1
Efeito da acupuntura na melhora do paciente com quadro álgico de lesão
de menisco medial
Rafaela Gomes Pinheiro 1
[email protected]
Dayana Pricila Maia Mejia2
Pós-graduação em Acupuntura – Faculdade Ávila
Resumo
Este trabalho tem como objetivo aprimorar os conhecimentos sobre o efeito da acupuntura
na melhora do paciente com quadro álgico no joelho de lesão de menisco medial. O
tratamento com acupuntura busca integrar a cura de diversas enfermidades através da
aplicação de agulhas, que proporcionam estímulos através da pele em pontos específicos. A
acupuntura é uma técnica que possui princípios de tratamento diferentes, com relação aos
tratamentos do mundo ocidental. Esta técnica demonstra-se eficaz quando utilizada como
forma de tratamento para analgesia, devido contribuir para a diminuição do quadro álgico a
o que contribui para a redução da utilização de fármacos. Devido aos bons resultados
alcançados com a acupuntura, a Organização Mundial de Saúde listou as várias patologias
que podem ser tratadas através desta técnica, que hoje é reconhecida como especialidade.
Contudo este trabalho busca apresentar uma revisão bibliográfica sobre as condutas de
aplicações clínicas e os resultados fisiológicos atingidos com a acupuntura em quadro
álgico, determinando assim os pontos utilizados para alcançar reversão do quadro instalado
Esta pesquisa foi realizada em bases de dados eletrônicas por palavra-chave, durante o
período de novembro de 2011 a março de 2012.
Palavras-chave: Lesão de Menisco medial; acupuntura; quadro álgico.
1. Introdução
O presente trabalho consiste em descrever a estrutura complexa que forma o joelho, contudo
busca-se explicar minuciosamente como esta articulação é composta, enfatizando as
superfícies articulares, como ocorre o movimento, considerando o conjunto de músculos que
associados aos movimentos tem a sua importância para a funcionalidade e estabilização da
articulação, incluindo também a contribuição dos ligamentos, que possuem participação na
formação da articulação. Uma das grandes ênfases deste trabalho se retrata aos meniscos, que
estão inclusos na composição do joelho, sendo estes expostos com maior evidencia devido a
elaboração de o tema possuir relação com o acometimento dessa estrutura. Aborda-se o
surgimento do quadro álgico e toda a formação do processo de transmissão do estímulo lesivo
e da sensação álgica. De acordo com o processo álgico, descreve-se os dois tipos de algias, as
suas diferenças e finalidades, assim justificando sua causa-efeito e a evolução para a
instalação do sintoma, identificando as alterações fisiológicas e comportamentais.
Como complemento, foi acrescentado ao trabalho a história de como inicio-se a acupuntura,
afim de agregar conhecimentos embasados nessa medicina antiga, o seu surgimento, suas
1
Pós-graduanda em acupuntura-Faculdade Ávila
Orientadora: Fisioterapeuta, Especialista, em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e
Direito em Saúde.
2
2
considerações e finalidades como forma de tratamento. Exaltando todo o processo de
descoberta da acupuntura, destacando seu início na China, e sua dissipação pelo ocidente,
demonstrando o decorrer de sua história e sua evolução, do seu início até evidencias que
justificassem a eficácia da aplicação de agulhas nos dias de hoje.
Inclui-se também a pesquisa, a diferença que a acupuntura possui da medicina ocidental,
abordando como um todo a explicação da teoria do TAO, de modo a descrever em que
corresponde todo o seu conceito e sua teoria, afim de enfatizar a função da acupuntura e as
suas propriedades satisfatórias que levam ao progresso de patologias tanto em condições
físicas como em condições mentais, com isso busca-se apontar os bons resultados da
acupuntura no tratamento das algias, enfatizando o seu efeito através do opióides endógenos,
sendo melhor explicado no decorrer do trabalho.
A acupuntura integra pontos de grande importância que justificam a sua aplicação e
promovem uma ligação com as terminações nervosas sensórias da pele assim possibilitando
uma grande estimulação direta com Sistema Nervoso Central, para a elaboração desta
pesquisa foram escolhidos 3 pontos, ponto do fígado 8, o bexiga 40, e o rim 10. Estes
descritos de forma mais detalhada com seu conceito, sendo justificado a sua utilização
2. Estruturas anatômicas do joelho
A articulação do joelho é uma estrutura complexa, que consiste em três superfícies articulares,
uma intermediária que fica entre a patela e o fêmur, a outra que é lateral, e a terceira medial
que fica entre os côndilos femorais e tibiais. Essa articulação é considerada do tipo gínglimo,
pois permite que ocorra rotação (MOORE,1992). O fêmur se articula com a tíbia, por isso
apresenta seus côndilos arredondados. O côndilo lateral apresenta-se de forma mais protusa,
possuindo uma extensão maior de superfície articular em relação ao côndilo medial, essa
protusão torna-se importante para que a patela não sofra luxações lateralmente.
As superfícies superiores da tíbia, determinadas por platôs, possuem uma forma achatada,
com uma estrutura fibrocartilagínea do menisco, repousa sobre sua superfície, assim
permitindo um melhor deslizamento com o fêmur (WALLACE et al.,1993; AMATUZZI et
al.,2003).
Quando ocorre o movimento na articulação, nos graus iniciais da flexão há um rolamento do
fêmur sobre a tíbia. Durante os 20º do movimento, junto com o rolamento, o fêmur move-se
sobre a tíbia, e ao final da flexão ocorre apenas um deslizamento do fêmur sobre a tíbia. Na
extensão ocorre a rotação externa da tíbia em conseqüência da região do côndilo medial ser
maior proporcionando uma rotação no fim do movimento (WALLACE et al.,1993).
O conjunto de músculos do joelho realizam os movimentos de flexão e extensão do mesmo,
além de promover a estabilidade para articulação (KENDALL et al.,1995).
Na parte anterior localiza-se o quadríceps, que é constituído por sete músculos: reto femoral
(ou reto da coxa), vasto medial, vasto medial oblíquo, vasto lateral, vasto lateral oblíquo,
vasto intermédio e articular do joelho. Todos estes músculos cruzam a superfície anterior da
articulação e realizam o movimento de extensão do joelho (KENDALL et al,1995) .
Na parte posterior encontra-se os músculos ísquio-tibiais que realizam a flexão do joelho,
sendo constituídos pelos os músculos semimembranoso, semitendíneo e bíceps femoral
(WEBER e WARE, 2000). O músculos poplíteos também contribuem na flexão do joelho,
assim como o gastrocnêmico que possui a função primaria na articulação do tornozelo sendo
um músculo bi –articular , também atua na flexão da articulação (KENDALL et al.,1995)
A estabilidade da articulação do joelho é realizada através dos músculos e ligamentos. Sendo
os músculos estabilizadores dinâmicos, e os ligamentos estabilizadores estáticos. Os
estabilizadores estáticos são determinados pelo ligamento cruzado anterior, o ligamento
cruzado posterior, o ligamento colateral lateral e o ligamento colateral medial, estes
3
considerados mecanorreceptores por serem inervados por terminações nervosas sensitivas.
