assume seu primeiro mandato, levará para Brasília seus dois cunhados. O também novato Luiz Carlos Setim (PFL-PR) nomeou a mulher, Neide Maria, para um dos maiores salários do gabinete. Procurados pela reportagem na sexta-feira, alguns dos parlamentares reagiram com irritação. “Vocês só fazem matéria para f... a gente. Não quer saber se é competente, se não é. Só quer saber se é parente. Se é parente, é f.d.p. E esculacha o nome do parlamentar (...) Pode escrever isso aí”, afirmou em entrevista gravada Jair Bolsonaro (PP-RJ), que emprega familiares da mulher. Minutos depois, telefonou e desculpou-se. Enquanto em Brasília, familiares dos Deputados fazem a farra com o dinheiro público, em terra Guaicuru, Daniel Pedra, do Midiamax nos informa que a AGU (Advocacia Geral da União) manifestou-se favoravelmente à ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) proposta pelo Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a lei que concedeu subsídio mensal e vitalício ao ex-governador Zeca do PT. O presidente da OAB-MS, Fábio Trad, que esteve em Brasília (DF), informou que a ação está tramitando dentro do ritmo previsto e o parecer favorável da AGU é um resultado positivo. “O próximo parecer exigido pelo Supremo, o da Procuradoria Geral da República, também será contrário à pensão vitalícia”, prevê. A OAB sustenta Copyright @ Dr. Carlos Alberto dos Santos Dutra. Vereador Carlito. Brasilândia-MS. 12 de Março de 2007. A VERGONHOSA PENSÃO VITALÍCIA DO EX-GOVERNADOR ZECA DO PT que a norma aprovada pela Assembléia Legislativa desrespeita diversos artigos da Constituição Federal e argumenta que os ex-governadores, ao encerrar seus mandatos, não exercem mais nenhum ato em nome do ente público. Por isso, conceder o subsídio seria “retribuição pecuniária a título gratuito, como se fosse uma espécie de aposentaria de graça” a quem não presta mais serviços públicos, o que é inadmissível. Se a ADI for considerada liminarmente procedente, o ex-governador Zeca do PT, principal beneficiado pela ressuscitação da pensão, ficará sem receber o benefício definitivamente, já que a ação será julgada diretamente no mérito. A pensão vitalícia para Zeca, que seria o primeiro ex-governador a não receber o benefício, foi aprovada durante a união de esforços dos deputados estaduais que colocaram o projeto na pauta da última sessão ordinária de 2006 na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul. No dia 22 de fevereiro, a Assembléia Legislativa justificou ao STF que a pensão vitalícia garantida ao ex-governador estaria prevista na Constituição Federal, por tratar-se de “Pensão da Graça”, espécie de ajuda que os Estados estão habilitados a conceder a qualquer cidadão que seja considerado um bem-feitor, como explicou hoje o assessor jurídico da Assembléia, Cleomens Nunes da Cunha. Cleomenes Nunes da Cunha considerou equivocados os argumentos apresentados pela OAB/ MS, ressaltando a Constituição Estadual não fere a Constituição Federal e, portanto, não há ilegalidade no ato, sobretudo por não se tratar de uma aposentadoria e sim um benefício previsto constitucionalmente. A ajuda ao “bem-feitor” Zeca do PT foi estabelecida em R$ 22,1 mil e, no caso de morte, 50% do total para a viúva. Tadinho. Enquanto o assalariado, esse deve sobreviver com R$ 350 reais. A VERGONHOSA PENSÃO VITALÍCIA DO EX-GOVERNADOR ZECA Assessores-Parenters fazem a festa na Câmara de Deputados Mandato Participativo e Popular do Vereador Carlito ASSESSORES-PARENTES FAZEM A FESTA NA CÂMARA DE DEPUTADOS A notícia diz que “Deputados mantêm 68 assessores-parentes na Câmara”, e foi publicada no jornal Folha