2014 Anuário 2015 © 2013 Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. Todos os direitos desta edição estão reservados à Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização deste órgão/entidade. A849a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos Anuário NTU : 2014 - 2015 / Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. - Brasília: NTU, 2015. 51 p. ISSN: 2317-8868 1. Transporte Urbano. I. Título. CDU 656.1/.5 www.twitter.com/ntunoticias www.facebook.com/ntubrasil SAUS Q. 1, Bloco J, Ed. CNT, 9º andar, Ala A Brasília (DF) CEP 70070-944 www.flickr.com/ntubrasil Tel.: (61) 2103-9293 / Fax: (61) 2103-9260 E-mail: [email protected] Site: www.ntu.org.br www.youtube.com/transporteurbanontu 2014 Anuário 2015 Brasília / 2015 2014 Anuário 2015 06 08 Editorial Artigo 18 26 investimentos Desempenho ope racional 10 14 P olíticas públicas Mobilidade urbana 36 50 Prestação de c ontas Ficha técnica Edi to rial O táv i o V i e i r a d a C u n h a F i l h o * 6 anuário ntu Editorial Priorizar, planejar e produzir: os 3P para sair da crise alar de crise no transporte público soa redundante já que há pelo menos duas décadas esse é o termo que tem definido o setor. Crise de qualidade, de produtividade, de operação, de resultados. Durante 20 anos, a NTU apresentou uma série histórica de dados do desempenho operacional que confirma esse cenário. Em 2015, a falta de produtividade, a queda na demanda e o aumento dos custos operacionais mantêm o quadro caótico da mobilidade urbana brasileira. O medo de investir, de fazer planos futuros, traz uma instabilidade imensa ao País e coloca freio nos anseios de crescimento da nação. A crise econômica que paira sobre nós não deve impedir que os cidadãos tenham melhores condições de deslocamento e ganhem em qualidade de vida. Em uma visão de médio e longo prazo, para garantir crescimento e prosperar na economia, é urgente retomar os investimentos, mesmo que gradualmente. O setor empresarial une esforços para mudar esse quadro caótico e garantir, além da qualidade do transporte público, um equilíbrio econômico nos contratos de prestação de serviço. A falta de produtividade do setor - resultante principalmente da disputa do ônibus com o transporte individual no espaço viário -, de subsídios financeiros e de reajustes tarifários têm colocado em xeque a própria operação do transporte público. F O principal indicador de produtividade do setor de transporte público, o índice de passageiros por quilômetro (IPK), reduziu em 1,2% em abril e outubro de 2014. Foi impactado pela redução de demanda superior à redução da oferta de serviço. Os dados atuais indicam que, apesar da queda do número de passageiros e do aumento dos congestionamentos, existe um esforço para cumprir o compromisso de manutenção do nível de serviço. Isso tem sido feito por meio da inserção de uma quantidade maior de veículos para cumprir o mesmo número de viagens programadas pelos órgãos gestores. Para operar transporte público no Brasil é preciso mais que planejamento de linhas e itinerários. É necessário incentivo, priorização do transporte, subsídios e desonerações, participação e comprometimento de governos e empresários, inclusive da sociedade. Há urgência em priorizar todas as instâncias da mobilidade urbana. É preciso planejar os sistemas, capacitar os gestores públicos, investir em infraestrutura e criar uma nova política de financiamento para o setor. Estamos há mais de 20 anos atrasados nessa evolução. Se continuarmos com a mesma postura ano após ano, será ainda mais difícil nos recuperarmos dessa crise que já perdura por décadas. *Otávio Vieira da Cunha Filho é presidente executivo da NTU. 2014 2015 7 Ar ti go Marcos Bicalho d os Santos* 8 anuário ntu Artigo Subvenção ou Custeio de Benefícios Tarifários? A definição das fontes de custeio para os inúmeros benefícios tarifários existentes no transporte público coletivo urbano, pleito setorial antigo de toda a comunidade dos transportes, está longe de ter uma solução eficaz e definitiva no Brasil. A gravidade dessa questão reside no fato de que as inúmeras legislações federais, estaduais e municipais que criaram esses benefícios sociais não tiveram o cuidado de estabelecer quem deveria pagar a conta. A própria Constituição Federal de 1988, ao estabelecer a gratuidade para os idosos a partir de 65 anos, se omitiu nesse aspecto quando poderia ter remetido o assunto à regulamentação posterior. Na falta de definição da fonte pagadora, toda essa conta que foi se acumulando com a promulgação de leis e mais leis foi sendo jogada nas costas dos usuários comuns do serviço, que hoje assumem um custo médio adicional de 18% nas tarifas para pagar essa despesa. Essas omissões nas legislações representam hoje um custo extra para o setor de transporte coletivo urbano por ônibus da ordem de mais de R$ 5 bilhões por ano, ou seja, por mais incrível que possa parecer, um serviço público essencial, conforme definido na própria Constituição Federal, em vez de receber recursos dos orçamentos públicos, é obrigado a transferir bilhões de reais por ano para subvencionar políticas públicas nas áreas de assistência social, educação e outras. Temos que reconhecer que o problema é grande e a solução não é fácil. Entretanto, os caminhos para resolvê-lo não podem continuar ignorando as distorções existentes, ou seja, os recursos públicos que venham a ser alocados para pagar os benefícios tarifários no transporte público urbano têm que ser originados e carimbados de acordo com a área beneficiada. Em outras palavras, para clarear, recursos destinados a cobrir despesas com passes estudantis são recursos para a educação e não para o transporte público. As gratuidades dos idosos têm que ser cobertas com recursos alocados à assistência social e não ao transporte. Infelizmente não é o que está acontecendo. Pressionadas pelos movimentos sociais de junho de 2013, que exigiram serviços de mais qualidade e tarifas menores, diversas administrações municipais apressaram-se em criar subvenções públicas, com o objetivo de aliviar os custos do setor e evitar os reajustes tarifários, designadas como subvenções “ao transporte”, mas destinadas na realidade ao custeio dos benefícios tarifários. O caso mais emblemático é o da cidade de São Paulo, cuja subvenção pública “ao transporte”, que já existia antes das manifestações de junho de 2013, foi reforçada após o movimento nas ruas. Segundo a diretoria da SPTrans, em recente exposição pública, do total de recursos do orçamento público municipal classificado como subvenção “ao transporte”, apenas 28% refere-se especificamente a cobertura de custos de transporte. A maior parte, ou seja, 72%, é para cobrir gratuidades de idosos e estudantes. Diversas cidades atualmente seguem no mesmo caminho de São Paulo, anunciando subvenção “ao transporte” que, na realidade, não produz nenhum reflexo na qualidade de prestação dos serviços. Na prática, cria-se uma imagem para a opinião pública de serviço subvencionado sem que o setor possa dar qualquer resposta em termos de melhoria da qualidade. Definitivamente, temos que separar as duas coisas. Uma coisa é fonte de custeio para os benefícios tarifários, com o objetivo de eliminar uma grande injustiça social com os usuários comuns do transporte público que arcam, sozinhos, com os custos de políticas públicas de outras áreas, que, a rigor, nada têm a ver com transporte. Arcam sozinhos com custos que deveriam ser distribuídos por toda a sociedade, já que a própria sociedade decidiu, por meio de seus representantes nas casas legislativas, criar esses benefícios. Outra coisa, totalmente diferente, é a subvenção pública ao transporte coletivo urbano que deve ser destinada exclusivamente a melhorar a qualidade dos serviços e garantir tarifas públicas acessíveis a todas as classes sociais, permitindo, dessa forma, avançar na direção de uma mobilidade racional e sustentável nas cidades brasileiras. *Marcos Bicalho dos Santos, engenheiro civil e MSc. em engenharia de transporte, é diretor da NTU 2014 2015 9 Po lí ti cas 10 anuário ntu Políticas públicas O peso das gratuidades no transporte coletivo urbano Número de viagens grátis ou com descontos cresce 1% ao ano e impacta em 18% no valor da tarifa. NTU defende que benefícios sejam custeados por fundos próprios milhões de viagens grátis ou com descontos. Esse é o número que tem sido acrescentado anualmente, desde 2013, à conta da gratuidade do transporte público brasileiro. O Brasil realiza aproximadamente, por mês, um bilhão de viagens por ônibus e 22,43% dessas viagens possuem algum benefício tarifário. Ou seja, quase 224 milhões de passageiros andam de graça ou com algum desconto e essa conta cresce cerca de 1% ao ano. O estudo realizado em 28 cidades pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) mostra que o impacto dessas gratuidades nos custos que compõem a tarifa chega a 18%. O presidente da entidade, Otávio Cunha, explica que, no modelo atual, os usuários pagantes financiam todo o sistema de transporte coletivo e esse custo pesa mais com as gratuidades, principalmente, para as pessoas que possuem baixa renda. “Se analisarmos o impacto dessa isenção de pagamento das passagens em relação ao valor da tarifa média das capitais, que é de R$2,79, algo em torno de 0,51 centavos é o custo da gratuidade na tarifa, caso ela não tenha subsídio”, revela. Para Cunha, as gratuidades fazem parte de políticas sociais que devem ser atendidas e custeadas por recursos de governo. 120 Levantamento de Gratuidades e descontos no Brasil* 21,21 22,55 22,43 16,76 17,83 17,64 2013 2014 2015 *Os dados representam uma média de gratuidades no Brasil. Percentual de Gratuidades e descontos (%) Impacto na tarifa (%) Levantamento foi realizado com 28 cidades. Fonte: Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). 