Da biblioteca popular a biblioteca itinerante: Práticas e incentivo a leitura na “Comunidade da Terra” MACÁRIO, Karitânia Vilela Unisal – graduanda de Pedagogia [email protected] SANTOS, Roberta Tavares Ferreira dos Unisal – graduanda de Pedagogia [email protected] HILKNER, Regiane Rossi Unisal – coordenadora do Curso de Pedagogia [email protected] Resumo: O presente artigo é fruto do projeto de ação educativa (PAE) desenvolvido ao longo do curso de Pedagogia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo – Unisal - e objetiva relatar as práticas de leitura de crianças entre 3 a 12 anos moradores da zona rural de Sumaré – SP, ligados aos movimentos dos trabalhadores rurais sem terra (MST). Por meio de uma investigação que privilegia letramentos em contextos não escolares, procuramos saber se essas crianças lêem, como, o quê e para quê, considerando que já possuem uma cultura escrita vinculada ao seu contexto social, cultural e as especificidades de cada uma como agente da leitura.A proposta de trabalho enquanto ação educativa fora a de gerar um ambiente motivador no intuito de construir coletivamente o hábito da leitura. Neste sentido constatamos o quanto a leitura faz parte da vida cotidiana dessas crianças e identificamos que elas possuem o interesse pela leitura, desde que sejam oferecidas condições para que essas práticas aconteçam. Palavras-chave: MST; práticas de leitura; ação educativa. 1-Apresentação O projeto de Ação educativa (PAE) foi formulado com o objetivo de atender as diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia com vista a formar o Pedagogo um profissional capaz de implantar propostas de intervenção tanto na educação formal como em espaços não escolares, exercitando dessa forma as competências e habilidades necessárias para investigar, planejar, executar e avaliar projetos educativos que favoreçam a melhoria dos processos de ensino aprendizagem. Sendo assim, esse artigo tem como objetivo fazer uma descrição de como transcorreu a ação educativa formulada desde a escolha do tema, local de aplicação da ação, bem como fontes bibliográficas que fundamentam esse trabalho. 2-A escolha do tema e os caminhos da pesquisa bibliográfica exploratória A pesquisa e o desenvolvimento da ação educativa formulada e implantada, cujo tema é a leitura e os processos pelos quais se dão, tiveram como princípio disparador dois motivos principais. O primeiro foi que após uma visita ao Assentamento (MST) – Sumaré, no segundo semestre do curso de Pedagogia, quando estudávamos linhas pedagógicas na disciplina de Didática I, constatamos junto à comunidade e a direção da escola local, que uma das dificuldades apresentadas pelas crianças era com a leitura e que devido a essa “defasagem” muitas crianças tinham um desempenho pouco eficaz em relação aos estudos, sendo assim o projeto vinha atender a necessidade da comunidade em questão. O segundo motivo deste estudo emergiu de nossas aspirações e inquietações pessoais. Aspirações por compreender a leitura como meio capaz de transformar a realidade das pessoas, entendendo que ao se inserir no mundo letrado a pessoa é capaz de se libertar das opressões exercidas pelos que já dominam essa cultura. Sendo “A leitura (...) fator este de extrema importância ao desenvolvimento crítico e social (...) das crianças.” (SILVA, 2002 p.3). E inquietações por querer desvendar as formas pelas quais as crianças lêem e quais os usos que fazem da leitura, e se o desinteresse mencionado por pais e professores pelo o ato de ler dessas mesmas crianças eram real. Diante deste contexto apresentado tivemos como objetivo, portanto investigar as práticas de leitura, exercidas pelas crianças, bem como incentivar o hábito da leitura desenvolvendo com elas situações nas quais tivessem acesso a diferentes gêneros textuais, concebendo a leitura como fonte de necessidade, informação, conhecimento e prazer, possibilitando o desenvolvimento do senso crítico, partindo do princípio de que é a partir da leitura que os sujeitos são capazes de ampliar sua visão de mundo, compreendendo melhor a sua realidade e a de seu em torno, uma vez que: “ A leitura caracteriza-se