Curso de Bacharelado em Enfermagem Artigo de Revisão BULLYING: AÇÕES DE ENFERMAGEM NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA BULLYING: SHARES OF NURSING IN CHILDHOOD AND ADOLESCENCE Antônio Ramos Rodrigues1, Ildenice Gonçalves Maia1, Ivonete Maria da Silva1, Alexandre Sampaio2 1 Alunos do Curso de Bacharelado em Enfermagem 2 Especialista, docente do Curso de Bacharelado em Enfermagem Resumo Introdução: O bullying é um fenômeno cada vez mais visível na sociedade e faz parte da violência cotidiana, constituindo um verdadeiro problema de saúde pública, uma vez que suas consequências para a vítima são devastadoras. O profissional de Enfermagem pode intervir no contexto da violência escolar, prevenindo e cuidando dos agressores e vítimas do bullying. Metodologia: Pesquisa bibliográfica em livros e artigos, selecionados entre os anos de 1999 e 2014, por meio dos descritores bullying e Enfermagem. Objetivos: apresentar as possíveis ações de enfermagem na prevenção, diagnóstico e intervenção sobre as consequências do bullying na infância e adolescência. Os objetivos específicos são: identificar as causas, os sintomas e as consequências do bullying e descrever a importância das ações de enfermagem nas escolas, especialmente na prevenção da violência entre crianças e adolescentes, que precocemente tratada, evita danos psicossociais na vida adulta. Resultados: Os autores pesquisados ressaltam as graves consequências do bullying no ambiente escolar e a importância do enfermeiro exercer, diante desse problema, um papel de educador em saúde. Conclusão: O tema é novo na área de Enfermagem e precisa ser debatido, por meio de estudos que resultem em publicações necessárias para que os profissionais possam adquirir capacitação científica para, em seguida, atuarem junto às escolas, na prevenção do bullying e no atendimento aos seus agravos. Palavras chave: Bullying; Enfermagem. Abstract Introduction: Bullying is an increasingly visible phenomenon in society and a part of everyday violence, which constitutes a real public health problem, since its consequences are devastating for the victim. The nursing professionals can intervence in the context of school violence, preventing and caring for victims and perpetrators of bullying. Methodology: Bibliographical research in books and articles, selected years between 2003 and 2014, through bullying and Nursing descriptors. Objectives: to present the possible nursing actions in the prevention, diagnosis and intervention of the consequences of bullying in childhood and adolescence. The specific objectives are: to identify the causes, symptoms and consequences of bullying and describe the importance of nursing actions in schools, especially in the prevention of violence among children and adolescents, which dealt with early, avoids psychosocial damage in adulthood. Results: Several authors emphasize the serious consequences of bullying in the school environment and the importance of nurses exercise on this issue, the role of health educator. Conclusion: The theme is new in Nursing and needs to be discussed, through studies that result in publications necessary for professionals to acquire scientific skills to then act in the schools, in the prevention of bullying and in service to their grievances. Keywords: Bullying; Nursing. Contato: [email protected]/[email protected]/[email protected]/[email protected] Introdução Atualmente, o mundo se depara com alto índice de violência entre crianças e adolescentes, despertando nos pais, professores e profissionais de saúde atenção à importância de combater uma dessas formas de violência, que é o bullying. Esse fenômeno é conceituado como atitudes agressivas, provocantes, humilhantes, praticado por um ou vários estudantes, de maneira repetitiva, contra outro indivíduo menosprezado, impotente e fraco. Pode ser classificado em agressões física, sexual, verbal, psicológica e virtual (TEIXEIRA, 2011). Essa violência sempre existiu, todavia, só começou a chamar a atenção no ano de 1970, quando o professor Dan Olweus, da Universidade de Bergen, Noruega, iniciou uma pesquisa sobre as causas e as incidências do bullying. Foi constatado um índice elevado de alunos envolvidos nesse tipo de violência (CARVALHO, 2011). A partir daí, Dan Olweus criou as primeiras técnicas para diagnosticar, intervir e prevenir o bullying. Ele promoveu uma campanha nacional, com o apoio do governo norueguês, onde obteve êxito na redução dos casos e, diante disso, muitos países adotaram suas ideias (CALHAU, 2011). 