PUBLlCAçAO DA ASSOCIAÇAO NACIONAL DOS PROCURADORES . Ano 11I- DA REPOBLlCA fevlmarço . 83 _ ".0 7 Um· ano sem Pedro Jorge Carta ao leitor Pela primeira vez na história da Associação Nacional dos Procuradores da República, os membros, que se abrigam neste importante setor do Ministério Público, terão duas chapas concorrendo ao pleito que indicará a nova direção da entidade. No próximo dia 5 de abril, irão se realizar eleições da ANPR, de onde sairão os dirigentes que terão sob sua responsabilidade, no biênio 83/84, a condução da defesa dos interesses dos Procuradores e, por isso mesmo, os da coletividade. Sem dúvida, o fato de governos oposicionistas estarem instalados nos palácios dos estados economicamente mais importantes da União, já é motivo de esperança, pelo menos no sentido de se esperar uma diversificado na visão Executiva, com \istas a d .•r soluções rápidas aos problemas,mais imediatos pelos quais atravessa o Pais .•. E um destes problemas está estritamente ligado aos próprios Procuradores da República que, não tendo garantias suficientes, sofrem as mais diversas pressões, para realizarem o trabalho que a 'constituiç50 lhes designou. Exemplo.trágico e triste é o do Procurador da República em Pernambuco, Pedra Jorge ce \Iela e Silva, assassinado vilmente depois de ter sido afastado do processo em que denunciava os implicados na fraude de CrS' 1,5 milhão, praticada contra a agência do Banco do Brasil, em Floresta, Pernambuco, caso este que ficou conhecido como "Escândalo da Mandioca". E mais, um ano após o homicicio, apesar do sofrimento da viúva e filhos, das vãs lamentações dos colegas Procuradores e do desejo de justiça da população, os assassinos continuam à solta. A população clama por justiça e, os já atingidos por esta, chamados ironicamente de "reeducandos", submergem, ainda mais, dentro das superlotadas penitenciárias, enquanto esperam não só uma maior agilização dos seus respectivos processos como também uma melho ria na condição de vida carcerária. Por outro lado, o problema da terra já chegou há muito tempo aos mais recónditos rincões desta República, como é o caso das reservas indígenas e da própria Amazônia. No entanto, nas próprias capitais, há problemas que ainda esperam solução, como é o caso do "Extinto Aldeamento de São Miguel e Guarulhos", onde moram cerca de quatro milhões de habitantes. Destes, os quais compraram terrenos, descobriram pouco tempo depois que suas propriedades eram griladas, e, o pior, encontram os órgãos competentes, impotentes, por falta de recursos, para solucionar a questão. Ainda no que diz respeito ao momento político atual que o País atravessa, Atlbaia, estância paulista, dá um exemplo de como deve agir a população na defesa de seus interesses. O Tombamento da Serra da Pedra Grande se constitui numa vitória da comunidade atibaiense, vitória esta 'llcançada através de uma intensa e vibrante mobilização lJopular. Dessa forma, a participação dos jovens da cidade nas sessões públicas da Câmara é um passo importante para a democratização das decisões. Enfim, por uma rara coincidência, os Procuradores da República têm a grata satisfação de escolher entre duas chapas concorrentes a melhor alternativa para poder se identificar, de uma vez por todas, com os anseias da população, de uma forma independente e, por isso mesmo, atuar de acordo com o momento histórico que vive o País: a caminhada firme até atingir uma plena democraCia. Atuação PrDclll'8dl'ia I'IW ONDE ESTAO OS ? CULPADOS • Um ano após o trágico episódio ocorrido nas ruas de Olinda, nada mudou. Apesar das contundentes provas arroladas no decorrer do processo, os autores do crime permanecem impunes. Max Schiff 'ev/março . 83 "A primeira coisa que a Procuradoria deveria ter feito em relação ao "Escândalo da Mandioca" seria a cobertura a Pedro Jorge, porque na verdade a causa não era dele e sim da União. Agindo como agiu, a Procuradoria abriu as portas para o crime. Agora, pouco adiantam as homengens que estão sendo feitas. Ele está morto." Maria da Graça, viúva do Procurador assassinado, mãe de duas filhas, uma de 5 e outra de 4 anos, demonstra assim, a indignação sentida pelo descaso com que a Procuradoria Geral da República agiu em relação ao processo. ca, Henrique Fagundes Filho, acredita que o assassinato do Procurador está diretamente ligado a desvinculação do mesmo