VOCÊ SE ATUALIZA COM A MESMA
DEDICAÇÃO COM QUE CUIDA DOS
SEUS PACIENTES?
CURSOS DE
PÓS GRADUAÇÃO
LATO SENSU NA
COGEAE PUC-SP
FONOAUDIOLOGIA
ESPECIALIZAÇÃO
EM AUDIOLOGIA
FONOAUDIOLOGIA
ESPECIALIZAÇÃO
EM LINGUAGEM
FONOAUDIOLOGIA
ESPECIALIZAÇÃO
EM VOZ
CURSOS RECONHECIDOS
S AT E L I T E | S M G
PELO CONSELHO FEDERAL
DE FONOAUDIOLOGIA
CLÍNICA
INTERDISCIPLINAR
COM O BEBÊ: A SAÚDE
FÍSICA E PSÍQUICA NA
PRIMEIRA INFÂNCIA
(DO NASCIMENTO ATÉ OS 3 ANOS)
I N F O R M A Ç Õ E S S Ã O PA U L O 1 1 3 670 . 3 3 0 0
B A R U E R I 1 1 3 670 . 3 3 3 8 S O R O C A B A 1 5 3 2 1 2 .9 5 4 5
W W W. P U C S P. B R /C O G E A E
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
QUEM FAZ SE ORGULHA
10/20/06 5:24:51 PM
EDITORIAL
CONSELHO REGIONAL
DE FONOAUDIOLOGIA
2ª. REGIÃO
7º COLEGIADO
PRESIDENTE
Sílvia Tavares de Oliveira
VICE-PRESIDENTE
Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida
DIRETORA-SECRETÁRIA
Anamy Cecília César Vizeu
DIRETORA-TESOUREIRA
Márcia Regina da Silva
CONSELHEIROS: Ana Léia Safro Berenstein • Anamy Cecília César Vizeu •
Andrea Wander Bonamigo • Claudia Aparecida Ragusa • Cristina Lemos Barbosa
Furia • Diva Esteves • Dulcirene Souza Reggi • Fernando Caggiano Júnior •
Lica Arakawa Sugueno • Luciana Pereira dos Santos • Márcia Regina da Silva •
Maria Cecília Greco • Mônica Petit Madrid • Roberta Alvarenga Reis • Sandra
Maria Rodrigues Pereira de Oliveira • Sandra Maria Vieira Tristão de Almeida •
Silvia Regina Pierotti • Silvia Tavares de Oliveira • Thelma Regina da Silva Costa
• Yara Aparecida Bohlsen
Rua Dona Germaine Burchard, 331
CEP 05002-061 - SÃO PAULO – SP
Telefax: (011) 3873-3788 • www.fonosp.org.br
DELEGACIA REGIONAL DA BAIXADA SANTISTA
Rua Mato Grosso, 380 – CJ. 01 - 11055-010 – Santos - SP
Fone: (13) 3221-4647 – Fax: (13) 3224-4908
e-mail: [email protected]
DELEGADA: Isabel Gonçalves
DELEGACIA REGIONAL DE MARÍLIA
Rua Bahia, 165 - 4O. ANDAR, SALA 43 - 17501-080 Marília - SP
Telefax: (14) 3413-6417
E-mail: [email protected]
DELEGADA: Fabiana Martins
DELEGACIA REGIONAL DE RIBEIRÃO PRETO
Rua Bernardino De Campos, 1001 - CJ. 1303
14015-130 - Ribeirão Preto - SP
Fone: (16) 632-2555 / FAX: (16) 3941-4220
e-mail: [email protected]
DELEGADA: Ana Camilla Bianchi Pizarro
DEPARTAMENTOS
[email protected]
GERAL
CADASTRO/PERFIL
[email protected]
DEPARTAMENTO PESSOAL
[email protected]
CONTABILIDADE
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EVENTOS
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FISCALIZAÇÃO
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JURÍDICO
[email protected]
REGISTROS / TESOURARIA
[email protected]
SECRETARIA
[email protected]
SUPERVISÃO
[email protected]
COMISSÕES
DIVULGAÇÃO
[email protected]
EDUCAÇÃO
[email protected]
ÉTICA
[email protected]
LEGISLAÇÃO E NORMAS
legislaçã[email protected]
LICITAÇÃO
[email protected]
OUVIDORIA
[email protected]
SAÚDE
[email protected]
CONVÊNIOS MÉDICOS
convê[email protected]
TOMADA DE CONTAS
[email protected]
No mês de dezembro, a Fonoaudiologia completa
25 anos de reconhecimento. São 25 anos de lutas,
muitas conquistas e constantes desafios. Mas ainda
há muito o que fazer pela Fonoaudiologia: muitos
obstáculos a atravessar, limites a superar, caminhos a
trilhar, em busca da merecida valorização de nossa
profissão. O importante é lembrarmos que cada um
de nós faz parte desta história; cada um de nós é
responsável por estas conquistas. Com o trabalho e
esforço de cada profissional, a Fonoaudiologia
alcançou o reconhecimento que tem hoje por parte
da comunidade e dos outros profissionais.
Este reconhecimento foi registrado na matéria sobre a saúde vocal do
professor. Lendo os depoimentos colhidos, percebemos quanto o resultado
de nosso trabalho interfere positivamente no cotidiano destes e de tantos
outros profissionais que têm na voz seu instrumento de trabalho. Vale
lembrar que a saúde vocal é tema de Leis e Projetos de Lei em vários
municípios do Estado de São Paulo, e que cabe ao fonoaudiólogo
acompanhar sua aprovação e a implantação de políticas nesta área.
Motivos para comemorar encontramos também, quando fazemos uma
retrospectiva de nossa atuação nestes últimos anos, como na matéria
"Fonoaudiologia em tempos modernos", e verificamos que cada dia mais
o fonoaudiólogo se faz presente e garante seu espaço em novas frentes de
trabalho, como é o caso do teleatendimento, do home-care, entre outras. É
a Fonoaudiologia colhendo frutos e plantando sementes para o futuro.
Parabéns à Fonoaudiologia. Parabéns a todos nós: aos que já estão
neste caminho há longo tempo e aos recém chegados, com muito a
contribuir. No Dia do Fonoaudiólogo, comemore. É
seu direito. Temos muito a comemorar!
Sílvia Tavares de Oliveira
Presidente do CRFa - 2ª Região
N° 70 – NOVEMBRO/DEZEMBRO 2006
ISSN – 1679-3048 - TIRAGEM: 12.200 Exemplares
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO
Luciana Pereira dos Santos - PRESIDENTE
Ana Camilla Bianchi Pizarro
Diva Esteves
Cristina Lemos Barbosa Furia
Sandra Maria Rodrigues P. de Oliveira
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Cecília Queiroz (MTb 42-AM) – 11-8133-0010 – [email protected]
PRODUÇÃO EDITORIAL E GRÁFICA:
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PERMITIDA,EXCLUSIVAMENTE PARA USO EDITORIAL, DESDE QUE CLARAMENTE
IDENTIFICADA A FONTE. TEXTOS ASSINADOS E FOTOS COM CRÉDITO IDENTIFICADO SOMENTE PODEM SER REPRODUZIDOS COM AUTORIZAÇÃO POR ESCRITO DE
SEUS AUTORES.
CAPA
Treinamento e cuidados
com a voz do professor
ÍNDICE
• Fonoaudiologia em tempos modernos
• Saúde vocal do professor
• Gagueira colhe bons resultados
• Livros
• Tese
• Eleição 2006
• Cartas
• Notas
• Congresso de Fonoaudiologia
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
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FRENTES DE TRABALHO
Novas frentes de trabalho
estão sendo abertas para os
profissionais da área
O
primeiro curso de
fonoaudiologia surgiu na década de 60,
exclusivamente associado aos problemas de voz, audição e fala. Com o
passar do tempo, a profissão ganhou uma outra amplitude. Hoje,
o fonoaudiólogo tem uma grande
área de atuação que vai além dos limites dos consultórios.
Mais do que estudar as patologias tratadas nas clínicas, a profissão permite trabalhar tanto na alteração como no desenvolvimento
da linguagem oral e escrita, voz, audição e no aprimoramento da comunicação do indivíduo. A fonoaudiologia vem se firmando como uma
profissão que se integra às diversas
áreas da promoção da saúde. Este
universo de possibilidades deve-se,
em parte, à descoberta da importân-
4
cia do profissional no mercado.
Atualmente, o profissional de
fonoaudiologia passou a ser requisitado por diversos tipos de instituições. Entre elas, hospitais e homecares, na área da saúde, além das
áreas da comunicação profissional.
Sandra Oliveira, fonoaudióloga
especializada em comunicação,
presta assessoria e consultoria para
profissionais e empresas com interesse em aprimorar a comunicação
de seus funcionários. Ela garante
que "o mercado de trabalho da
fonoaudiologia está mudando. Nós
ficamos durante muito tempo tratando das patologias da fala nas clínicas, mas o fato é que estamos ganhando um espaço muito grande na
área da comunicação".