Assim possuindo função sensitiva, e produzindo reflexos que impedem movimentos que
venham lesionar o joelho, através da condução de impulsos aferentes ao Sistema Nervoso
Central (MACNICOL, 2002 ; SOLOMON et al., 2002). Há também os ligamentos, poplíteo e
o oblíquo posterior, que restringem os movimentos mais complexos com a hiperextensão do
joelho e a translação ântero-medial da Tibia.
Os meniscos são estruturas fibrocartilaginosas que também fazem parte desta articulação,
situam-se entre a cartilagem articular do fêmur e da tíbia fixados pelos ligamentos coronários,
uma faixa fibrosa delgada, que também é conhecida como ligamento transverso do joelho,
assim permitindo o movimento do fêmur sobre a tíbia (WALLACE et al., 1993; MCCARTY
et al, 2002).
Os meniscos são constituídos 75% de água e fibras de colágeno sendo 90% do tipo I, e em
menores quantidades do tipo II, III, V e proteínas de não colágeno e fibrocondrócitos
(BARBER; CLICK, 1997).
O menisco medial possui sua forma em C, fixa-se e ao ligamento colateral medial, insere-se a
cápsula, patela, ligamento cruzado anterior e ao músculo semimembranoso, estando mais
sujeito a sofrer lesões devido aos grandes impactos que são conduzidos ao compartimento
medial do joelho. O menisco lateral tem seu formato em “O”, possui uma maior mobilidade,
devido ter menos inserções. Os dois meniscos possuem inserções comuns como na cápsula,
músculo poplíteo e ligamento cruzado posterior (SOLOMON et al., 2002; MCCARTY et
al,2002)
Há diversas funções importantes dos meniscos como a transmissão de carga devido sua
estrutura ser viscoelástica , sendo rígida à deformações .Os meniscos conduzem 50 a 60% de
carga compressiva na articulação do joelho para a sustentação de peso, ao movimento de
flexão essa carga aumenta de 85 a 90% ( FUKUBAYOSHI ; KUROSAWA, 1980). Outra
função importante é a absorção de choques, na qual o menisco com sua estrutura viscoelástica
ajuda na absorção de forças compressivas na articulação (MARRISON, 1970)
A lubrificação articular ocorre devido aos meniscos favorecerem a compressão do líquido
sinovial dentro da cartilagem, assim diminuindo as forças e a fricção na sustentação de peso.
(RENSTROM; JOHNSON 1990)
A estabilidade articular é realizada pelos meniscos que aprofundam a depressão tibial, o que
aumenta a estabilidade durante as rotações e o estresse em varo e valgo (RENSTROM;
JOHNSON 1990; WANG, WALKER,1974).
Ao movimentar o joelho os meniscos deslizam sobre a superfície tibial com os côndilos
femorais mantendo a sintonia articular. O fêmur associado ao menisco deslizam
anteriormente sobre a tíbia durante o movimento de extensão e posteriormente na flexão
(KAPANDJI, 1970; NORKING; LEVANGIE, 1992). Cada menisco possui sua estrutura
fixada ao côndilo femoral, acompanhando o movimento do fêmur, e os movimentos entre a
tíbia e o fêmur podem levar a distorção da estrutura.
2.1 Conceito de lesão e classificação das lesões de menisco
Caracteriza-se a lesão como uma alteração ou deformidade tecidual, podendo acometer os
vários níveis de tecidos e células. De fato as lesões ocorrem devido a uma desarmonia
fisiológica ou mecânica, em função a um trauma direto ou indireto, devido o uso excessivo
durante um determinado exercício, ou em casos de movimentos realizados de forma
inadequada. (WHITING, ZERNICKE, 2001)
Como todas as estruturas anatômicas que compõem uma articulação , o menisco está sujeito
a traumas e ao envelhecimento. As lesões no menisco podem ocorrer de um trauma
rotacional ou por flexão,de um processo degenerativo na articulação , ou de uma lesão
4
decorrente da falência estrutural progressiva, sem relação com trauma ou processo
degenerativo (CARNANHO; HERNANDEZ; BITAR,DERNANGE; 2006).
As lesões meniscais são comuns em traumas rotacionais do joelho sob compressão,
podendo ser de forma isolada ou podendo ocorrer rupturas ligamentares e a patologias
condrais. Esses tipos de lesões são raras na prática ortopédica. As lesões no meniscos são
mais propícias durante a prática esportiva. Nas afecções dos meniscos, o local mais sujeito a
acometimentos é o corno posterior do menisco medial, tendo com maior freqüência as
rupturas longitudinais (MAJEWSKI, HALBET , STEINBRUCK ,2006).
Nos estudos (METCALF; BARRETT, 2004) as lesões do menisco acometem os homens com
maior freqüência. Dentre as formas de lesões meniscais observou-se, que pacientes com o
joelho estável, 39% foram lesões periféricas, sendo o corno posterior dos meniscos o mais
atingido. As lesões mediais isoladas com 73%, e as lesões menicais laterais isoladas com
19%. Sendo observado que as mais comuns foram as lesões horizontais associada a lesões
complexas. Já nas lesões longitudinais e alça de balde resultou-se em 19%.
Há duas formas de classificar as lesões no menisco, uma através da localização da
vascularização, e a outra pelo padrão da lesão, tendo como referencia a aparência da lesão. A
localização através da vascularização é investigado o segmento atingido, dando origem assim
a 3 tipos de lesão, a primeira é a lesão na zona vermelha, que é uma zona periférica e bastante
vascularizada, a segunda é na zona branca, sendo essa mais centra e avascular, e a última na
zona intermédia sendo somente irrigada na parte periférica. Esta classificação tem uma grande
importância na cicatrização, devido a área de melhor vascularização ter maior potencial de
cicatrização e reparação na lesão (INSALL ; SCOTT, 2001).
Na classificação através do padrão da lesão ocorre em 5 formas, sendo esta mais utilizada.
Essas lesões podem ocorrer de forma longitudinais simples, duplas ou triplas; radiais; “flaps”
horizontais; complexas. (GUTIERRES ; RIBEIRO ; CABRAL ,1998).
