Ano XXIV • nº 265 • Setembro - Outubro 2010 Entrevista 14 Fausto Costa O diretor-geral da Garoto fala sobre as melhorias sofridas desde a compra da empresa pela Nestlé e diz que a companhia está investindo no novo mercado que se abre com o aumento do poder aquisitivo das classes D e E. Em foco Notícias das empresas sócias 08 From the USA UP with English: A small contribution to building 18 Rio’s capacity for the Olympic Games Capa 32 Os Fundos de Investimento em Participações e o Petróleo e Gás Gustavo Passos Corteletti 34 O Turismo e o Espírito Santo Nerleo Caus de Souza Brasil Urgente Gestão sustentável no Complexo de Tubarão 20 Charles Rezende Colunas Investimentos Popularização do Mercado de Ações 22 Tecnologia da Informação A tecnologia e o futuro da Mídia 30 Life Style Ironman, um estilo de vida 26 36 Mais infraestrutura para a agricultura moderna Roberto Pacca do Amaral Junior News 38 Por dentro dos eventos da Amcham Opinião 56 Tax Havens and Privileged Tax Regimes Roberto Haddad 58 Lixo eletrônico: há luz no fim do túnel Álvaro Cysneiros Foto de capa: Carlos Antolini A tiragem desta edição de 8 mil exemplares é comprovada pela Ernst & Young. EXPEDIENTE Publicação bimestral da Câmara de Comércio Americana RJ/ES Editor-chefe e Jornalista Responsável: Ana Redig (MTB 16.553 RJ) Editor de arte: Lui Pereira Impressão: Ediouro Gráfica e Editora Fotógrafa: Luciana Areas Os pontos de vista expressos em artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Câmara de Comércio Americana. Câmara de Comércio Americana RJ/ES Praça Pio X, 15/5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: 21 3213 9200 Fax: 21 3213 9201 [email protected] redação: [email protected] www.amchamrio.com Editorial Em agosto, assumi o cargo de diretor superintendente da Câmara de Comércio Americana. Dirigir uma instituição com tanto prestígio e prestes a completar 95 anos é um desafio extremamente interessante, sobretudo quando as atenções do mundo voltam-se para o Brasil, notadamente ao Rio de Janeiro que reassume merecido destaque no cenário nacional, devido aos inúmeros progressos e excelentes perspectivas para desenvolvimento de negócios. Neste curto espaço de tempo nesta Câmara, que tem como vocação unir empresas e pessoas através de ações que visam catalisar negócios, ela me mostrou sua pujança e as razões pelas quais seu papel é tão fundamental neste processo. Venho recebendo do presidente da Câmara Robson Barreto e demais diretores, incansável apoio na busca de ações que visam capitalizar as oportunidades existentes, alimentando essa rede, sempre próspera para todos. Só para citar alguns eventos que realizamos recentemente, e cobertos em mais detalhes nesta edição, organizamos almoço com governador e candidato à reeleição, Sérgio Cabral; reunimos especialistas para debater as oportunidades que a Copa de 2014 poderá trazer para o país e para o nosso estado; e levamos a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, a Houston para palestrar no Brazil Energy & Power 8, realizado pela Amcham em parceria com a Bratecc. Foi a primeira vez, depois do grande desastre ocorrido no Golfo do México, que a ministra foi à capital mundial do petróleo mostrar ao mercado internacional que o Brasil tem regras firmes que habilita o país a explorar os campos encontrados na camada do pré-sal com segurança. A presença da ministra no evento Brazil Energy & Power 8, foi chave para mostrar ao setor que o Brasil está preparado para o desafio do pré-sal. A palestra da ministra, que tem formação técnica altamente especializada, foi largamente reconhecida e elogiada no evento, tanto por brasileiros como por americanos. Aliás, a atuação da Amcham no setor de Energia, especialmente no segmento de Petróleo & Gás , tem sido bastante expressiva. Nosso chairman do comitê de Energia, Roberto Ardenghy, já esteve na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro para esclarecer os deputados sobre os detalhes do pré-sal, deixando-os mais informados e bem preparados para defender os interesses do Rio. Nossa presença na Rio Oil & Gas também tem se tornado cada vez mais significativa. Neste ano, nosso stand - compartilhado com outras nove empresas - recebeu aproximadamente 3.000 visitantes, formando uma sinergia que só agrega valor a todos. Entre as muitas visitas ilustres que recebemos, destaco o embaixador americano, Thomas Shannon, o Cônsul-geral, Dennis Hearne, e o Cônsul Comercial do Rio de Janeiro, Alan Long. Para mim é uma grande honra ter-me juntado `a Amcham e, com o apoio do comitê executivo, da diretoria, dos presidentes dos comitês setoriais e da equipe, tenho bastante convicção que poderemos conduzi-la por caminhos que resultem em crescente prosperidade e sinergias para todos os nossos associados. Boa leitura a todos ! Miguel Quadros 6 | Brazilian Business | Set-Out 2010 © 2010 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. Convergência. Convergence. A convergência das normas internacionais de contabilidade The convergence of Brazilian accounting standards with the IFRSs com as normas contábeis brasileiras é uma exigência. international financial reporting standards (IFRSs) is mandatory. A SOX é uma realidade. Apresentações de relatórios e SOX is a reality. Report and balance sheet presentations balanços adequados à cada finalidade são requeridas. should now be tailored to meet each specific need. A KPMG entende suas necessidades e dispõe de equipes KPMG understands your needs and has multidisciplinary multidisciplinares, que contam com recursos internacionais, teams, which rely on international resources and up-to-date habilidades técnicas e conhecimento up-to-date para suprir technical skills and knowledge, ready to meet your business suas demandas. requirements. KPMG. Atuando em 146 países. No Brasil, são 2.400 We operate in 146 countries. In Brazil we employ 2,400 profissionais, distribuídos em 17 escritórios, localizados professionals, distributed throughout our 17 offices, situated nos 15 maiores centros nacionais de negócios. in the 15 major local business centers. kpmg.com.br Divulgação Divulgação Em foco Shell tem novo presidente O executivo André Araujo assume a presidência da Shell Brasil no Rio de Janeiro, acumulando sua função anterior de Assessor Sênior de Assuntos Governamentais para os EUA, Canadá e América Latina. Gilbert Landsberg, que estava no cargo interinamente, reassume sua função de vice-presidente de Assuntos Externos. André começou na Shell em 1984 na Divisão de Químicos, tendo desempenhado diferentes funções até se tornar membro da equipe de Relações Governamentais Globais, como Assessor Sênior para os EUA, Canadá e America Latina, em Washington. Hidroazul, empresa que atua há mais de 20 anos em todo o país produzindo e comercializando produtos químicos para tratamento de águas de piscinas, fechou 2009 com crescimento de 22% no volume e de 105% na lucratividade, mantendo a trajetória de crescimento. A Hidroazul tem a mais completa linha de produtos no ramo e desenvolve tecnologia de ponta, como o Multi-Ação, o cloro “state-of-the-art, único com ação fungicida avalizada pela Anvisa. A empresa acaba de ser credenciada com exclusividade para distribuir seus produtos nas lojas de conveniência da BR-Distribuidora. Divulgação Hidroazul agora na Rede BR Filial Ibeu Centro em novo endereço A filial Centro do Ibeu agora tem novo endereço: Rua Uruguaiana, 10 / 2ª andar - Tel: 2242-1090. Em um espaço maior e mais confortável, as novas instalações contam com salas de aula com equipamentos modernos, cyber room, library, além de um lounge para relaxar. Além dos cursos para adultos Flex e Top Flex, são oferecidos cursos específicos para advogados, Preparatório para Exames Especiais, Conversação, entre outros. 8 | Brazilian Business | Set-Out 2010 Divulgação Soluções para o setor de óleo e gás A Famex Comercial Importadora e Exportadora, que neste ano completa 18 anos de atuação no mercado global, acaba de desenvolver parcerias com grandes fornecedores norte-americanos, principalmente do Texas, onde participou da Offshore Technology Conference 2010- OTC. Através dessas parcerias, a empresa vai acompanhar o desenvolvimento das recentes inovações tecnológicas do setor e poderá fornecer serviços de “procurement”, ou seja fornecimento global, de modo a atender as exigências de prazo e qualidade para o setor de óleo e gás do Brasil. XXX Congresso Internacional de Propriedade intelectual Promovido pela Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI), o XXX Congresso Internacional de Propriedade Intelectual reuniu cerca de 700 participantes. O principal tema debatido foi o novo projeto de lei de Direitos Autorais, além de pirataria, negócios e licenças nas áreas de desportos, ecopatentes, biotecnologia, incentivos à inovação, medidas de fronteiras, publicidade e direito da internet. Entre os participantes, o presidente da ABDI, Luiz Henrique do Amaral, e do presidente do INPI, Jorge Ávila. Pesquisa aponta fatores para o sucesso profissional A Right Management, consultoria organizacional especializada em gestão de talentos e carreira, realizou uma pesquisa com 895 dirigentes e profissionais de recursos humanos para identificar os fatores que mais contribuem para o sucesso profissional. No estudo, concluído em março de 2010, a maioria destacou como principais qualidades, adaptação à cultura organizacional e motivação, assim como habilidade nas relações interpessoais. O número dos que destacaram essas habilidades superou em duas vezes e meia os que citaram “qualificações técnicas” ou “experiência na função”como fatores mais importantes. 10 anos de excelência Uma das maiores consultorias disponíveis no mercado brasileiro e internacional, a Planet Visas, acaba de lançar o selo comemorativo dos 10 anos de excelência, juntamente com o novo website: www.planetvisas.com. O objetivo é oferecer cada vez mais transparência, segurança e agilidade aos clientes e parceiros, além do Atendimento 24 horas bilingue e o Guia de Boasvindas, que facilitam muito os trâmites de imigração / migração para as empresas e colaboradores. Set-Out 2010 | Brazilian Business | 9 Divulgação divulgação Em foco De volta ao Brasil Depois de 12 anos de Microsoft nos EUA, o advogado Luiz Azevedo Sette retorna ao escritório Azevedo Sette, como sócio sênior. Sette chegou a vice-presidente jurídico na gigante americana, responsável por toda operação de vendas da empresa, à frente de uma equipe de 170 advogados em todo o mundo. Antes de voltar, o advogado fez seminários sobre oportunidades de investimentos no Brasil em Dallas, Houston e Miami, nos EUA. Na bagagem, mandatos para investir em empresas de alimentos, de ração para animais e em mineração. Gouvêa Vieira Advogados amplia atividades em SP O escritório Gouvêa Vieira Advogados inaugurou uma nova unidade no Centro de São Paulo, ampliando sua atuação na capital. Trata-se de um andar na Rua Líbero Badaró, nº 471, onde passou a funcionar toda a área de Contencioso em Escala de São Paulo, sob a coordenação geral da advogada Patricia Oki, responsável também pela área no Rio de Janeiro. As demais atividades do escritório continuam funcionando na Av. Nove de Julho, 5109, também em São Paulo, bem como na Av. Rio Branco, 85, no Centro da capital carioca. 10 | Brazilian Business | Set-Out 2010 Recorde de crescimento Só no primeiro semestre do ano, a Alog Data Centers cresceu 33% em relação a 2009. Esse crescimento é suportado pelos grandes investimentos que vem sendo realizados. No primeiro trimestre, a Alog direcionou aproximadamente R$ 10 milhões para projetos de melhorias nos sites do Rio de Janeiro e de São Paulo e para o início da construção do terceiro data center, localizado em Tamboré. Com isso, a empresa dobrará seu espaço físico, atingindo 16 mil m². Os planos da Alog ainda envolvem a continuação do trabalho de expansão do portifolio de serviços e o incremento das equipes, que hoje somam mais de 400 colaboradores. designground | fotos Carol Chediak ÁREAS DE ATUAÇÃO AREAS OF EXPERTISE Direito Societário e Valores Mobiliários Mercado de Capitais Doméstico e Internacional Financiamentos e Direito Bancário Fusões e Aquisições Reestruturação de Dívida Recuperação de Empresas e Falências Direito Comercial Telecomunicações, TV por Assinatura e Radiodifusão Internet Privatizações Energia, Óleo e Gás Infra-estrutura Água e Saneamento Contencioso Cível e Comercial Contencioso Administrativo Arbitragem Doméstica e Internacional Comércio Internacional Esportes e Lazer Direito Civil e Contratos Direito Imobiliário Direito de Família e Sucessões Direito do Consumidor Direito Constitucional e Administrativo Contratos com o Poder Público e Concessões Direito Tributário e Planejamento Fiscal Direito do Trabalho Private Equity Corporate and Securities Law Domestic and International Capital Markets Finance and Banking Mergers and Acquisitions Debtor and Creditor Reorganization Bankruptcy Law Commercial Law Telecommunications Law, Pay TV and Broadcasting Internet Privatizations Energy, Oil and Gas Public Utilities Regulation Water and Sanitation International Trade Domestic Litigation Domestic and International Arbitration Sports and Leisure Civil Law and Contracts Real Estate Family Law and Inheritance Consumer Law Constitutional and Administrative Law Environmental Law Government Contracts and Concessions Tax Law and Tax Planning Labour Law Private Equity RIO DE JANEIRO Av. Almirante Barroso, 52 - 5º andar CEP 20031-000 Rio de Janeiro Rj Brasil Tel 55 21 2533 2200 | Fax 2262 2459 SÃO PAULO Al. Santos, 2335 - 10º e 11º andares CEP 01419-002 São Paulo SP Brasil Tel 55 11 3082 9398 | Fax 3082 3272 www.mfra.com.br Desde / Since 1956 Entrevista A fantástica fábrica de chocolate Fausto Costa O carioca Fausto Costa formou-se em Engenharia Agrônoma pela Universidade Federal de Viçosa (MG) e realizou seu mestrado em Administração, na Coppead, instituto de pós-graduação e pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Há sete anos foi trabalhar na Nestlé, depois de passar por diferentes empresas de bens de consumo. Há três anos, tornou-se o diretor-geral da Chocolates Garoto e passou a residir com a família no Espírito Santo. Neste curto espaço de tempo, Fausto já se considera um cidadão capixaba e tem muito orgulho da “doce terra dos chocolates” que o acolheu. Na foto, Costa recebe o Prêmio Valor 1000, que há 10 anos homenageia as maiores empresas, e escolhe a melhor do setor. No ano em que completou 81 anos de atividades, a Garoto foi escolhida a melhor do setor de Alimentos. Nesta entrevista, Fausto Costa conta como a compra da Garoto pela Nestlé foi benéfica para a empresa capixaba e explica diz que a companhia está de olho nas classes D e E. 14 | Brazilian Business | Set-Out 2010 “O aumento da renda das classes D e E indicam uma boa oportunidade de aumentarmos o consumo per capita no país” Há oito anos, a Nestlé comprou a Garoto. Na época, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou a reversão da aquisição por considerar que as duas juntas formariam um truste, já que passariam a deter 56% do mercado. Mas esses números foram contestados. Como foi esse processo? Apesar de não haver ainda decisão definitiva do Judiciário com relação ao caso Nestlé/Garoto, a empresa foi vitoriosa na primeira instância, decisão essa que tem se mantido na segunda instância. Entretanto, a Nestlé prefere não se pronunciar sobre o processo, pelo fato de estar “sub judice”. Na época da aquisição, a Garoto passava por uma fase difícil. O que mudou de lá para cá? Nos últimos oito anos, podemos dizer que a Chocolates Garoto tem vivido uma era de crescimento sem precedentes em seus 81 anos de história. A empresa quadriplicou seu faturamento, passando de R$ 500 milhões para R$ 1,9 bilhão, renovou 100% do seu portfólio e aumentou o número de colaboradores – de 2,5 mil para 3,5 mil, podendo chegar, ainda nesse ano, a 4 mil. Isso sem contar os 14 mil empregos indiretos, espalhados por todo o país, e os 560 temporários que já atuam na produção da Páscoa de 2011. A estabilidade política e econômica do país ajudou neste processo? Com certeza, a estabilidade política e econômica do país contribuiu para isso, mas outros fatores foram determinantes para que a Garoto chegasse a esses números. Desde que foi adquirida pelo Grupo Nestlé, em 2002, a Garoto aumentou a distribuição e exposição no pequeno varejo, além de ter ampliado a área industrial e entrado em novas categorias como confeitos, sorvetes e cereais em barra. Em 2009, a inauguração de novas linhas de fabricação permitiu a ampliação em 25% da capacidade produtiva da empresa. Como consequência, o faturamento e a rentabilidade da empresa avançaram. Que lugar o Brasil ocupa no mercado mundial de chocolates? Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates – Abicab, o Brasil é o quarto mercado mundial produtor de chocolates e o primeiro em ovos de páscoa. Qual é a estratégia de crescimento da indústria do chocolate? Segmentação? Exportação? Produtos de baixa caloria? Nos últimos anos, diante de consumidores cada vez mais exigentes e de um mercado altamente competitivo, a indústria de chocolates – assim como de outros segmentos – viu a necessidade de investir em inovações. Plataforma estratégica para o crescimento do Grupo, o mercado de baixa renda – estimado em mais de 2,8 bilhões de pessoas no mundo com rendimentos inferiores a US$ 10,00/dia – é de grande importância para a Chocolates Garoto. No Brasil, 82% do consumo de alimentos vêm das classes mais baixas, portanto, é indiscutível participar desse segmento. E existem alguns movimentos dentro do mercado que indicam novas oportunidades, e que podem ser consideradas como uma mudança cultural do brasileiro em relação ao consumo de chocolate. Um dos principais fatores que contribui para o consumo de chocolate é o aumento da renda do consumidor. Então o consumidor de baixa renda é o foco para o crescimento da empresa? Essas mudanças, aliadas ao tamanho deste mercado de consumidores de baixa renda, indicam oportunidades para que tenhamos um aumento significativo no consumo por parte de usuários das classes D e E, por exemplo. Esse aumento na renda dos consumidores e a migração de pessoas das classes E para D e D para C mostram que há oportunidade de aumentarmos o consumo per capita, que ainda é muito baixo se comparado a outros países.Na Chocolates Garoto, o reflexo desse novo cenário não foi Set-Out 2010 | Brazilian Business | 15 Entrevista “A ligação da Garoto com o desenvolvimento sustentável não é uma estratégia competitiva. Faz parte da organização” diferente. A renovação constante do leque de produtos é, hoje, uma das marcas registradas da companhia. Em 2010, três anos após entrar no mercado de sorvetes, atualmente distribuído também para fora do Espírito Santo, a Garoto ganhou versão em barras de cereais. Voltada para os consumidores que desejam o sabor do chocolate aliado a baixas calorias, a nova linha foi lançada para todo o país e é rica em fibras e tem cinco sabores. A empresa está, então, investindo também em novidades e diversificação? Os lançamentos também marcaram a produção das linhas tradicionais. Nesse ano, o consumidor ganhou opções em caixa de bombons (de Frutas e Talento Bombons), no tradicional Baton (2 em 1, nos sabores branco e ao leite), e picolé no sabor hortelã, em tablete (Castanhas do Brasil e 55% Cacau) e, ainda, em potinho (com o lançamento do primeiro sorvete da marca nessa versão, o Garoto chocolate baunilha). As novidades agregaram ainda mais variedade e qualidade ao portfólio da empresa, hoje com 100 produtos distribuídos por 400 mil pontos de vendas no Brasil. Os profissionais de marketing dizem que o chocolate é um produto que se 16 | Brazilian Business | Set-Out 2010 compra por impulso. Partindo deste princípio, podemos ter concorrentes de outras cadeias produtivas disputando o mesmo consumidor. Quem é o maior concorrente do mercado de chocolates? O segmento de chocolates – mercearia doce – engloba outros produtos e é onde encontram-se os principais concorrentes: balas, pastilhas, caramelos, confeitos, drops, pirulitos, gomas de mascar e chicletes, entre outros, conhecidos como produtos de consumo por impulso. Vale lembrar que os candies são consagrados no país e fazem parte dos hábitos de 95% da população brasileira. A Garoto investe em algumas ações de responsabilidade social. O senhor poderia me falar mais a respeito delas? Para a Chocolates Garoto, a ligação com o desenvolvimento sustentável é mais que uma simples vantagem competitiva. Ela faz parte dos negócios da organização e implica diretamente na sua imagem institucional. Um bom exemplo em projetos sociais que beneficiam centenas de pessoas como o Sala de Leitura (incentivo ao hábito de ler), o Nutrir (alimentação saudável) e a Chocolateria Garoto (cursos gratui- tos de culinária). A atenção especial com seus colaboradores portadores de deficiência auditiva é outra estratégia bem sucedida e que, a cada dia, tem transformado a empresa numa referência quando o assunto é inclusão social e profissional deste público. Que foco a empresa procura dar aos projetos? Cultura, saúde, inclusão social. Essas premissas têm gerado, ainda, outros importantes projetos. A Equipe de Caminhada e Corrida Bem-Estar Garoto, por exemplo, tem, literalmente, feito os colaboradores correrem atrás de uma vida mais saudável. Toda semana, eles participam de treinamentos por praias e ladeiras de Vila Velha, orientados por profissionais de educação física. O apoio ao esporte se estende ainda a atletas, equipes e eventos de diversas modalidades, como a bodyboarder Neymara Carvalho, a carateca Mariana Machado, o piloto de sotck car Diego Nunes e as equipes Vilavelhense Futebol Clube e Centro de Treinamento Arremessando para o Futuro (Cetaf ). Também se beneficiam com os investimentos em esporte outros seis mil atletas, profissionais e amadores, que disputam a Dez Milhas Garoto e a Corrida Garotada todos os anos. Em 2010, a prova foi considerada, novamente, um modelo de organização, espírito de equipe e sucesso. Mais que os corredores premiados, quem realmente subiu no pódio da vitória foram os mais de 1000 voluntários, entre colaboradores da Garoto e pessoas de fora da empresa, que fizeram, mais uma vez, um grande espetáculo. Toda criança tem, em seu imaginário, o desejo de conhecer uma fábrica de chocolates por dentro. A Garoto promove a realização desse sonho há alguns anos. Como é esta visita e como ela influencia na rela- ção com os clientes? A visita é uma verdadeira aventura no mundo delicioso do chocolate que povoa o imaginário não apenas das crianças, mas dos adultos e pessoas da melhor idade também. O passeio pela área industrial da Garoto permite aos participantes conhecerem todo o processo de fabricação dos bombons, com direito a paradas para degustações, sendo um dos programas preferidos de turistas e de capixabas. E, não bastasse ser a maior indústria de alimentos do estado, a Garoto acabou por se transformar no segundo ponto turístico mais visitado do Espírito Santo. A cada ano são mais de 300 mil pessoas fazendo o trajeto de uma hora e meia hora e que inclui ainda aos que desejam saber mais e conhecer um pouco da sua história, a visita ao Centro de Documentação e Memória (CDM), um espaço que retrata a trajetória e principais marcas por meio de um acervo com mais de 400 DVD’s, mais de 19 mil imagens fotográficas, peças museológicas, cartazes e vasto material promocional que mostram toda a sua evolução administrativa e tecnológica. A visita culmina na Lojinha Garoto, com bombons da marca, kits exclusivos e souvenirs que aguçam paladares de todas as idades e nacionalidades. From the USA UP with English: A small contribution to building Rio’s capacity for the Olympic Games Dennis W. Hearne A s Rio prepares to host the 2016 Olympic Games, decision-makers have to confront two main issues head on: addressing long-standing public security challenges and preparing the city for an influx of international visitors. Rio’s primary initiative to address the security issue, under the leadership of State Secretary of Public Security Beltrame and with the support of local, state, and federal government, is the Favela Pacification Program (FPP). In the FPP, favelas are first cleared of criminal elements by tactical police units (BOPE). Next, the new police pacification units (UPPs), which are specially trained in community policing move in to secure the favelas on a 24-hour basis. In a third phase, authorities bring in utilities, city services, and NGO activities in order to reintegrate the favelas into the mainstream of the city. 18 | Brazilian Business | Set-Out 2010 “The U.S. Consulate is proud to make a small contribution that will help equip talented, underserved young people with a skill that will lift them up to a better future for themselves” Rio officials have made a broad appeal to the private sector and foreign government representatives for assistance in this third phase—an appeal that we at the U.S. Consulate have answered with a small but significant pilot project called “UP with English.” UP with English gives 60 underprivileged youth from the pacified favelas of Cantagalo and Pavão-Pavãozinho the opportunity to learn English skills that will help lift them up out of poverty by providing them with a practical skill that will be increasingly prized in Rio’s tourism sector as the city prepares for the Games. The UP with English pilot project was made possible through an Innovation Grant from the Department of State in Washington but we hope that the project will continue and be replicated in other pacified favelas with support from the private sector. The name of the project has several meanings. First, “UP with English,” was chosen because we believe that by equipping disadvantaged youth with English language skills, we are helping to give them more opportunities to reach their potential and move up in the world. “UP” in Portuguese also stands for “Uso Prático” due to the course’s focus on practical spoken English to help prepare students to interact with the millions of international visitors that will travel to Rio in the coming years. In addition “UP” alludes to the UPPs, and the fact that an objective of the course is to provide support to the third phase of Rio’s security strategy. UP with English is a unique and valuable program because it supports both of the issues that the city is confronting in the lead-up to the Olympics: it supports the third phase of the FPP, and it specifically addresses Rio’s need to ensure that it is prepared for an influx of international visitors, with a qualified workforce that has foreign language skills. The first UP with English program is being hosted at NGO Espaço Criança Esperanca (ECE), with its beautiful facility atop Cantagalo that, no doubt, offers some of the most inspiring views of the Cidade Maravilhosa. While the funding for the pilot came from a State Department grant, it would not have been possible without the support of binational center Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU) and publisher Cambridge University Press who are offering subsidized fees and materials, and ECE which is providing all of the administrative support and classroom space for the program. The 60 students in UP with English, who are primarily between the ages of 13-18, are divided into groups of 20 and attend two classes per week with IBEU professor “Danielle.” On August 18, U.S. Ambassador Thomas Shannon and I, together with our partners from IBEU, Cambridge and ECE, and a visiting group of young American leaders in the U.S. Youth Ambassadors program, officially launched the first UP with English program. The U.S. Consulate is proud to make a small contribution that will help equip talented, underserved young people with a skill that will lift them up to a better future for themselves, their communities, and the city of Rio de Janeiro. U.S. Consul General in Rio de Janeiro Set-Out 2010 | Brazilian Business | 19 Gestão sustentável da Vale no Complexo de Tubarão Charles Rezende C omo parte de seu compromisso com a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, a Vale vem investindo continuamente em tecnologias que aprimorem os sistemas de controle ambiental. As operações no Complexo de Tubarão, no Espírito Santo, têm sido um exemplo dessa busca constante pela eficiência ambiental. O principal investimento no local, com previsão de R$ 220 milhões até 2011, tem como meta reduzir ao máximo a suspensão de particulados pelos ventos. 