A1
ID: 43371391
01-08-2012
Tiragem: 2500
Pág: 20
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Mensal
Área: 23,83 x 32,01 cm²
Âmbito: Outros Assuntos
Corte: 1 de 2
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A APREN lançou o desafio e a Brandia Central foi certeira na criatividade:
nascia assim a campanha “Portugal precisa da nossa energia”. Sob a
forma de cartas abertas, não tem nada de convencional mas tem muito
de positivo. A propósito, António Gellweiler, da direção da associação,
explica a dificuldade de comunicar energias renováveis
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energia em www.ap
EXMO. SR. SECRETÁRIO GERAL DA DECO, DR.
JORGE MORGADO
Poderia dizer-se que, à semelhança de outras cartas que
a Defesa do Consumidor por certo costuma receber,
também esta é, rigorosamente falando, um pedido de
ajuda. Mas ao contrário de outras, a ajuda de que aqui
se fala terá que ser dada por todos. A começar pela
DECO. E a acabar nos consumidores. Razão pela qual
resolvemos inclui-los também.
Na energia como na vida existem dois tipos de coisas:
as urgentes - as que precisamos tratar o quanto antes,
para resolver algo no imediato; e as importantes aquelas que realmente fazem a diferença, não necessariamente hoje mas certamente durante
muito (mais) tempo. Urgente é, por
exemplo, falar do preço da electricidade. Porque é hoje que as famílias
não conseguem pagar, porque
é agora que a crise assim o obriga. Já importante é falar do futuro. Do preço que pagamos
ao estrangeiro pela importação de
petróleo, carvão e gás natural, da falta de sustentabilidade do consumo energético actual...
Ou, em menos palavras, de todas as outras urgências
que, mais tarde ou mais cedo, surgirão se limitarmos
a discussão do sector da energia à redução do preço
da tarifa.
Como decerto saberá - até porque a DECO integra desde
o início o Conselho Tarifário da Entidade Reguladora
dos Serviços Energéticos, tendo nesse âmbito promovido
activa e eficazmente a defesa dos direitos dos consumidores de electricidade - a manipulação administrativa
do preço da electricidade, verificada nos últimos anos,
não permitiu nem o desenvolvimento de um mercado de
retalho competitivo e transparente, nem que os custos das
várias opções de produção de electricidade (renováveis
e fósseis) pudessem ser correctamente comparados.
E é aqui que entra a APREN - a associação que representa
os produtores de electricidade renovável. Pronta e disponível para, em conjunto com a DECO, falar, esclarecer
e encontrar soluções para optimizar os preços no actual
mercado eléctrico liberalizado.
Mas acima de tudo, verdadeiramente empenhada
em incentivar a eficiência energética; em promover a utilização das novas tecnologias
que, com liberalização do mercado, permitam a participação activa dos consumidores nos mercados de energia; e abrir
caminho para produção descentralizada,
ajudando os consumidores a transformarem-se de agentes passivos em consumidores-produtores, como tem vindo a acontecer em vários países Europeus.
Até porque, como recordava muito recentemente
o presidente de uma das maiores empresas de
electricidade do mundo, o custo da electricidade produzida pelas centrais convencionais ou pelas eólicas é hoje muito semelhante,
encontrando-se num mesmo, estreito intervalo
de valores – intervalo esse que, entre outras
coisas, acaba por vir confirmar a competitividade do custo das energias renováveis.
Ou, em menos palavras, verdadeiramente empenhada
em, por um lado, esclarecer e facilitar – finalmente –
o acesso dos consumidores de electricidade às
vantagens decorrentes da liberalização, das novas
soluções e das novas tecnologias; e por outro em
convencer a DECO que está na hora de reforçar
ou mesmo reinventar a defesa dos consumidores,
à luz de um novo paradigma de sustentabilidade.
De onde decorre que falar da redução da factura
pode até ser urgente; mas não será, estamos em crer,
o mais importante para a defesa do consumidor.
Com os melhores cumprimentos,
António Sá da Costa
Presidente da APREN – Associação Portuguesa
de Energias Renováveis
FERNANDO
RUAS
DA ASSOCIAÇÃO NACION
AL DE MUNICÍPIOS PORTUG
UESES, DR.
Acaso esteja a pensar
que esta não é a forma
mais
simples de lhe fazer
chegar uma carta, permita-no
s
explicar: queremos falar
consigo do futuro de
Portugal.
Um futuro que passa,
necessariamente, pelo
futuro dos
Municípios. E, consequen
temente, pela energia
necessária
para os desenvolver.
