11 edição nº Revista da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo Pipa com Segurança Saiba como aproveitar as próximas férias escolares sem medo de acidentes Cantinho do Céu, às margens da Represa Billings DISTRIBUIÇÃO GRATUITA PÁGINAS 23 a 26 Vai Dar Praia! Região da Guarapiranga e Billings receberá investimento de R$ 2,8 bilhões, melhorando a qualidade da água na cidade e a vida dos moradores PÁGINAS 4 a 7 Sem Espirros Descubra como deixar a casa imune aos ácaros e à alergia PÁGINAS 19 a 21 ÍNDICE o 3 – OPINIÃO E CARTAS g Edifício Cineasta HABITAÇÃO RENOVA SP DIÁRIO DE OBRAS Chorar 12 – Começa a construção das unidades no Sapé 13 – Mapa das obras na cidade 14 – Residencial Caraguatatuba entra na fase final 15 – Quatro blocos da Gleba H estão em acabamento 16 – Contenção no Morro dos Macacos está prestes a terminar de alegria EMPREGOS & FINANÇAS RICARDO PEREIRA LEITE 17 – Entenda a polêmica em torno das sacolinhas plásticas No mês de abril, a Prefeitura participou da 5ª Bienal de Arquitetura de Roterdã, na Holanda, e do seminário “Para uma Geografia Emergente de Gentrificação Global Sul”, realizado em Santiago, no Chile, e em Londres, na Inglaterra, simultaneamente. Na exposição holandesa, com os projetos para o Cantinho do Céu e o Cabuçu de Cima, a comunidade internacional mais uma vez reconheceu a qualidade e a adequação das propostas implantadas pelo Programa Municipal de Urbanização de Favelas, da Secretaria Municipal de Habitação. No evento sobre gentrificação, foram apresentados os primeiros projetos de inclusão social do Brasil – Real Parque, Jardim Edite e Barra Funda – aos quais foram introduzidos conceitos inovadores, permitindo que famílias de baixa renda habitem localizações adequadas, independentemente do preço da terra, respeitando suas relações sociais. A Prefeitura pôs em prática pela primeira vez no país teorias cantadas por diversos agentes que trabalham pela inclusão social; cantadas, mas nunca antes decantadas. A emoção dessas realizações foram brilhantemente retratadas no artigo da arquiteta Marcy Sallowicz, na página ao lado. Muitos de nós nos emocionamos ao ler o texto, choramos mesmo. Mas são lágrimas de alegria. Ricardo Pereira Leite é secretário municipal de Habitação Renova SP MAIO | JUNHO 2012 2 CONSTRUÇÃO & DECORAÇÃO 19 –Saiba como deixar sua casa segura contra a alergia 22 – Pergunte ao Arquiteto e Passo a Passo CULTURA & LAZER ‘Pipeiro’ na Vila Cordeiro 23 – Como soltar pipas sem correr riscos 26 – Minha Receita – Salpicão de frango 27 – Meu Bairro, Minha História – Nadijane de Oliveira, de Paraisópolis 28 – Retrato Capa: Foto de Newton Santos EXPEDIENTE a r t i 4 – Programa Mananciais vai mudar a cara das represas 8 – Tapumes do Edíficio Cineasta ganham mural inspirado no candomblé 10 – Projeto para Escola de Música em Paraisópolis ganha prêmio 11 – Comunidades que tiveram Jornada da Habitação comentam evento Prefeito do Município de São Paulo: Gilberto Kassab Secretário Municipal de Habitação: Ricardo Pereira Leite Secretário Municipal de Comunicação: Marcus Vinicius Sinval Superintendente de Habitação Popular: Elisabete França Diretora Comercial e Social da Cohab-SP: Ângela Barbon Conselho Editorial: Elisabete França (presidente), Alonso López, Ana Lúcia Callari Sartoretto, Ângela Barbon, Carlos Alberto Pellarim, Felinto Cunha, Luiz Henrique Girardi, Luiz Henrique Tibiriçá Ramos, Marcel Costa Sanches, Márcia Maria Fartos Terlizzi, Maria Cecília Sampaio Freire Nammur, Maria Teresa Diniz, Nancy Cavallete da Silva, Nelci Alves da Silva Valério, Ricardo Sampaio, Tereza Beatriz Herling, Vanessa Padiá e Violêta Saldanha Kubrusly Coordenadoria de Imprensa do Município: Emerson Figueiredo Coordenador de Imprensa da Secretaria Municipal de Habitação: Sérgio Duran (jornalista responsável, MTB: 24.043) Editor: Fernando Cassaro Repórteres: Débora Yuri e Marcos Palhares Fotógrafos: Hype Fotografia Projeto Gráfico e Diagramação: André Bunduki/DinBrasil Impressão e Acabamento: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Renova SP é uma publicação mensal da Secretaria Municipal de Habitação produzida pela DS Comunicação/Popcom Assessoria de Comunicação e Imprensa. Tiragem: 100 mil exemplares. Distribuição Gratuita ARTIGO MARCY JUNQUEIRA SALLOWICZ Sonho de criança Em 1964, eu era criança, mas me lembro bem da Música Popular Brasileira dando o tom na minha casa. Eram delícias amorosas ou canções sobre um Brasil que precisávamos construir, como “Marcha para um Dia de Sol”, de Chico Buarque. Como muitos de minha geração, e até das seguintes, éramos criados por pessoas que trabalhavam em nossas casas, e, no vapor mágico das cozinhas, nos acolhiam com gestos e histórias inesquecíveis. Certa vez, cantarolando a “Marcha...” (Eu quero ver um dia, numa só canção, o pobre e o rico andando mão e mão), falei para a amorosa Dalila de minha infância que ela iria morar na casa do vizinho. Ela deu uma gargalhada e respondeu: “Ah, filha, é mais fácil o dia virar noite e a noite virar dia.” Pois bem, estamos em 2012, moro há 24 anos no Real Par- que. Nestas mais de duas décadas, avistava da minha janela uma favela com moradias improváveis, crianças soltas na rua, jovens vendedores de drogas. Surpreendentemente, há um ano, a paisagem através da janela foi mudando radicalmente. A favela deu lugar a vários conjuntos de apartamentos, com varandas nos quartos e nas salas, ventilação natural... Enfim, formas de moradias pensadas e desenhadas por arquitetos. E será em um desses dignos apartamentos onde a Dete – querida colaboradora que, ao longo destes 24 anos, ajudou a criar meus filhos e a cuidar da casa – irá morar. Finalmente terá endereço, luz, água e esgoto. Será minha vizinha. Realizou-se o sonho da minha infância e o dia não precisou virar noite. Marcy Junqueira Sallowicz é moradora do Real Parque C A R T “Parabéns pela Renova SP. As edições são muito boas. Já guardei vários artigos, especialmente os que abordam temas relacionados às reformas.” – Raphael Oliveira “Moro no Inocoop do Campo Limpo, em frente à Rua Monforte de Lemos, e gostaria de saber se há um projeto de urbanização para a favela localizada na via?” – Luis Carlos RECLAM AQUI E A S As obras na Favela Monforte de Lemos estão previstas para começarem no início de 2013. Por isso, a Secretaria Municipal de Habitação ainda não tem os detalhes do projeto – o que deverá ser definido nos próximos meses. “A pavimentação na região do Pabreu/Prainha começou em ritmo bastante acelerado, mas agora está muito devagar. O que está acontecendo?” – Raimundo Andrade Para tirar dúvidas, reclamar ou fazer sugestões, entre em contato com a Renova SP pelo e-mail: [email protected] Toda a região do Pabreu está passando por uma intervenção por parte da Sehab, o que inclui mais que a pavimentação. Estão sendo realizadas obras bastante complexas, como eliminação de áreas de riscos, reassentamento de famílias, execução de efluentes de esgoto doméstico, estações elevatórias de esgoto, rede de água potável, sistema de drenagem urbana, praças, áreas de lazer e equipamentos urbanos, entre outras. TELEFONES ÚTEIS Central de atendimento da Prefeitura – 156 Central da Habitação – 3396-8989 A Renova SP se reserva ao direito de publicar apenas trechos das cartas. Informe nome completo, idade, bairro e profissão Renova SP MAIO | JUNHO 2012 3 HABITAÇÃO FOTO: Newton Santos SANEAMENTO BÁSICO Vida nova nas represas Programa Mananciais beneficia toda a cidade ao trabalhar nas comunidades às margens da Billings e da Guarapiranga Nascentes de água; fontes abundantes; que correm incessantemente. Nos dicionários, esses são alguns dos significados para a palavra “mananciais”. Em São Paulo, porém, o termo tem sentido mais amplo: os dois maiores reservatórios de água da cidade – Billings e Guarapiranga – estão cercados por comunidades carentes. A região, que fica na Zona Sul, tem cerca de 1,8 milhão de habitantes – o equivalente a uma cidade do porte de capitais como Curitiba, no Paraná, e Recife, em Pernambuco. Com tanta gente vivendo em condições precárias, quem também sofre são as duas represas: grande parte do esgoto doméstico local vai parar nos reservatórios. Para melhorar a vida dessas pessoas e despoluir as represas, a Prefeitura lançou recentemente a terceira fase do Programa Mananciais (leia na próxima página). Essa etapa – a última prevista – custará cerca de R$ 2,8 bilhões e vai contar com recursos dos governos Municipal, Estadual e Federal. As obras, que estão divididas em 64 núcleos de intervenções, vão beneficiar diretamente 46.445 famílias (confira Renova SP MAIO | JUNHO 2012 4 Parte do Cantinho do Céu já foi atendida na segunda fase do Programa Mananciais mapa na página 7). A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) também vai construir cerca de 13 mil unidades habitacionais em convênio com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). “São obras que levam infraestrutura urbana adequada às comunidades da área e beneficiam toda a região metropolitana”, diz o coordenador do programa, Ricardo Sampaio. Hoje, 4,7 milhões de habitantes da Grande São Paulo se abastecem com a água captada na Billings e na Guarapiranga, o equivalente a quase 25% do total da população