20 | Brazilian Business | Set-Out 2010 Foto: Vale/Sagrilo Brasil urgente “O consumo do gás natural complementaria a geração hidrelétrica nos períodos de baixa afluência de água em nossos reservatórios, e daria ao gás natural posição de destaque que ele merece” Tecnologia inédita na América Latina, a primeira Wind Fence (barreira de vento) foi instalada em agosto de 2009. Ela circunda o pátio de estocagem de pelotas das usinas I a IV e, nos seis primeiros meses, apresentou 77% de eficiência no controle da suspensão de particulados. Mais quatro barreiras estão sendo instaladas, até julho de 2011, ao redor dos pátios de estocagem de pelotas, minério e carvão. As wind fences são compostas de estrutura metálica fechada por telas de polipropileno que suportam ventos de até 120 km/h. Elas impedem que o vento arraste particulados das pilhas de minério, pelotas e carvão para fora do Complexo de Tubarão. Ao todo, são nove quilômetros de tela. As barreiras terão alturas que variam de 19 a 30 metros, o equivalente a uma vez e meia a altura da pilha do produto protegido. Como forma de ampliar o controle de emissão de particulados em cada processo realizado em Tubarão, outras medidas de controle ambiental vêm sendo implantadas. Assim que o minério de ferro chega à unidade operacional no Espírito Santo pela Estrada de Ferro Vitória a Minas e é descarregado nas correias transportadoras, uma cortina de água entra em ação para impedir a emissão de particulados. Durante a movimentação do material, as transferências de uma correia para a outra são enclausuradas com estruturas metálicas forradas com telas, que reduzem consideravelmente a emissão de particulados. Em seguida, o minério que será exportado é empilhado em pátios para posterior embarque em navios e recebe a aspersão de polímero, um produto que, misturado à água, atua como uma película protetora evitando a dispersão de particulados. Já o minério que será transformado em pelotas, segue para usinas, onde no processo de transformação entram em ação os precipitadores eletrostáticos, equipamentos que funcionam como filtros, retendo os particulados resultantes da operação e impedindo sua dispersão na atmosfera. Esses precipitadores filtram até 99% das emissões geradas na pelotização. Atualmen- te existem 20 precipitadores instalados e, até o final de 2010, serão 21 equipamentos, três para cada uma das sete pelotizadoras no Complexo de Tubarão. As pelotas são armazenadas em pátios cercados pelas wind fences. Nas pilhas, recebem o supressor de pó, produto desenvolvido pela Vale para formar uma película protetora que reduz a emissão de poeira durante o empilhamento e o embarque nos navios. O final do processo se dá no Porto de Tubarão com o carregamento dos navios com minério de ferro in natura ou em pelotas. Essa etapa é feita por carregadores de navios dotados de um tubo na ponta de suas lanças, cuja função é auxiliar na disposição do material no convés das embarcações e evitar a dispersão de particulados na atmosfera. Outras iniciativas implantadas no Complexo de Tubarão merecem destaque, dentre as quais vale mencionar o desafio proposto às equipes de Meio Ambiente do Departamento de Pelotização e de Infraestrutura do Centro de Serviços Compartilhados: transformar óleo em água. A missão consiste em tratar a água misturada ao efluente oleoso das oficinas mecânicas do porto, da ferrovia e da pelotização e depois reutilizá-la na umectação de vias. Após a separação do óleo, a água é tratada com cloro para, em seguida, ser disponibilizada no sistema de controle ambiental da Vale. São aproximadamente 10 m³ de água/hora, volume que representa o consumo de uma cidade com cerca de 1.600 habitantes. Como resultado, caminhões-pipa fazem até seis viagens diárias para umectar os 50 km de vias pavimentadas de Tubarão. Também merece destaque o sistema de reaproveitamento de água de chuva da Oficina de Locomotivas da EFVM. Através dele, a água acumulada no telhado da oficina é direcionada para três caixas d’água com capacidade de armazenamento de 400 metros cúbicos. O material captado é utilizado para limpar o piso da oficina, as locomotivas e as peças que as compõem, numa iniciativa que gerou, em seu primeiro mês de funcionamento, uma economia de quase 320 mil litros de água no consumo total da área. Gerente Geral de Desenvolvimento Sustentável e Coligadas da Vale no ES Set-Out 2010 | Brazilian Business | 21 Investimentos Popularização do Mercado de Ações Igor Franco Silva Recentemente a BM&F Bovespa lançou o programa “Quer ser Sócio?” para ajudar pessoas que nunca tiveram acesso ao mercado de ações a dar o primeiro passo. Esta campanha faz parte da estratégia da Bolsa de ampliar em nove vezes o número de investidores em ações no Brasil – dos atuais 598.352 para 5 milhões, até 2015. Nos últimos seis anos a Bolsa brasileira teve o movimento de popularização mais veloz do mundo. Impulsionada por ofertas de ações bilionárias, a Bovespa chegou a receber nove investidores (pessoa física) por hora desde o final de dezembro de 2003. O sucesso dos IPOs (Initial Public Offerings, em inglês, ou Oferta Pública Inicial) mostra que as pessoas estão cada vez mais interessadas no mercado de ações. Esses novos investidores entram no mercado financeiro olhando para o futuro, com intenção de formar patrimônio a longo prazo. A filosofia passada ao investidor parte da premissa de que quem compra uma ação, compra uma pequena parcela de uma empresa e se torna sócio dela, participando diretamente dos seus resultados. Assim, pode-se identificar que o acionista tem os melhores executivos do país trabalhando de acordo com seu interesse. Em outras palavras, a mesma diretoria de uma organização que está empenhada para aumentar os lucros dos acionistas majoritários está equitativamente a serviço do pequeno investidor. Logo, acionistas controladores e minoritários são remunerados da mesma forma: via distribuição de dividendos e valorização da ação em Bolsa de Valores. A popularização da Bolsa e a criação de uma cultura de investimento em ações por pessoas físicas despertou grande interesse pelas opções oferecidas pelas corretoras de valores. A partir de 2000, com o incentivo da criação de clubes de investimentos; e de 2002, com o aumento da renda da classe média, os investidores passaram a buscar cada vez mais conhecimento e entender que os riscos inerentes ao mercado acionário tendem a ser menores no longo prazo. Muitos clientes avaliam o mercado de ações como instrumento para uma aposentadoria voluntária através de investimentos regulares em clubes e fundos de ações. Este conceito contribui para o fortalecimento do mercado de capitais e da economia brasileira. Muitos especialistas em finanças pessoais levam em conta a tendência de queda da taxa juros, que afeta diretamente produtos atrelados a renda fixa, visando maiores rentabilidades a longo prazo e, por isso, sugerem a ampliação de investimentos em ações de empresas brasileiras. Ocorre, que no curto prazo, notícias mal interpretadas pelos investidores podem influenciar negativamente o preço de uma ação, mesmo que a empresa apresente lucros crescentes. Mas se o lucro e os dividendos da empresa permanecem crescendo, a remuneração do investidor também crescerá. Então, o risco reduz-se expressivamente, já que o objetivo da empresa é auferir resultados cada vez maiores em virtude da evolução natural de seus negócios. O Brasil, ao emergir fortificado da crise financeira global, apresenta excelentes oportunidades de investimento em suas empresas, com perspectivas bastante animadoras a médio e longo prazo. Considerando a atual conjuntura do país, a sociedade brasileira passa por um momento ímpar em sua história. Cabe ao investidor refletir sobre o seu perfil de investimento, adequando-o à nova realidade brasileira. Consultor de Investimentos Banco Geração Futuro de Investimento 22 | Brazilian Business | Set-Out 2010 Excelência em Gestão Empresarial. A Domingues e Pinho Contadores - DPC é sinônimo de excelência na área de gestão contábil, tributária e fiscal, trabalhista e previdenciária, associando tradição e solidez a uma performance ágil e inovadora. A DPC oferece atendimento em todo o território nacional, tanto por meio de escritórios próprios, localizados nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Macaé, como também em parceria com as demais empresas participantes do Grupo Brasil de Empresas de Contabilidade - GBrasil, proporcionando soluções abrangentes através de uma estrutura operacional eficiente. A empresa conta um corpo técnico altamente qualificado, especializado em normas e padrões internacionais de contabilidade e prima pela contínua capacitação dos seus profissionais, a fim de superar as expectativas de cada cliente. DPC. Consolidando parcerias baseadas em transparência e confiança mútua. Manuel Domingues e Pinho, diretor-presidente da DPC R i o d e J a n e i R o A v . R i o B r a n c o 3 1 1 , 4 º e 1 0 º a n d a r e s C e n t r o C E P 2 0 0 4 0 - 9 0 3 Te l : 5 5 ( 2 1 ) 3 2 3 1 - 3 7 0 0 S ã o P a u l o R u a d o P a r a í s o 4 5 , 4 º a n d a r P a r a í s o C E P 0 4 1 0 3 - 0 0 0 Te l : 5 5 ( 1 1 ) 3 8 8 4 - 1 1 1 6 M a c a é R u a T e i x e i r a d e G o u v e i a 9 8 9 , S a l a 3 0 2 C e n t r o C E P 2 7 9 1 0 - 1 1 0 Te l : 5 5 ( 2 2 ) 2 7 7 3 - 3 3 1 8 w w w. d p c .co m . b r Consultoria Jurídica há 38 anos em todas as áreas do Direito Empresarial. Nossa área de Petróleo & Gás tem apoiado clientes na implementação de alguns dos principais projetos realizados no Brasil, desde a abertura deste mercado. Atuamos em toda a cadeia produtiva, representando empresas de exploração e produção, processamento, refino, comercialização e logística, prestadores de serviço e instituições financeiras. Prestamos consultoria em projetos com foco em: Farm-in & Farm-out Fusões & Aquisições Financiamento de Projetos Contratos de Afretamento, Perfuração, Serviços e outros Due Diligence Licitações do Governo Brasileiro VEIRANO ADVOGADOS istockphoto/sculpies Veirano Advogados, parceiro dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do Brasil. Rio de Janeiro São Paulo Porto Alegre Brasília Ribeirão Preto www.veirano.com.br [email protected] Life Style Ironman não é apenas um esporte, é um estilo de vida Rodrigo Sampaio Ribeiro de Oliveira O companheiro de treino, Gustavo Nogueira, o prof. Walter Tuche e o advogado Rodrigo Sampaio 26 | Brazilian Business | Set-Out 2010 “Advogados, empresários, engenheiros, administradores, todos unidos pelo objetivo de se exercitar e afastar o estresse do dia-a-dia, cuidando do corpo e da alma” Até o Ironman Brasil serão 9.000km de pedaladas, 2.000km de corrida e 300km de natação Sexta-feira, depois de um dia corrido atendendo clientes, revisando prazos, estudando a legislação, o expediente está terminando. Falta apenas responder a alguns emails e fazer a última reunião com a equipe a fim de fechar o resumo da semana e preparar o plano de ação da que está por vir. Feito isso, agora é só conciliar a agenda e já pensar em descansar no final de semana, certo? Se você quer ser um triatleta, negativo. O treino do final de semana já está no blog da Walter Tuche Assessoria Esportiva: 120km de ciclismo na rodovia Rio-Magé. Ponto de encontro: posto Forza antes do pedágio. Horário: 7h. Isso significa acordar às 5h, correr pro banho, fazer um lanche, repassar o check list do material: frutas, líquidos, protetor solar, toalha, suplemento, roupa seca, kit pedalada, kit corrida, óculos escuros. Não dá pra esquecer nada! Um item esquecido e significa treino mal feito ou pior, cancelado! Por isso, o treino de sábado começa na própria sexta, com a preparação de todo material. E sábado às 5:45h, lá vamos nós para mais um “treininho”. Realmente esta não é uma rotina normal de um advogado, mas o esporte sempre esteve presente em minha vida, a mudança para o Rio de Janeiro, há 1 ano e 8 meses, só veio intensificar e conciliar as duas paixões, o Direito e o Esporte. Durante a graduação, devido ao estágio e as aulas, o esporte ficou de lado. Após formado, vieram as especializações: passaram-se mais 4 anos e a atividade física estava restrita a uma ou outra partida pelo campeonato de futebol da OAB/SP, que servia mais para confraternizar. Terminada a segunda pós graduação, atuava como gerente jurídico de uma holding familiar em São Paulo, quando uma ex-colega, Dra. Fabiane Turisco, sócia do escritório Martinelli Advocacia Empresarial, me convidou para assumir a Coordenação da Área Tributária da filial no Rio de Janeiro. Confesso que a decisão não foi fácil. Para um paulistano convicto, deixar tudo e ir morar no Rio não era uma tarefa tão simples, mas como sempre fui motivado pelos desafios, cá estou eu. Não tive problemas em me adaptar ao escritório, mas a vida social estava difícil e novamente o esporte cruzou a minha vida. A cidade, não à toa chamada de maravilhosa, é um convite à prática esportiva. Com seus cenários deslumbrantes, corria na orla vendo o horizonte, e depois do exercício me sentia revigorado, com mais vitalidade para um novo dia de trabalho. Sentia que estava Set-Out 2010 | Brazilian Business | 27 Life Style alcançando um equilíbrio entre o lado profissional e espiritual. Mas o que era uma brincadeira começou a ficar sério e a “corridinha” deu ensejo à participação em competições: volta da Pampulha, estadual de Duathlon do RJ e, a mais recente, a Maratona do Rio de Janeiro. Próximo desafio? O Ironman Brasil, competição que inclui 3,8km de natação, 180km bike e 42km corrida. Organizada em Florianópolis, a competição ocorrerá em maio de 2011 e totaliza 225,8km, percurso que será cumprido em algo em torno de 12 horas de prova. Para cumprir esse objetivo a rotina de treinos é intensa: de domingo a domingo, com treinos pela manhã, começando às 5h e treinos à noite que só terminam por volta das 22h. Durante os próximos 8 meses de treino, a estimativa é pedalar 9.000km, correr 2.000km e nadar 300km. Isso significa alto comprometimento. Com o apoio da Walter Tuche Assessoria Esportiva, que conta com profissionais competentes e dedicados, dentre eles o Prof. Gustavo Nogueira, companheiro de treino e grande incentivador, administrador de empresas que trocou sua carreira para se dedicar a educação física, aquilo que poderia ser desgastante transformou-se em um ambiente agradável. Acordar às 4h da manhã tornou-se uma tarefa prazerosa onde encontramos os amigos, descontraímos, criamos “rivalidades”, tratamos as pessoas pelo apelido, criamos prêmios para gafes e nesse clima todos se divertem. Advogados, empresários, engenheiros, administradores, todos unidos pelo objetivo de se exercitar e afastar o estresse do dia-a-dia, cuidando do corpo e da alma. Muitos podem pensar que essa quantidade de atividade influencia negativamente no trabalho, mas, pelo contrário, costumo dizer que sou advogado 24h. Fora a jornada diária no escritório, a tecnologia ajuda a responder os emails nas horas mais variadas, pode ser às 4h quando acordo para treinar como às 22h, quando chego em casa após o treino. Isso é reflexo do amor que sinto pelo que faço e, no trabalho, assim como no esporte, tento conciliar a disciplina, o foco no objetivo, o planejamento, a determinação, o compromisso e o trabalho em grupo, necessários em ambas as atividades. Advogado da Martinelli Advocacia Empresarial A rotina pesada começa às 5h da manhã. Depois do escritório mais treinos, até às 22h “No trabalho e no esporte tento conciliar a disciplina, o foco no objetico, o planejamento, a determinação, o compromisso, e o trabalho em equipe” 28 | Brazilian Business | Set-Out 2010 Somamos nossos principais ativos. Pessoas. Ernst & Young e Terco. Juntas, seremos a mais completa auditoria e consultoria do mercado. Para todas as empresas do Brasil. Nós, Ernst & Young, uma das líderes globais de auditoria e consultoria, presente em 144 países, e Terco, líder nacional no middle market e em incorporações imobiliárias, decidimos unir nossas operações. A partir de 1º de outubro, seremos a Ernst & Young Terco. Uma empresa diferenciada, atenta tanto aos interesses de empreendedores em seus novos ciclos de crescimento quanto aos movimentos de grandes organizações nacionais e multinacionais. O Brasil quer crescer. Por isso, reunimos o que temos de melhor, nossas pessoas. Ao todo, seremos 3.500 prossionais em 11 cidades brasileiras. É a soma desses talentos e experiências, aliados à nossa inteligência global de negócios, que traz como resultado a mais completa auditoria e consultoria do País, com um amplo conjunto de serviços para ajudar nossos clientes a superarem os desaos de uma economia em transformação. A Ernst & Young e a Terco rearmam seu compromisso comum perante clientes, prossionais e todo o mercado: trabalhar com respeito, integridade e excelência para multiplicar as oportunidades que o Brasil oferece. De forma sustentável. Tecnologia da Informação A Tecnologia e o futuro da Mídia Gilber Machado Profundas mudanças no mercado de comunicação estão em curso, e esse processo é acelerado pelo crescimento das novas tecnologias de comunicação, a mudança do comportamento do consumidor e de seus hábitos de consumo de mídia. Henry Jenkins, em seu livro Cultura da Convergência , expõe