2014 2015 11 Políticas públicas Existem quatro tipos de gratuidades nos transportes coletivos urbanos estabelecidas em Leis Federais sendo que a única garantida pela Constituição Federal é a de pessoas acima de 65 anos. Outras políticas sociais que estabelecem gratuidade no transporte também são concedidas, mas por legislações locais com critérios estabelecidos pelos municípios. A lista dos beneficiados é extensa: estudantes, pessoas com deficiência, policiais, entre outros. A capital de Sergipe, Aracaju, é um exemplo de cidade que oferece benefícios tarifários a diversas classes, mas sem qualquer subsídio. São 16 tipos de gratuidades, entre eles: estudantes, idosos, carteiros, bombeiros, oficial de justiça, policial civil, agente penitenciário e guarda municipal. Segundo informações do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Município de Aracaju (Setransp), uma média de 52 mil passageiros possui algum tipo de gratuidade ou desconto tarifário. “O número representa cerca de 10% dos usuários” do transporte coletivo do município e custa cerca de R$ 0,23 na tarifa do usuário comum. Essa realidade está presente em outras cidades brasileiras (veja no mapa) e, em algumas, quase metade do número de passageiros não pagam passagem no transporte coletivo, encarecendo ainda mais a tarifa dessas localidades. Exemplos de cidade com benefícios tarifários sem financiamento Passageiros com direito a gratuidade (%) 26,50% Belém/RM (PA) 34,04% São Luís (MA) 24,07% Natal (RN) 14,00% Maceió (AL) 9,55% Aracaju (SE) 11,15% Salvador (BA) 7,67% Vitória (Munic.) (ES) 40,10% 22,50% 19,50% Umuarama (PR) Passos (MG) Guaratinguetá (SP) 23,15% Caxias do Sul (RS) 41,86% Porto Alegre (RM + MUNIC.) (RS) 12 anuário ntu Políticas públicas “Precisamos questionar se essas gratuidades no transporte público, fruto de políticas sociais de estados e municípios, estão sendo concedidas de forma responsável. É importante que prefeitos definam bem quais serão as fontes de financiamento para cobrir o deslocamento dessas pessoas”, defende Otávio Cunha. A Lei de Mobilidade Urbana 12.587/2012 traz nos artigos 9, 10 e 23 aspectos relacionados à necessidade de subsídios tarifários voltados para o financiamento do transporte coletivo urbano, no que se refere à manutenção da tarifa e estabilidade econômica do serviço que é prestado por concessão de empresas. Por que tarifa diferenciada? Financiamento das gratuidades No Brasil, seria possível destinar recursos de fundos já existentes para financiamento de gratuidades. A Lei 12.213/2010, por exemplo, estabelece o Fundo Nacional do Idoso, “destinado a financiar os programas e as ações relativas ao idoso com vistas em assegurar os seus direitos sociais e criar condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade”. Já o Ministério da Educação promove dois programas voltados ao transporte de estudantes: o Caminho da Escola e o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate). No entanto, visam atender apenas alunos moradores da zona rural, o que poderia ser estendido aos alunos da rede pública de ensino de modo geral. Os valores transferidos diretamente aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios são feitos em nove parcelas anuais, de março a novembro, e variam entre R$ 120,73 e R$ 172,24 por aluno, de acordo com a área rural do município, a população moradora do campo e a posição do município na linha de pobreza. O cálculo do montante de recursos financeiros destinados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios tem como base o quantitativo de alunos da zona rural transportados e informados no censo escolar do ano anterior. São Paulo, cidade com maior subsídio tarifário do Brasil, financia as gratuidades com recursos do orçamento municipal. No entanto, do R$1,8 bilhão destinado ao transporte público, R$ 1,3 bilhão é utilizado para políticas sociais, ou seja, paga as gratuidades sociais e educacionais. De acordo com o diretor da São Paulo Transporte (SPTrans), Adauto Farias, desse montante, somente 30% é voltado para políticas de transporte – integração ônibus -ônibus e ônibus-trilho. “Apenas algo em torno de R$ 512 milhões são para custear políticas de transporte”, afirma. 2014 2015 A gratuidade ou desconto tarifário no transporte público coletivo urbano é um benefício concedido a determinadas classes de usuários (idosos, estudantes, pessoas com deficiência, entre outros), isentando-os do pagamento integral ou parcial da tarifa desse serviço público. GRATUIDADES ESTABELECIDAS POR LEIS FEDERAIS • Idosos acima de 65 anos – artigo 230, parágrafo 2° da Constituição Federal e artigo 39 da Lei n°10.741/2003 (Estatuto do Idoso) • Carteiros – artigo 9º, parágrafo único do Decreto-Lei n° 3.326, de 3 de junho de 1941 • Fiscais do Trabalho – artigo 630, parágrafo 5º da CLT • Oficiais de Justiça Federal – artigo 43 da Lei nº 5.010/66 13 Mo bi li da de 14 anuário ntu M o b i l i d a d e U r b ana Cidades brasileiras caminham lentamente na efetivação da Política Nacional de Mobilidade Urbana Após três anos da aprovação da Lei que define os critérios para os planos diretores de mobilidade urbana, apenas 5% das cidades pesquisadas possuem o plano elaborado. Prazo se encerrou em abril de 2015 Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei n.° 12.587/2012) disponibilizou, em janeiro de 2012, as diretrizes que faltavam para o planejamento e organização dos municípios acima de 20 mil habitantes. A Lei determinou o prazo de abril de 2015 para a elaboração dos planos de mobilidade urbana nas cidades. No entanto, um levantamento feito pelo Ministério das Cidades no início deste ano revela que, dos 1.317 municípios que responderam à pesquisa (equivalente a 38% dos 3.325 mil municípios pesquisados), apenas 61 (5%) possuem o plano concluído. O número total de municípios que não têm o plano é 1.256 (95%), dos quais apenas 361 (29%) estão em processo de elaboração. Dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), referentes à pesquisa reali- A zada em fevereiro de 2015, mostram que das cidades acima de 500 mil habitantes e capitais, 71,8% não possuíam o plano. Dentro desse percentual, 91% estão em processo de elaboração e 9% não iniciaram. Das 46 cidades pesquisadas, 69% que têm o plano são capitais. No entanto, das 27 capitais brasileiras, 67% não possuem o Plano de Mobilidade Urbana e 33% já têm ou estão em fase de elaboração (confira os gráficos). Para o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha, os gargalos de mobilidade urbana nessas cidades foram ocasionados pela falta de estrutura e de planejamento e crescimento desordenado da população e da frota de automóveis individuais. “A falta de democratização do espaço viário vem desfavorecendo o transporte coletivo urbano, que ao longo das duas últimas décadas teve uma queda de 30% da demanda no número de passageiros”, enfatiza Cunha. 2014 2015 15 M o b i l i d a d e U r b ana Cidades acima de 20 mil habitantes* 61 Possui plano de mobilidade urbana Não possui plano de mobilidade urbana 1256 Fonte: Ministério das Cidades *Referência às cidades que responderam o levantamento do Ministério das Cidades. Planos de Mobilidade Urbana nas capitais* 9 18 Possui plano de mobilidade urbana Não possui plano de mobilidade urbana *inclui DF. anuário ntu Na visão do Ministério das Cidades, algumas cidades não iniciaram esse processo de elaboração do plano porque “a maior parte dos municípios não conhece o teor da lei nem as reais sanções para a não elaboração do Plano de Mobilidade, apesar dos esforços da Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana (Semob) em divulgar a Lei nº 12.587/2012 com seminários, cursos e publicações sobre o tema”, afirma o órgão em nota oficial. Embora o número de municípios que já efetuaram a elaboração do plano de mobilidade urbana seja ainda pequeno, a Semob apontou “um crescente interesse por parte dos municípios para a capacitação e maior mobilização nos últimos meses para a elaboração do Plano de Mobilidade”. M o b i l i d a d e U r b ana Planejamento é tudo Em abril de 2015, durante participação no III Encontro dos Municípios com Desenvolvimento Sustentável, realizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), o secretário da Semob, Dario Rais, alertou sobre a qualidade na elaboração dos projetos voltados para mobilidade urbana. Para ele, muitas cidades elaboraram projetos em “rabiscos” para atender às manifestações de 2013. Ele defende que fazer um bom projeto pressupõe um bom planejamento urbano, logo, um bom plano de mobilidade urbana. “Neste ano, não temos condições de fazer grandes aportes financeiros além daqueles com os quais já temos compromisso. Por isso, dediquem-se a fazer projetos para que não tenham uma série de problemas que muitas cidades estão tendo”, alarmou. As dificuldades sobre a elaboração do planejamento da mobilidade urbana são várias. A falta de estrutura dos órgãos gestores com uma capacidade técnica para elaboração desses planos é uma delas. Segundo Anna Regina Feuerharmel, secretária-adjunta da Secretaria de Mobilidade Urbana da capital Cuiabá (MT), a elaboração do plano diretor de mobilidade urbana não foi iniciada antes por falta de recursos humanos e financeiros. “Já foi feito o escopo básico e o termo de referência para licitação. A previsão para a finalização do plano é até 18 meses após o seu início”, revela Anna Regina. Entretanto, há cidades que buscaram outros meios, além da própria estrutura, para colocar em prática o que a lei determina. A capital de Santa Catarina, Florianópolis, é um exemplo delas. Segundo o coordenador técnico do PLAMUS, Guilherme Medeiros, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apoiou o desenvolvimento dos estudos do plano com recursos provenientes do Fundo de Estruturação de Projetos (FEP). “A troca de experiências e conhecimentos com a Área de Estruturação de Projetos do BNDES, acostumada a desenvolver e acompanhar diversos projetos estruturados de grande porte e bem sucedidos no Brasil, foi bastante positiva e a participação da equipe técnica do BNDES durante todo o período de desenvolvimento do estudo, muito intensa e direta”, explica. Os recursos aportados pelo banco, no estudo, possuem caráter não reembolsável por parte do Governo de Santa Catarina, sendo este responsável pelo apoio institucional em conjunto com os municípios. “É a primeira vez que um estudo patrocinado pelo FEP possui caráter regional e não nacional, e há uma expectativa por parte do BNDES que o PLAMUS vire uma referência para que outras regiões metropolitanas construam seus planos de mobilidade”, conta o coordenador. Enquanto as cidades não elaborarem os planos terão como penalidade a falta de recursos financeiros do Orçamento Geral da União (OGU) para investir em mobilidade urbana. De acordo com o parágrafo 4° do Artigo 24 da lei, “Os Municípios que não tenham elaborado o Plano de Mobilidade Urbana na data de promulgação desta Lei terão o prazo máximo de 3 (três) anos de sua vigência para elaborá-lo. Findo o prazo, ficam impedidos de receber recursos orçamentários federais destinados à mobilidade urbana até que atendam à exigência desta Lei.” 2014 2015 COMO ELABORAR? A Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (Semob) do Ministério das Cidades lançou Caderno de Referência para orientar estados e municípios na elaboração do Plano de Mobilidade Urbana. O material é composto por oito capítulos que envolvem fundamentos e orientações relacionados à infraestrutura para o sistema de mobilidade no país. Os capítulos trazem orientações para a gestão da mobilidade urbana, citam os meios de transporte, as redes, as respectivas infraestruturas e a forma com que interagem com o espaço urbano. A Embarq Brasil também desenvolveu o guia “Passo a Passo para a Construção de um Plano de Mobilidade Urbana Sustentável” com o objetivo de orientar os municípios na construção dos planos. A publicação traz conceito e exemplos práticos que colaboram para a formulação da política e do plano de mobilidade municipal. O guia apresenta a metodologia que descreve o passo a passo necessário para preparar, gerenciar, elaborar, instituir, implementar e revisar o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável. É possível fazer o download da publicação no site www.embarqbrasil.org. 17 in ves ti men tos Balanço da Mobilidade Urbana 2013, 2014 e 2015 18 anuário ntu In v e s t i m ent o s 1. Introdução Após um longo período marcado pela ausência de investimentos de recursos em projetos estruturantes e de qualificação dos sistemas de transporte público, o anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2007 foi uma sinalização da retomada por parte do Governo Federal dos investimentos em infraestrutura de transporte. Os primeiros resultados foram percebidos com a aproximação dos dois grandes eventos esportivos que definiram como país-sede o Brasil, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Em 2013, a NTU iniciou um acompanhamento minucioso dos programas de financiamento de infraestrutura de mobilidade. Desde a edição 2012/2013 do anuário da entidade, dedica-se um capítulo exclusivo para divulgação dos dados e da análise do cenário atual dos investimentos. 