que vive na Região Metropolitana – cerca de 20 milhões de pessoas. Se as duas represas não forem despoluídas, São Paulo terá de gastar mais dinheiro para trazer água de lugares mais distantes. “Isso encarece os custos, e o fornecimento de água deve ser o mais barato possível para que todos tenham acesso. Por isso, o programa é importante”, afirma Ricardo Sampaio. Em 2011, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) calculou o custo da produção de 1 m³ de água na Região Metropolitana – desde a captação até o abastecimento dos domicílios – em R$ 1,30. Em 2010, o valor ficava em R$ 1,17. Para mostrar como o Programa Mananciais beneficia a região e a cidade, Renova SP visitou as comunidades do Cantinho do Céu (Grajaú), que já recebeu obras, e de Vargem Grande (Parelheiros), incluída na terceira fase. DÉBORA YURI E MARCOS PALHARES FOTO: Newton Santos Obra no Cantinho do Céu é exemplo O exemplo mais simbólico de como o Programa Mananciais está mudando a vida de milhares de pessoas é o Cantinho do Céu, comunidade da Zona Sul localizada às margens da represa Billings. Com obras a todo vapor e alguns trechos já entregues, o projeto do arquiteto Marcos Boldarini foi premiado internacionalmente e está transformando o local, com direito a construção de um parque linear e até um píer na represa. “Antes, não existia rede de esgoto. Era tudo despejado na represa, que tinha um cheiro muito forte. Hoje, as pessoas pescam e nadam aqui”, conta a dona de casa Maria Lúcia Correia Gomes, de 57 anos, sendo 28 deles vividos no Cantinho do Céu. “O parque linear é nosso primeiro espaço de lazer. A gente vem pra cá relaxar mesmo à noite. Tudo melhorou 100%”, avalia. Além de levar saneamento básico e melhorar a qualidade da água, o Programa Mananciais permitiu a abertura de novas opções turísticas e econômicas para o bairro. Limpa, a represa atrai pequenos negócios, como o aluguel de barcos. E os novos frequentadores impulsionam o comércio local. “Estamos recuperando a água, regularizando terrenos e combatendo a vulnerabilidade social. O próximo passo é tornar a região autossustentável, ao estimular atividades econômicas como o turismo ambiental”, ressalta o coordenador do Programa Mananciais, Ricardo Sampaio. Morador da Viela das Gaivotas, outra comunidade da região, o técnico em fibra óptica Vancarlos Ferreira Gonçalves, de 23 anos, costuma levar os amigos em seu carro para se divertirem à beira da represa. “Nos fins de semana, fica lotado. É a melhor opção de lazer”, elogia. Crescimento econômico da década de 1970 marca o início da ocupação na região A região dos mananciais concentra atualmente cerca de 16% da população da cidade. A ocupação começou nos anos 1970, quando a Região Metropolitana recebeu a indústria de bens de consumo final, gerando um polo migratório. “São Paulo crescia de 6% a 10% ao ano e inchou de forma desordenada. Como a população não tinha onde morar, ocorreu uma movimentação do Centro para a periferia”, explica Ricardo Sampaio. A população com menos renda foi para lá porque as terras não tinham valor de mercado. Assim surgiu o cenário visto hoje. Para Vancarlos, a beira da represa é a melhor opção de lazer ENTENDA O PROGRAMA MANANCIAIS O Programa Mananciais regulariza loteamentos e urbaniza favelas do entorno das represas Billings e Guarapiranga, beneficiando a população local com canalização de córregos, implantação de redes de água, esgoto e drenagem, eliminação do risco, melhorias no sistema viário e instalação de praças, creches e parques lineares. Equipando as comunidades com infraestrutura adequada, ele ajuda a melhorar a qualidade da água dos dois reservatórios. Com início em 1994, a primeira fase do programa beneficiou diretamente 38 mil famílias e entregou 1.057 novas unidades habitacionais (UHs). A segunda etapa, que começou em 2005 e ainda está em andamento, prevê beneficiar diretamente 78.837 famílias e construir 4.573 UHs. Somando as duas fases, os recursos investidos somarão R$ 1,5 bilhão. As obras da terceira fase devem começar ainda no primeiro semestre deste ano e têm previsão de conclusão para 2016. Renova SP MAIO | JUNHO 2012 5 Situada na superfície de uma cratera de 3,2 km² aberta por um meteoro há cerca de 30 milhões de anos, a comunidade de Vargem Grande, na Zona Sul, é outra beneficiada pelo Programa Mananciais. Atualmente, grande parte de suas ruas já recebeu pavimento e calçadas. Mas a estação de chuvas sempre provoca alagamentos, problema que deverá ser solucionado na terceira fase do programa, com obras de drenagem e canalização de córregos. “Aqui é bom de morar, mas ainda falta arrumar algumas coisas. Tem lugares perto dos córregos que alagam quando chove”, conta a manicure Juciara Jesus da Silva, de 32 anos. “Um exemplo é a Rua Coqueiros, que dois dos meus filhos têm de atravessar pra chegar à escola”, diz ela, que é mãe de três crianças. No local indicado por ela, dois córregos se cruzam. “Temos água encanada há uns seis anos, mas ainda existem pontos com esgoto a céu aberto. Espero que as Qualidade da água das represas melhorou A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mantém monitoramento constante da qualidade da água em dois pontos de amostragem na Represa Guarapiranga e outros cinco na Billings. Numa escala de 0 a 100, entre Renova SP MAIO | JUNHO 2012 6 Aurino não vê mais alagamentos na rua obras da Prefeitura melhorem isso”, diz a dona de casa Maria de Fátima Cavalcanti, de 43 anos, sendo 13 deles em Vargem Grande. Próximo dali, na Rua Jaqueira, o Programa Mananciais adiantou a macrodrenagem e a canalização de 700 metros do córrego local. “Ficou muito bom, acabaram os alagamentos”, afirma o técnico em eletrônica Aurino Antônio de Oliveira, de 73 anos, que possui um comércio a 50 metros do local. janeiro de 2002 e maio de 2011, o Índice de Qualidade das Águas (IQA) melhorou de 70 para 80 na Represa Billings e de 60 para 80 na Guarapiranga. E o Programa Mananciais colaborou para essa variação positiva. De acordo com o gerente da Divisão de Qualidade das Águas e do Solo da Cetesb, Nelson Menegon, as ações de saneamento básico diminuíram o despejo de esgoto na bacia hidrográfica da região. “Atualmente, os principais poluentes das represas metropolitanas são os nutrientes, que causam a eutrofização de suas águas. A eutrofização é um mecanismo de enriquecimento de nutrientes [nitrogênio e fósforo] que tem como consequência a proliferação exagerada de algas, que compromete o uso da água”, explica Nelson Menegon. “Porém, a partir de 2010, não se constatou nenhum valor de fósforo total superior a 0,1 miligrama por litro na captação de água na Guarapiranga, o que é um índice muito bom”, avalia. FOTO: Newton Santos Vargem Grande vai receber drenagem na terceira fase Obras de drenagem e saneamento são essenciais As obras de drenagem e saneamento são essenciais para evitar alagamentos, prejuízos, doenças e mortes. Porém, é comum que não se dê a devida importância a essas intervenções, pois os canais, tubulações e redes de escoamento ficam enterrados depois de prontos. “É uma obra ‘invisível’. Mas pegue qualquer cidade e compare os índices de doenças e de mortalidade infantil antes e depois de feitas as redes de água e saneamento. A diferença, para melhor, é impressionante”, afirma um dos dire- tores da Geasanevita Engenharia e Meio Ambiente, José Orlando Paludetto Silva. A empresa é responsável por obras de drenagem e saneamento em projetos como o da Favela do Sapé, no Butantã, Zona Sul. Ele explica que há todo um processo a ser seguido antes do início da obra. Primeiro, as famílias que vivem à beira de um córrego, rio ou represa são cadastradas e passam a ser atendidas pelo poder público. Depois disso, é feita uma medição para definir até que ponto a água poderá subir sem atingir moradias. “Com isso, é possível saber se algumas famílias vão precisar ser reassentadas em outro local”, explica outra diretora da empresa, Beatriz Benitez Codas. Após essas etapas, são feitos estudos para detalhar o tipo de drenagem mais adequado e os locais por onde passarão os canais e tubulações das redes de água e esgoto. “É um processo lento e sabemos que causa transtorno, mas o resultado, em termos de infraestrutura e saúde pública, é de extrema importância”, completa José Orlando Silva. ONDE FICAM AS ÁREAS CONTEMPLADAS NA 3ª FASE DO PROGRAMA 51 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 Ângelo Remazotti/Missionária V/Papa Gregório Magno Jardim dos Lagos – Ipanema Jardim Arnaldo Parque São Francisco Jardim Eldorado/Mata Virgem Balneário/Mar Paulista/Ingai Paulistas/ Rep. Lotes 10/11/12 Quadra 1 Bairro Apurá/Dois/Jardim Apurá/ Bandeirantes Paulino Alves Escudeiro Alcindo Ferreira/Jardim Cruzeiro Jardim Pouso Alegre Ipojuca Lins de Araújo Parque São José VI Jardim Satélite I e II/Maria AA II CEU Cidade Dutra Clube de Pesca Santa Bárbara Orion/Jardim Império/Jardim Orion Anthero Gomes do Nascimento/Jardim São Judas Tadeu/Jardim São Vicente/ Império I Cantinho do Céu Parque São José I e II Jardim Manacás Vale Verde ou Monte Verde/Carioba/Sítio Cascavel/Fechado Eliane Jardim Rodrigo Parque São José VII, Três Cânticos e entorno Alto da Alegria Nova Grajaú I e II Cocaia I Erundina Área sem nome Jardim