o crescimento da desintermediação dos meios de comunicação, onde as pessoas estão ganhando o papel de protagonistas que antes era apenas dos veículos de comunicação e da indústria da propaganda. O movimento do consumo de mídia cresce na direção onde as pessoas estão consumindo informação e conteúdos produzidos diretamente por outras pessoas. Também cresce o consumo baseado na influência direta de outros consumidores, onde a influência da propaganda e até mesma da lealdade a marca perde espaço para o testemunho, a indicação e a reputação. Andrew Lippman, cientista e diretor do Laboratório de Mídia do MIT, vai além da dimensão da comunicação e coloca em evidência o poder do consumidor na cadeia de valor da indústria. “Não há mais produtos. Existem coisas que fornecemos às pessoas, a partir das quais elas fabricam seus próprios produtos. O ponto crítico de sucesso é integrar essas coisas às redes sociais” . A visão de Lippman estabelece a compreensão de que não é mais suficiente apenas produzir produtos acabados e sim inventar ar- quiteturas que permitam aos consumidores reinventar o que lhes é oferecido de maneira condizente às suas necessidades e interesses. Estamos vivendo numa mudança de época onde as pessoas estão se transformando cada vez mais em prosumers (produtores de conteúdo). Como afirma Clay Shirku , “Uma revolução não acontece quando a sociedade adota novas tecnologias. Isso acontece quando a sociedade adota novos comportamentos”. O futuro reserva às empresas e às marcas o desafio de criar ambientes de interação baseados em rede onde seus consumidores são também protagonistas nos processos de marketing. E o desafio é estabelecer estratégias para considerar a figura dos prosumers no marketing e no modelo de negócio das organizações. O esforço de marketing das empresas e da indústria da propaganda em acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor ainda parecem não acompanhar essa nova realidade. Não se trata de evoluir a maneira de veicular e comunicar. Não está na hora de partir para construir com o consumidor? A visão de Lippman nos permite imaginar que as empresas não mais produzem produtos, mas produzem consumidores. Assim, surge a percepção de que é preciso ir muito além do discurso publicitário para conquistar as novas gerações de consumidores. Sócio-diretor do Grupo e-brand 30 | Brazilian Business | Set-Out 2010 Capa Os Fundos de Investimento em Participações e o Petróleo e Gás Gustavo Passos Corteletti H á hoje no mercado, além das linhas de crédito tradicionais oferecidas pelas instituições financeiras públicas e privadas, instrumentos representados por fundos de investimentos voltados especificamente para cadeia produtiva do petróleo e gás, que podem servir, por exemplo, para cumprimento dos contratos firmados, desenvolvimento tecnológico, qualificação profissional e impulso necessário à execução do business plan. Dentre eles, destacam-se os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e os Fundos de Investimento em Participações (FIP), que ganham terreno no Brasil. 32 | Brazilian Business | Set-Out 2010 “Com a intensificação da exploração de petróleo e gás e do resultante adensamento de sua cadeia produtiva, um vasto leque de opções será aberto” Os fundos de investimento podem ser definidos como comunhão de recursos sob forma de condomínio que, através da emissão de cotas, reúnem aplicações de vários indivíduos para investimento em carteiras de ativos disponíveis no mercado financeiro e de capitais. São eles administrados e geridos por pessoas jurídicas legalmente habilitadas, sendo que a gestão pode ser transferida para terceira pessoa. Dentre os fundos acima mencionados, o FIP, também chamado de Fundo de Private Equity, regido pela Instrução nº 391/2003, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), objetiva a aquisição de ações, debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias, abertas ou fechadas, que, em geral, apresentem bom potencial de crescimento e qualidade de gestão. Ao optar por ativo de determinada empresa alvo, deverá haver por parte do fundo de participação no processo decisório da investida, com efetiva influência na definição de sua política estratégica e na sua gestão, notadamente através da indicação de membros do Conselho de Administração. A atuação do fundo no processo decisório da companhia pode ocorrer ainda: pela detenção de ações que integrem o respectivo bloco de controle; pela celebração de acordo de acionistas ou pela celebração de ajuste de natureza diversa ou adoção de procedimento que assegure efetiva influência na definição da política estratégica e gestão. Para que o fundo direcione recursos a companhias fechadas deverão elas seguir práticas de governança definidas na Instrução 391/2003, tais como: disponibilização de contratos com partes relacionadas, acordos de acionistas e programas de opções de aquisição de ações ou de outros títulos ou valores mobiliários de emissão da companhia; adesão à arbitragem para solução de conflitos societários; auditoria anual de suas demonstrações contábeis por auditores independentes registrados na CVM; dentre outras. É justamente essa interferência nos negócios que tende a gerar certa resistência em determinados empreendedores quanto à utilização desse tipo de recurso. Isto porque em companhias fechadas em que predomina o affectio societatis, a presença de estranho normalmente não é vista de forma positiva. Porém outra visão pode prevalecer, uma vez que, dentre as vantagens apresentadas, está a oportunidade de profissionalização da administração com a utilização de certas práticas de governança corporativa, que agregarão valor à empresa. Caso seja a intenção, a companhia estará ainda trilhando um caminho para a abertura de capital. Em sintonia com esse processo de evolução das operações estruturadas, pode-se constatar a dinamização das atividades de petróleo e gás no estado do Espírito Santo, com a presença de novos atores na exploração e produção além da Petrobrás, como é o caso da Shell, Anadarko e OGX, e o surgimento e aprimoramento de empresas locais fornecedoras de bens e serviços. Só para se ter uma ideia, há empresas tipicamente capixabas fornecendo equipamentos submarinos para o mercado offshore, afirmando a vocação da indústria metal mecânica; terminais portuários destinados a oferecer apoio marítimo, alinhados com o potencial já conhecido na área portuária e de comércio exterior e referências na área de meio ambiente; dentre outros segmentos da cadeia de valor. O resumo desse cenário é que o Espírito Santo se revela um espaço territorial de variado portfólio da indústria do petróleo e gás. Certamente com a intensificação da exploração de petróleo e gás e do resultante adensamento de sua cadeia produtiva, um vasto leque de opções será aberto, favorecendo a demanda por produtos como o FIP, e fortalecendo a presença de instituições aparelhadas para uma eficiente atuação no mercado capixaba. Advogado, especialista em Direito e Negócios do Petróleo, Gás e Energia pelo IBP/UERJ, e membro da Comissão Especial de Análise do Projeto de Lei do Marco Regulatório do Pré-Sal, da OAB-ES. Set-Out 2010 | Brazilian Business | 33 Capa O Turismo e o Espírito Santo Nerleo Caus de Souza A Foto:Assessoria de Comunicação/Setur pesar de o turismo ser um dos mais importantes instrumentos de geração de renda e emprego em todo o mundo, o entendimento brasileiro estrábico o relega a plano inferior, (3,2% PIB Brasil). 34 | Brazilian Business | Set-Out 2010 “É chegada a hora do Espírito Santo despertar estrategicamente para os mandamentos da boa gestão” Essa incompreensão gera espanto ante o fato de que países europeus dotados de recursos naturais limitadíssimos, em comparação a nossa exuberância tropical, captarem fluxos turísticos bem superiores aos nossos. Trata-se de uma derivação da crença de que apenas possuir um deslumbrante meio ambiente, praias ou montanhas nos eleva a patamares de importância turística. O professor Mario Beni, criador do SISTUR (Teoria Geral dos Sistemas), reitera que o turismo se assemelha ao cérebro humano, porquanto não desmembrável, ou seja, seu funcionamento só existe em cadeia sincronizada. Em muitas cidades brasileiras se percebe, claramente, o esforço empreendido pelas áreas pública e privada, na promoção de um planejamento e gestão eficientes, de forma a se tornarem competitivas no mercado turístico. Para cada uma, às forças de apelos lúdicos se unem recursos de infraestrutura e comunicação, que fazem delas referências desejadas e permanentemente consumidas. O Rio de Janeiro com suas belezas naturais; São Paulo com o turismo de negócios gastronomia e bons serviços; Salvador com sua história e musicalidade contagiante; Fortaleza com suas praias, shows humorísticos e artesanatos, entre tantas outros, são propagadas com estratégia de forma que todos desejem conhecer e repetir a experiência que, certamente, satisfará suas expectativas. Com o dever de casa bem feito, e aí podemos incluir bons hotéis, estradas bem sinalizadas, mão de obra capacitada, aeroportos decentes, teatros, restaurantes, roteiros históricos, gastronômicos, esportivos, entre outros, algumas cidades se posicionam bem também no circuito turístico internacional. Hoje, Rio de Janeiro e São Paulo são tão conhecidas e visitadas quanto cidades famosas da Europa ou dos Estados Unidos. E mais, no Nordeste, boa parte da movimentação do mercado imobiliário fica por conta de clientes europeus que elegeram as praias do nordeste como local preferido para investirem em suas residências de férias e ate morada permanente. Pois são essas mesmas cidades que, principalmente, por estarem direcionando os recursos da infraestrutura necessária, ficarão com o saldo positivo gerado pelos milhões de turistas que se dirigirão para elas por conta dos grandes eventos esportivos que o Brasil abrigará em 2014 e 2016, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Entre os bons resultados esperados com a atração desses megaeventos esportivos estão a geração de empregos e o aumento do fluxo turístico. Sem falar nos milhares de jornalistas que estarão transmitindo os jogos e, naturalmente, mostrando as cidades sedes dos jogos para todo mundo. O Espírito Santo, estado muito próximo das três das cidades sedes da Copa do Mundo – Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte – e literalmente fronteiriço do Rio de Janeiro, que abrigará os Jogos Olímpicos de 2016, deve se estruturar para capitalizar parte desses bons resultados, em razão de nossa privilegiada proximidade geográfica e deslocamentos turísticos. Seguimos, também, na boa expectativa de um moderno centro de convenções, bem como um aeroporto, digno de padrões internacionais e implantação de projetos integrados e consistentes com vistas a nossa definitiva inserção nacional e internacional. É chegada hora do estado do Espírito Santo, que já demonstrou pujança e superação econômica em variados setores, chegando ao 5º lugar no ranking nacional de crescimento econômico, despertar estrategicamente como preconizam os bons mandamentos de boa gestão e fazer um gol de placa abraçando essa grande oportunidade com ações tecnificadas. Nós, empresários da hotelaria capixaba, conhecedores das nossas potencialidades e da competência do trabalhador local, estamos fazendo o nosso dever de casa, investindo em treinamento, capacitação, segurança, estimulando novos processos e retrofits nas unidades instalada, e demais itens essenciais ao bem receber. Aqui se trabalha e confia, mas, sobretudo, se acredita num futuro cada vez melhor! Presidente- Associação Brasileira de Hotéis - ES Set-Out 2010 | Brazilian Business | 35 Capa Mais infraestrutura para a agricultura moderna Roberto Pacca do Amaral Junior P ara discorrer sobre o tema agricultura moderna no Espírito Santo é necessário apresentar um pequeno diagnóstico da situação nos últimos anos. Em levantamento realizado pela SEAG em 2003 para elaboração do Pedeag – Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba, os seguintes dados sobre a agricultura familiar foram identificados: A agricultura familiar abrangia 77% do total dos produtos, abrangia 40% da área rural, gerava 36% do Valor da Produção Agropecuária, respondia por 61% da produção de olerícolas, 56% dos cereais, 43% das frutas (62% quando não se considerava o mamão) e era responsável por 41% da produção cafeeira. 36 | Brazilian Business | Set-Out 2010 “Com uma vocação exportadora e forte dependência de mercados externos, o estado não tem infraestrutura para receber navios porta-containers de médio e grande porte” De forma resumida, além dos fatores limitadores do desenvolvimento da agricultura comuns a todo o Brasil, entre eles os juros altos, restrições ao crédito rural, política cambial com ênfase na sobrevalorização da taxa de câmbio, infraestrutura de transporte deficiente, deficiências da infraestrutura portuária e seus custos associados, foram diagnosticados fatores limitantes específicos ao Espírito Santo dentre eles: fatores ligados à política agrícola estadual e municipal (recursos e política para o setor) e fatores ligados a recursos naturais (terras degradadas e escassez hídrica). Como fatores facilitadores para o desenvolvimento da agricultura capixaba foram identificados: proximidade do maior mercado nacional, o Sudeste, fatores de natureza estrutural (estrutura fundiária equilibrada trabalhada por populações de origens e culturas diversificadas), experiências consolidadas (alguns produtos com excelência nacional e internacional). Mas qual é o significado de agricultura moderna? Seria apenas a utilização de novas tecnologias em busca de uma produtividade cada vez maior? Não é o que apontam as tendências nos mercados consumidores de maior potencial, incluindo o brasileiro. As sociedades mais desenvolvidas pressionam os comerciantes varejistas em busca de alimentos saudáveis, rejeitando em sua grande maioria produtos transgênicos e irradiados. Buscam, ainda, produtos que foram produzidos em integração com o meio ambiente e respeitando a legislação trabalhista. Certificações como o GLOBAL GAP (Good Agricultural Pratices) são exigidas nas transações comerciais de produtos agrícolas para consumo humano. Estas tendências convergem com os indicadores de produção agrícola e com o modelo encontrado no Espírito Santo que difere substancialmente dos modelos adotados em outros estados da federação. A exportação do agronegócio capixaba além da exportação de celulose realizada pela Fibria, empresa fortemente cobrada há quatro décadas quanto aos compromissos sociais e ambientais, tem volume substancial no negócio do café. A produção cafeeira, que em sua grande maioria também é realizada em sistema de agricultura familiar, é bastante diversificada e realizada pelo enorme contingente de “com-terras” capixabas. A formação de renda rural no estado é bastante diferente da encontrada no resto do país. Em busca de resolver alguns problemas diagnosticados no Pedeag, o governo estadual tomou grandes iniciativas. O Espírito Santo tornou-se o único estado brasileiro com o Pagamento por Serviços Ambientais regulamentado por Lei (Nº 8995 de 22/09/08). Os recursos são oriundos do Fundágua (Lei 8960 de 21/07/08) criado com os royalties de petróleo e