do caso que conduzia, o que gerou as condições propícias para que o crime fosse cometido. lega uma esperança de justiça, uma esperança de que os autores do homicídio sejam efetivamente e exemplarmente condenados, a fim de demonstrar a toda sociedade que a Justiça realmente se fez presente" . "O afastamento de Pedro Jorge significou exatamente a sua morte, vinte e quatro horas antes do tiro que o prostou. Enfim, o afastamento do colega significou a exteriorização de que ele estava desprotegido. Entre o requerimento elaborado por um dos denunciados pelo Procurador, desejando afastá-Io e a defesa do colega assassinado, deu-se unicamente respaldo às palavras do réu, co-autor do desfalque praticado contra o erário público", explica Fagundes. No entanto, Samir Haddad, delegado da ANPR no Piauí, não vê com bons olhos o desfecho desse processo. Na sua opinião precisam ser tomadas certas medidas para evitar que se repitam os mesmos fatores que geraram a sentença de impronúncia. Haddad entende que é necessário o desaforamento do processo para outro local afim de que haja clima propício para o julgamento. Pedro Jorge, na opinião da viúva, era um homem simples, pacato, amigo de todos, pessoa de fácil convivência. Não se prendia às coisas materiais, and,ava Na opinião do presidente da ANPR, despreocupadamente, sem pensar 'que . a morte de Pedro Jorge deve ser encaratalvez fosse melhor se proteger dos hoda por dois aspectos: a da instabilidade mens, dos mesmos homens que sempre do Procurador da República e a represcativou com seu modo honesto, íntegro, sincero de ser. "Ele era um homem mui- são ao crime. Nesse tocante, a morte de to bom, dedicado a profissão, pai de fa- Pedro Jorge atesta a frágil estabilidade mília exemplar, não tinha porque ser ví- do Procurador da República quando se tima de tanta brutalidade" , diz com voz admite a possibilidade de ser dispensado da condução de determinado inquérito entristecida a viúva. ou de oficiar determinado processo, Muito se falou desse crime e a opinião "conferindo-se a condução ou esse ofípública de todo país acompanhou com cio a um Procurador da República espeinteresse o desenrolar do "Escândalo", cialmente designado pela Procuradoria que culminou no bárbaro assassinato e Geral" . na posterior confissão de Elias Nunes Além disso, o assassinato comprova, Nogueira frente às camêras da TV ainda, a injuridicidade do afastamento GLOBO. Nessa ocasião o pistoleiro rede Pedro Jorge ante a inexistência de velou friamente e com detalhes, a emmotivos reais. Este elemento deve ser boscada de que-foi vítima o Procurador da República. No entanto, a despeito de justificado em lei, para que um ProCIItodos esses fatos, Maria da Graça mos- rador seja destituído da condução de qualquer processo. "A morte de Peàro tra-se cética em relação às possibilidaJorge veio a significar um alerta contra des de que seja feita justiça, e declara: essa circunstância, que ainda existe so"Eu não acredito em punição dos culbrea cabeça de todos nós", enfatiza Fapados". gundes. ESPERANÇA DE JUSTIÇA O presidente da ANPR - Associação Nacional dos Procuradores da Repúbli- "O outro aspecto da questão - segue ele - atenta para a repressão ao crime, para a condenação dos denunciados pelo assassinato. Significa a morte do co- "O caminho legal mais coerente é que o Ministério Público lute pelo desaforamento. Essa medida deve partir do representante do MPF encarregado do feito, no caso, o promotor Aristides Junqueira", disse ele. Se essas medidas não forem adotadas, Haddad acredita que o julgamento acontecerá num clima desfavorável e totalmente parcial. "É evidente que o corpo de jurados não terá parcialidade pa- ra julgar o caso, devido ao clima de inquietação e influência no ânimo dos mesmos. A absurda sentença de impronúncia é uma prova disso". Desta forma, a mort~ de Pedro Jorge representa o fato mais conhecido, mas os Procuradores, de forma geral, arrastam consigo a falta de garantias para o pleno exercício do seu dever. "Da form:l que foi o Pedro Jorge,. poderia ter sido qualquer outro elemento da classe, e isso trouxe a realidade de que a instituição está à mercê dos' criminosos", en fatiza O Procurador. PLACA DE BRONZE Os formandos de Direito da Universidade Federal do Piaui, da turma de 1982, prestaram homenagem póstuma a Pedro Jorge, escolhendo-o como patrono da turma. Foi confeccionada uma placa de bronze com o nome dos formandos e o nome do Procurador, placa esta que foi afixada no pátio da Universidade. Maria da Graça, viúva de Pedro Jorge, compareceu à formatura e a inauguração da placa, em Teresina, Piaui. Missa celebrada no últitn:J dia 3 de março, na Igreja Rosário dos Pretos, no centro de Recife, em memória a Pedro Jorge. O ato religioso foi realizado por iniciativa da ANPR e da Procuradora da República, Dalva Campos. Nn l!l fila, MarÚl da Graça, sua filha Roberla e os Procuradores Lineu &rges e Nereu Pereira 3 E L F / >C·O E ..s Atuação , A PRATICA ,. DEMOCRATICA .. DOS PROCURADORES ~- -~--.