OS PRIMÓRDIOS DE UMA ABORDAGEM: A EXPERIÊNCIA DA IMPLANTAÇÃO DE ESTRATÉGIA DO CUIDADO
EM GENÉTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
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Autores
Instituição
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Ada Maria Farias Sousa Borges , Raquel Oliveira Barbosa , Nilo Jobson Morais Martins , Anderson
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Pontes Arruda , Erlane Marques Ribeiro
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ESTÁCIO-FMJ - FACULDADE DE MEDICINA ESTÁCIO DE JUAZEIRO DO NORTE (AV TENENTE
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RAIMUNDO ROCHA 515, CIDADE UNIVERSITÁRIA, JUAZEIRO DO NORTE, CE), HIAS - HOSPITAL
INFANTIL ALBERT SABIN (RUA TERTULIANO SALES 544, FORTALEZA, CE)
Resumo
OBJETIVOS
Busca-se apresentar estratégia de abordagem na atenção primária de pessoas com alguma condição ou doença
genética ou sob investigação das mesmas, em UBS (unidade básica de saúde) do município de Juazeiro do Norte,
Ceará,
Brasil.
MÉTODOS
Trata-se de estudo quantitativo, descritivo, transversal e retrospectivo acerca dos atendimentos realizados em
genética comunitária em ESF (estratégia saúde da família) no interior do Ceará.
RESULTADOS
A abordagem aplicada na UBS VIII, Tiradentes, consistiu inicialmente na conscientização da equipe de saúde,
através de aula teórica expositiva acerca do conhecimento básico em genética, abordando conceitos como “O que é
genética?”, hereditariedade, código genético, variabilidade, genótipo, fenótipo e instruindo acerca do reconhecimento
de grandes grupos de doenças genéticas, sobretudo na identificação e encaminhamento de indivíduos/famílias com
grandes malformações, deformidades, dismorfismos, história de doença familiar e casamento consanguíneo. A etapa
seguinte consistiu em aula teórica com o grupo de internos de medicina em estágio na unidade, sob monitorização e
instrução do MFC (médico de família e comunidade) e em parceria com médica geneticista. Em sequência, incluiu-se
na agenda de atendimento semanal as pessoas encaminhadas pelos ACS (agentes comunitários de saúde) e casos
de doenças familiares frequentes no programa brasileiro de saúde pública, identificados em outros atendimentos.
Desde a implementação da abordagem na referida UBS, em fevereiro de 2015 ao início de abril do mesmo ano,
foram realizados cerca de 12 consultas e beneficiadas 7 famílias, alguns probandos levaram à investigação de outros
indivíduos da mesma genealogia. Foram identificadas 4 pessoas com síndrome alcoólica fetal/espectro do álcool
sobre o feto, 2 com fenda palatina, 1 caso de displasia esquelética, 1 de dismorfismo mínimo (polidactilia), 2
adolescentes com deficiência intelectual associada a dismorfismo facial e 1 caso de teratogenicidade (rubéola). Após
a avaliação e caracterização inicial, os indivíduos foram encaminhados para o ambulatório de genética em serviço de
atenção secundária.
CONCLUSÃO
Em grande parte do Brasil, a abordagem em genética na atenção primária ainda desponta para uma realidade de
práticas ínfimas, limitadas e sobretudo, incapaz de atender às reais necessidades da população; por ser a porta de
entrada para o SUS (sistema único de saúde), a capacitação da equipe de UBS no reconhecimento,
encaminhamento e manejo adequado dos casos, é preponderante para intervenções precoces no diagnóstico,
cuidado e prognóstico dos indivíduos. Estratégias como a descrita devem ser traçadas a fim de permitir a expansão
do acesso e conhecimento em genética médica na realidade de saúde pública no Nordeste brasileiro e em tantas
áreas no país, que permanecem isoladas de geneticistas e políticas afins.
Palavras-chaves: Genética comunitária, Genética na atenção primária, Genética em saúde pública, Políticas em
genética, Estratégias em genética comunitária
Agência de Fomento:
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