Uso Econômico Sustentável de Florestas: Iniciativa prática de projetos da The Nature Conservancy do Brasil em três sítios das região Sudeste e Sul da Mata Atlântica © Insert Image Credit Projeto Sustenta a MATA Preservando florestas. Desenvolvendo comunidades. Contexto A crescente exploração dos recursos naturais de forma desordenada e o uso sustentável do meio ambiente vêm a cada dia se fixando como um dos mais novos paradoxos da sociedade contemporânea. Produção Uso da terra Econômico x x x Rentabilidade Conservação ambiental Social e Ambiental Degradação ambiental ? A manutenção de serviços ambientais básicos se impõe à sociedade e é necessário uma consciência ambiental verdadeiramente sustentável. As populações mais imediatas aos remanescentes florestais, são desafiadas a mudanças impostas por pressão interna e externa, por serem as primeiras a sentirem os impactos diretos e por estes impactos ecoarem nas imediações. Legislação Para os pequenos produtores rurais a restauração das áreas de preservação permanentes (APPs) e da reserva legal (RLs) tem um elevado custo e ainda é vista apenas como um passivo. Lei 12651 de 2012 - Art. 9: Permissão de atividades de baixo impacto na APP (coleta de sementes, pequenas obras para acesso e moradia, pesquisa e exploração Agroflorestal) - Art. 17: Manutenção da RL com vegetação nativa - § 1: exploração econômica da RL mediante aprovação do órgão ambiental - § 2: estabelecimentos de regras simplificadas pelos órgãos do SISNAMA para o manejo da vegetação em RL de pequenas propriedades ou posses rurais - Art. 21: autoriza a coleta de PFNM na RL. - Cap VII: Exploração florestal (autorização do órgão ambiental através de PMFS) Produtos da Sociobiodiversidade Objetivo Apresentar um estudo de caso da The Nature Conservancy na instalação de modelos de restauração participativa com o viés econômico em diferentes regiões da Mata Atlântica no sudeste e sul do Brasil. Projeto Sustenta a MATA - Preservando florestas. Desenvolvendo comunidades Incentiva a restauração das florestas, com a utilização de modelos que reduzam os custos envolvidos através de retornos econômicos em curto, médio e longo prazo. Participação comunitária na definição dos modelos de restauração Capacitação da comunidade para implantação dos modelos Restauração das florestas Monitoramento e Divulgação dos resultados Geração de renda pela restauração e pelos produtos e serviços advindos da restauração Envolvimento da comunidade O reconhecimento do papel das comunidades na conservação da floresta é um foco importante desse projeto. Transformação da relação das pessoas com o ambiente, através da valorização da floresta e visão de que é possível conservar e ter retorno financeiro. Com isso, além de provar conceitos que possam ser replicados em larga escala, o projeto gera oportunidades de trabalho e renda, capacitação e replicação do conhecimento adquirido. Sítios de restauração (130ha) SP - Mosaico de UCs do Jacupiranga - MOJAC (60ha) - Maior conjunto de áreas protegidas do Estado de São Paulo - Extensas áreas contínuas de Mata Atlântica preservadas - Parque Estadual do Rio Turvo – Cajatí-SP - RDS Lavras – Cajatí - RDS Quilombos Barra do Turvo (BT) – SP - RDS Barreiro Anhemas BT - SP - RDS Pinheirinhos – BT - SP - RDS Itapanhapima – Cananeia – SP - RESEX Ilha do Tumba – Cananeia - SP - População rural com um dos piores IDH do Estado de SP - Comunidades remanescentes de Quilombos de SP Turvo – PR – 50 ha - Florestas de araucárias (FOM) - Pequenas propriedades rurais - Áreas de comunidades faxinalenses - erva-mate - pinheiro-do-paraná – canela imbuia - Áreas de APPs e fora de APP SC – Reserva