Educação e Capacitação
Solução de falhas no processo de
esterilização a vapor
Uma série de eventos infelizes
Por Gale Havrilla, BS, CSPDT; Robin Hicks, RN, BscN; Dorothy Larson, CSPDT; e Martha Young, BS, MS, CSPDT.
Objetivos
Perguntas da prova
Ao completar esta atividade de auto-aprendizagem, o aluno
poderá:
1. Identificar uma falha no processo de esterilização por meio do
uso de ferramentas de monitoramento.
2. Listar dez dos motivos mais comuns das falhas no processo
de esterilização a vapor.
3. Formular cinco perguntas capazes de identificar sinais
sobre as falhas na esterilização a vapor.
4. Provar a eficácia de um esterilizador a vapor para tornar a
colocá-lo em uso rotineiro.
Verdadeiro ou Falso
1. Devem ser utilizados kits de testes se o indicador
químico externo ou o indicador químico interno não
alcançaram a reação final prevista (mudança de cor).
2. Um indicador biológico positivo inicia a retirada de todos
os kits processados, a partir do último indicador biológico
negativo.
3. Em geral, existe somente uma causa para falha no
processo de esterilização a vapor.
4. Procure primeiro pelas causas óbvias quando esteja
tentando determinar o motivo de uma falha no
processo de esterilização a vapor.
5. Os testes de eficácia do esterilizador são feitos em
três ciclos consecutivos com carga plena para
verificar se o esterilizador está funcionando.
6. Os erros humanos, como escolher o ciclo incorreto para a
carga, e técnicas inadequadas de empacotamento e de
carga podem provocar falhas no processo de esterilização.
7. Num ciclo de esterilização a vapor não é necessário ter a
temperatura, o tempo e a qualidade de vapor apropriados
para que o processo de esterilização seja eficaz.
8. Um sistema eletrônico de manutenção de registros
pode proporcionar informação de monitoramento e
outros dados sobre a carga de esterilização que
ajudem a determinar o motivo de uma falha no processo
de esterilização a vapor.
9. No processamento de um indicador biológico, um
pacote de testes ou Dispositivo de Desafio ao Processo
não apropriados para a carga, podem gerar uma
dificuldade demasiado grande para o processo de
esterilização, o que derivaria num possível indicador
biológico positivo.
10. A ação correta pode incluir o serviço e o conserto do
esterilizador ou do fornecimento de vapor.
O nosso sincero agradecimento à equipe da 3M Cuidados
da Saúde por trabalhar com a revista Managing Infection
Control visando proporcionar este curso acreditado. A
IAHCSMM outorga um ponto (1) de contato pela
conclusão deste curso de educação contínua, visando a
recertificação IAHCSMM. O CBSPD pré-aprovou este
curso de capacitação valendo uma (1) hora de contato
durante o prazo de cinco (5) anos, a partir da data de
sua publicação, e deve dele utilizar-se somente uma vez
durante o período de recertificação. Este curso de
capacitação da 3M Cuidados da Saúde foi aprovado
pelo Conselho de Enfermeiras registrado na Califórnia,
CEP 5770, como equivalente a uma (1) hora de contato.
Este formato é válido por até cinco (5) anos a partir da
data de publicação. As instruções para o envio dos
resultados encontram-se na p. 11. A Managing Infection
Control e a 3M Cuidados da Saúde continuarão
colaborando para oferecer cursos de educação contínua em
edições periódicas da Managing Infection Control.
MANAGING INFECTION CONTROL
Educação e Capacitação
Introdução
Ferramentas de monitoramento
As falhas no processo de esterilização a vapor são o resultado
de uma série de eventos mal sucedidos. Suas causas podem
ser complexas e difíceis de determinar.
As práticas recomendadas para a esterilização a vapor da
AAMI descrevem a maneira de se usar os monitores físicos,
químicos e biológicos de forma rotineira, a fim de determinar
a eficácia de uma falha no processo de esterilização. Todas
as ferramentas de monitoramento devem apontar os resultados
apropriados para que se possa liberar a carga. Os documentos
da AAMI estabelecem que as cargas não devem ser liberadas
para uso rotineiro se as seguintes ferramentas de
monitoramento indicarem uma falha no processo de
esterilização:
1,2,3
As falhas no processo de esterilização a vapor são
identificadas ao se observar as ferramentas de
monitoramento disponíveis. Estas incluem os monitores
físicos do esterilizador a vapor e o resultado de diversos
tipos de indicadores, como os testes Bowie-Dick (BD), os
indicadores químicos (IQ) externos, os Indicadores
Integradores Classe 5 em Dispositivos de Desafio ao Processo
(IQ em DDP), os indicadores biológicos em Dispositivos de
Desafio ao Processo (IB em DDP), ou IQ internos usados dentro
de cada pacote.
