LITERAFRO - www.letras.ufmg.br/literafro Cruz e Sousa, João da João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, na cidade de Desterro-SC (atual Florianópolis). Seus pais eram escravos negros e foram libertos pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa, que tutelou o menino até a adolescência, tendo ele recebido boa instrução. No entanto, com a morte de seu protetor, teve que deixar os estudos e passou a militar na imprensa catarinense, escrevendo crônicas abolicionistas. Atuou também como “ponto” de uma companhia teatral. Em 1885, em parceria com Virgílio Várzea, escreve Tropos e Fantasias, obra em prosa na qual se encontram textos contra o posicionamento escravista. Aliás, todo o período catarinense do autor é marcado pelo combate ao racismo do qual foi vítima em diversas ocasiões e que, inclusive, o impediu de assumir o cargo de Promotor em Laguna para o qual fora nomeado. Em 1890, muda-se para o Rio de Janeiro e começa a colaborar na Folha Popular, formando com B. Lopes e Oscar Rosas o primeiro grupo simbolista brasileiro. Mais tarde, obtém um emprego na Estrada de Ferro Central e casa-se com uma jovem negra de nome Gavita, cuja saúde mental era frágil. O casal teve quatro filhos, dois dos quais morreram antes do poeta. Acometido por uma tuberculose, retira-se, em 1897, para a estação mineira de Sítio, à procura de um clima melhor pra sua saúde. Mas a doença não regride e o poeta morre em 19 de março de 1898, aos trinta seis anos de idade. É considerado o primeiro grande poeta negro brasileiro e o representante mais destacado do Simbolismo no país.