Gabarito GE 6 - INTERFERÊNCIA GE 6.2) Coerência. A Fig. 6.1 ilustra um esquema da experiência de Young para mostrar a interferência da luz que passa através de duas fendas. Fig.6.1 GE6.2.1) Por que é necessário o anteparo que contém a fenda s0? É necessário pois para se obter os padrões de interferência, a fonte de luz deve ser coerente. Quando a luz passa por um pequeno orifício num anteparo, a luz que emerge se origina apenas de uma pequena região da fonte, tornando-se praticamente toda coerente. GE6.2.2) O que aconteceria se a fenda s0 fosse gradativamente aumentada? O padrão de interferência seria destruído. GE6.2.3) Indique quais dos seguintes pares de fontes luminosas são coerentes: (a) duas velas; (b) uma fonte pontual e sua imagem em um espelho plano; (c) dois orifícios uniformemente iluminados pela mesma fonte pontual; (d) dois faróis dianteiros de um automóvel muito distante; (e) duas fendas cortadas em uma caixa de sapatos iluminadas por uma lanterna; (f) duas fendas cortadas em uma caixa de sapatos iluminadas por um laser. São fontes de luz coerentes as letras c, f. GE 6.3) Diferença de Fase e Diferença de Caminho. GE 6.3.1) Qual a menor diferença de percurso necessária para produzir uma diferença de fase de 180º usando uma luz com um comprimento de onda de 600 nm? 2π 2π φ= d → d = 300nm ( r2 − r1 ) → 180 = λ 600nm 0 mλ d d sin θ = mλ ym = R GE 6.3.2) Qual a diferença de fase produzida por esta diferença de percurso usando uma luz com comprimento de onda de 800 nm? φ= 2π λ ( r2 − r1 ) → φ = 2π 300nm → φ = 1350 800nm GE 6.3.3) Dois feixes de luz com comprimento de onda de 500 nm, inicialmente em fase, se propagam no ar e atravessam placas de vidro (n = 1,33) de comprimentos diferentes como mostra a Figura 6.2. Sabendo que t = 0,5 cm, diga qual é a diferença de fase entre os dois feixes após atravessarem as placas. Fig.6.2 φ= 2π ( r2 − r1 ) → λ = λ φ2 − φ1 = 84, 250 λ0 n →λ = 500nm = 376nm 1,33 GE 6.4) Interferência Construtiva e Destrutiva. GE 6.4.1) A Figura 6.3 mostra duas fontes idênticas de ondas S1 e S2 situadas sobre o eixo y em pontos eqüidistantes da origem. As duas fontes estão permanentemente em fase, e produzem ondas com a mesma amplitude e o mesmo comprimento de onda λ. Considere os pontos a, b e c, e as distâncias destes pontos às fontes S1 e S2, indicadas na figura em função de λ. Para cada ponto diga quanto vale a diferença de caminho percorrido pelas ondas provenientes das duas fontes e qual o tipo de interferência que ocorre. Fig.6.3 2π ( r − r ) → *Como r1 = r2 → φ = 0 *Interferência Construtiva λ 2 1 2π 2π b)φ = ( r2 − r1 ) → φ = (9λ − 7λ ) = 4π *Interferência Construtiva λ λ 2π 2π c) φ = ( r2 − r1 ) → φ = (7, 25λ − 9, 75λ ) = −2,5π *Interferência Destrutiva λ λ a)φ = GE 6.4.2) Quais são então as condições necessárias para que ocorra interferência construtiva e destrutiva na situação da Fig. GE6.3. Para que ocorra interferência construtiva, a diferença de caminho deve ser um múltiplo inteiro do comprimento de onda: r2 − r1 = mλ → m = 0, ±1, ±2... Para que ocorra interferência destrutiva a diferença de caminho deve ser um número 1 semi-inteiro de comprimento de onda: r2 − r1 = m + → m = 0, ±1, ±2... 2 GE 6.5) Posição das franjas de interferência. Observe a Fig. 6.4 que mostra uma análise geométrica da experiência de Young. Fig.6.4 Mostre que, para pequenos ângulos, as posições ym das franjas brilhantes são dadas por: ym = R mλ / d Pela figura podemos observar que a distância y é medida a partir do centro da figura de interferência, onde θ = 0, até o centro da franja brilhante de ordem m. Então: ym = R tan θ Como geralmente as distâncias ym são muito menores que a distância R entre a fenda e a tela, o ângulo θ é muito pequeno e podemos aproximar tan θ para sin θ: ym = R sin θ mλ Sabendo que para interferência construtiva d sin θ = mλ , substituindo temos: ym = R d GE 6.6) Variando parâmetros. Observe a Fig.6.5a que mostra um esquema do experimento de interferência em fenda dupla, onde uma luz verde de comprimento de onda 600 nm incide em duas fendas longas e estreitas separadas por uma distância d. Na Fig.6.5b é mostrado o padrão de interferência e a respectiva distribuição de intensidade. Fig.6.5a 6.5b Applet: http://surendranath.tripod.com/Applets/Optics/Slits/DoubleSlit/DblSltApplet.html GE 6.6.1) Faça um esboço do padrão de interferência e a respectiva distribuição de intensidade para o caso de uma distância entre as fendas menor. Esboçar Aqui GE 6.6.2) Se a distância d for igual a 25 cm você poderá observar uma figura de