Profissionais como professores,
advogados, telefonistas, atores, cantores, locutores, operadores de
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
telemarketing, entre tantos outros
são exemplos de ramos de atividade nas quais a voz e a comunicação
são os principais instrumentos de
trabalho. Porém, a gama de clientes é muito maior. Mesmo para cargos em que a voz não é o principal
veículo de seu trabalho, como é o
caso de executivos, administradores, estatísticos ou supervisores, a
necessidade de comunicar-se em
público com correção e clareza tornou-se fundamental. "Nós temos
um estudo que indica que 50% das
profissões fazem uso da comunicação. Nós trabalhamos com executivos, com vendedores, com o pessoal
de marketing e advogados".
No campo empresarial, o advento do Código de Defesa do Consumidor combinado à forte concorrência fez com que as empresas iniciassem uma "corrida" rumo ao di-
ferencial estratégico, o que significa oferecer qualidade no atendimento ao consumidor.
Neste cenário, a fonoaudiologia
ampliou sua oferta de serviços nos
programas que visam a manutenção do bem estar vocal, do aperfeiçoamento da linguagem e da voz.
"Há uma exigência por parte do
cliente. Ele avalia o serviço, a forma como é tratado, o modo como
falam com ele. Se é um ambiente
calmo e agradável, ou se é um ambiente barulhento", explica. "Cabeleireiros, por exemplo, já nos procuraram. O salão de beleza acaba
sendo um templo de relaxamento
para as pessoas. Já existe o ruído do
secador de cabelo que é inevitável.
O ruído exerce um efeito que não
notamos. Ambientes barulhentos
causam dor de cabeça nas pessoas.
Isso não é bom nem para o cliente e
nem para o dono do salão", explica
Sandra.
“Os fonoaudiólogos precisam
acompanhar a
mudança do mercado de trabalho,
diz. "Eu vejo a comunicação como
um meio de promoção. As pessoas precisam
atualizar-se,
olhar, mudar.
Há uma inserção grande da fonoaudiologia nas ações de saúde pública, por exemplo. Mas ainda há
uma visão meio caseira, que deve
ser ampliada para uma visão mais
empresarial. A fonoaudiologia pode
certamente acompanhar esse movimento, sem diminuir o outro lado.
A clínica sempre vai existir", conclui
Sandra.
Sandra Oliveira: os profissionais
precisam acompanhar as mudanças
do mercado de trabalho.
Alguns hospitais contam com o fonoaudiólogo desde os anos 80, mas somente de alguns anos para cá, o profissional passou a ser requisitado para funções tão diversificadas. O
movimento é resultado da crescente popularização do atendimento hospitalar e home-care,
um serviço prestado por empresas privadas. Ele preconiza a retirada do paciente do hospital, explica a Fga. Antonella Vieira Nattana, reforçando que esta é uma ação que interessa
ao hospital, porque reduz seus gastos, além de oferecer ao paciente uma assistência pontual, sem precisar participar da rotina hospitalar ou se expor aos riscos inerentes ao ambiente como, por exemplo, às infecções hospitalares.
No home-care, o fonoaudiólogo trata dos problemas de linguagem decorrentes de lesão neurológica e da deglutição - ou disfagia, sintoma de uma doença de base que pode
acometer qualquer parte do trato digestivo, desde a boca até o estômago. Esse sintoma
pode causar risco clínico de desidratação, desnutrição e aspiração de saliva, secreções ou
alimentos para o pulmão.
Pacientes que apresentam quadro de disfagia necessitam de atendimento interdisciplinar.
Além dos fonoaudiólogos, médicos de diferentes especialidades, fisioterapeutas,
nutricionistas, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e psicólogos podem compor a equipe.
Segundo a especialista é uma tarefa que requer muito preparo e especialização. "É a
única especialidade da fonoaudiologia que lida diretamente com a morte. Com 1,0 ml a
mais, você pode fazer o paciente aspirar e morrer".
Antonella Nattana: “uma parte da
Antonella afirma que "não existe uma cobrança por parte do hospital para que o convêmedicina ainda não entendeu por
nio encaminhe somente aos especialistas na área, mas os fonoaudiólogos que lidarão com
completo do que se trata o trabalho
estes casos sabem que precisam estar bem preparados".
do fonoaudiólogo.”
Na opinião dela trata-se de um campo cheio de oportunidades, desde que a pessoa
esteja preparada para isso. "A demanda ainda parte do fisioterapeuta, do nutricionista e
não dos médicos porque, de certa forma, uma parte da medicina ainda não entendeu por completo do que se trata o trabalho do fonoaudiólogo.
Mas é uma questão de informação. Temos que estabelecer um ritmo novo de integração dentro da rotina hospitalar", explica, concluindo
que "podemos investir em uma nova fatia do mercado de trabalho. Basta se informar e trabalhar".
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
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SAÚDE PROFISSIONAL
50% dos
professores
apresentam
algum distúrbio
de voz e estudos
indicam que o
número pode
chegar a 84%.
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cenário é a velha e boa
sala de aula, mas a dinâmica da classe é bastante diferente. No
centro é a fonoaudióloga quem comanda a turma de
professoras. Entre trava-línguas
e canções infantis, muitas risadas. O círculo de leitura acaba
ganhando ares de brincadeira
de roda. As boas performances
são aplaudidas e as nem tão
boas, também. Em dia de Oficina de Saúde Vocal é assim. Um
momento raro em que o professor deixa de cuidar somente dos
outros, para prestar um pouquinho de atenção em si mesmo. É uma confraternização
O
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
com os colegas e, principalmente, com a melhor amiga do professor: a voz, é claro.
A oficina é ministrada pela
fonoaudióloga Cláudia Manzoni,
uma das coordenadoras do Programa Municipal de Saúde Vocal de São Paulo. Ela explica que
a iniciativa tem o objetivo de
prevenir os tão freqüentes distúrbios na voz do professor: "o
intuito maior é suprir a falta de
conhecimento e dar instrumentos para o professor controlar os
fatores que interferem na sua
saúde vocal".
Os principais sintomas identificados entre os profissionais
desta área são garganta seca,
cansaço ao falar, presença de
pigarro, ardor e enfraquecimento ou perda da voz.
Pesquisas apontam que pelo
menos 50% dos professores
apresentam algum distúrbio de
voz e estudos indicam que o número pode chegar a 84%. Quem
teve a oportunidade de acompanhar de perto o dia-a-dia das
escolas pode compreender com
alguma facilidade o porquê desse quadro tão grave.
Entre o "Bom dia, classe!" e
o "Até amanhã, pessoal" são
quatro, seis, oito horas falando
sem parar. E é preciso manterse no centro das atenções de, no
mínimo, trinta alunos. Na nobre
e difícil profissão do educador,
a combinação de muito esforço
e pouco cuidado é mais comum
do que se pensa.
Na opinião da Dra. Leslie
Piccolotto Ferreira, da PUC- SP,
não há entre os professores a
preocupação em cuidar da voz.
Para eles, o importante é passar
o conhecimento, não importando de que forma".
A Fga. Cláudia Manzoni pode
observar este descuido freqüenExercícios para fortalecer a voz.
temente nas Oficinas. "Todos os
exercícios, todo o programa é
feito só para os professores e
eles sempre estão se questionando de que maneira podem
passar este aprendizado para os
alunos. Quer dizer, apesar de todas as dificuldades, tudo o que
o professor aprende, ele quer
dividir. É a devoção, a tarefa de
educar", diz.
É o caso da professora de
Educação Física Rosana Ferreira que, aos 45 anos, completa
vinte de profissão. Em dois deles, no entanto, permaneceu
afastada, em situação de readaptação devido a um nódulo
nas cordas vocais. "Durante a
esse período auxiliei a parte administrativa da escola. Imagine
uma professora de Educação Física apaixonada pelos alunos,
cheia de energia para gastar com
aulas, ali, mexendo com papelada. Fiz de tudo para voltar a dar
aulas o mais rápido possível".
Desde então, Rosana freqüenta sessões de fonoaudiologia no Hospital do Servidor
Público Municipal. Começou
com duas sessões e depois de
significativa melhora passou
para uma. "As pessoas recla-
mam muito das condições do
Servidor. Mas a área de 'fono' é
maravilhosa".
A professora conta que a
fonoaudiologia mudou o seu
comportamento diário. Aquecimento vocal e exercícios para
aumentar a capacidade respiratória tornaram-se hábitos. No
retorno à sala de aula, o apito e
a garrafinha de água são indispensáveis. "A minha carga horária é de cinco horas-aula por
dia. Para ganhar um dia livre, às
segundas-feiras dou oito aulas e
às quartas, nove. Com um único intervalo de quinze minutos,
que é o tempo de comer uma
maçã... Amo dar aula, mas esses
dois dias da semana são mesmo
exaustivos. Preciso ter ao menos
um dia livre para resolver as coisas de casa, dos filhos, para levar minha mãe ao médico, ao
banco. Ossos do ofício... e da
vida".
Obviamente, trata-se de uma
sobrecarga para as cordas vocais. Com o agravante da sala de
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
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SAÚDE PROFISSIONAL
aula ser uma quadra descoberta. "É muito barulho. Barulho
que vem da rua, das
crianças que estão
comigo, da outra
turma de Educação
Física que está na
quadra ao lado",
conta a professora.