2. Evolução dos projetos de mobilidade urbana e do PAC 2 Mobilidade Médias Cidades. A última seção apresenta as conclusões. 2.1. Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo 2014 Em dezembro de 2014, foi publicada pelo Ministério do Esporte a versão consolidada da Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo. De acordo com o documento final, 461 empreendimentos pertencem à área de mobilidade urbana. Esses empreendimentos totalizam um investimento global de R$ 8,7 bilhões de reais. Existe um total de 18 projetos destinados à priorização do transporte público, que representam 39,1% do total de empreendimentos. As obras de infraestrutura específica para o transporte público por ônibus se destacaram. De acordo com a Figura 1, 11 Sistemas BRT e 5 Corredores de Ônibus correspondem a 34,8% de todas as obras de mobilidade urbana. 1 As próximas subseções destacam, sequencialmente, os investimentos da Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo 2014, do PAC 2 Mobilidade Grandes Cidades Os empreendimentos ‘Corredor Pedro II e Obras complemen- tares nos BRTs Antônio Carlos/Pedro I e Cristiano Machado (Belo Horizonte-MG)’ e ‘BRT: Extensão da Linha Verde Sul e Obras Complementares da Requalificação do Corredor Marechal Floriano (Curitiba-PR)’ foram desmembrados em dois projetos cada para fins de classificação. Figura 1 – Copa do Mundo 2014/Investimentos em mobilidade urbana: quantidade de projetos previstos por tipo de intervenção (2015) 19 20 Quantidade de projetos 18 16 14 12 11 10 8 4 3 2 2 0 6 5 6 Sistema BRT Corredor de ônibus VLT ITS Obra viária Outros Tipo de intervenção Fonte: Matriz de Responsabilidades Consolidada Final – Ministério do Esporte/Portal Transparência da Copa. Atualizado em: 11 de março de 2015. 2014 2015 19 In v e s t i m ent o s Atualmente, 17 empreendimentos foram finalizados de acordo com a Matriz de Responsabilidades atualizada em dezembro de 2014 e as informações disponibilizadas no Portal da Copa (www.copa2014.gov.br). São eles: Sistemas BRT2 • BRT Antônio Carlos/Pedro I (Belo Horizonte-MG); • BRT Cristiano Machado (Belo Horizonte-MG); • BRT Transcarioca (Aeroporto/Penha/Barra) (Rio de Janeiro-RJ); e • BRT Área Central (Belo Horizonte-MG). Obras viárias • Boulevard Arrudas/Tereza Cristina (Belo Horizonte-MG); • Entorno Arena Pernambuco: Viaduto da BR-408 (Recife-PE); • Entorno Estádio Fonte Nova: Microacessibilidade (Salvador-BA); • Via 210 (Ligação Via Minério/Tereza Cristina) (Belo Horizonte-MG); • Ampliação da DF-047 (Brasília-DF); • Entorno Beira Rio: 3 Vias de Acesso (Porto Alegre-RS); e • Entorno do Estádio do Maracanã: Reformulação de Reurbanização do Entorno do Estádio do Maracanã e Ligação com a Quinta da Boa Vista- 1ª fase. Corredor de Ônibus e Obra viária • Corredor Pedro II e Obras Complementares nos BRT Antônio Carlos/Pedro I e Cristiano Machado (Belo Horizonte-MG). ITS • Expansão da Central de Controle de Trânsito (Belo Horizonte-MG). Outros • Requalificação da Rodoferroviária (inclusive acessos) (Curitiba-PR); • Metrô: Terminal Cosme e Damião (Recife-PE); e • Entorno Arena Pernambuco: Estação metrô Cosme e Damião (Recife-PE). Até dezembro de 2014, um percentual de 36,9% da Matriz de Responsabilidades foi executada. Em 7 das 12 cidades-sede houve obras de mobilidade finalizadas anteriormente à realização da Copa do Mundo (Belo Horizonte-MG, Brasília-DF, Curitiba-PR, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ e Salvador-BA). De acordo com as informações mais atualizadas, que estavam disponibilizadas no site do Portal da Transparência da Copa do Mundo, 10 obras estão com percentual de execução física concluído acima de 90%. Outros 6 empreendimentos possuem entre 70% e 90% de percentual de execução cumpridos. Na faixa entre 50% e 70%, existem 8 obras. Mais 3 empreendimentos constam na faixa entre 30% e 50%. Os 2 projetos restantes possuem um percentual de execução física muito baixo. São eles: a obra viária ‘Eixo Via Expressa/Raul Barbosa’ com 16%, e o Sistema BRT ‘Avenida Dedê Brasil’ (9%), em Fortaleza-CE. Verifica-se que 29 projetos encontram-se em execução e outros 17 estão em operação. Apenas 36,9% do total das obras previstas foi concluído. Além disso, após a realização da Copa do Mundo 2014, o andamento das obras foi desacelerado. Ou seja, o legado prometido pode ser comprometido em grande parte. 2.2. PAC 2 - Mobilidade Grandes Cidades O PAC 2 Mobilidade Grandes Cidades é o maior programa de investimento em infraestrutura existente no Brasil. Todas as cidades que possuem população total superior a 700 mil habitantes são elegíveis para o recebimento de recursos a partir do cadastramento e aprovação dos projetos elaborados. Atualmente, a previsão é de um total de 2773 projetos previstos para a área de ‘Mobilidade Urbana’ do eixo ‘Cidade Melhor’ do programa. Apenas em relação ao último ano, houve um acréscimo de 212 projetos. Em 2015, os Sistemas BRT aumentaram consideravelmente a representatividade no universo de projetos. Estão previstos agora 40 Sistemas BRT, conforme des3 Adotou-se como critério para quantificação dos projetos, quan- do possível, a quantidade de intervenções para cada um dos empreendimen2 Os Sistemas BRT Antônio Carlos/Pedro I e Cristiano Machado, tos propostos a partir da descrição apresentada. Naquelas situações em que na cidade de Belo Horizonte-MG e Transcarioca (Aeroporto/Penha/Barra), a descrição do empreendimento não permitiu quantificar o número de pro- localizado na cidade do Rio de Janeiro-RJ, estavam operando em caráter ex- jetos, determinou-se como quantidade apenas uma unidade para o tipo de perimental quando a Matriz de Responsabilidades atualizada em setembro intervenção verificada. Esse critério também foi adotado para a classificação de 2013 foi concluída. dos empreendimentos do PAC 2 Mobilidade Médias Cidades. 20 anuário ntu In v e s t i m ent o s tacado pela Figura 2. Os Corredores de Ônibus são o tipo de empreendimento com a maior quantidade de projetos prevista em 2015. São 91 corredores inscritos no progra- ma. Diferentemente dos dois últimos balanços realizados, neste ano, foram inseridos projetos que contemplam a implantação de 19 Faixas Exclusivas. Figura 2 – PAC 2 Mobilidade Grandes Cidades: quantidade de projetos previstos por tipo de intervenção (2015) 100 91 Quantidade de projetos 90 80 70 60 50 40 40 37 30 19 20 10 0 Sistema BRT Corredor de ônibus Faixa exclusiva 5 Ciclovia 20 19 18 1 4 Trem Metrô 36 Monotrilho 6 1 VLT Aeromóvel ITS Total de projetos previstos Obra viária Outros Projeto excluído do cronograma Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e das Cidades. Atualizado em: 11 de março de 2015. Ao todo são 150 empreendimentos, entre Sistemas BRT, Corredores de Ônibus e Faixas Exclusivas. Entre todas as obras de mobilidade urbana registradas atualmente no programa, 54,1% contemplam intervenções que têm por principal objetivo a priorização do transporte público por ônibus. Os demais projetos voltados para modos de trans- porte público (Trem, Metrô, Monotrilho, VLT e Aeromóvel) somam 47 empreendimentos, ou 16,9% do total previsto. De acordo com a Figura 3, observa-se que 70,3% dos empreendimentos encontram-se em ação preparatória. Ainda de acordo com a identificação dos status, 42 já iniciaram a fase de obras (15,2%). Quantidade de projetos Figura 3 – PAC 2 Mobilidade Grandes Cidades: status dos projetos previstos (2015) 200 195 150 100 50 1 0 Ação Preparatória Em licitação de projeto 42 17 10 Em licitação de obra Em execução Em obras 5 7 20 Concluído Em operação Não previsto Status dos projetos Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e das Cidades. Atualizado em: 11 de março de 2015. 2014 2015 21 In v e s t i m ent o s Em 2015, foi possível apurar a extensão de 39 projetos entre os 197 empreendimentos específicos para modos de transporte público. Após a finalização desses 39 projetos, serão 616,5 km dedicados ao transporte de massa. Dessa extensão total, 72,8% refere-se aos Sistemas BRT e Corredores de Ônibus (448,7 km). Os modos de transporte sobre trilhos respondem por 27,2% dessa extensão já apurada (166,9 km). O acompanhamento das obras de mobilidade urbana ligadas ao PAC 2 Mobilidade Grandes Cidades revela um crescimento notável em relação à quantidade total de empreendimentos cadastrados. mil habitantes. De acordo com dados do IBGE (2015), 85 cidades estão elegíveis. Apesar do critério de elegibilidade, 4 cidades com população fora do intervalo definido tiveram projetos inseridos no programas. Atualmente existe um total de 162 projetos previstos em 62 cidades. Novamente, o maior destaque entre os projetos são as obras de priorização do transporte público. De acordo com a Figura 4, são 101 projetos, que representam 62,3% do total. A avaliação dos projetos desse programa deixa mais evidente a predileção por parte das municipalidades pela priorização do transporte público sobre pneus. Entre todos os projetos de priorização do transporte público, 89,1% do total compreende Sistemas BRT, Corredores de Ônibus e Faixas Exclusivas. Em relação ao total de projetos de mobilidade urbana, 55,6% da quantidade total prioriza o ônibus como modo de transporte. 2.3. PAC 2 - Mobilidade Médias Cidades O PAC 2 Mobilidade Médias Cidades define como cidades elegíveis aquelas com população total entre 250 mil e 700 Figura 4 – PAC 2 Mobilidade Médias Cidades: quantidade de projetos previstos por tipo de intervenção (2015) 68 70 Quantidade de projetos 60 50 40 30 20 27 24 20 10 2 5 1 1 1 Trem Metrô Monotrilho 3 3 2 5 0 Sistema BRT Corredor de ônibus Faixa exclusiva Ciclovia Total de projetos previstos VLT Aeromóvel Teleférico ITS Obra viária Outros Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e das Cidades/Portaria nº 109, de 5 de março de 2013. Atualizado em: 11 de março de 2015. 22 anuário ntu In v e s t i m ent o s Considerando os projetos cadastrados, verifica-se que a maior parte deles encontra-se na fase que antecede à elaboração do projeto básico, ou seja, em ação preparatória (Figura 5). São 133 projetos ainda em ação preparatória, o que representa 82,1% da quantidade total. As obras foram iniciadas em 20 projetos (12,3%). O último ano foi marcado por uma intensa fase de proposição de projetos pelos municípios elegíveis do PAC 2 Mobilidade Médias Cidades. Figura 5 – PAC 2 Mobilidade Médias Cidades: status dos projetos previstos (2015) 140 133 Quantidade de projetos 120 100 80 60 40 20 0 Ação preparatória 4 5 Em licitação de obra Em execução Status dos projetos Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e das Cidades/Portaria nº 109, de 5 de março de 2013. Atualizado em: 11 de março de 2015. 