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GARFAGNANA (Toscânia, Itália)
Produtos regionais, promoção
da região
A acção
A valorização de três produtos locais específicos (espelta,
mel e castanhas) levou à promoção nacional e internacional
desta zona da Toscânia relativamente isolada, com incidên cias positivas importantes para o turismo. A iniciativa, financiada em grande parte pelos programas LEADER I e II,
conduziu os produtores locais a agruparem-se. A espelta, o
mel e as castanhas são produções actualmente organizadas
em fileiras sólidas, que associam agricultores e comerciantes. A vertente qualidade é outra componente essencial da
iniciativa. Prova disso é a indicação geográfica protegida
(IGP) obtida pela espelta da Garfagnana e a elaboração de
rótulos de qualidade para a carne e para o leite.
Contexto
Se a paisagem montanhosa da região de Garfagnana manteve isolada durante muito tempo esta microrregião, também
é verdade que a preservou da desflorestação. A Garfagnana
(que significa "grande floresta") merece ainda o seu nome,
já que os bosques cobrem mais de 75% da superfície da região, ou seja, 86 624 ha, dos quais 4 544 ha plantados de
castanheiros. O pouco espaço reservado às culturas (6 500
ha) e a grande fragmentação das propriedades não permitem
praticar a agricultura a tempo inteiro. A regra é a pluriactividade e o aumento dos rendimentos provenientes da agricultura passa pela qualidade e por uma abordagem não clássica dos mercados.
Ponto de partida
Criado em 1991 com o LEADER I, o grupo de acção local
(GAL) "Garfagnana Ambiente e Sviluppo" (Garfagnana Ambiente e Desenvolvimento) identificou três culturas agrícolas
locais que ofereciam um potencial de valorização: a espelta,
o mel e as castanhas.
A atenção concentrou-se inicialmente na espelta. Este cereal antigo, típico das zonas montanhosas, possuía todas as
características de um produto que era necessário preservar
e em relação ao qual era preciso organizar a comercialização. A espelta produzida até então na Garfagnana era comercializada individualmente pelos produtores que apenas
dispunham de pequenas quantidades e tinham, por conseguinte, muito pouco peso nas negociações com os distribuidores.
Elementos principais
> Criação de fileiras que agrupam agentes económicos locais –
designadamente agricultores e comerciantes – que não tinham o hábito de colaborar.
> Papel de alavanca dos produtos agro-alimentares locais na
promoção económica e turística da região.
> Papel de intermediários dos emigrantes originários do local
na promoção da região.
> Iniciativa de qualidade de longa duração também em relação
a outros produtos.
Em relação ao mel, vários estudos revelaram que o consumidor tinha tendência para escolher este produto com base em
critérios visuais e gustativos, sendo portanto evidente que o
produto necessitava de uma forte conotação regional.
Quanto à castanha, que do ponto de vista quantitativo é a
produção local mais importante, com 4 544 ha de superfície
cultivada, o GAL e os produtores interessados concentraram
os seus esforços no produto seco (cerca de metade da produção total), uma vez que a farinha de castanha oferece
boas oportunidades como ingrediente gastronómico e pasteleiro.
Na verdade, os três produtos necessitavam da mesma intervenção em três vertentes: a preservação, através da valorização de produtos antigos que tinham de ser actualizados, a
atribuição de uma "imagem regional" e uma educação para
o consumo do produto.
E xe c u ç ã o
Esta intervenção apoiou-se em primeiro lugar no reavivar de
uma associação local, a "Consorzio Garfagnana Prod
Os fundos LEADER cobriram as despesas com o equipamento
para a transformação da espelta e da castanha em farinha.
Começou-se primeiramente por uma operação experimental,
mas que rapidamente convenceu a "Comunità Montana"
(agrupamento técnico-administrativo de vários municípios
de montanha), responsável pela execução de um programa
do Objectivo 5b, que se juntou ao projecto. Foi assim que a
Comunità Montana se encarregou de solicitar em 1994 a atribuição de uma IGP (indicação geográfica protegida) para a
espelta de Garfagnana. A IGP foi atribuída pela Comissão
Europeia em Julho de 1996.
No final do programa LEADER I, em 1995, os produtos da
Garfagnana começaram a sair da sombra. Era ainda necessário dá-los a conhecer nos mercados internacionais. A este
respeito, o GAL pensou realizar eventos que permitissem
promover os produtos sob um "rótulo comum" durante as
feiras e salões, designadamente nas regiões da Europa onde
existem muitos emigrantes originários da região de Garfagnana. O GAL dirigiu-se ao Instituto italiano do Comércio
Externo, que aceitou fornecer gratuitamente um pavilhão. A
primeira experiência concreta foi na Alemanha, em Dusseldórfia, no âmbito de um salão de produtos regionais dirigido a um público constituído por grossistas, mas igualmente
por operadores turísticos.
