planejamento teve como finalidade principal trabalhar e ajudar o aluno a ter domínio sobre o determinado texto, possibilitando escrever e falar com propriedade. Desse modo, foi proposto através da sequência didática trabalhar o gênero textual conto que é caracterizado por ser uma narrativa curta, com espaço e tempo reduzidos, além de conter poucos personagens. De forma que esse gênero possibilita leitura visual, criatividade, oralidade expressiva, sentido e coesão textual, interação coletiva de leitura, interpretação textual e sistematização da ortografia – escrita convencional. METODOLOGIA: A partir das reuniões de integração do Subprojeto de Pedagogia do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência-PIBID no Centro Universitário Luterano de Santarém-CEULS foi apresentada uma sequência didática na Escola Municipal de Ensino Fundamental Rosineide Fonseca Vieira, situada no bairro do Diamantino na cidade de Santarém/PA. Durante o primeiro semestre de 2014 foi realizado um diagnóstico da realidade de leitura e escrita da turma, através de observações e questionários. A partir disso, realizou-se uma sequência didática no período de quatro dias consecutivos, com carga horária de 3h diárias na turma de 32 alunos do 4º ano. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a sequência didática planejada sobre o gênero conto, no primeiro dia houve uma conversa sobre os contos de fadas e se exibiu o filme “Shrek 2”, com duração de 80 minutos. Através do filme, pode-se identificar o gênero, destacando o significado, as características e a estrutura. Devido a um imprevisto, no segundo dia só foi possível, relembrar os personagens que apareceram no filme com registros no quadro e entregar atividades de desenhos com os personagens para a identificação e pintura. No terceiro dia, foram entregues diversos livros de contos de fadas para leitura individual. De acordo com Melo e Silva (2007), a leitura do gênero é imprescindível para que a criança possa vir a produzi-lo, visto que o texto vem se constituir no modelo para o escritor. Após a leitura a turma dividiu-se em três grupos e foi realizada a socialização oral, a revisão do gênero conto e a produção do reconto na modalidade escrita. 210 No quarto e ultimo dia foi entregue os recontos revisados e realizado a produção final dos recontos houve também a exposição dos textos produzidos em uma cordinha cultural feita juntamente como os autores (alunos). CONCLUSÕES: Ao finalizar a sequencia didática do gênero textual conto, percebeu-se que os alunos compreenderam um pouco mais o gênero, além de demostrarem interação, cooperação e espírito de equipe. Reconhecer o conto como um gênero textual proporcionou-se aos alunos o deleite e a ampliação do conhecimento de mundo. Através do mesmo houve apropriação e analises dos conteúdos, aprimorou-se a oralidade e a escrita através dos recontos de fadas, desenvolveu-se também estratégias de leitura para a compreensão e a interpretação de gêneros literários e por fim realizou-se a revisão dos textos a partir de aspectos sociointeracionais, estruturais e temáticos. REFERÊNCIAS: ROJO, Roxane (2002) Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. LEAL, Telma Ferraz; BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi (orgs) Produção de textos na escola. Belo Horizonte, Autêntica , 2007. DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard; NOVERRAZ, Michele. Gêneros orais e escritos na escola. Trad. e org. Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. – Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais, 1º 2º ciclos. LINGUA PORTUGUESA. 211 EDUCAÇÃO INTEGRAL ENQUANTOEXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA EM ESCOLAS MUNICIPAIS DESANTARÉM/PA Taiana Pereira de Aquino- UFOPA1 [email protected] Gerusa Vidal Ferreira- UFOPA2 [email protected] RESUMO: A pesquisa tem por objetivo analisar como a política nacional de educação integral está sendo inserida no município de Santarém/PA, por meio das experiências pedagógicas nas escolas públicas do município. A pesquisa se desenvolverá com visitas de campo na secretaria municipal de educação5ªURE e em escolas que desenvolvem ações de política integral. Tais visitas terão a função de reunir fontes documentais que serão utilizadas na analise de informações voltadas para o desenvolvimento da política de educação integral. Os procedimentos revelam que por meio de Programas Federais como o Mais Educação, houve a ampliação do tempo integral, no entanto os dados coletados até o momento não permitem relacionar esta ampliação com melhorias na qualidade da educação, esses aspectos serão pesquisados no decorrer do andamento da pesquisa. PALAVRAS-CHAVE:Políticas Educacionais; Educação integral. INTRODUÇÃO: Este trabalho é uma pesquisa de iniciação cientifica que visa realizar um levantamento de dados a respeito da implementação das políticas de educação integral no município de Santarém/PA, especificamente nas escolas da rede pública municipal de educação. A pesquisa, em fase inicial, direciona a coleta de informações à Secretaria Municipal de Educação- SEMED, analisando as iniciativas do município na implementação dos programas federias aderidos. As origens históricas vinculadas à educação integral no Brasil tiveram inicio com as Escolas Parque através de seu fundador Anísio Teixeira. As ideias de ampliação do tempo escolar relacionada com atividades educativas diversificadas ganhou força legal nos anos 90 com a implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LEI N. 9.394, Art. 34), que em seu Art.34 determina que a jornada “escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola”. O Plano Nacional de Educação (PNE)foi elaborado em 1996, sendo reavaliados a cada dez anos com a intenção devivificarentre 2001 á 2010, as metas de prorrogação do tempo escolar estabelecidas. No novo PNE contemplado nos anos de 2011 á 2020,propõe que 50% 1 Graduanda do Curso de Pedagogia 2011. Integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisas HISTEDBR/UFOPA. Bolsista do Programa de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Oeste do Pará -UFOPA, vinculada a Linha de pesquisa História, Política e Gestão Educacional na Amazônia. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas HISTEDBR/UFOPA. Bolsista de demanda social da Capes. 212 das instituições públicas de educação Básica ampliem a jornada de tempo integral até 2020.O Fundeb-fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação foi criado pela Ementa Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, que trouxe para os estados e municípios o agravante para a implementação da política de tempo integral nas instituições de ensino. As iniciativas governamentais de ampliação da jornada escolar como estratégia de se atingir uma educação integral surgiram a partir das demandas dos movimentos sociais que vislumbrava na educação de tempo integral uma resposta às vulnerabilidades sociais de crianças e adolescentes em situações desfavoráveis. Com essa estratégia se pretendia garantir a assistência e o desenvolvimento integral da criança e adolescente ampliando assim o seu tempo escolar que nãoconsiste em apenas ampliar o tempo na escola mais sim de emancipar e formar cidadãos plenos.(COELHO; 2004). As estratégias utilizadas visam garantir a articulação entre os saberes sistemáticos e os saberes populares, possibilitando o aluno significar e relacionar o seu conhecimento prévio do cotidiano e os saberes sistemáticos,garantindo a aprendizagem na perspectiva de cidadania. As experiências pedagógicas no âmbito de políticas de tempo integral passaram por muitas mudanças ao longo dos tempos e com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). Com isso a presente pesquisa visa mapear as experiências pedagógicas de Educação Integral em escolas municipais. METODO: A pesquisa de campo, de cunho qualitativo, será desenvolvida em quatro etapas: visitas a Secretaria Municipal de Educação com o intuito de fazer o mapeamento das escolas que desenvolvem ações voltadas para política de educação de tempo integral; visitas as escolas que realizaram ou realizaram ações voltadas para o desenvolvimento da política de educação integral no município; levantamento e abordagem qualitativa com base em fontes documentais, entrevistas semiestruturadas e aplicação de questionários; analise das informações obtidas para a produção do banco de dados. A concepção consiste em: Segundo Paro “De acordo com os objetivos da pesquisa, interessava-nos entrar em contato com o tipo de experiências de extensão da escolaridade ou de atendimento de crianças fora do horário normal de aulas, que proporcionassem maior conhecimento das práticas desenvolvidas na área” (1998, p.135). 