O ruído e o excesso de trabalho
são apenas dois dos
múltiplos fatores
que podem causar
distúrbios de voz
Professores aprendem a usar a voz...
nos professores.
Alguns fonoau...e se empenham em acertar.
diólogos sugerem o
uso de microfones
para dar aulas, o
que na opinião da
professora Rosana
é uma proposta
muito distante da
realidade da escola.
"As razões são as
mais diversas. Primeiro pela questão
financeira. Sabe-se
que para o professor, em vista do baixo salário,
fica pesado comprar o microfone, o amplificador, fazer a manutenção da aparelhagem. Se ele
tiver condições financeiras para
tal, as salas precisam ter acústica adequada, para que a sua aula
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
não atrapalhe a aula dos outros
professores. Se for o caso, ele
terá que desplugar e carregar a
caixa de amplificação de uma
sala para a outra, o que pode incluir subir e descer escadas. Eu,
que dou aula em quadra descoberta, não tenho nem tomada
por perto. E se tivesse, debaixo
de sol ou de chuva, poderia perder o caro equipamento. Quer
dizer, totalmente impraticável
na dinâmica diária da escola".
Na opinião da Dra. Leslie, as
condições das escolas e da Educação no Brasil fazem da profissão de educador uma profissão
de risco.
A professora Rosana reforça
a importância do acompanhamento fonoaudiológico e incentiva os colegas. "Primeiro porque a sessão de fonoaudiologia
é uma terapia. É um momento
de descontração e até de desabafo, um espaço que dá voz aos
professores. Todos deveriam fazer. E segundo, porque eu amo
as minhas 'fonos' (risos)", diz
Rosana.
SAÚDE PROFISSIONAL
Professores das redes pública e particular de ensino podem
participar de programas voltados à saúde vocal do educador.
Conheça e saiba como participar.
Programa Municipal de Saúde Vocal
Coordenado pelas Secretarias Municipais de Gestão, Saúde e Educação, o programa tem caráter preventivo e atende à saúde vocal do educador da rede de ensino
do Município de São Paulo.
O principal objetivo é controlar os fatores de risco do ambiente físico e
organizacional nas escolas através das Oficinas de Saúde Vocal, ministradas por
fonoaudiólogas da rede do Município.
"A proposta é dar instrumentos para que o professor conheça e vivencie os
mecanismos de produção vocal e os cuidados com a voz, de forma a estimular
melhorias nas condições de saúde dos ambientes escolares e promover mudanças
nos hábitos de vida", explica a Fga. Cláudia Manzoni, uma das coordenadoras do
Programa.
A carga horária de cada Oficina é de 20 horas totais, distribuídas em 6 encontros, que acontecem sempre em unidades escolares pólos. As turmas podem ter até
20 participantes, readaptados ou em exercício da função. Coordenadores pedagógicos também podem participar.
O conteúdo das Oficinas abrange produção e saúde vocal, relaxamento, respiração, ressonância, articulação, comunicação e expressividade, além da relação entre
ambiente/organização do trabalho e a voz e, por fim, o educador e o uso da voz no
desenvolvimento da atividade profissional.
Ao fim da Oficina, os participantes devem apresentar um projeto para compartilhar a vivência do Programa com os colegas, aplicando o conhecimento adquirido
no dia-a-dia, além de suscitar possibilidades de melhoria no ambiente físico e
organizacional da escola em que trabalham.
Conheça algumas idéias que apareceram em projetos apresentados pelos professores que participaram:
• Iniciar a aula com aquecimento vocal junto com os alunos;
• Inserir poemas e trava línguas no
conteúdo programático;
• Trabalhar articulação e projeção da
voz na leitura dos alunos;
• Cantar menos no pátio, na hora de
entrada dos alunos de Educação Infantil.
Deixar para cantar na sala, em tom mais
baixo;
• Espalhar cartazes sobre hábitos e
saúde vocal por toda a escola (Não grite;
Beba Água, etc);
• Criar estratégias para crianças se
comunicarem melhor, deixarem de gritar e
diminuir o ruído (reposicionamento das carCláudia Manzoni: ensinar e
teiras, mantê-las ocupadas com atividades
promover mudanças nos
durante a hora do lanche);
hábitos de vida.
• Conversar sobre o ruído não só com
as crianças e professores, mas também com os funcionários (não arrastar mesas,
cadeiras, ventilador);
• Propor reformas à direção para reorganizar o espaço físico inadequado;
• Propor aos colegas uma sessão coletiva de fonoaudiologia no horário de JEI Jornada Especial Integrada, colocando em prática e disseminando o conhecimento
apreendido durante a Oficina.
Programa de Saúde Vocal
do Professor - SINPRO-SP
Desde 2001, o Sinpro - Sindicato dos Professores de São Paulo, que representa os
docentes que trabalham nas escolas particulares da cidade, desenvolve o Programa
de Saúde Vocal do Professor. "O objetivo é colaborar com a diminuição da incidência
da disfonia ocupacional nos docentes", explica Fabiana Copelli Zambon, fonoaudióloga
do Sindicato.
Até 2004, era realizada uma triagem para identificar como estava a qualidade
vocal do professor. O Programa encaminhava para o médico otorrinolaringologista,
fornecia orientações sobre os cuidados básicos e
ensinava alguns exercícios de relaxamento, aquecimento e desaquecimento vocal. Caso o professor precisasse de terapia, era encaminhado para
os fonoaudiólogas credenciadas ao convênio do
Sinpro-SP.
Em março de 2004, o Programa foi modificado. "Além do trabalho preventivo que oferecíamos, começamos a oferecer sessões de terapia
fonoaudiológica ao professor sindicalizado que
apresentasse um comprometimento vocal. Além
disso, firmamos uma parceria com o CEV - Centro
de Estudos da Voz e os alunos do CECEV, curso de
especialização desse Centro passaram a fazer treinamentos práticos no nosso setor de fonoaudiologia", conta Fabiana.
Dentre os serviços oferecidos pelo SINPRO,
estão avaliações otorrinolaringológicas, grupos de
orientações sobre produção vocal, hábitos que ajudam a preservar a saúde da voz e psicodinâmica
Fabiana Zambon:
vocal, terapia fonoaudiológica no caso de pacienprevenção e terapia.
tes com alteração vocal, e por fim, grupos de supervisão, que discutem e avaliam todos os casos.
É importante ressaltar que o Sindicato realiza palestras em escolas sobre os
cuidados para a manutenção da saúde vocal, com o objetivo de levar a informação
para um maior número de professores e divulgar o atendimento na sede do Sindicato", explica Fabiana.
Informações sobre o Programa de Saúde Vocal do Sinpro podem ser obtidas pelo
telefone (11) 5080-5988 e também por e-mail: [email protected].
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
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Professora Dra. Leslie
Piccolotto Ferreira,
da PUC - SP, fala sobre
saúde vocal do professor.
RF: Quais são as principais causas de distúrbios da voz no caso dos professores?
Dra. Leslie Piccolotto: Na verdade, as
pesquisas evidenciam que há uma multifatoriedade com relação aos distúrbios de voz
dos professores. No que se refere aos fatores ambientais, pode-se destacar o ruído e a
poeira. Entre os organizacionais, o excesso de
trabalho, ter que levar trabalho para casa,
indisciplina e violência na escola, desvalorização da profissão, salários baixos. Pode-se
destacar ainda os problemas relacionados a
alergia, à ATM - Articulação Têmporo Mandibular e ao refluxo gastro-esofágico, que são
comuns entre esses profissionais. No início, o
fonoaudiólogo culpava o professor pelo seu
problema 'se você visse como ele grita'. Ao
ter contato com o dia-a-dia dele, percebeu
que ninguém grita porque quer, mas há uma
série de fatores que levam a isso: desde o
ruído até a dificuldade em garantir a atenção dos alunos para aquilo que ele julga ser
necessário ensinar.
RF: Quais são os sintomas de um professor que não se cuida?
Dra. Leslie: Pode-se mencionar, pelo resultado das pesquisas, a rouquidão, a per-
10
da da voz, a voz fraca, a garganta seca, cansaço ao falar, presença de pigarro e ardor.
RF: Esses problemas podem acabar afetando a aprendizagem do aluno...
Dra. Leslie: Sim, muitas das alterações de
voz comprometem a inteligibilidade por parte do ouvinte. Isso faz com que os alunos tenham dificuldade em entender o que o professor fala e, conseqüentemente, em aprender. Na terapia, costumo solicitar aos professores que gravem uma de suas aulas para analisarmos. Nessa atividade é freqüente o professor ficar constrangido ao ouvir uma situação em que o aluno pede para que ele repita
o que disse. Ele acaba concluindo 'eu achava
que o aluno não estava prestando atenção,
mas eu mesmo não entendo o que estou falando'.
RF: O que o professor deve fazer para prevenir os distúrbios da voz?
Dra. Leslie: O problema do professor é
que em nenhum momento de sua formação
ele recebe alguma informação sobre como
cuidar de sua voz. Na década de 30, o lingüista
Silveira Bueno escreveu um manual apresentando alguns cuidados com a voz, que deve-
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
riam ser utilizados em escolas de formação
de normalistas, o atual magistério. Tanto
tempo já se passou e até agora não temos
uma legislação que garanta essa formação.