2 No mundo atual, com tantas tecnologias muita gente se prende no mundo virtual, usando o celular e a internet para humilhar, denegrir e ferir outras pessoas. Essas ferramentas são chamadas de ciberbullying, o multiplicador de sofrimentos (SILVA, 2010). Pesquisadores dos comportamentos que caracterizam o bullying separam as formas de envolvimento que podem ser identificados como vítima típica: a que expia: presa fácil para os provocadores de abusos; vítima provocadora: que causa as brigas; vítima agressora: que reproduz os maus tratos sofridos; agressor: que prejudica o mais fraco e espectador: apenas observa as agressões (FANTE, 2012). De acordo com pesquisa feita pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção á Infância e Adolescência (ABRAPIA), os lugares mais comuns de prática do bullying são, em primeiro lugar, a sala de aula; em segundo lugar, o intervalo entre as aulas, popularmente chamado de recreio; em terceiro lugar, no portão de acesso à escola, e em quarto lugar, nos corredores (CARVALHO, 2012). As consequências podem ser devastadoras e irreparáveis, tanto para o autor quanto para as vítimas, sendo que estas últimas podem apresentar depressão, ansiedade, medo, dores de cabeça, dor no estômago, perdas ou excesso de apetite, pensamentos negativos, dentre outras (PEREIRA, 2013). Em casos mais graves, as vítimas cometem suicídio ou agridem violentamente outras pessoas. Os autores e as vítimas do bullying podem vir a precisar de acompanhamento com multiprofissional (LOPES NETO, 2011). Um desses profissionais é o enfermeiro. A Enfermagem é uma ciência humana, de conhecimento, de fundamentos e de práticas no diagnóstico, na prevenção e na intervenção do problema em um indivíduo e/ou em uma comunidade, com o objetivo de promover saúde, conscientização e segurança, no máximo empenho de suas possibilidades profissionais e institucionais (FIGUEIREDO et al., 2009a). Assim, tornam-se importantes as ações de enfermagem para diagnosticar, intervir e prevenir o bullying na comunidade escolar, contribuindo no processo de resiliência (capacidade de superar as dificuldades e os transtornos psicológicos) (MENDES, 2010). A escola faz parte da comunidade e os discursos que permeiam a sua prática nem sempre correm na mesma direção, não são definitivos, contudo nem tão flexíveis, sendo determinados por uma série de práticas sociais. O professor se defronta com a visão que os outros têm dele e com a sua própria visão e elas não se ajustam (MARQUEZA, 2005). O que é ser um bom professor para a sociedade e para o sistema, pode não sê-lo para o sujeito professor. Aquilo que ele idealizou para a sua profissão pode não estar contemplado no arcabouço do sistema educacional e pode não ser o que a sociedade deseja (DOTTA, 2006). Assim, o professor esbarra em limites, como a despersonalização diante de salas lotadas, a violência, o bullying, o uso de drogas pelos seus alunos e as situações de abuso sexual que ocorrem nas famílias e que chegam até a escola. Entretanto, existem possibilidades e é preciso saber encontrá-las no cotidiano da escola, como oportunidades de prazer pessoal e de crescimento profissional (LOPES; PONTES, 2009). As brincadeiras sadias são aquelas em que todos se divertem igualmente, pois quando alguns se divertem à custa dos outros, a brincadeira deixa de ser um simples divertimento, caracterizando o bullying: [...] conjunto de atitudes de violência física e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo, praticado por um bully (agressor) contra uma ou mais vítimas que se encontram impossibilitadas de se defender (SILVA, 2010, p. 21). A palavra bullying é de origem inglesa e qualifica comportamentos violentos no ambiente escolar, como agressões, assédios e ações desrespeitosas, de forma recorrente e intencional, envolvendo como agressores