213 A primeira etapa da pesquisa visa identificar o que levou a se pensar em escolas de tempo integral além das visitas a Secretaria Municipal de Educação para fazer o mapeamento das escolas que desenvolvem ações voltadas para a política de educação integral em Santarém.Sendo que a base da pesquisa inicialmente tem se caracterizado segundo as abordagens relacionadas à leitura do livro Escola de tempo Integral Desafio Para o Ensino Público, que retrata as diversas concepções de escolas de tempo integral, pois os alunos atendidos em sua maioria são considerados vulneráveis socialmente. Na segunda etapa da pesquisa pretende-se averiguar como esta sendo as ações voltadas para a implementação de política de educação integral no município, para tanto, serão realizadas visitas as escolas com o intuito coletar dados que comprovem as prática se experiências pedagógicas desenvolvidas embasadas no tema gerador da pesquisa.Na terceira fase será realizada a análise e informações das fontes documentais que possam permitir reconstituir o histórico da política de educação integral no município de Santarém. Na quarta e ultima etapa da pesquisa ocorrerá à análise das informações obtidas, que constituirão um banco de dados, um relatório permitindo a organização e disseminação de informações obtidas na pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: - Até o momento os dados coletados são baseados na pesquisa bibliográfica que permiti perceber as mudanças ocorrida são longo da história da educação integral no Brasil.As primeiras tentativas de se inserir tempo integral nas escolas iniciou-se com Anísio Teixeira na década de 50 com a primeira implementação de um sistema no âmbito das políticas de educação integral. Outro ponto importante observado através dos mecanismos legais do país que os governos vêm estimulando a ampliação do tempo escolar. Estratégia como o Programa Mais Educação ofertados para todo o Brasil vem possibilitando ampliação do tempo de permanecia dos alunos na escola e, consequentemente a proteção de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Segundo Paro, no livro Escola de tempo Integral,a proteção social desse público que em sua maioria não possuem uma base familiar alicerçada é a ideia motivadora de programas como o supra citado(PARO;1988). Essa preocupação social agregada ao espaço educativo é explicitada nos textos oficiais do Ministério da Educação. A Educação Integral constitui ação estratégica para garantir proteção e desenvolvimento integral às crianças e aos adolescentes que vivem na contemporaneidade marcada por intensas transformações: no acesso e na produção 214 de conhecimentos, nas relações sociais entre diferentes gerações e culturas, nas formas de comunicação, na maior exposição aos efeitos das mudanças em nível local, regional e internacional. (BRASIL-MEC, 2009, p.18). Em Santarém é possível observar a adesão ao tema da educação integral na Rede pública municipal através das iniciativas locais e os programas federais aderidos pelo Município. Chegou-se a essa conclusão através de dados coletados através de documentos da Secretaria Municipal de Educação com a estatística escolar de 2013. A Secretaria Municipal de Educação - SEMED possui cerca de 399 unidades escolares, atendendo 58.401 alunos. Em se tratando das estratégias municipais de ampliação do tempo escolar o município aderiu em 2009 ao programa Mais Educação e em 2013 o número de escolas atendidas pelo programa era de 215, ou seja,54% das unidades escolares municipais. (Censo Escolar- SEMED; 2013). No entanto as escolas de tempo integral ainda são recentes e precisam ser trabalhados levando em consideração o projeto pedagógico, os saber sistemático e os saberes populares de maneira que o aprendizado se torne significativo para o aluno. CONCLUSÃO: A pesquisa ainda está em fase inicial, mas os dados iniciais apontam para uma crescente ampliação da jornada escolar no município de Santarém/PA,Os mecanismos legais corroboram essa ampliação em especial às determinações da(LEI N. 9.394, Art. 34), que determina que seja “progressivamente ampliado o período de permanência na escola" (LEI N. 9.394, Art.34)integral e suas pratica pedagógicas como forma de debater os experiências exitosas e seus desafios com vistas a alcançar uma educação plena. REFERENCIAS: AZEVEDO, Janete M. Lins de. A educação como política pública. Campinas, SP: Autores Associados, 1997. BRASIL-MEC. Programa Mais Educação: gestão intersetorial no território – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2009. BRASIL, Ministério da Educação. Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em 03-102014. 215 BRASIL, Ministério da Educação. Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em 03/10/2014. COELHO, Lígia Martha C. da Costa. História(s) da educação integral. 27ª. Reunião Anual da ANPEd (Caxambu, Minas Gerais, 2004). Disponível em http://emaberto. inep.gov.br/index. php/emaberto/article/view/1472/1221. Acessado em 03/05/2014. PARO,Vitor Henrique. Escola de tempo integral:desafio para o ensino público. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1988. 216 FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: A REALIDADE DOS CURSISTAS NO PERÍODO DE ESTUDO. Elenise Maria Galúcio dos Santos1 [email protected] Izabel Evangelista Alcina2 [email protected] RESUMO: Este estudo acerca da Formação dos Professores da Educação Básica foi realizado, na instituição do PARFOR no município de Santarém Pará, faz parte do Trabalho Interdisciplinar de Iniciação Cientifica (TIIC), Objetivou-se conhecer a realidade do cursista no Plano Nacional de Formação de professores da Educação Básica. A metodologia foi fundamentada em uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa com base na reflexão sobre fonte teórica existente, como livros revistas artigos e outras. Os dados obtidos sinalizam que os alunos da Formação de professores da Educação básica, conta com o fomento do CAPES bem como as bolsas e incentivos aos alunos, do apoio financeiro ao Estado, distrito Federal, Municípios e as instituições públicas para implementação de programas, projetos e cursos de formação. Entretanto há vários entraves um deles é a baixa valorização do docente e à progressão da carreira ser feita apenas com base no tempo de serviço sem leva em conta à formação profissional. Além disso, existem no sistema, profissionais que investem na sua formação por não ser selecionado, mas precisam-se rever, os professores precisam estar em constante aprendizagem para acompanhar as grandes mudanças, para manter-se atualizado e sentir-se mais preparado para enfrentar os desafios que se apresentam em sala de aula Conclui-se que para cursar o PARFOR é necessário que o professor esteja atuando em sala de aula e que não possua o curso de graduação ou que ministre disciplina diferente de sua formação. PALAVRA-CHAVE: Formação de Professores. PARFOR. Educação INTRODUÇÃO: O Plano nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR) foi instituído em 30 de Junho de 2009 por meio da portaria Normativa nº9, com a finalidade de atender à demanda por formação inicial e continuada dos Professores das redes Públicas de educação básicas por meio da oferta de cursos de licenciatura, de aperfeiçoamento e de especialização. A Política Nacional de formação dos Profissionais do magistério da Educação Básica atuam na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPS) no fomento a programas de formação inicial e continuada. O presente estudo aborda um tema que propõem na área da educacional no Brasil, a qualificação do Ensino. Para tal procura conhecer as perspectivas do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica- (PARFOR) para a Formação de Professores da Educação Básica. MÉTODO: A pesquisa foi realizada, na instituição do PARFOR no município de Santarém Pará. Caracterizou-se por uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa, como afirma (TOZONI-Reis 2005, p.30), a pesquisa bibliográfica é aquela utilizada com objetivo de 1 Acadêmica do curso de Pedagogia de CEULS/ULBRA Discente do Curso de Pedagogia de CEULS/ULBRA 2 217 conseguir informações ou conhecimentos acerca de um problema, para qual se procura uma resposta. Enquanto para Johann (1997 p. 60) “a pesquisa bibliográfica terá de oferecer ao contexto acadêmico uma bibliografia respeitável e atualizada”. Além disso, uma pesquisa não poderá ser feita somente em torno de uma obra. Quanto mais completas forem às fontes consultadas, mais rica e profunda será a pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Lei de Diretrizes de Base – Lei nº 9394/94 dentro de o atual contexto educacional prever a formação de professores como a possibilidade para a melhoria do ensino, proporcionando ao professor independência profissional com autonomia para decidir o seu trabalho e suas necessidades. O curso de formação continuada para professores de educação básica das redes públicas mais especificamente o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) é um plano que visa melhorar o ensino infantil das redes públicas formando os profissionais do magistério de educação Básica para o nível superior. Para cursar o PARFOR é necessário que o professor esteja atuando em sala de aula e que não possua o curso de graduação ou que ministre disciplina diferente de sua formação. A PARFOR destaca para fins de análise a valorização profissional, que deverá ser traduzida em políticas permanente de estimulo à profissionalização, à jornada única, a progressão a carreira, a formação continuada, a dedicação exclusiva do Magistério, a melhoria das condições de remuneração e a garantia de condições digna de trabalho. Outro ponto está na previsão de ações e programas específicos do Ministério da Educação destinados à formação inicial e continuada dos docentes e o fomento da coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior (CAPES). O Programa Nacional de Formação de Professores (PARFOR) é um programa proposto pelo MEC/Capes em regime de colaboração com as Instituições de Ensino Superior (IES) e Secretarias de Educação dos Estados e Municípios. Está vinculado à Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, instituída pelo Decreto nº 6.755/2009 do Ministério da Educação (MEC). O PARFOR/Sede gerencia as ações de formação voltadas aos professores da Rede Pública de Ensino do Paraná, e atua junto ao Fórum Permanente de Apoio à Formação docente nos estados. O Fórum, dentre outras atribuições, é um espaço onde são apresentadas as propostas de formação docente das IES e aprovados os cursos para o Programa PARFOR/MEC. 218 Os cursos aprovados são ofertados pelas Universidades Estaduais Públicas por meio do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). Os cursos ofertados pelo PARFOR/MEC qual visa promover a formação inicial e continuada, exclusivamente dos professores da rede pública em exercício na Educação Básica, de forma a atender às exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n.