Razão pela qual achámos
importante não só escrever-l
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s
(e Portugal) lessem também.
O ponto de partida é
simples: Portugal
precisa de fazer evoluir
a sua política
energética. Como vai
produzir, gastar,
e pagar a sua energia
doravante.
A crise, a Troika e a sustentabi
lidade
assim o obrigam.
Mas esta é uma análise
que, estamos
convictos, não pode
ser feita olhando apenas
e só para o sector da
electricidade renovável
e esquecendo tudo aquilo que
dele depende.
É preciso ter em conta,
por exemplo, que dele
dependem,
no caso das eólicas, mais
de 23 milhões de euros
(cerca
de 2,5% do volume de
vendas do produtor),
a pagar aos
Municípios em 2012
sob a forma de um imposto
especial pela exploração
de parques eólicos.
Ou que dele dependem
mais cerca de
16 milhões de euros
em rendas pagas
aos proprietários dos
terrenos – também
em 2012 – pela implantaç
ão de instalações de
produção de electricida
de renovável.
Ou ainda que dele dependem
– desde 2000 até aos
dias
de hoje – outros tantos
milhões de euros, investidos
pelos
produtores de electricida
de renovável em benefícios
e
benfeitorias um pouco
por todo o País, como
a reparação
de estradas, a colaboraçã
o com corpos de bombeiros
,
o apoio a iniciativas
culturais e escolares
ou a promoção de acções de preservaç
ão e enriquecimento
dos
habitats locais, como
acontece por exemplo
com a protecção do
Lobo Ibérico.
Ou seja, e em menos
palavras, é preciso
ter em conta que dele
depende – e em
boa medida – o desenvolvi
mento de
uma parte muito importante
do País,
e que nunca esse desenvolvi
mento
fez tanta falta como
agora. É isso que é
preciso ter em conta
sempre que estivermos a analisar o sector
da electricidade renovável
e a querer colocar em
causa as políticas que
o regem.
Isso e que, de facto, a
difusão pelo espaço nacional
da
produção de energia eléctrica
a partir de fontes renováveis
feita pelos associados
da APREN - a associação
que representa os produtores de
electricidade renovável
- tem constituído um importante
elemento de coesão territorial
e de
valorização de recursos
locais, não só através
do financiamento (directo ou indirecto),
mas também através
da
criação de empregos qualificado
s e diversificados,
de forma descentralizada,
atenuando (como
poucos sectores de actividade)
os custos
de interioridade e potenciand
o o crescimento
económico - e acima de
tudo socialmente
sustentado - do País.
O ponto de chegada,
pois, não é muito complicad
o
também: Portugal precisa
de fazer evoluir a sua
política energética - mas
precisa de o fazer com
a APREN e os Municípios
, de forma esclarecida
, transparente e objectiva, olhando
para os verdadeiros custos
e benefícios das políticas
públicas e não apenas
para
os prós e contras de
um sector isolado.
Com os melhores cumprime
ntos,
António Sá da Costa
Presidente da APREN
– Associação Portuguesa
de Energias Renovávei
s
Portugal precisa da nossa
energia.
Descubra todas as razões
pelas quais Portugal precisa
da nossa energia em www.apren
.pt
Portugal precisa da nossa energia.
Descubra todas as razões pelas quais Portugal precisa da nossa energia em www.apren.pt
Portugal foi, em 2011, o quinto
país da Europa com maior penetração de energias renováveis e
o segundo no aproveitamento da
energia eólica para produção de
eletricidade. São dados que, para
a associação do sector, a APREN,
devem alimentar o orgulho dos
portugueses. Tanto mais que –
acredita – este é um sector estratégico para promover o desenvolvimento necessário para que o
país saia da crise.
Não obstante as energias renováveis fazerem sobressair Portugal
no panorama europeu, a verdade
é que ainda impera o desconhecimento. António Gellweiler, membro da direção da APREN, reconhece que as mais-valias ambientais das renováveis estão amplamente divulgadas, mas lamenta
que o mesmo não aconteça com
os seus benefícios económicos.
Além do mais – critica – tem vindo a ser difundida a ideia de que
estas são energias caras, com um
sobrecusto e “rendas excessivas”,
termo que, aliás, considera totalmente desadequado. Ora, por
muito sensíveis que os portugueses sejam aos valores ambientais,
são mais sensíveis ainda ao momento de crise financeira que se
vive, o que resulta numa situação
desfavorável para a causa das renováveis.