gás e a compensação financeira do setor hidroelétrico para financiar conservação e melhoria dos recursos hídricos capixabas. Ainda em busca de solucionar outros problemas, o Pedeag propiciou o aumento do número de operações de crédito do Pronaf em 49,96% e em 395% em valor entre os anos de 2003 e 2009, visando melhor atender ao modelo de agricultura familiar que bem funciona. Entretanto, outros problemas cujas soluções dependem da administração estadual e federal, continuam a persistir e afetar gravemente a atividade agrícola no estado. Com uma vocação exportadora e uma forte dependência de mercados de outros estados e de outros países, o estado não tem um terminal portuário com calado suficiente para receber navios porta-containers de médio e grande porte. Não tem, também, um aeroporto com capacidade de carga e nem mesmo de atendimento do número de passageiros que hoje transita por ele. Esta ausência de um terminal aeroportuário adequado obriga os exportadores capixabas a enviar a carga de maior volume no transporte aéreo do Brasil, o mamão, para outros estados. Os créditos de ICMS, PIS, Cofins e IPI tornam-se irrecuperáveis. A atividade exportadora encontra-se desprezada, na espera da prometida desoneração da folha de pagamentos e de outros tributos e contribuições incabíveis para um setor que compete no mercado internacional. Para finalizar, a resolução do Banco Central nº 3.899 (26/08/2010) autoriza a composição de dívidas de crédito rural com recursos do FNE (recursos de até R$ 450 milhões) independente de se o destino do financiamento foi para a comercialização na exportação. Foram contemplados apenas alguns municípios do Vale do São Francisco apesar do norte do Espírito Santo estar na área da Sudene. Presidente da Agra Produção e Exportação Set-Out 2010 | Brazilian Business | 37 News Coaching é fundamental Giovanna D’Alessio, presidente da International Coach Federation Profissionais de Recursos Humanos chegaram cedo e lotaram o salão Javaé do Hotel Marriot, em Copacabana, para ouvir a presidente do International Coach Federation, Giovanna D’Alessio falar sobre a importância do coaching no mundo dos negócios. “O coaching ajuda a pessoa a conhecer e desenvolver suas habilidades para dar o melhor de si, ajudando, assim, no desenvolvimento da empresa”, definiu Giovanna, destacando que a ética é um dos valores fundamentais que cercam o coaching hoje. Para garantir um bom nível de coaching é preciso assegurar competências fundamentais como credenciamento específico, código de ética etc. Para quem ainda tinha alguma dúvida, Giovanna garante: investir em coaching dá resultado. As pesquisas mostram índices de retorno de 700%, segundo a presidente do ICF. 38 | Brazilian Business | Set - Out 2010 Ela explica que as principais razões para o fracasso dos líderes são: falta de habilidade para alcançar as metas estabelecidas; incapacidade de se adaptar a novas situações; e falta de bom relacionamento interpessoal. “Na crise, as tarefas aumentaram sem promoção. Quando os líderes nada fazem para motivar, não demonstraram interesse pela vida pessoal do funcionário. Se falta responsabilidade e comprometimento, a alta direção culpa os empregados, mas dificilmente se pergunta se tem algo a ver com eles. Vivemos em um círculo vicioso – o paradigma da culpa – o pessoal do RH tem uma visão dos empregados, enquanto a alta direção tem outra. Por isso, as crises chegam a atingir 36% dos gerentes intermediários”. Para a presidente do ICF, o maior desafio das empresas hoje é reter talentos. Como ser criativo e comprometido em um ambiente em que os funcionários percebem que a direção, ou seja, a empresa, não se importa com eles como seres humanos – eles seriam mais um número, mais um recurso na produção? Como transformar? A mudança, segundo Giovanna, precisa começar de cima. “Os gerentes precisam ouvir. Isso cria confiança, que gera mais responsabilidade e autonomia”, ensina. Ela diz que, em última instância, o coaching está ligado à auto-responsabilidade e auto-consciência. “O objetivo é tirar o máximo da oportunidade. Criar uma cultura de coaching significa adotar um estilo de administração da empresa e das pessoas, o que é muito importante”. Ela sugere que é preciso, primeiro, transformar a mentalidade e a consciência dos gerentes, que não costumam fazer treinamentos para lidar com pessoas. “As pessoas são competentes, se você não acredita nisso, não cria a oportunidade de pessoas serem realmente competente. Já se vc acreditar que elas são ótimas, elas serão ótimas”, diz. Giovanna D’Alessio mostrou que, para criar uma cultura de coaching, é preciso criar oportunidades para pensar nas relações na empresa e entre colegas/ chefes. “Coaching precisa estar no plano estratégico da empresa, deve estar direcionado para gerentes e para a alta direção, para que todos possam entender as dinâmicas e possam ganhar com isso. O evento teve patrocínio da ICF International Coach Federation. EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO REFINO E DISTRIBUIÇÃO GEOFÍSICA E SÍSMICA DUTOS E TERMINAIS INDÚSTRIA NAVAL E OFFSHORE BIOCOMBUSTÍVEIS E SUSTENTABILIDADE RECURSOS HUMANOS E GOVERNANÇA CORPORATIVA LEGISLAÇÃO E MERCADO Informação de qualidade Sempre, sempre, sempre... ESPECIAL RETROSPECTIVA 2009 2009? Brasil: País do Futuro!, por Marilda Rosado ‘Vaga’ de investimentos, por Heller Redo Barroso Prominp, PNQP e formação de mão de obra especializada, por Joaquim Passos Maia Pré-sal e ‘áreas estratégicas’, por Alexandre R. Chequer e Bruno Triani Belchior Geração eólica: contornos jurídico-regulatórios devem ser aprimorados, por Ana Karina Esteves de Souza e Hilton Silva Alonso Junior Entrevista exclusiva Paulo Mendonça, diretor geral da OGX O x do Oil & Gas Nesta edição: Canadá e Brasil Canadá: cada dia mais próximo Cobertura Forship: gestão regulatória FMC: produção submersa ESPECIAL: PRODUTORES INDEPENDENTES O outro Brasil do petróleo Bahia: onde tudo começou Cadeia produtiva baiana Inovação para campos maduros Pequenos produtores, pequenos municípios e grandes esperanças, por Doneivan F. Ferreira A cara e a cruz: situação do parque supridor na Bahia, por Nicolás Honorato Cavadas Campos maduros e o governemnt take, por Thereza Aquino e Mauricio Aquino Entrevista exclusiva Armando Comparato Jr, presidente da Prysmian América do Sul O Brasil é ótimo Sustentabilidade acontece quando se olha para o futuro, por Otavio Pontes A importância da logística enxuta nas corporações, por Aldo Albieri Demanda e produção de petróleo: a necessidade de gestão, por Ronald Carreteiro As oportunidades do mercado internacional de gás e óleo pós-crise, por Eduardo Sausen Mallmann Como atingir a excelência operacional, por Ailtom Nascimento Nas águas turbulentas do ISS, por André L. P. Teixeira, Bianca de S. Lanzarin e Tiago Guerra Machado nº 71 nº 70 nº 69 opinião opinião opinião www.tnpetroleo.com.br | 55 21 3221-7500 E o tombo não foi tão grande assim SMS: a indústria já entende essa mensagem Ano XII • mar/abr 2010 • Número 71 • www.tnpetroleo.com.br Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis O ano em que superamos a crise Indústria naval: os próximos passos de Alceu Mariano, presidente da Sobena – Sociedade Brasileira de Engenharia Naval ESPECIAL TECNOLOGIA SÍSMICA: BRASIL, UM TERRITÓRIO INEXPLORADO Tempo de descobertas Eventos refletem expansão do setor Independentes se articulam Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis CNaval: de olho no futuro ESPECIAL: PRODUTORES INDEPENDENTES – O OUTRO BRASIL DO PETRÓLEO ESPECIAL RETROSPECTIVA 2009: O ANO EM QUE SUPERAMOS A CRISE Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis Os bons ventos da energia Unicamp: polo inovador de tecnologia para exploração do pré-sal Ano XII • jan/fev 2010 • Número 70 • www.tnpetroleo.com.br TN PETRÓLEO TN PETRÓLEO TN PETRÓLEO Ano XI • nov/dez 2009 • Número 69 • www.tnpetroleo.com.br O Brasil acerta ao investir em infraestrutura de Eurimilson João Daniel, vice-presidente da Sobratema. O futuro do aço brasileiro de Gabriel Aidar Abouchar, diretor de Mineração e Siderurgia da Abemi O outro Brasil do petróleo – Parte 2 Festa para o Almirante Negro Golfo do México: horizonte sombrio Licença ambiental para o Estaleiro do Paraguaçu ESPECIAL: TECNOLOGIA SÍSMICA Brasil: um território inexplorado Novos desafios à regulação: a sobrevivência dos independentes, por Marilda Rosado O marco brasileiro, por Marcio Silva Pereira Acidente ambiental, por Maurício Green e Carlos Boeckh O contrato de partilha de produção: considerações sobre o regime tributário, por Gonçalo Falcão Entrevista exclusiva Tomaso Garzia Neto, presidente da Projemar Engenharia é o nosso negócio A economia brasileira e o apagão de talentos, por Alfredo José Assumpção Sistema óptico aprimora medição de tensões residuais em dutos enterrados, por Armando Albertazzi Gonçalves Jr. e Cesar Kanda Royalties do petróleo e tributação: ou um ou o outro, por Danny Warchavsky Guedes e Caroline Floriani Bruhn Mercado de biocombustíveis carece de regulação, por Liliam Fernanda Yoshikawa e Hilton Silva Alonso Junior C O B E R T U R A Há mais de uma década, TN PETRÓLEO é a mais importante mídia impressa do setor. Uma competente e especializada equipe de jornalistas, articulistas e consultores traz para você os principais fatos referentes a essa indústria, com informações isentas e objetivas. Assine hoje mesmo! SIM! Eu quero receber uma assinatura anual (6 edições) da Revista TN PETRÓLEO, por apenas R$ 85,00 (oitenta e cinco reais). Nome: Empresa: Cargo: Endereço: CEP: Cidade: Tel.: Fax: Estado: e-mail: Depósito bancário em favor de Benício Biz Editores Associados Ltda. (Unibanco, agência 0108, c/c 131418-7). Enviar comprovante via fax (55 21 3221-7511), ou por e-mail ([email protected]). Boleto bancário (via: [email protected]), ou diretamente em nosso site, www.tnpetroleo.com.br/assinatura. News A Câmara de Comércio Americana e o LideRio se uniram novamente para debater os impactos socioambientais da Copa de 2014. O seminário teve patrocínio da Embratel e copatrocínio da Amil, Dannemann Siemsen, IBM e Marko. No primeiro painel, José Costa Pinto, sócio-diretor da Ernst & Young, e Fernando Blumenshein, da Fundação Getúlio Vargas, apresentaram os resultados da Pesquisa “Brasil Sustentável – Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014”. Os números impressionam. Espera-se investimentos diretos em torno de R$ 30 bilhões, o que se refletiria em mais R$ 112 bilhões em investimentos indiretos, totalizando R$ 142 bilhões. Entre os 40 | Brazilian Business | Set - Out 2010 muitos dados interessantes levantados, está a expectativa de geração de 3,63 milhões de empregos em áreas neces- sárias para tornar o evento possível. “Nem todos esses postos vão permanecer, mas haverá um incremento José Costa Pinto apresentou a pesquisa realizada pela Ernst & Young e FGV Fernando Blumenschein, José Eduardo Guinle e José Costa Pinto significativo, sobretudo em setores de infraestrutura, como construção civil, por exemplo,” disse Costa Pinto. Blumenschein destacou que a pesquisa não tem o objetivo de medir o retorno da Copa de 2014, mas sim avaliar e valorar as oportunidades geradas a partir deste grande evento. Um exemplo disso é a geração de externalidades importantes, como o impacto no negócio do futebol, como cadeia produtiva. Os especialistas aconselharam a interação entre as cidades-sede, para que todos possam aproveitar mais as oportunidades que aparecerão. “Além de capacitar e qualificar cerca de 30 mil voluntários é fundamental planejar e gerir os projetos de forma eficiente,” completou. Sobre Sustentabilidade, os dois afirmaram que o conceito deve permear todas as ações não só para a Copa, mas em todos os empreendimentos realizados no país. Álvaro Palma de Jorge, representante da Dannemann Siemsen, destacou a complexidade dos contratos e direitos estabelecidos em um evento deste tipo, cheio de peculiaridades. “Apesar de o evento ser privado – e os direitos serem reservados à Fifa – há um grande compromisso público, sobretudo quando o assunto é investimento em infraestrutura. No caso dos estádios, por exemplo, cada um assina seus compromissos diretamente com a Fifa, mas no Brasil, com frequência os estádios são estaduais. Por isso, o comitê local é tão importante: para fazer as diversas interfaces necessárias para que o trabalho aconteça de forma conjunta, pensando em todos”. Álvaro lembrou que todo este trabalho começou ainda em 2006, e que há muitas situações específicas como um controle de preços e número de quartos ofertados, em um sistema específico de check in e check out que dê conta do grande movimento. “Também é preciso dar garantias, como agilidade nos vistos, tratamento alfandegário especial, proteção de direitos de propriedade, garantia de transmissão ao vivo para todo o mundo, ente outros”. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Álvaro Bezerra de Mello disse que há anos, apesar de todos os esforços, o número de turistas não passa de 5 milhões. “A realização da Copa do Mundo no Brasil Álvaro Palma de Jorge, representante da Dannemann Siemsen Set - Out 2010 | Brazilian Business | 41 News vai nos permitir incrementar o número de visitantes, mesmo depois do fim do evento.” Com sua experiência, ele avaliou as chances de a rede hoteleira se adaptar até a data prevista pela Fifa. “As grandes capitais estão preparadas, já têm uma grande rede hoteleira e ainda contarão o apoio dos transatlânticos. O problema são Belo Horizonte, Distrito Federal, Manaus e Cuiabá. Será preciso encontrar soluções que não se transformem em um elefante branco depois do fim da Copa”, argumentou. Bezerra de Mello destacou também a importância na capacitação da população, tanto em gestos simples de educação e receptividade, como no aprendizado de línguas estrangeiras e de instruções de guia, para que toda a população possa ajudar na orientação dos visitantes estrangeiros e nacionais. Marcelo Haddad, diretor executivo da Agência Rio Negócios focou sua apresentação no legado que os investimentos estruturais trarão para as cidades-sede. Baseado na experiência de outros países, ele mostrou O presidente da ABIH, Álvaro Bezerra de Mello que o turismo deve avançar para um patamar superior ao anterior ao evento. “No Rio, o aeroporto aumentará sua capacidade, o Porto Maravilha vai revitalizar uma importante área da cidade, os investimentos em veículos leves e vias exclusivas deverá melhorar muito o transporte urbano, sem contar com o bom trabalho que vem sendo feito em termos de segurança pública, que deverá ter 80% das comunidades Marcelo Haddad, Pedro Paulo de Almeida, João César Lima e André Urani 42 | Brazilian Business | Set - Out 2010 pacificadas até o evento”. André Urani, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), disse a Copa e as Olimpíadas terão um grande impacto simbólico para as cidades e para o país. “O momento é muito oportuno, e vai aumentar a auto-estima do brasileiro. O país está atingindo uma maturidade civilizatória, econômica e jurídica importante, e está sendo reconhecido pelo mundo.” Para Urani, temos outros pontos fortes, como simpatia, tolerância às diferenças e capacidade de fazer festa, de produzir alegria. “Isso vai abrir uma janela de oportunidades que ultrapassam