Nova Varginha/Estrada do Barro Branco 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 Jardim Almeida Prado Xamborés I e II Parque Novo Santo Amaro IV Jardim Calú Chácara Sonho Azul A Boulevard da Paz Jardim Guanguará Parque Novo Santo Amaro I e II Parque Novo Santo Amaro III Jararaú II Jardim Solange Jardim Capela/Santa Bárbara Ângelo Tarsini Cavalo Branco/Batista Bassano A Arizona A Enlevo Jardim Horizonte Azul/Sapato Branco Costa do Valado São Lourenço Jardim Fujihara I, III e Jardim Nakamura II Renato Locchi Santa Margarida V Jardim Ângela II Vila Santa Zélia Chácara Flórida/Bandeirantes Buraco do Sapo Jardim Tancredo Jardim Colorado João Manoel Vaz Parque Maria Fernanda I e II Roschel Condomínio Vargem Grande Cavalo Branco (novas unidades) Chácara do Conde (novas unidades) Vargem Grande (novas unidades) 58 3 53 4 37 38 50 52 40 36 m’boi 35 39 48 47 49 mirim 32 45 33 34 49 31 54 41 43 42 55 44 56 62 2 6 9 11 13 10 19 57 46 59 8 cidade 7 ademar 14 REPRESA da GUARAPIRANGA 1 17 16 23 24 12 25 20 5 15 28 27 18 26 30 21 22 REPRESA BIllings 29 63 capela do socorro 60 61 64 parelheiros Renova SP MAIO | JUNHO 2012 7 ARTE FOTO: Newton Santos A velha esquina está de cara nova No cruzamento mais famoso da cidade, mural marca primeira obra do Renova Centro Raul Zito criou mural inspirado no candomblé Alguma coisa aconteceu na esquina mais emblemática de São Paulo no final de março. Engravatados e jovens de jeans, crianças e idosos, entregadores de folheto e turistas gringos: todo mundo parava para ver o muralista Raul Zito, de 30 anos, trabalhar no número 613 da Avenida São João. No tapume da obra executada no antigo Hotel Cineasta, no coração do Centro, Zito criou um mural inspirado no candomblé. “A ideia é fazer a cidade ‘sair’ um pouco desse ímpeto de pressa, trânsito e trabalho e ter um pensamento mais espiritual”, explica. Próximo ao cruzamento das avenidas São João com Ipiranga – local eternamente famoso graças a Caetano Veloso e seu hino “Sampa” –, o Cineasta é o primeiro empreendimento do Programa Renova Centro a entrar em obras (leia nesta página). O prédio foi comprado pela Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP) por R$ 4,2 milhões, com financiamento da Renova SP MAIO | JUNHO 2012 8 Caixa Econômica Federal, e abrigará artistas aposentados de baixa renda. Por isso, o edifício erguido nos anos 1920 vai se chamar Palacete dos Artistas e ganhará restauração completa, salão de festas, sala multiuso e áreas de lazer, médica e administrativa. Serão construídos 50 apartamentos no antigo hotel – os primeiros devem ser entregues em janeiro de 2013. Ao todo, os investimentos no edifício serão de R$ 4,5 milhões. Com o mural no tapume, o objetivo é dar espaço para a expressão de artistas urbanos e chamar a atenção da população para o projeto. Isso porque um dos objetivos do Renova Centro é o incentivo à arte e à cultura. Proposta na qual Zito se encaixa bem, pois faz arte de rua e tem obras espalhadas pela cidade. Seguindo essa “pegada” cultural, outros prédios contemplados pelo programa ganharão nomes de artistas que participaram da histórica Semana de Arte Moderna de 1922, como o maes- tro e compositor Heitor Villa-Lobos. O próximo empreendimento a entrar em obras, o Asdrúbal do Nascimento, vai ser rebatizado de Mário de Andrade – uma homenagem ao escritor e poeta modernista. DÉBORA YURI Programa investe em habitação social no Centro O Programa Renova Centro foi criado pela Prefeitura em 2010 para colaborar com a revitalização da região central da cidade. Ele prevê que cerca de 50 prédios ociosos da área sejam transformados em moradia para cerca de 2.500 famílias. A maioria dos apartamentos será destinada à Habitação de Interesse Social, beneficiando famílias com renda de até três salários mínimos. 2 Raul Zito é figurinha carimbada na região FOTOS: Newton Santos “Quando eu tinha 15 anos e comecei a grafitar, o Centro de São Paulo era um mistério para mim”, lembra o muralista Raul Zito, que nasceu em Cotia (Grande São Paulo) e mora em Pinheiros (Zona Oeste). “Agora, ele se tornou habitado e usufruído por toda a população”, comemora. Ao fazer o mural, que ficará exposto até o fim da obra, Zito colaborou com a revitalização da região. Sempre na área, ele gosta de frequentar a Galeria do Rock, onde compra roupas, tênis e acessórios para skate, e de tomar mate gelado na Praça Dom José Gaspar. A “street art” de Zito está espalhada por todos os cantos de São Paulo, mas um trabalho especial é o do Cingapura do Piqueri, na Marginal Tietê (Zona Norte). Segundo ele, a obra merece esse favoritismo pelo projeto e pelo tamanho, já que a lateral do prédio que abriga o mural tem 16 metros de altura. Depois de aderir ao “pacote completo do movimento hip hop” – grafite, skate, rap, andança pela cidade –, Zito passou a criar murais. “Meu trabalho remete mais ao muralismo mexicano, de artistas como Diego Rivera, Jose Clemente Orozco, David Alfaro Siqueiros. É uma arte com referências políticas, diferente do grafite nova-iorquino, que está mais ligado ao hip hop, a pintar trens”, explica. 3 Arte no tapume 4 Nos dias 30/3 e 1º/4, Raul Zito e seu amigo, o artista urbano Carango Sá (de camiseta branca), de 28 anos, produziram o mural nos tapumes do futuro Palacete dos Artistas. Renova SP acompanhou a dupla durante os dois dias. Confira, em imagens, como foi feito o trabalho. 1 5 Renova SP MAIO | JUNHO 2012 9 FOTO: Newton Santos PARAISÓPOLIS Marlene deve aproveitar o reajuste para viajar Primeira apresentação da orquestra foi em 17 de abril Projeto para escola de música é premiado no exterior no mesmo mês em que orquestra faz estreia Paraisópolis passou por emoções fortes durante o mês de abril. Dessa vez, não foi a entrega de unidades a causa do frisson, mas, sim, a Escola de Música que será erguida na comunidade. Ao mesmo tempo em que o projeto para a construção da sede foi premiado no exterior, a Orquestra Filarmônica que ocupará o espaço estreou oficialmente. Ao custo de cerca de R$ 9,5 milhões, a sede da entidade vai ser construída pela Prefeitura no Grotão, a região mais precária da comunidade, que fica no Morumbi (Zona Sul). O projeto do edifício, intitulado “Grotão – Escola de Música”, conquistou o 2º lugar no Global Holcim Awards 2012, premiação mundial de construção sustentável. Os autores são os arquitetos Alfredo Brillembourg e Hubert Klumpner, do escritório Urban-Think Tank. “Nós começamos a fazer pesquisas em Paraisópolis há seis anos, e a ideia veio quando observamos e conversamos com os moradores sobre a necessidade local de mais espaços públicos e culturais”, conta o norte-americano Brillembourg. “São Paulo é uma cidade excitante para implantar estratégias inovadoras em urbanização de favelas.” No ano passado, o projeto já tinha obtido o 1º lugar na etapa latino-americana do Holcim Awards. “Ele é funcional e vai mistuRenova SP MAIO | JUNHO 2012 10 de ônibus, uma passarela para pedestres”, diz a coordenadora do Projeto de Urbanização de Paraisópolis, Maria Teresa Diniz. A previsão da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) é que as intervenções comecem no segundo semestre. À espera da sede, a escola já funciona e reúne 108 alunos, todos moradores da comunidade. O único requisito é saber ler, para aprender teoria musical – não há limite de idade. “O projeto é profissionalizante: nosso objetivo é formar músicos jovens e capacitá-los para entrar em faculdades de música ou orquestras profissionais”, explica o maestro Paulo Rydlewski. A escola é fruto de uma parceria entre ele e a União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, presidida por Gilson Rodrigues. A estreia da orquestra foi em 17 de abril, durante leilão beneficente em prol do Instituto Escola do Povo, que alfabetiza adultos. Vinte e cinco alunos se apresentaram para personalidades como o meio-campista Lucas, do São Paulo, e a campeã olímpica com a seleção feminina de vôlei Fofão. DÉBORA YURI Divulgação Ao som de violinos Elma aposta na qualidade seu trabalho rar usos: quadra de futebol, praça,deescola de música, um ponto Escola de Música terá também quadra e praça Comunidades colhem os frutos da festa Evento chega à metade e lideranças que já o receberam avaliam as três primeiras etapas ‘Vale a pena investir em boa arquitetura’ Para a coordenadora da Jornada da Habitação, Eliene Coelho, o evento tem ajudado a população a perceber a grandeza do que está acontecendo nas comunidades. Isso é, em parte, impulsionado pela troca de experiências com outros países. “A gente vê que não está atrás, que os nossos projetos têm muita qualidade. São Paulo está percebendo que vale a pena investir em boa arquitetura”, diz a arquiteta, que também coordena o sistema Habisp. FOTO: Newton Santos PRÓXIMAS PARADAS Paraisópolis foi a segunda comunidade a receber o evento Bamburral 12 de MAIO Heliópolis 26 de maio Lazer, incremento da renda, aumento da autoestima, novos conhecimentos, troca de ideias. Para as lideranças das três primeiras comunidades que receberam a Jornada da Habitação, o evento levou tudo isso aos moradores. “A Jornada gerou renda e visibilidade para a comunidade, já que os artistas locais foram reconhecidos. Pensamos até em fazer eventos menores só para