Cada uma destas ferramentas de monitoramento nos dá
informação sobre a eficácia do processo de esterilização.
Nem todas elas podem detectar uma falha ao mesmo tempo,
mas não se deve ignorar qualquer indício que sugira um
problema no processo, porque o propósito destas
ferramentas é detectar falhas. Quando alguma destas
ferramentas indicar uma falha no processo de esterilização
a vapor, os passos seguintes são determinar a causa
fazendo as perguntas apropriadas, corrigir a falha e tornar
a testar o esterilizador (testes de eficácia do esterilizador),
conforme as práticas recomendadas pela Associação para o
Melhoramento da Instrumentação Médica (AAMI), de tal
forma que possa ser colocado em uso novamente. Assim,
ponha seu chapéu de Sherlock Holmes, ache sua lupa e
aprenda como é que os autores peritos procuram pistas
sobre a causa de uma falha no processo de esterilização.
Os monitores físicos no próprio esterilizador mostram
que não foram alcançadas as condições adequadas do ciclo
(ou seja, tempo, temperatura, pressão, vácuo), ou que foi
escolhido o ciclo incorreto para a carga.
Os indicadores químicos externos sugerem que os pacotes
não foram expostos às condições físicas presentes no
esterilizador a vapor.
O Indicador Integrador Classe 5 no DDP, usado nas cargas
que não contêm implantes, mostra um resultado final
incompleto (rejeição ou mudança de cor incompleta).
O IB no DDP é positivo.
Os pacotes não devem ser usados se, ao abri-los:
O IQ interno sugere um processamento de vapor
inadequado.
Se for liberada uma carga antes dos resultados do IB e este
indicar uma falha no processo de esterilização, então todos os
artigos processados desde a última carga com um IB negativo,
serão considerados não estéreis e deverão ser recuperados e
reprocessados. Isto é chamado recolhimento de artigos ou
recall.
1,2,3
Monitorar de forma mais freqüente com um indicador biológico
e obter resultados com um mínimo de tempo de incubação,
ou seja de 1 a 3 horas, permite identificar falhas no processo
de esterilização com maior rapidez. Isto permite que as falhas
no processo de esterilização sejam identificadas mais
rapidamente, os instrumentos possam rodar com maior
rapidez, os custos associados com o inventário e a retirada
sejam reduzidos e que os resultados dos pacientes sejam
aprovados.
MANAGING INFECTION CONTROL
2
Educação e Capacitação
Figura 1: Pontos que devem ser verificados para identificar falhas no processo de esterilização a vapor
Erros humanos
Uso e interpretação incorreta de ferramentas de
monitoramento:
Não determinar se os monitores físicos eram apropriados
para a carga.
Não identificar que se operou o ciclo incorreto para os
conteúdos da carga.
Usar o IB ou o DDP incorreto para a carga.
Usar o Indicador Integrador Classe 5 no DDP errado para a
carga que está sendo monitorada.
Não seguir as instruções de uso do IB no DDP ou do
Indicador Integrador Classe 5.
Leitura incorreta do resultado do IB ou do Indicador
Integrador Classe 5.
Usar um IQ interno incorreto para o ciclo.
Leitura incorreta de um IQ interno.
Armazenamento incorreto de qualquer IQ ou IB.
Ciclo inadequado para os conteúdos da carga:
Não seguir as instruções de uso dos fabricantes do recipiente
ou instrumento.
Não verificar os parâmetros de esterilização do fabricante do
instrumento e/ou do recipiente nos seus esterilizadores,
usando o protocolo de teste de produtos da AAMI.
1,2,3
Carga do esterilizador:
Empilhar os sistemas de recipientes se isto não for
recomendado pelo fabricante.
Empilhar bandejas de instrumentos perfuradas.
Não colocar as bandejas planas ou em paralelo no suporte.
Colocar as bolsas removíveis planas e não na borda; não
espacejá-las adequadamente ou não orientar os lados
plásticos numa direção.
Não colocar as bandejas aninhadas na borda.
Não colocar os pacotes de tela na borda.
Colocar os pacotes demasiado perto um do outro,
impedindo a remoção do ar e a penetração do agente
esterilizante ao redor e através da carga.
Baixa qualidade ou quantidade do vapor
Vapor úmido:
Tubulações de vapor isoladas inadequadamente.
