Os possíveis danos da escova progressiva Os possíveis danos da escova progressiva Alysson Mota, Angélica Canuto, Antonio de Holanda, Ingryd Dourado, Julia Mizuno, Mariana de Campos Professor: Dr. Carlos Alberto Silva, CCNH São Bernardo do Campo Resumo Com padrões de beleza cada vez mais rigorosos e modais, a indústria cosmética lança continuamente produtos que satisfaçam as exigências do seu público alvo. O cabelo sempre ocupou espaço de destaque no quesito vaidade, e com a grande proporção que determinadas técnicas como a escova progressiva tem alcançado, surgiu a proposta desse projeto que foca analisar os danos que tais métodos podem causar na estrutura do fio do cabelo. INTRODUÇÃO No ser humano, o cabelo representa uma estrutura que há muito tempo perdeu seu significado funcional durante o processo evolutivo da espécie. O cabelo é uma fibra natural formada por queratina, uma proteína composta por teor elevado de enxofre proveniente da cistina, e é composto por três estruturas principais: cutícula, córtex e medula [1]. Há séculos, as mulheres fazem uso de produtos em prol da beleza, mesmo que às vezes isso implique em determinados riscos. No caso da Escova Progressiva há utilização do formol, substância tóxica que deve ser utilizada como conservante em quantidade máxima de 0,2% segundo padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) [2]. O problema é que nessa dosagem, ele não alisa. O resultado é a utilização de produtos que contêm muito mais formol do que o permitido: muitos cabeleireiros admitem adicionarem formol na fórmula, em quantidade que varia entre 2 a 5 %. OBJETIVO Determinar o diâmetro do fio de cabelo antes e depois da aplicação de produtos de uma escova progressiva e os possíveis danos causados por esse tratamento capilar. METODOLOGIA A escova progressiva foi aplicada em duas mechas de pessoas distintas e foram usados três produtos de marcas diferentes (Tabela I). Os diâmetros capilares foram calculados com o auxílio do laser através dos conhecimentos de difração da luz de acordo com metodologia já descrita [3] e comparados com os cálculos realizados antes do fio receber o tratamento. A morfologia dos fios foi analisada por microscopia óptica de luz para avaliar a estrutura capilar antes e depois da escova progressiva. IX Simpósio de Base Experimental das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011 Os possíveis danos da escova progressiva Tabela I – Marca dos produtos e porcentagem de formol (O shampoo usado é anti-resíduo). [2]ANVISA. Alisantes. In: ANVISA, 2007. (http://portal.anvisa.gov.br) Visualizado no dia 3 de agosto de 2011. Marca Nova Hair Lastro Hair Sun Shine [3]Roteiro do experimento da aula de Base Experimental das Ciências Naturais - Ótica Física (http://becn.ufabc.edu.br/roteiro.php) Produto shampoo e progressiva shampoo e progressiva progressiva Formol (%) 0,02 0,02 0 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os fios de cabelo tratados com formol tiveram um aumento em suas espessuras, devido à formação de um filme endurecedor [4] (Tabela II). Nos que não receberam o produto com formol, ocorreu apenas a limpeza dos resíduos e o alisamento dos fios. Observou-se, também, o escurecimento da medula nos fios que a continham por inteira ou fragmentada. Tabela II – Diâmetro dos fios antes e depois da escova progressiva. [4]ABRAHAM, L. S.; MOREIRA, A. M.; MOURA, L. H.; GAVAZZONI, M. F. R.; ADDOR, F. A. S. Tratamentos estéticos e cuidados dos cabelos: uma visão médica (parte 2). Surgical & Cosmetic Dermatology 1:178-185, 2009. AGRADECIMENTOS Ao Victor Flavio de Souza que gentilmente nos cedeu as amostras dos produtos e ao Prof. Dr. Carlos A. Silva que esteve nos auxiliando durante todo o processo do trabalho. Diâmetro (μm) Cabelo 1 Cabelo 2 AMOSTRA 1 – Cabelo Virgem 82,6 73 AMOSTRA 2 – Nova Hair 99,9 82,6 AMOSTRA 3 – Lastro Hair 92,6 79,1 AMOSTRA 4 – Sun Shine (sem formol) 73,1 63,3 Figura 1 – Foto micrografia do fio antes e depois da aplicação da escova progressiva. CONCLUSÕES A variação da espessura do fio de cabelo está relacionada ao uso ou não do formol e, visto que a aplicação do formol provocou alterações diretamente na medula. [1]ROBBINS, C.R. Chemical and physical behavior of human hair. 3.ed. New York: Springer, 1994. 391p. IX Simpósio de Base Experimental das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011