Mesmo as leis que têm sido aprovadas para
garantir ao professor um curso anual com
atividades teórico práticas sobre como cuidar da voz, acabam não saindo do papel por
questões orçamentárias.
RF: Enquanto as leis não são aprovadas,
o que podem fazer para se cuidar?
Dra. Leslie: Pode-se falar que, de imediato, os professores devem cuidar de sua
saúde. Sono regular, alimentação saudável,
atividade de lazer, questões que, por tabela, vão auxiliar o professor a ter uma boa
voz. Na verdade, entre os professores não
há a preocupação em cuidar da voz porque,
para eles, o mais importante é passar o conhecimento. Ele teria que fazer como outros
profissionais da voz: aquecer e desaquecer
a vocal. E estar atento para outras questões
que podem interferir na voz, tanto no meio
físico como organizacional.
RF: Existem alguns mitos sobre saúde
vocal: a maçã faz bem, chocolate faz mal...
Tem o gengibre também...
Dra. Leslie: O mais importante quanto
a esses aspectos é o professor ficar atento
ao que faz bem ou mal para a sua voz. No
meu caso, por exemplo, ar condicionado ou
ventilador fazem muito mal para a minha
voz. Eu sei que, se tenho que dar aula com
um deles, preciso aumentar a hidratação e
ficar mais atenta ao uso da voz. Algumas
pessoas se ressentem da fumaça de cigarro,
por exemplo. Às vezes, nem fumam, mas só
de estar perto de quem fuma iniciam a tosse e o pigarro, vindo, na seqüência, a alteração na voz.... A maçã é considerada uma espécie de escova de dentes natural, que ajuda na limpeza bucal. Sua ação adstringente
favorece a sensação de frescor. Morder e
mastigar uma maçã estimula as gengivas e
o sabor aumenta a quantidade de saliva, diminuindo o número de bactérias na boca, e
evitando assim as cáries. Com mais saliva na
boca é possível manter mais hidratada essa
região e, portanto, evitar aquela sensação
de boca seca que tanto atrapalha ao falar.
Além disso, ao mordê-la, por ser necessária
uma abertura de boca e ao mastigá-la, por
oferecer certa resistência, ela favorece a soltura da musculatura que está envolvida com
a articulação das palavras. Dessa forma podemos concluir que a maçã ajuda na produção da voz.
RF: E o chocolate?
Dra. Leslie: O chocolate vai em direção
contrária. Aquela sensação da saliva mais
grossa dificulta a atividade de falar. Quanto
ao gengibre, não se tem nenhuma pesquisa
específica sobre a sua relação com a voz.
Muito citado tanto na medicina quanto na
culinária oriental, acredita-se que a utilização do mesmo modifica a sensibilidade e a
propriocepção (percepção dos seus órgãos,
as sensações...) oral e faríngea.
sa inadequada ele sabe, pela ¨cultura¨ presente no teatro, que há necessidade de fazer
algo.... A única coisa que o professor sabe é
que ele tem que ensinar..., que ele tem que
fazer seu aluno aprender... Outro dia, esse fato
ficou evidente: um Sindicato de Professores organizou duas palestras, uma sobre transtornos de aprendizagem e a outra sobre cuidados com a voz. Para a primeira tiveram que
reservar um anfiteatro maior, pois as inscrições
foram em número muito maior ao esperado.
Na segunda a sala ficou quase vazia... O professor só vai em busca de auxilio quando a sua
voz está muito ruim; quando ele não está dando mais conta de dar aula... Acredito que no
ensino particular é ainda pior, pois no publico
é possível que ele abone suas faltas, tire licença, enfim... Ele consegue outras formas para
contornar a situação....
A impressão que tenho
é que o professor está
inserido em tantos
outros problemas que a
questão da voz ficar
alterada é vista como
algo natural.
RF: Quais as medidas que o professor
que apresenta distúrbios de voz deve tomar?
Dra. Leslie: O professor deve procurar
um fonoaudiólogo e um médico otorrinolaringologista para realizar um diagnóstico de seu distúrbio. Após esta etapa será
determinada se há ou não a necessidade de
uma terapia fonoaudiológica. Nos dias de
hoje é menor o número de casos que necessita de tratamento cirúrgico.
RF: Existe uma estimativa do número de
professores que apresentam distúrbios de voz?
Dra. Leslie: Em 1999, por conta do início
das discussões sobre o Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho organizamos um questionário que abrange diferentes aspectos relacionados ao levantamento das condições de
produção vocal dos professores. Diversos pesquisadores têm utilizado o mesmo e temos encontrado uma porcentagem que varia entre
50 e 84%.
RF: Será que o professor não está mais
conscientizado com relação aos cuidados que
deve ter com a voz?
Dra. Leslie: Eu sempre digo que nem
culturalmente isso se dá. Por exemplo, se eu
tenho um grupo de atores amadores que resolvem se apresentar na escola, certamente
algum deles vai se preocupar com a voz, vai
dizer que já ouviu falar que precisa fazer alguma coisa, que viu um ator na TV falando
sobre isso, enfim, mesmo que faça uma coi-
RF: Se é tão comum à profissão, os cursos
de formação de docentes não deveriam passar por uma reforma no sentido de chamar
atenção para a importância da saúde vocal do
professor?
Dra. Leslie: Sem dúvida! Essa é uma questão que há muito tempo vem sendo falada.
Acredito que os órgãos representativos deveriam inserir atividades relacionadas aos cuidados com a voz nos cursos de formação para
que, ao entrar no magistério, o professor já
tenha ferramentas para saber como usar a
voz de maneira mais adequada. Com isso,
diminuiríamos gradativamente o número de
professores com distúrbios de voz. E batalhar para que as leis já aprovadas saiam do
papel para garantir o acompanhamento
daqueles que já estão atuando na Rede de
Ensino e, na maioria das vezes, com alteração de voz.
RF: Existem grupos, movimentos ou algum tipo de engajamento por parte de
fonoaudiólogos, no sentido de alterar profundamente a questão da saúde vocal do
professor?
Dra. Leslie: Desde 1997, a PUC Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
tem organizado seminários para discutir o
Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho,
discutindo não apenas a voz do professor, mas
de todos os profissionais que têm na voz seu
instrumento de trabalho, como operadores
de teleserviços, cantores, atores, radialistas
entre outros. Nesses eventos temos trazido
profissionais envolvidos com a saúde do trabalhador, além de representantes dos sindicatos dos chamados profissionais da voz.
Todo esse movimento culminou, em
2005, com o encaminhamento de um documento ao INSS e também um texto a ser inserido no Manual de Doenças Relacionadas
ao Trabalho. Este ano o Sindicato dos
Fonoaudiólogos da Baixada Santista deu início a um Fórum de discussão permanente
sobre o assunto. Percebo um movimento
bem efetivo da parte dos fonoaudiólogos,
porém, por parte do professor, isso já não
acontece ou pelo menos não na proporção
que se esperaria.... A impressão que tenho
é que o professor está inserido em tantos
outros problemas que a questão da voz ficar alterada é vista como algo natural, esperado...
RF: Que conselho daria para o jovem
professor?
Dra. Leslie: Depois de todo o desabafo
anterior: CUIDE DE SUA VOZ! Quando se é
jovem, acredita-se que os problemas não virão. Porém, as condições das escolas e da
Educação em nosso País fazem da profissão
de educador uma profissão de risco!
RF: E para aqueles que, em decorrência
de anos de profissão, já possuem a voz debilitada?
Dra. Leslie: Que procurem um
fonoaudiólogo e um médico otorrinolaringologista. Enquanto essa possibilidade não
acontece, que comecem a prestar atenção
em sua voz, nos momentos de melhora e de
piora dela. Que comecem a perceber o que
faz bem ou mal a ela. Esses dados serão
questionados pelos profissionais e certamente iniciarão uma mudança nas condições de
produção vocal.
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
11
GAGUEIRA
Os números dão uma idéia da vitória conquistada. Em seu segundo ano,
a campanha do Dia Internacional de
Atenção à Gagueira esteve presente em
21 estados e no Distrito Federal e 70 cidades do País discutindo o tema "Causas da Gagueira" com o slogan
"Gagueira não tem graça. Tem tratamento". De acordo com uma das
organizadoras da campanha nacional,
a fonoaudióloga Ignês Maia Ribeiro, a
semana de 16 a 22 de outubro contou
com a participação de 4 fonoaudiólogas
organizadoras nacionais, 80 fonoaudiólogos coordenadores regionais e
89 colaboradores entre fonoaudiólogos,
estudantes de fonoaudiologia, profissio-
nais afins e pessoas que gaguejam.
Além disso, os sites dos organizadores nacionais (Cefac, Associação Brasileira de Gagueira, Hospital do Servidor Público Estadual e Instituto Brasileiro de Fluência) receberam cerca de
15.000 acessos só nessa semana. Esses
são os dados registrados, mas com certeza os envolvidos indiretamente, como
familiares e pessoas sensíveis à causa,
ultrapassam estas estatísticas.
Motivos não faltam
para comemorar
Informação, intercâmbio de idéias,
conhecimento e quebra de preconceitos.