como um dos processos que possibilita a participação do homem na vida em sociedade, em termos de compreensão do presente e do passado e em temos de possibilidade de transformação do futuro”. (SILVA, 2002, p.2). O trabalho com a temática leitura em um contexto não escolar se configurou em uma dificuldade, desde a fase da pesquisa bibliográfica, pois até mesmo por uma questão cultural, as pessoas acreditam que a prática da leitura esta diretamente ligada ao contexto escolar, pois é na escola que as crianças geralmente aprendem ler as primeiras palavras. “O ato de ler é essencialmente relacionado com a escrita e o leitor visto como decodificador da letra”. (MARTINS, 1994, p.7). Nesse sentido a falta de publicações que versam sobre o tema escolhido e privilegiam contextos que não os da escola, fez com que levantássemos referências cuja abordagem era a leitura (na sua grande maioria em ambientes escolares) e extraímos delas o máximo de informações pertinentes para o desenvolvimento do trabalho, ou seja, todas as informações coletadas foram adaptadas ao contexto do nosso projeto, que além de ser um espaço não escolar, não se constituí como instituição como uma ONG, por exemplo, devido ao seu caráter itinerante. 3-Considerações acerca das referências técnicas do trabalho A leitura exerce um papel fundamental na vida cotidiana das pessoas, pois como se sabe estamos inseridos em um mundo letrado, no qual onde quer que estejamos necessitamos fazer uso da leitura, uma vez que: “O ponto de partida dessa discussão é o fato de que o aprendizado das crianças começa muito antes de elas, frequentarem a escola.” (VIGOTSKY, 2006, p.110). Sabemos que ler não significa decodificar as palavras, o exercício da leitura requer além da decodificação o entendimento no qual a palavra está inserida, a leitura precisa ter uma função social em que ler passa a ter sentido e significado, para isso é necessário que a “compreensão crítica do ato de ler, não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo.” (FREIRE, 2002, p.11). Mas afinal o que é leitura? Como e quando começamos a ler? Para se chegar ao contexto das práticas de leitura precisamos entender o que realmente significa ler, uma vez que a leitura faz parte da vida da maioria das pessoas. Geralmente o conceito de leitura esta restrita a decifração da escrita, porém, a leitura pode e deve ir muito além do simples fato de se decifrar palavras, para (FREIRE, 1988, p.30) antes de se ler a palavra é preciso aprender a ler o mundo. Começar a ler é um aprendizado natural, mas tão exigente e complexo como a própria vida, desta forma temos que... “ninguém ensina ninguém a ler, o aprendizado é em última instância solitário, embora se desencadeie e se desenvolva na convivência com os outros e com o mundo” (MARTINS, 1994, p.12). Por este motivo é que aprender a ler o mundo pode ampliar a noção que a criança e/ou adulto terá futuramente da leitura da palavra. Tanto o mundo, as coisas e os objetos que nos rodeiam, quanto as palavras, textos escritos são cheios de sentido e significados, precisamos dessa forma saber mais do que decifrar, mas ler nas entrelinhas para entender o verdadeiro significado que o mundo e as palavras tem para nós. Antigamente a leitura era um instrumento de dominação, pois nem todos sabiam ler, e quem detinha o domínio da leitura consequentemente obtinha o poder. Isso ainda se perdura até os dias atuais, pois ainda temos um índice muito grande de analfabetos, e isso não só em países subdesenvolvidos, mas também em países desenvolvidos, pois este é um problema sócio – histórico cultural, econômico e também político. A importância que se vê em investigar quais as práticas de leituras exercidas pelas crianças, como quando e por que lêem vem deste problema (sócio histórico, cultural, econômico e político), temos uma mínima noção do que é a leitura e da sua importância como um instrumento de alteração na visão de mundo e na busca de uma tomada de consciência, mas será que elas as crianças em seu contexto a entendem o ato de ler dessa forma? Na escola os trabalhos voltados para despertar o hábito da leitura, bem como o senso crítico que ela pode