Nas lesões longitudinais, o corno posterior do menisco é mais atingido, a tensão na parte
central dos meniscos é muito maior, tendo em vista que as roturas em asa de cesto se torna
muito comum.As lesões mais complexas, podem ocorrer nos meniscos em fase degenerativa,
em decorrência do envelhecimento, mesmo em que o tecido se encontre saudável. (INSALL ;
SCOTT, 2001).
2.2 Conceito e formação do quadro álgico.
O quadro álgico é um sintoma que abrange uma condição complexa, e que leva o indivíduo a
incapacidade e inabilidade (TEXEIRA; CORREIA; PIMENTA, 1994). É o sintoma que alerta
o indivíduo para a necessidade da procura de assistência médica (TURK; MELZACK,1992).
São vários os motivos que podem promover o agravo de uma algia aguda ou crônica, o seu
acometimento indefere de qualquer região do mundo ou de qualquer faixa etária (TEXEIRA;
MARCON; ROCHA; FIQUEIRÓ, 1999).
A algia é uma experiência sensorial e emocional de caráter desagradável provocada por lesão
tissular, ou atribuída a tal. Fisiologicamente funciona como sinal de alerta desencadeando
reações de defesa e preservação, tendo importante função de defesa. A sensação álgica é
distribuída por estímulos intensos e potencialmente lesivos, que ativam os nociceptores,
acometem o tecido e ocasiona um processo inflamatório humoral e celular, assim ocorrendo
a liberação de mediadores químicos como a Bradicinina, Prostaglandinas, IL-1, NO e
substância P (OLIVERA; 2001.)
Os mediadores por sua vez promovem modificações vasculares e imunológicas inflamatórias,
acionando os nociceptores como a Bradicinina, ou reduzindo o limiar de excitabilidade, como
a prostaglandina E e a prostaglandina I. Os mediadores pró-inflamatórios (algogênicos) e de
mediadores antiinflamatórios (opióides periféricos) tem como resposta uma condição da
5
sensibilidade do nociceptor. Com isso há uma condução diminuída da excitabilidade dos
nociceptores no local do tecido. A estimulação nos nociceptores, não é associada com a
intensidade que ocorre o estímulo lesivo, mas à nível do processo inflamatório no local.O
estímulo propagado no nociceptor é transmitida através das fibras nociceptivas finas (Camielínicas e Adeltamielinizadas finas), onde o corpo celular encontra-se
no gânglio
sensorial da raiz dorsal e seu fim é na medula espinhal ou núcleo sensitivo do trigêmeo, e daí
prossegue para a Formação Reticular, Tálamo e Córtex. A ativação nociceptiva propagada no
corno posterior medular é dissipada sobre duas populações celulares distintas, os neurônios da
lâmina I e os da lâmina V. Essas duas populações recebem tanto ativação nociceptiva quanto
a não-nociceptiva, através desse processo é gerado os neurônios de largo espectro, surgindo
assim às fibras espino-talâmicas e espino-reticulares que exercem a função de propagação da
estimulação nociceptiva para o tronco cerebral e tálamo. Além desses dois mecanismos, um
sistema próprio-espinhal é conduzido pela substância cinzenta associado a metâmeros
vizinhos, adquirindo a função de conduzir estimulação nociceptiva para a Formação Reticular
do Tronco, quando ocorre lesão nos sistemas primários, por conseguinte as fibras
neoespinotalâmicas se encaixam para o núcleo ventro-póstero-lateral do tálamo, e daí para o
neo-córtex somato-sensorial. Este mecanismo é oligossináptico, direto, e atua com uma menor
modulação inibitória estando em conjunto com a percepção que interage como um
componente
(componente neuro-sensorial) da algia e sua análise cognitiva
(OLIVEIRA,2001).
2.3 Classificação das algias
Clinicamente pode-se dizer que há dois tipos de algia, aguda e crônica. Afirma-se que a aguda
possui caráter fisiológico, é dissipada por lesão corporal, e tem como responsabilidade
indicar alerta e defesa de forma garantir a preservação da vida. Possui curta duração,
provocada por estimulação nociceptiva periférica ou reação inflamatória, possuindo relação
com causa- efeito. A algia crônica é de caráter patológico, não possui ligação com causaefeito bem esclarecida, assim não tendo um motivo periférico que justifique, é insidiosa e não
tem função de alerta ou defesa, com sua evolução leva a incapacidade contribuindo para a
alteração dos sistemas centrais de nocicepção, que desencadeiam sua progressiva
centralização, está presente na ausência de lesão real, gerando modificações persistentes no
comportamento psicomotor, que pode acarretar a instalação da incapacidade física e mental .
Com isso conclui-se que a algia na fase aguda, é eficaz e funcional para a preservação, já a
algia crônica, patológica, é inútil e incapacitante (OLIVERA, 2001).
2.4 História da acupuntura
A acupuntura através de agulhas busca a arte da cura, redução de dores, e melhorar a
qualidade de vida, fazendo assim parte da Medicina Tradicional Chinesa, é considerada como
um tratamento médico raro, e mais antigo do mundo (CLAUDINO, 2009).
Devido a acupuntura ser uma medicina antiga, não há fatos ou registros que digam ao certo
como ocorreu seu surgimento. Como fato inicial conta-se que um chinês guerreiro, ao
retornar de uma batalha, obteve a cura de uma doença, devido ter sofrido algumas flechadas.
Em decorrência deste fato, sábios desta época realizaram pesquisas de modo a descobrir o que
teria levado a cura desta doença, e chegaram a conclusão de que os locais do corpo em que o
guerreiro teria sofrido as flechadas havia correlação com uma antiga doença. Com isso mais
pesquisas foram realizadas de formas intermináveis ate os dias de hoje. (MORI; 2006).
6
Também há, a teoria de que a acupuntura tenha sido ensinada por extraterrestres, devido os
habitantes da terra não possuírem conhecimentos sobre a mesma (FISHIE; 2002).
A teoria da acupuntura baseia-se no TAO, o qual acredita que no universo há duas forças
antagônicas, que devem manter uma mesma sintonia, com igual intensidade de força para que
ocorra o equilíbrio. Todo ser vivo (humano, animal ou vegetal) tem sua energia primordial,
chamada Qi (pronuncia-se tchi) esta energia abrange a divisão de um universo: o yin e yang.
Yin tem como princípio que o aspecto material e interno, já o yang é a demonstração da
matéria exteriormente para as pessoas que não possuem grande entendimento sobre o assunto
esse conceito yin/yang é fundamental para a execução da acupuntura (YAMAMURA; 2001).