alianças políticas ou interesses individuais,” comentou. Urani destacou que estamos vivendo uma oportunidade gigantesca de redesenhar espaços físicos urbanos, políticos, institucionais, tudo dentro de um conceito de sustentabilidade. Ele lembrou que somente o Brasil tem os recursos necessários para promover uma substituição energética real e, no entanto, apresenta uma desigualdade boçal. “Precisamos reinventar os subúrbios. Mas, para isso, teremos que deixar de ser ‘caretas’ e ousar inovar politicamente, estabelecendo novos formatos e novas parcerias. A iniciativa privada precisa estar articulada com os governos e com a sociedade civil. Só pensando juntos seremos capazes de encontrar soluções sustentáveis e boa para todos.” Encerrando o seminário, Pedro Paulo de Almeida, diretor de Cidades Inteligentes da IBM Brasil alertou: “a mídia e os visitantes foram algo condescendentes com a África do Sul, mas o Brasil hoje é um grande player. Ninguém será condescendente conos- Pedro Paulo de Almeida, diretor de Cidades Inteligente da IBM Brasil co”. Pensando assim, ele destacou que o maior desafio para o país será realizar e gerir dois grandes projetos com data e hora marcada. “Não estamos acostumados com isso, mas teremos um grande teste de disciplina organizacional. Por isso, precisaremos usar a tecnologia a nosso favor”, encerrou. Em Contabilidade, Tributos, Gestão de Pessoas e Consultoria EvitE riscos dEsnEcEssários. Inovando para atender melhor! Rio de Janeiro Av. Presidente Vargas, 409 - 21º andar Centro - Tel.: +55 (21) 3233-4700 www.dominioassessores.com.br São Paulo Rua Líbero Badaró, 471 - 13º andar Centro - Tel.: +55 (11) 3295-4700 . [email protected] News Prevenção e ajustes para iniciar as operações no pré-sal A grande estrela do Brazil Energy & Power 8 foi a ministra Izabella Teixeira. O público ficou muito impressionado com sua palestra, pelo conhecimento técnico apresentado e por sua independência política, já que Izabella é profissional de carreira do Ibama. Depois de destacar os investimentos em torno de energias alternativas, a ministra disse que o Brasil vive hoje uma grande fase, mas que ainda é preciso capacitar a iniciativa privada e o governo. “Depois de muitos anos, hoje o Ibama e a ANP começam a falar a mesma língua, o que facilita muito o diálogo”, revelou. Izabella Teixeira falou sobre a recente evolução dos procedimentos e monitoramento ambiental ocorridos no país e sobre o novo marco regulatório dedicado à indústria de petróleo e gás. A ministra admitiu que ainda não conseguiu – o que considera fundamental – mudar os custos dos estudos ambientais. “Reduzir os custos é estratégico para a política energética brasileira. Os ministérios do Meio Ambiente e da Economia estão trabalhando juntos para formular uma política real, que leve em consideração o custo social e não projetos isolados”. Izabella Teixeira explicou ao público que, no Brasil, temos três classes de licenciamento, dependendo do tipo de exploração. “É preciso mudar completamente as regras ambientais da Bacia 44 | Brazilian Business | Set - Out 2010 A superintendente da ANP, Claudia Rabello, realizou a palestra de abertura de Campos. Hoje empresas diferentes não trabalham juntas, e nós esperamos mudar isso,” enfatizou. Para ela, também é fundamental integrar os licenciamentos e compartilhar informações e processos, utilizando a internet para dar mais transparência ambiental e social. - Hoje a Petrobras tem um plano de contenção particular, mas não queremos isso localizado. Por isso, a ANP, em parceria com Ibama, ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, além da Marinha do Brasil, ANP e da própria Petrobras começaram a elaborar o primeiro plano nacional de contingência para conter vazamentos de petróleo em alto mar, como nos campos do pré-sal. A Petrobras tem como regra elaborar programas de contingência para cada uma das plataformas — mas agora o governo adotará um plano em nível nacional, com a atuação conjunta dos órgãos fiscalizadores e do meio ambiente – finalizou a ministra. A superintendente da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Claudia Rabello, abriu o Brazil Energy & Power 8 no lugar da diretora Magda Chambriard, que precisou permanecer no país por causa dos debates sobre o novo enquadramento para o setor de petróleo e gás. Claudia explicou as mudanças na legislação sugeridas pela ANP, necessárias devido às descobertas na camada de pré-sal, que alteraram profundamente os recursos Andrew Harold Bott, superintendente da Coppetec disponíveis. “O Brasil está diante de um grande desafio, já que tem mais reservas descobertas do que o dobro das existentes. O essencial é que esse valor seja dirigido à sociedade.” Sobre a preocupação que se instalou no segmento depois do acidente no Golfo do México, Claudia destacou: “A ANP participa do Fórum Internacional de Reguladores, que reúne as agências reguladoras dos produtores offshore de Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Canadá, Noruega, Austrália e Nova Zelândia. Com base em nossa experiência e na análise dos procedimentos de segurança desses cinco países com regulação muito consolidada, o Brasil tem regras de segurança muito confiáveis,” garantiu. Ainda assim, a ANP aguarda os resultados das investigações do Golfo do México para analisar se haverá necessidade de ajustes. Sobre o Plano de Contingência do Brasil, Claudia foi definitiva: “O pré-sal é um novo paradigma e o Brasil deve aplicar uma estrutura mista, com diferentes tipos de contratos. Este é um processo dinâmico, que pode ser melho- rado a qualquer momento, levando em conta a experiência mundial do setor de petróleo”, finalizou. No Painel 1, Andrew Harold Bott, superintendente da Coppetec, fundação da UFRJ que coordena os projetos da Coppe, falou sobre os desafios na infraestrutura tecnológica para o pré-sal e o gás natural. Entre os 632 projetos atualmente em andamento, muitos são ligados à área de Energia. Eles são testados em laboratórios de alto nível, visando alcançar o máximo de segurança para as operações. São exemplos: o Laboratório de Ensaios Não-Destrutivos, Corrosão e Soldagem; o de Tecnologia Oceânica; o de Tecnologia Submarina, e o de Métodos Computacionais em Engenharia. Todo este investimento tem sido realizado visando aumentar o já elevado know how do setor de petróleo e gás no Brasil, tendo em vista as perspectivas abertas pelo pré-sal. “Precisaremos trabalhar em cooperação, aprender uns com os outros e somar conhecimento para garantirmos uma operação econômica e ambientalmente viável, para ser realizada com toda a segurança”, concluiu. Jeff Spath, vice-presidente para a Indústria da Schlumberger Oilfield Services, fez uma apresentação mostrando a alta tecnologia que a empresa vem desenvolvendo para atender às demandas do pré-sal. Em novembro, a empresa vai inaugurar um centro de desenvolvimento de teconologia dentro da UFRJ, em uma ampla parceria com universidades brasileiras. O Painel 2 abordou a diversificação do portfólio brasileiro, no que tange ao segmento de petróleo e gás. Renato O vice-presidente para a Indústria da Schlumberger, Jeff Spath Set - Out 2010 | Brazilian Business | 45 News Bertani, diretor da recém-fundada Barra Energia, explicou que a empresa foi criada para atender a um mercado que as grandes exploradoras não têm interesse: águas rasas e onshore. Para tanto, a empresa fechou um acordo de participação de US$ 500 milhões com a First Reserve Corporation, empresa de private equity para a indústria de Energia. A criação da empresa foi vista com bons olhos, já que a expansão do mercado é positiva para o Brasil. O diretor de Suporte às Operações da empresa Camargo Corrêa, Andre Clark Juliano, fez uma apresentação mostrando os diversos segmentos em que a empresa atua, destacando as grandes obras de infraestrutura, realizadas no Brasil e no exterior. Para ele, o Brasil está em um momento de alta demanda, tanto atual como futura, e destacou outros projetos de grande porte, fora do setor de Energia, como as obras para o PAC, Copa de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. Mas a polêmica ficou mesmo em torno de Amy Jaffe, especialista em Políticas Públicas do Institute for Public Policy da Rice University. Ao contrário dos outros participantes, ela não está otimista com a exploração do pré-sal, pois prevê um aumento nos custos de exploração, que será refletido no preço do barril. Por causa das especificidades geológicas e diante da tragédia ambiental ocorrida no Golfo do México, os processos precisarão se tornar mais seguros. “Os processos já estão sendo revistos e, como no pré-sal as operações são mais complexas, os processos tenderão a ser mais longos, lentos e exigentes, para garantir uma maior proteção. Todo o controle de risco ficará mais caro e vai impactar no preço final,” previu. Para ela, 46 | Brazilian Business | Set - Out 2010 Andre Clark Juliano, diretor da Camargo Corrêa Renato Bertani, diretor da recém-criada Barra Energia A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira News a melhor alternativa é a diversificação da matriz energética. No Brasil, o etanol já responde por 55% do mercado. A especialista, no entanto, disse que a tendência é que o gás natural faça a transição do petróleo para os biocomustíveis. No Painel 3, o diretor de Gestão e de Portfólio da Duke Energy Brasil, Bradley Patterson, afirmou que essa diversificação energética abre, para o Brasil, um significativo potencial de crescimento para o setor elétrico. Por isso, a empresa está desenvolvendo projetos e buscando oportunidades de investimentos adicionais no país. “O momento é interessante, já que as ‘regras do jogo’ estão claras e estáveis; há sinais de confiança na economia; e existe a possibilidade de articulação entre Estado, capital privado e capital internacional em condições e a custos razoáveis.” Já Tiago Guerra Machado, da André Teixeira & Associados, centrou sua apresentação sobre os impostos incidentes sobre o setor, e fez uma simulação do impacto positivo que aconteceria, no caso da adoção de alguns benefícios fiscais. Para ele, hoje existe uma taxação extrema e a suspensão de certos tributos federais sobre a importação de equipamentos usados em operações de E & P, que voltarão para o exterior após a sua utilização, seria muito bem-vinda. No encerramento, o vice-presidente da O’Brien’s Response Management Inc., Timothy O’Leary, deixou um recado importante para o Brasil no que tange a acidentes e prevenção: “Todas as políticas são locais, todas as notícias são locais, todos os problemas são locais, e todas as soluções são locais”. Esse foi um resumo das lições aprendidas pela empresa, que apresentou respostas a cerca de 1.000 acidentes nos últimos quatro anos. O sócio da André Teixeira & Advogados, Tiago Guerra Machado Bradley Patterson, diretor de Getão e Portfólio da Duke Energy Brasil Robson Barreto e o vice-presidente da O’Brien’s Response, Timothy O’Leary Set - Out 2010 | Brazilian Business | 47 News O que muda com a reforma do Código de Processo Civil Cerca de 150 pessoas lotaram o auditório da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro para ouvir grandes especialistas acerca do Anteprojeto de Reforma do Código de Processo Civil. O evento, realizado pela Amcham, contou com a presença do professor titular de Teoria Geral do Processo da Uerj, Paulo Cezar Pinheiro Carneiro; o promotor de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Humberto Dalla; a diretora Jurídica da Philip Morris, Maria Izabel Cardoso; o juiz titular da 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub; além do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Luiz Fux. No primeiro painel de debates, Paulo Cezar Pinheiro Carneiro discorreu sobre os aspectos controvertidos do novo CPC e destacou que as mudanças propostas visam a celeridade e prestigiam a solidariedade e a cooperação para que se pare de desperdiçar tempo com assuntos já decididos judicialmente. “Tentamos valorizar ao máximo a jurisprudência, que ajuda a desafogar a Justiça, que hoje sofre com excessos de ações e de recursos.” Humberto Dalla enfatizou a “Busca pela Modernização e Eficácia”. Para ele, um novo código se faz necessário porque o atual está desconfigurado. “É preciso profissionalizar a figura do mediador e do conciliador, que terão importância cada vez maior. O juiz também deixará de ser um resolvedor de problemas, para exercer uma função mais nobre: fazer cumprir a Constituição,” provocou. 48 | Brazilian Business | Set - Out 2010 O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux No segundo painel, Maria Izabel Cardoso afirmou que a reforma passa pela uniformização das jurisprudências, o que resultará em uma maior segurança jurídica e maior celeridade. Ela afirmou que as mudanças são positivas em causas de Direito, mas ressalvou que se forem aplicadas a questões fáticas podem vir a gerar insegurança jurídica. Luiz Roberto Ayoub enfatizou que toda a visão do legislador reformador visou à celeridade, sobretudo no que se refere a institutos em desuso ou desnecessários. Para o juiz, toda medida que ajude a eliminar atos e recursos utilizados somente para atrasar os processos e protelar as decisões são bem-vindos. Durante o almoço, o ministro Luiz Fux afirmou que o Código de Processo Civil está sempre em mudança, pois busca a realização da Justiça. “O Brasil segue uma tendência internacional. Já houve reformas nos códigos da Alemanha, Espanha, Portugal, Itália, entre outros”, lembrou. O ministro elogiou a metodologia adotada, que procurou ouvir a sociedade através de audiências públicas, antes de enviar o texto ao Congresso, de modo a tornar o CPC o mais próximo possível da realidade brasileira. “O ponto central da reforma foi a demora excessiva dos processos judiciais. Além disso, um instrumento importantíssimo para auxiliar na boa decisão dos juízes foi a criação do amicus curae. Poder contar com especialistas não envolvidos com as partes para esclarecer pontos que não são do conhecimento técnico dos juízes será essencial para que possam tomar decisões mais acertadas em menos tempo. Além disso, torna o juiz uma figura mais ativa e menos burocrática.” O evento teve patrocínio da Gaia, Silva, Gaedes & Associados e de Andrade Advogados Associados. News O RTT e a harmonização contábil com o IFRS Roberto Haddad, Richard Edward Dotoli e Ricardo de Souza Moreira O Regime Tributário de Transição (RTT) realmente garantiu a neutralidade fiscal? Para debater as dúvidas e controvérsias sobre o tema, o Comitê de Assuntos Jurídicos da Amcham realizou um evento concorrido. O sócio da KPMG, Roberto Haddad, destacou três pontos principais de controvérsia em sua palestra: ágio, juros sobre capital próprio e depreciação. E criou exemplos hipotéticos simples e claros para demonstrar as dúvidas que vêm surgindo na tentativa das empresas em adequar os balanços à nova lei. Na audiência, o receio comum de gerar uma inconsistência nas demonstrações tributárias e contábeis. O Coordenador Geral de Fiscalização da Receita Federal Ricardo Moreira explicou como se deu o processo de criação da RTT, e a razão pela qual esses paradoxos foram criados. Segundo ele, o Congresso arrastava a discussão há nove anos. Em 2005, a Comunidade Europeia limitou o acesso ao capital europeu aos países que se conformaram com o modelo internacional. Assim, Abrasca e CVM começaram a trabalhar no processo, de forma acelerada, como pediu o governo. O grande pleito do mercado era que o novo regime tributário não trouxesse impacto tributário. “A lei estava pronta, mas nenhum órgão estava adaptado a ela. O governo, então, deu dois dias para a comissão criar a neutralidade fiscal. Como era impossível fazê-lo, veio a ideia de criar um regime de transição opcional, para que todos tivessem os anos de 2008 e 2009 para se adaptar”, esclareceu. Saia do usual. Seja um passageiro Preferred. Benefícios Silver Preferred • 25% de bônus de milhagem Preferred Com milhas em triplo, você pode obter o status Silver Preferred depois da primeira viagem de ida e volta na classe Envoy. Voe com a US Airways desde o Rio de Janeiro até a América do Norte na classe Envoy, nossa classe executiva internacional, e ganhe milhas Preferred em triplo no programa Dividend Miles. Você pode acumular e trocar suas milhas para viajar em quaisquer das 28 companhias aéreas parceiras da Star Alliance™, inclusive a TAM. Nosso serviço diário para Charlotte, na Carolina do Norte, oferece acesso fácil a mais de 150 cidades na América do Norte. 