proporcionar são mínimos, o trabalho com a leitura acontece geralmente nas séries iniciais diminuindo gradativamente ao longo dos anos escolares, quando se chega ao ensino médio, por exemplo, a única “prática de leitura” que os adolescentes têm, são aquelas exigidas para os vestibulares... “Ampliar a noção de leitura pressupõe transformações na visão de mundo em geral e na cultura em particular” (MARTINS, 1994, p.29). É por isso que devemos voltar nossa atenção a esta temática, permitindo uma reflexão que leva uma prática diferenciada do processo pedagógico. As práticas de leitura referem-se às apropriações do texto pelo leitor, que muitas vezes, todos os estudos vão acentuar, escapam completamente do controle ou previsões significativas do texto, (...). Para conhecer essas apropriações, o caminho mais imediato que se oferece é o de confidência dos leitores a respeito de seus modos de ler, dos sentidos que descobrem nos textos (CHARTIER,2001,p.12). Para identificarmos as práticas de leitura exercidas pelas crianças, primeiramente precisamos descobrir se elas lêem. E se realizam essa leitura por desejo ou obrigação e desta forma ampliamos para saber o que, como e para que lêem. No geral as crianças têm mais contato com a leitura, seja ela com palavras, imagens e até a de mundo como dissemos anteriormente. Na escola, os adultos exceto aqueles que estudam, em sua maioria tem contato com a leitura por meio de jornais, revistas, as mídias eletrônicas em geral. Estas pessoas podem ler por diversos motivos, por desejo, obrigação, pela informação que será obtida por meio da leitura, ou meramente para passar o tempo. 4- O espaço educativo de aplicação O local escolhido para implantação do projeto foi o assentamento estadual Sumaré 2, fundado em 17 de maio de 1985 e localizado no Km 2,5 da Rodovia Teodor Cundiev que liga Sumaré a Hortolândia – SP. Moram no local 75 famílias, sendo 39 titulares da terra, chegando a um número de aproximadamente 340 pessoas e mais 350 famílias da comunidade denominada três pontes, que ocupa parte das terras do assentamento que corresponde a uma área de risco e de preservação ambiental (APP- Àrea de preservação ambiental permanente). O assentamento contém uma associação de moradores, e duas escolas de educação infantil que atende crianças de 6 meses a 4anos e uma de ensino fundamental que atende crianças entre 6 a 10 anos. 5-O projeto de ação formulado A formulação do projeto ocorreu após a definição dos objetivos a serem alcançados enquanto ação educativa. A iniciativa de trabalhar a questão da leitura nos levou a pensar na estruturação de um local no qual as crianças pudessem ter acesso aos livros e as atividades voltadas ao estímulo do hábito da leitura e desta forma identificar, também, as suas práticas de leitura. No decorrer da formulação do projeto elaboramos um planejamento no intuito de organizar as atividades que seriam implantadas e, elas aconteceram da seguinte forma: Após algumas visitas ao local da implantação e detectarmos as necessidades da comunidade, pensamos em estruturar um ambiente no qual as atividades pudessem ser desenvolvidas. Com o auxílio do então orientador do projeto o professor Marcos Francisco Martins, decidimos “montar uma biblioteca” para que as crianças envolvidas tivessem acesso a uma diversidade maior de obras (livros), sendo um dos nossos objetivos a princípio deixar algo concreto para comunidade, a biblioteca estrutura a onde as crianças pudessem fazer uso do mesmo com empréstimos de livros. Começamos o processo de arrecadação de livros que foi feito em vários lugares como na faculdade (Campus Maria Auxiliadora) e Campus Dom Bosco, bem como bibliotecas municipais e também com doações particulares. Conseguimos dessa forma uma grande quantidade de livros, superando as nossas expectativas, pois os livros doados estavam em sua grande maioria em bom estado de conservação, alguns títulos arrecadados também nos surpreenderam, pois eram obras clássicas. Durante as arrecadações que aconteceram ao longo de três semanas, fomos transportando os livros para a comunidade contabilizando e organizando-os em um ambiente que no início era o