tanto os meninos quanto as meninas (SILVA; OLIVEIRA; MENEZES, 2013). Os alunos que se julgam mais fortes agem como se fosse natural maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar aqueles que julgam mais fracos, que passam a viver uma situação constante de dor e sofrimento, que pode trazer sérias consequências para as suas vidas (MENEZES, 2011). Esse tipo de comportamento ocorre nos mais diversos ambientes, como a família e o trabalho, onde pais e chefes autoritários e cruéis impõem o seu domínio material, psicológico, sexual, moral ou físico sobre aqueles que julga mais fracos ou desprotegidos, como os filhos, empregados domésticos e funcionários subalternos, principalmente as mulheres (TOGNETTA; VINHA, 2008). Na escola, o bullying se revela principalmente pela colocação de apelidos maldosos e pela intimidação física daqueles que são maiores e que, por isso mesmo, se julgam poderosos e acima das normas que valem para todos os alunos (BORTONCELLO, 2014). As concepções acerca do que seja a violência variam de acordo com os grupos sociais que as constroem, as circunstâncias nas quais são acionadas e a que situações se referem e, repete-se, trazem em si um elemento histórico contraditório – maior o avanço civilizatório, mais ampliado o conceito de violência, incluindo mal- 3 estares diversos e o que se entende por direitos humanos (ABRAMOVAY; CASTRO, 2006). Quanto mais aumentam as desigualdades, frustrações quanto à expectativas não realizadas e exclusões do direito do outro, maior a probabilidade de haver livre curso para uma cultura da violência (TEVES; RANGEL, 1999). A escola, para além das funções tradicionalmente consideradas inerentes à instituição escolar, deveria ser a priori, o lugar privilegiado para o desenvolvimento do princípio da “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar, de interações verbais reais, onde há dialogo com a vida: articulação escola meio social-cultura-vida” (ABRAMOVAY, 2006, apud LIMA; PINTO, 2008, p. 9). A escola é um campo vasto e diversificado, marcado por uma série de dificuldades ancoradas nas precárias condições educacionais que os jovens encontram nesse complexo sistema. A escola preenche basicamente duas funções, quais sejam preparar o futuro e assegurar ao aluno as alegrias presentes durante esses longuíssimos anos de escolaridade que a civilização conquistou para ele (SOARES, 2005). Faz-se necessário assumir a escola com olhar avesso aos estereótipos, trabalhando para superação das dificuldades, em que as contradições inerentes convivam de forma tolerante e incentivem o processo criativo. O acesso à educação significa a possibilidade de um desenvolvimento humano mais harmonioso, de fazer recuar determinados níveis de pobreza, de combater certas exclusões, de entender os processos e mecanismos de incompreensão, racismo, homofobia e opressão (SILVA, 2011). Além disso, a escola é crucial para o desenvolvimento da autonomia, da capacidade crítica, da busca da emancipação, bem como na formação da identidade. O educador precisa tentar compreender as subjetividades, os sentimentos e as potencialidades dos alunos, que, antes de serem alunos, são jovens que tem gostos e desejos que não devem ser reprimidos pela escola (ABRAMOVAY, 2009). O que existe é uma evidente tensão entre a lógica do processo educacional, a escola e a lógica dos jovens que buscam no sistema escolar o “ser jovem”. É necessário considerar os estudantes de maneira que possam consolidar sua identidade pessoal, por meio de uma imagem positiva de si mesmos, de independência, levando em conta os seus interesses, possibilidades e aptidões (ABRAMOVAY; PEREIRA, 2009). É impossível hoje separar a vida dentro e fora da escola, na medida em que os jovens trazem para o cotidiano escolar sua maneira de ser, linguagem e cultura, de uma forma aberta, flexível, natural e instável, causando conflitos entre a cultura juvenil e a cultura escolar (MACEDO; BONFIM, 2009). Essa tensão entre a lógica dos professores/escola e a lógica dos alunos, reside em que os primeiros buscam no jovem o bom estudante, enquanto os alunos procuram não se restringir ao papel do estudante que lhes foi atribuído pelo