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ADV10-1019 News Indústria Offshore Os desafios e as demandas do setor que mais cresce no país Concordância na mesa de abertura: a burocracia é um entrave A Câmara de Comércio Americana, o SindaRio e o Comitê de Assuntos Jurídicos da ACRJ realizaram um importante evento na área de Offshore. Patrocinado pelo MRS - Serviços de Imigração e Relocation – e pelo IBP, o seminário atraiu uma audiência de mais de 160 pessoas interessadas em debater as demandas e potencialidades de crescimento da indústria que mais cresce no país. O ex-presidente da Amcham e sócio da PricewaterhouseCoopers, João Cesar Lima; abriu o evento com o comandante Milton Ferreira Tito, presidente do Conselho Empresarial de Relações do Trabalho da ACRJ. O senador Francisco Dornelles deu início aos trabalhos, lembrando que o governo Lula ressuscitou o debate em torno de uma indústria nacional forte. “Nosso maior inimigo, no entanto, ainda é a burocracia”, afirmou. Segundo um estudo do Banco Mundial, o Brasil gasta 2.600 50 | Brazilian Business | Set - Out 2010 horas/ano para administrar e controlar sua burocracia, enquanto países da América Latina não passam de 500 horas/ano. A presidente do SindaRio, Marianne Von Lachmann, e o diretor geral do Departamento de Portos e Costas, também integraram da mesa de abertura. Marianne endossou as palavras do senador e disse que é inadmissível que o Brasil, como 7ª potência econômica mundial ocupe a posição de 120º lugar em um ranking de 180 países quando o assunto é burocracia. “É fundamental melhorar o ambiente de negócios, reduzindo as arestas no marco regulatório”, defendeu. A coordenadora do Comitê Tributário do IBP, Elizabeth Ramos, moderou o 1º painel, que tratou dos procedimentos na liberação de embarcações offshore. A gerente de Afretamento de Navegação Marítima e Apoio da Antaq, Heloísa Vicente de França Carvalhal mostrou que durante os nove anos de existência da agência reguladora já foram feitos alguns avanços. Um deles, conseguido por consenso, foi o aumento de 365 para 730 dias no prazo permitido para que empresas estrangeiras permaneçam operando no Brasil. “Além disso, estamos implantando um sistema de gerenciamento para pedidos e negociações. Isso deve dar agilidade e mais transparência às operações”. O representante do Grupo TAPB, No 1° painel, destaque para a maior agilidade e transparência nas operações Tárcio Augusto P. Bezzerra, destacou as melhorias técnicas que vêm acontecendo com todos os parceiros responsáveis pela legalização das operações. “A informatização e o acesso facilitado são prioritários para dar segurança e agilidade ao processo”, afirmou. Tárcio disse que o projeto Porto sem Papel está sendo aguardado com grande expectativa por armadores e todos os envolvidos na atividade marítima. Tárcio Bezzerra disse que uma única plataforma de inserção de dados acaba a redundância e aumenta a produtividade. O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, realizou a palestra de honra e destacou a elevada empregabilidade do setor e a necessidade. O ministro disse que a política pública mais importante que o Brasil pode desenvolver neste momento é a qualificação profissional, já que o segmento de petróleo e gás é muito especializado. E destacou os investimentos que o governo federal tem feito no setor: só no Porto do Rio foram aplicados R$ 3 bilhões, subsidiado em 20 anos. “O Rio vai ter um dos quatro principais portos do mundo,” afirmou. “O país está se desenvolvendo, o poder aquisitivo da população está aumentando e isso está gerando um círculo virtuoso na nossa economia”. Para o ministro, o setor offshore é o que mais vai gerar empregos, com salários altos e que exigem capacitação, por isso, o governo federal investiu na qualificação de 25 mil trabalhadores nas áreas de construção civil e petróleo & gás. “O Brasil ainda tem uma carência grande em cursos de média duração (dois anos). Por isso queremos encontrar parceiros para encontrar soluções para esta demanda juntos. O diretor de Estratégia e Desenvolvimento da MRS Global, Fábio Fauches, foi o moderador do 2º painel, que tratou do trabalho estrangeiro no Brasil. O primeiro palestrante foi o superintendente adjunto da 7ª Região Fiscal da Secretaria da Receita Federal, Marcos Vinícius Vidal Pontes. Ele destacou o incentivo fiscal para petróleo e gás, renúncia fiscal de R$ 26 bilhões/ano, superior à da Zona Franca de Manaus. Mas ressalvou que é preciso melhorar a integração com as empresas de desembaraço aduaneiro. “Alguns desses interlocutores não estão habilitados para fazê-lo junto à Receita Federal. É preciso buscar a integração com outros órgãos de controle para entender melhor o setor”. O chefe do Departamento de Tráfego Aquaviário da Diretoria de Portos e Costas (DPC), Comandante Guedes de Oliveira Jr., abortou o tema “Internação de embarcações offshore” e mostrou alguns avanços. Entre eles, o encurtamento do prazo de encaminhamento para liberação de operação, que passou de 20 dias para apenas 1 ou 2 dias. Paulo Sergio de Almeida, presidente do Conselho Nacional de Imigração, informou que apenas no 2º semestre de 2010 houve um incremento de mais de 95% de O ministro Carlos Lupi autorizações para trabalho de estrangeiros (22 mil). “Isso reflete a expansão que está acontecendo no Brasil, sobretudo com a vinda de equipamentos estrangeiros. Ao contrário de outros setores, quando falamos de offshore, esses equipamentos chegam tripulados e é preciso regularizar o trabalho de todos”, comentou. O delegado de Imigração da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Claudio Alencar Soares, destacou as dificuldades no registro dos estrangeiros. “Muitas vezes esses empregados não apresentam a documentação exigida pela legislação brasileira, dificultando o trabalho. É preciso fazer mais para facilitar o trabalho estrangeiro no segmento offshore Set - Out 2010 | Brazilian Business | 51 News Encontro com Candidatos Sérgio Cabral promete: até 2014 nenhuma comunidade será controlada pelo poder paralelo Cabral afirmou que a harmonia entre as três instâncias e a sociedade ajudou a atrair investimentos e a projetar o Rio Mais de 100 empresários e autoridades lotaram o evento Encontro com Candidatos, que recebeu o governador Sérgio Cabral, no Jockey Club Brasileiro do Centro, realizado no dia 27 de agosto. Mesmo com o menisco operado, e se locomovendo com auxílio de muletas, o governador fez questão de manter o compromisso com a Amcham e o empresariado carioca. Sérgio Cabral enfatizou os ganhos que o estado obteve a partir de uma efetiva mudança de gestão, baseada na integração, na harmonia e no entendimento entre governo estadual, prefeitura, governo federal e a sociedade. Segundo ele, esta nova configuração ajudou a atrair investimentos e a projetar a importância do Rio de Janeiro no cenário internacio- 52 | Brazilian Business | Set - Out 2010 nal, tendo as Olimpíadas como maior exemplo disso. “Vencemos com uma diferença histórica de 40 pontos para a segunda colocada. Isso dá uma ideia do quanto todos acreditam na nossa capacidade”, afirmou. Entre as alterações feitas em seu governo, Cabral destacou o pagamento de todos os servidores em dia e até o dia 5 de cada mês; a abertura de concurso público para 30 mil professores; a prisão de milicianos; o envio de marginais de extremo perigo para penitenciárias de segurança máxima fora do estado; além da implantação das unidades pacificadoras em comunidades antes dominadas pelo tráfico. Sobre os investimentos que estão sendo realizados no estado, o governador e candidato à reeleição enfatizou a construção de duas siderúrgicas, o Arco Rodoviário, o Porto do Açu, entre outros. Para ele, o eixo central de todos os investimentos está na paz. “Nosso foco é a segurança. E assumo aqui um Robson Barreto compromisso: terminar 2014, caso eleito, sem que nenhuma comunidade do Rio de Janeiro seja controlada pelo poder paralelo. Este não é um compromisso de campanha, mas um compromisso de vida, um compromisso com o estado e com a minha família”, garantiu. Entre as autoridades presentes, estavam o presidente do Comitê Organizador Rio 2007, Carlos Nuzman, os senadores Francisco Dornelles e Regis Fichtner, o deputado André Correa e o presidente da Alerj, Jorge Picciani. O evento contou com o patrocinado do Escritório de Advocacia Sérgio Bermudes. Miguel Quadros, Robson Barreto, Francisco Dornelles e Carlos Nuzman News - Espírito Santo Espírito Santo é o sexto no ranking das exportações brasileiras Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do MDIC Após o período de queda nas exportações dos produtos capixabas por conta da crise internacional, o Espírito Santo se recuperou e pulou da oitava para a sexta colocação no ranking dos estados brasileiros que mais exportaram no primeiro semestre deste ano. O Estado exportou US$ 4,81 bilhões contra US$ 2,82 bilhões, no mesmo período do ano passado. Os dados foram anunciados pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, que esteve em Vitória no último dia 06 de agosto, a convite da Câmara de Comércio Americana do estado (AmCham-ES). Ele fez uma 54 | Brazilian Business | Set - Out 2010 palestra para o empresariado local com o tema “Perspectivas para o comércio exterior brasileiro”. Barral explicou que a participação do Espírito Santo nas exportações brasileiras apresentou uma melhora no comparativo do primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 4,03% para 5,40%. No ranking das exportações, o estado é o sexto com maior volume exportado, perdendo apenas para São Paulo (US$ 23,2 bilhões), Minas Gerais (US$ 12,3 bilhões), Rio de Janeiro (US$ 9,3 bilhões), Rio Grande do Sul (US$ 7,1 bilhões) e Paraná (US$ 6,4 bilhões). “O Espírito Santo tem destaque em alguns produtos alimentícios, como chocolates. O desafio para a economia capixaba é manter o crescimento das exportações e agregar valor aos produtos exportados, inclusive no setor de rochas e granitos”, enfatizou. A meta das exportações do governo federal foi revista no começo de junho por conta de um mercado mais favorável, subindo de US$ 168 bilhões para US$ 180 bilhões. “Esta revisão leva em consideração o crescimento das vendas ao exterior registrado nos últimos meses do primeiro semestre”, completou Barral. As exportações brasileiras tiveram uma alta significativa (30,6%) em junho deste ano, para o mercado norte-americano. O país exportou US$ 9 bilhões para os Estados Unidos, ficando atrás somente da China (US$ 13,5 bilhões). Os destaques ficaram por conta das vendas de petróleo, siderúrgicos, máquinas e equipamentos e celulose. “Os Estados Unidos dão claros sinais de que estão se recuperando da crise econômica financeira e, por isso as relações comerciais com o mercado americano tendem a apresentar crescimento”, enfatizou Barral. O diretor de Negócios Internacionais da Câmara de Comércio Americana - Espírito Santo, Marcílio Machado, destacou que com a recuperação da economia dos Estados Unidos as empresas capixabas podem voltar a planejar novos investimentos. O evento teve patrocínio da ArcelorMittal Tubarão e Vale. Opinião Tax Havens and Privileged Tax Regimes Roberto Haddad S ince year 1997, Brazil has been dealing with the low tax jurisdiction concept (commonly known as tax haven). In the beginning, the basic concept was that a tax haven was a country that taxed the income on a rate lower than 20%. Because it would be not practical to have taxpayers searching the internal legislations of any given country, the federal government started issuing lists with the countries and jurisdictions that were considered tax havens. Administrative decisions from the tax authorities defined that such lists should be considered as exhaustive. Despite different interpretations, in practical terms, if a jurisdiction is included in the list it is a tax haven and if not, it is not. 56 | Brazilian Business | Set - Out 2010 “This threat of having the tax authorities trying to enforce a larger concept to assess companies is not acceptable for international standards of tax governance” Nowadays, the characterization of a jurisdiction as a tax haven is relevant to most international commercial and financial affairs involving Brazilian companies, including transfer pricing, thin capitalization, expenses’ deductibility requirements, cross-border remittances, capital gain on disposal of Brazilian assets, non-resident investments into the Brazilian stock exchange and investments through “FIP” (special fund to invest in Brazilian corporations). On June 4, 2010, Normative Instruction 1037 was enacted, updating the list of tax havens, as well as specifying the situations characterized as privileged tax regimes (broader concept in comparison to the one applied to tax havens). This legislation added the following jurisdictions as tax havens: Switzerland, Ascension Island, Brunei, Kiribati, Norfolk Island, Pitcairn Island, French Polynesia, Queshm Island, Islands of St. Helen, Solomon Islands, Saint-Pierre and Miquelon Island, St. Kitts and Nevis, Swaziland and Tristan da Cunha. Furthermore, the following legal entities were defined as privileged tax regimes: Holding Companies in: (i) Luxembourg; (ii) Denmark; and (iii) The Netherlands; “Sociedad Anonima Financiera de Inversion (Safis)”, in Uruguay, until December 31, 2010; International Trading Companies (ITCs), in Iceland; Offshore KFTs, in Hungary; State Limited Liability Companies (LLCs), in the United States of America, that are owned by non-residents and are not subject to federal income tax in the U.S.; “Entidad de Tenancia de Valores Extranjeros” (E.T.V.Es.), in Spain; International Trading Company (ITC) and International Holding Company (IHC), in Malta. Based on the proper interpretation of the legislation, there are differences on the impact of what is considered a tax haven and a privileged tax regime. Both concepts (tax haven and privileged tax regime) apply for transfer pricing, thin ca- pitalization and the expenses’ deductibility