East Timor Agriculture Network and Virtual Library Rede agrícola e biblioteca virtual de Timor Leste DocumentoTA018: CARTA DOS SOLOS DE BAIXA DE MANATUTO Author: M.Mayer Gonçalves Date: 1970 Published by: Garcia de Orta Summary This document is the first part of an study to prepare the soils classification map of Manatuto plains. It starts with a broad characterization of the conditions of Timorese territory. Then is identified the place covered by the study, which is in the right riverbank of Laclo stream, 6km South and 4km East of Manatuto village. The total Area is of 2058 ha, in which 47,5% are already rice paddy, 41,5% are bare land, 7,5% are steep land and 3,5% are urban areas. The average slope of these lowlands is 1% and the most common geological series is the alluvium from Quaternary period. In this document is also done a small climatic assessment, which includes air temperature, atmospheric moisture and rainfall. Climate classification according to Koppen, Thorntwaite and Bagnouls & Gaussen is also presented. The identified flora includes Jatropha turcas L., Opuntia sp. and Aloe sp., cassava (Manihot sculenta). In areas that have been cultivated one can find cassava, Mautilissima sp.Pohl and various different grasses. The main trees are Tamarindus indicus L., Zizipus mauritiana Lam., Cocus nucifera L., Corypha sp and Acacia sp. There are also (however in a smaller number) Ficus sp, Casuarina sp., Mangifera indica L., Bambusa vulgaris Schrad and some Ipomea sp. (the last one near the sea shore). In the last chapter is made reference to the Social-Economic conditions and the existing infrastructures. The population of Manatutu is identified as one thousand eight hundred inhabitants (1800). The main roads that reach Manatuto are the Dili-Baucau road and Laclubar road. The Economy of this area is based in subsistence farming, where the rice is the main staple food. Resumo Este documento é a primeira parte de um estudo para prodúsir a carta de solos da baixa de Manatuto.. É feita em primeiro lugar uma caracterização geral do território. É depois então feita uma caracterização do local abrangido por esta carta de solos, que esta compreendido na margem direita da ribeira de Lacló 6 Km para Sul e 4 Km para Leste da povoação de Manatuto. Trata-se duma área total de 2058 ha, onde 47,5 % esta ocupado com canteiros de arroz, 41,5 % é terra inculta, 7,4 % são solos com declives elevados e 3,5 % é área urbana. O declive médio destas terras é de 1%, e a formação geológica predominante são aluviões do período quaternário. Neste documento é também feito uma caracterização climática, onde estão processados dados de precipitação, temperatura média do ar e humidade relativa. É feita por fim a classificação climática segundo Koppen, Thorntwaite e Bagnouls & Gaussen. É feita uma breve caracterização da flora existente no local, onde se destaca a presença Jatropha turcas L. Opuntia sp.e Aloe sp. Nas zonas que tem sido cultivadas é possível encontrar mandioca Mautilissima sp.Pohl e gramíneas diversas. As principais árvores são: Tamarindus indicus L. Zizipus mauritania Lam., Cocus nucifera L. e Corypha sp. No último capítulo é feita uma breve caracterização sócioeconómica desta região. A economia da região é baseada na agricultura de subsistência, onde o arroz é a base da alimentação humana. Rezumu Karta kona-ba rai, iha Manatuto Dokumento ida-ne’e hanesan dokumentu ba dala uluk husi estudu atu bele prodús karta ba rai ne’ebé ki’ik iha Manatuto. Ba dala uluk halo karakterizasaun jerál husi territóriu. Depois halo hotu tiha karakterizasaun ba fatin ne’ebé sei tama ba karta nia laran ba, ne’ebé nia naruk ba marjen direta (liman loos nian) husi mota laclo 6 km ba Súl no 4 km ba Leste husi povasaun Manatutu. Ne’ebé iha área totál ba 2058 ha ida ne’ebé 47,5 % husi área ida- ne’e okupa ho natar fatin, 41,5 % hanesan rai mamuk, 7,4 % hanesan rai ho deklivu (hali’is) maka’as tebes no 3,5 % hanesan rai ba urbanu nian. Deklivu médiu ne’ebé maka rai sira-ne’e iha maka 1 % no formasaun ba jeolójika ne’ebé iha predominante ho aluviaun