sistema educacional (ESTEVES et al., 2005). Não há como tratar da violência dentro da escola sem abordar a violência que vem da sociedade, de fora dos muros escolares, que também prejudica alunos, professores e demais membros da equipe gestora e pedagógica, como a ação dos grupos ligados ao tráfico de drogas, perda de referencial dos jovens, surgimento das “galeras”, abalando a estrutura e a dinâmica escolar. Nesses casos, a escola torna-se vitima de situações que fogem ao seu controle, sendo objeto de violência (ANDRADE, 2007). A escola está se transformando em um local privilegiado para a reprodução massiva da violência estrutural e seus diversos níveis: institucional, simbólica e física. A escola vive hoje uma situação de vulnerabilidade às violências várias, aumentando assim sua perda de legitimidade como lugar de transmissão de saberes (CARDOSO, 2010). Porém, é necessário ponderar que as relações entre escola e violência não podem ser concebidas exclusivamente como um processo de “fora pra dentro”, pois a violência que permeia o âmbito escolar, afetando-o, é também resultante de um processo gerado no próprio interior da dinâmica escolar (ABRAMOVAY; RUA, 2003). Observa-se que o resultado da presença da policia na escola pode gerar ambiguidade em relação a quem tem o poder e o controle, criando uma confusão sobre quem é quem na hierarquia da escola, desqualificando a autoridade de professores, diretores, vigias e demais funcionários. A administração escolar se torna mais complexa, uma vez que não fica evidente que detém o controle sobre a escola, e esse vácuo de poder pode criar a impressão de que os alunos aparentemente assumiram esse controle (GUIMARÃES, 2005). Se os professores não interagirem com os jovens, procurando compreender seus anseios, deixam de ter condições de ouvir os alunos, quando externam seus medos e problemas pessoais. Agindo assim, os professores traçam as fronteiras comportamentais que não devem ser ultrapassadas pelos alunos e deixam claro para eles que devem obedecer. Isso gera rebeldia, que nem as forças policiais conseguem controlar (BODY-GENDROT, 2001, apud ABRAMOVAY; CASTRO, 2006). A escola deve ser um local onde os professores se sintam em segurança e os alunos se sintam compreendidos e amparados em suas 4 dificuldades. Alunos e professores são participantes da dinâmica escolar e são parceiros no processo ensino e aprendizagem, sendo necessário que haja diálogo entre eles (PANIZZI, 2004). A escola se destaca como local de violência simbólica, que se manifesta por meio de diversos atos. Pressionar a partir do poder de conferir notas, ataques verbais e expor os alunos ao ridículo quando não compreendem algum conteúdo são algumas violências que aparecem de forma recorrente na fala dos estudantes, como atos que são praticados pelos professores (CZEREVATY, 2013). Os professores também sofrem quando são agredidos em seu trabalho e em sua identidade profissional pelo desinteresse e indiferença dos alunos, criando um ambiente de tensão cotidiana. Muitos deles sustentam que não gostam das aulas, da carga horária, das condições de trabalho e da remuneração, e muitos também são críticos dos alunos, por sua indisciplina ou por sua falta de interesse e dedicação aos estudos (ABRAMOVAY; RUA, 2003). Por outro lado, os alunos afirmam que a violência nas escolas é uma das causas do desinteresse, de falta de concentração nos estudos, da perda de dias letivos e da vontade de assistir as aulas, por ficarem nervosos, revoltados, com medo e inseguros, trazendo prejuízo para o desenvolvimento acadêmico e pessoal (RUOTTI, 2014). Como os gestores nem sempre conseguem promover o diálogo entre as duas partes, a situação em algumas escolas tende a se tornar cada vez mais tensa. Diante disso, muitos professores saem das escolas mais violentas, procuram outros locais de trabalho e mudam até mesmo de profissão (ABRAMOVAY; 2009). Contudo, há os que se abrem ao diálogo, procuram compreender os problemas dos seus alunos, se interessam verdadeiramente por suas vidas. Como geralmente são atores isolados em meio à violência escolar, nem sempre conseguem mobilizar os demais professores na mesma direção. Mas há paz