º 9394/96). A Educação de qualidade exige o aperfeiçoamento constante dos docentes, mas no Brasil ainda são poucos os que alcançam a Pós Graduação. De acordo com o Censo Escolar de 2010, há apenas 1.156 doutores atuando no ensino Fundamental o que significa 0,08% do total. “Todo Cidadão, esteja ele na Educação infantil ou na pós-graduação merece ter professores formados com o mais alto grau de Excelência”. Defende Pessoa (2012, p.74) diretora de Educação Básica Presencial da Coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPS). “O doutoramento de professores possibilita a constante revisão das práticas pedagógicas e das estratégicas didáticas e a proposição de novas ações que modificam o trabalho”. Os benefícios para quem ensina e para quem estuda são claros, mas há vários entraves de estudo. Um deles é a baixa valorização do docente. Segundo Antônio Carlos Caruso Ronca, presidente do conselho de educação 2010 (CNE), explica que apesar da Lei 11.738/2008 ter sido aprovada, a maior parte dos municípios e Estados não possuem planos de carreira. Observa-se que a progressão de carreira tem ocorrido geralmente por tempo de serviço não levando em consideração um Fator importante, a formação. Essas diretrizes representam um projeto de formação que privilegia a flexibilização do trabalho do docente comprometendo a luta histórica dos educadores pela profissionalização do Magistério e implica na regulação e fragmentação do trabalho Pedagógico bem como na individualização e responsabilização dos professores pela própria formação e pelo aprimoramento profissional. FREITAS (2002, p. 137). Portanto reter profissionais que investem continuamente na formação é outra dificuldade das Redes. Ao obter a titulação de mestre ou doutor, os professores tendem a migrar parar o Ensino Superior. Para mudar esse quadro o presidente do CNE considera que as redes de ensino precisam estimular a formação continuada dos professores. CONCLUSÃO: Os cursistas do PARFOR são responsáveis pelo seu processo de formação, pois precisam estar em constante aprendizagem para acompanhar as grandes mudanças, para 219 manter-se atualizado e sentir-se mais preparado para enfrentar os desafios que se apresentam em sala de aula. Contudo, percebe-se a importância da valorização dos professores de ensino fundamental. Além disso, a Formação de professores da Educação básica, conta com o fomento do CAPES bem como as bolsas e incentivos aos alunos, do apoio financeiro ao Estado, distrito Federal, Municípios e as instituições públicas para implementação de programas, projetos e cursos de formação. REFERÊNCIAS: ELISÂNGELA, Fernandes. Apenas 0,08% dos professores do Ensino Fundamental possuem doutorado. Revista Nova Escola. São Paulo. ed. 251,p.74,abril 2012. Formação de Professores da Educação básica: Avanço e desafio de Políticas recentes. Universidade Federal da Grande Dourados. JOHANN, Renato Jorge, Introdução do Método Científico: conteúdo e forma do conhecimento. 3ª ed. Canoa Ulbra, 1997. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. BÁSICA, disciplina a atuação da coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal de Nível Superior – CAPES no fomento a programação de formação inicial e continuada, e da outra Providencia Brasília 29 de janeiro de 2009. Plano Nacional de Formação. Rio de Janeiro: DP & A, 2001. RONCA Antônio Carlos Caruso. Disponível em:www. estadonet.com. br. abertura do 14º Fórum Regional de avaliação do PARFOR no Estado do Pará. Ano XIV Edição Digital nº1948. 18 de setembro de 2013. TOZANI, Reis Maria Freitas de Campos. Metodologia de pesquisa/ Maria Freitas de Campos Tozoni - Reis. – Curitiba: IESDE Brasil S.A 2005.128p. 220 CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 221 A PERCEPÇÃO DOS CLIENTES EM RELAÇÃO A QUALIDADE EM SERVIÇOS PRESTADOS EM RESTAURANTES SELF-SERVICE. Heloise Pamela Campos Rodrigues1 Maria Hellen Katrine Campos Amaral¹ Fernando Antônio Monteiro Christoph D`Andrea2 [email protected] [email protected] RESUMO:A Qualidade é um fator essencial para o crescimento de qualquer empresa e as prestadoras de serviços que estão inseridas num mercado tão competitivo, como os Restaurantes Self-Service, precisam dos padrões de Qualidade para gerar eficiência de seus serviços, o que posteriormente contribuirá para atender as necessidades e desejos do consumidor afim de superar suas expectativas. O presente estudo buscou, criar uma maneira de conhecer a percepção dos clientes em relação a Qualidade em serviços prestados em restaurantes self-service. O procedimento foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica para levantamento do processo de Qualidade em serviços e como seria possível adaptar os modelos generalistas para as especificidades dos restaurantes self-service. Durante a pesquisa foi então possível perceber quanto é necessário para os gestores e colaboradores dos restaurantes self-service conhecerem as percepções dos clientes e reconhecerem assim a importância da implantação de ferramentas da qualidade na busca da melhoria da Qualidade percebida e dos processos que abrangem as atividades desenvolvidas, contribuindo para a consequente satisfação dos seus clientes e fortalecimento da empresa no mercado. PALAVRAS-CHAVE: Percepção, Qualidade em Serviços, Restaurante Self-Service. INTRODUÇÃO: A Qualidade é uma ferramenta estratégica presente nas organizações com o intuito de fazer as coisas certas. Ligada à produtividade, busca constantemente a melhoria de resultados e o aumento da lucratividade, pois é intensa a competitividade das empresas prestadoras de serviços. Em nossa cidade, como em todas as economias que já passaram dos estágios iniciais de desenvolvimento, é crescente o número de organizações que surgem o que aumenta a rivalidade entre as empresas, isto ocorre também no ramo de alimentação fora de casa, o que faz com que a busca pela Qualidade e sua gestão sejam necessárias. Logo, a iniciativa e motivação deste projeto vêm da percepção do sistema deficitário da Qualidade em Serviços prestados pelos restaurantes self-service, é notório que há falhas na gestão e normalmente inexistem controles do padrão de Qualidade, o que tem implicações negativas no desenvolvimento e sobrevivência dessas empresas. Surge assim a necessidade de demonstrar aos gestores e colaboradores destas organizações a importância de implantar e manter as ferramentas da Qualidade com o intuito de satisfazer os clientes e manter o empreendimento a altura da rivalidade local. A pesquisa é de suma importância, pois com o aumento da demanda do setor devido o processo de globalização, a competitividade é acirrada e a insatisfação dos consumidores gera 1 Acadêmicas do curso de Administração do Instituto Esperança de Ensino Superior – IESPES Professor do IESPES e Orientador do Projeto 2 222 necessidade de prestar serviços cada vez melhores quando comparados aos similares e com preços acessíveis. Sabe-se que a busca pela excelência na oferta de produtos e serviços é crescente entre as organizações e para os administradores isso se torna um desafio, pois para se alcançar a eficácia é necessário inserir a cultura da Qualidade no ambiente organizacional, gerando um comprometimento entre administradores e colaboradores para a obtenção de resultados satisfatórios. MÉTODO: Metodologicamente, este trabalho adotou uma pesquisa bibliográfica que para Vergara (2010, p.43) é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Tal abordagem nos permitiu consultar obras de autores renomados no assunto para levantamento do processo de Qualidade em Serviços em um ramo de empresas, neste caso, os restaurantes self-service. RESULTADOS E DISCUSSÃO: É necessário acompreensão do que é a Qualidade em Serviços e como ela pode ser aplicada em casos práticos para que assim se possa analisar o nível da Qualidade dos Serviços ofertados. Para Maranhão (2009) a Organização Internacional para a Padronização-ISO estabelece oito princípios da Qualidade, ou fundamentos, sendo o 1º:Organização Focada no Cliente, 2º: Liderança, 3º: Envolvimento de Pessoas, 4º: Enfoque de Processo, 5º: Enfoque Sistêmico para a Gestão, 6º: Melhoria Contínua, 7º: Enfoque Factual para a tomada de decisão e 8º: Relacionamento MutuamenteBenéfico com o Fornecedor. Segundo Parasuraman et. al (1985) para medir Qualidade em Serviços deve-se atentar à percepção, os consumidores do serviço irão medir a Qualidade deste através de suas experiências sensoriais e é dever das organizações estudar como as percepções se formam e como é possível influencia-las. Os autores descrevemainda o processo de definição da Qualidade em Serviços através de cinco lacunas que, ao serem compreendidas darão ao gestor do serviço um excelente ponto de partida para começar a implantar a melhoria contínua. E ainda apresentam as “cinco lacunas” como diferenças entre o que o consumidor percebe e o que a empresa percebe. A somatória das diferenças entre estas lacunas irá gerar, ao final do processo, a percepção de Qualidade do Consumidor sobre o serviço prestado. Acredita-se que com a absorção do conhecimento sobre o que envolve a Qualidade a empresa terá um efeito plausível na Qualidade dos Serviços prestados e assim, melhores indicadores de desempenho empresarial. 223 CONCLUSÃO:A presente pesquisa encontra-se em andamento para a obtenção de resultados sólidos que embasem os resultados teóricos já obtidos para o assunto em questão, as conclusões teóricas, embora parciais, nos mostram que o quesito Qualidade é essencial para a manutenção dos restaurantes self-service competitivos, que estão cada vez mais buscando a melhoria de seus processos para atender as necessidades e desejos de seus clientes. Implantar um sistema de Qualidade e manter sua funcionalidade são meios que contribuem para que a empresa não seja mais uma dentre tantas que existem no ramo alimentício, mas sim aquela que tem serviços diferenciados, por se preocupar com a Qualidade gerada pela junção de variáveis como a localização, o estacionamento, o atendimento, as bebidas, as comidas, o espaço físico, os banheiros e as formas de pagamento garantindo que a Qualidade percebidapelo consumidor resulte nasatisfação almejada, o que leva ao crescimento, desenvolvimento e sustentabilidade do empreendimento no mercado local. Afinal, demonstrar aos administradores e sua equipe funcional que o fornecimento de serviços de alimentação deve estar inserido nos padrões de Qualidade para que o estabelecimento esteja apto a servir com eficiência é compreender que os clientes são os principais determinantes de uma empresa que visa não somente lucros mas a fidelidade de seu cliente. REFERÊNCIAS: MARANHÃO. Mauriti. ISO Série 9000: o passo a passo para solucionar o quebra-cabeça da gestão sustentável. 