eles”, diz Aguinaldo da Silva França, o Guigui, de 38 anos, há 25 no Jardim São Francisco, na Zona Leste. A comunidade foi a primeira a receber o evento, em fevereiro, logo após a abertura. Organizada pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), a Jornada promove a troca de experiências entre seis projetos desenvolvidos em São Paulo pela Prefeitura e seis cidades do exterior: Roma (Itália), Mumbai (Índia), Medellín (Colômbia), Nairóbi (Quênia), Moscou (Rússia) e Bagdá (Iraque). Para Guigui, o intercâmbio serviu também para dar mais valor ao trabalho feito em São Paulo. “A gente tem o hábito de achar que tudo lá fora é melhor, mas vimos que não é bem assim. Temos tido mais avanços na área habitacional do que muitas cidades do exterior.” Palco da segunda etapa, Paraisópolis, na Zona Sul, viveu dois dias de festa em março. “Foi uma grande oportunidade para a gente falar o que pensa. Também mostrou ao pessoal que o projeto de urbanização daqui sempre foi discutido em conjunto pelas lideranças e o poder público”, avalia um dos líderes do núcleo Jardim Colombo, Genilso Ferreira da Silva, de 39 anos. No Cantinho do Céu, na Zona Sul, a Jornada, que aconteceu em março, repercute até hoje. “Superou nossas expectativas, com shows, passeios de barco, praça de alimentação no deque. Os moradores me perguntam quando vai ter outra”, conta umas das Cortiços do Centro 30 de junho e 1º de julho MAIS INFORMAÇÕES: www.jornadadahabitacao.org lideranças da região, Vera Lúcia Basalia, de 61 anos. Quem vendeu comida e artesanato saiu “super feliz”, ela completa. “Na hora do almoço, muita gente não tinha mais nada para oferecer. Já o pessoal do artesanato recebeu até pedidos de encomendas de lojistas ‘da cidade’ e gringos.” DÉBORA YURI, MARCOS PALHARES E VERÔNICA GONÇALVES Renova SP MAIO | JUNHO 2012 11 DIÁRIO DE OBRAS NORTE SUL LESTE SUDESTE CENTRO manANciais SUL Começa a construção das unidades habitacionais no Sapé O Q U E ... Área de Risco? É um local onde há risco de morte para as pessoas que o habitam. São identificados em margens de encostas e beira de córregos ou rios. Nesses pontos, sempre há perigo de deslizamentos, solapamentos e inundações. Locais com lixo ou entulho também são áreas de risco ... Auxílio Aluguel? É um programa da Prefeitura destinado às famílias retiradas de área de risco ou por conta de obras de urbanização. Também Renova SP É ... Cadastramento? É uma ficha que o funcionário da Prefeitura preenche com os dados do morador após uma visita à casa dele. Ela serve para identificar todas as pessoas que vivem em uma comunidade para, futuramente, atender a todos 12 novo viário, pavimentar ruas e implantar redes de água, esgoto e drenagem, além de canalizar o córrego que corta a comunidade. Os investimentos serão de cerca de R$ 152 milhões, com recursos da Prefeitura (R$ 3,8 mihões), da Caixa Econômica Federal (R$ 36,4 milhões), da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (R$ 9 milhões) e do Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (R$ 103 milhões). DÉBORA YURI . . . pode ser usado em situação de emergência, como em caso de incêndio ou desabamento. O benefício é de R$ 300 mensais, tendo a duração de seis meses ou até a moradia definitiva ficar pronta MAIO | JUNHO 2012 Primeiros condomínios serão entregues em 2013 Divulgação A Prefeitura iniciou a construção da primeira leva de unidades habitacionais para a comunidade do Sapé, no Butantã. Os condomínios A e B do Sapé A, que somam 144 unidades habitacionais (UHs), estão em fase de fundação. Já no condomínio F do Sapé B, com 87 UHs, começaram a terraplanagem e a construção de contenções. No total, serão feitos 1.056 apartamentos, sendo 681 no Sapé, 275 no Domenico Martinelli e 100 no Água Podre – todos localizados na mesma região. Os primeiros três condomínios devem ficar prontos ainda no primeiro semestre de 2013. Assinado pelo escritório Base 3 Arquitetos, o projeto prevê cinco diferentes tipologias de apartamentos: de 46 m², 49 m², dois modelos de dúplex com cerca de 50 m² e o maior deles, de 52 m², que tem varanda de serviço. “Não vamos fazer só habitação. Nossa proposta é abrir espaço para comércio, serviços e uma biblioteca, já que a região é bem servida de creches e escolas públicas”, diz a arquiteta que coordena o projeto, Marina Grinover. Ela cita como outros diferenciais o Caminho Verde, via arborizada que será implantada ao longo do Córrego do Sapé, e a ciclovia interligada ao Centro Educacional Unificado (CEU) Butantã. A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) também vai abrir Além dos 1.056 imóveis, Prefeitura fará área verde ao longo do córrego da comunidade ... Parceria Social? É um programa da Prefeitura voltado a famílias que vivem em situação de rua ou sem residência fixa, em situação de extrema pobreza. O benefício é de R$ 300 mensais, com duração de 30 meses, sendo que a pessoa deve guardar de R$ 6 a R$ 15 por mês em uma caderneta de poupança e cumprir várias obrigações ... Programa 3 Rs? É a sigla para Recuperação do Crédito, Revitalização do Empreendimento e Regularização Fundiária da Prefeitura. Foi criado para recuperar conjuntos habitacionais já existentes que estavam degradados, inclusive com a invasão e criação de novas favelas nas áreas comuns dos prédios ... Termo de Atendimento Habitacional? É um documento oficial afirmando que o morador tem direito a receber apartamento ou casa da Prefeitura. É dado quando ele deixa a sua moradia por conta de alguma obra ou remoção ... Reintegração de Posse? É quando um juiz manda as pessoas que vivem em um terreno particular ocupado saírem. O pedido é feito pelo proprietário da área, e a Prefeitura não tem como impedir ... Urbanização? É um projeto da Prefeitura para transformar a favela em um bairro com ruas pavimentadas, calçadas, rede de água e esgoto, praças, posto de saúde. Além disso, o morador recebe a documentação regularizada de sua casa N O PERUS Obras da Secretaria Municipal de Habitação na cidade 5 2 X 1 2 3 4 JAÇANÃ TREMEMBÉ H 6 16 M H PIRITUBA JARAGUÁ NORTE G FREGUESIA BRASILÂNDIA 15 casa verde 7 6 CENTRO D I sé penha J 3 mooca 1 aricanduva 1 2 A 9 1 B W E F butantã vila mariana N 5 U Itaquera AA G S T campo limpo santo amaro Y 13 R 5 BB 6 7 9 19 128 10 11 13 15 16 14 20 17 31 18 24 2627 32 m’boi 25 293028 33 mirim 37 38 34 35 39 404142 44 45 63 ipiranga 3 4 Z cidade ademar 17 4 1 2 46 47 49 50 5253 51 54 56 57 55 5960 61 64 65 66 3 67 69 70 71 48 72 43 68 62 21 58 36 23 manANciais capela do socorro 22 ARTE: André Bunduki parelheiros L B 3 são mateus 4 4 SUDESTE 9 8 2 F COHAB-SP MINHA CASA, MINHA VIDA jabaquara SUL E K 11 C 10 7 cidade 5 tiradentes 8 6 14 vila prudente L P 1 guaianases K 12 PROGRAMA MANANCIAIS itaim paulista LESTE pinheiros V são miguel paulista ermelino matarazzo D vila guilherme lapa R J A vila maria C 5 I santana tucuruvi Q 1 - Barra Bonita 2 - Brotas 3 - Campos do Jordão 4 - Leme 5 - Mongaguá 6 - Guarujá 7 - Caraguatatuba 8 - Mirassol 9 - Paranapiacaba 10 - Santa Adélia 11 - São Roque/Piracicaba 12 - Iguape I 13 - Ribeirão Preto 14 - Campinas 15 - Leão de Judá 16 - Vale das Flores 17 - Vila Patrimonial NOVAS UNIDADES 1 - Domenico Martinelli 2 - Areião 3 - Estevão Baião 4 - Corruiras 5 - Ponte dos Remédios REGULARIZAÇÃO DE LOTEAMENTOS 1 - Brasil Novo 2 - Jardim Corisco II 3 - Campo Limpo 4 - Sitio Itaberaba 5 - Jd. Palmares 6 - Anhanguera/Morada do Sol PROGRAMA 3 R’s A - Jd. do Lago B - São Jorge / Arpoador C - Jd. Imperador D - Nova Tietê E - São Domingos / Camarazal 4 F - São Domingos / Camarazal 7 G - José Paulino dos Santos H - City Jaraguá I - Chaparral J - Tiquatira K - Goiti L - Real Parque COHAB-SP 1 - Jardim Mirian 2 - Parque Boa Esperança 3 - Unidos Venceremos 4 - Paulo Freire 5 - Recanto da Felicidade 6 - Parque do Gato 7 - Olarias 8 - Barro Branco II 9 - Barro Branco I, II, III, IV Sta. Etelvina 1/6A RENOVA CENTRO 1 - Palacete dos Artistas URBANIZAÇÃO DE FAVELAS A - Jardim Nova Tereza B - Dois de Maio C - Lidiane / Sampaio Côrrea D - Nova Jaguaré E - Vitotoma Mastroroza F - São Francisco Global G - Tiro ao Pombo H - Jardim Guarani / Boa Esperança I - Diogo Pires J - Barão de Antonina K - Nove de Julho L - Cinco de Julho M - Carina Ari N - Jardim Edite O - Bamburral P - Real Parque Q - Gabi R - Thomas II S - Paraisópolis T - Jardim Olinda U - Heliópolis V - Água Podre W - Sapé X - Córrego da Mina Y - Parque Fernanda I Z - Cidade Azul AA - Jardim Colombo BB - São Judas DIVISA DAS REGIÕES 1 - Cidade Júlia 2 - Nova Pantanal 3 - Jd. Eldorado / Mata Virgem 4 - Jd. dos Lagos 5 - Santa Margarida V 6 - Jd. Dionísio I e II/Vila Santa Lúcia 7 - Vila Santa Célia 8 - Jd. Ângela II 9 - Jd. São Joaquim 10 - Jd. Arnaldo 11 - Vila Bom Jardim 12 - Nagib I e II 13 - Jd. Planalto 14 - Minuetos 15 - Pq. São Francisco 16 - Kagohara II 17 - Jd. Herculano 18 - Alto da Riviera B 19 - Neumas/Kagohara IV 20 - Pq. Novo Santo Amaro V / Luz Soriano 21 - Pabreu 22 - Condomínio Vargem Grande 23 - Jd. Nova Marilda 24 - Boulevard da Paz 25 - Pq. Nova Santo Amaro VII 26 - Costa do Valado 27 - Renato Locchi 28 - Jd. Solange 29 - Jararau II 30 - São Lourenço 31 - Fujihara II 32 - Jd. Fujihara I e III e Nakamura II 33 - Xambores I e II / Vila Verde 34 - Jd. Araguari / Muriçoca 35 - Chácara Flórida / Chácara Bandeirantes 36 - Nova Varginha 37 - Jd. Capela / Santa Bárbara 38 - Pq. das Cerejeiras 39 - Enlevo 40 - Jd. Calú 41 - Chácara Sonho Azul 42 - Arizona 43 - Jd. Iporã / Jd. Casagrande 44 - Ângelo Tarsini 45 - Cardeal Rossi 46 - CEU Cidade Dutra 47 - Alcindo Ferreira / Jd. Cruzeiro 48 - Chácara do Conde I e II 49 - Jd. Satélite I e II 50 - Dezenove 51 - Jd. Represa 52 - Ribeirão das Pedras 53 - Ipojuca Luis de Araújo 54 - Vila Rubi 55 - Jd. Pouso Alegre 56 - Jd. Real 57 - Pq. América 58 - Jd. Noronha 59 - Pq. São José VI 60 - Jd. Itatiaia 61 - Pq. São José I e II 62 - Cantinho do Céu / Gaivota 63 - Jd. Horizonte Azul / Sapato Branco 64 - Jd. Manacás 65 - Pq. São José VII, Três Cânticos e Entorno 66 - Alto da Alegria 67 - Nova Grajaú II 68 - Cocaia I 69 - Jd. São Bernardo II 70 - Vila Santa Francisca / Cabrini IV 71 - Vila Santa Fé 72 - Pq. Maria Fernando I e II LIMITE DAS SUBPREFEITURAS LIMITE DAS ÁREAS DE MANANCIAIS Renova SP MAIO | JUNHO 2012 13 LESTE Caraguatatuba está perto da conclusão Moradores também vão ganhar ciclovia ligando condomínio às estações da CPTM O Residencial Caraguatatuba entrou em fase final de execução. O conjunto habitacional terá 940 unidades, distribuídas em cinco condomínios. A previsão é que ele seja entregue em agosto. Os apartamentos contam com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. No térreo, há unidades destinadas a pessoas com mobilidade reduzida. Uma inovação do projeto é a ciclovia que está sendo executada, com cerca de 2 km de extensão. “Ela vai ligar os condomínios às estações de trem da CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos] José Bonifácio e Guaianases, que ficam próximas e terão bicicletários”, conta a diretora técnica da Cohab-SP, Hisae Gunji. A Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP) cedeu o terreno, no valor de cerca de R$ 15 milhões, e a construção ficou a cargo do Governo Federal, ao custo aproximado de R$ 50 milhões. Parte das famílias que estão prestes a ganhar suas novas casas deixou seus antigos imóveis em dezembro de 2009, devido à enchente que atingiu o Jardim Pantanal, o Jardim Romano e o Parque das Flores, em São Miguel Paulista (Zona Leste). Desde aquela época, eles estão recebendo o Auxílio Aluguel da Prefeitura. Os apartamentos do Caraguatatuba serão financiados pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida em dez anos, com mensalidades de 10% da renda familiar. DÉBORA YURI Renova SP MAIO | JUNHO 2012 14 FOTOS: Divulgação Condomínio terá 940 unidades NORTE Prefeitura termina obras no Anhanguera / Morada do Sol DEPOIS ANTES As obras de contenção executadas no loteamento Anhanguera / Morada do Sol, em Perus (Zona Norte), foram finalizadas pelo Departamento de Regularização de Parcelamento do Solo (Resolo), da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). A área ganhou projeto de estabilização e contenção de encostas em alguns trechos. Houve também o plantio de grama e árvores, além da preservação das espécies existentes. Foram investidos R$ 445 mil nas intervenções, que beneficiarão cerca de 190 famílias. Agora, o Anhanguera está apto para que seja emitido o Auto de Regularização. NORTE Resolo conclui obras no Jardim Palmares O Departamento de Regularização e Parcelamento do Solo (Resolo), da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), concluiu as obras de contenção para eliminar o risco no loteamento Jardim Palmares, que fica na Zona Norte. As intervenções incluíram serviços de drenagem, com a execução de canaletas e escadarias hidráulicas. As obras custaram R$ 725 mil e vão beneficiar cerca de 380 famílias que vivem na área. SUDESTE Quatro blocos da Gleba H estão em fase de acabamento Os primeiros 98 apartamentos deverão ser entregues no segundo semestre deste ano ATUAL oll FOTO: Fabio Kn ANTES FOTO: Divulga çã o Quatro dos 11 blocos previstos para a Gleba H, em Heliópolis (Zona Sudeste), já estão em fase final, com 98 apartamentos que deverão ser entregues no segundo semestre. No total, estão sendo construídos 200 novos imóveis, mais 36 comerciais (entre boxes e unidades), além de área de lazer com quadra e playground. O término das obras está previsto para o início de 2013. Na Gleba H, já existiam cinco prédios que estavam comprimidos por uma favela que cresceu ao redor. Para iniciar o novo projeto, foi preciso retirar os barracos. As cerca de 900 famílias que ocupavam o local e o entorno passaram a ser atendidas pela Prefeitura. Para integrar as novas residências aos prédios existentes, foram projetados blocos horizontais. “Era uma ocupação curiosa e dramática. Parecia um problema insolúvel. Nossa intenção foi a de construir um pedaço da cidade nesse quarteirão, e não apenas um terreno com prédios soltos”, comenta o diretor do escritório responsável pelo projeto, Hector Vigliecca. Será investido no projeto cerca de R$ 45 milhões. Desse valor, R$ 30 milhões são da Prefeitura e o restante, R$ 15 milhões, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Estado de São Paulo (CDHU). As obras fazem parte do Projeto Heliópolis, que beneficiará 14.586 famílias, com urbanização e construção de 3.689 unidades habitacionais. O valor total do Projeto Heliópolis é de cerca de R$ 590 milhões, sendo R$ 250 milhões da Prefeitura, R$ 123 milhões da Caixa Econômica Federal, RS 177 milhões da CDHU e R$ 40 milhões do Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura. MARCOS PALHARES Reforma do Jardim Imperador está prestes a ser finalizada A revitalização do conjunto habitacional Jardim Imperador, no Ipiranga (Zona Sudeste), entrou em fase final e está prevista para ser concluída em junho. As obras custarão R$ 1,9 milhão e beneficiarão os moradores das 380 unidades que existem no local. A reforma promovida no empreendimento incluiu pintura, paisagismo, implantação de áreas de lazer, cercamento e cobertura nas garagens, além de novos equipamentos de segurança e ligações de gás. Telhados e caixas d’água foram trocados. As obras integraram o Programa 3 Rs (Regularização, Recuperação de Créditos e Revitalização dos Empreendimentos), criado pela Superintendência de Habitação Popular (Habi) da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). Renova SP MAIO | JUNHO 2012 15 MANANCIAIS Contenção no Morro dos Macacos entra em fase final Depois de pronta a obra de contenção, área será urbanizada A Prefeitura está finalizando as obras de contenção no Morro dos Macacos, em Cidade Ademar (Zona Sul). As obras beneficiarão aproximadamente 2.000 famílias e devem ser concluídas ainda no primeiro semestre. Foram investidos cerca de R$ 12,2 milhões – a Prefeitura contribuiu com R$ 9,5 milhões e a Caixa Econômica Federal (CEF), com R$ 2,7 milhões. Para eliminar o risco na área, foram executadas intervenções com a técnica de solo grampeado no topo da encosta. Ela consiste na perfuração da terra com barras de ferro e injeção de calda de cimento, revestimento com tela de aço soldado e concreto projetado por cima. Tudo isso para evitar deslizamentos. Na parte baixa do terreno, foi usado o sistema de terraplanagem com talude e cobertura vegetal. Nesse método de contenção, a porção ruim da terra é retirada. Feito FOTOS: Divulgação Sehab vai eliminar o risco na área, beneficiando cerca de 2.000 famílias isso, planta-se grama por cima. Depois da conclusão das obras para a estabilização da encosta, o Morro dos Macacos, que integra a área Jardim Eldorado / Mata Virgem, passará para outra etapa de intervenções. “Vamos começar a urbanização da comunidade e também a implantação de um grande parque linear que atenderá à região”, diz o coordenador do Programa Mananciais, Ricardo Sampaio. DÉBORA YURI MANANCIAIS centro Obras na Vila Rubi estão quase prontas Prefeitura trabalha na fundação do Lidiane / Sampaio Côrrea As obras de urbanização na Vila Rubi, na Cidade Dutra (Zona Sul), estão em fase final. A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) deve concluir a intervenção ainda no primeiro semestre. Com 476 famílias, a área recebeu redes de água, esgoto e drenagem, abertura de vielas, pavimentação de ruas, canalização de córrego e paisagismo. Fachadas das casas ganharam pintura e foram instalados na comunidade equipamentos como áreas de lazer e quadra poliesportiva. Os investimentos foram de aproximadamente R$ 17 miRenova SP MAIO | JUNHO 2012 16 lhões. A Prefeitura contribuiu com R$ 6,3 milhões; a Caixa Econômica Federal, com R$ 2,2 milhões, e o Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI), com R$ 8,5 milhões. Casas ganharam pintura A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) concluiu as fundações do primeiro bloco residencial do projeto Lidiane / Sampaio Côrrea, na Casa Verde. O projeto, que integra o Programa Marginais – que está sob responsabilidade da Regional Centro (Habi-Centro) da Sehab –, prevê a construção de 238 apartamentos. O investimento é de R$ 39 milhões, sendo R$ 24 milhões da Prefeitura e R$ 15 milhões da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). A previsão de entrega é para o primeiro semestre de 2013. EMPREGOS & FINANÇAS CONSUMIDOR Sacolinha da discórdia Entenda a polêmica em torno do assunto e saiba como se adaptar nas próximas visitas ao