Essa é a fórmula
que a organização
nacional da campanha busca seguir, por meio de
palestras, fóruns
na Internet, ampla
divulgação
na
mídia, distribuição
de folders entre
outras.
Para
Com auditório lotado,
a Campanha 2006 foi
sucesso de público.
12
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
Sandra Merlo, fonoaudióloga e uma das
organizadoras do evento, os objetivos
foram plenamente alcançados. "Divulgamos um saber embasado cientificamente e, com isso, esperamos informar
a fim de diminuir o estigma social",
acrescenta.
Vânia Manastarla, assistente financeira, enfatiza uma importante questão.
"Precisamos divulgar e estimular o conhecimento para que o preconceito diminua, mesmo que a gagueira seja incomum
no dia-a-dia de algumas pessoas". Raquel
Fernandes, estudante do terceiro ano de
Fonoaudiologia também concorda que a
informação é a melhor maneira de diminuir as brincadeiras e rotulações.
Essa também é a opinião de Polyana
Oliveira, professora do curso de Fonoaudiologia e uma das palestrantes do
evento presencial da cidade de São Paulo, que fechou a semana. "Tanto as pessoas que gaguejam como aquelas que
têm uma vivência com a gagueira precisam ter acesso a essas informações".
Polyana garante que os fonoaudiólogos muitas vezes não têm informações atualizadas e precisas sobre o assunto e apresentam preconceito ou jargões
inadequados. Ela coloca em discussão o
fato da Campanha ter trazido as duas
grandes formas de trabalho e entendimento da gagueira: o lado neurofísiológico/genético e o emocional. "No fórum
on line, houve um equilíbrio, assim como
nas mesas presenciais, o que mostra que
as duas maneiras devem ser utilizadas
para realizar um atendimento mais qualificado", explica Polyana.
Diálogo em pauta
A Campanha Nacional deste ano
abordou as causas da gagueira. No dia
21 de outubro, no lotado auditório do
CEFAC, o evento presencial do Dia Nacional de Atenção à Gagueira da cidade
de São Paulo recebeu um circuito de exposições teóricas, depoimentos e debates. Os participantes, de acordo com
Sandra Merlo, que também proferiu
uma palestra, eram os mais variados:
fonoaudiólogos, estudantes, pessoas
com gagueira e seus familiares.
Entre os destaques, pessoas que gaguejam contaram suas experiências, dificuldades e conquistas, além de suas
percepções sobre as causas da gagueira.
Uma das principais mudanças da Campanha de 2006 foi mesclar. No ano passado, as vivências foram contadas apenas por pessoas que gaguejam e as palestras foram proferidas apenas por
fonoaudiólogos. "Esse ano, fizemos
questão de mesclar para mostrar que
quem não gagueja também pode
vivenciar a gagueira indiretamente, por
isso convidamos a mãe de um menino
que gagueja. Além disso, também pretendemos mostrar que quem gagueja
pode estudar a gagueira e proferir palestras teóricas sobre as possíveis causas da gagueira", afirma Sandra.
As palestras procuraram expor um
panorama teórico da gagueira, com
apresentações sobre os aspectos genético e neurofisiológico apresentados por
profissionais especializados no assunto
e que também são pessoas que gaguejam,
além de enfoques psicológicos e psicanalíticos que envolvem o tema. Vários
profissionais, de várias áreas e com visões diferentes. "Esta é a característica
básica do evento: integrar as ciências e
as pessoas que gaguejam em torno do objetivo comum da informação", diz Eliana
Nigro Rocha, fonoaudióloga e também
organizadora nacional da campanha. A
aprovação do público foi total.
Todos os depoimentos permitiram
a intervenção dos participantes com
perguntas, debates e relatos de suas
próprias histórias, em uma atmosfera
onde dividir experiências era parte fundamental do processo. Um dos casos relatados foi o de Dimas Junior, que conviveu com a gagueira e hoje é radialista
e faz trabalhos como ator e dublador.
Um outro exemplo é o de Bianca Lisboa, 15 anos, que contou sua história na
primeira parte do encontro. Ela acredita no poder do evento para a abertura de um espaço livre de discussão. "Eu
gostei muito de mostrar que somos capazes de fazer qualquer coisa, porque a
gagueira não é uma doença que nos
impede de ser iguais aos outros. É importante mostrar isso para as próprias
pessoas que gaguejam e para a sociedade de maneira geral".
Daniela Verônica Zackiewicz,
fonoaudióloga e também uma das
organizadoras da campanha, convidou
a todos para participarem do fórum online, outra realização da Comissão
Organizadora Nacional da campanha.
De olho no futuro
Ignês Maia Ribeiro encerrou o encontro pedindo que as pessoas mandassem sugestões para a Campanha do próximo ano. Ainda sem nenhum tema definido, a Campanha já pode contar com
uma certeza: o apoio incondicional dos
novos e antigos incentivadores do projeto. A professora Ana Flávia L.
Gerhardt veio do Rio de Janeiro para o
evento. Ela moderou a lista "Discutindo Gagueira" e espera poder vir sempre, pois "quanto mais pessoas discutindo, quanto maior a interação entre a
população e profissionais, maior será a
conscientização".
Apesar de ter apenas dois anos neste enfoque de organizar o movimento
nacional, ótimos resultados já foram
obtidos. A Campanha tem o potencial
de crescer ainda mais, uma vez que já
conta com uma ampla divulgação na
mídia. Sandra Merlo sente falta da participação mais ativa das pessoas que gaguejam, pois "geralmente quem organiza as ações são os fonoaudiólogos".
Inês Ribeiro: o objetivo é dobrar o
número de ações na cidade e no País.
Eliana Nigro Rocha ainda está concluindo o levantamento de dados sobre
as atividades desenvolvidas nas demais
localidades do País, mas desde já se declara boquiaberta ante o número de
eventos realizados. Ela analisa que o
empenho dos coordenadores regionais
e seus colaboradores vem tomando um
vulto cada vez maior, o que vai adquirindo um caráter mais integrado devido ao trabalho incessante de Ignês no
contato direto com eles.
Com apenas dois anos de vida, a
Campanha brasileira ainda está germinando. Para a próxima edição, Ignês
Maia Ribeiro espera dobrar o número
de ações na cidade e no País. Já que
muitos territórios ainda não foram atingidos, a expectativa é que a Campanha
se torne cada vez mais ampla. Se depender da sua eficiência e da aprovação do
público, ela terá uma vida bastante longa. Os sites das entidades organizadoras nacionais:
www.cefac.br,
www.abragagueira.org.br,
www.iamspe.sp.gov.br e
www.gagueira.org.br
trazem em seus conteúdos toda a
abrangência da campanha. Verifiquem!
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
13
LIVROS
Primeiros passos na
fonoaudiologia
A educação de
crianças pequenas
A Pulso Editorial lançou "Primeiros passos na
fonoaudiologia", um livro que traz informações
básicas sobre a profissão, ao alcance de toda sociedade. A leitura esclarece dúvidas freqüentes como,
por exemplo, a real contribuição da Fonoaudiologia
nas áreas de patologias, distúrbios e exames
fonoaudiológicos.
O empenho em popularizar o conhecimento é
dos autores Adriano Rockland e Júlio Borba. De
acordo com os autores, trata-se de uma literatura
básica que auxiliará o profissional, a comunidade
em geral e, principalmente, o aluno de
fonoaudiologia, já que responde a questões sempre levantadas na clínica ou em qualquer outro
ambiente em que se faça necessário o conhecimento prévio sobre algumas doenças que acometem
os pacientes.
Em 38 capítulos, os autores discorrem, com linguagem de fácil compreensão, sobre conceito,
etiologia, equipe envolvida na reabilitação, métodos de diagnóstico, intervenção e a real contribuição fonoaudiológica.
"É um livro que
tem a pretensão de ser
o pontapé inicial para
incentivar o aluno e
profissional à pesquisa
e à procura de esclarecimentos necessários
para um bom atendimento daquele que
tem que ser o objeto
principal dos estudos e
esforços: o paciente".
A educadora Laura Monte Serrat Barbosa é a autora do lançamento "A
educação de crianças pequenas", da editora Pulso Editorial. O livro analisa o
perfil das crianças de hoje e convida o leitor para uma profunda reflexão sobre
a situação dos pequenos.
Durante toda sua trajetória, a autora realizou leituras, atividades, escreveu
textos, desenvolveu brincadeiras e programas educacionais de acordo com uma
imagem de criança, que hoje, parece estar deturpada. "Sinto-me, às vezes, em
uma nau conduzida por crianças que caminham em direção ao País das Maravilhas, dos prazeres, sem entrar em contato com limites reais. Outras vezes,
numa aeronave conduzida pelo verbo TER, que vai definindo o que devemos
ser e, com isso, vai transformando crianças em seres que se vestem, pensam e
se alimentam como adultos", explica Laura.
"Tenho me encontrado com crianças que sofrem por não terem o mínimo
necessário para a sua sobrevivência e transformam-se em adultos para poderem comer. Também me encontro com crianças agitadas ou com as que não
sabem conversar sem agredir e desconhecem que, para sermos como as pessoas que admiramos, precisamos passar por um processo importante, muito
maior do que um estalar de dedos como pode sugerir o mundo do instantâneo", conta a autora.