9 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. VERGARA. Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 224 GESTÃO DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO: UM ESTUDO NO CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM – CEULS/ULBRA 1 Raimunda Reis da Silva 2 Regina Teodósio Rodrigues Santos Paixão RESUMO: O objetivo deste trabalho é analisar e avaliar a gestão da política de atendimento ao público oferecido pelo Centro Universitário Luterano de Santarém; encontrar e medir o grau de satisfação existente entre seu público alvo e seus funcionários, que prestam esta nobre missão. É sabido que o serviço de atendimento ao Público converge para uma relação complexa, produzindo uma carga emocional muito elevada entre as partes envolvidas, contudo, é natural que aquele que se propõe a prestar um determinado serviço, o faça com zelo e qualidade, até mesmo como forma de minimizar as atitudes impacientes e assegurar a satisfação pessoal, tanto entre aqueles que buscam e aos que prestam atendimento. A pesquisa propõe investigar e analisar essa relação, que por vezes, mostram-se tensas no dia a dia, entre atendentes e atendidos e, se necessário, oferecer à Instituição subsídios para que sejam efetivadas as adequações, de modo a sanar possíveis deficiências. Para conhecer os aspectos dessa problemática, a pesquisa será direcionada aos acadêmicos matriculados no 10º semestre do Curso de Direito, bem como aos funcionários da seção de atendimento e coordenadores (encarregados) de setor. Questionários contendo perguntas objetivas e subjetivas serão a ferramenta utilizada na pesquisa, como forma de avaliar a qualidade do atendimento oferecido pela IES. PALAVRAS-CHAVE: Atendimento, Funcionários, Acadêmicos. INTRODUÇÃO: Nos últimos anos percebe-se um significativo avanço na discussão sobre o aprimoramento de formas de atendimento ao cidadão. Logicamente, como não poderia deixar de ser, essa discussão nasce tanto por parte do setor público, como também pelo setor privado. Esse novo paradigma sobre o qual se avança na prestação de atendimento ao público tem como pilar fundamental a satisfação do público alvo. Este trabalho se propõe analisar e avaliar, em particular, a política de atendimento ao público oferecido pela secretaria acadêmica do Centro Universitário Luterano de Santarém. Pesquisar a relação entre acadêmicos e funcionários, uma vez que se trata de uma relação complexa, por vezes tensa, de um lado, o acadêmico na expectativa de receber um atendimento eficaz, eficiente, de outro lado, o funcionário objetivando prestar um atendimento de qualidade. Marras (2000), ao tratar sobre o desenvolvimento utiliza a expressão “desenvolvimento de talentos”, onde afirma que o trabalho deve ter como foco a evolução das pessoas, onde todos os trabalhadores devem ser contemplados com treinamentos que atendam aos indivíduos potencialmente aptos a se desenvolverem. Entende ainda que o desenvolvimento das pessoas nas empresas tem natureza mutacional, ou seja, deve adequar-se às modificações que surgem com o passar dos tempos, 1 2 Pós-graduanda do Curso de Especialização em Gestão de Políticas Sociais Professora Mestre Curso Pós Graduação CEULS/ULBRA, Orientadora da Pesquisa. 225 uma vez que há a possibilidade de um treinamento aplicado em uma empresa não ser mais eficaz, eficiente ou efetivo se utilizado algum tempo depois, uma vez que o mercado de consumo altera-se rapidamente e o treinamento para o desenvolvimento dos trabalhadores deve acompanhar tal mudança. Segundo Maximiano (2000), excelência é a característica que distingue alguma coisa pela superioridade em relação aos semelhantes e depende do contexto. Quando se fala de qualidade como sinônimo de melhor, ou nível mais alto de desempenho pode considerar que: qualidade significa a aplicação dos melhores talentos e esforços para produzir os mais altos resultados; fazer as coisas bem feitas; qualidade é se não alcançar, procurar alcançar o padrão, mais alto; a qualidade não aceita compromissos com a segunda classe; a ideia de se fazer bem feito da primeira vez é a tradução do ideal da excelência; prestar atendimento com excelência é ter o cliente em primeiro lugar e prestar um serviço com ausência de deficiências que permita satisfazer o cliente. Nesse universo de usuários da Instituição, a pesquisa envolverá os acadêmicos do Curso de Graduação em Direito, matriculados no 10º semestre e os funcionários do atendimento, em especial, aqueles ligados ao setor de renovação, no pagamento de matrícula e coordenações de Curso. Analisar os serviços prestados estão alicerçados na exigência de transformações e pautados no compromisso com a eficácia do atendimento ao público. Kotler; Hayes: Bloom (2002) entende que para existir qualidade no atendimento é fundamental que o prestador de serviços esteja empenhado em atender as expectativas dos clientes, de modo que possa superá-las, além disso, o cliente ao analisar a qualidade de um atendimento, irá primeiramente observar se o relacionamento que teve com o atendente, alcançou sua expectativa, posteriormente, qualificar o atendimento. Chiavenato (1994, p.70) ensina que toda organização deve ser observada sob a ótica da eficácia e eficiência: Eficácia é uma medida normativa do alcance dos resultados, enquanto eficiência é uma medida normativa da utilização dos recursos nesse processo. (...) A eficiência é uma relação entre custos e benefícios. Assim, a eficiência está voltada para a melhor maneira pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas (métodos), a fim de que os recursos sejam aplicados da forma mais racional possível (...). MÉTODO: A pesquisa está limitada à área administrativa do CEULS/ULBRA, especificamente, na área administrativa reservada ao atendimento ao público que faz parte da secretaria acadêmica e os demais setores de atendimento da Instituição. A população a ser envolvida na pesquisa, está subdividida em de três grupos, sendo: 35 (trinta e Cinco) acadêmicos matriculados no 10º semestre do Curso de Graduação em Direito; 12 (doze) 226 funcionários que prestam serviço na secretaria acadêmica e nos demais setores da Instituição, precisamente, na área de atendimento ao público; e 06 (seis) administradores (encarregados de setores) da Instituição. Trata-se de pesquisa quantitativa; para tanto, questionários contendo perguntas objetivas e subjetivas serão a ferramenta a ser utilizada pela pesquisa para coletar dados e avaliar a qualidade do atendimento oferecido e a forma como estão sendo ofertados. Os dados coletados serão analisados e apresentados por meio de gráficos e/ou tabela com os resultados do tema abordado. O Resultado da pesquisa fornecerá subsídios para produção de relatório de pesquisa, que serão levados à direção da Instituição, bem como ao Público em geral. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em andamento. REFERÊNCIAS: CHIAVENATO, Idalberto. Administração geral e pública. 3. ed. Barueri, SP: Manole, 2012. LUCCATTO, Rodrigo. Afinal, o que é gestão? Administradores, 2011. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/afinal-o-que-e-gestao/48847/>. Acesso em 12 Jul. 2014. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 3. ed. São Paulo: Futura, 2000. MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. KOTLER, Philip; HAYES, Thomas; BLOOM, Paul N. Marketing de serviços profissionais: estratégias inovadoras para impulsionar sua atividade, sua imagem e seu lucro.2.ed.São Paulo: Manole, 2002 227 ENGENHARIAS 228 AMPLIAÇÃO E REFORMA PARCIAL DA DESPENSA E ESTAÇÃO DE GÁS DA CRECHE SEARA Fernando Augusto Ferreira do Valle1 Tatiane Francy Sarmento da Silva2 Daniel dos Reis de Almeida3 Gean Carlos Mumberge4 RESUMO: Um grupo de acadêmicos do curso de Engenharia Civil do CEULS ULBRA foi selecionado para organizar uma ação que atendesse qualquer instituição beneficente na cidade de Santarém-PA. O objetivo desta ação seria de propor benefícios às instalações prediais da instituição sob a perspectiva da engenharia civil.Após análise de possíveis locais e ações que pudessem ser executadas pelos acadêmicos foi definido um projeto de ampliação e reformaparcial e elaboração de planilha orçamentariapara a adequação física da despensa e estação de gás da creche SEARA. Este trabalho apresenta as características de engenharia envolvidas neste processo. PALAVRAS-CHAVE: Projeto; Orçamento; Reforma. INTRODUÇÃO:A creche SEARA e uma instituição beneficente em que sua principal atuação e a de cuidar de crianças com alto índice de desnutrição protéico-calórica econômica e socialmente desfavorecidas. Criada por um grupo de voluntários liderados pelo casal de médicos Clara Terko. T. e Rubens Brandão atua a mais de 30 anos no município, localizada a Rua das Nações Unidasnº 114 no bairro de Santana na cidade de Santarém-PA. O grupo composto pelos acadêmicos Tatiane Francy, Daniel Reis e Gean Mumberger sob a orientação do Prof. Fernando Valle participantes de um programa de extensão,em que a justificativa seria de levantar e verificar alguma (as) deficiência (s) na estrutura física de qualquer instituição beneficente na cidade de Santarém-PA. Em decorrência da importância da atividade desenvolvida pela creche SEARA se optou em estuda-la mais detalhadamente. Neste levantamento observaram-se deficiências de espaço físico na despensa (deposito) anexa a cozinha e instalações de gás (GLP) inadequadas às normas vigentes. Portanto o principal objetivo deste trabalho foi de realizar intervenções em nível de projeto de engenharia civil, para adequar os ambientes citados, assim como elaboração de planilha orçamentária de custo para realização dos serviços. 