0 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS SIMONE MARIA DAL FORNO GESTÃO DE CUSTOS, PREÇOS E RESULTADOS DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL IJUÍ (RS) 2012 1 SIMONE MARIA DAL FORNO GESTÃO DE CUSTOS, PREÇOS E RESULTADOS DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Prof. Orientador: Dr. Dieter Siedenberg Profª. Co-Orientadora: Ms. Eusélia Paveglio Vieira IJUÍ (RS) 2012 2 Dedicatória Dedico este trabalho aos meus pais Ilena e Valdemar. 3 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar quero agradecer ao grande mestre Deus, luz que me guia, e me presenteia com esta vitória. À minha família, pelo apoio, amor. Agradeço a Ilena e Valdemar, MEUS PAIS, pela dedicação, carinho, pelas muitas vezes que renunciaram seus sonhos para que eu pudesse realizar os meus, minha gratidão, orgulho e amor são eternos, e dificilmente poderiam ser traduzidos em palavras. Agradeço imensamente aos meus “patrões”, meu irmão e minha cunhada, pela compreensão e incentivo, dando suporte e total credibilidade, para que pudesse na prática aplicar todo o conhecimento construído durante o curso. Aos meus sobrinhos, amor incondicional, pelo carinho de sempre. Em muito devo à minha família especialmente aos que de entre ela me estão mais próximos, mas sem esquecer os mais geograficamente distantes. Agradeço ao meu amor, pela paciência, pelo carinho, por estar sempre presente, embora distante. Aos meus amigos, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas. Com vocês, as pausas entre um parágrafo e outro de produção melhora tudo o que tenho produzido na vida. Ao Curso de Administração e Ciências Contábeis, a todos os meus queridos professores, enfim, todas as pessoas com quem convivi nestes anos. A convivência com amigos, pessoas especiais foram sem dúvida a melhor experiência na minha formação acadêmica. Um agradecimento especial à professora Eusélia Paveglio Vieira, por seus ensinamentos, amizade, paciência e confiança ao longo das supervisões. Posso dizer que a minha formação, inclusive pessoal, não teria sido a mesma sem a sua pessoa. A minha gratidão a todos com certeza será eterna. 4 “Na vida existe tempo para todas as coisas e um tempo para cada coisa Existe o tempo para trabalhar e o tempo para descansar Existe o tempo de sofrer e de sorrir... Assim por diante, em todos esses tempos, quando aceitos e vividos São partes integrantes de toda a vida. Nosso grande tempo de viver Porém, em um determinado momento, o homem para Parece que escuta e às vezes não ouve Olha mas não vê É que chegou para o homem a hora da decisão Momento inevitável de dar um rumo ao todo da sua vida Muitos são os caminhos, porém outras tantas, as escolhas Cabe a cada homem a iniciativa de trilhar o seu caminho Cabe a cada um de nós a coragem de assumir a própria escolha.” (Autor desconhecido) 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Organograma da Indústria Têxtil ..............................................................................14 Figura 2: Ramificações da Ciência Contábil ............................................................................28 Figura 3: Classificação dos Custos em Diretos e Indiretos ......................................................33 Figura 4: Classificação dos Custos em Fixo e Variável ...........................................................34 Figura 5: Elementos de Custos .................................................................................................43 6 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Comparação, abordagens tradicionais de análise de custos e a gestão estratégica .52 Quadro 2: Graus de Alavancagem............................................................................................53 Quadro 3: Processo de fabricação da Malha ............................................................................56 Quadro 4: Tempos e Processos.................................................................................................57 Quadro 5: Tempo de Produção.................................................................................................57 Quadro 6: Processo de fabricação da Malha ............................................................................58 Quadro 7: Custo Matéria-Prima/ Perdas...................................................................................59 Quadro 8: Custo com pessoal ...................................................................................................59 Quadro 9: Tempo Disponível para Produção ...........................................................................60 Quadro 10: Custo MOD ...........................................................................................................60 Quadro 11: Depreciação Bens Específicos...............................................................................61 Quadro 12: Depreciação Bens Comuns....................................................................................62 Quadro 13: Custos Indiretos .....................................................................................................62 Quadro 14: Rateio custo Indireto Fixo .....................................................................................64 Quadro 15: Rateio custo Indireto Variável...............................................................................64 