Para que a saúde possa possuir um bom funcionamento, tem que haver o equilíbrio entre essas
duas forças que são antagônicas, mesmo havendo essa condição oposta, cria-se um equilíbrio
harmônico e dinâmico entre o yin e o yang, cada um com sua função, em um mesmo nível
energético, um produz controle sobre o outro. No caso de não ocorrer esta sintonia entre
essas duas forças, há um desequilíbrio, ocasionando assim o surgimento das doenças, a
acupuntura por sua vez exerce o equilíbrio natural (YAMAMURA; 2001).
A palavra acupuntura possui derivação dos radicais latinos acus e pungere, que resulta-se em
agulha e puncionar, como forma de tratamento a acupuntura a acupuntura busca a cura das
patologias através da aplicação de agulhas que promove estímulos sobre a pele, no qual a
aplicação de agulhas ocorre em pontos estratégicos. (WEN, 1985; JAGGAR, 1992;
SCHOEN, 1993) chamados acupontos. Esta terapia possui condições reflexas, onde a
aplicação das agulhas em uma determinada área promove estímulos em outras áreas.Com isso
a acupuntura utiliza-se de estímulo nociceptivo (LUNDEBERG, 1993).
Com a evolução da acupuntura, no decorrer dos anos de execução da sua prática para
benefícios da saúde foram determinados os acupontos (RISTOL, 1997). Os acupontos
possuem relação com as terminações nervosas sensoriais em determinadas regiões da pele,
onde ocorre uma relação íntima com nervos, vasos sangüíneos, tendões, periósteos e cápsulas
articulares (WU, 1990).
Alguns estudos apontam com grande evidencia a presença de plexos nervosos, elementos
vasculares e feixes musculares como forma de condução de estímulos nos acupontos. Outros
receptores encapsulados, principalmente o órgão de Golgi do tendão e bulbos terminais de
Krause também possuem uma participação para que ocorra a transmissão desses impulsos.
(HWANG, 1992).
2.5 Benefícios da acupuntura no tratamento do quadro álgico
As doenças na acupuntura são diagnosticadas de forma diferentes de como é diagnosticada as
no Ocidente. Na acupuntura a doença não de forma rotulada, e sim uma doença que ocorre
devido algum desequilíbrio onde o doente necessita de um tratamento geral, de forma a
estebalecer o equilíbrio como um todo. A única forma de não se tratar um paciente na
acupuntura desta forma é nos casos onde o paciente possui o sintoma de algia, onde o
tratamento da analgesia através da acupuntura busca exterminar o sintoma de algia. É natural
que no tratamento da acupuntura o paciente tenha uma sensação de bem estar durante ou após
as sessões, onde o paciente relata uma leveza que muitas vezes se torna difícil de se descrever.
A explicação que pode justificar essa sensação é o fato de a acupuntura promover a liberação
de endorfinas pelo organismo, durante o tratamento. Pode considerar que os pontos utilizados
na aplicação de agulhas são determinados pelo o trajeto de cada meridiano, que permite uma
condução de impulsos com o meio interno do organismo (STUX; 2005).
Para (HOPWOOD, 2001) o tratamento da acupuntura para o alívio de algias está embasado
em numerosos estudos clínicos, assim enfatizando que o tratamento da acupuntura promove
um efeito potente com relação ao quadro de algias.A acupuntura ganhou credibilidade no
7
Ocidente por ser muito eficaz no tratamento de algias, independente do fator de origens.
Sendo estes efeitos a ênfase para demonstrar os mecanismos que levam a analgesia da
acupuntura. A grande justificativa se baseia no papel dos opióides endógenos neste
mecanismo. Com o decorrer dos anos o cérebro desenvolveu sistemas complexos de
modulação, em relação ao aumento ou diminuição da percepção do quadro álgico. Sendo de
suma importancia o sistema opióide que se assemelha à morfina, e o sistema não opióide de
analgesia. Onde os neurotransmissores que exercem a função na percepção da algia.
A acupuntura tornou-se eficaz no alívio das algias devido a descoberta dos opióides
endógenos. Assim tornando a descoberta mais fidedigna, trazendo uma explicação mais
concreta em termos ocidentais correlacionando o efeito da sensibilidade na algia
(HOPWOOD, 2001).
Na acupuntura a analgesia ocorre através da estimulação de nervos que possuem pequenos
diâmetros. Por conseguinte esses nervos transmitem mensagens à medula espinhal,que
promovem uma ativação nos neurônios do tronco cerebral, que localizam-se na área cinzenta
periaquedutal e do hipotálamo. Com isso ocorre a transmissão dos mecanismos de opióides
endógenos.Em decorrência desse processo ocorre mudança no nível plasmático ou liquórico
deendorfinas, encefalinas e hormônios relacionados ao estresse, podendo referir-se ao
hormônio adrenocorticotrófico (CENICEROS; BROWN 1998).
Há também outro processo que atua na ação da acupuntura, que pode ocorrer através da
estimulação da expressão genética de neuropeptídeos (KOU; BELL;GAREUS ; PACHECOLÓPEZ ; GOEBE ;SPAHN; STRATMAN ; JANSSEN ; SCHEDLOWSKI ; DOBOS, 2005).
Para (MELZACK,1994) acupuntura é a dor inibindo a dor que tem como estimulação de
sistemas moduladores, de grande importância como os opióides, noradrenérgicos,
serotoninérgicos. Há também outros neurotransmissores que atuam na analgesia, como a
vasopressina, adenosina, somatostatina, angiotensia, oxitocina, substancia P, o ácido
aminobutírico, a dopamina e a colecistocinina-8,entre outros, sinérgica ou antagonicamente.
A atuação dos diversos neurotransmissores implica na estimulação de diversos núcleos e
centros nervosos que são mapeados pela expressão de genes induzidos pela falta de fatoresde
transição (c-Fos,C-jun e CREB) demosntrando assim um aumento na atividade neuronal.
A inibição através dos opióides endógenos ativados pela acupuntura utiliza encefalinas e
dimorfina-A para inibir o processo nociceptivo na medula espinhal , encefalinas e
endorfinano mesencéfalo, onde é estimulado o mecanismo inibitório rostrocaudal sediado no
núcleo magno da rafe e o loco cerúleo, distribuindo serotonina e noradrenalina na medula
espinhal e deflagra endorfina co-liberada comACTH pelo eixo do hipotálamo-hipofisário no
líquido cefalorraquidiano e na circulação sistêmica. A analgesia pelos opióides endógenos
produz grande eficácia na acupuntura (POMERANZ, 1994).
2.6 Pontos para o tratamento
O ponto fígado 8 encontra-se na face medial do joelho, na extremidade interna da prega
poplítea, bem na margem posterior do epicôndilo medial da tíbia na depressão da margem
anterior das inserções dos músculos semimembranoso e semitendíneo. Denominado como
ponto HE mar do canal do fígado,este ponto é utilizado para tonificar o canal do fígado.