--- --_.:~.:.- .... / / Jorge Gonzalez No próximo dia 5 de abril, os procuradpres da República irão às urnas para eleger os membros da Diretoria e delegados para o biênio /983/ 1984. Duas chapas concorrem ao pleito: a de n." / é encabeçada pelo procurador Henrique Fagundes Filho, (SP) candidato à presidência, que tem como acompanhantes Antônio Fernando Barros e Silva de Souz<J(PR), para a Vice-presidência; José Ribamar de Castro Viana (DF), Dir. de Secretário; Pedro S. Yannou/is (SP), para Dir. Tesoureiro; Juarez E. XaVler Tavares (RJ), para Dir. de Divulgação e. ainda, Cláudio Manoel Alves (SP) e Maria Caetana Santos Bittencourt (BA), para a primeira e segunda suplências, respectivamente. A Chapa n.02 tem como candidato à presidência o Procurador Miguel Frauzino Pereira (DF); para a vice presidência aparece o nome de Aristides Junqueira Alvarenga (DF); e ainda Wagner Gonçalves (Df), para Dir. de Secretaria; Palllo Eva/do Costa (DF), para Dir. Tesoureiro: Petrônio Maranhão Gomes de Sá (SP) para Dir. de Divulgação: João Leoni Taveira (DF), para a /.0 suplência; e Washington Bolívar de Brito Júnior (DF), para a 2.0 suplência. AS NORMAS Deliberando nos termos do artigo /5 de Estatuto, a diretoria da ANPR, baixou várias instruções para coleta e apuração dos votos referentes à eleição, como o horário de realização das mesmas, que será das nove (9) da manhã até às /7 horas, nas Procuradorias da Repúbica nos Estados e no Distrito Federal, perante o delegado da ANPR, na localidade. 8 Em cada local de votação os sócios que se encontrem em condições de exercer o direito de voto, encontrarão duas cédulas de votação: uma para a eleição da Diretoria e outra para a de De/egado (a chapa para a eleição da diretoria é incindível (art. /3 dos Estatutos), mas a escolha do Delegado independe daquele). Aos associados que se encontrem no exterior por motivos de serviço ou estudo, serão encaminhadas cédulas e envelope de votação, bem como a sobrecarta especial para a remessa do voto à Junta Apuradora e, os sócios em trânsito, tamlfém poderão votar devendo o Delegado de Mesa, para isso, r~istrar o fato em ata. :. No mesmo dia da eleição, os diversos delegados, uma vez encerradas as listas de presença, inutilizando previamente os espaços em branco, remeterão para São Paulo as sobrecartas de votação, cerradas; a ata dos trabalhos; e a lista de presença dos associados. RECEPÇÃO E APURAÇÃO No dia /3 de abril, às 9 horas da manhã, em São Paulo, será aberta a Caixa Postal onde chegarão os envelopes, na presença de pelo menos três diretores da ANPR não participantes das chapas concorrentes à eleição da diretoria. Uma vez lavrada a ata e assinada pelos presentes, após abertura da caixa, três elementos da diretoria Não Impedidos, portarão, até Brasília, sob sua guarda, os envelopes remetidos pelas localidades origem, cuidando para que não sejam abertos nem violados, e lá entregarão formalmente à Junta Apuradora. Pela primei:ra vez dUlJSchapas disPutam a direção da ANPR e, sep'n~ Q releaçao, o cand~~"~o JUU&o Henrique Fogundes F. (ver entrevista) dG a ind,ependênCUl entidade está em j?~o. A chapa Pa opoSIÇ~, embora convidada, n~ fez chegar ~ redaçao de Atuação, a sUeI plataforma, #li. • para que fosse publicada. As sobrecartas, ainda cerradas e já conferidas em seu número com o de votantes subscritos, das listas de votação, serão depositadas em uma única urna, de forma a impedir a identificação do Estado ou da localidade de origem dos votos, garantindo, assim, a inviolabilidade dos sufrágios, e, finalmente apurados os votos. A Junta de Apuração será constituída pelos seguintes associados: Álvaro Augusto Ribeiro Costa, Anlldyr de Mendonça Rodrigues, Haroldo Ferraz da Nóbrega, um diretor da ANPR, não impedido, que exercerá as funções de Presidente. Findos os trabalhos de apuração, o Presidente da Junta proclamará, imediatamente, os resultados da eleição e os vencedores· tomarão posse no mês de maio. / ao Judiciário e aos poderes Públicos de forma geral. De uma maneira genérica, pode-se dizer que o o País está vivendo, como você vê as eleições ponto principal numa reforma constitucional diz na ANPR? Auaç.