Quadro 16: Custo Tingimento ..................................................................................................64 Quadro 17: Custo do Frete – atividade de Tingimento (terceirizada) ......................................65 Quadro 18: Frete São Paulo......................................................................................................65 Quadro 19: Custo Total – Método de custeio por absorção .....................................................66 Quadro 20: Custo Total – Método de custeio variável.............................................................69 Quadro 21: Formação do Markup ............................................................................................70 Quadro 22: Preço de Venda Clientes Diversos ........................................................................70 Quadro 23: Preço de Venda clientes São Paulo .......................................................................71 Quadro 24: Preço a prazo para os Clientes Diversos – Orientativo .........................................71 Quadro 25: Preço a prazo para Clientes de São Paulo - Orientativo........................................71 Quadro 26: Apuração da Margem de Contribuição Preço Orientativo ....................................72 7 Quadro 27: Apuração da Margem de Contribuição Preço Atual..............................................73 Quadro 28: Apuração da Margem de Contribuição Total Preço Orientativo...........................74 Quadro 29: Apuração da Margem de Contribuição Total Preço Atual ....................................74 Quadro 30: Ponto de Equilíbrio Contábil Preço Orientativo....................................................75 Quadro 31: Ponto de Equilíbrio Contábil Preço Orientativo Valor .........................................76 Quadro 32: Ponto de Equilíbrio Contábil Preço Atual .............................................................76 Quadro 33: Ponto de Equilíbrio Contábil Preço Atual Valor...................................................77 Quadro 34: Ponto de Equilíbrio Econômico Preço Orientativo ...............................................78 Quadro 35: Ponto de Equilíbrio Econômico Preço Atual ........................................................78 Quadro 36: Ponto de Equilíbrio Financeiro Preço Orientativo ................................................79 Quadro 37: Ponto de Equilíbrio Financeiro Preço Atual..........................................................79 Quadro 38: Margem de Segurança Operacional Contábil Preço Orientativo ..........................82 Quadro 39: Margem de Segurança Contábil Valor Preço Orientativo.....................................82 Quadro 40: Margem Contribuição Contábil percentual Preço Orientativo..............................83 Quadro 41: Margem de Segurança Operacional Contábil Preço Atual....................................83 Quadro 42: Margem de Segurança Contábil Valor Preço Orientativo.....................................84 Quadro 43: Margem Contribuição Contábil percentual Preço Atual .......................................84 Quadro 44: Margem de Segurança Operacional Econômico Preço Orientativo ......................85 Quadro 45: Margem de Segurança Operacional Econômico Preço Atual ...............................85 Quadro 46: Margem de Segurança Operacional Financeiro Preço Orientativo .......................86 Quadro 47: Margem de Segurança Operacional Financeiro Preço Atual ................................86 Quadro 48: Apuração do Resultado Malha Estampada............................................................87 Quadro 49: Apuração do Resultado Malha Lisa Clara.............................................................88 Quadro 50: Apuração do Resultado Malha Lisa Média ...........................................................88 Quadro 51: Apuração do Resultado Malha Lisa Escura...........................................................88 Quadro 52: Apuração do Resultado do Trimestre Preço Atual ................................................91 Quadro 53: Grau de Alavancagem ...........................................................................................93 Quadro 54: Rotatividade dos Estoques / Giro e Antigiro.........................................................94 8 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Situação profissional dos Contabilistas...................................................................27 Gráfico 2: Influência das áreas de atuação do profissional da Contabilidade. .........................29 Gráfico 3: Composição Custos Indiretos Fixos........................................................................63 Gráfico 4: Composição Custos Indiretos Variáveis .................................................................63 Gráfico 5: Custo Total Malha Estampada ................................................................................67 Gráfico 6: Custo Total Malha Lisa Clara .................................................................................67 Gráfico 7: Custo Total Malha Lisa Média................................................................................68 Gráfico 8: Custo Total Malha Lisa Escura ...............................................................................68 Gráfico 9: Ponto de Equilíbrio Clientes Diversos – Preço Orientativo....................................80 Gráfico 10: Ponto de Equilíbrio Clientes São Paulo – Preço Orientativo ................................80 Gráfico 11: Ponto de Equilíbrio Clientes Diversos – Preço Atual ...........................................81 Gráfico 12: Ponto de Equilíbrio Clientes São Paulo – Preço Atual .........................................81 Gráfico 13: Apuração do Resultado dos Produtos Clientes Diversos ......................................89 Gráfico 14: Apuração do Resultado dos Produtos Clientes São Paulo ....................................89 Gráfico 15: Consumo Malha Trimestre....................................................................................90 Gráfico 16: Consumo por Produto ...........................................................................................90 Gráfico 17: Faturamento Trimestre 2012 .................................................................................92 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................12 1.1 Área de conhecimento contemplada ...............................................................................13 1.2 Caracterização da Organização ......................................................................................13 1.3 Problematização do Tema................................................................................................14 1.4 Objetivos............................................................................................................................16 1.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................................16 1.4.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................16 1.5 Justificativa .......................................................................................................................17 1.6 Metodologia do Trabalho.................................................................................................17 1.6.1 Classificações da Pesquisa...............................................................................................18 1.6.2 Coleta de Dados...............................................................................................................20 1.6.3 Instrumentos de Coleta de Dados ....................................................................................21 1.6.4 Análise e interpretação dos Dados...................................................................................22 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................23 2.1 Contabilidade....................................................................................................................23 2.1.1 Conceitos .........................................................................................................................24 2.1.2 Finalidades.......................................................................................................................25 2.1.3 Usuários ...........................................................................................................................26 2.1.4 Ramos da contabilidade...................................................................................................27 2.2 Contabilidade de Custos ..................................................................................................29 2.2.1 Conceitos .........................................................................................................................30 2.2.2 Classificação dos Custos .................................................................................................32 2.2.3 Custos com Pessoal .........................................................................................................35 2.2.4 Custos com Materiais ......................................................................................................36 10 2.2.5 Custos Patrimoniais .........................................................................................................38 2.3 Métodos de Custeio...........................................................................................................40 2.3.1 Custeio por Absorção ......................................................................................................41 2.3.2 Custeio Variável ou Direto ..............................................................................................42 2.4. Despesas Mensais.............................................................................................................43 2.5 Análise de Custo, Volume e Resultado ..............................................................................44 2.5.1 Formação do Preço de Venda..........................................................................................45 2.5.2 Apuração da Margem de Contribuição............................................................................47 2.5.3 Ponto de equilíbrio, Contábil, Econômico e Financeiro..................................................48 2.5.4 Margem de segurança operacional ..................................................................................50 2.6 Gestão Estratégica de Custos ..........................................................................................51 2.6.1 Alavancagem ...................................................................................................................53 2.6.2 Rotatividade dos estoques ...............................................................................................54 3 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................56 3.1 Processo de Produção.......................................................................................................56 3.2 Custo com Matéria–Prima...............................................................................................58 3.3 Custos com Pessoal ...........................................................................................................59 3.4 Custos Patrimoniais..........................................................................................................60 3.5 Custos Indiretos ................................................................................................................62 3.6 Custo Tingimento .............................................................................................................64 3.7 Custo Frete ........................................................................................................................65 3.8 Custo Total ........................................................................................................................66 3.9 Análise de Custo, Volume e Resultado ...........................................................................69 3.9.1 Formação Preço de Venda...............................................................................................69 3.9.2 Markup ............................................................................................................................69 3.9.3 Formação do Preço Venda...............................................................................................70 3.9.4 Apuração da Margem de Contribuição............................................................................72 3.9.5 Apuração do Ponto de Equilíbrio ....................................................................................75 3.9.6 Apuração da Margem de Segurança Operacional ...........................................................82 3.10 Gestão Estratégica de Custos ........................................................................................87 3.10.1 Apuração do Resultado por Produto..............................................................................87 3.10.2 Apuração do Resultado do Exercício Trimestral...........................................................90 3.10.3 Alavancagem .................................................................................................................92 11 3.10.4 Rotatividade dos Estoques / Giro e Antigiro .................................................................94 CONCLUSÃO.........................................................................................................................95 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................97 12 1 INTRODUÇÃO A Contabilidade atua em diversos ramos, sendo um deles a contabilidade gerencial, que tem o propósito de instrumentalizar o gestor com informações para o processo de gestão. Gestão que deve ser vinculada a um modelo, a um padrão que permita avaliações, comparações e analises cuja finalidade é a constante implantação de melhorias. Um dos pilares da contabilidade gerencial é a contabilidade de custos, que proporciona diversas informações para a tomada de decisões de cunho estratégico que são fundamentais na conquista de novos mercados ou manter os já existentes, fatores decisivos no processo de gerenciamento de uma atividade. O cenário que molda a maioria das pequenas e médias empresas é justamente o empirismo com relação ao gerenciamento eficiente e eficaz de uma gestão de custos, onde o planejamento estratégico é substituído pela luta pela sobrevivência, o improviso, imediatismo, desviam o foco da empresa, inviabilizando negócios e gerando situações prejudiciais a saúde econômica e financeira. Neste sentido, a gestão de custos tem contribuído e auxiliado com os diferentes instrumentos de análise, desenvolvendo diferentes métodos de apuração dos custos de produção, bem como da análise dos resultados, envolvendo a análise do custo, volume e do lucro/prejuízo. O domínio das competências necessárias para o desenvolvimento e implementação da gestão de custos acaba incorporando a busca constante de cenários e planejamento de estratégias a serem implementadas, aliando as expectativas e objetivos do negócio com a sua realidade, de forma a otimizar os potenciais detectados. O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como finalidade, a avaliação de uma gestão de custos, preços e resultados, evidenciando os potenciais e as capacidades de uma indústria Têxtil. Sendo assim, pode auxiliar no fortalecimento e sustentabilidade da empresa, gerando informações estratégicas na busca de novos mercados. O trabalho apresenta inicialmente a contextualização do estudo, onde foi definido o tema, objeto da pesquisa, seguido da empresa onde foi realizado o estudo com sua caracterização, logo após o problema que norteou o estudo, considerando o tema desenvolvido, o objetivo, que tem a finalidade de aplicar a gestão de custos, preços e resultados na indústria Têxtil, seguido da justificativa. Apresenta-se na sequência a revisão bibliográfica, baseada na pesquisa em livros, artigos e sites da internet, que define e conceituam por meio do conhecimento de diversos autores, informações sobre os assuntos 13 necessários para a realização do estudo. Posteriormente, relata a metodologia utilizada no estudo, seguido da análise dos resultados do estudo, culminando com a conclusão e a bibliografia que foi utilizada durante a sua realização, constando obras e materiais consultados. 