1 Eng. Civil M.Sc Professor de Engenharia Civil. Centro Universitário Luterano de Santarém – Ceuls. e-mail: [email protected] 2 Aluna do Curso de Engenharia Civil. Centro Universitário Luterano de Santarém - Ceuls, turma de 2011/1. email:[email protected] 3 Aluno do Curso de Engenharia Civil. Centro Universitário Luterano de Santarém – Ceuls, turma de 2011/2. email: [email protected] 4 Aluno do Curso de Engenharia Civil. Centro Universitário Luterano de Santarém – Ceuls, turma de 2012/1. email: [email protected] 229 MÉTODO:O presente trabalho foi desenvolvido nas dependências da creche SEARA localizada a Rua das Nações Unidas nº 114 no bairro de Santana na cidade de Santarém-PA. O estudo teve como foco levantar e verificar alguma (as) deficiência (s) na estrutura física da instituição. Através de visitas técnicas realizadas pelos acadêmicos e professor orientador se verificou a necessidade de intervenções na despensa (deposito) anexa a cozinha e instalações de gás (GLP) decorrentes de deficiências de espaço físico e inadequações as normas vigentes. Asfiguras a seguir evidenciam a situação atual dos ambientes descritos acima. (a) Local das Botijas de Gás. (b) Área externa ao lado da cozinha. (c) Área externa, local do Hortifruti. O item (a) mostra atualmente as instalações de gás (GLP) em desconformidade com a NORMA ABNT NBR 15514 principalmente em relação a condições de armazenagem e utilização. Os itens (b) e (c) evidenciam a área de despensa (deposito) anexa à cozinha em que principalmente se verifica inadequações com a RESOLUCAO – RDC Nº 216, de 15 de Setembro de 2004. Após estas constatações foi efetuado levantamento da área em estudo. Através dos dados obtidos foi possível elaborar croqui da atual situação das instalações em questão na creche SEARA conforme figura a seguir. Croqui da atual situação das instalações na creche A elaboração do croqui da atual situação existente na creche SEARA permitiu a equipe evidenciar as inadequações encontradas na edificação. Tal fato possibilitou a elaboração de um novo croqui com as possíveis correções a serem realizadas para adequação as normas vigentes de acordo com figura abaixo. 230 Croqui da adequação das instalações na creche A elaboração do croqui das adequações a serem realizadas permitiu definiras modificações dos principais ambientes como a despensa, área de congelados, armazenamento e instalações de gás (GLP). A figura a seguir permite uma melhor visualização das alterações feitas em nível de projeto. (a) Ampliação da despensa. (b) Detalhe da ampliação. (c) Localde deposito de gás (GLP). Os itens (a) e (b) evidenciam as alterações na despensa e o item (c) mostra o detalhe do novo deposito de gás (GLP). RESULTADOS E DISCURSÃO:Os levantamentos realizados na creche SEARA e os estudos efetuados sobre as intervenções a serem realizadas nas dependências física da instituição, possibilitaram definir duas áreas críticas para elaboração de projeto de engenharia civil. A despensa (deposito) anexa à cozinha e instalações de gás (GLP) foram contempladas neste estudo decorrentes de deficiências de espaço físico e inadequações as normas vigentes. Os croquis elaborados pela equipe evidenciaram a necessidade de ampliação de espaço físico na despensa e relocação do deposito de gás (GLP). Estas intervenções têm como objetivo promover uma maior funcionalidade nestes ambientes tanto em aspectos de logística, utilização e segurança. As alterações propostas ainda irão ser analisadas pela diretoria da creche SEARA para posteriormente ser devidamente concluído seu estudo, fato que irá permitir a elaboração de planilha orçamentária de serviços. 231 CONCLUSÕES:O presente trabalho permitiu verificar as pendências existentes nas dependências física da creche SEARA nas áreas de despensa (deposito) anexa a cozinha e instalações de gás (GLP). As intervenções propostas em nível de projeto possibilitaram um melhor aproveitamento destes ambientes no que se refere à logística, utilização e segurança. Após a avaliação da diretoria da instituição será possível finalizar os estudos tanto no que se refere à elaboração de planilha orçamentária de custos de serviços como atendimento total ou parcial das normas técnicas vigentes tendo em vista os locais de funcionamento destes ambientes. REFERÊNCIAS ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Norma NBR 15514:2007:Área de armazenamento de recipientes transportáveis de gás liquefeito de petróleo (GLP), destinados ou não à comercialização — Critérios de segurança. Rio de Janeiro. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,2007. P 9-1. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Brasília:D.O.U. – Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 16 de setembro de 2004. P 3-4. 232 DESCOLAMENTO EM REVESTIMENTO CERÂMICO DE FACHADA – ESTUDO DE CASO Aline Maia Coimbra1 Paulo Henrique Lobo Neves2 [email protected] RESUMO- O uso da cerâmica como revestimento de fachadas é muito utilizado no Brasil e no mundo. Porém, os revestimentos têm uma destinação específica e, se utilizados de maneira incorreta, o seu deslocamento pode causar sérios problemas, trazendo prejuízos materiais com os custos utilizados em sua recuperação, bem como riscos à integridade física de pessoas que podem se ferir e veículos que podem ser danificados em decorrência da queda dessas peças. O presente artigo mostra um estudo de caso de um edifício que apresentou descolamento de revestimento cerâmico das suas fachadas. Foram feitas vistorias, analises e ensaios de resistência de aderência à tração, para descobrir o motivo do descolamento. As cerâmicas e argamassas utilizadas estavam conforme às normas brasileiras. Foi necessário, então, fazer um ensaio de resistência de aderência à tração através da retirada de quatro corpos-de-prova, que também apresentaram resultados positivos. Observou-se, no entanto, a inexistência de qualquer tipo de junta, concluindo-se que, o principal problema foi a falta de um projeto de fachada com as devidas indicações das paginações do revestimento cerâmico, locação das juntas, indicações de materiais, entre outros elementos. PALAVRAS-CHAVE: revestimento cerâmico. fachada. patologia. INTRODUÇÃO: O uso da cerâmica como revestimento de fachadas é muito utilizado no Brasil e no mundo, pois, apresenta diversas vantagens, como: alta resistência, durabilidade, beleza e diversidade, produto antialérgico, preços variados, versatilidade, fácil limpeza, fácil assentamento, alta compatibilidade, não propaga chamas, ampla rede de fabricantes brasileiros com padrões internacionais de qualidade, fácil disponibilidade no mercado, porém, todo revestimento tem um fim a que é destinado, portanto, para ser utilizado em fachadas, deve apresentar propriedades para tal finalidade, que, vai além do valor estético, pois, deve servir de proteção e vedação da edificação contra a ação dos agentes externos agressivos. O descolamento de revestimentos cerâmicos de fachadas pode causar sérios problemas, desde os custos com a recuperação das fachadas, como a acidentes que podem ser causados com a queda de peças desses revestimentos que pode ferir pessoas e, causar danos materiais se cair em automóveis por exemplo. Por isso, é de extrema importância à elaboração de um projeto de fachada, com o detalhamento das interferências, propriedades dos materiais, juntas de dilatação, tudo de acordo com as Normas Brasileiras (NBR). O presente artigo tem como objetivo fazer um estudo de caso de um edifício que apresenta descolamento de revestimento cerâmico das suas fachadas e, propor soluções para a recuperação das mesmas. 1 Arquiteta e Urbanista - Centro Universitário Luterano De Santarém Engenheiro Civil Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho - Centro Universitário Luterano De Santarém 2 233 O edifício em questão está localizado na Rua Coronel Joaquim Braga esquina com a Rua Ignácio Corrêa no Centro do município de Santarém-PA, construído entre os anos 2002 e 2004, o edifício começou a apresentar os primeiros problemas com descolamento de revestimentos da fachada em junho de 2013. Assim, é de fundamental importância desenvolver pesquisas e realizar ensaios para que se possa descobrir o real motivo pelo qual esta havendo o descolamento de placas cerâmicas deste edifício. Todos os materiais utilizados na vedação de fachada, como as placas cerâmicas, juntas de dilatação, rejuntes, selantes e argamassas devem ser analisados e certificados de que estão conforme as normas brasileiras. METODOLOGIA: Em primeiro momento, foi feito uma análise de projeto do edifício em questão onde, nota-se que, no projeto de fachadas não consta detalhamento de paginação de revestimento, locação das juntas de dilatação, especificação de materiais e nem qualquer outro tipo deinformação. Bem como, percebeu-se que houve alterações na execução, pois existem diferenças entre o que foi projetado eo que foi executado nas fachadas. Em segundo momento, foi realizada uma visita técnica in loco no próprio edifício, onde se verificou a inexistência de qualquer tipo de junta de dilatação e, observou-se o descolamento de revestimento cerâmico em diversos pontos do prédio. Em observância as fachadas do edifício, constatou-se que as fachadas do edifício em questão não estão de acordo com NBR 13755(1996), onde diz que, deveriam ter juntas horizontais de movimentação espaçadas no máximo cada 3m e juntas verticais a cada 6m e, no que se foi observado no prédio, é que estas juntas não foram executadas, bem como, as juntas de dessolidarização que deveriam existir nas mudanças de revestimento, nos cantos e mudanças de direção do plano que também não foram executadas. A base para receber o revestimento cerâmico foi alvenaria de tijolo cerâmico regularizada com uma camada de chapisco e emboço. A fachada do edifício foi toda revestida com revestimento cerâmico nas dimensões0,20 