ão-Em meio à atual situação ..,olítica que Henrique Fagunde: ~ilho - B n, a chapa respeito à escolha do procurador Geral da Repúbli<>a,diz respeito à escolha dos subprocuradores geque for vencedora, deverá em primeiro lugar trabarais da República e a garantia, na função, do Pro, Ihar pela dignificação do Ministério Público Fede- curador da República, de modo a impedir o seu ra\, a nível constitucional. J- :oefala e\--entemente afastamento, seja territorial, seja apenas funcional, numa reforma constitucion;, numa r va Constimelhor dizendo, seja impedindo a remoção do Protuinte. IssO é coisa que tem sido admitiao até pelos curador de um Estado para outro, ou impedindo o· ministros da área militar, que sempre foram os últiafastamento desse ou daquele processo. mos a aceitar essas mudança Hoje é f. ) incontesAtuação _ Concretamente, o que vocês propõem te, e o próprio procurador ( Rel"'úbli('já fala em para efetivar essa mudança? reforma constitucional. HFF _ O que a ANPR fez, pelo menos na minha· , É preciso que não se perca - COl \ ') em outras vegestão, foi conscientizar os possíveis constituintes, , zes em que houve alteração r texto cor itucionalos possíveis componentes de um corpo destinado à a oportunidade de se dotar' V1inistérÍl Público de reforma constitucional, da necessidade imperiosa normas capazes de dignificá-lo, p'feservando a sua verdadeira independência, a sua ~lltonomia frente _~;~;~;;;;;;;;;;;;;;;;;;;::::::=== "Épre " que não se perca - co caso que houve alteraç _ mo outras vezes em ar texto" o M,nistério P "'bl" ' a oportunidade de sea:o~o Constitucional nonnas u "'CO de ~apazes de dignificá-Io pres ~ ,ndependência , a Sl!-aauto ' nonUa eroanuo ao Jutl" "'"eara "" f ren tae sua "verd.at:l aos acaano e Poderes Públicos de forma geral " .!.A~tu~a~çã!20 de se escolher o Procurador da República, na lista tríplice, da necessidade do mandato do Procurador Geral por determinado prazo e até mesmo, por que não dizer, o que é a maior aspiração da classe, a possibilidade de destituição do Procurador Geral, ou, pelo menos, a apresentação de uma moção de desconfiança, quando este agir com abuso de poder na condução do Ministério Público Federal. É bom lembrar que nossos congressos (Camboriú, Vitória, São José dos Campos) aprovaram princípios que merecem uma consagração constitucional como a irredutibilidade de vencimentos, a inamobilidade, a aposentadoria do PGR, após 30 anos de serviços. Há outros aspectos na reforma constitucional que deverão ser considerados: a dotação de meios eficazes de combate a determinados delitos, para proposituras de determinadas ações civis, principalmente aqueles que ferem interesses coletivos, ou interesses difusos. Nesta época em que se fala em abertura política, em que se renova a discussão a cerca dos direitos e garantias individuais, é preciso que esses direitos e garantias tenham meios eficazes de resguardo. Numa época em que tanto se fala em preservação do meio ambiente, em que se criam delegacias de defesa do consumidor, é preciso que tanto o consumidor quanto o meio ambiente tenham meios eficazes de defesa, que devem ser conferidos, ao meu ver, ao MPF principalmente. Atuação - A propósito de abuso do poder e de moção de desconfiança, a ANPR criticou bastante o afastamento do Procurador Pedro Jorge da condução do processo do "escândalo da mandioca". Este teria sido um caso de moção de desconfiança? HFF - O que a ANPR criticou na época foi o afastamento de Pedro Jorge do caso. O afastamento de um Procurador da República da condução de um processo é um fato gravíssimo que só pode acontecer em circunstâncias que maculem a instituição, que possam tornar a instituição diminuída aos olhos do povo e a situações que possam comprometer a própria instituição ou por que o PGR esteja agindo com abuso do poder. A ANPR entendeu que no caso de Pedro Jorge, nada disso acontecera e, mais ainda, que não havia sequer sido dada