Florestal Caçador (20ha) • Área da EMBRAPA Florestas (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) - Florestas de araucárias (FOM) - Estação Experimental de Caçador da Embrapa - Áreas de APPs com espécies invasoras de bambus - erva mate - pinheiro do paraná - bracatinga Planejamento da restauração – estrutura e parcerias MOJAC – SP - Instituto Florestal de SP Fundação Florestal de SP UNESP – Programa cílios do Ribeira Viveiros comunitários Comunidades - Associações Turvo – PR - Instituto Agroflorestal Bernardo Hakvoort COPEL IAP Caçador – SC - EMBRAPA Viveiros comunitários Fomento a cadeia de restauração A atividade de restauração nestas áreas movimenta e fomenta o setor regional, agrega valores, incentiva a produção e restauração local e agrega renda, seja pela contratação de serviços especializados, mudas, insumos e outros. Situação das áreas - diagnóstico Possíveis ameaças e formas de superação Sitio Objetivos da Restauração Hectares Possíveis ameaças Formas de mitigação Restauração de serviços ecossistêmicos; Restauração de áreas degradadas com espécies arbóreas nativas de interesse econômico; 45 A Fogo e animais silvestres Treinamento e isolamento de áreas Ataque de pragas e insetos e geadas Manutenção operacional e época de plantio Espécies invasoras Módulos com espécies de crescimento rápido com o foco de superar a taquara Manutenção de serviços ecossistêmicos; Enriquecimento de fragmentos degradados com espécies arbóreas nativas de interesse econômico; B Restauração de serviços ecossistêmicos de APP distribuídas em pequenas propriedades rurais na região do Turvo no Paraná; C Restauração de serviços ecossistêmicos de APP distribuídas em Unidade de Conservação no norte de Santa Catarina; 15 50 20 Modelos 2000 mudas/ha - MOJAC Modelos 1225 mudas/há - MOJAC Modelos MÓDULO DE RESTAURAÇÃO PARA FAIXA DE RESTAURAÇÃO OBRIGATÓRIA - PLANTIO TOTAL - TURVO 2,5 m CURSO D`ÁGUA 2,5 m Grupo de Preenchimento (5 X 2,5m) 800/ha Grupo de diversidade (5x2,5m) 800/ha Total = 1600/ha Faixa de 5 m Faixa de 8 m Faixa de 15 m Modelos MÓDULO DE RESTAURAÇÃO PARA APP COM USO CONSOLIDADO - TURVO plantio total Erva-mate (8 X 4m) 312 / ha 2m FAIXA DE RESTAURAÇÃO OBRIGATÓRIA (5, 8 ou 15 m) CURSO D`ÁGUA Bracatinga – semeadura direta 4m Grupo funcional Inicial (PFNMs) (8 x 4m) 312 / ha Grupo Funcional Médio (16X2 m e 16x4m) 468 / ha Grupo Funcional Final (16 X 4m) 156 / ha TOTAL = 1248 árvores/ha + bracatinga Técnicas silviculturais • Controle químico de formigas cortadeiras • • • Controle inicial pré-plantio Controle plantio Repasses de manutenção • Limpeza da área • • • Manual Mecanizada Semi-mecanizada • Controle de gramíneas • • Costal Tratorizada com barra de pulverização • Escolha das espécies • • Espécies de uso econômico Espécies para maximização do acúmulo de biomassa Técnicas silviculturais • Número de mudas • • Plantio em área total Enriquecimento • Abertura de berços • • • Subsolagem da linha Broca perfuratriz Manual • Coroamento • • Manual Químico • Calagem • Adubação de base • • Química Orgânica Técnicas silviculturais • Plantio • • Manual Plantadeira • Irrigação • Replantio • Manutenção • Limpeza das coroas • • • Controle de competidores • • • • • Química Manual Química Manual Poda artificial Adubação de cobertura Manejo florestal de nativas de interesse econômico Capacitações de participantes 61 aprendizes MOJAC - PR 39 aprendizes em Turvo - PR As oficinas de capacitação para a implantação dos modelos de Restauração Florestal possibilitaram o treinamento dos aprendizes nas ações práticas do dia-adia em campo, assim como a troca de experiências entre aprendizes e técnicos da TNC