Anatomicamente é revestido por pele,tecido subcutâneo, ramos cutâneos dos nervos
obturatório e safeno, com fibras do 4º nervo lombar [L4]; veia safena magna, músculo
sartório, ramos musculares do nervo femoral, tendão do músculo grácil, músculo
semimembranáceo, ramos do nervo tibial,cabeça medial do músculo gastrocnêmio, artérias e
veias poplíteas. Possui a função energética de harmonizar e tonificar o Qi do fígado e do
sangue, também tonifica a função dos rins, promovendo o relaxamento de tendões e
músculos, executa o trabalho dos Luo. Promove o fortalecimento do Qi do joelho, dissipa o
8
yang que se encontra em excesso no fígado, exerce a tonificação e melhor circulação do Qi da
bexiga e a dissociação da umidade diminuindo o calor. Este ponto é indicado para afecções
geniturinárias, vaginite, prostatite, prolapso uterino, menstruação irregular, dor e prurido nos
genitais externos, espermatorréia, impotência sexual, disminorréia, leucorréia, dor pélvica,dor
no baixo ventre, infertilidade, hérnia inguinal (dor), disúria, retenção urinária, urina turva,
nefrite, edema e afecções do joelho e suas partes moles, sensação de queimação, dor,
hemorróidea, hemorragia intestinal, enterite, disenteria, doença hepática e biliar, cirrose
hepática, esquizofrenia e histeria.Tem como indicação tradicional em casos de prolapso
uterino, prurido, distensão dos genitais externos, dor no pênis, disúria, disenteria, e gonalgia
(MARTINS, GARCIA, 2003).
Para (WEN, 1985) o fígado 8 é indicado em casos de infecções no urogenital, ptose do útero,
coceira na área genital, dor suprapúbica, dor na região ingüinal, frigidez e periartrite no
joelho.
Segundo (LIAN, CHEN, HAMMES, KOLSTER, 2005) indicam o ponto fígado 8 para
certos distúrbios ginecológicos, sobretudo prurido vulvar, disfunção sexual masculina, dor e
movimento limitado da articulação do joelhoe da extremidade inferior.
Nos estudos de (FREIRE, 2008) o ponto de fígado 8 tem a finalidade de tratar prolapso
uterino, dor no ventre, espermatorréia, prurido nos genitais externos, hemorragias intestinais,
prostatite, impotencia sexual, patologias hepáticas e biliares.
Também inclui-se para o tratamento o ponto Bexiga 40, que se encontra ao meio da fossa
poplítea, sob uma depressão tos tecidos moles, o ponto encontra-se na prega do joelho ao
movimento de flexão entre os tendões do músculo bíceps femoral e semitendíneo.
Denominado como ponto HE mar da bexiga, este ponto é utilizado para dispensar o calor
perverso dos membros. Anatomicamente este ponto percorre o nervo cutâneo femoral
posterior, ramificando-se com as fibras do 2o nervo sacral, a veia safena entre a cabeça medial
e lateral do músculo gastrocnêmio, contém ainda ramos do nervo femoral das fibras do 1 o e 2o
nervos sacrais, parte proximal do nervo cutâneo sural medial, ramo do nervo tibial com fibras
do 4o nervo lombar ao 3o sacral. O aprofundamento da inserção pode aproximar-se a artéria e
veia poplíteas, sua função energética é produzir o relaxamento dos músculos e tendões,
contudo desobstruindo os vasos sanguíneos e eliminando estase de sangue. Reduz o calor, e o
calor que possa haver no sangue, tranqüiliza o feto, dispersa o vento perverso, diminui a
rigidez e fortalece os joelhos e a lombar. Promove a resolução do calor e da umidade e clareia
o calor do verão. Este ponto é indicado para lombalgia, entorse lombar aguda, ciatalgia,
dorsalgia, resfriado, atrofia muscular, paralisia no caso de transtorno motor de membros
inferiores, transtornos motores da articulação do quadril, dor, artrite do joelho, insolação,
exaustão pelo calor, hemiplegia, gastroenterite aguda, colite espasmódica, polaciúria, disúria,
dor como contratura no cavo poplíteo, gonalgia, vômito, diarreia, dor abdominal, erisipela,
doenças da pele, acidente vascular cerebral, convulções, febre e delírio. Como indicação
tradicional é apliacado em coma por acidente vascular cerebral, hemiplegia, rigidez e dor
lombar, convulsões, lepra, febre intermitente, carbúnculo,e dor em torção de tórax e de
abdômen (MARTINS; GARCIA, 2003). Para (WEN, 1985) o bexiga 40 é indicado em dor e
rigidez na nuca e braquialgia.
Nos estudos de (LIAN, CHEN, HAMMES, KOLSTER, 2005) indicam o ponto bexiga 40
para perda de consciência repentina, doenças cerebrais e vasculares cerebrais , em perdas de
movimento, dores e cãibras na extremidade inferior e gastrenterite. Segundo (FREIRE, 2008)
acredita que o ponto bexiga 40 é indicado para tratar pericardite, tosse, asma, nevralgia
intercoistais.
Há também o ponto rim 10 que está localizado ao fim da dobra medial da fossa poplítea, com
o joelho flexionado sobre a linha da articulação medial, entre os tendões dos músculos
9
semitendinoso e semimembranoso assim localizado no ponto médio do Fígado 8 e o Bexiga
40. Denominado ponto HE mar do canal do rim, tedo a finalidade de movimentação da água.
Na anatomia descreve-se o ramo do nervo cutâneo obtutatório, ligando-se as fibras do 3o
nervo lombar. Conecta-se também ao ramo do nervo tibial e as fibras do 5o nervo lombar e a
1o sacral, conseqüentemente percorrendo o músculo gastrocnêmio, cabeça medial, ramo do
nervo medial, ligamento cruzado posterior artéria e veia superiores mediais do joelho.
Tem como função energética a tonificação o yin Qi do rim, ou seja a função do rim, contudo
tonificação do rim promove o fortalecimento do Qi e expele a umidade e retira o calor
perverso do Jiao inferior. Sua indicação se faz em casos de impotência sexual, patologia do
aparelho urogenital, blenorragia, dor peniana, sangramento uterino, vaginite , inflamação dos
grandes lábios, distúrbios de micção, retenção de urina, disúria, frequência urinária,
intumescimento e dores no joelho e cavo poplíteo, artrite do joelho, dores do baixo ventre,
hérnia inguinal, convulsões, e até em casos de doenças mentais como a esquizofrenia
(MARTINS, GARCIA 2003).
Nos estudos de (WEN, 1985) o ponto rim 10 é indicado em casos de dores no joelho, edema
na perna, ascite,distúrbio urogenital,Disúria, hemorragia uterina, dor genital e comportamento
maníaco.