3. Conclusões O balanço final dos três programas de investimentos avaliados é positivo, apesar do tímido nível de evolução dos projetos. Observa-se que a iniciativa governamental produziu resultados concretos em termos de implantação de novos sistemas de mobilidade urbana. Principalmente considerando a ausência desse tipo de iniciativa antes de 2007, são irrefutáveis o avanço e o impacto estruturante das medidas adotadas. Em alinhamento com a estrutura do transporte público no Brasil, verificou-se que mais da metade das intervenções, ou seja 256 empreendimentos (52,8%), adotou o ônibus como meio de transporte nas cidades. Conforme destacado pela Figura 6, há uma clara preferência pelo modo de transporte sobre pneus (Sistemas BRT, Corredores de Ônibus e Faixas Exclusivas), principalmente em função das principais características de modo (menor custo de implantação, menor tempo gasto durante a etapa de obras, maior capilaridade e cobertura do sistema e alta capacidade de transporte de passageiros). Apesar disso, há ainda um considerável esforço voltado para as obras viárias. Esse tipo de intervenção representou 16,5% do total dos investimentos. De acordo com a Figura 7, é a segunda prioridade nas cidades elegíveis. Isso indica que persiste a cultura de resolução dos problemas relacionados aos congestionamentos com a construção de obras de arte e ampliação do sistema viário. Notadamente, essas intervenções estimulam, ainda mais, a aquisição e utilização de automóveis e motocicletas. Como parte da observação do processo de investimentos, é importante destacar que há dois elementos críticos para a construção de um legado para a mobilidade 2014 2015 23 In v e s t i m ent o s urbana e o desenvolvimento do país. O mais fundamental talvez seja a qualidade técnica dos projetos apresentados. Registrou-se muitos relatos de atrasos e desvirtuações do projeto original, devido à inexistência de projetos básicos e executivos bem detalhados. A elaboração de bons projetos, condizentes com a realidade das cidades, é que tornará técnica e economicamente viável a efetivação deles. Nesta perspectiva, é essencial que os órgãos gestores se estruturem e busquem por qualificação técnica no âmbito municipal, atribuição definida pela Política Nacional de Mobilidade Urbana, através da Lei 12.587/2012. Outro elemento crítico é a efetiva disponibilização dos recursos, pois permite a perenidade dos investimentos. Nesse sentido o governo federal deve prever investimentos por meio da manutenção e/ou criação de programas para continuidade do direcionamento de investimentos específicos para construção de novas infraestruturas, mas também para qualificação daquelas já existentes. Figura 6 – Programas de financiamento do Governo Federal: quantidade de projetos previstos por programa (2015) 164 180 160 120 80 91 100 69 68 71 80 60 Sistema BRT Corredor de ônibus Copa do Mundo 2014 Faixa exclusiva Ciclovia Trem Metrô Monotrilho PAC 2 - Mobilidade Grandes Cidades VLT 36 20 20 27 24 PAC 2 - Mobilidade Médias Cidades anuário ntu Obra viária Outros 0 0 ITS Fonte: Ministérios do Esporte, das Cidades e do Planejamento, Orçamento e Gestão. 24 6 6 5 Aeromóvel Teleférico 3 0 0 2 2 3 4 0 1 2 3 5 1 0 1 0 4 6 5 1 0 0 1 0 2 0 5 5 6 11 14 19 24 19 19 18 21 20 19 20 40 37 40 Quantidade de projetos 140 Projeto excluído do cronograma Total de projetos (Unid.) In v e s t i m ent o s Figura 7 – Programas de financiamento do Governo Federal: representatividade dos projetos previstos por tipo de intervenção (2015) 35,0 32,5 Percentual de projetos 30,0 25,0 20,0 15,0 15,8 14,1 13,7 10,0 5,0 0,0 Sistemas BRT 4,2 Corredor Faixa de ônibus exclusiva 4,8 3,8 1,2 1,2 Ciclovia Trem 1,0 Metrô Monotrilho 0,8 VLT 0,4 Aeromóvel Teleférico 4,0 2,8 ITS Obra viária Outros Projeto excluído do cronograma Projetos Fonte: Ministérios do Esporte, das Cidades e do Planejamento, Orçamento e Gestão. 2014 2015 25 De sem pe nho 26 anuário ntu De s e m p en h o o p e r a c i o na l Dados do setor de transporte público urbano por ônibus – 2014 1. Introdução A partir desta edição do anuário da NTU, esta seção apresenta uma alteração no acompanhamento dos dados dos principais sistemas de transporte público urbano por ônibus. Essa alteração refere-se à série histórica, que foi iniciada em 1994 e que não será mais a única referência para a análise a partir deste ano1. Essa mudança deve-se à nova abrangência considerada para coleta dos dados do sistema municipal da cidade de São Paulo-SP. Historicamente, os dados encaminhados pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) eram obtidos apenas do subsistema estrutural2. 1 Os indicadores contemplados com o início de uma nova série Em 2013, o SPUrbanuss incorporou o subsistema local3 à coleta de dados. A representatividade da cidade de São Paulo-SP nos valores finais de algum dos indicadores aumentou consideravelmente. Identificou-se uma distorção significativa nos resultados dos anos de 2013 e 2014 em relação aos demais anos da série histórica anteriormente utilizada, o que prejudicaria a análise. Na edição 2013/2014 do anuário não foi possível obter os dados do sistema municipal de São Paulo-SP. Naquela oportunidade considerou-se os dados do ano de 2012 e, por isso, a série não foi descontinuada já naquele ano4. A nova série de dados permite inferências importantes acerca do atual momento do transporte público. As próximas seções destacam a análise individualizada dos indicadores e as principais conclusões. 3 O subsistema local é responsável pela alimentação da malha são os seguintes: Passageiros transportados por mês, Quilometragem mensal estrutural da cidade. Atende aos deslocamentos internos nos subcentros produzida, Índice de frota total e Idade média da frota. com linhas operadas por ônibus comuns e veículos de menor porte, como 2 O subsistema estrutural é formado pelas linhas operadas por ve- microônibus e miniônibus. Neste subsistema operam as empresas permis- ículos de médio e grande porte (articulados, biarticulados e comuns), destina- sionárias, que, até então, não possuíam contratos vigentes de acordo com as das a atender altas demandas e integrar diversas regiões às áreas centrais da definições do edital de licitação. cidade. É a espinha dorsal do transporte coletivo. Nesse subsistema operam 4 as empresas concessionárias que atuam sob o regime de concessão, confor- obtenção dos dados do ano de 2013 do sistema municipal de São Paulo-SP. me contrato do Edital nº 012/2002. Novamente não houve êxito. Dessa forma, os dados informados pelo SPUr- Para esta edição, novamente foi realizada uma tentativa para banuss para o ano de 2014 foram replicados para 2013, pois este foi o ano de início da alteração na metodologia de coleta dos dados pelo sindicato. 2014 2015 27 De s e m p en h o o p e r a c i o na l 2. Análise dos indicadores Nesta seção são avaliados os sistemas de transporte por ônibus de nove capitais brasileiras, são elas: Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP. Além dos principais indicadores operacionais do setor, também são avaliados a evolução dos salários dos motoristas, do preço do óleo diesel, das tarifas praticadas, do custo por quilômetro e das vendas de ônibus e micro-ônibus pelas fabricantes. A Tabela 1 apresenta a compilação dos dados de abril e outubro de 2014 dos principais indicadores avaliados. Tabela 1 - Sistema de ônibus urbano: dados operacionais e indicadores de desempenho (abril e outubro de 2014) Dados Abril (2014) Outubro (2014) Passageiros transportados por mês (unid.) 363.807.446 400.834.079 Quilometragem produzida mensal (km) 219.421.899 238.705.690 Índice de passageiros por quilômetro-IPK (unid.) 1,66 1,68 Passageiros transportados por veículo por dia (unid.) 370 401 1.561,60 1.693,75 Preço médio do óleo diesel (R$ const.) 2,19 2,20 Tarifa média ponderada (R$ const.) 2,83 2,88 Custo ponderado por quilômetro (R$ const.) 5,09 5,30 100,4 102,0 4,6 4,7 Salário médio mensal dos motoristas (R$ const.) Índice de frotal total Idade média da frota (anos) Fonte: Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos-NTU. *R$ const. - Refere-se ao valor atualizado em reais. 2.1. Passageiros transportados por mês O comportamento da demanda nos meses de abril e outubro de 2013 e 2014 não apresentou sinais de crescimento. Especificamente em relação ao carregamento de passageiros no mês de abril, não houve aumento de demanda. Em 2014, a demanda do mês de outubro registrou uma tímida recuperação. A totalização mensal demonstra uma redução de 4,5% para o mês de abril e um acréscimo de apenas 0,5% referente ao mês de outubro. Já em relação aos dados consolidados anualmente, a redução foi de 2%. 28 Comparativamente ao ano de 2013, o número de passageiros transportados reduziu-se. Esse resultado ratifica a tendência de perda de produtividade, que foi mais intensa no período entre 1995-2003 e com pequenas oscilações a partir de 2004 até os dados atuais, sem apresentar qualquer sinal considerável de recuperação desde então. A redução da quantidade de passageiros transportados atingiu níveis superiores a 30% em várias oportunidades ao longo de toda a série histórica (1994-2014). anuário ntu De s e m p en h o o p e r a c i o na l 2.2. Quilometragem produzida 2.4. Passageiros transportados por veículo por dia No mês de abril de 2014, a quilometragem produzida foi 3,1% inferior àquela verificada em 2013. Por outro lado, os dados de outubro apresentaram um aumento de 2% da produção quilométrica no período. No geral, com a soma anual da quilometragem produzida em ambos os meses, a redução da oferta foi de 0,5%, que representa 2,4 milhões de quilômetros. Particularmente em relação à série histórica da quilometragem produzida, as oscilações identificadas no período 1994-2014 não permitem apontar uma tendência. O cenário ideal seria aumentar a cobertura do sistema simultaneamente à racionalização dos itinerários. Desta forma, haveria uma manutenção da oferta de serviço, que aumentaria apenas com a inserção de novos passageiros no sistema. Ou seja, a ampliação da oferta estaria condicionada ao aumento da produtividade. Em ambos os meses analisados, houve redução da demanda diária transportada por cada veículo. Os valores referentes ao mês de abril de 2014 apresentam uma diminuição de 4,9% em relação ao ano anterior. Em outubro, a redução foi pouco significativa (1,5% do total). Após um período de crescimento entre 2006 e 2008, iniciou-se uma redução constante até 2014. A série histórica completa (1995-2014) indica uma diminuição superior a 36% para os meses de abril e outubro. A quantidade de passageiros transportados por veículo diariamente é um reflexo da redução da demanda do transporte público, processo ininterrupto nos últimos anos. Outro fator que colabora decisivamente para a redução desse indicador são os congestionamentos, pois com a perda de velocidade e aumento dos tempos dos percursos, é necessário inserir mais ônibus para o cumprimento da mesma quantidade de viagens programadas e transportar o mesmo número de passageiros. 2.3. Índice de passageiros por quilômetro O índice de passageiros por quilômetro reduziu em 1,2% em cada um dos meses avaliados. O principal indicador de produtividade do setor foi impactado pela redução de demanda superior à redução da oferta de serviço. Os índices atuais indicam que, apesar da queda da demanda e do aumento dos congestionamentos, existe um esforço para cumprir o compromisso de manutenção do nível de serviço. Isso tem sido feito por meio da inserção de uma quantidade maior de veículos para cumprir o mesmo número de viagens programadas pelos órgãos gestores. Nos últimos 16 anos de acompanhamento, não houve alteração significativa no comportamento do índice de passageiros por quilômetro. No período 2000-2015, os resultados ficaram compreendidos na faixa entre 1,56 e 1,70 passageiro por quilômetro. Esse período foi iniciado após a interrupção de uma fase (1994-2000) marcada por uma grande queda do indicador, que já atingiu 2,59 em 1995. Ou seja, houve uma redução superior a 35% em todo o período avaliado. 