Em 1995 e 1996, tiveram lugar seis manifestações nacionais,
três internacionais e uma local. Quis-se igualmente reforçar
a visibilidade do Consorzio ao nível local e foram ainda lançadas várias acções para atrair um maior número de visitantes à Garfagnana e prolongar a época turística. Em 1998, foram organizadas três manifestações locais. Em 1999, realizaram-se seis eventos locais e dois internacionais e para o
ano 2000 estão programadas seis manifestações locais e
duas internacionais para o ano 2000.
Depois da reactivação e extensão do Consorzio Garfagnana
Produce, foram criados dois agrupamentos sectoriais em
1998: o "Consorzio del Farro della Garfagnana", que reúne os
produtores de espelta da Garfagnana, e o "Consorzio Castanicoltori", que reúne os produtores de castanha. Cada asso ciação conta com cerca de trinta membros.
Orçamento e fontes de financiamento
O investimento total, financiado essencialmente no âmbito
do programa LEADER, representa 723 000 EUR, dos quais
50% (361 500 EUR) provenientes de fontes privadas.
GARF AGNANA
A Garfagnana ("Grande Floresta"), que pertence à província
de Lucques, forma um vale de 534 km 2, encaixado entre os
Apeninos e os Alpes Apuane. O relevo acidentado explica o
isolamento secular desta região, apesar da proximidade das
bacias muito desenvolvidas da planície costeira que se entendem entre Livurno e La Spezia. A maior parte da região
(63%) fica situada a mais de 600 m de altitude, com cumes
que atingem quase 2000 m. Os 32 000 habitantes da zona
LEADER Garfagnana (58 habitantes/km 2) distribuem-se por
25 municípios.
O LEADER I assegurou a promoção entre 1994 e 1996
(118 800 EUR) e o equipamento do centro de transformação
(77 500 EUR); a promoção entre 1997 e 2000 foi garantida
pelo LEADER II, sendo o financiamento distribuído da seguinte forma: promoção do território (206 500 EUR), acções
junto dos restauradores (134 300 EUR) e presença em feiras
e salões (185 900 EUR). As contribuições locais feitas pelas
comunidades de montanha e pelos municípios completaram
o total.
Elementos inov ador es para a r egião
Implicação da população local e coesão social
Ao mobilizar o conjunto dos agentes locais, públicos e privados, a acção teve um efeito de coesão estrutural importante, tendo sensibilizado as administrações locais e os empresários privados para a promoção territorial das virtudes
do trabalho em comum.
Imagem da região
A população local tomou consciência das potencialidades da
sua região e a Garfagnana conseguiu um reconhecimento no
exterior. Os estrangeiros constituem 80% da clientela turística. A iniciativa permitiu desviar para a Garfagnana uma
parte dos fluxos turísticos da Toscânia.
Actividade e emprego
Verifica-se um desenvolvimento significativo do turismo rural,
tendo o número de empresas neste sector passado de 12, em
1995, para 40, em 1999. A iniciativa teve um importante efeito de demonstração e encorajou outros agentes a investirem
no turismo rural e na valorização dos produtos locais.
Competitividade e acesso aos mercados
A atribuição da IGP para a espelta da Garfagnana, o pedido
de IGP em curso para a farinha de castanha e a elaboração
de um rótulo de qualidade para o leite e a carne são prova
da difusão de uma cultura de qualidade entre os empresários locais. Daqui para a frente, os produtos à base de espelta, de mel e de castanhas, como a farinha, sobremesas e li cores, estão presentes nos mercados nacionais e europeus,
enquanto os outros produtos (conservas, carne, queijos,
etc.) estão igualmente presentes nos mercados regionais. Os
volumes de produção de qualidade, que atingiram entre
1 000 e 1 200 quintais (1 quintal = 100kg) por ano de espelta e mais de 4 000 quintais por ano de farinha de castanha,
obtidos a partir de técnicas semitradicionais, evidenciam a
dimensão económica e competitiva dos produtos em causa.
Contacto
Stefano Stranieri
GAL Garfagnana Ambiente e Sviluppo
Via Vittorio Emanuele, 9
I-55032 Castelnuovo di Garfagnana (LU)
Tel.: +39 0583 644449
Fax: +39 0583 644451
E-mail: [email protected]
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