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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NO
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
CHAGAS, Karine1
OLIVEIRA, Ana C.¹
POMPELLI, Camila¹
ZANONI, Deni R.¹
COSTA, Gisele M.T. Da.²
PERUZZOLO, Sandra R.2
SILVA, Lisiane B. Da.²
SLAVIERO, Angelice M.²
´´São as relações das crianças que devemos tentar
interpretar o mais precisamente possível.
Elas nos ajudam a captar o que a criança percebe”. (François Faucher)
RESUMO: Este trabalho realizado a partir de oficinas pelo nível III de Pedagogia dentro do Projeto
Teórico Prático tem como objetivo refletir sobre como a literatura contribui para o desenvolvimento da
criança, esclarecendo melhor essa questão diante do ponto de vista de alguns autores. Neste artigo,
ainda apresenta-se um estudo sobre a importância de incentivar o hábito da leitura de maneira
significativa e prazerosa, sendo que a literatura infantil é um dos meios que leva a criança ao
desenvolvimento de seus sentimentos, emoções e principalmente a imaginação. O referido estudo se
inicia com uma breve história sobre a literatura infantil, abrange a importância de ouvir e também
como contar histórias de maneira correta. Apresenta algumas estratégias para pais e professores
instigarem os leitores do presente e do futuro, mostrando o quanto é necessário apresentar os livros
para as crianças desde muito cedo.
Palavras-chave: literatura infantil, prazer, desenvolvimento, imaginação e histórias.
Abstract: The aim of this paper is to understand how literature helps to the development of the child,
researching explanations in books of the gender and scientific articles, better clarifying this question
according to the point of view of some authors, this article presents a study on the importance of
motivating the habit of reading in a meaningful and pleasurable fashion, being that children’s literature
is one of the means which provide children the development of their feelings, emotions and, more
importantly, imagination. Such study begins with a short history about children’s literature, also covers
the importance of listening and telling stories in a proper way, bringing some strategies to parents and
teachers to instigate readers of the future, showing how necessary is to present children to books as
early as possible, from workshops held by level III of pedagogy within the theoretical design practice
Keywords: children's literature, pleasure, development, imagination and stories.
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O referido artigo busca abranger conhecimentos sobre a importância da
leitura no desenvolvimento da criança, bem como trazer à tona o que realmente
desperta o interesse da mesma pela literatura, abordando questões históricas desde
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Acadêmicas do curso de pedagogia, faculdade IDEAU, nível III.
Professoras orientadoras do trabalho de teórico e prático do curso de pedagogia, faculdade IDEAU, nível III.
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sua concepção até os dias atuais, e apontamentos sobre qual é a melhor técnica a
ser usada para contar uma história. O principal conceito de leitura é a ação de tomar
conhecimento, sendo assim, quanto mais uma criança lê, mais conhecimento ela
adquire. O professor deve agir como um mediador entre o aluno e a leitura que faz
com que o mesmo amplie cada vez mais seus níveis de conhecimento, cabe a ele
estimular seus alunos para que o hábito da leitura seja uma atividade prazerosa,
espontânea, instigadora, desafiadora e rotineira em suas vidas.
Quando se apresenta a literatura infantil desde cedo para as crianças abremse caminhos para um universo repleto de descobertas, pois ouvir histórias é o
primeiro contato que a criança terá com a literatura. Ler e ouvir histórias aflora a
imaginação da criança levando-a para um mundo de mistérios e surpresas, ao
mesmo tempo em que diverte, ensina, tornando a criança um ser crítico, que
compreende e interpreta o mundo onde vive com naturalidade. A literatura é então
indispensável para o desenvolvimento infantil. Este artigo apresenta também, uma
experiência das acadêmicas, em oficinas de contação de histórias, que tinham como
objetivo aliar teoria e prática.
