SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 1/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 2. DISPOSIÇÕES GERAIS 2.1. INTRODUÇÃO Um desastre natural é uma catástrofe ocorre quando um evento físico muito perigoso (tal como uma erupção vulcânica, sismo, um desabamento, um furacão, inundação, incêndio, etc) provoca direta ou indiretamente danos extensos à propriedade, faz um grande número de vítimas, ou ambas. Nos últimos anos, principalmente com a grande ocorrência de terremotos pelo mundo, tornou-se imprescindível para as equipes de resgates, a melhoria e criação de procedimentos de busca e resgate em estruturas colapsadas. Tecnologia, criatividade e abnegação dos técnicos especialistas foram fatores imprescindíveis para o nível de excelência atingido pelos socorristas nestes últimos 20 anos. 2.2. A UN e o INSARAG Desde a criação do INSARAG em 1991, um progresso significativo tem sido feito na melhoria dos padrões de assistência USAR (equipe de busca e resgate urbano) e a coordenação da resposta internacional às grandes catástrofes súbitas. As realizações do INSARAG incluem o estabelecimento de uma rede mundial de interessados em resposta a desastres e desenvolvimento das Diretrizes INSARAG. O compromisso das organizações e países membros do INSARAG é melhor ilustrado por aprovação unânime da Assembléia Geral das Nações Unidas da resolução 57/150, intitulada "Reforçar a eficácia e a coordenação de Assistência Internacional de Busca e Resgate Urbano" em 16 de dezembro de 2002. Esta Resolução aprova as Diretrizes INSARAG para serem usadas como referência para USAR internacional e resposta a desastres. As Diretrizes INSARAG foram preparadas por socorristas USAR em todo o mundo para orientar equipes internacionais USAR e países sujeitos a desastres, para executar operações de resposta a desastres durante grandes catástrofes. As Diretrizes são um documento vivo que é melhorado quando as lições são aprendidas e melhores práticas identificadas na avaliação das operações de resposta a desastres internacionais. 3. PROCEDIMENTOS 3.1. A Equipe Uma sugestão para montar uma equipe de primeira resposta para um evento envolvendo busca e resgate em estruturas colapsadas, seria a seguinte: Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG Resgate em Estruturas Colapsadas 1. FINALIDADE O presente POP tem como finalidade regular os procedimentos relativos ao resgate de vítimas em ESTRUTURAS COLAPSADAS pelas equipes de salvamento do CBMERJ. SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 2/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO - 1 Chefe de resgate (Cmt da Operação/socorro); - 1 Oficial de segurança (segundo militar mais antigo da guarnição, independente de posto ou graduação); - 6 operadores de ferramentas/equipamentos; - 2 militares da área de saúde. 3.2. Sempre que puder trabalhar em lajes e concreto, ter em mente a palavra quecore (quebrar, cortar e retirar). Inicialmente, quebra-se o concreto; em seguida são cortados cabos, fios e armações metálicas; finalmente, faz-se a retirada de pedras e todo material, deixando sempre limpa a área de trabalho. Esta sempre será a sequência a ser seguida, quando for possível e viável, pela equipe de resgate até atingir o objetivo: Fig.1- Esquema QUECORE 3.3. São estes os materiais mais utilizados para a quebra: – Britador/rompedor; – Malho, marreta e corta-frio. 3.4. São estes os materiais mais utilizados para o corte: – Ferramentas hidráulicas como Lukas, Lancier, Holmatro etc.; – Ferramenta de corte do tipo DeWalt; – Motocortador a disco; – Tesourão; – Force; – Furadeira de concreto; e outros. 3.5. São estes os materiais mais utilizados para a retirada: – Pequenos baldes e recipientes para a retirada de material de pequeno porte (areia, cascalho, pedras); – Cintas de elevação, a fim de serem utilizadas para içamento de cargas pesadas (pilares e lajes), com utilização de guindastes; – Tripé; – Maquinário pesado: pá carregadeira, retroescavadeira, rastreador escavadeira do gênero bulldozer (trator de esteira), caminhões de despejo e guindaste. Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 3/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 3.6. Muito cuidado deve-se ter quando utilizarmos o maquinário pesado. O uso destes equipamentos deve seguir uma seqüência lógica, a fim de que o Comandante das Operações possa melhor organizar o Teatro de Operações, minimizando desta forma futuros transtornos. Para esta organização, damos o nome de “Processo das Máquinas, conforme mostrado abaixo: Fig.2- Processo das Máquinas QUEBRAR – Retroescavadeira de ponteira. RETIRAR – Retroescavadeira, rastreador escavadeira e guindaste. CARREGAR – Pá carregadeira. TRANSPORTAR – Caminhões de despejo (caçamba ou basculante). Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 4/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 3.7. Marcação de Estruturas Em evento de grande vulto onde há presença de várias estruturas colapsadas e de um número significativo de equipes de resgate, é muito importante que se faça a marcação de estruturas a fim de evitar que várias equipes adentrem, desnecessariamente, no mesmo local. Desta forma, a área atingida sofrerá uma busca de sobreviventes pelas equipes de resgate no menor tempo possível. Podemos assim dividir as marcações: 3.7.1. Por área Fig.3- Identificação de estruturas – ruas e fachadas - Se a numeração em uma estrutura estiver destruída, refazê-la baseada na numeração das edificações ao lado; - Se a numeração de todas as edificações da rua for destruída, refazê-las baseada na numeração das ruas laterais; - Utilizar sempre o spray laranja para a marcação Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 5/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Para fácil gerenciamento do local pelo Comandante de Operações, a área pode ser dividida/identificada em quadrantes e lados, assim como também os andares das edificações. Desta forma, haverá no posto de comando um mapeamento geral da área atingida, com informações contendo a identificação das equipes e seus locais de atuação. Fig.4- Identificação de estruturas – quadrantes, lados e andares Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 6/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 3.7.2. Na estrutura Este é um exemplo de marcação, onde as informações são sempre colocadas na fachada da estrutura atingida, com fácil visualização: Fig.5- Sistema de marcação em estruturas-situação do local Fig.6- Sistema de marcação em estruturas-exemplo Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG Seção SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 7/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Fig.7- Sistema de marcação em estruturas-modelo em “X” Fig.8- Sistema de marcação em estruturas-modelo em “quadrado” O Sistema de Marcação em Estruturas é extremamente importante, pois visa indicar, para as futuras equipes de salvamento, informações sobre o local, perigos e riscos existentes, horário de entrada e saída da última equipe e quantitativo/condição das Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 8/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO vítimas. Padroniza-se a identificação das equipes com as letras TF (task force – força tarefa), principalmente quando em operações em nível internacional (Ex.: TF Brasil); utiliza-se, para este fim, o spray do tipo “colorjet” na coloração laranja; Quando a equipe “USAR” completar o seu trabalho na estrutura, um círculo é feito em torno de toda a marcação (padrão INSARAG). Depois que todo o trabalho for realizado na estrutura colapsada e confirmada a inexistência de vítimas, uma linha horizontal é traçada ao redor de toda a marcação Fig.9- Sistema de marcação em estruturas- trabalho finalizado Outra forma de alertar e orientar as equipes de resgate é através do som. Buzinas de ar ou de outros dispositivos de comunicação (tais como apitos) devem ser utilizados para sinalização, como segue abaixo: Fig.10- Alerta por som Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG Seção SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 9/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS 3.8. Assim como o Sistema de Marcação em estruturas, existe também, por padronização mundial, o Sistema de Marcação de Vítimas, com a finalidade de indicar para as outras equipes a real condição de uma vítima, seja ela ainda não encontrada ou já atendida; Fig.11- Sistema de marcação de vítimas tipo 1 marcação de vítimas tipo 2 Fig.12- Sistema de Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG Seção SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 10/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Tanto o Sistema de Marcação de Estruturas como o de vítimas visam à agilização e à velocidade das equipes de salvamento colocadas no cenário, principalmente quando ainda existem vários locais para serem realizadas as buscas. Essas ações são facilmente visualizadas em casos de terremotos e furacões, em que várias estruturas são destruídas em uma determinada área. TERREMOTO NO HAITI 2010 Fig.13- Sistema de marcação de vítimas realizado no terremoto do Haiti em janeiro de 2010 Fig.14- Marcação realizada por uma equipe de resgate americana no terremoto do Haiti em 2010 Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 11/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Exemplos Fig.15- Exercício de situação – exemplo de sistema de marcação em “quadrado” Fig.16- Exercício de situação – exemplo de sistema de marcação em “X” Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 12/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 3.9. Gerenciamento Sistemizado do Desastre - organização do teatro de operações: Sistema The Face a) Delimitar o local do acidente. Este será relacionado com a boca de uma face, pois é dela que surgem os gritos e sons das vítimas; b) Indicar e posicionar o Posto de Comando. Este deverá estar próximo ao local do acidente (à frente), sendo correlacionado com o nariz de uma face; c) Iniciar o isolamento. No caso do Sistema The Face, será o perímetro do rosto; d) Estabelecer as viaturas no local do socorro e prever a chegada de reforço operacional. Neste caso, correlacionar com a orelha de uma face; e) Triar e tratar as vítimas, merecendo total atenção e observação da equipe de saúde. Correlacionar, portanto, com os olhos de uma face; f) Estabelecer um local para acomodação das vítimas fatais, tendo o cuidado de não entrar em contato com