Foi neste contexto que a associação se decidiu por uma campanha
de comunicação que desse a conhecer aos portugueses as vantagens das renováveis numa perspetiva mais abrangente do que a
produção de eletricidade. “Quere-
mos que as pessoas, quando se
fala em renováveis, pensem também no seu contributo para a economia, o ambiente, a indústria, os
municípios, as finanças e a educação”, sustenta António Gellweiler.
Esta é precisamente a mensagem
que está contida no slogan “Portugal precisa da nossa energia”.
“É sem dúvida um sector estratégico com potencial para promover
o desenvolvimento necessário
para sairmos da crise em que nos
encontramos. Somos solução e
não parte do problema, apesar de
muitas vezes quererem fazer passar o contrário”, adianta o responsável pela campanha.
Subjacente à decisão de comunicar estava a vontade de “passar
dados concretos e transparentes”, de fazer ouvir a APREN e a
sua causa “no meio de tanta desinformação e ideias preconcebidas”. Mas sempre pela positiva.
A associação abriu concurso e
a escolha recaiu sobre a Brandia
Central, pela “originalidade e eficácia, tanto na forma como no
conteúdo”, da sua proposta de
uma campanha desdobrada em
cartas abertas. “Decidimos então
escrever a um conjunto de pessoas importantes do nosso país, escolhidas por estarem relacionadas
com vários dos sectores aos quais
a eletricidade de origem renovável
tem impactos positivos”, explica, fazendo questão de sublinhar
que as cartas são “meramente
informativas”: “Não pedimos nem
reclamamos nada, apenas apresentamos factos e números incontornáveis”.
ID: 43371391
“É sem dúvida
um sector
estratégico com
potencial para
promover o
desenvolvimento
necessário para
sairmos da crise
em que nos
encontramos.
Somos solução
e não parte
do problema,
apesar de muitas
vezes quererem
fazer passar o
contrário”
01-08-2012
Mas serão cartas em forma de
publicidade uma forma eficaz de
comunicar nos dias de hoje? António Gellweiler acredita que sim,
tanto mais que a APREN queria
“uma campanha não convencional e que chamasse a atenção
no meio da poeira dos dias”. É
uma campanha que responde
aos muitos desafios que a associação enfrenta na área da
comunicação, confrontada com
“um assunto muito técnico, com
variadíssimas implicações e difícil de resumir em pouco tempo e
espaço”. E exatamente por esta
especificidade e complexidade
a campanha foi segmentada por
temas e a imprensa, enquanto
suporte principal, complementada com vídeos e rádio.
As redes sociais são igualmente
terreno fértil para passar a mensagem, desde logo porque “se
trata de uma ferramenta relativamente simples que abrange,
quantifica e qualifica uma grande
fração da população portuguesa”
que a APREN pretende tocar com
esta campanha.
Não se vai ficar por aqui, porém, a
presença nas novas plataformas:
a associação está apostada em
disponibilizar informação, por ter
verificado que “muita gente quer
saber mais mas não sabe onde
encontrar o que procura”. “Recebemos constantemente pedidos
de informação, e achamos importante que o nosso conhecimento
esteja disponível a todos, para
que possam tirar as suas próprias conclusões, desde que fundamentadas em informação não
deturpada. A transparência sempre foi uma das nossas maiores
bandeiras”, salienta Gellweiler.
Quanto à eficácia da campanha,
é de avaliação difícil, na medida
em que o que está a ser comunicado não é palpável nem vendável. “Estamos a comunicar ideias
e o nosso retorno é o feedback
favorável daqueles que reconhecem o valor e a importância
das energias renováveis”. E esse
tem chegado à APREN. E porque “Portugal precisa da nossa
energia”, a associação vai continuar a comunicar e informar, na
convicção de que as renováveis
“continuam a ter o carinho dos
portugueses”.
Tiragem: 2500
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País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Mensal
Área: 23,62 x 29,01 cm²
Âmbito: Outros Assuntos
Corte: 2 de 2
António Gellweiler, membro da direção da APREN
“Não pedimos nem reclamamos nada, apenas apresentamos factos e
números incontornáveis”
campanha
Carta aberta a...
Finanças, Ambiente, Economia, Custo, Municípios, Indústria e
Ciência são as seis áreas temáticas da campanha da APREN.
Correspondentemente, foram publicadas cartas abertas com a
mensagem “Portugal precisa da nossa energia” a:
> Vítor Gaspar, ministro das Finanças;
> Assunção Cristas, ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território;
> Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia e das Finanças;
> Jorge Morgado, secretário-geral da DECO;
> Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional
de Município Portugueses;
> António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial
de Portugal;
> António Rendas, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.
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A verdade de uma campanha