iha períodu ba tinan haat nia laran. Iha klimátika, dokumentu ida ne’ebé ida- ne’e halo prosesadu mós husi karakterizasaun presipitasaun/udan, temperatura média ba anin, no umidade relativa/maho-been. Halo mós klasifikasaun ida tuir Koppen, Thorntwaite e Bagnouls & Gaussen. Halo mós klasifikasaun ne’ebé breve ba ai-oan sira ne’ebé hetan ifa fatin ne’ebá hala’o prezensa ba Jatropha turcas L. Opuntia sp.e Aloe sp. Iha zona balaun hetan mós ai- farina Mautilissima sp.Pohl no du’ut sira. Ai sira ne’ebé prinsipál liu hanesan: Tamarindus indicus L. Zizipus mauritania Lam., Cocus nucifera L. e Corypha sp. Iha kapítulu ne’ebé ikus liu halo mós karakterizasaun sosio ekonómiku husi rejiaun ida-ne’e, Ekonomia ba rejiaun ida- ne’e bazeia ba agrikultura ne’ebé subsisténsia, ida ne’ebé foos hanesan baze ba alimentasaun hirakne’e. Disclaimer: The availability of a digital version of this document does not invalidate the copyrights of the original authors. This document was made available freely in a digital format in order to facilitate its use for the economic development of East Timor. This is a project of the University of Évora, made possible through a grant from the USAID, East Timor. info: [email protected] Carta de solos da baixa de Manututo MISSÃO DE ESTUDOS AGRONÓMICOS DO ULTRAMAR CARTA DOS SOLOS DA BAIXA DE MANATUTO Timor Português (Parte não sujeita ao regadio) 1970 M. Mayer Gonçalves 1 M. Mayer Gonçalves 1. Introdução "Um passado geológico t u r b u l e n t o , culminado na recente emersão da i l h a " , (7) c o n f e r i u à maior parte da província de Timor um carácter fortemente acidentado que, "se outras razões não existissem, se r i a s u f i c i e n t e para impor a n í t i d a convicção de que a i l h a só está fadada para a s i l v i c u l t u r a , ou para formas de a g r i c u l t u r a que possam const i t u i r fases de exploração f l o r e s t a l " (9). Sem considerar outros aspectos, as c a r a c t e r í s t i c a s topográf i c a s não podem deixar de ser apontadas como factor l i m i t a n t e do desenvolvimento a g r í c o l a , numa região que, excluindo as p l a n í c i e s c o s t e i r a s , vales de algumas r i b e i r a s e baixas ou planaltos i n t e r i o r e s , que c o n s t ituem cerca de 17% da área t o t a l ( 5 ) – são formados por ásperas colinas e montanhas com exagerados d e c l i v e s , muitas vezes sem vocação a g r í c o l a . Causas várias conduziram à u t i l i z a ç ã o imprópria dos solos das encostas, por uma a g r i c u l t u r a que tem na queimada um f a c t o r de actuação p r i m o r d i a l , para obter produções i n s u f i c i e n t e s e, o que é p i o r , a degradação e destruição da cobertura vegetal e do solo. Os anos sucessivos de a g r i c u l t u r a ruinosa nas montanhas, conduzindo à erosão, c o n t inuamente agravada, permitem considerar similarmente para Timor, coma algures alguém escreveu, que o facto de diariamente m i l seres humanos a mais é sem dúvida menos i n q u i e t a n t e do que saber-se que existem também cem hectares c u l t i v á v e i s a menos. Contudo,"terrenos com vocação agrícola determinada pela f i s i o g r a f i a , p l a n í c i e s e terrenos pouco declivosos estão mal aprovei talos ou de todo i n c u l t o s , enquanto os a g r i c u l t o r e s se vêem obrigados a esgravatar as encostas das montanhas para obterem seus magros come res" (8). Do exposto anteriormente decorre que, será conseguida uma melhor u t i l i z a ç ã o da t e r r a pelo possível aproveitamento das baixas e plan í c i e s pouco cultivadas o u totalmente i n c u l t a s , vencidos que sejam os problemas de enxugo e drenagem onde existam, se as d i s p o n i b i l i d a d e s de água não c o n s t i t u í r e m f a c t o r l i m i t a n t e . No prosseguimento dos estudos de base, para um melhor planeamento do uso do solo, em regiões sobre as quais poucas ou nenhumas informações existiam, a MEAU chamou a atenção para as possíveis potencialidades das baixas e p l a n í c i e s costeiras e, de acordo coma orientação proposta, efectuou-se a carta fotogramétrica