Segundo Laura, os adultos sentem-se literalmente perdidos diante desse
quadro e, em geral, não sabem mais se ser
disciplinado é bom ou ruim, se ser pai é obedecer ou comandar, se ser professor é ensinar ou aprender.
O livro da educadora aponta alguns caminhos. No capítulo "Só se aprende a cozinhar cozinhando - e a educar?", ela afirma
que crianças pequenas necessitam desenvolver sua autonomia, considerando o seu tamanho, a sua idade, a sua vivência anterior,
sem serem forçadas a desenvolver comportamentos adultos antes da hora. "Podem
servir-se de água, porém, necessitam de supervisão na hora de acenderem o fogo".
"Primeiros passos na fonoaudiologia"
Pulso Editorial
R$ 38,00
"A educação de crianças pequenas"
Pulso Editorial
R$36,00
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
LIVROS
Canto ganha livro e CD com exercícios
A fono Cláudia Pacheco e a preparadora vocal do Programa Ídolos, do SBT, Tutti Baê lançam o livro
em agitada noite de autógrafos
por Rosely Rocha
No Brasil existe pouquíssima literatura sobre canto e, atentas a esta necessidade a fonoaudióloga Cláudia Pacheco e a preparadora
vocal, Tutti Baê lançaram no último dia 28 de setembro, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, o livro "Canto
Equilíbrio entre Corpo e Som; Princípios da Fisiologia Vocal", (R$ 39,00), pela editora Irmãos Vitale.
Diferente de tudo o que já foi publicado até hoje no País, o livro, com prefácio de Jane Duboc, dá enfoque à técnica vocal do
canto popular e é acompanhado de um CD com exercícios, vocalizes e play backs especialmente tocados para vozes femininas e
masculinas, complementando a parte teórica. O leitor encontra informações sobre a anatomia (gravuras mostram como funciona
a voz), a fisiologia da voz, o uso do apoio respiratório durante o canto, os ajustes articulatórios, os recursos acústicos presentes na
voz de cada um e alguns temas que sempre geram discussões interessantes como os diferentes registros
vocais e o vibrato.
Segundo as autoras, conhecer e entender a anatomia e a fisiologia do nosso mecanismo vocal é
fundamental para se formar um sólido alicerce e desenvolver a técnica desejada. "Percebemos que
muitos alunos passam anos e não conseguem entender como funciona seu instrumento vocal. Nossa
experiência mostra que estudar canto sem conhecer a anatomia e a fisiologia do aparelho vocal é como
tocar um instrumento sem conhecer como funciona. O aprendizado de qualquer instrumento musical
geralmente se inicia pelo conhecimento de suas partes e de suas funções e não deveria ser diferente com
a voz", dizem.
A parceria entre Cláudia Pacheco e Tutti Baê vai além da autoria do livro. Segundo Tutti, toda vez
que ela percebe algum problema na voz de um aluno, ela o encaminha para a fonoaudióloga e esta, por
sua vez, se identificar um problema maior, o encaminha para um médico otorrinolaringologista. "O que
temos visto é que os alunos vocalizam sem ter um entendimento correto e aprofundado de seu próprio
instrumento, o que acarreta um gasto de tempo desnecessário para o desenvolvimento da técnica. Isso
pode ser prejudicial e danoso à saúde vocal", afirmam.
Segundo Cláudia e Tutti, o livro pode ser compreendido facilmente por profissionais da voz e até
mesmo por iniciantes. "Mas isto não significa que um cantor de "chuveiro" vá se transformar num Frank
Sinatra", brincam.
As autoras
Claudia Pacheco - Fonoaudióloga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo - PUC-SP. Especialista em voz pelo CFFa - Conselho Federal de Fonaudiologia, com
curso realizado no CEFAC/SP - Saúde e Educação, desenvolve trabalhos na área de voz
profissional falada e cantada e realiza trabalhos na área de comunicação profissional, assessoria
a cantores, grupos vocais e professores de canto. Atuou como fonoaudióloga colaboradora
da equipe de otorrinolaringologia do HCUSP - SP e na Clínica Escola do CEFAC.
Seu contato com o canto vem desde os tempos da graduação quando cantou com o
coral CUCA pertencente à PUC - SP. Desde então seu interesse pela voz cantada levou-a ao
estudo do canto, tendo participado de cursos no Brasil e no exterior. Entre eles: The Estill
Voice Model, níveis I, II e III, realizado na Universidade de Pittsburgh nos EUA - Departamento
de Voz; Master Class com a professora Jeannette LoVetri; The Somatic VoiceWork com a
professora Jeannette LoVetri, realizado no Institute for Contemporary Commercial Music
Vocal Pedagogy at Shenandoah University - EUA.
Atualmente, Claudia Pacheco estuda piano, teoria e harmonia musical na Escola Groove, em São Paulo.
Tutti Baê - lançou outros dois livros: "Canto: Uma Expressão - Princípios Básicos de Técnica Vocal", juntamente com Mônica Marsola e "Canto: Uma
Consciência Melódica - Treinamento dos Intervalos através dos Vocalizes", ambos pela editora Irmãos Vitale.
Tutti se dedica ao estudo do canto há vinte anos. Em 1992 começou a ministrar aulas, workshops e oficinas de canto em SESCs, Casas de Cultura, Escolas
de Música, Festivais de Música e em seu próprio estúdio, em São Paulo.
Em 1996 gravou o CD Sensatez, pela gravadora Dabliú / Eldorado. Em 2002 gravou o CD Mosaico pela gravadora Vitale Records / Trama. Em 2003
participou do CD "Divas do Brasil", uma coletânea de músicas interpretadas por cantoras brasileiras tais como Elis Regina, Zizi Possi, Daniela Mercury e Ana
Carolina, lançado em Portugal. A música escolhida foi "Sempre Longe" de sua própria autoria. No mesmo ano integrou o grupo de cantores escolhidos para
o CD "Brasil Lounge", também produzido em Portugal, com a música "Quatro Paredes", de Guga Stroeter. Neste ano participou da coletânea The Woman's
Voice, juntamente com as cantoras Astrud Gilberto, Gal Costa, Elba Ramalho, Leila Pinheiro, Ivete Sangalo, entre outras e, recentemente, atuou como preparadora
vocal do programa Ídolos, do SBT.
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
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TESE
Tese de doutorado defendida em 2002 pela fonoaudióloga
Andréa Monteiro Correia Medeiros no Instituto de Psicologia.
NEC - Neurociências e Comportamento. Universidade de São Paulo.
Contato das mãos com a região oral,
protrusão de língua e movimentos
de sucção em recém-nascidos humanos,
a partir da estimulação oro-gustativa.
Este trabalho discute a existência
de um "sistema sensório-motor integrado" e de um "sistema de alimentação", a partir da influência do estímulo oro-gustativo (solução de
sacarose a 12% e água destilada) na
incidência dos contatos das mãos
com a região oral, protrusão de língua e movimentos de sucção em recém-nascidos de até 36 horas de vida,
nos diferentes estados comportamentais. Fizeram parte da amostra
90 recém-nascidos, sendo 41 do sexo
feminino e 49 do sexo masculino,
todos considerados saudáveis.
Os recém-nascidos foram divididos em dois grupos (sacarose e água),
com procedimento duplo-cego e duração de 15 minutos, subdivididos em
sete momentos, sem intervalos entre
si. Nas condições linhas de base inicial e final nenhum estímulo foi aplicado, sendo que o período orogustativo correspondeu a cinco doses de 0,2 ml de solução de sacarose
ou água. O experimento foi filmado
em VHS, sendo registradas a freqüência e duração (em segundos) dos Es-
16
tados Comportamentais e Comportamentos Específicos apresentados por
cada recém-nascido. Foram utilizados
3 juízes independentes, sendo aceitos
os eventos observados por pelo menos
dois deles. Os dados foram tratados
estatisticamente com a Análise de
Variância (ANOVA), com nível de
significância de 5%.
Os resultados obtidos evidenciaram
a "capacidade gustativa" do recém-nascido humano, sendo que para o comportamento protrusão de língua foram
encontradas respostas significantemente mais freqüentes no grupo
sacarose (estímulo doce). O grupo
sacarose obteve respostas mais
significantes em relação ao grupo água
para os comportamentos de levar as
mãos à região oral, sugerindo maior
"integração sensório-motora" na presença de estímulo preferencial pelo recém-nascido.
A diferença estatisticamente
significante entre os estímulos ocorreu
apenas para comportamentos do lado
direito do corpo, apontando para um
maior controle manual deste lado. Res-
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
postas significativamente mais freqüentes do comportamento sucção
da mão direita, no grupo sacarose, indicaram tanto a existência de um "sistema sensório-motor integrado",
como de um "sistema de alimentação", visto que a sucção cumpre a
função de nutrição no recém-nascido.
Quanto à relação entre estado
comportamental e estímulos orogustativos, foram encontradas diferenças estatisticamente significativas
entre os grupos, sendo o estado
comportamental sono leve mais freqüente no grupo água, enquanto que
o grupo sacarose manteve-se por
mais tempo nos estados comportamentais.