supermercado FOTO: Newton Santos Isadora comprou um carrinho revestido de lona para ir ao supermercado Desde fevereiro, a diarista Isadora Vasconcelos, de 38 anos, tem um novo companheiro quando vai ao mercado: o carrinho de mão revestido com lona. Naquele mês, os supermercados deixaram de fornecer sacolinhas de plástico para os consumidores empacotarem as compras – medida que foi adiada poucos dias depois para ser adotada definitivamente em abril. Cansada de carregar os produtos em caixas de papelão ou em sacos usados de 5 quilos de açúcar, fornecidos como alternativas pelos supermercados que ela frequenta, Isadora gastou cerca de R$ 50 para comprar o carrinho. “Ficou mais difícil porque não cabe muita coisa. Mesmo quando vou de carro, é ruim para transportar tudo até o estacionamento e depois retirar em casa”, reclama a diarista, que mora na Vila Natal, região do Grajaú (Zona Sul). “Às vezes, a gente não leva carrinho porque vai comprar só um ou dois produtos. Daí tem de carregar na mão.” O principal argumento da Associação Paulista de Supermercados (Apas) para deixar de distribuir as sacolinhas está ligado ao meio ambiente. A entidade acredita que deixar de despejar anualmente 6,6 bilhões de sacolas plásticas na natureza ajudaria a combater a poluição. Justificativa que não é plenamente aceita por especialistas da área ambiental (leia na próxima página). Para apimentar ainda mais a polêmica, resta outra questão: economistas dizem que o custo das sacolinhas já está embutido no valor dos produtos. Mas isso significa que acabar com a distribuição “gratuita” fará o preço nas prateleiras cair? Ninguém sabe (leia na próxima página). De concreto, mesmo, apenas o fato de que a Apas apresentou alternativas que foram aceitas pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP). Uma delas, inclusive, estabelece que os supermercados disponibilizem sacolas reutilizáveis para os clientes por um preço de até R$ 0,59. A seguir, entenda um pouco mais dessa questão e descubra, como Isadora, formas alternativas de levar as compras para casa sem precisar ser malabarista. MARCOS PALHARES Renova SP MAIO | JUNHO 2012 17 O preço dos produtos cai? É bom para o meio ambiente, mas não o suficiente A polêmica não está só na questão ambiental. Ela pesa no bolso do consumidor também. O próprio presidente da Apas, João Galassi, afirmou, por meio de um comunicado oficial, que as sacolinhas representam 0,20% do valor das compras – seus cálculos apontam, ainda, que os supermercados vão economizar cerca de R$ 190 milhões por ano. Fato que, ainda segundo Galassi, “pode gerar promoções nos estabelecimentos ou uma redução nos preços dos produtos”. O economista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Gilson de Lima Garófalo não acredita que isso ocorra. “O consumidor termina pagando duas vezes. É muito difícil pensar na redução dos preços nos supermercados”, diz. A medida, que não é uma lei, também pode gerar desemprego nas empresas que produzem sacolas plásticas. De acordo com o presidente do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), Miguel Bahiense, o setor emprega 6 mil pessoas diretamente e 27 mil indiretamente. “Já existem demissões”, afirma ele. Parar de distribuir sacolinhas gratuitamente nos supermercados ajuda, mas não vai trazer grande impacto na preservação do meio ambiente. Essa é a opinião da engenheira ambiental Fátima Santos. “A intenção é muito boa. Mas, por outro lado, as próprias mercadorias que as pessoas compram têm embalagens plásticas ou são feitas com outros materiais poluentes que continuam sendo despejadas na natureza todo mês”, afirma Fátima, que é co-autora dos livros “Equilíbrio Ambiental & Resíduos na Sociedade Moderna” e “O Ser Humano e o Meio Ambiente de A a Z”. Para ela, a medida deveria ser acompanhada de outras propostas. “As empresas, por exemplo, poderiam ter se comprometido a reduzir ou substituir as embalagens de seus produtos por outras, menos poluentes”, acrescenta. ONDE LEVAR AS COMPRAS? A seguir, Renova SP dá algumas dicas de como ir ao supermercado sem as sacolinhas. Escolha a sua. A opção mais usada é a sacola retornável. Esta aqui, da Na Sacola, de nylon, custa apenas R$ 8. Há também versões em tecido. (Você pode fazer a sua com uma camiseta. Saiba como na seção “Passo a Passo”, na página 21). Renova SP MAIO | JUNHO 2012 18 Mais leve (e menos feio) que o carrinho de feira é a versão revestida em lona, geralmente colorida e com fecho em velcro. Esse modelo, da Batiki, tem preços entre R$ 39 e R$ 49. FOTOS: Divulgação O velho e bom carrinho de feira pode ser encontrado no varejo por até R$ 40. E existem modelos “turbinados” como este, da Passerini, que suporta 40 quilos e custa até R$ 90. CONSTRUÇÃO & DECORAÇÃO SAÚDE Alergia nunca mais FOTO: Newton Santos Será que os ácaros são os maiores vilões da rotina doméstica? Para muita gente, sim. Pelo menos 20% da população mundial sofre de algum tipo de alergia, segundo a alergista Fátima Rodrigues Fernandes, presidente da Regional São Paulo da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI). Esse percentual salta para 40% se um dos pais for alérgico e chega a 80% entre quem tem pai e mãe com o problema. As alergias mais comuns são justamente as respiratórias, como asma (popularmente conhecida por bronquite), rinite, sinusite, conjuntivite e laringofaringite. Para evitar o seu agravamento, é preciso combater os ácaros de poeira dentro de casa, explica a médica. “O ideal é não usar carpetes e tapetes, além de trocar cobertores de lã por edredons. O ambiente precisa ser ‘clean’, limpo, sem objetos pendurados ou bichos de pelúcia.” Entulhar objetos, livros e CDs pela casa não é aconselhá- Renova SP lista uma série de dicas para acabar com os espirros em casa vel – se você não consegue viver sem eles, dê preferência às estantes com porta. Vassouras e espanadores devem ser eliminados da faxina, porque levantam o pó e deixam os ácaros em suspensão no ar – depois de um tempo, eles voltam a descer para o piso ou os móveis. “Para retirar de vez os ácaros, a limpeza deve ser feita com pano úmido. Trocar a roupa de cama duas vezes por semana é outra dica”, diz Fátima. Locais pouco ventilados e escuros são iscas para a proliferação de ácaros, fungos e bactérias, observa a arquiteta Nadine Voitille, sócia do Portal Clique Arquitetura. Por isso, é importante manter a casa ensolarada e bem ventilada. “A decoração também interfere bastante. Os ambientes precisam de móveis que sejam fáceis de limpar”, explica ela, que dá, a seguir, dicas de como “armar” o lar contra as alergias. DÉBORA YURI Para evitar o acúmulo de pó, ambiente deve ser ‘clean’ Renova SP MAIO | JUNHO 2012 19 QUARTO FOTOS: Newton Santos Armários até o teto e ausência de prateleiras são boas dicas para o quarto SALA • Pisos cerâmicos e laminados são os mais indicados para os alérgicos. A limpeza deve ser feita com pano úmido. • Dê preferência a sofás de couro, que podem ser mantidos limpos mais facilmente. • As almofadas poderão ter capas de tecido antialérgico, que devem ser retiradas e lavadas seguidamente. • Para quem quer praticidade, as persianas de alumínio e madeira são as ideais, pois acumulam menos pó e são mais fáceis de limpar. Se fizer questão de ter cortina em casa, escolha as de tecidos leves e sem forros, que podem ser lavadas uma vez por semana. • Os lustres devem ter formas que impeçam o acúmulo de pó. Renova SP MAIO | JUNHO 2012 20 • Camas box retêm menos pó do que os modelos tradicionais com estrados. • Armários até o teto evitam o acúmulo de poeira em locais difíceis de limpar. • Evite fixar prateleiras sobre a cama, pois elas também são “moradia” de ácaros. • Prefira móveis revestidos de laminados e fórmicas, que são mais resistentes à limpeza diária com pano úmido. • Evite travesseiros de penas e cobertores de lã; dê preferência a lençóis e edredons de algodão. • As colchas precisam ser finas para que possam ser lavadas toda semana. • Evite o uso de inseticidas, inclusive os espirais, “sprays” e aparelhos elétricos repelentes de insetos. • Não use facilitadores para passar roupas nem amaciante nas roupas de cama. Esses produtos deixam resíduos que podem provocar alergias. • Quanto aos bichos de pelúcia, é recomendável colocá-los em sacos plásticos e só tirá-los de lá na hora da diversão. Não use esses brinquedos como peças decorativas porque eles ficarão infestados de partículas alérgenas. • Umidificadores também não são recomendados em casas com pouca ventilação porque podem facilitar o acúmulo de fungos, causando umidade nas paredes. Uma bacia de água no canto do quarto é uma boa opção para manter a umidade do ar. Pisos laminados e persianas de alumínio são mais indicados para a sala • Os pisos frios são os ideais. Se você quer complementar a decoração com um tapete, escolha aqueles sem pelos e leves, como os de algodão ou sisal. Assim, fica mais fácil batê-los fora de casa ou lavá-los com frequência. • As paredes podem ser revestidas com papel de parede lavável. Um pano úmido faz a limpeza sem desgastá-lo. • Use móveis com rodízios. Eles facilitam a movimentação e a limpeza. • Privilegie revestimentos, pinturas e materiais com proteção natural contra fungos. FOTOS: Newton