as vítimas vivas. Essa área seria relacionada à testa da face; g) Estabelecer o trânsito das viaturas tanto de combate a incêndio e salvamento como as da equipe de saúde. Por analogia à face, as viaturas entram por uma orelha e saem pela outra, permitindo perfeita fluidez no trânsito. Fig.17- Sistema “The Face” Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 13/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Fig.18- Sistema “The Face” - Evolução 3.10. Durante o colapso, as estruturas podem apresentar diferentes comportamentos durante a sua queda, o que comumente chamamos de tipos de colapso. É importante o conhecimento desses tipos/padrões, visto que servirão de auxílio para o Comandante de Operações ao traçar a estratégia para iniciar a busca. São estes os tipos de colapso: Inclinado – Uma das paredes desaba, colocando a outra em situação perigosa; Fig.19- Tipo de colapso “inclinado” Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 14/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Formato em V – Enfraquecimento do suporte interior. Falência das colunas; Fig.20- Tipo de colapso em “V” Empilhamento ou panqueca – Maioria das colunas/pilares cai, permitindo o desabamento de um andar sobre o outro; Fig.21- Tipo de colapso “empilhamento ou panqueca” Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 15/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Balanço ou suspenso – Similar ao empilhamento, porém com solo estendido; Fig.22- Tipo de colapso “balanço ou suspenso” Observando essas imagens, constatamos que existem pequenos locais nos quais são formados “bolsões de ar”, permitindo, dessa forma, a sobrevivência de uma vítima após o acidente. Esses locais são chamados de espaços vitais (EV). Por isso, mesmo o cenário sendo desagradavelmente desanimador e chocante, nunca devemos precisar que as vítimas já se encontram sem vida, visto que até em eventos anteriores algumas já foram retiradas ilesas depois de vários dias após o colapso. 3.11. Sinais de Colapso Quando uma estrutura sofre qualquer tipo de abalo ou encontra-se instável, vários são os sinais que podem ser verificados pelo Comandante das Operações. É importante tal conhecimento visto que várias situações de risco e/ou acidentes, podem ser evitadas. Abaixo, veremos alguns sinais de colapso nas seguintes estruturas: - leves (madeira) - pesadas (concreto) Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 16/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Fig.23- Sinais/perigos de colapso em uma estrutura leve Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 17/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Fig.24- Sinais/perigos de colapso em uma estrutura pesada Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 18/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 3.12. Buraco de rato A abertura de acessos, na vertical e/ou na horizontal, deve ser feita antes da utilização do maquinário pesado. Esses acessos são chamados de “buraco de rato” e têm como finalidade atingir os espaços vitais onde se encontram as vítimas. Como já foi dito, dividimos a área em quatro quadrantes, dimensionamos pessoal e material para cada quadrante e cada equipe iniciará o processo de abertura de acesso. O Comandante de Operações deve ter precaução e cuidado em não abrir muitos acessos (buracos), o que pode colocar em risco a estrutura já danificada e, consequentemente, as vítimas nos espaços vitais. Fig.25- Divisão da área atingida em quadrantes e abertura de acessos tipo “buraco de rato” Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG Seção SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 19/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS 3.13. O acesso na vertical Quando for necessário o acesso na vertical, alguns detalhes devem ser observados: Delimitar e isolar a área onde será feito o acesso, colocando o menor número de pessoas sobre a laje/estrutura; Fig.26- Posicionamento da equipe de resgate Realizar com o spray do tipo “colorjet” laranja um quadrado com 1 metro de lado, local onde será feita a abertura. Uma técnica para evitar que esse material (parte da laje) caia sobre a vítima (caso a estrutura esteja intacta) é fazer um pequeno quadrado onde será colocada uma alavanca com um cabo (página 15); Fig.27- Marcação da área com spray laranja – quadrado de 1m de lado O tripé deve ser armado tanto para descer o socorrista, como para içar materiais que estão sendo retirados do interior da estrutura. Também possui a finalidade de ser a ligação e a segurança entre a superfície e o socorrista; Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG Seção SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 20/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Fig.28- Armação do tripé À medida que o trabalho vai evoluindo e avançando, os cortes não conseguirão mais ser executados com o britador, devido ao pequeno espaço para trabalho. Deve-se então utilizar as ferramentas leves, como a DeWalt, furadeiras de concreto, tesourões, motocortador a disco, talhadeiras e outras. O trabalho torna-se mais demorado e o material retirado (concreto, cascalho e pedras) deve ser colocado em baldes/recipientes e içado pelo tripé, mantendo, dessa forma, o local