em suas aulas e os seus alunos geralmente se afastam das situações violentas que ocorrem na escola, em respeito às atitudes tomadas por esses professores diante deles (FANTE, 2012). O professor precisa ficar atento aos dois lados da questão. Em primeiro lugar, observar os comportamentos agressivos e tomar providências para inibi-los, antes que façam vítimas definitivas; depois, prestar atenção aos alunos que apresentam comportamentos diferenciados, procurando descobrir se são resultantes de bullying, como: [...] isolar-se durante os intervalos ou procurar um adulto para se proteger; postura retraída na sala de aula; faltas constantes às aulas; sintomas de tristeza, depressão ou aflição; os últimos a serem escolhidos pelos grupos; desinteresse pelas tarefas escolares e perdas frequentes de materiais didáticos; sinais físicos de violência, (SILVA, 2010, p. 165). Nos quadros muito graves o bullying pode provocar esquizofrenia e levar a vítima ao suicídio ou ao homicídio, uma vez que reage com desesperança ou violência, respectivamente, diante dessas situações (ROWLEY, 2013). Diante dessas considerações, o objetivo geral deste estudo é apresentar as possíveis ações de enfermagem na prevenção, no diagnóstico e na intervenção sobre as consequências do bullying na infância e adolescência. Os objetivos específicos são: identificar as causas, os sintomas e as consequências do bullying e descrever a importância das ações de enfermagem nas escolas, especialmente na prevenção da violência entre crianças e adolescentes, que precocemente tratada, evita danos psicossociais na vida adulta. Metodologia A presente pesquisa tem como metodologia a revisão bibliográfica, através do levantamento literário de livros, artigos e periódicos, disponíveis na Biblioteca Científica Eletrônica Online (scielo) e outros sites eletrônicos acadêmicos, que abordam os transtornos adquiridos quando o indivíduo sofre bullying na infância e adolescência, destacando a importância do profissional de enfermagem na prevenção e intervenção sobre os resultados desse ato de violência. Os livros e textos selecionados abrangem o período de 1999 a 2014 (até o mês de abril). Os descritores utilizados para a sua busca foram: bullying e Enfermagem. Os critérios de exclusão foram não terem sido publicados nesse período; não terem relação direta com o tema e terem sido publicados em idiomas diversos do português e espanhol. Segundo Cervo; Bervian (2002), a pesquisa bibliográfica tenta justificar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos e procura entender e refletir sobre a cultura empírica e científica do passado. De acordo com Lakatos; Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica abrange todo trabalho científico tornado público, em relação ao tema de estudo: livros, revistas, televisão, monografias, teses, dentre outros, com o objetivo de esclarecer, reforçar ou ilustrar o tema. Conforme a análise, este trabalho se enquadra no Método Hipotético-dedutivo, que demonstra uma forma de solução provisória do problema, uma teoria-tentativa, passando depois 5 a criticar a solução e, a partir dela, surgindo novos problemas (LAKATOS; MARCONI, 2003). A pesquisa segue as normas do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa (NIP), 2014, da Faculdade Icesp Promove. Resultados e Discussão Intervenções Bullying de Enfermagem acerca do Em termos teóricos, o processo de cuidar é inerente à profissão de Enfermagem. A sistematização desse cuidado, no entanto, é algo relativamente novo, datando dos anos 1970 e ainda não foi absorvida por todos os profissionais, pois envolve o registro das intervenções e a resposta dos pacientes aos cuidados que lhes foram prestados. Esse procedimento deve fazer parte da Enfermagem como ciência, a qual pode ser definida como: [...] ciência humana, de pessoas e experiências, com campo de conhecimento, fundamentações e práticas do cuidar dos seres humanos, que abrange do estado de saúde ao estado de doença, mediada por transações pessoais, profissionais, científicas, estéticas e políticas (LIMA, 2005, p. 71). O processo de cuidar exige a identificação do paciente e do fenômeno por ele apresentado, que atraiu o