x 0,20m classificada no grupo de absorção de águaBlla – GL (3%<Abs≤6%) como prensado esmaltado, considerado semi- 234 grés, PEI 0 e uso indicado em paredes,tudo conforme as normas (NBR 13816:1997;NBR 13817:1997;NBR 13818:1997). A argamassa utilizada foi a argamassa industrializada dotipo ACIII, ideal para fachadas (cerâmicas com absorção de 0,5% a 6%) classificada conforme a NBR 14081. O rejuntamento das placas cerâmicas foi feito com o rejuntamento flexível tipo II, indicado para fachadas, porém a NBR 14992(2003) diz que o rejuntamento tipo II pode ser aplicado em placas cerâmicas com absorção de água inferior a 3%e, conforme vimos acima, a cerâmica utilizada no prédio tem absorção maior que 3%. Visto que as cerâmicas e argamassas utilizadas estão conformes as normas brasileiras, foi necessário fazer um ensaio de resistência de aderência à tração que, de acordo com a NBR 13528(2010), aderência é a propriedade do revestimento de resistir às tensões atuantes na interface com o substrato ou base (superfície sobre a qual está aplicado o revestimento de argamassa, por exemplo: parede de alvenaria, superfície de concreto etc.). De acordo com NBR 13755(1996), a resistência de aderência Ra, expressa em megapascals, é calculada através da seguinte equação: Ra = P/A onde: P é a carga de ruptura, em newtons; A é a área da pastilha metálica, em milímetrosquadrados; O valor da resistência de aderência Ra deve ser expresso com duas casas decimais e, para efeitos de ensaios de resistência de aderência à tração, devem-se utilizar os parâmetros da figura 8: Figura 8–Limites de resistência de aderência à tração (Ra) para emboço e camada úmida. Fonte: NBR 13749(2013). Os ensaios de resistência de aderência à traçãoforamrealizados em uma visita que foi feita ao prédio no dia 28 de maio de 2014,onde, foi escolhida uma parede e, foram demarcados os locais de corteque, foram cortados com uma maquitaalguns pedaços de 235 revestimentos, depois,foi utilizadoum adesivo estruturala base epóxi de média fluidezem algumas peças metálicasdenominadas pastilha segundo a NBR 13528(2010) estas, porém quadradas e não circulares conforme a norma e, foram coladas nos locais certos onde estavam os cortes e deixadas lá para secarem totalmente. Finalmente, no dia 05 de junho de 2014, com uma prensa de arrancamentoque tem suporte de 0 a 1999kgf e, com a utilização de algumas peças em madeira para suporte da prensa, foram executados osarrancamentosdos corpos-de-prova. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Foram 04 os corpos-de-prova utilizados no ensaio e, seus rompimentos se deram conforme a tabela e figuras abaixo: Tabela 3 –Rompimento dos corpos-de-prova. CORPO-DE-PROVA CARGA DE RUPTURA kgf/cm² ROMPIMENTO 01 657 no reboco 02 132 na argamassa 03 307 no tijolo 04 445 no reboco De posse dos dados acima, foram feitos todos os calculos conforme a expressão dada na NBR 13755(1996) também já citada anteriormente. Onde, as cargas de rupturas foram divididas pelas áreas das pastilhas metálicas (A=25cm²), depois transformadas para MPA,obtendo assimos seguintes resultados: Tabela 4 –MPA dos corpos-de-prova. CORPO-DE-PROVA CARGA DE RUPTURA ROMPIMENTO Ra (MPA) kgf/cm² 01 657 no reboco 2,63 02 132 na argamassa 0,53 03 307 no tijolo 1,23 04 445 no reboco 1,78 A análise dos resultados comparada a figura 8(acima no texto), onde diz que o limite de resistência de aderência à tração para paredes externas com acabamento cerâmico tem que 236 ser maior ou igual a 0,30 Mpa, concluindo que todos os resultados foram positivos em relação à propriedade do revestimento de resistir às tensões atuantes na interface com a base. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O revestimento cerâmico e argamassa utilizados estão conforme as normas e, os ensaios mostraram resistência de aderência à tração positiva, descartando várias causas para o descolamento dos revestimentos da fachada. No entanto, foi observado a inexistência de qualquer tipo de junta, constatando-se assim que, o principal problema foi a falta de um projeto de fachada com as devidas indicações das paginações do revestimento cerâmico, locação das juntas, indicações de materiais etc. Outro problema que pode ser percebido foi que o tipo de rejuntamento utilizado não era apropriado para o tipo de revestimento cerâmico do edifício. Em uma possível nova recuperação da fachada do edifício, deverá ser utilizado um rejuntamento do tipo I que tem aplicação restrita a placas cerâmicas com absorção de água acima de 3% e, que seja adequado para fachadas. As fachadas do edifício foram recuperadas no mês seguinte aos ensaios (julho de 2014), novamente não fizeram as juntas de dilatação e,utilizaramo mesmo tipo de rejunte, o que poderá acarretar aos mesmos problemas posteriormente. Tais problemas, só serão resolvidos se houver a elaboração de um projeto de fachada com as devidas juntas locadas e, que deverão ser executadas em uma nova recuperação das fachadas do edifício bem como, todos os materiais deverão estar de acordo com as normas. REFERÊNCIAS BRASIL. NBR 13528 - Execução de Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – determinação da resistência de aderência à tração. Rio de Janeiro, 2010. BRASIL.NBR 13749 – Execução de Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas– especificação. Rio de Janeiro, 2013. BRASIL.NBR 13755 – Revestimento de paredes externas e fachas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – procedimento. Rio de Janeiro, 1996. BRASIL. NBR 13816 – Placas cerâmicas para revestimento – Terminologia. Rio de Janeiro, 1997. 237 BRASIL. NBR 13817 – Placas cerâmicas para revestimento – Classificação. Rio de Janeiro, 1997. BRASIL. NBR 13818 – Placas cerâmicas para revestimento – Especificação e métodos de ensaios. Rio de Janeiro, 1997. BRASIL. NBR 14081 – Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas - Requisitos. Rio de Janeiro, 2004. BRASIL. NBR 14992 – A.R. - Argamassa à base de cimento Portland para rejuntamento de placas cerâmicas - Requisitos e métodos de ensaios - Rio de Janeiro, 2003. 238 ESTUDO SOBRE A APLICAÇÃO DE CONCEITOS DE GERENCIAMENTO DA DEMANDA DE ENERGIA ELETRICA EM SANTARÉM. Gustavo Laionel Campos da Silva1 Celso Shiguetoshi Tanabe2 RESUMO: Em setembro de 2014 foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica, um aumento de aproximadamente 35% nos custos com a energia elétrica para o consumidor residencial da Região Oeste do Pará atendidos pela concessionária local. Justificou-se elevação de custos operacionais e necessidade de investimentos adicionais para que ocorresse o aumento e também a manutenção do atendimento de qualidade à região. Sabe-se que o índice de satisfação com o fornecimento de energia elétrica na região é baixo e, a população não aceita o argumento para o aumento dos custos. Na elaboração de tarifas de energia elétrica, vários parâmetros são considerados, dentre eles parâmetros sociais, políticos, estratégicos e de engenharia. Dentre os critérios da engenharia, a eficiência do sistema pode ser considerada uma das mais importantes. A eficiência e a administração de um sistema energético pode ser melhorado com ações conhecidas como DSM – Demand Side Management, ou Administração da Demanda de Energia. Neste trabalho foram estudadas as alternativas para melhoria da performance da demanda de energia elétrica e, posteriormente serão analisadas as conseqüências da adoção de algumas dessas medidas em Santarém-PA, que é atualmente uma das regiões com as mais altas tarifas de energia elétrica do país. PALAVRAS-CHAVE: energia elétrica, demanda, racionalização. INTRODUÇÃO: Com a estabilização econômica, os diversos setores da economia brasileira se viram forçados a reduzir seus custos de produção, devido à acirrada competitividade que se instalou depois da abertura de mercado e à luta pela própria sobrevivência. Com isto, houve considerável incremento na demanda de energia elétrica. O Brasil, tendo atravessado uma longa crise econômica, deixou de investir maciçamente em infra-estrutura no ritmo que seria necessário e, hoje, o sistema elétrico nacional encontra-se em déficit, em termos de quantidade de energia oferecida, com riscos futuros iminentes de blecaute nos horários de pico de consumo por não conseguir ofertar energia suficiente. De acordo com Brasil (1996) seria necessário, do ano de 2006 até o ano 2015, quase que triplicar a oferta de energia. Considerando-se o crescimento econômico e populacional projetado pelo IBGE (1995) até aquele ano, seriam necessários, aproximadamente, 200 bilhões de reais em investimentos. Neste período o país adotou planos estratégicos e optou por atender parte da demanda, principalmente em horários de pico de consumo, através de usinas termoelétricas. Porém, 1 Acadêmico do Curso de Eng. Civil, participante do PROICT – Programa de Iniciação Científica do CEULS 2 Docente do CEULS, orientador do PROICT. 