III Semana de Matemática do Pontal &
I Colóquio de Matemática Aplicada e Computacional do Pontal
Universidade Federal de Uberlândia
Faculdade de Ciências Integradas do Pontal
01 a 06 de outubro
Espaço privilegiado para o ensino de matemática: uma intervenção do
PIBID
Patrícia de Farias Silva, Jéssica Cristina Silva Vieira, Vlademir Marim
Faculdade de Ciências Integradas do Pontal
CEP: 383000-000, Ituiutaba, Minas Gerais
E-mail: patrí[email protected], [email protected], [email protected]
Neiva de Castro Cardoso Andraus
Escola Municipal Manoel Alves Vilela
CEP: 38307-142, Ituiutaba, Minas Gerais
E-mail: [email protected]
Resumo: Este trabalho objetiva relatar experiências vivenciadas no PIBID Matemática
FACIP/UFU, em um Espaço de Aprendizagem com alunos das séries finais do Ensino
Fundamental, que apresentavam maiores habilidades em Matemática. Priorizou-se temáticas
das avaliações OBMEP e IFTM, com aplicação de metodologias diferenciadas e a busca de
estratégias, em duas escolas públicas da cidade de Ituiutaba/MG. As metodologias empregadas
envolveram jogos, atividades de raciocínio lógico, resolução de problemas, história da
Matemática, construção em papel quadriculado, pesquisa na internet, cálculo mental, trabalho
com recortes, colagem e tiras em quadrinhos. Acreditamos que estas articulações se constituem
de forma ambivalente; os licenciandos e os discentes interagem e constroem os saberes
matemáticos juntos.
Palavras-chaves: PIBID; Matemática Avançada; espaço de aprendizagem.
1- Introdução
Este trabalho apresenta um relato de experiência vivenciado pelos integrantes do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU), no curso de Matemática da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal
(FACIP), que tem como objetivo fomentar a formação docente em nível superior buscando
qualidade na educação básica e foi implantado em duas escolas da rede municipal da cidade de
Ituiutaba- MG, contando com uma equipe formada pelo coordenador, dois supervisores e vinte
licenciandos.
Dentre as ações do subprojeto de Matemática, citamos a elaboração dos projetos
“Espaços de aprendizagem: buscando raízes para o conhecimento matemático” com o objetivo
de privilegiar o conhecimento e reconhecimento da Matemática básica por meio de propostas
diferenciadas visando motivação e melhoria nas condições de ensino e aprendizagem. Nestes
espaços de aprendizagem uma das propostas foi o Projeto de Matemática Avançada ou Projeto
Jequitibá que contemplou os alunos que possuem maior afinidade com Matemática, preparandoos para o processo seletivo do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) e Olimpíadas
Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), comparando-se às características do
Jequitibá, que se constitui como uma planta de longo alcance.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) o estudo dos
fenômenos relacionados ao ensino e a aprendizagem da Matemática pressupõe a análise de
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variáveis desenvolvidas nesse processo: aluno, professor e saber matemática, assim como das
relações entre elas.
Tradicionalmente a prática do ensino de Matemática era aquela em que o professor
ministrava oralmente os conteúdos formalizando os conceitos, em seguida dava exemplos,
passava exercícios e pressupunha que o aluno aprendia pela reprodução. Considerava-se que
uma reprodução correta era prova de aprendizagem.
Segundo os documentos oficiais brasileiros, BRASIL (1998) preconiza que é
consensual a ideia de que não existe um caminho que possa ser identificado como único e
melhor para o ensino de qualquer disciplina, em particular, da Matemática. No entanto,
conhecer diversas possibilidades de trabalho em sala de aula é fundamental para que o professor
construa sua prática. Nesse sentido, foram utilizadas metodologias diferenciadas, instigando
assim a autonomia e a construção do conhecimento Matemático.
2 - Materiais e Métodos
Á partir de observações realizadas nas escolas inseridas no programa PIBID em 2010,
foram propostas ações interventivas no sentido de contribuir para elevação do IDEB, dentre elas
podemos elucidar o Projeto Matemática Avançada que contemplou alunos que apresentavam
maior habilidade em Matemática.
A Matemática Avançada teve como objetivo preparar os alunos para a VIII OBMEP e
também para o processo de avaliação de ingresso no IFTM. Antes da parte prática nas oficinas
os licenciandos, direcionados pelo coordenador e supervisores pesquisavam, estudavam os
conteúdos, as dinâmicas a serem desenvolvidas e os clássicos teóricos de acordo com as devidas
tematizações, todas as ações eram socializadas entre os membros da equipe das duas escolas.