Mau funcionamento de algum cotovelo ou sifão, na
tubulação de vapor.
Mau funcionamento ou falta de uma válvula de contenção de
drenagem.
Contato do vapor com uma carga fria.
Pressão de vapor muito alta para a temperatura.
Excesso de água no vapor produzido na caldeira (a
secagem deve ser entre 97% e 100%).
Materiais de empacotamento ou técnica de
empacotamento inadequados:
Empacotamento do sistema de recipientes incorreto para os
parâmetros do ciclo.
Vapor superaquecido:
Não preparar corretamente o recipiente para seu uso (por
Aquecimento inapropriado da câmara.
exemplo, filtros, válvulas ou bandeja inferior, inapropriados).
Materiais de empacotamento desidratados (como as toalhas).
Usar uma bolsa removível, um invólucro tecido ou não tecido Pressão de vapor muito baixa para a temperatura.
ou toalha, num ciclo de três minutos por gravidade a 132 ºCRedução excessiva da pressão de vapor muito perto do
135 ºC (270 ºF - 275 ºF).
esterilizador.
Válvula de controle de vapor defeituosa.
Não usar uma bandeja perfurada com fundo de malha, que
Válvula redutora de controle de vapor defeituosa.
permita a remoção do ar e a penetração do vapor.
Colocar uma bolsa removível dobrada dentro de outra
Outros motivos
bolsa removível.
Variações na pressão de vapor devido a um filtro obstruído, a
Preparar pacotes têxteis que sejam suficientemente densos
uma tubulação mal desenhada ou a demandas excessivas.
para esterilizá-los nos parâmetros de ciclo escolhidos.
Calibradores de pressão e controladores mal calibrados.
Não colocar as bandejas na mesma direção.
Tubulações de vapor obstruídas.
Não utilizar material absorvente que gere penugem entre as
Filtro de entrada de vapor obstruído.
bandejas aninhadas.
Tubulação de drenagem da câmara, filtro ou coador de
Usar recipientes com tampas fechadas.
drenagem, obstruídos.
Não desmontar nem abrir instrumentos ou suprimentos
Mau funcionamento de válvulas.
cirúrgicos com dobradiças.
Nível de gás não condensável > 3,5% por volume
Não manter os materiais de empacotamento a 20 ºC-23 ºC (68
ºF-73 ºF), 30-60% de umidade relativa durante duas horas
antes de usá-los.
3
MANAGING INFECTION CONTROL
Educação e Capacitação
Figura 1: Pontos que devem ser verificados para identificar falhas no processo de esterilização (cont.)
Remoção de ar incompleta
Vácuo ou profundidade de vácuo, ou outro sistema de
remoção de ar, inadequados.
Tubulação de drenagem, filtro ou coador de drenagem da
câmara, obstruídos.
Tubulações de ventilação obstruídas.
Vazamento ocasionado por uma vedação defeituosa na
porta.
Vazamento em outras áreas da câmara.
Válvulas de controle tampadas, defeituosas ou mal
ajustadas (por exemplo, a válvula de interrupção de ar).
Baixa pressão do vapor.
Baixa pressão da água.
Temperatura da água muito elevada.
Pressão de fornecimento de água, inadequada.
Filtro de entrada de água, obstruído.
Ar preso pela carga.
Parâmetros de ciclo incorretos para a carga.
Temperatura inadequada do ciclo
Calibrador de temperatura mal graduado.
Longo tempo de aquecimento para cargas grandes (ou seja,
retardamento do calor).
Tubulação de drenagem da câmara, do filtro ou do coador de
drenagem da câmara, obstruídos.
Variações na pressão de vapor devidas a um filtro
obstruído, a uma tubulação mal desenhada ou a
excessivas demandas no fornecimento de vapor.
Presença de gases não condensáveis na tubulação de vapor e
carga.
Pressão de entrada de vapor inadequada.
Filtro de entrada de vapor obstruído.
Tempo insuficiente da temperatura
Cronômetro de controle mal calibrado.
Parâmetros de ciclo inapropriados para a carga que se
processa.
Tempo de obtenção da temperatura de trabalho de menos de
1,5 minutos em gravidade a 132 ºC-135 ºC (270 ºF-275 ºF)
num ciclo de três minutos.
Carga demasiadamente grande.