de S. Paulo, dias atrás. Veja essa pouca-vergonha que é praticada com odinheiro público: Ao completar o primeiro mês da nova legislatura, a Câmara contabiliza ao menos 68 casos de familiares de deputados recémnomeados ou que mantiveram seus empregos nos gabinetes. Com salários que variam de R$ 720,00 a R$ 8.040,00 os “assessores-parentes” representam um gasto anual de R$ 3,6 milhões aos cofres públicos. Levantamento da reportagem nos boletins administrativos da Casa revela a preferência de 52 deputados em empregar os filhos, que representam 40% do total de familiares lotados nos gabinetes. Mas há de quase tudo: irmãos, mulheres, primos, sobrinhos, cunhados e até concunhada e ex-cunhada. “Enquanto houver possibilidade, estou dando a oportunidade a eles. Depois que for proibido, tudo bem”, avalia Átila Lins (PMDB-AM), que emprega dois filhos e patrocinava o cargo de outra filha, exonerada em outubro. Cada um dos 513 deputados pode contratar até 25 assessores sem concurso público. A Câmara reserva, por parlamentar, R$ 50,8 mil ao mês para o pagamento desses assessores. O número de familiares localizado pela Folha nos boletins da Câmara é subestimado por dois motivos: a pesquisa só rastreou sobrenomes similares ao do parlamentar, e a maioria dos deputados que assumem o primeiro mandato ainda não nomeou nem metade dos 25 assessores a que têm direito. Houve ainda casos de servidores que carregam sobrenomes idênticos ao do parlamentar, mas, pelo fato de o parlamentar não ter sido localizado pela reportagem, esses nomes não foram contabilizados. É o caso de Mussa Demes (PFL-PI), que possui uma filha de nome “Simone Maria”. Há uma “Simone Maria Demes Jereissati” empregada na Câmara, mas, como a reportagem não conseguiu confirmar o parentesco, o caso não entrou na contagem. Além disso, muitos familiares de deputados que estavam empregados na Casa como CNEs ( Cargo de Natureza Especial) -com lotação em órgãos técnicos, ou seja, fora dos gabinetes- foram exonerados no final de 2006 por decisão do ex-presidente da Casa Aldo Rebelo (PC do B-SP). Mais de mil dos cerca de 3.000 CNEs foram definitivamente extintos neste ano por Arlindo Chinaglia (PT-SP), sucessor de Aldo. O nepotismo - usar a influência pública para privilegiar familiares - não é ilegal no Congresso, mas enfrenta duras críticas do Ministério Público e de setores da sociedade. A Câmara tem uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que trata do assunto engavetada há cerca de dois anos. O ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE) empregou mais de cinco parentes e era aberto defensor da medida. José Múcio Monteiro (PTB-PE), principal cotado para ser o novo líder do governo na Câmara, patrocinava o emprego de duas filhas -uma delas, Marina, foi exonerada há menos de um mês. Outros indicaram a mulher e o filho para trabalharem juntos, como Wellington Roberto (PR-PB) e Zonta (PP-SC). O deputado Roberto Balestra (PP-GO) emprega dois irmãos e um parente de terceiro grau. Nessa lista, destacase ainda o caso de um empregado no gabinete que doou dinheiro para bancar a campanha do futuro chefe. É o caso de Roberto Tejadas, cunhado do deputado Marco Maia (PT-RS), que contribuiu com R$ 7.000. Ele foi indicado pelo PT para o cargo. “Sou contra o nepotismo, mas o nepotismo em excesso. A lei não pode ser discriminatória com parentes, há casos e casos”, afirma Maia. Assim como Átila Lins, há parlamentares que nomearam dois filhos no gabinete, como Arnon Bezerra (PTB-CE), Átila Lira (PSDB-PI), José Santana de Vasconcellos (PR-MG) e Vicente Arruda (PSDB-CE). O deputado Vilson Covatti (PP-RS), que