As oficinas de Matemática Avançada do segundo semestre de 2011 ficaram sob a
responsabilidade de quatro licenciandas, duas por escola, elas deveriam planejar, ler e
implementar metodologias, bem como selecionar o material para as oficinas, potencializando
dinâmicas diferenciadas, tendo em vista uma participação constante e permanente dos discentes
da educação básica, com suporte da professora supervisora e do coordenador do PIBID. Os
exercícios eram trabalhados de forma alternada com questões da OBMEP e do IFTM,
priorizando também os graus de dificuldade; fáceis, médios e difíceis.
Inicialmente foi realizado um trabalho de divulgação entre os alunos e explicado que as
oficinas aconteceriam semanalmente no contra turno, com duração de duas horas, o discente
precisou da autorização do responsável, por meio da assinatura de uma carta preparada pela
equipe, foram disponibilizadas 24 vagas e aconteceu a adesão de aproximadamente 80%.
As metodologias empregadas envolveram jogos, atividades de raciocínio lógico,
resolução de problemas, história da Matemática, construção em papel quadriculado, pesquisa na
internet, cálculo mental, trabalho com recortes, colagem e tiras em quadrinhos.
O envolvimento dos alunos pode ser considerado um marco hegemônico em nosso
projeto, pois a participação aconteceu de forma efetiva e permanente, poucos desistiram ao
longo do percurso e parte do grupo resolveu participar de outros processos seletivos, como por
exemplo; exames de bolsas em escolas particulares.
Durante os encontros foram realizadas avaliações formativas e/ou informais, os alunos
se expressavam, de diversas formas, contribuindo assim para que os licenciandos
diagnosticassem se a aprendizagem estava sendo construída e também auxiliar aqueles
que apresentavam dificuldades.
3- Resultados obtidos
Em nosso projeto houve uma participação efetiva por parte dos discentes que já
demonstravam habilidades matemáticas mais explicitadas, a interlocução era constante, as ações
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eram mediadas pelos licenciandos/monitores de forma que induzissem os discentes à busca de
estratégias para se chegar à solução esperada.
Nesse projeto, o planejar foi constante em todas as atividades, desde a elaboração do
projeto pelo grupo de licenciandos responsáveis por este espaço de aprendizagem ao término,
durante a execução e em diversos momentos houve a necessidade de reavaliar e replanejar as
ações.
Trabalhamos com conteúdos que atendessem aos objetivos da OBMEP e do IFTM,
porém fazendo analogia com o cotidiano dos participantes, propondo a elaboração de situações
problemas e posteriormente socialização com o grupo, focando as diversas estratégias utilizadas
na resolução. Neste contexto ocorreram trocas de conhecimentos e de experiências entre os
alunos das séries distintas do 6ºs ao 9ºs anos do Ensino Fundamental e também com os
licenciandos.
Os jogos foram utilizados em algumas oficinas, no intuito de apresentar de modo
atrativo a resolução de problemas, dentre eles; o jogo de palitos com o objetivo de incentivar o
raciocínio lógico e o jogo com dados, para potencializar o conteúdo de probabilidades. Para tal,
não se propôs o jogo pelo jogo, ele foi aplicado mediante um planejamento prévio, com
direcionamento e objetivos específicos.
4 - Conclusão
Permeando o atual painel educativo e o ensino matemático, verificou-se a necessidade
iminente de recorrer às metodologias diferenciadas para se alcançar resultados promissores.
Nesta conjectura, nosso projeto possibilitou a aplicação de dinâmicas que contemplassem
alunos com habilidades Matemáticas mais aguçadas e articulações metodológicas diversas,
pautadas no lúdico e manipulável, no sentido de construir o conhecimento de forma ambivalente
onde a interação, entre o licenciando e o aluno da educação básica se constituiu como marco
central.
O aspecto motivacional de todos os envolvidos foi elucidado no comprometimento da
equipe responsável pelas oficinas, no planejar, executar das ações propostas, na adesão e
permanência dos discentes durante todo o período, haja vista serem atividades desenvolvidas no
contra turno e mesmo assim, a desistência dos alunos ao longo do percurso foi inexpressiva.
A formação inicial foi subsidiada no transcorrer das ações que elencaram o projeto: os
estudos teóricos para embasar as atividades, o contato com os discentes, o trabalhar com a
disciplina e/ou indisciplina do grupo, a vivência no desenvolvimento dos conteúdos, que nem
sempre acontecem nos moldes propostos e a necessidade de refletir e auto avaliar.
Acreditamos que ações deste porte contribuem para ressignificar o espaço do ensino e
aprendizagem, principalmente o da Matemática de modo que tais metodologias acompanharão
os futuros professores e/ou docentes em efetivo exercício e serão balizadoras da práxis
educacionais em suas trajetórias profissionais.
Referências
[1] Brasil, Ministério da Educação e Cultura/ Secretaria de Educação Fundamental. “Parâmetros
Curriculares Nacionais: Matemática”. – Brasília, MEC/SEF, 1997.
[2] Brasil, Secretaria de Educação Fundamental. “Parâmetros Curriculares Nacionais:
Matemática”. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília, MEC/SEF, 1998.
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