Causas de falhas no processo de esterilização
Pode haver muitas causas para as falhas no processo de
esterilização a vapor. Os erros humanos podem ser o motivo
com a mesma freqüência que os problemas relacionados com
o esterilizador a vapor e o vapor. Utilize a lista de pontos de
verificação que são mostrados na Figura 1 (p. 3) para
identificar as causas da falha que ocorreu na sua
instituição de cuidados com a saúde. Não é uma lista
totalmente exaustiva, mas inclui a maioria das causas pelas
quais ocorrem falhas no processo de esterilização a vapor.
Determine as causas da falha
Quando uma das ferramentas de monitoramento identifica
alguma falha no processo de esterilização, uma das primeiras
perguntas que se formulam pode ser “o que acontece com as
ferramentas de monitoramento ou com o esterilizador a vapor?”
O objetivo das ferramentas de monitoramento é detectar falhas
no processo de esterilização, motivo pelo qual se deve estar
atento aos alertas que nos proporcionam.
MANAGING INFECTION CONTROL
As causas de uma falha podem ser complexas e, em
alguns casos, transitórias, o que dificulta a sua identificação.
Existem muitas variáveis que devem ser analisadas e com
freqüência muitas delas estão envolvidas. É importante
determinar todas as causas possíveis da falha no processo de
esterilização, de tal forma que cada uma possa ser eliminada e
o processo seja melhorado.
Procure primeiro pelas causas mais óbvias. Se as ferramentas
de monitoramento (monitores físicos e/ou Indicador
Integrador Classe 5 no DDP e/ou IB no DDP) sugerem uma
falha com toda a carga, o primeiro passo é realizar o teste de
eficácia do esterilizador da AAMI para obter mais informação do
monitoramento e verificar se ocorreu uma falha do
esterilizador antes de chamar a assistência técnica.
Teste de eficácia do esterilizador
Para esterilizadores por remoção dinâmica de ar a 132 ºC135 ºC [ (270 ºF-275 ºF), por exemplo, pré-vácuo ou pulso de
pressão de vapor positivo], efetue um ciclo de aquecimento
4
Educação e Capacitação
seguido por três ciclos consecutivos de teste Bowie-Dick (BD),
um depois do outro, numa câmara vazia (determine, junto com o
fabricante do esterilizador, se é requerido um teste BD). Este
teste deve ser seguido por três IB no DDP consecutivos, um
depois do outro, numa câmara vazia.
Para outros ciclos que demonstrem uma falha no processo de
esterilização (por exemplo, ciclos de gravidade a 132 ºC-135
ºC [270 ºF-275 ºF] ou 121 ºC [250 ºF]), deverá ser realizado o
mesmo teste de IB em três ciclos consecutivos numa câmara
vazia, usando um IB no DDP apropriado.
1
Se for utilizado um carro de transferência, esfrie o carro entre
cada ciclo para garantir que não ocorra superaquecimento.
Com este sistema, é possível identificar artigos na carga que
falhou, revisar os diversos tipos de informação do
monitoramento, outras cargas de um esterilizador específico ou
todas as cargas processadas recentemente por um operador
em particular. Um sistema eletrônico também pode vincular
os registros de manutenção de um esterilizador específico,
com uma falha anterior no processo de esterilização, com a
causa da falha, sua solução e também os resultados ao voltar a
testar o esterilizador. Veja a Figura 2 para conhecer as
perguntas que deve formular para identificar algumas pistas
que lhe permitem analisar o problema.
6
1,2,3
Se o teste de eficácia do esterilizador sugere um problema
com o esterilizador, entre em contato com o representante de
serviço apropriado. É importante lembrar que as falhas podem
não ser diretamente provocadas pelo esterilizador, mas
também podem ser provocadas pela qualidade e quantidade
do vapor, pela pressão da água ou pela temperatura de
entrada ao esterilizador. O representante de serviço pode não
ter o equipamento ou as habilidades requeridas para identificar
o problema na qualidade do vapor, motivo pelo qual pode ser
requerido um serviço de pesquisa do vapor.
Se o teste de eficácia do esterilizador não indica um problema
com o esterilizador; ou seja, os resultados BD são de
aprovação e o IB é negativo, então não há motivo para
chamar o representante de serviço nesse momento, mas é
importante determinar o que é que pode ter mudado ou o que
é que foi diferente na carga para provocar a falha. Portanto,
examinemos os motivos de uma falha no processo de
esterilização a vapor.
Perguntas que devem ser feitas /análise de pistas
Um sistema de manutenção de registros computadorizado ou
eletrônico pode simplificar a avaliação do monitoramento de
informações do processo de esterilização em caso de falha.
6
5
Não desanime se não identificar a causa da falha. Em
algumas ocasiões é necessário conseguir mais informações
aumentando a freqüência do monitoramento com IB em cada
carga, para ver qual é a variação que há no processo.