Para (LIAN, CHEN, HAMMES, KOLSTER, 2005) é indicado o ponto rim 10 para o
tratamento disfunção sexual masculina como nos casos de impotência, hemorragia uterina
disfuncional anovulatória e dor em articulação.
Segundo (FREIRE, 2008) o ponto rim 10 possui a finalidade de tratar caos de impotência
sexual, hérnia, hemorragia uterina, retenção de urina, dor e intumescimento do joelho e da
fossa poplítea.
Nos estudos de (NOLETO, 2003) sugere o ponto bexiga 40, para tratar a algia no joelho
através de ponto local, nesse mesmo estudo ele indica a união dos pontos bexiga 40, rim 10, e
fígado 8 em associação a outros pontos para tratar enfermidades que venham acometer tanto
a articulação do joelho como as do cotovelo.
3. Método
O presente trabalho foi desenvolvido através de um uma revisão bibliográfica, realizada entre
novembro de 2011 a março de 2012. As informações e dados que serviram como base para a
elaboração desta pesquisa, foi obtida através de livros-texto e de artigos científicos
publicados, localizados através de fonte como Lilacs, Pubmed, Scielo, Google academic. A
busca nos bancos de dados foi realizada utilizando às terminologias: acupuntura; tratamento
com acupuntura, algia; tratamento para algia; anatomia do joelho; menisco; lesão de menisco
e história da acupuntura. Todo material colhido foi analisado e estudado, servindo como base
para elaboração do trabalho.. A pesquisa dos artigos foi realizada entre
dezembro de 2011 a março de 2012. Os critérios de inclusão para o estudo foi realizado
através de uma abordagem do tratamento da acupuntura na algia, e a reverção do quadro
álgico através da acupuntra. Foram excluídos estudos que relatavam o emprego de outras
modalidades de tratamento que não fossem com a acupuntura. Logo em seguida, buscou-se
estudar e compreender os principais parâmetros e forma de aplicação empregados nos estudos
encontrados, de acordo com os pontos escilhidos como forma de tratamento, e bases
fisiológicas para justificar a sua utilização, bem como o mecanismo pelo qual acupuntura
atua no tratamento do quadro álgico. Foram utilizados 49 artigos científicos, correspondentes
ao intervalo de 1970 a 2009.
10
4. Resultados e Discussão
AUTORES
(MARTINS, GARCIA,2003)
(WEN, 1985)
(LIAN, CHEN, HAMMES,
KOLSTER, 2005)
INDICAÇÕES F8
afecções geniturinárias,
vaginite, prostatite,
prolapso uterino,
menstruação irregular,
dor e prurido nos genitais
externos, espermatorréia,
impotência sexual,
disminorréia, leucorréia,
dor pélvica,dor no baixo
ventre, infertilidade,
hérnia inguinal (dor),
disúria, retenção urinária,
urina turva, nefrite,
edema e afecções do
joelho e suas partes
moles, sensação de
queimação, dor,
hemorróidea, hemorragia
intestinal, enterite,
disenteria, doença
hepática e biliar, cirrose
hepática, esquizofrenia e
histeria.
infecções no urogenital, ptose
do útero, coceira na área
genital, dor suprapúbica,
dor na região ingüinal,
frigidez e periartrite no
joelho.
distúrbios ginecológicos,
sobretudo prurido vulvar,
disfunção sexual
masculina, dor e
movimento limitado da
articulação do joelho e
da extremidade inferior.
INDICAÇÕES B40
lombalgia, entorse lombar
aguda, ciatalgia,
dorsalgia, resfriado,
atrofia muscular, paralisia
no caso de transtorno
motor de membros
inferiores, transtornos
motores da articulação do
quadril, dor, artrite do
joelho, insolação,
exaustão pelo calor,
hemiplegia, gastroenterite
aguda, colite
espasmódica, polaciúria,
disúria, dor como
contratura no cavo
poplíteo, gonalgia,
vômito, diarreia, dor
abdominal, erisipela,
doenças da pele, acidente
vascular cerebral,
convulções, febre e
delírio.
dor e rigidez na nuca e
braquialgia
perda de consciência
repentina, doenças
cerebrais e vasculares
cerebrais , em perdas de
movimento, dores e
cãibras na extremidade
inferior e gastrenterite.
INDICAÇÕES R10
impotência sexual, patologia
do aparelho urogenital,
blenorragia, dor peniana,
sangramento uterino,
vaginite , inflamação dos
grandes lábios, distúrbios
de micção, retenção de
urina, disúria, frequência
urinária, intumescimento
e dores no joelho e cavo
poplíteo, artrite do joelho,
dores do baixo ventre,
hérnia inguinal,
convulsões, e até em
casos de doenças mentais
como a esquizofrenia
dores no joelho, edema na
perna, ascite,distúrbio
urogenital,Disúria,
hemorragia uterina, dor
genital e comportamento
maníaco.
tratamento disfunção sexual
masculina como nos
casos de impotência,
hemorragia uterina
disfuncional anovulatória
e dores em articulação.
.
(FREIRE, 2008)
prolapso uterino, dor no
ventre, espermatorréia,
prurido nos genitais
externos, hemorragias
intestinais, prostatite,
impotencia sexual,
patologias hepáticas e
biliares.
pericardite, tosse, asma,
nevralgia intercoistais.
impotência sexual, hérnia,
hemorragia uterina,
retenção de urina, dor e
intumescimento do
joelho e da fossa
poplítea
11
enfermidades que venham
acometer tanto a
articulação do joelho
como as do cotovelo.
enfermidades que venham
acometer tanto a
articulação do joelho
como as do cotovelo.
enfermidades que venham
acometer tanto a
articulação do joelho
como as do cotovelo.
(NOLETO, 2003)
Tabela 1- Indicações dos pontos para tratamento.
É de comum acordo entre os autores (MARTINS ,GARCIA, 2003; NOLETO, 2003) que o
uso do acuponto rim 10 é um o meio eficaz e que possui aplicabilidade clínica, uma vez que
proporciona a redução de edema e dos processos envolvidos nas efermidades do joelho. Este
mesmo ponto foi de comum acordo entre os autores, sendo o ponto rim 10 indicado tanto
para algia em articulações como nos joelhos. (LIAN, CHEN, HAMMES, KOLSTER, 2005;
WEN, 1985).
Nos estudos de (MARTINS, GARCIA, 2003; NOLETO, 2003) demonstraram a indicação do
ponto fígado 8 como meio de tratamento para edema , enfermidades do joelho e suas partes
moles. Para (WEN, 1985) o ponto fígado 8 é efetivo no tratamento de periartrite no joelho ,
sendo este também uma enfermidade que acomete o joelho. Para (LIAN, CHEN, HAMMES,
KOLSTER, 2005) o fígado 8 é indicado somente em casos de dor e movimento limitado da
articulação do joelho.