Santos MÓVEIS E ACABAMENTOS Pisos frios sem tapetes não acumulam pó Rodinhas facilitam a limpeza Ralo com fecho evita odores LIMPEZA • Diariamente, use aspirador de pó e pano úmido com água e sabão de coco ou álcool para limpar toda a casa, principalmente os cômodos em que a família fica por mais tempo. Lembre-se de limpar lugares pouco visíveis, como batentes de porta e estrados da cama. • Cuidado ao aspirar a poeira. O saco do aspirador precisa estar bem limpo para o aparelho não provocar a suspensão do pó no ar. É recomendável lavar sempre o saco do aspirador após o uso e deixá-lo secar ao sol. Os melhores aspiradores de pó para alérgicos são os que possuem filtros de água ou filtro HEPA, que aspiram toda a poeira, até a mais fina. • Evite espanar e varrer a casa. • As cortinas devem ser lavadas a cada dois meses. Já os tapetes, edredons e travesseiros precisam ser expostos ao sol sempre que possível. COZINHA E BANHEIRO • Na cozinha, superfícies de vidro, móveis e bancadas com superfícies mais lisas são fáceis de limpar e favorecem uma manutenção rápida. • Opte por móveis até o teto e puxadores embutidos. • Nos banheiros, armários suspensos facilitam a limpeza e a ventilação, ralos com fecho evitam odores e uma ventilação abundante dificulta a proliferação de mofos. Evite o uso de móveis com textura. SERVIÇO ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia). www.sbai.org.br. Portal Clique Arquitetura. www.cliquearquitetura.com.br. Renova SP MAIO | JUNHO 2012 21 Pergunte ao ARQUITETO Quais as dicas para escolher e manter um box de vidro? Limpeza deve ser feita com movimentos horizontais e verticais FOTO: Newton Santos “Quero colocar um box no banheiro do meu apartamento que seja bom, bonito e dure bastante, mas ele não pode ser muito caro. Quais as dicas para eu conseguir comprar um box de vidro, liso, que não estoure o meu orçamento? Que cuidados devo ter ao escolher um e como fazer a manutenção?” José Clausson Bezerra, 30 anos, fiscal de ônibus, morador do conjunto habitacional Garagem, em São Miguel Paulista (Zona Leste) “Sempre sugiro para comprar o que de melhor qualidade houver (dentro de nossas condições) quando se trata de louças, metais e box de banheiro. Eles têm vida longa e quando apresentam defeito, muitas vezes danificam outros itens, gerando dor de cabeça. Neste site, é explicado como medir o box corretamente: www.boxparabanheiro.net.br/aprenda-a-tirar-medida.html. O vidro deve ser temperado, com espessura mínima de 8 milímetros. Sempre exija garantia do fabricante (normalmente de dois anos). Embora resistente, o vidro não é inquebrável. Por isso, evite impactos e não deixe crianças sozinhas no box. Quanto às ferragens, há um modelo que tem as roldanas expostas. Isso facilita a limpeza. As portas deixam de deslizar perfeitamente com o manuseio constante. Quando isso acontecer, lembre que as mesmas empresas que instalam o equipamento podem fazer a regulagem. Para a limpeza, use um pano macio e água morna. Limpe com movimentos verticais de um lado e horizontais do outro. É bom sempre secar o box após o banho. Buchas de limpeza e produtos abrasivos, como água sanitária, danificam o vidro.” Rosana Silva, designer de interiores, autora do blog Simples Decoração (www.simplesdecoracao.com.br). Mande sua dúvida para a Renova SP no e-mail [email protected] Fonte: Eco Life Ambiental (www.ecolifeambiental.com.br). 1 Corte as mangas e a gola da camiseta. Dessa forma, ela vai ficar parecida com uma regata. Em seguida, vire a peça do avesso e dobre, de modo que as costuras fiquem no centro. Sele as barras da camiseta com cola quente – ou as costure. Faça um desenho de sua preferência em um frasco de xampu e recorte essa figura. Desvire a camiseta – que agora já está com cara de egobag – e amarre as fitas decorativas em uma das alças da sacola, com os enfeites recortados. Transforme aquela peça velha em uma charmosa sacola de pano Depois de a cola secar, a ecobag está pronta para usar. 2 3 ITENS NECESSÁRIOS: camiseta ou blusa velha, cola quente (a pistola de aplicação e os refis são encontrados em livrarias ou lojas especializadas), tesoura, fita decorativa (de sua preferência), frasco de xampu e caneta para retroprojetor. Renova SP MAIO | JUNHO 2012 22 FOTOS: Divulgação PASSO A PASSO | ECOBAG FEITA COM CAMISETA CULTURA & LAZER DIVERSÃO Mês de julho é época de soltar pipas, mas tome cuidado com os acidentes As férias escolares de julho estão chegando. E a garotada já começa a tirar das gavetas o papel de seda, as varetas e a linha para colocar as pipas no ar durante todo o mês. “Pipa vicia mais que droga”, brinca o vendedor Hamilton Novelli, morador da Zona Oeste, que já dedicou 30 de seus 50 anos a essa prática. “Com R$ 1,30, qualquer garoto põe uma pipa no ar. E não quer mais parar.” Em muitos bairros da cidade, principalmente na periferia, o céu fica repleto de pipas o dia todo. Enquanto há sol, lá está um “pipeiro” com seu carretel de linha na mão, olhar fixo para o alto. “Em muitos lugares, é a única distração, o único lazer. Acho muito saudável para a molecada”, diz o segurança Rodrigo Salustiano da Silva, de 30 anos, que costuma empinar pipas junto com o filho Guilherme, de 7 anos, na Vila Cordeiro (Zona Leste), onde mora. O local escolhido para a brincadeira não poderia ser melhor: um terreno descampado. Ficar longe de fios e do trânsito diminui bastante o risco de acontecer algum acidente – e números mostram que soltar pipa pode ser muito perigoso. A Associação Brasileira de Motociclistas (Abram) estima que aconteçam 5.000 acidentes envolvendo motos e linhas de pipas todos os anos. Há também o risco de ser eletrocutado: a AES Eletropaulo registrou, entre 2010 e 2011, 20 ocorrências na Região Metropolitana, com saldo de sete mortos. Outro tipo de acidente, que nem sempre é associado às pipas, são as quedas das lajes. Embora não haja estatísticas oficiais de quantos “pipeiros” caem enquanto brincam, existem relatos de pessoas que, empolgadas com a diversão, sofreram acidentes graves – um levantamento feito pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em 2011 revelou que um em cada três pacientes internados com fratura da coluna caiu de uma laje. Nas próximas páginas, Renova SP conta um pouco mais do universo dos “pipeiros”, com dicas para não se tornar uma vítima da tradicional brincadeira. MARCOS PALHARES Empinar pipa é uma brincadeira sem limite de idade FOTO: Newton Santos Férias no ar VOCÊ SABIA? Pipa foi inventada na China há 2.500 anos A pipa nasceu na China no ano de 478 antes de Cristo. “O filósofo Mo Zi inventou uma feita com madeira leve. A partir disso, outro filósofo, Lu Ban, criou a armação com bambu e papel”, conta o assistente do Centro de Cultura Chinesa, Oscar Wei. “Na época, muitos chineses empinavam a pipa quando queriam expressar suas saudades de algum parente morto.” As pipas também eram usadas para medir distâncias, testar o vento e enviar mensagens nas guerras. Renova SP MAIO | JUNHO 2012 23 Uso de cortante pode provocar acidentes graves FOTOS: Newton Santos Conhecedor dos riscos, Alexandre se protege das linhas SAIBA COMO FAZER UMA PIPA Cada um tem seu próprio jeito, mas o processo é basicamente um só. Confira o passo a passo do ‘pipeiro’ Caio Nunes Cardoso: ‘Linha chilena’ corta 4 vezes mais que o ‘cerol’ tradicional Além do bastante conhecido “cerol”, começou a chegar nos últimos anos ao mercado as chamadas “linhas chilenas”. Enquanto o primeiro é uma mistura de cola com vidro moído ou limalha de ferro que é aplicada na linha – hoje, ele já pode ser encontrado pronto –, a segunda é um produto industrializado ainda mais agressivo, pois usa quartzo moído e óxido de alumínio e corta até quatro vezes mais. Renova SP MAIO | JUNHO 2012 24 A maior polêmica envolvendo a brincadeira é a linha com cortante. Usada pela molecada para “mandar” as outras pipas, o “cerol” – como é conhecido – pode provocar acidentes graves, resultando até mesmo em mortes. “Apuramos que, em 2011, foram registradas cerca de 120 ocorrências com atendimento hospitalar envolvendo linha de pipa”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Motociclistas (Abram), Lucas Pimentel. “Cerca de 70% dessas ocorrências foram gravíssimas, com sérias sequelas. Mais de 20 motociclistas morreram.” Fatos como esses fizeram com que a lei que regulamenta atividades profissionais com o uso de motocicleta trouxesse a exigência de “instalação de aparador de linha antena corta-pipas”. Medidas para regulamentar ou coibir o uso de linha cortante, no entanto, ainda não existem. Conhecedores dos riscos, os “pipeiros” defendem que a prática seja transformada oficialmente em modalidade esportiva, com o poder público reservando espaços seguros para a prática. “Isso ocorre no Chile, por exemplo. Outra proposta é que a pipa tenha cortante só nos primeiros metros de linha, lá em cima, e não no carretel inteiro”, alega Hamilton Novelli. Mas enquanto nada é definido, o jeito é ficar esperto. “Além de empinar pipa, eu também sou motociclista. Por isso, tratei de instalar a antena no guidão da minha moto”, completa o motorista Alexandre da Silva, de 25 anos, que vive em São Miguel Paulista (Zona Leste). 