Algumas vezes não se consegue determinar a causa da
falha. Algumas vezes as válvulas de solenóide funcionam mal
intermitentemente, gerando um vazamento de ar dentro da
câmara. As variações no fornecimento de vapor, pressão e
temperatura de água costumam ser temporárias. É claro que
também existe o erro humano. É muito mais fácil identificar
falhas quando estas ocorrem com maior freqüência, porque
existem mais informações para analisar.
Corrija a falha
Uma vez que se determinem as causas da falha ou se conclua
a investigação, realize cursos de capacitação para o pessoal
sobre o uso e leitura corretos das ferramentas de
monitoramento, bem como dos procedimentos apropriados de
empacotamento e carga; incrementar os tempos dos ciclos para
os conteúdos da carga; consertar o esterilizador; corrigir os
problemas de quantidade e qualidade de vapor, pressão e
temperatura da água.
Revise periodicamente as mudanças para assegurar-se de que
ainda continuam vigentes, a fim de minimizar a possibilidade de
que ocorra outra falha no processo de esterilização pelo
mesmo motivo.
MANAGING INFECTION CONTROL
Educação e Capacitação
Figura 2. Perguntas quando ocorre uma falha no processo de esterilização a vapor
Revise o histórico de IB positivos anteriores nos registros:
Quando, por que e quem esteve envolvido nas últimas
falhas de esterilização a vapor?
Quais foram as causas da falha anterior?
Foi com o mesmo esterilizador, o mesmo operador, a
mesma carga?
Os resultados de monitoramento são iguais nesta ocasião?
Quais foram os resultados das ferramentas de
monitoramento (físico, BD, IQ externos e internos e IB) da
carga antes e depois da falha identificada no processo
de esterilização?
O que é diferente nesta carga com relação à carga anterior
e à posterior?
A falha ocorreu em um ou em todos os esterilizadores?
Se todos os esterilizadores ou vários deles apresentam
uma falha, o que pode ter mudado com o fornecimento de
vapor e água?
Será que todos os esterilizadores apresentam problemas na
mesma tubulação de vapor?
Os esterilizadores se encontram em diferentes instalações
dentro do hospital?
Se um esterilizador apresenta uma falha, onde está na
tubulação de vapor?
Os filtros ou coadores da câmara são limpos diariamente?
O filtro de entrada de vapor está limpo?
O filtro de entrada de água está limpo?
O filtro de ar está limpo?
Há partículas dentro do esterilizador?
Quando foi realizada a manutenção preventiva para os
esterilizadores e o que foi feito neles?
Quando foram reparados os esterilizadores e o que foi feito
neles?
Quando foi a última vez que as tampas do vapor foram
revisadas, limpas ou consertadas?
O fornecimento de vapor está ligado?
A pressão de vapor é consistente as 24 horas do dia?
O fornecimento de água está ligado?
A pressão da água é adequada?
A pressão e a temperatura da água são consistentes ao
longo do dia?
MANAGING INFECTION CONTROL
Tem havido alguma mudança recente em alguma caldeira
alternativa?
Quantos esterilizadores estavam operando ao mesmo tempo?
Qual era a demanda de vapor das instalações quando
ocorreu a falha?
Existe alguma construção no hospital que poderia afetar as
tubulações de vapor ou de água?
Existe algum outro motivo qualquer que provoque variações
nas tubulações de vapor?
Qual é a percentagem de gases não condensáveis
existente no vapor?
A percentagem de gases não condensáveis no vapor tem
mudado?
O ar comprimido está ligado?
A pressão do ar comprimido é adequada?
O esterilizador alcançou a temperatura com a pressão
de vapor correta, durante a quantidade de tempo
adequada, com vácuos suficientemente profundos para
remover o ar?
Comparou as impressões das falhas com impressões
de outras cargas que não apresentaram falhas para ver
se havia alguma diferença?
O tempo para atingir a temperatura de trabalho foi mais,
ou menos longo, que de costume?
O tempo requerido para tirar cada pulso de vácuo foi
como se esperava, ou foi diferente ao das cargas que
não tiveram falha?
A profundidade de vácuo foi como se esperava, ou foi
diferente à das cargas que não tiveram falha?
A pressão de vapor corresponde à temperatura (veja a
relação de temperatura e pressão da Tabela 1, p. 8).
Está processando adequadamente seu DDP BD de tal
forma que esteja detectando falhas com o equipamento?
Foi executado um ciclo de aquecimento justo antes de
processar o DDP BD?