interesse da Enfermagem. O cuidado é dirigido às pessoas doentes e saudáveis, ao paciente individual, aos grupos e comunidades, de acordo com as possibilidades profissionais do Enfermeiro e com os limites institucionais (FIGUEIREDO et al., 2009). O processo de cuidar envolve considerar o corpo do paciente como espaço mínimo e que ocupa um lugar no mundo. Cada indivíduo tem uma representação sobre o próprio corpo, formada por registros de dados objetivos e subjetivos, marcada por significados individuais, afetivos e cognitivos que são adquiridos durante a vida, por meio das experiências vividas. O corpo, portanto, é o fenômeno que interessa à Enfermagem (FIGUEIREDO et al., 2009b). A imagem corporal é uma construção multidimensional, abrangendo estruturas internas e externas, em relação ao próprio indivíduo e em relação aos outros. O indivíduo pode ter uma representação positiva de si mesmo, mas isso não significa que os outros pensam da mesma forma (MIRANDA, 2011). Contudo, a autoimagem também pode não ser positiva. Em função da opinião dos outros o indivíduo pode se sentir insatisfeito com a sua apresentação corporal, principalmente quando é exposta de forma grosseira e violenta, como acontece com o bullying (RECH et al., 2013). A imagem e a percepção corporal podem diferenciar agressor e vítima no fenômeno do bullying. Aqueles que estão mais próximos ou apresentam a imagem corporal considerada socialmente aceitável geralmente são os agressores e os que estão fora desses padrões são colocados na situação de vítimas. Agressores geralmente estão satisfeitos com o seu corpo, mas se pudessem, gostariam de ser ainda maiores, no caso dos meninos ou mais magras, no caso das meninas (LEÃO, 2010). Essas características seriam usadas para intimidar ainda mais as vítimas, principalmente os meninos franzinos e as meninas gordas. Ser vítima traz problemas para o corpo e o bullying é considerado um problema de saúde pública em todo o mundo (LEVANDOSKI; CARDOSO, 2013). Exatamente por atingir a saúde física e mental do indivíduo é que o bullying precisa ser abordado de forma multidisciplinar, inserindo-se no contexto escolar o trabalho do enfermeiro. A promoção dessa abordagem faz parte da gestão institucional do problema, que precisa ter por objetivo implementar a prevenção da saúde física e emocional de alunos e professores, bem como dos demais profissionais que interagem na escola (MASCARENHAS, 2006). Quando o Estado e os gestores das escolas se preocupam com a violência escolar, bons projetos podem ser implementados. Apresenta-se o caso de enfermeiros de Juiz de Fora, que desenvolvem um projeto para prevenir o bullying por meio do “Jogo Adolescer”. Trata-se do uso do lúdico, para sensibilizar a comunidade escolar no combate à violência e aos males que dela decorrem (NASCIMENTO et al., 2012). Em Santa Catarina, alunos de um projeto de extensão em Enfermagem usam o teatro para sensibilizar as comunidades sobre as causas e consequências da violência escolar. A peça “A hora do bullying” já foi apresentada em diversas escolas, para milhares de pessoas e, depois do espetáculo, o público é convidado a discutir o assunto com os acadêmicos. Dessa discussão resulta a conscientização dos alunos e ideias para a gestão do bullying pela instituição escolar (ANACKER et al., 2013). No estado do Rio de Janeiro, o bullying é considerado um problema no âmbito da Defesa Civil, em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) que, para a sua prevenção, desenvolvem o Programa Saúde na Escola. O objetivo é levar os Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) a serem Escolas Promotoras da Saúde. Nesse contexto, o enfermeiro é inserido como profissional capacitado para a educação em saúde. O programa identifica possíveis vítimas e agressores, trabalha com eles e suas famílias, além de atender aos agravos que venham a ocorrer (LIBERAL et al., 2005). Em Recife, no estado de Pernambuco, foram instaladas, a partir de 2001, Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violências nas Escolas (CIPAVE). O programa segue normas preconizadas pela Associação Brasileira 6 de Pediatria (SBP), para a prevenção dos altos índices