1 Com o estilete, retire as lascas e imperfeições das varetas. Disponha a vareta de bambu verticalmente e, a partir da sua ponta de cima, conte 15 cm para baixo e amarre o meio da vareta de fibra maior. A partir da junção entre as duas, conte mais 20 cm para baixo e amarre o meio da vareta menor. Hamilton encontrou nas pipas uma terapia ‘Pipeiros’ podem ser vistos em qualquer canto da cidade Além de diversão, a pipa também contribui para que as pessoas façam amizades e explorem mais a capital paulista. Em busca de espaços abertos e seguros para brincar, os “pipeiros” acabam percorrendo todas as regiões de São Paulo. Morador da Zona Oeste, o vendedor Hamilton Novelli começou empinando pipa no Parque Ibirapuera, há 30 anos. “Eu trabalhava em uma concessionária e, junto com uns 15 colegas, descobri a pipa como uma ‘terapia’ contra o estresse. Hoje, vou a todos os cantos de São Paulo. Onde tem pipa, eu também estou.” Outro que percorre a cidade é o modelista de sapatos Marcos Razuk, de 50 anos, que vive em Santana, na Zona Norte. “Na minha região, tem ponto de reunião de ‘pipeiros’ em Palmas de Tremembé e no Sacolão da Vila Maria”, conta. Na Vila Cordeiro, Zona Leste, um amplo terreno também atrai “pipeiros” de todos os cantos, nos fins de semana. “Tem gente que chega às seis da manhã e sai às seis da tarde. Se chove, eles entram no carro e esperam passar, pra começar de novo”, testemunha Rodrigo Salustiano da Silva, que mora próximo ao local e também participa da brincadeira. Use a linha para ligar, com amarrações, as pontas de todas as varetas, formando uma moldura. Na vareta de fibra maior, você terá de “forçar” a formação de um arco ao fazer as amarrações. Feito isso, preste atenção na pipa. Em pé, ela terá forma triangular nas partes de cima e de baixo. O triângulo superior ficará vazado. O papel será colado na parte do meio e no triângulo de baixo. 3 Passe cola nas varetas, com exceção dos 15 cm da de bambu que formam o triângulo de cima. Cole a moldura sobre o papel. Em seguida, corte o excesso em volta. Passe cola nas beiradas do papel 4 e dobre para dentro, pregando nas linhas que amarram as varetas. Pegue 80 cm de linha e faça o estirante, que deve ser preso na ponta de baixo da vareta central e na junção com a de cima. Está pronta. ITENS NECESSÁRIOS: Cola, tesoura, estilete, um carretel de linha 10, uma vareta de bambu (deixe com 65 cm de comprimento), duas varetas de fibra (uma com 48 cm e outra com 40 cm) e uma folha de papel de seda com medida 50 cm x 70 cm. Grupo orienta molecada e ajuda instituições Formado há oito anos por cerca de 40 fanáticos por pipas, o grupo Sapopipas desenvolve um trabalho de conscientização e, ao mesmo tempo, ajuda instituições de caridade. Somente em um dia de festival em Sapopemba, bairro da Zona Leste onde mantém sua base, conseguiu coletar uma tonelada de alimentos não perecíveis, destinados a 30 entidades da região. “A pessoa traz 1 quilo de alimento e nós damos em troca uma pipa ou um troféu simbólico”, explica um dos integrantes do Sapopipas, o comerciante Cristiano Concórdia, de 30 anos. Para completar o trabalho feito pelo grupo, eles também fazem oficinas para ensinar a garotada a criar uma pipa. “Procuramos orientar as crianças. Existe muita repercussão negativa, por causa do uso de cortante, mas queremos mostrar o outro lado da pipa, de trabalho social”, observa outro integrante do Sapopipas, o comerciante Écio Hilário da Silva, de 49 anos. Renova SP MAIO | JUNHO 2012 25 FOTOS: Newton Santos 2 Festival da Zona Leste atrai ‘pipeiros’ até do RJ Alberto veio do Rio de Janeiro para empinar pipa em São Paulo FOTOS: Newton Santos O funk serve para demarcar o território dos cariocas no festival de pipas realizado em um terreno da Vila Cordeiro, Zona Leste. “Vou enrolar a minha linha / Vem na dança da mãozinha / Vou te arrastar na minha mão / Soltar pipa é uma alegria / Essa é a nossa diversão”, diz a letra do “Bonde dos Pipeiros (Dança da Mãozinha)”, do grupo Malha Funk. Ao redor da aparelhagem de som, churrasqueiras, três ônibus e cerca de 150 fanáticos por pipas enfrentaram 12 horas de viagem no trajeto de ida e volta para o Rio de Janeiro só para passar um domingo inteiro na brincadeira, junto com mais de 400 colegas de São Paulo. “Saímos à meia-noite, chegamos aqui às seis da manhã. Dentro do ônibus tem café da manhã e, depois, fazemos churrasco o dia inteiro, enquanto o pessoal empina as pipas”, conta o auxiliar de serviços gerais Alberto Ferreira, de 26 anos, morador do bairro carioca Campo Grande. Mas tem gente que vai ainda mais longe. O designer Caio Nunes Cardoso, que mora na Penha (Zona Leste), foi para o Chile em 2010. “Conheci um chileno há uns cinco anos e ele me convidou para empinar pipa nas comemorações do Bicentenário da Independência do país. Fiquei maravilhado, o pessoal leva muito a sério lá.” Outros lugares que muitos “pipeiros” sonham conhecer são a Índia e a China, onde a brincadeira tem status de esporte de competição. minha receita INGREDIENTES: 1 peito de frango grande (500 g) 4 cenouras raladas 1 lata de milho 200 g de azeitonas picada 1 cebola ralada 1 dente de alho ralado 1 xícara de salsinha picada 1 caixa de creme de leite 1 maçã picada Uva passa a gosto Sal a gosto Orégano a gosto 1 pacote de pão de forma MODO DE PREPARO Cozinhe o frango. Depois de Renova SP MAIO | JUNHO 2012 GASTRONOMIA Salpicão de frango pronto, desfie bem e deixe esfriar. Com o frango frio, misture todos os ingredientes em uma vasilha. Sobre uma base ou dentro de um recipiente adequado, monte o prato como se fosse um bolo, alternando camadas de pão de forma com a mistura feita no passo acima. Depois de pronto, jogue uma pitada de orégano por cima. Você também pode enfeitar a cobertura com tomate, salsinha e cenoura ralada. DICA: Além da versão com 26 pão de forma, o salpicão também pode ser servido como se fosse um patê, com torradas. RENDIMENTO: 15 fatias CUSTO ESTIMADO: R$ 17 TEMPO MÉDIO DE PREPARO: 30 minutos Por Adriana Campos da Silva, 36 anos, cabeleireira, moradora de Guaianases, Zona Leste, e vencedora do concurso “A Chef do Bairro”, do programa “Hoje em dia”, da Record Uma vida em Paraisópolis Aos 39 anos, Nadijane de Oliveira mora na maior favela de São Paulo desde bebê tos FOTO: Newton San Na maior favela da cidade, com cerca de 63 mil habitantes, a paisagem já foi diferente da formada pelas milhares de construções vistas hoje. Paraisópolis era verde. Chácaras, com plantações e animais, ruas sem asfalto e muita terra livre formavam parte do cenário antes de a comunidade da Zona Sul passar por um forte adensamento populacional, a partir da década de 1970. A técnica em saúde Nadijane Tatiane de Oliveira, de 39 anos, acompanhou todas essas mudanças de perto. Com um mês de vida, saiu de Itaberaba, na Bahia, para morar no barraco de madeira com a mãe e a avó, que já estava em Paraisópolis. “Na minha infância, não tinha tanta gente. Eu conhecia todo mundo e, até o final dos anos 1990, eu fui em praticamente todos os velórios de pessoas que moravam aqui.” De acordo com informações da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), a área onde está situada a favela fazia parte da Fazenda do Morumbi, que, em 1921, foi parcelada em 2.200 lotes pela União Mútua Companhia Construtora e Crédito Popular S.A. A infraestrutura do loteamento não foi completamente implantada, e muitos dos que compraram os terrenos nunca tomaram posse efetiva nem pagaram os tributos devidos. Com o tempo, a região ficou abandonada e começou a atrair pessoas que chegavam a São Paulo e não tinham onde morar. A ocupação irregular começou por volta de 1950, inicialmente com famílias japonesas, que fizeram pequenas chácaras. No início da década de 1970, começaram a surgir os primeiros barracos de madeira. Mas a ocupação foi acelerada a partir das duas décadas seguintes – 1980 e 1990. “Encheu de gente de uma hora para outra e isso trouxe muita violência”, lembra Nadijane. Foi na mesma década de 1990 que a vida de Nadijane também mudou. Casada, foi viver à beira de um córrego da comunidade – local considerado de risco. Passou alguns anos de dificuldade até ser atendida pela Prefeitura por meio do programa de urbanização de Paraisópolis, que foi iniciado em 2006 e prevê a construção de mais de 3.000 unidades habitacionais, além da realização de obras de infraestrutura. Há dois anos, ela vive no Condomínio C, em um dos 1.305 imóveis já entregues, junto com dois dos seus três filhos. “É outra vida, melhorou tudo. Quando eu era criança, só tinha barracos de madeira. Não tinha asfalto, transporte, escola ou posto de saúde. Luz também não tinha. As pessoas cavavam poços para tirar água e faziam fossas como banheiro. Era tudo muito difícil”, lembra Nadijane. Tudo passado. “Nunca quis sair daqui, eu amo esse lugar. Para mim, Paraisópolis é nota 1.000!” MARCOS PALHARES Renova SP MAIO | JUNHO 2012 27 o t a r t e r BAILE NA RUA Dupla dança durante desfile de moda realizado na comunidade Nossa Senhora Aparecida, em São Miguel Paulista (Zona Leste) por Fabio Knoll É geógrafo formado pela USP e trabalha em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação há cinco anos. Especializou-se em fotografia documental e sempre se interessou na relação entre o homem e seu meio