239 atualmente, com a seca ocorrendo em 2014, estas usinas estão em pleno funcionamento, ou seja, o que foi projetado inicialmente para atendimento de picos de demanda, atualmente têm gerado energia elétrica de base, durante todo o período. A principal consequência é o aumento dos custo de geração, pois a utilização de óleo combustível em usinas termoelétricas tem tido maior custo em relação à energia elétrica proveniente das hidrelétricas (Brasil, 2014). Logicamente, um problema como esse não poderá ser solucionado com apenas uma medida, mas é preciso um conjunto de medidas que planejem o sistema elétrico de forma integrada. O planejamento integrado prevê ações tanto do lado do suprimento da demanda quanto do lado da sua utilização. O gerenciamento do lado da demanda (GLD) também conhecida pela sigla DSM (Demand Side Management) acarreta, em muitas, situações economia superior às ações do lado do suprimento. Na maioria absoluta dos casos, a melhoria da eficiência e a utilização racional da energia são, em certos processos e em termos econômicos, menos onerosas que a produção de novas fontes energéticas, significando que os custos dos programas para racionalização de energia são, muitas vezes, menores que os custos para aumento da geração. A SITUAÇÃO ATUAL: O Brasil consumiu no ano de 2013 cerca de 516 TWh (Terawatthora) de eletricidade. Comparando com o consumo do ano de 2012, obteve um acréscimo de 3.6% (EPE, 2014). Considerando os cenários atuais de crescimento econômico e populacional, até o ano de 2050 o consumo global do Brasil irá triplicar, segundo estudos feitos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil estará consumindo no ano de 2050, 1.624 TWh de eletricidade (EPE, 2014). De acordo com esse estudo, em 2050 o padrão de consumo de eletricidade por consumidor no Brasil, chegará a padrões compatíveis ao da União Europeia, em torno de 7.000 KWh por habitante por ano. Segundo a EPE o Brasil dispõe de uma matriz elétrica de origem predominantemente renovável, as fontes renováveis representam 79,3% da oferta interna, com destaque para a geração hidráulica que responde a 64,9% da oferta interna de eletricidade no Brasil (EPE, 2014). Analisando o Balanço Energético Nacional de 2013, vê-se um crescimento na utilização de outras fontes de energias como a biomassa, eólica e o gás natural. 240 O gerenciamento pelo lado da demanda (GLD) pode ser considerado com tomada de medidas para postergar a construção de novas fontes geradoras de energia elétrica, como por exemplo uma usina hidroelétrica. É melhor garantir o consumo mais racional de energia elétrica, pelo uso de técnicas de conservação de energia, ou seja, pela administração do consumo, do que construir novas fontes geradoras. Como disse o filósofo Sócrates, “A administração é uma questão de habilidades, e não depende da técnica ou experiência. Mas é preciso antes de tudo saber o que se quer”. Na busca de soluções para resolver problemas operacionais e de planejamento, o gerenciamento pelo lado da demanda dispõe de várias técnicas para racionalizar o consumo, possibilitando uma operação mais eficiente do sistema de energia elétrica. Essas estratégias são usadas por diversas concessionárias pelo mundo onde, na figura a seguir descrevem-se algumas delas. Figura 1 – Algumas das estratégias utilizadas como gerenciamento da demanda de energia elétrica para melhoria da performance e utilização mais eficiente do sistema. A Figura 1 apresenta das estratégias utilizadas como gerenciamento da demanda de energia elétrica para melhoria da performance e utilização mais eficiente do sistema e cada uma das seis estratégias apresentadas são detalhadas à seguir: - Redução de Pico – Essa estratégia consiste em reduzir a demanda de energia elétrica nos horários de picos, que são os horários onde a utilização de energia elétrica se torna mais 241 intensa, e pode extrapolar a quantidade de energia que está sendo gerada e fornecida pelas usinas e concenssionárias, sendo necessária, por exemplo, o fornecimento de energia elétrica adicional através de geradores à óleo, onde os custos de geração são consideravelmente maiores. A redução de pico pode ser forçada, por exemplo, com a adoção de tarifas diferenciadas de energia elétrica para aqueles consumidores que não utilizarem ou reduzirem a utilização de energia elétrica nos horários de pico ou também com a substituição de chuveiros elétricos por aquecedores à gás ou coletores solares. - Preenchimento de Vales – Diferentemente da redução de pico, essa estratégia visa, impulsionar a utilização de energia elétrica em horários que esteja fora dos horários de pico, para que se obtenha um consumo constante de energia elétrica, que não extrapole a quantidade de energia elétrica disponível, visto que, em horários fora dos horários de pico, essa quantidade não é utilizada totalmente. Quando a energia é gerada através de hidrelétricas, como no caso da maior parte da energia no Brasil, esta ação pode ser benéfica em relação ao maior lucro operacional da concessionária. Alguns exemplos: a utilização de tarifas diferenciadas para impulsionar a irrigação durante a madrugada e, também a formação de bancos de gelo durante a madrugada para utilização em sistemas de climatização; - Deslocamento do Pico – Consiste em transferir a procura intensa de energia elétrica para outros horários fora dos horários de picos, ou seja, fazer uma movimentação de carga de energia elétrica para suavizar a demanda. Estes ocorrem, por exemplo, com a adoção de tarifas horo-sazonais azul e verde, em que a tarifa de energia elétrica é diferente para consumo e demanda nos horários de pico, chegando a ser até seis vezes maior que nos horários fora de pico. Muitas empresas já utilizam este tipo de tarifa, chegando a fazer estudo detalhado, em alguns casos, de utilização de geradores próprios, à óleo, para atender a demanda nos horários de pico para obter desconto nos horários fora de pico. - Conservação Estratégica – Essa estratégia visa a redução do consumo de energia elétrica, em todos os períodos, como por exemplo a redução da duração de banhos em chuveiros elétricos, ou a troca de uma lâmpada incandescente por uma lâmpada mais eficiente, como a fluorescente compacta, consequentemente aumentando a eficiência do uso de energia e modificando os padrões de uso da sociedade; 242 - Crescimento da Curva de Carga – alterar a forma da curva, aumentando o consumo de forma sustentável e uniforme, através da substituição de combustíveis fósseis na geração de energia, por fontes limpas e renováveis, melhorando a produtividade. O acréscimo da demanda de energia no país, têm sido ultimamente atendida através da instalação de usinas termoelétricas, à gás e também à óleo. No primeiro caso, razões estratégicas e políticas têm sido adotadas para a utilização intensiva do gás natural. No caso da utilização de óleo combustível, a instalação de usinas deveria ser emergencial e esporádica, para abastecimento em uma alta nos horários de pico de consumo, pois além de aspectos questionáveis quanto à sustentabilidade, também tem sido quesito para que o governo autorize aumentos nas tarifas de energia elétrica por este tipo de geração ser mais onerosa. As usinas termoelétricas à óleo não deveriam, pela lógica, serem utilizados para abastecimento de energia nos horários fora de pico, a não ser que haja um aspecto anormal ocorrendo na região, como por exemplo a falta de chuva e consequentemente a redução da geração de energia pelas hidrelétricas motivada pela necessidade de manutenção dos níveis dos reservatórios de água, tanto para consumo humano quanto para reserva como potencial energético. - Curva de Carga Flexível – Ter uma flexibilidade na forma da curva de carga, através de contratos e tarifas específicas feitas para o estilo de uso do consumidor, assim possibilitando várias opções de uso, com diferentes custos. A sociedade está interessada, basicamente, no desenvolvimento macroeconômico (ex.: criação de empregos, desenvolvimento da nação e aumento na arrecadação de impostos), regulação das tarifas e índices de confiabilidade, objetivos estratégicos da nação (ex.: redução da dependência de combustível) e minimização de danos ambientais (emissões para atmosfera, uso da terra, deposição de rejeitos) (Wang e Deluchi, 1992). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nesta primeira fase deste trabalho foi realizado um estudo inicial sobre o GLD de energia elétrica. Numa próxima etapa pretende-se analisar dados específicos de demanda e consumo de energia elétrica, divididos por setores (residencial, comercial e industrial) na região de Santarém e realizar um estudo detalhado da situação, onde poderemos, através da análise da curva de demanda e da disponibilidade energética sugerir propostas para que a energia elétrica seja melhor utilizada, reduzindo, se possível, 243 custos operacionais, aumentando a performance financeira através da melhoria das características da curva de demanda da região em seus diferentes níveis de consumidores e, realizando projeções sobre necessidade de aumento da oferta e possibilitando planejar e reduzir custos. Ferramentas como o GLD não são tradicionalmente consideradas pelas concessionárias brasileiras, imagina-se que pela disponibilidade de energia ser relativamente alta, porém, atualmente com a perspectiva de maior crescimento econômico o país necessitará utilizar os seus recursos energéticos de forma mais racional, mesmo porque a competitividade e a performance financeira das concessionárias de energia elétrica também serão critério de análise num eventual cenário de concessões públicas futuras. REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL) Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par1_cap2.pdf> Acesso em 21 de outubro de 2014. BRASIL. Ministério das Minas e Energia - MME. Balanço energético nacional. Brasília, DF, 2012. EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Disponível em: <https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2014.pdf>. Acesso em 21 de outubro 2014. JANNUZZI, G. de M. Planejamento Integrado de Sistemas Energéticos. Campinas, SP. Autores Associados. 1997. OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO <http://www.ons.org.br> Acesso em 21 de outubro de 2014. (ONS). Disponível em: SIOSHANSI, F.P. Viewpoint: Demand side management. Energy Policy. Great Britain. V.23, n2, p.111-114, 1995. WANG, Q., DeLUCHI, M.A. Impacts of electric vehicles on primary energy consumption and petroleum displacement. Energy, Great Britain, v.17, n.4. 1992. 