Colocou o DDP BD na parte inferior do suporte sobre a
drenagem, e não no chão da câmara ou no trilho?
Processou somente um DDP BD na carga e não dois, ou um
pacote BD e um IB no DDP?
6
Educação e Capacitação
Figura 2. Perguntas quando ocorre uma falha no processo de esterilização a vapor (continuação)
Seguiu as instruções de uso do fabricante com relação a
tempo e temperatura?
Todo o seu pessoal sabe como ler o resultado?
Realizou algum teste de vazamento de vácuo?
Realizou testes no produto para determinar se podia
processar o sistema de recipientes de forma eficaz?
Os filtros e válvulas estão corretamente posicionados e em
funcionamento?
Utilizou o IB e/ou Indicador Integrador Classe 5 no DDP A que hora do dia ou que dia da semana ou mês ocorreu a
adequado para o tipo de esterilizador e os parâmetros falha?
de carga?
Quais são as demandas na caldeira de vapor a essa
Seguiu as instruções de uso do IB ou do IB no DDP?
hora?
Armazena o IB ou o IB no DDP de acordo com as
Quando colocaram aditivos para a caldeira na tubulação
instruções do fabricante?
de vapor?
Todo o pessoal sabe como tratar e incubar o IB e ler os
Mudaram os tipos de aditivo para a caldeira?
resultados?
Quais são as demandas de pressão e de temperatura de água
Seguiu as instruções de uso do Indicador Integrador
a essa hora?
Classe 5 no DDP?
Existe alguma construção no hospital que poderia afetar as
Armazena o Indicador Integrador Classe 5 em conformidade tubulações de vapor ou de água?
com as instruções do fabricante?
Todo o seu pessoal sabe como ler os resultados do
Qual é a época do ano e como está o clima?
Indicador Integrador Classe 5?
Estão bem isoladas as tubulações de vapor?
As tubulações de vapor se encontram dentro do edifício ou o
Foram lidos corretamente os resultados do IQ interno?
vapor vem de instalações distantes?
Usou o IQ interno apropriado para os parâmetros do ciclo?
As demandas na caldeira mudam de acordo com a estação?
Armazenou o IQ interno de acordo com as instruções do
As demandas de água mudam de acordo com a estação?
fabricante?
Colocou o IQ interno na área mais difícil do pacote?
O que mais mudou com respeito ao fornecimento de vapor?
Todo o seu pessoal sabe ler os resultados do IQ interno?
Como é o fornecimento de água (serviço público, fornecedor
O que foi diferente nesta carga?
O tempo, a temperatura e a pressão de esterilização foram
apropriados para os conteúdos da carga?
Seguiu as instruções de uso do fabricante do dispositivo
médico, as que podem incluir o ciclo de esterilização e
secagem ampliados?
Realizou o teste no produto para verificar se era possível
processar eficazmente todos os dispositivos médicos?
Que tipo de artigos e quantos pacotes havia na carga?
Havia espaço suficiente entre os pacotes para a penetração do
agente esterilizante?
Estavam bem colocados os pacotes para permitir a
penetração do agente esterilizante?
Está processando corretamente os sistemas de
recipientes?
7
privado, etc.)?
O fornecedor de água realizou alguma mudança ou
modificação recentemente?
Mudou o fornecedor dos produtos químicos usados para
tratar a água? Se for assim, quando?
Seu fornecedor mudou seus produtos químicos ou mudou os
fornecedores recentemente?
Quando foi a última vez que limpou as tubulações de vapor?
Quando foi a última vez que limpou as tampas?
Tem havido mudanças no sistema de distribuição de água
ou de vapor?
Tem solicitado comentários do pessoal que opera as
caldeiras de vapor?
MANAGING INFECTION CONTROL
Educação e Capacitação
Tabela 1
O vapor saturado está assegurado quando a
temperatura e a pressão têm a seguinte relação:
Temperatura
Pressão PSIG
2
(lb / pol em
calibrador)
Pressão PSIA
2
(pol em
absoluto)
ºC
ºF
121,0
249,7
15
29
122,0
251,6
16
30
123,0
253,4
17
31
124,0
255,2
18
32
125,0
257,0
19
33
126,0
258,7
20
34
126,9
260,4
21
35
127,8
262,0
22
36
128,7
263,6
23
37
129,6
265,2
24
38
130,4
266,7
25
39
131,2
268,2
26
40
132,1
269,7
27
41
132,0
271,2
28
42
133,7
272,6
29
43
134,4
273,9
30
44
135,2
275,3
31
45
135,9
276,6
32
46
136,7
278,0
33
47
137,4
279,3
34
48
138,1
280,5
35
49
MANAGING INFECTION CONTROL
Reintegração do esterilizador ao uso rotineiro
Logo depois de ter determinado e corrigido o motivo da falha,
deverá ser realizado o teste de eficácia do esterilizador da
AAMI. Veja a seção anterior, “Teste de eficácia do esterilizador”
na página 4, para mais detalhes.