2 HISTÓRIA DA LITERATURA INFANTIL
A arte da palavra para crianças é denominada literatura infantil, seja ela
desde contos de fadas, fábulas, poesias até outras histórias em prosa. Existem
vários livros infantis, para os mais pequeninos destacam-se os de imagens, sem
palavras, que contam uma história não verbal, para crianças que ainda não leem ,
há livros com muitas ilustrações e histórias curtas, contadas com poucas palavras,
as já alfabetizadas podem se aventurar por livros com histórias mais longas e até
divididas em capítulos.
A literatura é muito importante em nossas vidas, com ela se aprende, se
ensina e se conhecem outras culturas, ela nos permite uma viagem no mundo da
imaginação, onde tudo é possível, animais, frutas e objetos podem falar e se
movimentar, todo isso em reinos encantados onde princesas vivem suas histórias à
espera de seus príncipes. Segundo o artigo literatura infantil, do site escola britânica
a literatura infantil se divide em dois momentos: a escrita e a lendária, a lendária veio
da necessidade que as mães tinham de se comunicar com seus filhos, contavam
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coisas que aconteciam em seu cotidiano, mas eram apenas contadas e acabavam
não sendo registradas por escrito. A literatura infantil surgiu no século XVII com
Fenélon, (1651-1715), com a função de educar moralmente as crianças, neste
período as histórias tinham uma estrutura maniqueísta3, a fim de demarcar
claramente o bem a ser aprendido e o mal a ser desprezado, muitos contos de
fadas, fábulas e textos contemporâneos incluem-se nessa tradição.
Já, no século XVIII, os livros lidos por crianças eram obras escritas para
adultos, histórias de aventura com personagens interessantes, um exemplo foi à
obra de Daniel Defoe, Robinson Crusoe (1719) que conta a história de um homem
que naufraga em uma ilha deserta. Outro exemplo, as Viagens de Gulliver, (1726),
de Jonathan Swift, que conta as aventuras de um viajante em terras imaginárias e
estranhas; já o inglês John Newbery, publicou em Londres na Inglaterra a primeira
edição do conhecido livro de poemas Mamãe Gansa na década de 1760, a partir daí
muitas crianças conheceram quadrinhos tradicionais com a personagem, senhora do
campo, famosa no cancioneiro da Europa.
No século XIX, os livros infantis começavam a se firmar no cenário da
literatura, com histórias mais interessantes e imaginativas para crianças, alguns dos
mesmos são populares até os dias de hoje, dentre eles destacam-se as aventuras
de Alice no País das Maravilhas, escrito por Lewis Carrol e publicado na Inglaterra
em 1865, muitos livros infantis desta época, eram coleções de contos de fadas ou de
contos folclóricos, que traziam histórias com criaturas e objetos mágicos, animais
falantes e locais fascinantes que deslumbravam a imaginação das crianças.
Dois irmãos alemães, Wilhelm e Jacob Grimm, conhecidos como os irmãos
Grimm, publicaram em 1812, uma coleção de antigos contos de fadas alemães, hoje
conhecida como Contos dos irmãos Grimm. A obra contém histórias sobre
personagens como a Bela Adormecida e Cinderela, além de muitos outros contos
famosos entre os leitores até hoje. No final do século XIX, no Brasil, ficaram
conhecidos os Contos da Carochinha (1896), Alberto Figueiredo Pimentel reuniu em
um livro 61 contos populares de diversos países, traziam narrativas de Charles
Perrault, dos irmãos Grimm, de Hans Christian Andersen e de outros autores. O
século XX presenciou uma explosão no número de livros infantis publicados,
3
Maniqueísta: é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Maniqueu,
filósofo cristão do século III, que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou
o Diabo.
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pessoas de vários países continuaram a coletar e a publicar contos folclóricos para
que as histórias pudessem ser compartilhadas com crianças de outras partes do
mundo.