oportunidade de defesa. E verdade que Pedro Jorge mandou um oficio ao PGR defendendo-se das imputações feitas mas, não houve sequer uma motivação, uma justificativa para o afastamento do colega. De modos que isso foi combatido pela ANPR e o será sempre que ocorrer. Atuação - Como a sua chapa vê o moment~ atual brasileiro? HFF - No momento em que o Governo Federal procede a abertura democrática, entendemos que isso significa dizer que os interesses que serão considerados preferencialmente são os interesses de uma coletividade que prevalecerão sobre os interesses individuais ou mesmo os interesses de segurança do Estado, que sempre foram a tônica desses governos revolucionários. A idéia que se tinha era que se precisava preservar o Estado. Hoje, já não se tem mais essa idéia e se tem uma outra concepção, a de que é preciso preservar os direitos do cidadão. Quanto a isso é preci-so que uma nova Carta coloque um organismo que dê meios a essa defesa (o MPF). Atuação - Em que consiste a Reforma Estatutária i da ANPR que vocês defendem? \;,1:., ••. ' ")",, _. _ ,-",>..A." HFF - A reforma estatutária para a agilização da ANPR consiste na criação de pelo menos mais dois cargos de vice-presidente, com funções hoje pertinentes ao presidente. Dessa maneira nós deslocariamos essa concentração de poderes e de funções, de misteres e de trabalhos que existem hoje nas mãos de uma pessoa só. Isso simplificaria o trabalho, aliviaria a carga que pesa sobre o presidente e dinamizaria a Associação. Atuação - Vocês propõem também a criação da Associação Latino-Americana dos Procuradores. Como se daria isso? HFF - Eu encaro o MPF como um organismo que 'tem correspondência com inúmeros outros paises do mundo. Mais singularmente com todos os paises americanos em que há, evidentcl1)ente, nuances típicas de uma nação para outra. E preciso que haja uma troca de informações, um intercâmbio cultural entre os Procuradores, a fim de que sejam aproveitadas as experiências satisfatórias havidas num país.Em resumo,queo MPFacabe escolhendo das generalidades das nações aquilo que de melhor existe nos organismos similares, afastando, extirpando, aquilo que de prejudicial exista em seu próprio organismo. Outro aspecto da criação da ALAPR é o aspecto da defesa dos d;reitos, das prerrogativas ..c!95.PRs. Existe no Brasil a ANPR, melhor seria que exisilsse-' a ALAPR que melhor conseguiria a defesa do que se fizesse mister nas prerrogativas do Procurador e da própria instituição. Atuação - Em que pé estão as gestões para se conseguir a verba honorária que, aliás, faz parte de sua plataforma? HFF - Na última gestão houveram estudos preliminares e a composição de um anteprojeto que foi levado ao presidente da República através da Casa Civil. O ministro chefe da Casa Civil oficiou ao ministro do Planejamento, Delfim Neto, dizendo do interesse da concessão da verba honorária por quanto a verba aludia a um reclamo já antigo da classe e por outro, dinamiza e agiliza a cobrança da dívida antiga Essa verba honorária será conferida aos Procuradores da República, aos Procuradores da Fazenda e aos promotores públicos, que, no interior, cobram aPlanejamento, dívida ativa da União Federal. Secretaria do o ministro chefe daNaSeplan acabou dizendo que o anteprojeto tinha condições de prosseguir conquanto se esper.asse uma reforma salarial; e devolveu esse processo administrativo à Casa Civil e, de lá, deverá ir ao Ministério da Fazenda e ao Ministério da Justiça. Se obtivemos êxito nesses dois ministérios, esse anteprojeto tornar-se-á realidade. Atuação - Como você vê o jornal? HFF - O jornal Atuação é o único veículo coIl) que nós contamos para o contato com o público. E através do jornal que nós levamos as nossas pretenções, as nossas justas reivindicações, os nossos anseios aos deputados, senadores, aos empresários, aos ministros do Estado, secretários de Estado, Procuradores, etc., a gente que compõe o poder de decisão do País. Dessa forma, o jornal é indispensável à própria existência da Associação. Atuação - Finalmente, quais as atividades imediatas que vocês farão, caso sejam reeleitos? HFF - Imediatamente, estaremos totalmente voltados à organização do próximo Congresso da entidade, que deverá acontecer no fim do mês de abril ou começo do mês de maio. ,,".L~"c.-tJ,1h_ .•._~~._;,1,.".;.~~5'l".k:-'&~D~,§_~';§I!4!!'U;~oi"~~