da Ribeira de Lacló (Manatuto), na escala de 1:10 000, e o projecto do aproveitamento h i droagrícola da mesma r i b e i r a . No mesmo esquema de actuação se i n t e g r a o presente trabalho de c a r t o g r a f i a dos solos na parte não s u j e i t a ao regadio, visanto a poss i b i l i d a d e 2 Carta de solos da baixa de Manututo da expansão da c u l t u r a o r i z í c o l a , e cuja trabalho de campo decorreu em 964/65. Cumpre-se assim parte do programa da MEAU, no sentido de um melhor. Aproveitamento das regiões físiogràficamente mais aptas ao desenvolvimento a g r í c o l a , susceptíveis de uma mais intensa u t i l i z a ç ã o e de maior interesse económico. 2 . Descrição geral da região 2 . 1 . Situação, l i m i t e s e área A região considerada. Compreende parte da baixa da Ribeira de Lacló, situando-se na margem d i r e i t a do curso i n f e r i o r da mesma. É atravessada pelas estradas que ligam Manatuto a Baucau e Laclubar, estendendo-se respectivamente, até cerca de 6 e 4 km para Sul e Leste da povoação de Manatuto, sede do concelho do mesmo nome. Esta baixa c o n s t i t u i a primeira e mais importante -planície c o s t e i r a a Leste de D i l i , sendo l i m i t a d a a Norte pelo oceano, a Leste e Sul pelas encostas das colinas que se estendem para o i n t e r i o r da ilha a Oeste pela r e f e r i d a R i b e i r a de Lacló e a sua a f l u e n t e , a Ribeira de Sumasso; esta é um curso de água temporário, o mesmo sucedendo com as quatro pequenas r i b e i r a s que atravessam a região. Dentro dos l i m i t e s apontados, a área t o t a l da baixa é cerca de 2 058 hectares, com a seguinte d i s t r i b u i ç ã o : Já s u j e i t a à c u l t u r a do arroz ......................................................... 978 ha – 47,5% Não „ ................................... 854 ha – 41,5% Colinas e elevações ............................................................................ 155 ha – 7,5% Parte s o c i a l ............................................................................................ 71 ha – 3,5% 2.2. Geomorfologia e geologia A região r e f e r i d a tem uma forma i r r e g u l a r e é praticamente plana, variando de uma cota de 4 metros, junto ao l i t o r a l , até um máximo de 70 nas zonas mais i n t e r i o r e s a Sul, e apresentando assim um declive médio de cerca de 1%. Contudo, nas proximidades de Manatuto algumas elevações a t i n gem a a l t i t u d e de 100 metros, notando-se ainda noutros l o c a i s pequenos afloramentos rochosos. Nas colinas l i m í t r o f e s e nas elevações r e f e r i das os solos são delgados, a rocha a f l o r a com frequência e a erosão ma n i f e s t a - s e intensamente. Na extremidade Leste, numa pequena bacia com cotas médias ligeiramente i n f e r i o r e s às do l i t o r a l , o encharcamento é v u l g a r . Das pequenas r i b e i r a s que atravessam a baixa, as mais importantes são a Laléroc e C a r l i l o , com regime temporário e não chegando se quer a a t i n g i r o l i t o r a l . A região compreende essencialmente formações aluvionares modernas e em menor 3 M. Mayer Gonçalves grau formações c o l u v i a i s . As r i b e i r a s , bem como as condições topográficas e c l i m á t i c a s , estarão na origem daqueles depósitos sedimentares. As formações aluvionares, – Quaternário recente - têm uma representação relativamente importante em Timor, principalmente na costa Sul da p r o v í n c i a e em p a r t i c u l a r na parte terminal dos cursos de água; na costa Norte ocupam uma menor superfície, bastante reduzida a Ocidente de Manatuto e sempre relacionada com a foz das r i b e i r a s . A baixa é rodeada por uma grande mancha sedimentar da série do T r i á s i c o – - J u r á s s i c o , com predominância de x i s t o s , margas, calcário se grés, e mostrando em pormenor muitas variações l i t o l ó g i c a s (6). Associados a esta série encontram-se alguns terraços f l u v i a i s , principalmente a Sudoeste, e em menor grau , formações sedimentares de possível origem marít i m a , na parte Leste, sobre as , quais