No Reino Unido e nos Estados Unidos, as histórias infantis eram voltadas em
personagens de mundos fantásticos, O mágico de Oz (1900), de L. Frank Baum, O
Ursinho Pooh (1926), de A.Milne, e A menina e o porquinho (1952), de E. B. White
são alguns exemplos. Na poesia, personagens engraçados e desenhos fantasiosos
dos muitos livros do escritor americano Dr. Seuss também despontaram como
sucesso entre as crianças. Ele publicou “O Gatola da cartola” que ficou conhecido
em uma tradução brasileira do livro “The cat in the hat”, em 1957.
No Brasil, o primeiro grande marco da literatura infantil brasileira foi “A menina
do narizinho arrebitado” (1920), do escritor paulista Monteiro Lobato, que logo veio a
ser batizado de “Reinações de Narizinho”, era então o surgimento da boneca
tagarela Emília, de Pedrinho, do Visconde de Sabugosa, de Dona Benta e de Tia
Nastácia, entre muitos outros personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo.
Já nos anos de 1970 e 1980, surge um jeito diferente de escrever histórias
para crianças, narrativas mais questionadoras com novas linguagens, desenhos
contavam às histórias paralelamente ao texto, foi nesta época que surgiram
escritores como Ana Maria Machado, Joel Rufino dos Santos, Ricardo Azevedo,
Ruth Rocha e muitos outros, todos com a mesma finalidade de incentivar a leitura e
fazer a criança se divertir, fazendo dos livros um passaporte para um mundo só dela,
mas para que isso aconteça outra figura tem grande importância, o narrador que
precisa saber como contar histórias.
A literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, é arte:
fenômeno de criatividade que representa o mundo, o homem, a vida,
através da palavra. Funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real;
os ideais e sua possível e impossível realização (COELHO, 2000, p. 27).
3 COMO CONTAR HISTÓRIAS
Uma história bem contada tem o poder de prender a atenção, aquietar e
informar, ajudando a construir valores morais, educando este ouvinte que se estiver
sempre presente neste meio, possivelmente terá o hábito de ler fazendo deste, um
momento de lazer, assim esta criança no futuro se tornará um adulto pensante que
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conhece seus deveres e procura seus direitos. Segundo Coelho (2006), alguns
educadores acreditam não saber contar ou interpretar uma história, mas se tentarem
irão perceber, descobrir e experimentar, qualidades que nem imaginavam ter,
podendo assim mudar suas práticas diárias. As histórias podem ser usadas para
passar uma mensagem, repassar conhecimentos estimular e desenvolver nas
crianças a atenção. No entanto alguns educadores usam este momento tão
esperado pelas crianças para fazer um tipo de chantagem, deste modo se as
crianças ficarem em silêncio ao fim da aula lhes será contada uma história. Nesta
situação a criança fica sem entender por que um momento mais esperado do dia fica
sempre em segundo plano. As histórias não vêm preparadas para serem contadas,
fica a critério do professor locutor a responsabilidade de dar ênfase e ritmo,
deixando o livro ainda mais dinâmico.
Tudo começa na escolha da história, que exige do narrador a elaboração de
um plano para que possa se organizar, deixando sua técnica de contar a história
cada vez mais natural. Ao escolher um livro é preciso levar em conta alguns fatores
como o grau de interesse dos ouvintes e sua idade. Algo importante a ser percebido
é se o livro consegue sensibilizar o locutor, pois sem a compreensão dele,
dificilmente será possível transmitir as emoções para criança. Depois de escolher um
livro é preciso estudá-lo, não quer dizer que se deve decorar toda a história,
primeiramente o objetivo é captar a mensagem e divertir-se com ela, saber se ela vai
agradar à faixa etária, se o assunto é interessante e bem trabalhado, para
complementar, a linguagem esta contação deve ser correta e simples, a entonação
deve chamar a atenção e as expressões faciais podem ajudar na compreensão dos
sentimentos dos personagens.