2.5. Salário médio mensal dos motoristas A variação do salário médio mensal dos motoristas no último ano indica uma retomada do aumento dos custos de mão de obra, que representam cerca de 40% do custo total dos serviços de transporte público urbano por ônibus. Os valores praticados nas capitais brasileiras analisadas superaram R$ 1.600,00 em grande parte do ano de 2014 (Figura 1). Esse fato não ocorria com a expressividade identificada desde o ano de 2007. A análise de todo o período, 1994-2014, permite diferenciar três momentos distintos: aumento considerável entre 1994-1998, redução no período compreendido entre 1999 e 2003 e estabilização dos valores na faixa entre R$ 1.400,00 e R$ 1.800,00 nos últimos 11 anos (2004-2014). Historicamente, os salários dos motoristas são reajustados com ganhos reais. Todavia, neste momento em que os contratos foram fortemente impactados pelo represamento dos valores de tarifas em várias cidades brasileiras, aumentos salariais podem comprometer ainda mais o equilíbrio econômico-financeiro dos sistemas. 2014 2015 29 De s e m p en h o o p e r a c i o na l Figura 1: Evolução do salário médio mensal dos motoristas do sistema de ônibus urbano Capitais Brasileiras - Em R$ const. pelo IGP-DI - Dezembro/2014 2200 Salário Médio Mensal (R$ const. Dez/2014) 2000 1800 1600 1400 1200 1000 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Ano 2.6. Preço médio do óleo diesel custo total. A coleta de preços nos sistemas pesquisados apontou para um aumento médio de 1,4% em abril e 4,3% para o mês de outubro, comparativamente ao ano de 2013, o que resultou nos valores médios destacados na Figura 2. O óleo diesel foi um dos principais responsáveis pelo aumento do custo do transporte público. Esse insumo possui uma representatividade de aproximadamente 25% do Figura 2: Evolução do preço médio do óleo diesel para grandes consumidores do sistema de ônibus urbano (Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP) - Em R$ const. pelo IGP-DI - Dezembro/2014 3,00 2,76 2,73 Preço médio do óleo diesel (R$ const. Dez/2014) 2,80 2,56 2,60 2,40 2,27 2,20 2,00 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 2,01 1,81 1,80 2,10 2,55 2,67 2,38 2,47 2,31 2,08 2,04 1,80 2,67 2,52 2,57 2,45 2,60 2,30 2,40 2,11 2,09 2,20 2,16 2,10 2,07 2,11 1,82 1,79 1,61 1,45 1,36 1,33 1,36 1,43 1,31 1,31 1,53 1,34 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Ano Abril 30 2,19 2,20 anuário ntu Outubro De s e m p en h o o p e r a c i o na l 2.7. Tarifa média ponderada A série histórica evidencia um período longo de aumento do preço do óleo diesel, foram sete anos entre 1999 e 2005. Os últimos dois anos também foram marcados por recorrentes reajustes. Esse resultado confirma um período de retomada de reajuste do preço do óleo diesel. Levantamento recente realizado pela NTU, com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, mostrou que entre junho de 2012 e novembro de 2014 o reajuste acumulado do óleo diesel foi 15,1% superior ao da gasolina. Considerando a correção pelo IGP-DI, a média do valor das tarifas médias ponderadas pela quantidade de passageiros equivalentes apresentou pequeno aumento (0,3% em relação ao ano anterior) entre os meses de dezembro de 2013 e 2014, conforme exibido na Figura 3. Em dezembro de 2014, o valor registrado foi R$ 2,87. Esse valor também foi a média do ano de 2014. O valor mais alto da série histórica foi registrado em janeiro de 1999 (R$ 3,19). Já a média dos últimos 12 anos é R$ 2,95. Figura 3: Evolução da tarifa média ponderada pelo volume de passageiros equivalentes do sistema de ônibus urbano (Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP) (Julho/1994 a Dezembro/2014) (Em R$ const. Dezembro/2014 pelo IGP-DI) 3,20 Tarifa ponderada (R$ const. Dez/2014) 3,00 2,80 2,60 2,40 2,20 2,00 1,80 1,60 1,40 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Ano Linha de tendência Tarifa 2.8. Custo ponderado por quilômetro Em 2014, a média do custo por quilômetro dos sistemas pesquisados foi de R$ 5,20. Após a correção dos valores pelo IGP-DI, verificou-se a manutenção do custo por quilômetro no mês de outubro. Entretanto, houve uma diminuição de 6,6% em abril. A análise comparativa da média dos meses avaliados nos últimos dois anos indica uma redução de 3,3%. Consulta realizada pela NTU com as entidades filiadas identificou alguns fatores que foram decisivos para essa redução. Naqueles sistemas que registraram redução dos custos operacionais, algumas iniciativas apontadas pelos técnicos contribuíram para amortização do custo. Destacam-se as desonerações de taxas e tributos incidentes sobre a prestação do serviço e os insumos do transporte público por ônibus. Em 2014, o mês de outubro apresentou um acréscimo do custo de 4,1% em relação a abril. Esse aumento deve-se ao retardamento dos reajustes tarifários que, tradicionalmente, são definidos no início do ano. Contudo, em 2014, os reajustes foram realizados, principalmente, após o mês de abril. Consequentemente, o valor do custo ponderado por quilômentro do mês de outubro foi diretamente influenciado. A avaliação da série histórica permite identificar que nos últimos dez anos, após um período de queda constante, o custo ponderado por quilômetro do setor tem alternado ciclos de elevação e redução, o que denota um comportamento bastante variável. Nesse período, os valores sempre estiveram compreendidos na faixa entre R$ 5,09 e R$ 5,77. 2014 2015 31 De s e m p en h o o p e r a c i o na l Figura 4: Evolução do custo ponderado por quilômetro do sistema de ônibus urbano (Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Fortaleza-CE, Goiânia-GO, Porto Alegre-RS, Recife-PE, Rio de Janeiro-RJ, Salvador-BA e São Paulo-SP)(Em R$ const. Dezembro/2014 pelo IGP-DI) 6,75 6,55 6,50 6,41 6,48 6,26 6,29 6,25 6,04 6,00 6,20 6,24 6,03 5,92 6,04 Custo/Km (R$ const. Dez/2014) 5,88 5,78 5,50 5,25 5,83 5,77 5,73 5,75 5,60 5,60 5,32 5,37 5,25 5,37 5,54 5,45 5,39 5,30 5,33 5,31 5,30 5,20 5,12 5,00 5,64 5,60 5,57 5,58 5,52 5,29 5,70 5,64 5,09 5,09 4,75 4,50 4,25 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Ano Abril Outubro 2.9. Índice de frota total 2.10. Idade média da frota O índice de frota total foi um dos indicadores que foram descontinuados devido à mudança na forma de coleta e repasse dos dados do sistema municipal de São Paulo-SP. A nova série foi iniciada em 2013 e evidencia um aumento de 2% no mês de outubro. Em relação a abril, o percentual de adição de veículos foi menor, 0,4%. A evolução do índice no curto período analisado ratifica a necessidade de inserção de novos ônibus para viabilizar o cumprimento da oferta de serviço proposta. Fato recorrente principalmente nos grandes centros urbanos, onde os congestionamentos têm maior influência no desempenho da velocidade operacional. Também evidencia o compromisso com a renovação de frota e manutenção dos níveis de conforto e segurança para os passageiros. A média da idade média da frota dos sistemas não superou 5 anos em nenhum dos meses avaliados. A média do indicador registrada em abril de 2014 foi de aproximadamente 4 anos e 7 meses (4,63 anos). Em outubro, o valor foi próximo a 4 anos e 8 meses (4,67 anos). Em relação ao ano de 2013, houve um acréscimo de 0,21 em abril e de 0,20 em outubro. 32 2.11. Venda de ônibus e microônibus no mercado interno A venda de veículos para operação do transporte público reduziu-se notadamente no ano de 2014. É o que revelam as informações do mapa de produção da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus-FABUS apresentadas anuário ntu De s e m p en h o o p e r a c i o na l na Figura 5. Após um período de retomada de investimentos na frota em 2013, proporcionado pelos novos editais de licitação, pelo compromisso do setor empresarial com a renovação da frota e pelo início de operação de novos Sistemas BRT no Brasil, os operadores tiveram a capacidade de investimento reduzida após o congelamento das tarifas e os reduzidos reajustes concedidos nos últimos dois anos. Ambos os segmentos dos produtos analisados, ônibus urbanos e micro-ônibus, sofreram impacto negativo nas vendas. Em relação aos ônibus urbanos a redução foi de 8,7%. No segmento dos micros a diminuição foi bastante superior, 28,3%. Nos últimos cinco anos, 2014 registrou o pior desempenho da indústria de produção de ônibus. Figura 5: Evolução da venda de ônibus e micro-ônibus no mercado interno (2001-2014) (Fonte: Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus-Fabus) 25.000 19.901 20.000 17.877 Unidades vendidas 17.227 18.305 16.701 16.033 15.000 13.901 13.272 10.539 10.000 8.004 8.412 7.399 6.297 6.111 4.963 5.000 3.058 2.373 0 2001 3.130 2.140 2002 2003 2004 2.345 2005 3.055 2.728 2006 2007 4.172 3.763 2.951 2008 Total urbano 3.890 3.559 2.658 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total micro 3. Conclusões Os resultados dos indicadores operacionais indicam duas questões fundamentais para entendimento do nível de serviço oferecido atualmente nas cidades brasileiras: perda de produtividade e aumento dos preços dos insumos mais representativos na composição dos custos. Entre os resultados, pode-se destacar: • Redução de 2% dos passageiros transportados no período 2013-2014 • Diminuição de 2,4 milhões de quilômetros da oferta de serviço • Rebaixamento de 1,2% do índice de passageiros por quilômetro • Aumento médio do preço do litro do óleo diesel da ordem de 2,8% • Retomada do aumento dos salários dos motoristas • Elevação da idade média da frota. Infelizmente, os resultados destacados são todos negativos. A série histórica dos indicadores revela que a situação está sendo agravada ao longo dos anos. Não houve alteração significativa na forma de tratamento do transporte público por parte dos órgãos responsáveis, apesar da aprovação recente da Lei nº 12.587/2012, que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Este cenário colabora para perpetuação das condições atuais impostas para operacionalização do trans- 2014 2015 33 De s e m p en h o o p e r a c i o na l porte por ônibus, especialmente a ausência de prioridade para circulação no sistema viário, o que elimina a perspectiva de melhoria. A redução da quantidade de passageiros transportados está ligada à redução da oferta de serviço, que é ocasionada pelo aumento dos índices de congestionamentos. Nesse sentido, a redução da velocidade tem prejudicado o desempenho dos veículos e o cumprimento das viagens. Situação que ratifica a tendência verificada nos últimos anos, ou seja, comprometimento da produtividade, conforme observado pela queda do índice de passageiros por quilômetro, e, consequentemente, aumento dos custos. Soma-se à ausência de condições operacionais básicas o comprometimento do equilíbrio econômicofinanceiro dos sistemas. Após as diversas reduções de tarifas verificadas em várias cidades do país em função das manifestações populares ocorridas em 2013, houve um sentimento de insegurança por parte das prefeituras e os respectivos órgãos gestores em relação à atualização 34 dos valores tarifários. Os contratos existentes com as empresas