instalaram por vezes r e c i f e s cor a l í f e r o s ; as elevações disseminadas na baixa pertencem a uma ou outra das formações r e f e r i d a s . De acordo com os agrupamentos definidos na carta de solos da ponta Leste da província, (4) os solos existentes nessas formações pertencerão fundamentalmente à unidade PCXd, Solos Calcários Pardos, delgados, de calcários associados a x i s t o s , e ao complexo CTE. 2.3. Clima Embora não seja possível u t i l i z a r elementos de 3 0 anos consecutivos, os dados existentes permitem formar uma ideia satisfatória das condições c l i m á t i c a s dominantes e tecer algumas considerações sobre a s mesmas. Os elementos u t i l i z a d o s referem-se aos períodos de 1 9 1 7 / 4 1 e 1 9 5 2 / 6 3 e são r e l a t i v o s ao Posto Meteorológico de Manatuto, situado junto ao l i t o r a l da área em estudo (3). O clima de Timor é claramente i s o t é r m i c o , sendo a precipitação o f a c t o r c l i m á t i c o mais n o t á v e l , (8) e a região de Manatuto não deixa de ser caracterizada por t a i s aspectos, apresentando-se ainda, relativamente ao conjunto da p r o v í n c i a , como uma das mais quentes e a de menor prec i p i t a ç ã o . A estação mais quente e chuvosa decorre de Novembro/Dezembro a A b r i l / M a i o , sob a i n f l u ê n c i a da monção de Noroeste e alisados do Nordeste, e a mais fresca e seca no período r e s t a n t e , correspondente à monção e alisados de Sueste. No Quadro 1 apresentam-se alguns elementos c l i m á t i c o s e na Figura 1, o diagrama ombro térmico, que se u t i l i z o u também para uma representação gráfica das temperaturas máxima e mínima e da humidade r e l a t i va. 4 Carta de solos da baixa de Manututo Quadro 1 Elementos climáticos r e l a t i v o s ao Posto Meteorológico de Manatuto Temperatura média do a r ( o C) Desvio da teme. média m e n . r e l . -- à med. anual ( o C) Meses media do ar Mensal Jan. Fev. Humid. R e l a t i v a (%) 24,7 0,6 78,0 28,1 28,0 28,2 31,5. 24,7 31,6 24,4 0,6 799 0 76,3 28,0 3 1 , 9 24,5 31,6 24,5 0,7 0,5 27,6 27,1 31,4 31,1 23,8 23,1 0,1 -0,4 26,8 26,1 26,9 30,9 29,9 30,6 22,7 22,3 23,2 Nov. Dez. 27,3 31,1 23,5 -0,7 -1,4 -0,6 -0,2 Ano 27,5 Jun. Jul. Ago. Set. Out. 2 7, 8 total mensal em % (mm) Max. Min. 31,5 Abr. Mai. Precipitação 3195 24,2 31,2 2.3,8 0,5 093 - N° de dias com precipitação _- 28,1 Mar. Precipitação 74,7 7390 72,0 70,0 103,1 da precip. anual R, 0,lmm 18,2 l0mm 4 791 15,4 8 4 83,2 1497 11,4 7 6 4 2 2 2 2 1 1 1 O 0 8 64,7 52,1 20 9 3 14,5 9,2 3,6 2,6 9,3 69,7 72,7 398 2 ,4 4,0 0,7 O 0,4 0,8 O 1 7490 30,4 5,4 3 2 7593 99 9 8 17,6 5 4 7490 565,4 100,0 45 22 6 0 - Humidade: médias de 1924/41 e 1952/63. 5 M. Mayer Gonçalves a. Temperatura do ar A temperatura média mensal, – média das temperaturas máxima e mínima é uniformemente a l t a e bastante regular ao longo do ano. Com uma média anual de 27,5°C, a amplitude média da variação anual é de 2,1°C entre A b r i l , mais 0,7°C, e Setembro, menos 1,4°C,respectivamente os meses mais quentes e mais f r i o ; os desvios são p o s i t i v o s de Dezembro a Junho e negativos no período r e s t a n t e . A amplitude média da variação diurna vai de 6,8 0 C em Janeiro e Fevereiro a 8,2°C em Agosto. Os valores extremos das temperaturas máximas verificam-se em A b r i l , com mais 0,7°C, e em Setembro, com menos 1,3°C; e os das mínimas em Janeiro e Fevereiro, mais 0,9°C, e em Setembro, menos 1 , 5 ° x . b. Humidade r e l a t i v a do ar Para uma média anual de 74%, r e l a t i v a a três observações d i á r i a s os valores mais elevados da humidade r e l a t i v a v e r i f i c a m - s e na época quente; com um máximo de 79% em Fevereiro, desde progressivamente até Agosto, onde atinge o mínimo de 69,3%, voltando a subir progressivamente até Fevereiro. c. Precipitação A estação chuvosa coincide com a estação quente. Iniciando-se em Novembro, comum máximo de 103,1 mm em Janeiro, decresce acentuadamente a p a r t i r de A b r i l / M a i o e apresenta valores muito baixos de Agosto a Outubro, com um mínimo de 2,4 mm em Setembro. Da precipitação