Quando o professor anuncia que vai contar uma história sempre acontece
uma pequena bagunça na sala de aula, todos querem sentar perto do narrador. O
melhor jeito de resolver esta situação é conversando com as crianças solicitando
sua atenção e os colocando em um semicírculo podendo até os sentar no chão,
desse modo todos conseguirão ver o narrador e o livro a ser contado. Porém
crianças muito pequenas tendem a não prestar muita atenção em histórias muito
longas, O ideal é que para crianças pequenas as histórias durem de 5 a 10 minutos
dependendo do interesse dos pequenos ouvintes. Neste momento podem-se usar
fantoches, fantasias e até dramatizações, assim as crianças irão ficar muito mais
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atentas a tudo o que a história pode lhes proporcionar, todos os sentimentos e
emoções poderão ser sentidos pelos ouvintes.
A história é um alimento da imaginação da criança e precisa ser dosada
conforme sua estrutura cerebral. Sabemos que o leite é um alimento
indispensável ao crescimento sadio. No entanto, se oferecermos ao lactente
leite deteriorado ou em quantidade excessiva, poderão ocorrer vômitos,
diarreia e prejuízo da saúde. Feijão é excelente fonte de ferro, mas nem por
isso iremos dar feijão a um bebê, pois fará mal a ele. Esperamos que ele
cresça e seu organismo possa assimilar o alimento. A história também é
assimilada de acordo com o desenvolvimento da criança e por um sistema
muito mais delicado e especial. (COELHO, 2006, p. 15.)
Cada criança tem seus interesses ou formas preferidas de ouvir uma
história, para que o narrador ou até mesmo os pais consigam atender a este ouvinte,
existem algumas dicas, conforme se pode observar no quadro 1:
Quadro 1:Faixa etária e interesses
(Fonte: Coelho, 2006, p.15)
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Para entender melhor os interesses da criança existem três fases principais
que são a pré-mágica, a mágica e a escolar estas definem bem o tipo de história a
ser escolhida. A fase pré-mágica acontece aos três anos de idade as histórias
devem ser contadas com uma linguagem simples que chame a atenção da criança,
os enredos devem conter situações cotidianas dando ênfase a animais e seus sons,
nesta etapa as repetições são indispensáveis. Na fase mágica que acontece aos
quatro anos de idade, a criança é criadora imagina lugares fala sozinha ou com seus
brinquedos, está fase vai mais ou menos até os sete anos de idade. Em um primeiro
momento, a criança prefere histórias mais curtas com situações vivenciadas em seu
dia a dia, depois que sua fala está mais desenvolvida começa a se interessar por
enredos diversos, com animais, flores, festas, personagens e até alimentos.
Na idade escolar os interesses são por contos de fadas ou de reinos
encantados as histórias passam a ter mais volume e começam a ganhar detalhes
que antes não tinham tanta importância; nesta fase as crianças já tem total noção
que a história acontece em um mundo de faz de conta é neste momento que
começam a formar seu senso crítico.
4 A IMPORTÂNCIA DE OUVIR HISTÓRIAS
Quando se deixa de apresentar a literatura infantil para uma criança, ela
geralmente se tornará um adulto que não gosta de ler. E fazer com que uma criança
se interesse pela leitura está se tornando uma tarefa muito difícil, pois o livro, na
maioria das vezes, não tem como competir com o rádio, o cinema, a televisão e,
principalmente, a internet. A literatura infantil vem para auxiliar a criança a
compreender alguns valores básicos da conduta humana e do convívio social, sendo
assim a literatura infantil é extremamente importante para o seu desenvolvimento.
Existem dois fatores capazes de fazer com que uma criança desperte o gosto pela
leitura: curiosidade e exemplo. Tendo em vista essa perspectiva, cabe à escola e à
família desenvolver esse hábito, mas isso deve ocorrer de maneira sadia e não
obrigatória. Para que as probabilidades da criança se tornar um adulto leitor
aumentem, ela precisa ter contato com os livros desde cedo e perceber o quanto
prazerosa a leitura pode ser. Do mesmo modo, através da leitura a criança obtém
uma posição crítico-reflexiva, extremamente necessária na formação de seus
conhecimentos.