Os resultados deste estudo são
discutidos em relação à existência de
sistemas funcionais competentes no
ser humano, que teriam iniciado o
seu desenvolvimento ainda no período intra-uterino, cumprindo na ocasião do nascimento funções
adaptativas importantes para a sobrevivência da espécie.
TESE
Dissertação de mestrado apresentada pela fonoaudióloga Renata Luciane
Megale para obtenção do título de Mestre em Ciências pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, FMUSP, 2006.
Orientadora: Fonoaudióloga Profa. Dra. Eliane Schochat
Treinamento auditivo:
avaliação do benefício em idosos
usuários de próteses auditivas
O considerável aumento da população
idosa no Brasil favorece o aparecimento de
preocupações com o bem estar e a qualidade
de vida dos idosos.
As dificuldades encontradas por esses indivíduos e, particularmente aquelas que estão intimamente ligadas à comunicação, sugerem aspectos importantes e merecem especial atenção. Entre elas, encontram-se as dificuldades auditivas.
Além da deficiência auditiva periférica,
podem estar presentes também alterações no
processamento da informação auditiva. Para
Katz et al. (1992), o processamento da audição
é a decodificação e a interpretação das ondas
sonoras, desde a orelha até o córtex auditivo.
Para avaliar se estas alterações existem
ou não, utiliza-se uma bateria de testes específicos proposta e adaptada para o Brasil por
Pereira e Schochat (1997).
A partir da avaliação e da detecção do distúrbio do processamento auditivo, desenvolveram-se condições terapêuticas com objetivo de se reabilitar tais alterações. Entre elas,
a terapia fonoaudiológica e o treinamento auditivo.
Um dos fundamentos do treinamento auditivo é a plasticidade do Sistema Nervoso
Central. Para Musiek, Baran e Schochat
(1999), há mudanças na morfologia e no desempenho auditivo, após o treinamento ou a
rigorosa estimulação da audição. A
plasticidade é maior na criança, mas também
pode ser observada em adultos (Willot, 1996).
Em decorrência da falta de estudos com
idosos e a associação de treinamento auditivo ao uso de amplificação sonora, o objetivo
deste estudo foi verificar a efetividade de treinamento auditivo nesta população, relacionando resultados da avaliação do processamento auditivo com respostas sobre a autopercepção do handicap e do benefício com o
uso das próteses.
A casuística foi constituída por 42 indivíduos de ambos os sexos, com idades entre
60 e 90 anos, apresentando perda auditiva bilateral simétrica do tipo neurossensorial de grau
leve a moderado, segundo os critérios de Silman
& Silverman (1991), e candidatos ao uso de
prótese auditiva binaural.
Os indivíduos selecionados foram divididos
em dois grupos, Grupo Controle, constituído
pelos indivíduos que, por alguma razão, não quiseram ou não puderam participar do programa
de treinamento auditivo em cabina acústica, e
Grupo Experimental, constituído pelos indivíduos que aceitaram o convite e participaram do
programa de treinamento.
Os indivíduos de ambos os grupos foram
submetidos a acompanhamento fonoaudiológico durante oito semanas, após a adaptação
das próteses auditivas, e foram avaliados em três
momentos:
• Sem próteses auditivas (1ª avaliação, através dos Testes de Fala com Ruído e Escuta com
Dígitos e, questionários de auto-avaliação HHIE
e APHAB);
• Quatro semanas após a adaptação das
próteses (2ª avaliação, através dos questionários de auto-avaliação HHIE e APHAB);
• Oito semanas após a adaptação das
próteses (3ª avaliação, através dos Testes de
Fala com Ruído e Escuta com Dígitos e, questionários de auto-avaliação HHIE e APHAB).
O programa de treinamento auditivo realizado com o Grupo Experimental foi adaptado a
partir dos procedimentos fundamentados nas
recomendações determinadas por Musiek e
Schochat (1998). O programa foi composto por
seis sessões de treinamento, sendo uma por semana, com duração de 40 minutos cada, além
de 10 a 20 minutos de orientações sobre o uso
das próteses e estratégias de comunicação. Estes foram executados com a utilização dos CD's
que fazem parte do livro sobre a avaliação do
Processamento Auditivo proposto por Pereira
e Schochat (1997); em cabina acústica com fones, sendo que as quatro primeiras sessões ocorreram sem as próteses, e as outras quatro sessões, com as próteses.
Foram aplicadas as seguintes tarefas: treinamento da habilidade de figura-fundo; da
habilidade de processamento temporal; da
habilidade de fechamento auditivo; Padrão
Tonal de Freqüência, Duração e Intensidade;
Treinamento da habilidade de separação e
integração binaural e da habilidade de percepção de fala dicótica.
Os resultados obtidos elucidaram a hipótese inicial deste estudo sobre a efetividade
do programa de treinamento auditivo associado ao uso de próteses auditivas binaurais. Os
resultados do Grupo Experimental mostraram melhora no desempenho das habilidades
do processamento auditivo, como: discriminação auditiva; localização e lateralização sonora; reconhecimento de padrões auditivos;
aspectos temporais da audição, incluindo, resolução, mascaramento, integração e ordenação temporal; e desempenho auditivo em tarefas com mensagem competitiva (ASHA,
1995). Além disso, também se observou uma
melhora na compreensão da fala em ambientes ruidosos e reverberantes (Sweetow e
Henderson-Sabes, 2004; Myers e Palmer,
2005; Burk et. al, 2006; Gil 2006), bem como
na qualidade de vida dos idosos.
Assim, concluiu-se que o programa de treinamento auditivo em cabina acústica auxiliou
na melhora do desempenho das habilidades do
processamento auditivo, pois houve diferença
estatisticamente significante entre os grupos
Experimental e Controle, para os testes de Escuta com Dígitos e de Fala com Ruído, na 2ª
avaliação (com próteses); não houve diferença
estatisticamente significante entre os grupos
Experimental e Controle, no que se refere à
auto-percepção do handicap auditivo, avaliado através do questionário HHIE; houve diferença estatisticamente significante entre os
grupos Experimental e Controle, quanto ao benefício obtido através do questionário APHAB,
para as sub-escalas: Facilidade de Comunicação, Reverberação e Ruído Ambiental, na 2ª e
na 3ª avaliações (com próteses).
Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
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CARTAS
Parabéns à revista do Conselho pela campanha e matéria sobre a gagueira.
O personagem, Fladson, de Marcelo Médici foi desenvolvido com muito cuidado e seriedade. Nosso maior objetivo era não deixar que ele fosse caricato
e motivo de chacota.
Como fonoaudióloga do elenco da novela Belíssima trabalhei dois meses antes
do início das gravações com o Marcelo para atingir o perfil de personagem
desejado pelo autor e direção da novela.
Acredito que faltou na matéria dizer que houve um estudo aprofundado com
acompanhamento fonoaudiológico para o personagem Fladson. Este fato
valoriza tanto o trabalho do ator como o da fonoaudiologia.
Maria Silvia de Siqueira Campos
[email protected]
Abraços
............................................................................................................
Olá amigos(as)!!!
Sou fonoaudiólogo, moro em Recife-PE, achei muito interessante o trabalho
de divulgação que vocês fizeram da nossa profissão!!! Estão de parabéns!
Nossa profissão precisa é disso mesmo, conscientizar as pessoas da importância da fonoaudiologia...
Gostaria também, que se fosse possível receber esse material que vocês usaram na Campanha, para que assim eu possa trabalhar aqui na minha cidade
com uma campanha similar à de vocês...
Desde já, agradeço a atenção!!!
Sucesso para todos!!!
Rodrigo Palmeira de Souza
[email protected]
Você poderá saber das ações realizadas em Recife acessando:
http://www.gagueira.org.br/cidades.shtml
divulgação na midia em Recife:
http://www.gagueira.org.br/divulgacao.shtml
Atenciosamente,
Um forte abraço,
Prezado Rodrigo,
Mensagens de incentivo como a sua é que nos fazem continuar trabalhando pela nossa profissão e pela causa da gagueira.
Em Recife a Campanha ficou sob a Coordenação da Prof. Nadia Azevedo.
Você poderá entrar em contato com ela pelos seguintes endereços:
[email protected] ou [email protected]
Ignês Maia Ribeiro
Membro da Comissão Organizadora Nacional - DIAG
Professora do Cefac-Educação e Saúde - www.cefac.br
Presidente do Instituto Brasileiro de Fluência - IBF - www.gagueira.org.br
A gente quer falar mais com você.
Escreva, opine, critique...
Use esse espaço.
A Revista da Fonoaudiologia
é feita para você.
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NOTAS
Prazo para guarda de
exames e prontuários
A COF - Comissão de Orientação e Fiscalização orienta o Fonoaudiólogo quanto
ao prazo para guarda de exames e prontuários, com base no que determina a
Resolução CFFa. nº 285/02.
Resultados de exames devem ser guardados por um prazo mínimo de 10 (dez)
anos, por todos os profissionais, quer atuem na avaliação da comunicação oral ou
escrita, voz ou audição. O cliente deve receber os originais dos exames ao final da
avaliação audiológica.
Para os profissionais que atuam com terapia fonoaudiológica, a determinação
é que, após a alta de cada cliente, o prontuário deve ser guardado também pelo
período mínimo de 10 (dez) anos.