local onde a biblioteca seria instalada, no caso, na associação de moradores da comunidade. Com o fim das arrecadações começamos a organização efetiva dos livros arrecadados, neste momento também começaram a surgir as nossas dificuldades. A idéia inicial era montar a biblioteca e também realizar as atividades em um espaço cedido pela Associação de Moradores, porém, constatamos que este espaço não seria suficiente para a organização dos livros de forma a ser acessível para o público dificultando o acesso e os empréstimos. Surgiu então a proposta de fazer em outro espaço denominado “antigo viveiro”, a princípio para execução das atividades, foi muito bom, pois lá desenvolvemos as atividades com as crianças desde a inauguração até o último dia de trabalho realizado. Contudo para deixar os livros expostos não foi possível porque este local era aberto, com isso havia muita poeira, tínhamos também o problema da chuva e consequentemente da umidade no local, que ao longo do tempo acabaria por estragar os livros. Novamente alteramos a proposta e o local do viveiro para um trailer, espaço que poderia gerar mais proteção aos materiais devido aos danos e exposições acima descritos, além da imagem do trailer estar ligada também a itinerância- marca da Comunidade da Terra. No decorrer do projeto desenvolvemos várias atividades partindo desde a leitura permanente, ou seja, sessões de leitura livre em que os livros eram dispostos em uma estrutura de barraca de feira, já que não tínhamos como levar as prateleiras em que os livros ficavam, pois não havia possibilidade de deixá-los lá permanentemente até a realização de atividades como contação de histórias usando os sucessos de teatro, dedoches, etc. Utilizamos também como atrativo para as crianças o brincar e ao termino das atividades fazíamos com eles brincadeiras e dinâmicas para criar um vínculo de amizade e confiança. 6-Os problemas enfrentados e seus dilemas Diversas dificuldades foram encontradas durante todo o processo de elaboração e também de aplicação do projeto, dentre os quais podemos destacar os seguintes: A escolha do tema que no total foram 5 (Educação e Cidadania; Leitura, Educação e Cidadania; Biblioteca Popular Práticas de leitura e Reforço Escolar na Comunidade da terra; Biblioteca Popular: Incentivo a leitura na comunidade da terra e o atual Da Biblioteca Popular a biblioteca Itinerante: práticas e incentivo a leitura na comunidade da terra), fato este ocorrido devido nossa inexperiência em relação a trabalhos acadêmicos que nos fez permear desde a vontade de realizar uma pesquisa em torno da educação e cidadania até projetar de fato qual prática aliada a teoria iríamos abordar. Dificuldade no levantamento do material bibliográfico para fundamentação teórica do trabalho, bem como dificuldades na definição dos objetivos pretendidos que seria o marco referencial para o trabalho e sua aplicabilidade na realidade estudada. Durante a fase de aplicação também emergiram muitos problemas, devido as mudanças de espaço para aplicação e montagem da biblioteca. Outro fator importante a ser destacado é a colaboração das pessoas da comunidade para concretização do projeto, pois durante toda formulação do projeto, as idéias e objetivos do trabalho foram apresentados e discutidos com as algumas lideranças da comunidade que se faziam presente e dispostas a nos auxiliarem. Entretanto na hora de sua efetivação, ou seja, o projeto ser colocado em prática, essas lideranças não se fizeram presentes. Tal fator contribuiu para que muitos dos objetivos que eram pretendidos não se consolidassem na prática. 