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É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções
importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a
alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver
profundamente tudo que as narrativas provocam em que as ouve - com toda
a amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não) brotar...
Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário! ( ABRAMOVICH,
2005, p.17)
Apesar de a literatura infantil exercer grande importância na vida das
crianças, tanto para expressar melhor suas ideias, quanto para auxiliar em seu
desenvolvimento emocional, há crianças que não gostam e veem isso como uma
obrigação, talvez por falta de exemplo e incentivo de seus pais e professores.
Alguns professores estão desprovidos de informação, sendo assim a literatura é
ainda pouco explorada nas escolas. Há então, uma situação de contradição, pois
ninguém contrata um professor de natação que não sabe nadar, mas em muitas
escolas brasileiras existem professores que leem pouco, e estão tentando ensinar o
hábito da leitura a seus alunos. De acordo com a UNESCO (2005), apenas quatorze
por cento da população brasileira tem o hábito de ler, portanto, pode-se dizer que
boa parte da sociedade não é leitora.
Pensando nisso, o Ministério da Educação colocou em ação o Programa
Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), que tem por finalidade distribuir obras da
literatura infantil e infanto-juvenil para todas as escolas públicas do Brasil,
independente da idade é sempre um acontecimento prazeroso ouvir uma história.
Os adultos adoram ouvir um bom “causo”, que não deixa de ser uma história, mas
nas crianças faz despertar o interesse, o gosto e também aflorar com intensidade a
imaginação. Uma criança que lê também desenvolve significativamente sua fala,
pois está sempre descobrindo novas palavras, esta poderá ter mais facilidade em
fazer amizades e socializar-se com as pessoas e seu meio.
É através duma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos,
outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica... É ficar
sabendo história, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc. Sem
precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula.
(ABRAMOVICH, 2005, p.17)
A partir de um determinado período de sua vida a criança passa a interagir
com as histórias, acrescenta particularidades, personagens ou lembra-se de algo
que passa despercebido por quem à conta. É de grande relevância que se contem
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histórias mesmo para as crianças que já sabem ler, pois assim estas vão
desenvolvendo sua imaginação. Em um mundo repleto de tecnologias, onde todas
as informações já estão prontas, a criança que não tiver oportunidade de instigar sua
imaginação, poderá se tornar um adulto sem criatividade.
5 COLOCANDO AS IDEIAS EM PRÁTICA
A proposta apresentada aos acadêmicos do nível III de Pedagogia da
Faculdade Ideau, através do Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático foi a
oficina de contação de histórias. Com base na teoria estudada foram organizadas as
duas oficinas.
A primeira tarefa para a prática foi escolher um livro que se adequasse à
proposta do grupo, que tinha como objetivo trabalhar alguns valores morais com as
crianças o livro escolhido também precisava atender aos dois níveis que seriam
trabalhados. Depois de algumas ideias o escolhido foi “Menina bonita do laço de fita”
da autora Ana Maria Machado. O livro foi escolhido por ter a versatilidade de poder
ser trabalhado com as duas turmas, uma sendo de educação infantil e a outra de
séries iniciais. A confecção do livrão foi feita com diversos materiais, com o objetivo
de deixar as crianças curiosas e atentas.
No Centro de Educação Ideau Colégio Santa Clara, em Getúlio Vargas, foi
realizada a primeira oficina de contação de história, no dia trinta de abril de dois mil
e quinze com a turma de Educação Infantil Maternal II, regida pela professora
Sandra Regina Peruzollo. A turma contava com vinte e três alunos, entre três e
quatro anos de idade, onde foi contada a historia “Menina bonita do laço de fita”,
fazendo o uso do livrão e um fantoche de coelho e a caracterização de uma das
integrantes do grupo.