Segundo (YAMURA,2001) a acupuntura é um tratamento milenar, sendo de grande eficácia
para enfermidades que venham acometer o joelho. A Medicina Chinesa, relata que esta
articulação representa um meio de localização para que ocorra a condução do QI do plano
superficial para o profundo, e vice-versa. Devido a este fato, esta articulação é acometida com
frequência por bloqueios e estagnações de QI e XUE (sangue), levando a quadros álgicos,
processos inflamatórios e infecciosos, neoformação óssea como a artrose e osteoporose.
Nos estudos de (MACIOCIA,1996) demonstraram que os pontos Rim 10 e Fígado 8 possui
correlação devido o rim governar a medula espinhal e o ossos. Quando o rim possui a essência
(jing) fortalecida é natural que os ossos também estarão fortalecidos. O quadro álgico no
joelho apresentado neste estudo é ocasionado devido ao desequilíbrio do jing do Rim ou do
yin do Rim, associando a este fato a sobrecarga de trabalho, estresse emocional, preocupação,
tristeza, raiva, irritação, distúrbios psíquicos e alimentação, podendo está correlacionados ou
não são fatores etiológicos que podem levar ao desequilíbrio yin do rim, quando acometem o
canal de energia do Fígado.
Este desequilíbrio ocorre devido a uma uma obstrução e estagnação de Qi (energia), em
associação a obstrução e estagnação de XUE (sangue). Isto procede devido a invasão do vento
frio perverso que acomete o rim promovendo uma quadro de deficiência. Consequentemente o
rim em determinada deficiência não exerce a sua função de nutrir o Fígado, que permite o
escape do vento interno yang, que se origina do fogo do Fígado (YAMURA,2001).
Para (MACIOCIA,1996) quando ocorre algum fator que ocasione uma obstrução na
circulação do Qi (energia) dos Meridianos promoverá um quadro álgico, assim o quadro
formado é do tipo cheio, “Se os Meridianos estiverem livres, não haverá dor, se os Meridianos
estiverem obstruídos haverá dor”.
Dos autores citados, apenas um não abordou a utilização do ponto fígado 8, não dando a
devida importância a tais fatores. De acordo com os autores citados, todos relataram a
indicação do ponto rim 10 como tratamento para fatores que venham acometer diretamente a
articulação do joelho.
Para (MARTINS ,GARCIA 2003) e (NOLETO, 2003) o ponto bexiga 40 possui a finalidade
de diminuir a algia, e evitar as enfermidades que venham acometer o joelho.
12
Segundo (YAMAMURA, 2001) o ponto bexiga 40 é um ponto para tratamento de algia no
joelho, pois este ponto se torna importante devido permitir circular o Qi (energia) e o Xue
(sangue) dos canais de energia principais tendinomusculares e secundários afetados.
Nos estudos de (NOLETO, 2003) os pontos citados no trabalho são de grande eficiência para
se tratar enfermidades que venham acometer a articulação do joelho, devido serem pontos que
se localizam na mesma região de afecção, assim tratando as efermidades através de pontos
locais.
5. Conclusão
Dentre as várias modalidades terapêuticas que a Medicina tradicional chinesa proporciona, a
acupuntura é uma terapêutica milenar que através da inserção de agulhas permite a prevenção,
o tratamento, e a cura de várias enfermidades. (SILVA, 2007).
Conforme os resultados encontrados neste estudo, demonstram que, a acupuntura possui a
capacidade de oferecer excelentes resultados, principalmente quando abordada em casos de
quadro álgico, onde exerce a grande finalidade de promover a analgesia por meio da ação dos
opióides endógenos, conforme a descrição dos estudos encontrados nas literaturas e artigos
científicos. No entanto mesmo sendo observado os resultados positivos que a ação da
acupuntura proporciona, é necessário que haja melhores estudos, de forma mais rigorosa com
novos métodos e técnicas a serem empregada, como ensaios clínicos, controlados, e com
maior amostra devem ser realizados de forma a determinar melhor a eficácia da acupuntura
em tratamentos de quadro álgico de lesão de menisco medial.
Referências
AMATUZZI, M. M.; HERNANDEZ, A. J.; ALBUQUERQUE, R. F.; Lesões meniscoligamentares do joelho.
In: HEBERT, S.; XAVIER, R.; Ortopedia e traumatologia:
princípios e prática. Porto Alegre: Artmed, 2003. cap. 64. p. 1306-1321.
BARBER ,
F.A.; CLICK,
S.D.; Meniscus repairreahbilitation
with concurrent anterior
cruciate
reconstructio.Arthroscopy 1997;13:443.
CARNANHO, G.L.; HERNANDEZ, A.J.; BITAR, A.C., DEMANGE, M.K., CAMANHO L.F.; Resultado da
meniscectomia no tratamento da lesão meniscal isolada- correlação dos resultados com a etiologia da lesão.
Clinics. 2006; 61:133-8
CENICEROS, S.; BROWN, G.R.; Acupuncture: a review of its history, theories, and indications. South Med J.
1998;91(12):1121-5.
CLAUDINO, A.; Apostila de teorias básicas da mtc acupuntura bioenergética. Escola Catarinense de terapias
naturais Santa Clara, 2009.
FISHIE, Jacqueline; w. Adrian; Acupuntura Médica. São Paulo: Roca, 2002.
FREIRE, M.; Acupuntura Tradicional Chinesa. 1ª Ed. São Paulo:Livro Pronto, 2008.
FUKUBAYASHI, T.; KUROSAWA, H.; The contact area and pressure distribution pattern of the knee:A study
of normal and osteoarthritic knee joints. Acta Orthop Scand 1980; 51:871-879.
GUTIERRES, M.;RIBEIRO, C.; CABRAL, T.;Sutura Meniscal – Passado, Presente e Futuro. Revista
Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.1998; 6:83-94.
13
HOPWOOD, V.;LOVELEY, M.; MOKONE, S.; Acupuntura e técnicas relacionadas à fisioterapia. Ed. Manole,
São Paulo, 2001.
HWANG, Y.C.;Anatomy and classification of acupoints. Problems in Veterinary Medicine, v.4, n.1, p.12-15,
1992.
INSALL, J.N.; SCOTT, W.N.; Surgery of the Knee. 3rd ed. Volume 1. Churchill Livingstone; 2001.
JAGGAR, D.; History and basic introduction to veterinary acupunture. Problems in Veterinary Medicine, v.4,
n.1, p.13-15, 1992
KAPANDJI, I.A.; The physiology of joints, Lower Limb. 2nd ed. Vol.2. New York, NY:Churchill Livingstone;
1970.
