88
X Salão de
Iniciação Científica
PUCRS
Padronização de uma tarefa de esquiva inibitória para
Zebrafish
Isabel Esmeris1, Martina Blank¹, Reinaldo Cordeiro1, Laura D. Guerim1, Lídia F. Martins1,
Angélica Taborski1, Mônica R. M. Vianna1.
1
Laboratório de Biologia e Desenvolvimento do Sistema %ervoso - Faculdade de Biociências, PUCRS.
Inúmeras tarefas para avaliar aprendizado e memória de Zebrafish têm sido
desenvolvidas, evidenciando o potencial deste animal modelo para no estudo dos mecanismos
envolvidos na formação e manutenção de memórias. As tarefas atualmente disponíveis,
contudo, envolvem paradigmas complexos e múltiplas sessões de aprendizado, dificultando
abordagens farmacológicas e estudos temporais das alterações decorrentes do aprendizado. O
objetivo do trabalho foi desenvolver um protocolo de esquiva inibitória para Zebrafish.
Peixes Danio rerio adultos (n=21) de ambos os sexos foram mantidos em aquários
com água à temperatura de 28°C ± 2ºC, sob um ciclo claro/escuro de 14:10 hr e alimentados
diariamente com ração comercial flocada e artêmias. Os animais foram aclimatados por 2
semanas antes dos experimentos comportamentais. Um aquário com as dimensões de 18cm x
9cm x 7cm, nível de água de 3 cm e uma barreira móvel dividindo-o em dois compartimentos
de igual tamanho (claro e escuro) foi desenvolvido. No lado escuro foram posicionados dois
eletrodos conectados a um aparelho que permitia a administração manual de um choque de
corrente alternada. O protocolo de esquiva inibitória foi estabelecido baseado na preferência
inata do animal pelo lado escuro do aquário, previamente identificada.
O protocolo desenvolvido envolveu uma única sessão de aprendizado (treino) no qual,
os animais foram individualmente colocados no compartimento claro do aquário com a
barreira entre os compartimentos fechada. Após 1 minuto a barreira era elevada 1 cm,
permitindo a passagem do animal para o compartimento escuro. No compartimento escuro o
animal era exposto ao choque elétrico por 5s e então retirado no aquário. A latência para
cruzar do compartimento claro para o escuro foi medida. Na sessão de teste, realizada 24
horas após o treino, protocolo equivalente foi utilizado, sem administração de choque. A
X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009
89
latência foi novamente medida e considerada como indicador de retenção. Como controle,
um grupo adicional de animais foi submetido ao mesmo procedimento, porém nenhum
choque elétrico foi administrado no treino.
O protocolo de esquiva inibitória desenvolvido foi efetivo na formação de memórias
duradouras nos animais treinados de forma associativa. Os animais que receberam choque na
sessão de treino apresentaram um aumento significativo nas latências entre o treino e o teste
(p ≤ 0.01 no teste t pareado). Os animais do grupo controle não apresentaram diferenças nas
latências das duas sessões. Adicionalmente, as latências de teste dos animais treinados com e
sem choque diferiram significativamente (p ≤ 0.01 no teste para amostras independentes).
Acreditamos que este protocolo represente um instrumento valioso para a caracterização de
mecanismos celulares e moleculares envolvidos na formação de memórias aversivas.
Apoio financeiro: CNPq, PUCRS, FIJO, FAPERGS e CAPES.
X Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 2009
Download

Padronização de uma tarefa de esquiva inibitória para