interferência sobre o anteparo? Explique. Não. Para que o padrão de interferência seja observado, a distância entre o anteparo e o plano das fendas deve ser muito maior que a distância entre as fendas, de modo que as linhas que ligam as fendas ao anteparo sejam aproximadamente paralelas. Como geralmente a distância das fendas ao anteparo é de alguns metros, 25 cm é uma separação muito grande entre as fendas. GE 6.6.3) No experimento mostrado, quando d é menor do que um certo valor mínimo não se forma nenhuma franja escura. Explique. Com base em λ qual deve ser esse valor mínimo de d? Quando a distância entre as fendas se torna muito pequena, a largura das faixas aumenta muito, sendo possível observar apenas uma faixa clara central. Assim, d deve ter um valor mínimo, da mesma ordem de grandeza do comprimento de onda da luz incidente. GE 6.6.4) Faça um esboço do padrão de interferência e a respectiva distribuição de intensidade para o caso em que o experimento é realizado com luz de cor: (a) vermelha (b) violeta Esboçar Usando Luz de Cor Vermelha Esboçar Usando Luz de Cor Violeta GE 6.7) Intensidade das Figuras de Interferência. Observe a Fig. 6.6 que mostra o gráfico das intensidades de um espectro de interferência de fenda dupla. Esta figura foi construída na hipótese de que cada uma das ondas (que interferem) ilumine uniformemente a porção central do anteparo, isto é, que o valor de I0 independa da posição, como se acha representado. Fig.6.6 GE 6.7.1) Cobrindo-se uma das fendas, que alteração resultará na intensidade luminosa do centro do anteparo? A faixa central se tornará mais larga, e a intensidade máxima da faixa central permanecerá a mesma. GE 6.7.2) Quando ocorre interferência destrutiva, o que acontece com a energia contida nas ondas luminosas? A energia é redistribuída sobre o anteparo. GE 6.7.3) Mostre que as direções para as quais a intensidade é igual a zero fornecidas pela equação Iθ = Im cos2 (φ / 2) = Im cos2 (πd senθ / λ) concordam com as direções para intensidades nulas obtidas pela equação d senθ = (m + ½) λ, m = 0, 1, 2, … φ = kd sin θ → φ = 2π d λ sin θ πd I = I 0 cos 2 sin θ λ d 1 (1 + 2m ) pois dessa forma cos φ = 0 2 λ d 1 1 → sin θ = (1 + 2m) → d sin θ = λ + m 2 λ 2 Para interferencia destrutiva → sin θ = GE 6.8) Interferência em películas finas. GE6.8.1) Um feixe de luz monocromática é direcionado perpendicularmente a uma película fina. Ocorre interferência destrutiva para a luz refletida. O que acontece com a energia da luz incidente? Parte da energia é absorvida pela película, e parte dela é transmitida através da mesma. GE6.8.2) Um círculo de arame é mergulhado em uma solução de água com sabão (n = 1,33) e segurado de tal forma que a película de sabão fique na vertical. (a) Quando observada por reflexão da luz branca, a parte de cima da película, cuja espessura é muito menor que o comprimento de onda da luz, parece negra, ou seja, ela não reflete absolutamente nenhuma luz. Por quê? Quando a película é muito fina, 2d<<λ, ocorre interferência destrutiva entre a luz refletida das superfícies anterior e posterior da película. Pode ser mostrado que somente o raio refletido na superfície frontal da película sofre mudança de fase. O outro raio não sofre mudança abrupta na fase, na transmissão da superfície anterior ou na reflexão da superfície posterior. Assim, teremos uma defasagem entre os dois raios de 1800, já que podemos desprezar o efeito de defasagem provocado pelo caminho percorrido pelo raio de luz dentro da película, por esta ser muito fina. (b) Abaixo da região escura, existem faixas coloridas. De qual cor deve ser a primeira dessas faixas? Vermelha (c) Qual deve ser a aparência da película quando é observada com a luz transmitida? Da mesma forma descrita nos itens a e b. (d) Em contraste com a película de água com sabão no arame, uma película igualmente fina da mesma solução de água com sabão (n = 1,33), depositada sobre vidro (n = 1,50), torna-se bastante luminosa. Por que existe essa diferença? Nesse caso há uma diferença de fase igual a meio ciclo na reflexão na interface ar-película. Porém não existe defasagem na interface películavidro, e as reflexões nas duas superfícies da película fina produzem interferência construtiva. GE 6.8.3) Explique por que a luz refletida sobre a vidraça de uma janela coberta com uma fina película de água possui intensidade menor do que quando a vidraça está completamente seca. Porque a água funcionará como uma película sobre o vidro, fazendo com que a luz refletida sofra interferência destrutiva.