sempre limpo; Fig.29- Ruptura de lajes Localizada a vítima, ela deve ser estabilizada e içada em segurança pelo tripé; Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG Seção SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 21/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Fig.30- Localização da vítima Fig.31- Resgate da vítima utilizando o tripé Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 22/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 3.14. O acesso na horizontal Tão complexo como o acesso na vertical é o acesso na horizontal. Pequenas aberturas devem ser feitas em paredes, e isso irá gerar diminuição da resistência das mesmas. Entretanto, existe um meio para minimizar e/ou evitar um possível acidente, como veremos a seguir. O trabalho com o britador na horizontal é bastante cansativo e carece do auxílio de um segundo socorrista para a sustentação dessa ferramenta. O segundo socorrista irá se posicionar na parte acima do local onde será feita a abertura, sem comprometer a sua segurança. Fig.32- Vítima presa na estrutura colapsada Fig.33- Posicionamento da equipe Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 23/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Com spray do tipo “colorjet” laranja, é feita uma marcação na estrutura de um triângulo equilátero com 1 metro de lado. Dessa forma, a estrutura ainda permanece segura após a abertura, permitindo o acesso em segurança das equipes de resgate. Deve-se observar que tanto a base do triângulo como a parte superior, devem estar afastadas das extremidades da estrutura no mínimo 10 cm, a fim de evitar diminuição da resistência; Fig.34- Triângulo equilátero – 1 m de lado Com o auxílio de uma fita tubular ou cabo, o socorrista que está acima do triângulo irá sustentar o peso do britador, facilitando o manuseio da ferramenta pelos socorristas do solo; Fig.35- Utilização da fita tubular Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG Seção SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Página Versão Modelo 24/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS SALVAMENTO POP Localizada a vítima, ela deve ser estabilizada e retirada com total segurança; Fig.36- Retirada da vítima Abaixo, seguem as imagens de um exercício de campo, com a utilização de vários materiais utilizados em resgate em estrutura colapsada, tais como alavancas, britadores, detector acústico e outros. Fig.37- Exercício de campo – utilização do detector acústico Cabo Alavanca Fig.38- Exercício de campo – abertura de acesso na vertical Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG Seção SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL SALVAMENTO POP 002/2012 Página Versão Modelo 25/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Fig.39- Exercício de campo – utilização do tripé Fig.40- Exercício de campo – acesso na horizontal Fig.41- Exercício de campo – sistema de marcação Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESTADO MAIOR GERAL Assunto: RESGATE EM ESTRUTURAS COLAPSADAS Seção SALVAMENTO POP Página Versão Modelo 26/17 1ª ANALÍTICO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO 4. DEFINIÇÕES E ABREVIATURAS 4.1. UN – United Nation - Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente Nações Unidas (UN), é uma organização internacional cujo objetivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento econômico, progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial. A ONU foi fundada em 1945 após a Segunda Guerra Mundial para substituir a Liga das Nações, com o objetivo de deter guerra entre países e para fornecer uma plataforma para o diálogo. Ela contém várias organizações subsidiárias para realizar suas missões. 4.2. INSARAG - International Search and Rescue Advisory Group – O INSARAG é uma rede de países e organizações sujeitas à resposta a desastres e catástrofes, dedicados à coordenação no campo operacional de busca e salvamento urbano (USAR - urban search and rescue). O INSARAG foi criado em 1991 seguindo as iniciativas das equipes internacionais de SAR (Search and Rescue) que responderam ao Terremoto da Armênia em 1988. As Nações Unidas foram escolhidas como o secretariado do INSARAG para facilitar a participação e coordenação internacional. A Seção de Suporte de Coordenação de Campo (FCSS- Field Coordination Support Section), localizado no Ramo de serviços e Emergência (ESB - Emergency Services Branch) da OCHA (Office for the Coordination of Humanitarian Affairs) em Genebra, funciona como secretariado da INSARAG. 4.3 OCHA - OFFICE FOR THE COORDINATION OF HUMANITARIAN AFFAIRS O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (sigla em inglês: UNOCHA ou OCHA) é um órgão das Nações Unidas formado em dezembro de 1991, através da Resolução 46/182 da Assembléia Geral. A resolução teve como propósito aumentar a capacidade de resposta da ONU a emergências e desastres naturais. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - Shoring Techniques – Rescue Training Associates – USA - National Urban Search and Rescue (US&R) Response System – Rescue Field Operations Guide - FEMA National US&R Response System – Structural Collapse Technician Elaborado por: Cel BM Loureiro Emissão: 01/10/2012 Revisão: Aprovação: / / Ch EMG