Quando os testes de eficácia do esterilizador indiquem
resultados aceitáveis, ou seja, que o teste BD mostre uma
mudança de cor aceitável e os IB sejam negativos, o
esterilizador pode ser reintegrado ao uso de rotina.
Resumo
As falhas no processo de esterilização são resultado de uma
série infeliz de eventos cuja causa deve ser identificada e
corrigida para que o esterilizador possa ser testado novamente
e ser reintegrado ao uso rotineiro. Para identificar a causa de
uma falha, pode ser necessário realizar testes adicionais com
IB no DDP e fazer perguntas sobre todo o processo. A próxima
vez que se apresente uma falha no processo de esterilização a
vapor, coloque seu chapéu de Sherlock Holmes, pegue a sua
lupa e comece a procurar pistas. Se você precisar de ajuda, nos
chame e seremos o seu Dr. Watson.
8
Educação e Capacitação
RESPOSTAS
1. F
2. V
3. F
4. V
5. F
6. V
7. F
8. V
9. V
10. V
Glossário
AAMI
Associação para o Avanço da
Instrumentação Médica
ANSI
Instituto Nacional Americano de
Padrões
APIC
Associação Canadense de Profissionais de
Controle de Infecções e Epidemiologia
CSA
Associação Canadense de Padrões
DDP
Dispositivo de Desafio ao Processo
IAHCSMM
Associação Internacional de Administração de
Materiais para Serviço Central de Cuidado da
Saúde
IB
Indicadores biológicos
IQ
Indicadores químicos
JCAHO
Comissão Conjunta para a Acreditação de
Organizações de Cuidados da Saúde
ORNAC
Associação Canadense de Enfermeiras de
Quirófano
AORN
Associação Americana de Enfermeiras
Perioperatórias Registradas
ASHCSP
Sociedade Americana para Profissionais do
Cuidado da Saúde do Serviço Central
BD
Indicadores Bowie-Dick
CBSPD
Junta de Certificação para Processamento
Estéril e Distribuição
SOPIC
Profissionais de Controle de Infecções do
Sudoeste de Ontário, Canadá
CHICA
Associação Canadense de Controle de
Infecções em Hospitais e Comunidades
UEC
Unidades de Educação Contínua
9
MANAGING INFECTION CONTROL
Educação e Capacitação
Informação sobre Unidades de Educação Contínua (UEC) de Processos Estéreis e Distribuição
Nome do solicitante UEC:
Endereço:
Cidade:
Estado:
A CBSPD (Junta de Certificação para Processamento Estéril e
Distribuição) pré-aprovou este curso de capacitação de uma
(1) hora de contato, por um período de cinco (5) anos a partir
da data de sua publicação e para ser usada uma única vez
durante o período de recertificação. A conclusão
satisfatória desta lição e o teste posterior devem ser
documentados pela administração da instituição e tais registros
deverão ser guardados pelos indivíduos até que seja requerida a
recertificação. Não envie a lição nem o teste à CBSPD.
Para informações adicionais com relação a esta certificação,
entre em contato com a CBSPD em: 2 Industrial Park Road,
Suite 3, Alpha, NJ 08865, ligue para o número 908.454.9555
nos Estados Unidos, ou visite www.sterileprocessing.org.
A IAHCSMM outorga um (1) ponto de contato pela conclusão
desta lição de educação contínua para a recertificação
IAHCSMM.
MANAGING INFECTION CONTROL
País:
CEP:
Formulário de Solicitação de EC de Enfermaria
Este curso de capacitação da 3M Cuidados da Saúde foi
aprovado pelo Conselho de Enfermeiras Registradas da
Califórnia, CEP 5770, valendo uma hora de contato. Este
formulário é válido por até cinco anos após a sua data de
publicação.
1. Tire uma fotocópia deste formulário.
2. Escreva o seu nome, endereço e telefone em horário
comercial, bem como posto/cargo.
3. Inclua o número de sua Carteira de Trabalho (MTPS) ou
seu número de licença de Enfermagem.