Após as crianças foram convidadas a pintar as mãos para a construção de um
painel de representação da história, em seguida as crianças foram divididas em três
grupos para desenvolver uma atividade de colagem de cobertura com algodão e
papel crepom nos coelhos e retalhos e topes na menina. A volta a calma foi feita
com uma música da Xuxa (feche os olhos), neste momento as crianças se sentaram
no chão e realizaram todos os movimentos citados na música, a oficina foi concluída
com a despedida as crianças gostaram muitos, participaram com bastante
entusiasmo e dedicação para que todas as atividades fossem bem desenvolvidas.
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Colégio Santa Clara, alunos do maternal dois realizando a cobertura da coelha.
Fonte: autoras.
A oficina na Escola Aurélio Castelli, em Estação, foi realizada no dia oito de
maio de dois mil e quinze. Com a turma do primeiro ano regida pela professora
Marilisa Tumelero Paludo, a turma de quinze alunos recebeu muito bem as
acadêmicas.
Após as apresentações observando o painel que já havia sido
começado pelos alunos do maternal da faculdade IDEAU, as crianças escutaram a
história prestando muita atenção. Os alunos ficaram em silêncio até o fim da
contação, após as crianças foram convidadas a fazer uma dobradura de coelho
depois pintá-lo e colar no painel.
Momento da contação da história.
Fonte: autoras.
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Então todos foram para o pátio brincar de coelho sai da toca, brincadeira
realizada com bambolês voltando para a sala com todos sentados no chão ouviu-se
a música (feche os olhos, Xuxa) fazendo todos os movimentos citados na música.
As crianças foram muito afetivas com todo o grupo, participaram de todas as
atividades desenvolvidas, no momento da despedida todos pediram para que
voltássemos outras vezes para trabalhar com a turma, fato que deixou as
acadêmicas muito felizes, e com a sensação de ter conseguido agradar aos
pequenos ouvintes.
Escola municipal Aurélio Castelli, alunos do primeiro ano.
Fonte: autoras.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a realização desse trabalho pôde-se perceber que antigamente a
literatura infantil nada mais era que uma literatura para adultos reaproveitada para
as crianças, totalmente baseada na moral e na representação de poder. Era,
portanto, segundo a igreja e o governo, uma literatura para incentivar a obediência.
As histórias eram manipuladas para sempre recompensar o bom e punir o que é
levado em conta como mal. Hoje a importância da literatura infantil ampliou suas
dimensões, proporcionando à criança um melhor desenvolvimento cognitivo, social e
emocional.
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Esse é um dos motivos pelos quais a literatura infantil, deve sim, ser
apresentada desde cedo para as crianças, pois historicamente é uma das maneiras
de aprender e conhecer outras culturas, ela permite que a criança desenvolva sua
imaginação e viaje em um mundo que é somente dela. Em todos os aspectos da
formação do ser humano a literatura infantil tem forte influência em áreas como a
afetividade e a inteligência.
Através desse trabalho também foi possível descobrir que existem inúmeras
atividades, que através da leitura podem ser desenvolvidas tais como, uma simples
contação de histórias através de um livrão e fantoches ou até uma pequena
dramatização envolvendo as crianças, cabe aos pais e professores de um modo
geral atrair as crianças para o mundo da leitura tornando a mesma um hábito
saudável para toda sua vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: Gostosuras e bobices. 4ª ed. São Paulo.
SCIPIONE, 2005.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. 1ª ed. São Paulo.
MODERNA, 2000.
COELHO, Betty. Contar histórias uma arte sem idade. 10ª ed. São Paulo. ÁTICA, 2006.
Literatura infantil. In Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015.
Web, 2015. Disponível em: <http://escola.britannica.com.br/article/481755/literaturainfantil>. Acesso em: 04 de maio de 2015.
A contribuição das fabúlas de monteiro lobato à educação. Autora: OLIVEIRA, Lisete de
Silva.Disponível em: www.UNINOVE.br/PDFs/Mestrados/Educação/Eventos/PA6.pdf.
Acesso em: 30 de abril de 2015.
FAUCHER, François. In COELHO, Betty. Contar histórias uma arte sem idade. 10ª ed.
São Paulo. ÁTICA, 2006.
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a importância da literatura no desenvolvimento