média anual de 565,4 mm, a mais baixa de Timor, 77,3% caem durante um período de cinco meses, Dezembro: a A b r i l , correspondendo apenas 1,8% ao t r i m e s t r e mais seco. Ao número de dias com precipitação correspondem valores dos mais baixos da p r o v í n c i a . d. Classificação do clima De acordo com os valores médios anuais da temperatura do ar e da sua amplitude de variação, o clima de Manatuto é quente – oceânico; moderadamente chuvoso, mas próximo do semi-árido, pela p r e c i p i t a ç ã o ; e seco, embora próximo do húmido, no que se refere à humidade r e l a t i va do ar. Pela c l a s s i f i c a ç ã o de Koppen é do tipo BSwh’, clima seco de estepe, com p r e c i p i t a ç ã o durante a estação quente, quantidade média da mesma no mês mais seco i n f e r i o r a 10% da do mês mais chuvoso, e temper a t u r a média do ar no mês 6 Carta de solos da baixa de Manututo 7 M. Mayer Gonçalves mais f r i o superior a 18°C; se considerarmos a c l a s s i f i c a ç ã o de Thornthwaite é do t i p o E A ' d a ' , á r i d o , t r o p i c a l , c o m nulo ou pequeno excesso de água e pequena concentração térmica e s t iv a l ; e pela c l a s s i f i c a ç ã o b i o l ó g i c a de Bagnouls & Gaussen o clima é termoxeroquiménico acentuado, com curva térmica sempre p o s i t i v a , temperatura do mês mais f r i o superior a 15°C e 7 a 8 meses secos (11). 2.4. Vegetação Não e x i s t i n d o qualquer estudo pormenorizado da vegetação, as referências que se apresentam não podem deixar de t e r um carácter muito g e r a l . Resumidamente, pode considerar-se uma monotonia c a r a c t e r í s t i c a r e f l e c t i n d o em geral semelhanças de solo e clima; revestimento arbóreo escasso, dominando claramente uma vegetação do t i p o savana com c a r a c t e r í s t i c a s x e r o f í t i c a s , que se reduz nas encostas erosionadas das elevações dispersas ou desaparece quase por completo na zona onde a sal i n i d a d e atinge n í v e i s elevados. Rústica e pouco exigente quanto às c a r a c t e r í s t i c a s ecológicas, a purgueira, Jatropha turcas L . , é frequente ou quase sempre dominante; outras espécies de climas secos, como. Qpuntia sp. e Aloe sp., igualmente se notam em alguns l o c a i s . Em zonas onde a purgueira não e x i s t e , geralmente terrenos de hortas recentes, aparece a mandioca, Mau t i l i s s i m a P o h l . , mas as gramíneas predominam. Na vegetação arbórea as espécies mais vulgares são o Tamarindos indica L . , Zizyphus mauritiana Lam., Cocus, nucifera L . , Corypha , sp. e Acácia spp.; mais raramente se encontram alguns exemplares de Ficus sp., Casuarina sp. M a n g i f e r a i n d i c a L . , Bambusa v u l g a r i s Schrad., e nos solos arenosos junto ao l i t o r a l a Ipomoea sp. Predomina. 2.5. Aspectos económicos gerais Embora sede do concelho com menor densidade populacional, a povoação de Manatuto c o n s t i t u i o maior aglomerado a seguir à c a p i t a l da p r o v í n c i a , com cerca de 1 800 habitantes de um t o t a l de 4 500 r e l a t i v o ao Posto Sede . , caracterizado por um " h a b i t a t " concentrado. As p r i n c i p a i s vias de comunicação ligam Manatuto a D i l i , Baucau e ponta Leste da p r o v í n c i a , e com o i n t e r i o r através da estrada par a Laclubar, sendo as p o s s i b i l i d a d e s de circulação aumentadas pela existência de transporte marítimo. A economia da região baseia-se fundamentalmente na a g r i c u l t u ra e no pouco comércio com a mesma relacionado; a c u l t u r a d o p a r m o s , com uma produção no Posto Sede que raramente ultrapassa as 500 toneladas, ocupa lugar 8 Carta de solos da baixa de Manututo p r i m o r d i a l , seguida à distância pelas da mandioca e do milho. Na pecuária, o gado b u f a l i n o c o n s t i t u i ainda um factor imprescindível na preparação, do terreno para a o r i z i c u l t u r a . No campo i n d u s t r i a l , a cerâmica e o descasque de arroz ocupam as p r i n c i p a i s , senão únicas posições, e a extracção do sal subsiste apenas como actividade caseira e bastante rudimentar. 9