operadoras não foram completamente cumpridos, tanto em relação à metodologia definida para cálculo dos reajustes, quanto no que concerne à periodicidade acordada para atualização dos valores, ou seja, não houve atualização nas datas-base. Assim, as negociações tiveram caráter essencialmente político. Mais uma vez, os percentuais de reajustes concedidos não contemplaram o aumento dos principais insumos do setor. Esse desempenho aponta para a necessidade urgente de mudança na forma de tratamento do transporte público no Brasil. As seguintes premissas básicas devem nortear esse processo: • Garantia da continuidade dos investimentos iniciados recentemente • Priorização do transporte público em detrimento do individual motorizado • Criação de uma nova política de financiamento para o setor. anuário ntu Pres ta ção con tas PRESTAÇÃO DE CONTAS Confira uma síntese dos fatos e acontecimentos que foram destaque nos últimos 12 meses 36 anuário ntu P r e s ta ç ã o d e c o nta s Fatos em destaque LEGISLAÇÃO 1. Trânsito No ano de 2014 foram editadas resoluções pelo Conselho Nacional de Trânsito e uma lei federal sobre o assunto, como podem ser observados a seguir: • Comunicação de Venda de Veículos – Em março foi editada a Resolução 476, facultando o Sistema Nacional de Trânsito a celebrar contratos para acesso ao Sistema do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) exclusivamente para fins de Comunicação Eletrônica de Venda de Veículos com entidades privadas. • Notificações de Infrações de Trânsito - Em maio, foi editada a Resolução 488, definindo os meios tecnológicos hábeis de que trata o caput do art. 282 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), admitidos para assegurar a ciência das notificações das infrações de trânsito, mediante a Caixa Postal Eletrônica Oficial (e-CPO), permitindo ao interessado receber e enviar informativos, comunicados e documentos em formato digital, mediante adesão prévia do interessado. • Trânsito de veículos antes do licenciamento – Em maio, foi editada a Resolução 487, que dispõe sobre o trânsito de veículos novos nacionais ou importados, antes do registro e licenciamento. • Desmontagem de veículos – Em maio, foi sancionada a Lei nº 12.977 que disciplinou a desmontagem de veículos automotores terrestres. • Pneus – Em junho, foi editada a Resolução 492 que dispõe sobre a reforma e fabricação de pneus. • Revestimento interno de veículos – Em julho, foi editada a Resolução 498 que trata dos requisitos aplicáveis aos materiais de revestimento interno do habitáculo de veículos automotores nacionais e importados. • Micro-ônibus – Em outubro, foi editada a Resolução 505, que estabelece os requisitos de segurança para os micro-ônibus. 2. Vibração de Corpo Inteiro Em agosto, o Ministério do Trabalho editou a Portaria nº 1.297 que alterou o Anexo VIII da Norma Regulamentadora nº 15 que trata de critérios para prevenção de doenças e distúrbios decorrentes da exposição ocupacional às Vibrações de Mãos e Braços (VMB) e às Vibrações de Corpo Inteiro (VCI). 3. Biodiesel Em agosto, foi sancionada a Lei nº 13.033 dispondo sobre a adição obrigatória de 6% até 7% de biodiesel ao óleo diesel comercializado com o consumidor final. 4. Fiscalização de Cota de Jovem Aprendiz Em outubro, o Ministério do Trabalho e Emprego editou a Instrução Normativa nº 113 que disciplinou a fiscalização eletrônica de aprendizagem, mediante notificação, via postal, as empresas em geral, para que apresentem documentos, por meio eletrônico, com objetivo de comprovar a contratação de jovens aprendizes. 5. Desoneração Definitiva da Folha de Pagamento do Setor Em novembro, foi sancionada a Lei nº 13.043/2014 que estabeleceu uma série de alterações na legislação tributária federal e tornou permanente a contribuição social incidente sobre o faturamento das empresas de transporte público coletivo urbano e de caráter urbano, mediante a aplicação de uma alíquota de 2%. 2014 2015 37 P r e s ta ç ã o d e c o nta s Além disso, a nova lei estabeleceu que as empresas de transporte coletivo intermunicipais, interestaduais e internacionais de passageiros de caráter urbano passariam a fazer jus à isenção de PIS e Cofins prevista na Lei nº 12.860/2013. 6. Reoneração da folha de pagamento do setor Menos de seis meses após a desoneração definitiva da folha de pagamentos de diversos setores da economia, o governo federal voltou atrás na decisão e apresentou o Projeto de Lei 863/2015, propondo uma oneração de 2% para 3% para o setor de transporte público urbano. A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados em junho de 2015, mas até o fechamento desta publicação ainda não havia sido aprovada no Senado Federal. 7. eSocial Durante o ano de 2014, o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas – eSocial foi objeto de discussões entre setores econômicos e o governo federal. Em janeiro, a Caixa Econômica Federal editou a Circular 642 estabelecendo prazos para transmissão de eventos iniciais do eSocial. Em dezembro, foi publicado o Decreto nº 8.373, instituindo o eSocial e criando o Comitê Diretivo do eSocial e o Comitê Gestor. O primeiro com competência para estabelecer o prazo de entrada em vigor do novo sistema, ações de fiscalização e revisão, quando necessário. O segundo, com atribuição de aprovar e disponibilizar o Manual de Orientação do eSocial. TRIBUNAIS 1. Incêndio de ônibus A 1ª Vara Criminal de Ponta Grossa, no Paraná, condenou três cidadãos a penas de nove e dez anos de reclusão por roubo e incêndio a ônibus do sistema de transporte público da cidade. Segundo o juiz, a quadrilha tinha intenção de causar abalo à ordem pública, insegurança à sociedade e desestabilizar as forças públicas. 38 2. Garantia do equilíbrio econômico financeiro sem licitação O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento ao recurso de permissionários do transporte público coletivo do Distrito Federal, os quais pretendiam indenização em face do desequilíbrio econômico-financeiro do contrato de prestação do serviço público. O STJ entendeu que é imprescindível o procedimento licitatório prévio para garantir ao prestador de serviço o reajuste do equilíbrio econômico-financeiro do contrato. 3. Motorista é condenado por adulterar auto de infração O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo condenou motorista por falsidade ideológica, tendo em vista que esse alterou dois autos de infração para se livrar do pagamento de multa e respectiva pontuação em sua carteira de habilitação. O condenado utilizou informações referentes a um motorista do estado de Santa Catarina. 4. Assalto no interior de ônibus O Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou empresa de transporte público coletivo ao pagamento de indenização de R$ 80 mil a motorista, por ser vítima de disparo de arma de fogo em assalto ao ônibus da empresa, sob o fundamento de ser a empresa responsável pela segurança dos seus empregados, em especial, pela onda de violência em determinadas cidades brasileiras. Diferentemente da decisão do TST, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região – São Paulo proferiu decisão de que o assalto aos ônibus não é responsabilidade direta da empresa, mas tal fato decorre da segurança pública insuficiente, o que, por certo, não se deve transferir ao empregador qualquer ônus decorrente da atividade ilícita de terceiro. 5. Faixa exclusiva de transporte público O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul firmou o entendimento de que o Poder Judiciário não possui competência para paralisar a expansão de faixa exclusiva para ônibus, quando não verificada nenhuma ilegalidade cometida por ato do poder público local. Ademais, o Tribunal também explicitou que a referida medida é benéfica à população. anuário ntu P r e s ta ç ã o d e c o nta s CONGRESSO NACIONAL 1. CIDE para o Transporte Público 3. Nova Lei dos Motoristas Em março, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição 179/2007 que obriga a União a destinar no mínimo 10% dos recursos da CIDE ao subsídio de programas de transporte coletivo urbano para população de baixa renda em cidades com mais de 50 mil habitantes. No início de 2015, o Presidente da Câmara dos Deputados determinou a criação de Comissão Especial para apreciar e votar a matéria. Em julho, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou parte das emendas do Senado Federal ao Projeto de Lei nº 4.246/2014 que altera a Lei dos Motoristas. Entre as alterações introduzidas na lei dos motoristas, encontra-se a alteração do parágrafo 5º do artigo 71 da CLT, permitindo que seja reduzido e fracionado o intervalo de refeição dos motoristas, cobradores, fiscais de campo e outros trabalhadores empregados nos serviços de transporte rodoviários de passageiros, em face da natureza do serviço e em virtude de suas condições especiais. 2. Transporte como direito social Em abril, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou a Proposta de Emenda à Constituição 74/2013 que introduz na Constituição Federal o transporte como direito social, sob o entendimento que sem transporte, a liberdade de ir e vir também fica gravemente comprometida, pois, impor aos mais pobres uma condenação à imobilidade, seja pelas distâncias, seja pelas tarifas, ao mesmo tempo em que os proprietários de veículos podem usufruir de todos os espaços urbanos, é algo irreconciliável com a ideia de igualdade. 4. Estatuto da Metrópole Em dezembro, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei da Câmara nº 05/2014 que institui o Estatuto da Metrópole, o qual tramitou por dez anos no Congresso Nacional e tem como objetivo complementar o Estatuto da Cidade, estabelecendo conceitos para metrópole, região metropolitana, aglomerados urbanos e microrregiões, bem como instrumentos de gestão e governança. Representação setorial A NTU participa ativamente de comissões, conselhos, câmaras temáticas e eventos diversos como representante das empresas do setor de transporte público de passageiros no âmbito nacional e internacional. Confira a seguir as principais representações da associação na atualidade. 1. Conselhos, comitês, comissões e demais representações • Conselho das Cidades • Conselho Diretor da ANTP • Conselho Ambiental da CNT • Conselho de Competitividade de Serviços Logísticos do Plano Brasil Maior (PBM) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) • Comitê de Transporte e Trânsito do Conselho das Cidades • Comitê do Ônibus da UITP • Comitê Núcleo de Inteligência CNT • Comissão de Marketing da ANTP • Comissão de Transporte e Meio Ambiente da ANTP • Comissão de Estudo Especial de Sistemas Inteligentes (ABNT) • Comissão de ITS da ANTP • Comissão de Ônibus ANTP 2014 2015 39 P r e s ta ç ã o d e c o nta s • Comissão Técnica de Meio Ambiente da ANTP • Comissão Transporte com Acessibilidade ABNT • Grupo Técnico Sistema de Informações em Mobilidade Urbana (SIMU) do Ministério das Cidades • Grupo de Trabalho/Revisão do Método de Trabalho Cálculo dos Custos • Secretariado do MDT • Grupo de Trabalho de revisão do Anexo 8 da Nova Norma Reguladora NR 15 do Ministério do Trabalho e Emprego. 2. Participações em eventos “IV Congresso de Melhores Práticas SIBRT na América Latina, em Lima – Peru. Participação nos painéis “¿Que Rol Juega la Movilidad en Calidad de Vida y Competitividad Urbana?” e “¿Cómo Puede el Transporte Público Ayudar a Estructurar Ciudades?”