7-Avaliação geral das atividades implantadas Por tudo que vivemos em conjunto com as crianças do assentamento e seus pais, o projeto nos possibilitou identificar as práticas de leitura dessas crianças um dos objetivos a que se propunha o projeto de trabalho. Observamos suas escolhas, sempre gêneros muito parecidos que logicamente eram familiares para eles, mas que ao longo do projeto foram modificados, ou seja, as crianças escolhiam por sua vontade um gênero textual diferente daquele de costume. Outro fator importante a ser destacado é que no início do projeto muitas crianças falavam que não gostavam de ler, que só liam na escola porque eram obrigadas. Entretanto durante o projeto essas crianças demonstravam satisfação em ler, muitas levavam de dois a três livros pra casa e algumas comentavam que iriam levar determinado livro para contar ao pai e a mãe a história. A cada nova atividade era totalmente observável que essas crianças já possuíam um repertório prévio da linguagem escrita que possibilitava as mesmas pensarem sobre a história lida, compreendendo-a por meio de estabelecimento de relações, sendo capazes de relacionar, julgar, antecipar e se posicionarem frente a leitura que exerciam, ou seja, as crianças até mesmo as menores já apresentavam algumas estratégias de leitura como a inferência, a antecipação, a seleção e algumas já alfabetizadas a decodificação. No caso da verificação que é caracterizada pela retomada da leitura, muitas vezes, se colocava devido as nossas intervenções por meio de diálogos estabelecidos, após as leituras realizadas. Outro aspecto demonstrado pelas crianças durante os encontros é as diversas maneiras que as crianças utilizam para exercerem o ato de ler, seja via imagem, coletivamente, em dupla com o colega, ou até mesmo sozinho. Muitos compartilhavam a todo instante o que estavam lendo, pedindo atenção ao ler e, isso ocorria mais com os pequenos, já com os maiores o ato de ler era mais recluso, buscavam lugares mais isolados para que pudessem ler mais tranquilamente, mas sempre demonstrando interesse em contar o que achavam de interessante no livro. As histórias de drama e as contações encenadas com utilização de recursos como fantoches, objetivos e dramatização teatral foi sem dúvida a que mais chamou a atenção dessas crianças. O projeto atendeu cerca de 40 crianças da comunidade entre a faixa etária de 3 a 12 anos em cinco encontros realizados. Entretanto o processo de implantação do projeto foi realizado no período de três meses com os trabalhos de arrecadação, reunião com lideranças escolares e da comunidade e para divulgação. O número total de livros arrecadados foi de 199, sendo 79 infanto juvenis, 75 de literatura, 45 infantis e 40 gibis. Após a mudança da biblioteca do viveiro para o trailer foi realizado ainda mais um encontro com as crianças estando presentes neste dia 15 crianças, sendo que quatro delas participaram da limpeza e arrumação do trailer para o recebimento e a continuidade das atividades com as demais crianças. 8-Conclusão Acreditamos que o PAE (Projeto de ação educativa) é dentro da grade curricular do curso de pedagogia um importante meio para o desenvolvimento e aprendizagem dos educandos, por integrar prática-teoria e fazer do aluno desde sua formação um pesquisador. Durante todo o processo de elaboração e aplicação do projeto e mediante todas as dificuldades enfrentadas podemos constatar que os objetivos não foram totalmente concretizados, como o trabalho de resgate de memória com os adultos da comunidade entre outros, o que se justifica pelas modificações sofridas durante a fase de aplicação a qual necessita de uma revisão de estratégias e procedimento utilizados. De um modo geral o projeto atendeu de forma gradual aos objetivos a que se propunha e contribuiu de forma singela mas muito significativa no trabalho realizado com as crianças. Enfim identificamos que as crianças só não fazem uso da leitura, quando não são lhes são oferecidas oportunidades de conhecer, refletir, discutir e desfrutar deste universo que é a leitura. E definimos nossa trajetória até aqui tendo claro que não há separação entre o ato de educar e o ato de aprender e sim que existe uma dialética eterna entre os dois de tal modo que “Quem ensina aprende ao ensinar quem aprende ensina ao aprender”. (FREIRE, 1988 p.27). 9-Referências Bibliográficas ANTÔNIO, Severino. A Utopia da Palavra: Linguagem, poesia e educação: Algumas travessias. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito da leitura; Tradução de Octavio Mendes Cajado. São Paulo, Cultrix, Brasília, INL, 1977. CHARTIER, Roger. Práticas de Leitura. Tradução; Cristiane Nascimento. 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