e da consultoria contratada Prospecção e aquisição de mudas MOJAC: - 90 espécies - 60.000 mudas - 10 viveiros comunitários Turvo: - 30 espécies - 29.000 mudas - 3 viveiros parceiro Caçador: - 30 espécies - 13.000 mudas - 1 viveiro comunitário Cercamento e isolamento das áreas MOJAC: - 4.090 m cercas realizadas Turvo: - 26.600 m cercas realizadas Caçador: - Não necessitou isolamento Implantação Abril de 2014 MOJAC: - Contratação de 3 empresas para condução em campo Turvo: - Contratação do parceiro IAF para condução em campo da restauração Caçador: - Parceria com a EMBRAPA para condução da restauração GERAÇÃO DE RENDA E PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA Das 100 pessoas beneficiadas pelo projeto 68 são diretamente envolvidas no mesmo e participaram das oficinas de capacitação, já 32 pessoas foram agregadas pela oportunidade de geração de renda no período de execução. Representação do total de pessoas beneficiadas pela geração de renda nas atividades de Restauração do projeto nas áreas do MOJAC-SP e Turvo-PR. GERAÇÃO DE RENDA E PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA Representação da renda total gerada em R$ no MOJAC-SP e Turvo-PR Estimativa de renda adquirida por pessoa pelas atividades de restauração no MOJAC-SP e Turvo-PR. * * MOJAC Renda aproximada em 6 meses de atividades * TURVO – PR renda aproximada em 10 meses de atividades AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS MODELOS DE RESTAURAÇÃO • Plantio total e enriquecimento MOJAC, tendo como carro chefe do sistema a jussara (Euterpe edulis) para comercialização da polpa. Total de plantas por hectare Juçara (2 x 8 m) 625 Árvores médias (2 x 16 m) 312 Árvores finais (4 x 16 m) 156 Árvores PNM (4 x 16 m) 156 Total 1248 Polpa de Jussara Plantas Indivíduos por colhidos hectare] (50%) 625 312,5 Quantidade de kg/indivíduo (3 cachos a 3 kg - ano) 9 Frutos aproveitados Produção (70%) por máxima indivíduo (kg) (kg) 6,3 1969 Produção estimada (kg) 5º ano (70%) 6º ano (85%) 7º ano (100%) 1378 1673 1969 AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS MODELOS DE RESTAURAÇÃO Produção de sementes (estudos preliminares) Grupo Árvores médias Árvores finais Árvores PNM Total Espéci Produção Tempo p/ Produçã Matri es (ha) média produçã o zes (Kg/arv.) o (anos) (kg/ha) Produção Preço Receita total médio (R$/ha) (kg/17ha) (R$/kg) Receita total (R$/17ha) 17 2 0,13 7 4,42 75,14 396,95 1.754,52 29.826,82 11 2 0,76 8 16,72 284,24 331,00 5.534,32 94.083,44 11 2 0,30 6 6,60 112,20 189,00 1.247,40 21.205,80 27,74 471,58 8.536,24 145.116,06 Estão sendo elaborados estudos de produção e rentabilidade das madeiras nativas para uso na propriedade. Estudos apontam viabilidade econômica para instalação dos modelos propostos AVALIAÇÃO ECONÔMICA DOS MODELOS DE RESTAURAÇÃO – TURVO - PR Foram realizadas avaliações econômicas preliminares - - - - Receitas da venda de erva-mate verde (folhas e ramos in natura) A primeira poda de produção deve ocorrer no quarto ano após o plantio, produzindo 10 kg de folhas e ramos por planta, e que a produção se estabiliza a partir da terceira colheita no oitavo ano após o plantio, produzindo 15 kg/planta em intervalos bianuais. A produção de erva-mate e produtos não-madeireiros será constante ao longo do tempo considerado (30 anos), A produção de lenha se inicia no quinto ano após o plantio, quando as árvores de bracatinga começarem a ser retiradas do sistema. No 15º ano, a bracatinga é eliminada do sistema e a produção de madeira serrada (madeiras médias) pode ser iniciada. Os modelos apresentam viabilidade econômica OBRIGADO! Vanessa Jó Girão Paulo Santana – [email protected]