244 LIGUISTICA, LETRAS E ARTE 245 A FÁBULA COMO INSTRUMENTO DE ENSINO: RELATO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA EM SANTARÉM-PA Luciene dos Santos Pereira1 Elaíde Maria Godinho dos Santos¹ Kalina Geanne Sousa Barbosa¹ Ana Karla de Melo Silva¹ [email protected] Ieda dos Santos Pereira2 Paula Cristina Galdino Oliveira3 RESUMO: Este trabalho relata a experiência da realização de uma sequência didática sobre o gênero textual fábula pelas acadêmicas do curso de Pedagogia, bolsistas do PIBID /CEULS/ULBRA. A referida atividade foi aplicada na escola Rosineide Fonseca, em Santarém-PA, envolvendo os alunos do 4ª ano, com o foco no gênero fábula. A sequência didática objetivou desenvolver a expressão verbal, promovendo um aprofundamento das práticas sociais de leitura e escrita de fábulas. A situação de produção do gênero foi a confecção de livretos de fábulas recontadas pelos próprios alunos para circular entre eles e compor o pequeno acervo literário da sala. Assim, os conteúdos específicos trabalhados promoveram momentos de leitura e de produção textual oral e escrita a partir de situações motivadoras, como conversa informal sobre a exibição do vídeo “A lebre e a tartaruga”, discussão de gravuras dos personagens e do enredo, de modo que se instigasse a turma relatar suas reflexões, além de momentos de leitura e produção textual do gênero, com a inclusão de novos personagens criados pelo aluno a partir da temática inicial. Por fim, notou-se que a sequência didática proporcionou uma leitura e escrita contextualizadas, em que desenvolveram sua competência comunicativa em torno do gênero fábula. PALAVRAS-CHAVE: Fábula; Sequência Didática; PIBID/CEULS. INTRODUÇÃO: Os gêneros textuais são nossos principais instrumentos de interação social, como bem explicita Marcuschi (2009, p.154), “é impossível não se comunicar verbalmente por algum texto”. Por conseguinte, não se pode conceber o ensino de língua materna sem o ensino de textos, os quais, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1997), constituem a unidade básica de ensino. Os gêneros textuais têm grande importância no ensino, pois o educando aprende a lidar com os diversos textos que circulam na sociedade, assim aprende para vida e desenvolve sua cidadania. 1 Acadêmicas do VIII Semestre Curso de Pedagogia e bolsistas do PIBID/CEULS/ULBRA. 2 Profª do Ensino Fundamental e de Campo do PIBID/CEULS/ULBRA 3 Prof.ª nos Cursos de Letras e de Pedagogia do CEULS/ULBRA e Bolsista Coord.de Área do subprojeto de Pedagogia do PIBID/CEULS 246 Uma forma preconizada de ensino dos gêneros textuais é por meio da utilização da sequencia didática que, segundo Dolz, Noverraz, Schneuwly (2004, p. 97), “é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito.” Assim, proporciona ao aluno dominar melhor um gênero, permitindo escrever e falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de comunicação. A sequência didática desenvolvida pelo professor vai dar suporte para o aluno desempenhar sua capacidade discursiva, textual, comunicativa a partir de um gênero textual, onde o mesmo tem a liberdade de expor suas ideias. A partir dessas concepções, abordou-se o gênero textual fábulas com alunos de 4º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Rosineide Fonseca. Esse gênero textual, por ser curto e breve e apresentar uma linguagem acessível, mostrou-se como uma importante ferramenta para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita na sala de aula. A fábula pode ser vista como um excelente exercício de reflexão sobre o comportamento humano e as vicissitudes da vida, e não como uma forma de inculcar nos leitores certas “verdades”. Essas narrativas mencionam valores como: amor, honestidade, prudência, justiça, que podem ser trabalhados nos mais diversos espaços escolares. Assim, objetivou-se desenvolver oralidade e a escrita promovendo um aprofundamento das práticas de leitura de maneira lúdica e criativa. Compreender o texto a partir de seus aspectos sociointeracionais, estruturais, temáticos e linguísticos, com percepção das informações implícitas encontradas no gênero trabalhado e produzir fábulas a partir de um contexto proposto, observando suas características temáticas, estruturais e linguísticas. METODOLOGIA: A intervenção ocorreu através de sequência didática (DOLZ, NOVERRAZ, SCHNEUWLY, 2004) e foi realizada numa escola urbana do município de Santarém. O público-alvo da ação foram os alunos do 4º ano do ensino fundamental, com um total de 32 alunos, na faixa etária dos 9 a 12 anos, no turno matutino. Vale salientar que houve uma fase de pré-acompanhamento da turma, ocorrida no primeiro semestre de 2014, em que foram utilizados questionários e registros de observação 247 em diário de campo. No segundo semestre, a partir pressupostos teóricos, foi aplicada a sequência didática conforme a metodologia descrita na : na primeira aula, os conteúdos específicos trabalhados foram: exibição da fabula “A lebre e a tartaruga”, conversa informal e questionamento sobre o vídeo instigando a turma a relatar a suas reflexões. Explicitou-se para a turma o gênero textual fábula, em seguida atividade com pinturas dos personagens, propondo aos alunos criarem um novo personagem para a fábula. Na segunda aula iniciou-se com a leitura de fábulas: silenciosa e oral em grupo, produção textual individual da atividade com os personagens, incluindo o novo personagem criado pelo aluno e de recontos da turma. Na terceira aula, foram relembradas características sobre o gênero textual fabula, com registro no quadro e distribuídos várias fábulas aos alunos para leitura em dupla, em seguida, conto oral das fábulas e explicitação das características estruturais e linguísticas do gênero com registro no quadro. Na última aula, foram divididos a turma em grupos, composta com 4 alunos e sorteio da fábula para a leitura, em seguida foi escolhido um componente de cada equipe pra fazer a leitura do gênero . RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Sequência Didática desenvolvida na Escola Municipal Rosineide Fonseca ocorreu no período de 25 a 28 de agosto de 2014, na turma da professora Ieda dos Santos Pereira. O trabalhado sobre o gênero textual fábula enfatizou a do título “A lebre e a tartaruga”. Na primeira aula, os alunos foram conduzidos à sala de informática onde se realizou conversa formal sobre o objetivo do encontro de produzir uma fábula e na ocasião assistiram ao vídeo da fábula “A lebre e a tartaruga”. Em seguida, com retorno à sala de aula, conversou-se sobre a estória assistida. As crianças compreenderam que se tratava de uma história que trazia uma moral para a vida cotidiana. Sabe-se que os gêneros textuais circulam em diversos suportes, como bem salienta Marcuschi (2009), buscou-se nesse primeiro momento um suporte atrativo aos educandos, o vídeo, e constatou-se a apresentação do gênero em vídeo foi de grande estímulo à participação dos alunos no decorrer de todo o encontro, em que a maioria emitiu comentário e todos se dispuseram a recriar os personagens desenhando. 248 Na sequência, apresentou-se a situação de produção do gênero pela turma, em grupo confeccionariam livros de fábulas para trocar entre eles. Para isso, solicitou-se a criação de novos personagens, e a partir deles produzissem uma nova fábula. Este momento de apresentação da proposta de produção é muito importante, visto que nele se definem as condições de produção e circulação do gênero, em que fica claro: que gênero será produzido, para quem, com que propósito. São esses aspectos sociointeracionais que norteiam a produção do texto e o institui como uma atividade social e não apenas cognitiva ou linguística (SILVA, MELO, 2007). Na segunda aula, foram lembrados a respeito do gênero trabalhado, desenvolvendo suas histórias incluindo um novo personagem. Segundo (LEAL e BRANDÃO 2007) “(...) a leitura é primordial, mas que é necessário promover muitas situações de produção de textos”. Na terceira aula, os alunos foram divididos em grupos para lerem as fábulas e depois fazerem a leitura em voz alta para toda turma. De acordo com os PCN’S de Lingua Portuguesa: Apesar de apresentadas como dois sub-blocos, é necessário que se compreenda que leitura e escrita são práticas complementares, fortemente relacionadas, que se modificam mutuamente no processo de letramento — a escrita transforma a fala (a constituição da “fala letrada”) e a fala influencia a escrita (o aparecimento de “traços da oralidade” nos textos escritos). São práticas que permitem ao aluno construir seu conhecimento sobre os diferentes gêneros, sobre os procedimentos mais adequados para lê-los e escrevê-los e sobre as circunstâncias de uso da escrita. PCN’S (p.35, 1997). Na quarta aula, todos tiveram a oportunidade de fazer suas leituras individuais no grupo e escolhido para representar a equipe para desempenhar a leitura, acompanhados pela coordenadora pedagógica, a professora e as acadêmicas. Afirma (LEAL e BRANDÃO 2007): É importante que se diga que essas reflexões podem acontecer tanto quando os alunos estão desenvolvendo a atividade autonomamente, com a orientação do docente (produção individual, em pares ou em pequenos grupos) como quando o adulto atua, mediando esse processo (produção coletiva).Leal e Brandão (p.141, 2007). 249 CONCLUSÃO: A Sequência Didática foi de fundamental importância para os educandos que foram instigados a ler e escrever, com propósito comunicativo, com gênero, finalidade e destinatário definidos. Mesmo aqueles que tiveram dificuldade na leitura e escrita, apresentaram bom aproveitamento nas atividades propostas, respeitando o conhecimento do gênero, podendo trabalhar a socialização. Portanto, a sequência didática desenvolvida deu suporte para o aluno desempenhar sua capacidade discursiva a partir de um gênero textual em que tem a liberdade de expor suas ideias. REFERÊNCIAS BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Primeiro e Segundo Ciclos do ensino Fundamental: Língua Portuguesa. Brasília, MEC/ SEF, 1997. DOLZ,J.; NOVERRAZ,N.; e SCHNEUWLY, B.,Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B. E DOLZ, J. et allii. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. KLEIMAN, A. B., Preciso ensinar letramento? Não bastar ensinar a ler e escrever? REVERProdução editorial, 2005. ROJO, R., A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São. Paulo: EDUC; Campinas: Mercado de Letras, 2004. SOARES, M., Letramento – um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Ceale/Autêntica. 2001