4. Coloque a data na solicitação e assine.
5. Responda as perguntas de EC.
6. Envie este formulário e a folha de respostas a:
Workhorse Publishing
Managing Infection Control
PO Box 25310, Scottsdale, AZ 85255-9998
7. Os participantes que obtenham pelo menos uma pontuação
de 70% receberão um certificado de conclusão dentro
dos 30 dias seguintes à data de recebimento da solicitação,
pela Managing Infection Control.
10
Educação e Capacitação
Solicitação
Preencha a máquina ou à mão:
Nome:
Endereço:
Cidade:
Estado:
País:
CEP:
Telefone em horário comercial:
Posto / cargo:
Número da Carteira de Trabalho do MTPS ou licença de Enfermagem:
Data de envio da solicitação:
Assinatura:
Oferta válida até outubro de 2010.
11
MANAGING INFECTION CONTROL
Educação e Capacitação
Referências
1. Associação para o Melhoramento da Instrumentação
Médica. Esterilização a vapor e asseguração da qualidade em
instituições para o cuidado da saúde. ANSI/AAMI
ST46:2002.
2. Associação para o Melhoramento da Instrumentação
Médica. Esterilização flash: Esterilização a vapor de artigos
para atendimento do cliente de uso imediato. ANSI / AAMI
ST37:1996.
3. Associação para o Melhoramento da Instrumentação
Médica. Esterilização a vapor e asseguração de esterilidade
com esterilizadores de mesa em consultórios médicos,
cirúrgicos e dentais de cuidado ambulatório. ANSI/AAMI
ST42:1998.
4. Ross, Edwin. “Uso do monitoramento biológico para
reduzir infecções, riscos e custos”. Surgical Services
Management. Vol. 4, No. 7, Julio:1998.
5. Young, Martha. “Você sabia? Estudo Estéril Central”. Managing
Infection Control. Agosto:2004.
6. Prust, Janet. “Solução de problemas no processo de
esterilização usando novas ferramentas". Managing
Infection Control. Julio:2004.
Robin Hicks, RN, BScN*, é assessora de serviço profissional
sênior de Produtos Médicos 3M em London, Ontário. Dá aulas de
educação sobre monitoramento de esterilização e padrões
CSA, e ajuda aos clientes em todo o Canadá com a solução de
problemas de esterilização. Nos últimos 31 anos, Ms. Hicks tem
trabalhado como enfermeira de quirófano no London Health
Sciences Centre, do Hospital University. Também é membro de
ORNAC, AAMI, CHICA e SOPIC. Tem sido conferencista durante o
último ano nos cursos de certificação organizados pela
Associação de Serviço Central de Ontário.
*Enfermeira Registrada, Licenciada em Enfermagem.
Dorothy Larson é a voz que responde ao telefone 1-800-4411922, a Linha técnica de produtos para esterilização na 3M
Cuidado da Saúde. Ms. Larson passa todo o dia resolvendo
falhas no processo de esterilização, respondendo perguntas
técnicas e proporcionando a informação e documentação
técnica que lhe é solicitada. Tem desempenhado este cargo
durante oito anos e está certificada como Técnica em
Processamento Estéril e Distribuição. Também é membro da
ASHCSP e da IAHCSMM.
Martha Young, BS, MS, CSPDT*, é uma especialista de serviço
técnico internacional sênior em Produtos Médicos da 3M, em St.
Paul, Minnesota. Tem mais de 25 anos de experiência na área de
Gale Havrilla iniciou sua carreira profissional em esterilização e desinfecção. A Mestra Young profere
processamento estéril. Tem experiência clínica em tecnologia conferências por todo o mundo e tem contribuído com diversas
médica de laboratório, microbiologia e citologia. Na 3M publicações com artigos sobre prevenção de infecções, com
começou trabalhando em pesquisas farmacêuticas e ênfase no melhoramento do desempenho no processo de
posteriormente como engenheira em desenvolvimento e esterilização. É membro de IAHCSMM, ASHCSP e APIC. Além
suporte para produtos médicos. Havrilla atualmente dá disso, é membro de diversos comitês de grupos de trabalho
suporte técnico para os produtos de monitoramento de da AAMI que estão desenvolvendo as práticas recomendadas.
esterilização da 3M possui licenciatura em Microbiologia pela * Licenciada e Mestra em Ciências, Técnica Certificada em Processos Estéreis.
Universidade de Minnesota e, tem sido freqüente
palestrante sobre temas relacionados com a esterilização, e é
Técnica Certificada em Processamento Estéril Central e
Distribuição.
70-2009-9612-5
MANAGING INFECTION CONTROL
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REVISADO-70-2009-9612-5 Solução de Falhas no Processo