. 7º Congresso Internacional de Transporte, na Cidade do México – México. Palestra “Mejores Prácticas Movilidad Urbana Sustentable”. UITP Argentina. Palestra “A importância da Profissionalização dos Sistemas de Ônibus e os desafios a enfrentar”. III EMDS – Encontro dos Municípios com Desenvolvimento Sustentável. Participação no debate do painel “Financiamento, custeio e gratuidades – quem paga a conta: quem usa ou quem se beneficia”. 42º ConCidades. Participação nos debates do Comitê Técnico de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana. Palestra de Encerramento da 1ª turma de pós-graduação lato sensu “Especialização em Gestão de Negócios”. 16º Etranspor (Fetranspor). Participação do diretor Administrativo e Institucional, Marcos Bicalho, no Painel “Novas Fontes de Recursos para o Transporte no País”, e do diretor técnico, André Dantas, com a palestra“Cenário de Transportes Brasileiros; similaridade com o cenário asiático”. Congresso dos Trabalhadores Rodoviários /2015. Palestra “Problemas Enfrentados pelos Operadores do Transporte Público no Brasil”. Fórum MOVECIDADES - Hotel Paulista Plaza. Novembro/2014. Participação em debates sobre mobilidade urbana. World Congress Exhibition UITP, em Milão, Itália. Palestra sobre a operação do transporte público no Brasil. Participação do Painel de Avaliação de Governança na Política Pública de Mobilidade Urbana – TCU. Seminário Inovações no Transporte para Cidades Inteligentes. Participação em debate no painel “Modelos de Concessão e Financiamento dos Sistemas e Tecnologias”. 40 Fórum Volvo Mobilidade Urbana, em Curitiba. Palestra “O novo patamar da mobilidade urbana”. 20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito da ANTP. Palestra e debates nos painéis “Bons padrões de qualidade nos sistemas BRT”, “Referenciais tarifários”, “Impactos das novas tecnologias nas organizações” e “Marketing em tempos de crise”. anuário ntu P r e s ta ç ã o d e c o nta s 3. Publicações Transporte Público Urbano: Como Atender as Demandas Sociais? Durante o Seminário Nacional de 2014 a NTU lançou a publicação “Transporte Público Urbano: Como Atender as Demandas Sociais?”. Trata-se de uma pesquisa, executada pela Soma Opinião & Mercado que ouviu de lideranças ligadas ao setor quais as soluções para os anseios da população. Preço, qualidade e transparência são as palavras-chave para atender as exigências da sociedade. 4. Eventos Seminário Nacional NTU - Transporte Público Urbano: Como Atender as Demandas Sociais? Com um público de 800 participantes, o Seminário Nacional NTU 2014 foi realizado durante os dias 27 e 28 de agosto, em Brasília. O tema principal, sobre os anseios da população relacionados ao transporte urbano, foi mediado pelo jornalista e apresentador Alexandre Garcia e contou com a participação de representantes da sociedade civil, operadores do serviço e órgãos gestores. Para embasar o debate, a entidade fez uma sondagem de tendências com o Instituto Soma Opinião e Mercado, na qual ouviu 91 formadores de opinião. Outros temas debatidos no evento foram a “Qualidade e Segurança nos Sistemas BRT” a “Lei Anticorrupção e Políticas de Compliance” e os “Sistemas Inteligentes de Transporte”. Em 2015 o Seminário Nacional da NTU será realizado em São Paulo, durante os dias 1, 2 e 3 de setembro. 2014 2015 41 P r e s ta ç ã o d e c o nta s 5. Campanhas A NTU atuou em vários projetos ligados a comunicação e marketing. Investiu massivamente nas redes sociais e promoveu diversas campanhas publicitárias que foram acessadas por mais de 2 milhões de pessoas. Faixa Exclusiva Mostrar como é fácil implantar faixas exclusivas e como aproveitar o tempo ganho com elas foi a proposta da campanha da NTU relacionada ao tema. Vou de ônibus na Copa No intuito de auxiliar a busca por informações sobre como se deslocar de transporte público durante o Mundial e incentivar o uso do ônibus urbano durante os dias de jogos, a entidade apostou na campanha. Eu faço o bem Uma campanha de conscientização. Para que os usuários do transporte coletivo compreendam que gentileza dentro do ônibus é uma questão de cidadania. Eu eleitor quero A proposta dessa ação foi incentivar a população a exigir dos seus candidatos compromissos com a melhoria da mobilidade urbana da sua cidade. Como Funciona o Transporte Público Por meio de uma série de vídeos com cinco episódios e peças publicitárias, a associação se propôs a elucidar temas que são motivos de questionamentos e dúvidas da população. 42 anuário ntu P r e s ta ç ã o d e c o nta s 6. Homenagens Medalha Social do Transporte Urbano A NTU instituiu em abril de 2012 a Medalha do Mérito Social do Transporte Urbano. A honraria foi criada em virtude das comemorações dos aniversários de 25 anos da entidade e da obrigatoriedade do vale-transporte no Brasil. A medalha é destinada a homenagear personalidades, empresas e entidades que efetivaram ações notórias de caráter social ou por excepcional dedicação em prol do desenvolvimento do transporte público urbano no Brasil e no exterior. No dia 5 de novembro de 2014, a NTU entregou a honraria às seguintes personalidades: Lélis Marcos Teixeira Eleonora Pazos Miguel Zanetto Presidente da América Latina de União Internacional Coordenadora da Divisão América Latina Vice-presidente da América Latina de União Internacional Placa Profissional Modelo O Prêmio Nacional Profissional Modelo do Transporte Urbano foi criado em 1997 para valorizar os trabalhadores das empresas associadas e filiadas à NTU. Seis edições foram realizadas, sendo a última em 2006. Atualmente, a NTU agracia com a placa “Profissional Modelo” os profissionais que executam com eficiência suas atividades e se destacam no setor. Nielson Antunes Júnior Motorista da empresa Auto Viação Alpha do Rio de Janeiro por sua atuação singular. 2014 2015 43 P r e s ta ç ã o d e c o nta s Medalha do Mérito do Transporte Urbano Brasileiro 2014 Em 1997, em comemoração aos 10 anos da NTU, foi criada a Medalha do Mérito do Transporte Urbano Brasileiro. A homenagem é a maneira que o setor encontrou para reconhecer o trabalho das pessoas que atuam em prol do transporte público de passageiros do Brasil. Confira os homenageados da edição 2014 da honraria. IN MEMORIAM: HILÁRIO SCHWAMBACH Hilário Schwambach nasceu em Baixo Guandu, no Espírito Santo, no dia 29 de julho de 1932. Seus pais, Maria Amélia e Pedro Schwambach Júnior, trabalhavam na lavoura e no comércio para manter os 11 filhos. Aos dois anos de idade, ficou órfão de pai. Sem tempo para o lazer e o estudo, trabalhava no campo para ajudar no sustento da família. 44 Ao completar 18 anos, abdicou do seu sonho de se tornar piloto de avião da Força Aérea Brasileira, pois, para isso, teria que se afastar da sua família. Optou então por um trabalho local e começou a atuar no transporte de café, dirigindo caminhões, onde adquiriu seus primeiros conhecimentos de mecânica automotiva. Em dezembro de 1959, já casado e com três dos seis filhos, mudou-se anuário ntu P r e s ta ç ã o d e c o nta s para a cidade do Recife/PE, a fim de associar-se ao irmão Arthur Bruno Schwambach na administração da empresa Rodoviária Borborema, fundada no ano de 1956, que, à época, contava com 16 ônibus. Trabalhava de domingo a domingo, com uma carga horária de 10 horas diárias sem abrir mão do convívio familiar. Sempre humilde e de voz suave, o seu exemplo exercia forte influência sobre os funcionários, que o consideravam amigo verdadeiro, pai e professor. Com o passar dos anos, a empresa de ônibus cresceu, tornou-se conhecida e ganhou destaque pela qualidade dos seus serviços. Novas frentes de negócios foram abertas e novas empresas passaram a fazer parte do Grupo Borborema. Hilário faleceu em 10 de novembro de 2013, aos 81 anos de idade. Mesmo doente, nunca deixou de trabalhar, inclusive nas manhãs dos domingos, hábito que sempre o acompanhou, sendo notória a sua frase: “as tardes dos domingos são as mais compridas”. JURANDYR MATHIAS RICÃO Jurandyr Mathias Ricão nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no bairro do Andaraí, em 1º de outubro de 1923. Aos 20 anos, ingressou na Escola de Especialistas da Aeronáutica. Logo em seguida foi transferido para a Base Aérea de Salvador, onde cumpriu suas obrigações como “Mecânico de Avião”. Em 1951, ele deu os seus primeiros passos no setor de transporte de passageiros. A história começou porque a Base Aérea estava localizada a 30 quilômetros do centro da cidade e os militares que tinham folga aos fins de semana não tinham transporte para ir à cidade. A partir dessa necessidade, Jurandyr Ricão organizou um grupo composto por 45 militares e todos contribuíram para a compra de um ônibus que serveria para transportá -los até a cidade. A iniciativa chegou ao conhecimento do comandante da Base Aérea de Salvador e não foi bem vista. O serviço de ônibus foi imediatamente suspenso e o transporte passou a ser oferecido pela Aeronáutica. Como o ônibus foi um investimento e estava parado, o grupo decidiu dar a ele outra finalidade. Ao invés do uso pessoal, tornaria-se um transporte público de passageiros, realizando viagens de Itapoã para o centro da cidade, dando início à Empresa Ipitanga. Deste momento em diante, passaram a se dedicar ao novo negócio. Compraram um terreno na Avenida Vasco da Gama e construíram uma garagem. Jurandyr terminava o seu trabalho na Base Aérea e seguia direto para a empresa, onde realizava a manutenção do ônibus. Em pouco tempo compraram o segundo veículo e assim sucessivamente. Em 1968, a Empresa Ipitanga comprou uma fábrica de carrocerias de ônibus no Rio de Janeiro e a levou para Salvador. Essa empresa viria a se chamar Carrocerias Aratu, que anos depois contou com a participação de empresários de ônibus de Salvador na sociedade. Jurandyr Mathias faleceu no dia 12 de julho de 2012, em Salvador/BA. WILSON SILVA COUTO Wilson Silva Couto nasceu no distrito dos Maias, Campo Belo/MG, em 17 de fevereiro de 1934. Começou a trabalhar ainda adolescente na área rural. Aos 17 anos foi para a cidade e tornou-se, sucessivamente, alfaiate, comerciante, caminhoneiro (atuando inclusive na construção de Brasília) e cafeicultor. Mudou-se para Belo Horizonte agregando seu caminhão à Esso Cia de Petróleo. Em 1972, trocou o transporte de combustível pelo transporte urbano de passageiros juntamente com seu irmão José da Silva Couto, adquirindo a Expresso Monte Castelo. Em 1974, comprou a empresa Laguna Auto Ônibus. Homem de visão e articulado, atraiu investimentos e melhorias para o bairro onde a empresa estava localizada devido à alta credibilidade e boa imagem conquistada. Assim, contribuiu para o desenvolvimento não só do bairro, mas de toda a região. Ampliou os negócios quando adquiriu em 1981 a Viação Castor, gerando mais empregos diretos e indiretos. Em 1982, adquiriu a Coletivos Lafaietense e, em 1984, a Expresso Valônia, ambas de transporte coletivo urbano. Foi agraciado com os títulos de Empresário do Ano 1995, concedido pelo Estado de Minas Gerais, de Cidadão Honorário do Município de Contagem, em 2011, e Cidadão Honorário do Município de Aguanil/MG, em 2012. Católico atuante, trabalhou em várias obras assistenciais na cidade de Campo Belo e região, como a construção de uma casa para a reabilitação de dependentes químicos e de duas igrejas. Faleceu aos 80 anos em 4 de março de 2014. Seus filhos, que já administravam suas empresas ao seu lado, assumiram os seus negócios. 