KENDALL, F. P.; McCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G.; Provas para força dos membros inferiores. In:
Músculos: provas e funções. 4 ed. São Paulo: Manole, 1995. p. 179 à 234.
KOU, W.; BELL, J.D.;GAREUS, I.; PACHECO-LÓPEZ, G.; GOEBEL, M.U.;SPAHN, G.; STRATMANN,
M.; JANSSEN, O.E; SCHEDLOWSKI, M.; DOBOS, G.J.; Repeated acupuncture treatment affects leukocyte
circulation in healthy young male subjects: a randomized single-blind two-period crossover study. Brain Behav
Immun. 2005;19(4):318-24.
LIAN,Y-L., CHEN, C-Y, HAMMENS, M.; KOLSTER, B.; Atlas gráfico de acupuntura. Slovenia: Konemann,
2005.
LUNDEBERG, T.; Peripheral effects of sensory nerve stimulation (acupuncture) in inflammation and ischemia.
Scandinavian Journal Rehabilitation Medicine, suppl.29, p.61-86, 1993.
MACIOCIA, G.; Os Fundamentos da Medicina Chinesa – Um texto abrangente para acupunturistas e
fitoterapeutas. p.125, 330. São Paulo: Roca, 1996.
MACNICOL, M. F.; Lesões em ligamentos. In: O joelho com problema. 2 ed. Barueri: Manole, 2002a. cap. 5. p.
84-107.
MAJEWSKI, M.;HALBET, S.;STEINBRUCK, K; Epidemiology of athletic knee injuries: A 10-year study. The
Knee. 2006; 13(3):184-8.
MARTINS, E.I., GARCIA, E.G.; Pontos de acupuntura: Guia Ilustrado de Referência.1ª Ed. São Paulo: Roca
LTDA, 2003.
MCCARTY, E. C.; MARX, R. G.; DEHAVEN, K. E.; Meniscus repair: considerations intreatment and update of
clinical results. Clinical orthopaedics and related research. v. 1,n. 402, p. 122-134, sep. 2002. Disponível em:
<http://gateway2.ovid. com/ovidweb.cgi>.Acesso em: 24 dez . 2011.
MELZACK,R,; In:Wall PD,Melzack R (eds). Textbook of Pain.Churchill Livingstone,1994, p.1210.
METCALF, M.H; BARRETT, G.R.;Prospective evaluation of 1485 meniscal tear patterns in patients with stable
knees. Am J Sports Med 2004;32:675-680.
MOORE, K. L.; O membro inferior. In: Anatomia orientada para a clínica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1992. cap. 5. p. 334-453.
MORI, Hidetaro; Introdução a Acupuntura. São Paulo: Icone, 2006.
MORRISON, J.B.; The mechanicsof the knee joint in relation to normal walking. J Biomech 1970;3:51.
NOLETO, P., Caderno de Estudos – Ponto Acupunturais. Curso de Especialista em Acupuntura. IMAM e
CIEPH. 2003.
14
NORKIN, C.; LEVANGIE, P.; Joint Structure and Function: A comprehensive Analysis. Philadelphia, Pa: FA
Davis; 1992:355-358.
OLIVEIRA, L.F.; Primer simposio virtual de dolor, medicina paliativa y avances em farmacología del dolor:
Atualização em Mecanismos e Fisiopatologia da Dor. Professor Titular de Anestesiologia – Faculdade de
Medicina – UERJ – Rio. Disponível em: http:// simposio-dolor.com.ar/contenidos/archivos/sdc001p.pdf
POMERANZ, B. APS J 3:96,1994.
RENSTROM. P.; JOHNSON, R.J.; Anatomy and biomechanics of the menisci.Clin Sports Med 1990; 9:523-538
RISTOL, E.G.;Acupuntura y neurologia. Revista de Neurologia (Barcelona), v.25, n.142, p.894-898, 1997.
SCHOEN, A. M.;Introduction to veterinary acupunture: Scientific basic and clinical aplications. Annual
convention of the american association ofequine practioners, 39, 1993. California. Proceeding... California,
1993. p.39.
SILVA, A.S.T.; acupuntura sem segredos: tratamento natural, milenar e científico. Revista Psicologia Actual
(Lisboa, Portugal), n.º 10, 2007.
SOLOMON, D. H.; SIMEL, D. L.; BATES, D. W.; KATZ, J. N.; SCHAFFER, J. L.; Does this patient have a
torn meniscus or ligament of the knee: value of the physical examination. The journal of the american medical
association. v. 286, n. 13, p. 1610-1620,oct. 2001. Disponível em: <http:// gateway2.ovid.com/ovidweb.cgi>.
Acesso em: 23 dez.2011.
STUX, G; Acupuntura Clínica. 1º ed. São Paulo: Editora Manole, 2005.
TEXEIRA, M.J.;CORREIA, C.F.; PIMENTA, C.A.M.;Dor: conceitos gerais.São Paulo, Limay, 1994, 61p.
TEXEIRA, M.J.;MARCON, R.M.;ROCHA, R.O.;FIGUEIRÓ, J.B.; Epidemiologia clínica da dor. Rev. Med
78:36-54, 1999.
TURK, D.C.; MELZACK, R.; The meassurement of pain and the assessment oh the people experiencing pain.
Handbook of pain assessment. The Guilford Press New York London, 1992, PP.3-12
WALLACE, L. A.; MAGINE, R. E.; MALONE, T. R.; O Joelho. In: GOULD III, J.; Fisioterapia na ortopedia
na medicina do esporte. 2 ed. São Paulo: Manole, 1993. cap. 15. p. 323 – 343.
WANG, C.J.; WALKER, P.S.; Rotational laxity of the human knee.J Bone Joint Surg 1974; 56A :161-170.
WEBER M. D.; WARE, N.; Reabilitação do joelho. In: ANDREWS, J. R.; HARRELSON, G.L.; WILK. K. E.;
Reabilitação física das lesões desportivas. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. cap 10. p. 235-294.
WEN, T.S.;Acupuntura clássica chinesa. 2ª ed. São Paulo: Cultrix, 1985.98-133, 225p.
WHITING, W.C.; ZERNICKE, R. F.;Biomecânica da Lesão Musculoesquelética.São Paulo: Guanabara. 2001.
WU,D.Z.;Acupuncture and neurophisiology. Clinical Neurology and Neurosurgery, v.92, n.1, p.13-25, 1990.
YAMAMURA, Y-SÃO; Acupuntura tradicional: a arte de inserir. 1º ed. São Paulo: Roca, 2001.
Download

- Bio Cursos