VI CONGRESSO BRASILEIRO DE TRIAGEM NEONATAL / XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE GENÉTICA MÉDICA SALVADOR – BA, 07 A 10 DE SETEMBRO DE 2010 Achados gestacionais de uma amostra de pacientes com síndrome de Edwards diagnosticada em um hospital do Sul do Brasil ROSA, RCM1,2; LORENZEN, MB2; MORAES, FN2; ROSA, RFM1,2,3; GRAZIADIO, C1,2,3; ZEN, PRG1,2,3; PASKULIN, GA1,2,3. (1) Programa de Pós-Graduação em Patologia, UFCSPA, RS, Brasil; (2) Departamento de Clínica Médica, UFCSPA, RS, Brasil; (3) Genética Clínica, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre (CHSCPA), RS, Brasil. RESUMO INTRODUÇÃO: a síndrome de Edwards é uma doença genética relativamente comum caracterizada por um prognóstico bastante reservado. O objetivo do nosso estudo foi avaliar os achados gestacionais de uma amostra consecutiva de pacientes com síndrome de Edwards diagnosticados no Serviço de Genética Clínica da UFCSPA/CHSCPA no período entre Maio de 1994 e Dezembro de 2008. METODOLOGIA: realizou-se uma revisão dos prontuários médicos dos pacientes, com o preenchimento de um protocolo padrão. RESULTADOS: nossa amostra foi composta de 31 pacientes, 22 deles do sexo feminino (71%), com idades variando de 1 a 1395 dias (mediana de 14 dias). A linhagem única com trissomia livre do cromossomo 18 foi o achado principal, sendo observado em 94% dos casos. Todas as mães haviam realizado pré-natal, sendo que nos chamou a atenção a alta frequência de pré-eclâmpsia (17%). Quanto ao ultrassom obstétrico, pelo menos um exame foi realizado a partir do segundo trimestre de gestação em 23 casos (74%). As alterações mais frequentes foram o polidrâmnio (41%) e o retardo de crescimento intra-uterino (27%). Nenhum caso foi submetido a procedimentos de diagnóstico pré-natal como a amniocentese, sendo que não houve relato de identificação pré-natal da síndrome. Setenta e quatro por cento dos pacientes nasceram de parto cesáreo devido, principalmente, a complicações maternas e fetais. Ainda, cerca de metade deles (48%) foram prematuros. CONCLUSÕES: chamou a atenção em nossa amostra o alto índice de complicações gestacionais. Em nosso meio, diferentemente do que ocorre em vários países desenvolvidos, a interrupção gestacional não é permitida nestas situações. Contudo, considerando que a síndrome é uma doença altamente letal (em nossa amostra 87% dos pacientes faleceram dentro dos primeiros 6 meses de vida), a falta de diagnóstico pré-natal observada em nosso estudo faz com que a possibilidade desta intervenção seja ainda mais distante. Palavras-chave: síndrome de Edwards. Trissomia do cromossomo 18. Achados gestacionais. Diagnóstico pré-natal. Ultrassom gestacional. Sobrevida.