2014 2015 45 P r e s ta ç ã o d e c o nta s ESPECIAL: CARLOS ALBERTO OSÓRIO Desde o início de 2010, quando aceitou o convite do prefeito Eduardo Paes para ingressar na prefeitura, Carlos Osório trabalha a serviço da cidade do Rio de Janeiro. Foi o secretário responsável por criar a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, cargo que ocupou no período de fevereiro de 2010 a outubro de 2012, quando assumiu a pasta de Transportes, onde trabalhou até abril de 2014. Nesse órgão, teve como principal missão implementar as mudanças viárias para viabilizar os avanços das obras de infraestrutura e implantar os novos sistemas de transporte, a exemplo do BRT e BRS. Na Secretaria de Transportes, além da expansão do sistema BRT e BRS, implementação do serviço de transporte público local (STPL) e do reforço no serviço de fiscalização do transporte público, Osório foi o secretário que participou diretamente de eventos como a Rio+20, a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude, além dos tradicionais Carnavais, Réveillon e do Rock in Rio. Osório também esteve à frente de todo o processo na maior mudança viária no Centro da Cidade, com a derrubada do Elevado da Perimetral, o fechamento do Mergulhão da Praça XV e as mudanças na Avenida Rio Branco, que passou a operar em mão dupla, exclusivamente destinada ao transporte público. Carioca, 48 anos, Osório também foi secretário-geral do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 e dos Jogos Pan -Americanos no Rio, em 2007. Também foi secretário-geral do Comitê de Candidatura da Rio 2016, coordenando a campanha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas. JOÃO BATISTA MEIRA BRAGA João Braga nasceu em 18 de junho de 1948, em Cajazeiras, na Paraíba. Formado em engenharia mecânica pela Universidade Federal da Paraíba, com mestrado em administração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é consultor de gestão pública. Traz no currículo o conhecimento e a experiência de quem já foi secretário municipal de Infraestrutura e secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, além de ter comandado a Secretaria de Defesa Social do Estado. Também foi vereador do Recife, em Pernambuco, e deputado estadual por três mandatos. Escritor, já lançou 46 diversos títulos, entre eles o livro histórico-cultural-turístico Trilhas do Recife e o romance Posto de Escuta. João Braga é casado com a senhora Isabel Barros Braga e tem três filhos: Bernardo, André e Beatriz. RICARDO FERRAÇO Nascido na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, em 17 de agosto de 1963, o senador da República Ricardo Ferraço ingressou na vida pública em 1982, quando venceu as eleições para vereador aos 19 anos. Foi eleito deputado estadual por dois mandatos (de 1990 a1994 e de 1995 a 1998) e tornou-se o mais jovem presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. Em 1997, assumiu a Casa Civil do governo capixaba e, no ano seguinte, conquistou o posto de deputado federal eleito com o maior número de votos. Em 2003, comandou a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca. Cinco anos mais tarde, elegeu-se vice-governador, quando passou a responder também pela Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop). Em 2009, deixou a pasta para coordenar o Programa de Investimentos Públicos e Empregos. Em 2010, foi eleito senador com a maior votação da história do Estado: 1.557.409 votos. Na casa legislativa, é autor dos Projetos de Lei 319/2009, que regulamenta a profissão de motorista, e 310/2009, que institui o Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros – REITUP, para bilhete único e integração da rede. Ricardo Ferraço é casado com Vivian Coser Sette Ferraço e tem 3 filhos: Pedro, Antônia e Arthur. EMPRESÁRIO: FREDERICO LOPES FERNANDES JUNIOR Nascido em 16 de janeiro de 1954, na cidade mineira de Patrocínio, Frederico Lopes Fernandes Júnior é casado com Marina e tem 2 filhos, Frederico Neto e Luiza. Após alguns trabalhos na área da engenharia civil, Frederico iniciou sua trajetória no ramo de transporte de passageiros trabalhando na empresa São Jorge Ltda. de anuário ntu P r e s ta ç ã o d e c o nta s 1979 a 1988, que atuava no transporte coletivo metropolitano da região de Belo Horizonte, Minas Gerais. No ano de 1992, foi convidado para assumir a direção da Cialtra Empresa de Transportes Ltda., empresa que seus irmãos Antônio Carlos e Vergniaud haviam adquirido em sociedade com Dimas José da Silva, em 1985, e atuava no ramo de transporte regular urbano de passageiros no município de Fortaleza, Ceará. Nos idos de 1997, a Cialtra sofreu uma cisão da Auto Viação São Judas Tadeu Ltda. No comando da São Judas, foram intensificadas as práticas de gestão pela qualidade, esforço que rendeu à organização a honraria de ser a primeira empresa de transporte regular urbano de passageiros a ser certificada pela ISO 9001:1994. Em 2003, o grupo Guanabara, junto com outros sócios cearenses, adquiriu a Auto Viação São Judas Tadeu e pouco tempo depois algumas outras empresas para formar a Auto Viação Dragão do Mar, da qual Frederico é hoje sócio e diretor. No segmento de transporte urbano de passageiros, Frederico também é sócio da Viação Urbana Ltda., também de Fortaleza. Ambas as empresas estão entre as maiores do ramo em Fortaleza, tanto no número de veículos como no de passageiros transportados. Frederico sempre se destacou pela sua forte atuação nas entidades ligadas ao setor. No Sindiônibus, foi presidente no período de 2002 a 2005 e atualmente ocupa as funções de presidente do Conselho de Administração do Vale-Transporte e membro do Conselho Deliberativo. Na NTU, exerceu o cargo de diretor pelo Estado do Ceará entre os anos de 2003 e 2011. HELOISIO MARCOS SILVEIRA Nascido em 23 de outubro de 1950, na capital mineira, Heloísio Marcos Silveira iniciou sua vida profissional ainda menino, vendendo verduras pelas ruas de Belo Horizonte para ajudar a família. Parte do dinheiro arrecadado ele dava para sua mãe e o restante economizava, visando prosperidade profissional. Aos 12 anos, ingressou no mercado velho da Capital, ajudando os seus irmãos a vender frutas e legumes. Economizava tudo o que podia, pois queria ter seu próprio negócio. Assim, aos 15 anos adquiriu seu primeiro caminhão e a sua própria barraca de verduras e frutas. Deu tão certo, que com o resultado financeiro do seu negócio investiu em imóveis e, aos 21 anos, adquiriu sua primeira empresa de ônibus, a Viação Ermelinda, no Prado, em Belo Horizonte. Em 1974, vendeu a Viação Ermelinda e tornou-se sócio da Expresso Santa Luzia Ltda., com apenas 14 veículos. Visionário, tinha como foco a ampliação de frota e crescimento naquela região. Em virtude de seu empreendedorismo, adquiriu novas empresas de transporte coletivo urbano na Região Metropolitana de Belo Horizonte. É diretor-presidente do Grupo Rodap, composto por seis empresas prestadoras de serviço em transporte de passageiros na Região Metropolitana de Belo Horizonte. É conhecido por sua garra, coragem, determinação, persistência e carisma. Possui um contato próximo com a comunidade, razão pela qual o torna admirado. É casado com Ana Maria Armond Silveira e pai de quatro filhos, Patrícia, Ana Carolina, Guilherme e Luiz Otávio. Ser avó é também uma de suas vocações, percebida com a chegada de seus três netos, Luca, Matheus e Davi. JOSUÉ ADOLFO DA SILVA Nascido em 23 de março de 1929, em Santa Cruz, Recife. Iniciou suas atividades empresariais em setembro de 1957 com um veículo, atuando na área de Jaboatão dos Guararapes. Ao longo da trajetória profissional no transporte urbano, conquistou mais de 100 ônibus. Antes de ingressar no setor de transporte de passageiros, foi motorista de caminhão. Atualmente é sócio da Auto Viação Santa Cruz. 2014 2015 47 P r e s ta ç ã o d e c o nta s 7. Posse dos Conselhos Diretor e Fiscal - Biênio 2015-2017 A NTU realizou em 1º de abril de 2015, na sede em Brasília (DF), a posse dos membros dos Conselhos Diretor e Fiscal para um mandato de dois anos a se encerrar em 31/03/2017. O Conselho Diretor é composto por um presidente, um vice-presidente, sete conselheiros titulares e nove suplentes. Eurico Divon Galhardi e João Antonio Setti Braga foram eleitos presidente e vice-presidente, respectiva- 48 mente. Entre as atribuições estabelecidas para o Conselho, destacam-se instituir diretrizes para NTU e aprovar orçamentos e planos de trabalho. Já o Conselho Fiscal tem três membros titulares e três membros suplentes. São responsáveis por fiscalizar a gestão financeira da entidade, examinar e emitir pareceres sobre as contas, entre outros. anuário ntu P r e s ta ç ã o d e c o nta s Conselho Diretor Região Nordeste Conselheiro do Estado de São Paulo - Titular Júlio Luiz Marques Conselheiro do Estado de São Paulo - Suplente Conselheiro do Estado do Ceará - Titular Dimas Humberto Silva Barreira Paulo Eduardo Zampol Pavani Conselheiro do Estado de São Paulo - Titular Conselheiro do Estado do Ceará - Suplente Mário Jatahy de Albuquerque Júnior João Antonio Setti Braga Conselheiro do Estado de São Paulo - Suplente Conselheiro do Estado de Pernambuco - Titular Luiz Fernando Bandeira de Mello Mauro Artur Herszkowicz Conselheiro do Estado de Pernambuco - Suplente Paulo Fernando Chaves Junior Região Sul Conselheiro do Estado do Rio Grande do Sul - Titular Região Centro-Oeste Ilso Pedro Menta Conselheiro do Estado do Rio Grande do Sul - Suplente Conselheiro do Estado de Goiás - Titular Edmundo de Carvalho Pinheiro Enio Roberto Dias dos Reis Conselheiro do Estado de Mato Grosso - Suplente Ricardo Caixeta Ribeiro Região Sudeste Conselho Fiscal Conselheiro do Estado de Minas Gerais - Titular Conselheiro do Estado da Bahia - Titular Roberto José Carvalho Heloísio Lopes Conselheiro do Estado de Minas Gerais - Suplente Conselheiro do Estado do Pará - Titular Rubens Lessa Carvalho Paulo Fernandes Gomes Conselheiro do Estado do Rio de Janeiro - Titular Conselheira do Estado do Espírito Santo - Titular Eurico Divon Galhardi Simone Chieppe Moura Conselheiro do Estado do Rio de Janeiro - Suplente Conselheiro do Estado do Paraná - Suplente Narciso Gonçalves dos Santos Dante José Gulin Conselheiro do Estado do Rio de Janeiro - Titular Conselheira do Estado do Maranhão - Suplente Lélis Marcos Teixeira Ana Carolina Dias Medeiros de Souza Conselheiro do Estado do Rio de Janeiro - Suplente Conselheiro do Estado de São Paulo - Suplente Francisco José Gavinho Geraldo Fernando Manuel Mendes Nogueira 2014 2015 49 Fi cha 50 anuário ntu Ficha técnica Equipe responsável Alexandra Araújo Ana Caroline Lima Anderson Paniagua Bárbara Renault Fernanda Leitão Hellen Tôrres Ivo Carlos Palmeira Luciara Vilaça Vieira Matteus Freitas Melissa Brito Spíndola Renata Nobre da Silva Sérgio Bandeira Simone Lima Otávio Vieira da Cunha Filho Presidente da Diretoria Executiva Marcos Bicalho dos Santos Diretor Administrativo e Institucional André Dantas Diretor Técnico Projeto gráfico e diagramação Duo Design 2014 2015 51 SAUS Q. 1, Bloco J, Ed. CNT, 9º andar, Ala A Brasília (DF) CEP 70070-944 Tel.: (61) 2103-9293 / Fax: (61) 2103-9260 E-mail: [email protected] Site: www.ntu.org.br Siga a NTU nas redes sociais www.twitter.com/ntunoticias www.facebook.com/ntubrasil www.flickr.com/ntubrasil www.youtube.com/transporteurbanontu