Já os fonoaudiólogos que realizam suas atividades em instituições de saúde
ou em empresas devem seguir as recomendações destes locais, o que é
determinado por legislação específica.
É necessário que o Fonoaudiólogo comunique não apenas ao Conselho Regional
de Fonoaudiologia, mas também aos órgãos competentes, o extravio ou roubo
destes documentos.
Ao eliminar exames e prontuários, o profissional deve zelar pelo sigilo dos
clientes. De acordo com o Código de Ética da Fonoaudiologia, publicado no Diário
Oficial da União em março de 2004, trata-se de um dever "permitir o acesso do
cliente ao prontuário, relatórios, exames, laudos ou pareceres elaborados pelo
Fonoaudiólogo, recebendo explicação necessária à sua compreensão, mesmo
quando o serviço for contratado por terceiros".
Concurso em Atibaia
A Prefeitura Municipal da Estância de Atibaia publicou edital de concurso para vaga de
Fonoaudiólogo e solicitou, como um dos pré-requisitos ao candidato, "Especialização em Libras".
O CRFa. 2ª Região enviou ofício à Prefeitura de Atibaia e solicitou RETIFICAÇÃO do Edital,
baseado em legislações pertinentes, especialmente na Resolução CFFa. nº 320/06, que estabelece as áreas de especialidade da Fonoaudiologia. Tal solicitação foi acatada e o edital republicado
na imprensa oficial.
Fonoaudiólogo: fique atento aos concursos públicos em andamento em seu município e em
caso de dúvidas, entre em contato conosco.
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Revista da FONOAUDIOLOGIA • 2ª Região • nº 70 • Novembro/Dezembro de 2006
Atenção!
• Extravio de
Carimbo Profissional
Érica M. Shimada
CRFa 13113.
Juliana Augusta Gonçalves
CRFa: 14889
Participe da
Câmara Técnica
de Saúde Mental
O CRFa. 2ª Região/SP, representado pela Fga. Elaine Herrero,
é membro da Câmara Técnica de
Saúde Mental, que assessora a
Comissão de Políticas Públicas do
Conselho Estadual de Saúde de
São Paulo em questões relacionadas à saúde mental. As reuniões
ocorrem uma vez por mês, na
sede da Secretaria de Estado da
Saúde.
A Fga. Elaine acredita que a
Câmara Técnica possibilita discutir a política de saúde mental de
maneira ampliada, envolvendo os
vários segmentos: representantes
do governo, dos trabalhadores e
dos usuários. Acredita que seja
um ganho para a Fonoaudiologia
participar das discussões, uma vez
que, tradicionalmente, apenas a
psiquiatria, psicologia, enfermagem e terapia ocupacional participavam dos debates. Porém, para
garantia desta participação,
enfatiza que a Fonoaudiologia
precisa incluir o tema Saúde Mental no cotidiano da discussão de
políticas públicas para a Saúde.
Fonoaudiólogo, caso você atue
na área de saúde mental ou tenha interesse no tema, envie suas
propostas e/ou denúncias para o
e-mail [email protected], para
que a Fga. Elaine possa dar o devido encaminhamento junto à
Câmara.
NOTAS
Cefac é vítima de falsários
Algumas pessoas estão se passando por representantes do CEFAC. Eles
garantem que são parceiros da entidade ou que possuem autorização para
vender as publicações e outros materiais promocionais.
A intenção é a de lesar os profissionais, inclusive negociando os materiais
acima do valor de tabela.
O CEFAC esclarece que NÃO vende livros, revistas ou outros produtos e
sequer apóia ou tem parceria com qualquer pessoa ou empresa para tal finalidade.
Os profissionais que forem procurados pelos falsários ou por pessoas que
indevidamente se passam por parceiros ou representantes do CEFAC devem
procurar imediatamente a polícia, porque estão prestes a serem enganados e
lesados.
Os produtos que levam o selo Cefac podem ser adquiridos em fornecedores confiáveis e conhecidos. Qualquer informação adicional pode ser obtida no
site www.cefac.br ou pelo telefone (11) 3675-1677.
Encontro de Formandos 2006
A Delegacia de Ribeirão Preto realiza todos os anos uma visita às faculdades de Fonoaudiologia da região com o objetivo de orientar os
formandos sobre o exercício profissional, dar informações referentes ao
funcionamento do Conselho Regional-2ª Região e dar início aos procedimentos de registro profissional dos fonoaudiólogos.
Neste ano, a Delegacia organizou um encontro em Ribeirão Preto, com a
intenção de, além dos objetivos citados acima, promover um intercâmbio entre os fonoaudiólogos recém-formados da região.
O evento realizou-se no dia 27 de outubro, no Centro de Convenções do
Edifício Fortes Guimarães, e contou com a participação dos formandos e
coordenadores dos cursos: USP - Ribeirão Preto, UNORP - São José Rio
Preto, FEF - Fernandópolis e FEV - Votuporanga.
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CONGRESSO
XIV Congresso Brasileiro
de Fonoaudiologia
Oportunidades concretas para integração
de clínica e pesquisa.
Dra. Fernanda Dreux Miranda Fernandes
Presidente do SBFa
194 palestrantes e um público de
quase duas mil pessoas fizeram do
Congresso uma oportunidade única
de mostrar e valorizar o que de
melhor tem sido produzido pela
fonoaudiologia brasileira.
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O XIV Congresso Brasileiro de
Fonoaudiologia, realizado em Salvador
entre os dias 4 e 7 de outubro de 2006,
foi cuidadosamente planejado de forma
a atender a objetivos específicos construídos em torno de seu tema central:
Pesquisa e Clínica Fonoaudiológica.
Esses objetivos, que permearam de
diferentes formas os diversos eixos de
organização do Congresso, foram:
• evidenciar as possibilidades de
integração entre o conhecimento produzido a partir de pesquisas científicas e a
prática clínica;
• estimular as perspectivas interdisciplinares em Fonoaudiologia, amplificando as experiências de integralidade na abordagem de temas específicos;
• valorizar o que de melhor tem sido
produzido na Fonoaudiologia brasileira, buscando aprimorar e estimular as
diversas formas de avaliação da produção científica.
As atividades científicas foram organizadas em 15 Simpósios Interdepartamentais, 42 Mesas Redondas e seis Seminários de Estudos Avançados, além
de cinco mini-cursos realizados durante o pré-Congresso. Foram apresentados 1170 temas livres, sendo 231 apresentados de forma oral e 939 na forma
de pôsteres.
Além disso, foram aprovados 112
trabalhos para concorrer a prêmios, que
foram apresentados durante os dois primeiros dias do Congresso, na forma de
pôsteres. Destes, 25 foram selecionados
e ficaram expostos no último dia do
Congresso e, na cerimônia de encerramento, 15 deles receberam menções
honrosas e 10 receberam o prêmio “Excelência em Fonoaudiologia – 2006”.
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As atividades administrativas também ficaram distribuídas ao longo do
Congresso, quando todos os departamentos da SBFa - Sociedade Brasileira
de Fonoaudiologia puderam se reunir
para discutir questões pertinentes a
cada área.
Durante o pré-Congresso, foi realizado um conjunto de atividades propostas pela Comissão de Ensino, que possibilitaram a abordagem das diversas instâncias de ensino em Fonoaudiologia.
Durante a cerimônia de abertura, a
Comissão de Mérito divulgou que o
Mérito Fonoaudiológico 2006 foi atribuído ao fonoaudiólogo Fabio José Delgado Lessa, vice-presidente da SBFa, falecido no mês de setembro, por suas
contribuições à Fonoaudiologia Brasileira. Sua mãe e sua viúva estiveram
presentes na cerimônia e receberam a
placa comemorativa.
No dia 6 de outubro, foi realizada a
Assembléia Geral Ordinária da SBFa,
que foi iniciada com a entrega do Diploma de Sócio Fundador aos associados que assinaram a ata de criação da
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, conforme determina o Estatuto
da SBFa, aprovado em 2005.
O XIV Congresso Brasileiro de
Fonoaudiologia teve 550 inscrições
para o pré-congresso e 1.173 para o congresso. Foram convidados 194 palestrantes e aproximadamente 100 expositores estiveram presentes no evento.
A grande participação do público
em todas as atividades e a disponibilidade dos palestrantes para aproximar
seus resultados de pesquisa da sua
aplicabilidade clínica constituíram fundamentais oportunidades de integração
entre clínica e pesquisa.
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Convite
O Conselho Regional de Fonoaudiologia 2ªRegião - SP
tem a honra em convidar Vossa Senhoria para a
Sessão Solene comemorativa ao Dia do Fonoaudiólogo,
que este ano completa 25 anos da regulamentação
de sua profissão.
Data: 7 de dezembro de 2006, às 19h30
Local: Plenário do Tribunal de Contas
do Município de São Paulo.
Av. Prof. Ascendino Reis, 1130 - Vila Clementino, São Paulo.
RSVP: Até o dia 1º de dezembro de 2006, com Alessandra,
tel. (11) 3873-3788, das 9h00 às 17h00 ou [email protected]
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Edição 70 - Conselho Regional de Fonoaudiologia