de morte por causas externas entre os adolescentes. Contudo, o enfermeiro ainda não está inserido nesse programa (MENEZES, 2011). O enfermeiro é a pessoa mais capacitada para observar comportamentos de risco, como o uso de armas ou envolvimento com drogas, problemas recorrentes nas escolas. Esses comportamentos trazem risco de vida, para aqueles que os praticam e também para os outros. O enfermeiro pode atuar ainda nas questões relativas à saúde reprodutiva, pois existe uma forte associação entre os adolescentes com vida sexual ativa e os incidentes envolvendo bullying (SILVA et al., 2012). Para realizar essa tarefa o enfermeiro precisa de uma escala que lhe permita dimensionar a violência escolar. Em um município colombiano foi realizado um estudo que resultou no diagnóstico de enfermagem “Risco de violência dirigida ao outro”, contendo 49 itens objetivos, a serem respondidos pelos alunos. De acordo com o resultado, são planejadas intervenções simultâneas no currículo e sua implementação, na organização escolar e nas relações sociais na escola. O enfermeiro é um dos profissionais que deve intervir nessas áreas, para prevenir a prática do bullying e evitar suas consequências (GOMEZ et al., 2012). A adolescência é um período de bruscas transições na vida do indivíduo. O enfermeiro pode ajudar o adolescente a passar por esse momento complexo, identificando sinais de risco que indiquem as dificuldades vivenciadas, alertar a família e a escola e promover a melhoria de sua saúde física e mental. Em locais onde essas ações foram desenvolvidas, como na Dinamarca, 95% dos alunos que sofriam bullying melhoraram a situação de saúde, a partir da intervenção do enfermeiro, ainda que algumas marcas possam ficar para sempre (ANACLETO et al., 2009; MENDES, 2011). Considerações Finais A necessidade de que o bullying seja abordado de forma multidisciplinar nas escolas está comprovada. No entanto, nota-se, de acordo com os autores pesquisados, um despreparo dos educadores, tanto professores, quanto gestores, a respeito do tema. Diante desse despreparo, são muitas as escolas que se comportam como se a violência fosse apenas um problema disciplinar e não um problema de saúde, como afirma a OMS. O espaço escolar é perfeitamente apropriado para a promoção da saúde e a atuação do enfermeiro. Mas o tema é muito novo na área da saúde e esse profissional também ainda não tem conhecimentos científicos e práticos suficientes para atuar de forma adequada. É preciso que os congressos e revistas de Enfermagem tratem do assunto, bem como se deve inserir a sua discussão nas Universidades, para que os acadêmicos possam se preparar para mais esse campo de atuação. A união entre educadores e profissionais da área de saúde, como médicos e enfermeiros, pode reverter as situações de violência escolar, promovendo nas comunidades a saúde física e mental. Essa prevenção não só se refletirá em melhorias na qualidade de vida, mas também no aspecto financeiro, visto que o Estado pode economizar milhares de internações de jovens que sofrem violência no ambiente escolar, levando o bullying para fora da escola, com graves consequências. A primeira providência a ser tomada pela escola é não ignorar que o bullying existe. Em segundo lugar, deve capacitar seus profissionais para identificar, diagnosticar, intervir e encaminhar as ocorrências de forma adequada. Em terceiro lugar, precisa discutir o tema com toda a comunidade escolar e a sociedade, para resolver o problema, buscando ajuda externa, representada principalmente pelos profissionais de saúde, como o enfermeiro. Finalmente, observou-se na literatura pesquisada uma lacuna no que se refere a estudos sobre a Enfermagem e o bullying na escola e nas comunidades. Esses estudos precisam se expandir além da área pedagógica, abordando a saúde das comunidades em termos mais amplos. 7 Referências 1. ABRAMOVAY, M. (Coord.). Revelando tramas, descobrindo segredos: violência e convivência nas escolas. Brasília: RITLA/SEE-DF, 2009. 2. ABRAMOVAY, M; CASTRO, MG. Caleidoscópio das violências nas escolas. Brasília: Missão Criança, 2006. 3. ABRAMOVAY, M; RUA, MG. 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