requirements. Only the tax haven list would apply for capital gains, royalties, services, investments through stock exchange and FIP. However, there are rumors in the market stating that the tax authorities could apply both lists to all types of transactions. This threat of having the tax authorities trying to enforce a larger concept to assess companies when the legislation says differently is not acceptable for international standards of tax governance. Rule of law and foreseeability are key. On June 24, 2010, Normative Instruction 1045 stated that the holding companies situated in Denmark and the Netherlands will only be considered privileged tax regimes if they do not perform substantial economic activity. The other entities, e.g. Luxembourg holdings or U.S. LLCs, remain listed as privileged tax regimes, without any consideration regarding the existence or not of substantial economic activities. Besides that, the new instruction brought the possibility for the jurisdiction listed as a tax haven or as a privileged tax regime to challenge its status upon a request to the tax authorities, accompanied by the relevant legislation supporting the review of this condition for Brazilian tax purposes. Based on that, the Dutch and Swiss governments presented their requests and, as a consequence, two declaratory acts were enacted, temporarily suspending the inclusion of: (i) the Dutch holding company as a privileged tax regime; and (ii) Switzerland as a tax haven. It is clear that the tax authorities are looking closer to the cross-border operations involving Brazil. However, it should not represent more uncertainty for taxpayers, which could be mitigated through the adoption in Brazil of the example of many developed countries wherein there is a higher level of communication between taxpayers and tax authorities. This is essential for the sake of a better tax environment in this country. International and M&A Tax Partner (Rio de Janeiro), KPMG Set - Out 2010 | Brazilian Business | 57 Opinião Lixo eletrônico: há luz no fim do túnel Álvaro Cysneiros N o último dia 02 de agosto foi sancionada pelo presidente Lula, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Nº 12.305, depois de mais de 20 anos tramitando no Congresso Nacional. Esta lei exige uma responsabilidade solidária dos consumidores, fabricantes, importadores, distribuidores, lojistas e governos municipais e estaduais sobre a destinação do lixo sólido que produzem. Acreditamos que um movimento de criação de postos de coleta e, principalmente, a criação de um processo que garanta a destinação ambiental correta para todos os resíduos sólidos e seus subprodutos esteja por acontecer. O Rio de Janeiro não pode ficar fora deste movimento, afinal o município é o 7º maior produtor de lixo do Brasil. 58 | Brazilian Business | Set-Out 2010 “A divisão dos recursos do pré-sal - e a eventual redução na participação estados e emunicípios produtores - deverá “O Comitê dos de Tecnologia Telecomunicações da Amcham ocorrer em paralelo àconvida discussão das demais medidas, tendouma em seus associados a desenvolver vista os grandes interesses econômicos indústria da reciclagem do lixoenvolvidos. eletrônico”” Um tipo especial de lixo, no entanto, preocupa mais que os demais: o lixo eletrônico. Muitos dos resíduos sólidos possuem um fabricante gravado em seus produtos como é o caso de baterias, pilhas, geladeiras... O maior vilão de toda esta história são os computadores. Apesar de esforços pontuais de fabricantes como Itautec, HP e Sony, no Brasil a grande maioria dos computadores são máquinas montadas, ou seja, são o resultado da unificação de diversos componentes e placas de diversos fornecedores que, no seu produto final, não possuem uma marca, não possuem um dono. São os chamados “Frankensteins”. Segundo a ONU, o lixo eletrônico produzido por alguns países emergentes poderá crescer em até 500% nos próximos dez anos. Hoje o Brasil é o país emergente que mais produz este tipo de lixo, são 96,8 mil toneladas de computadores por ano que, em sua grande maioria, vão para os vários lixões espalhados pelo país, derramando metais pesados que, misturados ao lixo orgânico, produzem lixo extremamente tóxico. Uma verdadeira catástrofe ambiental, contaminando solos, rios e lençóis subterrâneos. Estamos produzindo mais lixo eletrônico per capita do que a China. Nosso consumo de equipamentos eletrônicos também aumentou muito, nos elevando para o quarto mercado consumidor, logo atrás do Japão. Com o ritmo em que avança a tecnologia, somado ao aquecimento da economia brasileira, esses números só devem subir, assim como os números da produção de lixo. Então, motivados pela lei ou pelo senso de responsabilidade com as gerações presentes e futuras é preciso agir, buscar soluções para este lixo que põe em risco a saúde do planeta. Muitos subcomponentes deste lixo ainda não possuem uma cadeia de negócios como é o caso do plástico encontrado nos computadores, ou, o fósforo, metal pesado existente nos monitores. Pesquisadores, ambientalistas, empresários, a sociedade civil organizada e as autoridades estão debruçadas sobre o assunto. Há luz no fim do túnel. Existem trabalhos sendo desenvolvidos aqui mesmo, no estado do Rio de Janeiro, buscando o modelo de ecologia industrial, envolvendo o produtor, o consumidor e o reciclador. Através de uma coleta seletiva dos resíduos sólidos, no caso dos equipamentos eletroeletrônicos, com o treinamento específico para os catadores é fomentado o crescimento das cooperativas, das pequenas e médias empresas de reciclagem preparadas para avaliação e tratamento desse lixo. Proporcionando assim um crescimento sustentável de diversas regiões, gerando emprego e renda e ainda a inclusão digital dessas populações, somada a certeza da destinação correta do lixo. Muitas outras possibilidades já são aventadas pelos especialistas como a criação de usinas de lixo eletrônico no Brasil, que inexistem na América do Sul. Atualmente alguns componentes do nosso lixo eletrônico precisam seguir para a Europa, países como Bélgica, Suécia e Alemanha, para terem o tratamento adequado. A solução para o Brasil passa pelo governo, pelas empresas e pelo cidadão comum. O processo não é simples, mas ele aí está desafiando todos nós. A Amcham, através de seu Comitê de Tecnologia e Telecomunicações, acredita que exista um espaço fértil para desenvolvermos a cultura e uma indústria da reciclagem do lixo eletrônico. Para tanto convida seus associados e membros do conselho a participarem da elaboração de propostas efetivas sobre este tema. Chairman do Comitê de Telecomunicações e Tecnologia, Diretor para o Rio de Janeiro da TOTVS Set - Out 2010 | Brazilian Business | 59 Novos Sócios SÉRGIO GDANSKI Consultor EXXONMOBIL QUÍMICA LTDA. Carla Lacerda - Presidente Rua Lauro Muller, 116, s/3001 - Botafogo 22290-160 Rio de Janeiro, RJ COSTA DO SOL OPERADORA Tel: (21) 2546-7700 Fax: (21) 2546-7721 VITOR COSTA ADVOGADOS AEROPORTUÁRIA S.A. [email protected] Vitor Rogério da Costa - Sócio (Aeroporto Internacional de Cabo Frio) www.exxonmobil.com.br Av. Rio Branco, 85/ 8° - Centro Marvin Alex Feit - Consultor de Desenvolvi- 20040-004 Rio de Janeiro, RJ mento de Negócios Tel: (21) 3216-2450 Fax: (21) 3216-2455 Av. Rio Branco, 147/ 21º, gr. 2105 - Centro [email protected] 20040-006 Rio de Janeiro, RJ www.vcadv.com.br Tel: (21) 3233-2500 Fax: (21) 3233-2501 ALTERAÇÃO NO QUADRO DE ASSOCIADOS [email protected] www.aeroportocabofrio.com.br FMB SISTEMAS DE CONTROLE LTDA. ALBAN DUTEMPLE Mauro de Lucca - Diretor Gerente Geral Av. Professor Frederico Hermann Jr., 246 - Nova Riotel Empreendimentos Hoteleiros Alto dos Pinheiros Ltda. 05459-010 São Paulo, SP (Sofitel Rio de Janeiro) Tel: (11) 4195-3349 Fax: (11) 4195-2532 EMDOC RIO DE JANEIRO - SERVIÇOS [email protected] BIANCA RANGEL FERREIRA ESPECIALIZADOS DE ASSES. PARA www.fmbsistemas.com.br Sócia Gerente ESTRANGEIROS LTDA. Interfreight Transportes Internacionais Ltda. Anderson Leme Rozende - Sócio (Interfreight Logistics) Rua da Assembléia, 10, s/4105 - Centro 20011-901 Rio de Janeiro, RJ CARLOS CASTANHO JUNIOR Tel/ Fax: (21) 2252-2775 Diretor de Engenharia [email protected] GIOGÁS COMÉRCIO DE COMPRESSORES www.emdoc.com PARA GÁS NATURAL LTDA. Consórcio Estreito Energia – CESTE Camila Silva de Queiroz - Diretora Administrativa FELIPE LINS DE ALBUQUERQUE Rua João Felix do Bonfim, 375 - Suruí Diretor 25925-000 Magé, RJ Avaya Brasil Ltda. Tel/Fax: (21) 2609-0756 [email protected] GUILHERME COELHO Diretor Geral Transocean Brasil Ltda. 60 | Brazilian Business | Set - Out 2010 JORGE ALCAIDE FILIAL ESPÍRITO SANTO Diretor de Energia, América Latina Wärtsilä Brasil Ltda. MAURIZIO ROMANI Gerente Geral Posadas do Brasil Empreendimentos Hoteleiros Ltda. (Caesar Park Rio de Janeiro Ipanema) PEDRO LUIS GALVÃO SERAPHIM IMOBILIÁRIA E CONSTRUTORA Sócio UNIVERSAL LTDA. TozziniFreire Advogados Valdecir Torezani – Sócio Proprietário Av. Expedito Garcia, 1477, s/107 – Campo Grande 29146-930 Rio de Janeiro, RJ Tel/ Fax: (21) 2121-8989 [email protected] www.imobiliariaunivresal.com.br COMITÊ EXECUTIVO Presidente: Robson Barreto, Sócio, Veirano Advogados; 1º. Vice-presidente: Murilo Marroquim, Presidente, Devon Energy do Brasil; 2º Vice-presidente: Fabio Lins de Castro, Presidente, Prudential do Brasil; 3º. Vicepresidente: Henrique Rzezinski, Vice-Presidente de Assuntos Corporativos da BG E&P do Brasil; Diretor Secretário: Pedro Paulo de Almeida, Diretor IBM Setor Industrial e Diretor Regional, IBM Brasil; Diretor Tesoureiro: Manuel Domingues e Pinho, Presidente, Domingues e Pinho Contadores; Conselheiro Jurídico: Julian Chediak, Sócio Senior, Motta, Fernandes Rocha Advogados. Ex-Presidentes: João César Lima, Sidney Levy e Joel Korn. presidenteS de honra Mauro Vieira, Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon, Embaixador dos EUA no Brasil DIRETORES Alexandre Quintão Fernandes, Gerente Coordenador Especial de Relações com Investidores, Petrobras; Benedicto Junior, Presidente de Infraestrutura, Odebrecht Óleo e Gás ; Domingos Bulus, Presidente, White Martins; Eduardo Mayer, Private Banker, Banco Citibank; Fabio Lins de Castro, Presidente, Prudential do Brasil; Henrique Rzezinski; VicePresidente de Assuntos Corporativos da BG E&P do Brasil; Humberto Mota, Presidente, Dufry do Brasil; Italo Mazzoni, Presidente, IBEU; Ivan Luiz Gontijo, Diretor Gerente, Jurídico e Secretaria Geral, Bradesco Seguros ; José Formoso Martinez, Presidente, Embratel; Julian Chediak, Sócio Senior, Motta, Fernandes Rocha Advogados; Luiz Ildefonso Simões Lopes, Presidente, Brookfield Brasil; Manuel Domingues e Pinho, Presidente, Domingues e Pinho Contadores; Manuel Fernandes, Sócio, KPMG; Márcio Fortes, Consultor; Mário Renato Borges da Silva, Diretor Regional do Rio de Janeiro, Correios; Maurício Vianna, Diretor, MJV Tecnologia; Mauro Viegas, Diretor Presidente, Concremat; Murilo Marroquim, Presidente, Devon Energy do Brasil; Ney Acyr, Diretor Executivo Leste Nordeste e Sul, Embratel; Oscar Graça Couto, Sócio, Lobo & Ibeas Advogados; Pedro Paulo de Almeida, Diretor Setor Industrial e Diretor Regional, IBM Brasil; Petronio Nogueira, Sócio Diretor, Accenture do Brasil; Roberto Ardenghy, Diretor de Assuntos Corporativos , BG E&P do Brasil; Rodrigo Tostes, Diretor Financeiro, ThyssenKrupp CSA; Rogério Ribeiro, VP e Diretor de Área América Latina e Caribe, GlaxoSmithKline Brasil; Steve Solot, Presidente & CEO, Latin American Training Center; Yoram Levanon, Presidente, Xerox do Brasil DIRETORES EX-OFÍCIO Andres Cristian Nacht, Carlos Augusto Salles, Carlos Henrique Fróes, Gabriella Icaza, Gilberto Duarte Prado, Gilson Freitas de Souza, Gunnar Birger Vikberg, Ivan Ferreira Garcia, João Cesar Lima, Joel Korn, José Luiz Miranda, Luiz Fernando Teixeira Pinto, Omar Carneiro da Cunha, Peter Dirk Siemsen, Raoul Henri Grossman, Ronaldo Veirano, Rubens Branco da Silva e Sidney Levy. PRESIDENTES DE COMITÊS Assuntos Jurídicos: Julian Chediak; Energia: Roberto Furian Ardenghy; Finanças: Frederico da Silva Neves; Logística e Infraestrutura: Ricardo Mota da Costa; Marketing: Noel De Simone; Meio Ambiente: Luiz Pimenta; Propriedade Intelectual: Steve Solot; Recursos Humanos Estratégicos: Claudia Danienne Marchi; Relações Governamentais: João César Lima; Responsabilidade Social Empresarial: Celina Borges Carpi; Seguros, Resseguros e Previdência: Maria Helena Monteiro; Tecnologia da Informação e Comunicação: Álvaro Cysneiros; Turismo e Entretenimento: Orlando Giglio. ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM RJ Diretor-superintendente: Miguel Quadros Gerente Administrativo: Victor César; Gerente de Comunicação: Ana Redig; Gerente Comercial e Marketing: Felipe Levi; Gerente de Comitês e Eventos: João Marcelo Oliveira. DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO Presidente: Otacílio José Coser Filho, Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda; VicePresidente: Felipe Guardiano, Diretor do Departamento de Pelotização, Vale; Diretor Jurídico: Rodrigo Loureiro Martins, Sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins; Diretores: Carlos Fernando Lindenberg Neto, Diretor Geral, Rede Gazeta; Márcio Brotto de Barros, Sócio, Bergi Advocacia; Fausto Costa, Diretor Geral, Chocolates Garoto S/A.; Lucas Izoton Vieira, Presidente, Findes; Ricardo Vescovi Aragão, Diretor de Operações e Sustentabilidade, Samarco Mineração; João Carlos Pedrosa, Superintendente, Rede Tribuna; Marcelo Silveira Netto, Diretor Superintendente, Tristão Companhia de Comércio Exterior; Simone Chieppe Moura, Diretora Administrativa e Financeira, Diretora Geral da Metropolitana TS Ltda; Chairwoman Comitê Relações Governamentais: Maria Alice Lindenberg, Relações Internacionais, Rede Gazeta; Chairman Comitê de Negócios Internacionais: Marcílio Rodrigues Machado, Diretor Presidente, Famex Comercial Importadora e Exportadora. ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM ES Diretor Executivo: Clóvis Vieira Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa LINHA DIRETA COM A CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA Administração e Finanças: Victor Cezar Teixeira - Tel.: (21) 3213-9208 [email protected] Comercial e Marketing: Felipe Levi - Tel.: (21) 3213-9226 [email protected] Comitês e Eventos: João Marcelo Oliveira - Tel.: (21) 3213-9230 [email protected] Publicações: Ana Redig - Tel.: (21) 3213-9240 [email protected] Espírito Santo: Keyla Corrêa - Tel.: (27) 3324-8681 [email protected] Macaé: Felipe Levi - Tel.: (21) 3213-9226 [email protected] Camarj - Câmara de Arbitragem do Rio de Janeiro: Tânia Curto - Tel.: (21) 3213-9207 [email protected] Quando somos todos iguais, os resultados acontecem. Na Chevron, acreditamos que grandes ideias não têm cor ou sexo. É por isso que construímos parcerias com empreendimentos de minoria, como os de mulheres, em todo o mundo. Essas relações potencializam a intensidade e a força da energia humana que impulsiona nossa empresa. Para saber mais sobre nossas parcerias, visite-nos no site chevron.com. CHEVRON é uma marca comercial registrada da Chevron Intellectual Property LLC. A CHEVRON HALLMARK e ENERGIA HUMANA são marcas comerciais da Chevron Intellectual Property LLC. © 2010 Chevron U.S.A. Inc. Todos os direitos reservados.