1.1 Área de conhecimento contemplada Dentre as diferentes possibilidades de atuação do profissional da contabilidade, existe a área societária, fiscal, financeira, tributária e a gerencial. A contabilidade de custos inserida na área gerencial consiste em um sistema que se preocupa com os requisitos e mensurações adequadas e pormenorizadas dos elementos de custos à medida que se organizam e fluem por meio do processo produtivo. Neste sentido, o estudo aplicou novas tecnologias gerenciais, que visam fortalecer a gestão de custos, embasadas em informações estratégicas que proporcionem melhor qualidade e eficácia para a tomada de decisões, por meio da aplicação da gestão de custos, preços e resultados em uma indústria têxtil. 1.2 Caracterização da Organização A gestão de custos, preços e resultados estudada, teve como base de pesquisa uma Indústria Têxtil, empresa de pequeno porte que iniciou suas atividades no ano de 1997 no noroeste do Rio Grande do Sul, com a industrialização de produtos de cama, como lençóis, fronhas, edredons e cobreleitos. A organização faz parte de um grupo empresarial, onde a fabricação de malhas faz parte de um dos negócios. O sucesso da empresa por meio de feiras e eventos realizados no estado possibilitou o aumento de seu parque fabril, e com isso a possibilidade de novos mercados. Determinados a atender seus clientes com um diferencial, buscaram a fabricação de malha, lançando-se no ramo de tecelagem, sendo a pioneira na fabricação de malha do interior do Estado, e consequentemente referência no segmento. A ousadia de seus sócios faz da indústria têxtil uma organização norteada de constantes inovações, novas tecnologias que visam diversificar suas atividades e produtos, comprometida com a qualidade e conforto, tendo como objetivo a satisfação de seus clientes, procurando tendências mundiais em cores e design, para melhor atendê-los. 14 A empresa fornece seu produto para as principais indústrias de confecções do Estado do Rio Grande do Sul e de São Paulo onde possui uma filial que atende na venda de malha penteada, usada na fabricação de produtos de cama. A estrutura organizacional da empresa pode ser observada pelo organograma demonstrado na figura 1. Direção Gerência Projetos Produção Comercial Suprimentos Qualidade Administrativo Figura 1: Organograma da Indústria Têxtil Fonte: Dados conforme pesquisa A empresa é estruturada de forma que os proprietários compõem a direção, responsáveis pela administração geral, seguida da gerência e logo após os setores. Organização de estrutura enxuta de pequeno porte, e optante pelo regime tributário simples nacional. 1.3 Problematização do Tema Nas últimas décadas, com a globalização são inúmeros os avanços nas tecnologias organizacionais, onde o ambiente competitivo norteia as empresas. As constantes mutações no contexto econômico obrigam os gestores a repensar o seu processo de gerenciamento e leva as novas formas de administração, onde as informações gerenciais precisam ser ágeis e oportunas, embasadas neste novo contexto de gerenciamento. A gestão de custos inserida neste conturbado cenário muito mais que medir custos permite ao gestor a avaliação do desempenho da organização, e da efetividade da utilização 15 dos recursos, possibilitando um eficiente sistema e que isso represente ganhos de competitividade. Nesta linha, Wernke relata que: A superioridade competitiva de uma empresa está em sua maior ou menor habilidade em estruturar sua cadeia de valores, estabelecer um posicionamento estratégico condizente com a realidade de seus negócios e gerenciar de forma eficaz os fatores que direcionam os custos. Isso porque a globalização, caracterizada pelo mercado dinâmico e turbulento e pelo avanço tecnológico, proporciona um ambiente de constantes mudanças, forçando as empresas a um grau maior de flexibilidade para garantir a sobrevivência neste contexto de alta competitividade (WERNKE, 2001, p. 64). A realidade das pequenas empresas é uma gestão que busca as informações mais como um exercício de sobrevivência do que de planejamento, este desvio associado à falta de eficácia na gestão econômica prejudica e compromete o desenvolvimento da empresa. A falta de coerência e realidade nas informações geradas faz com que na maioria dos casos os custos e preços de venda sejam formados com base em dados da concorrência, em que a solução para todos os problemas é vender mais, mesmo sob o risco de comprometer seu já combalido fluxo de caixa, o interesse individual passa a substituir o coletivo, e as novas ideias são vistas com desconfiança, esse modelo de gestão ineficaz, leva inúmeras empresas a extinção, de acordo com Mello (2009). Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos empreendedores, na tarefa de administrar suas empresas, refere-se à compreensão dos aspectos financeiros e contábeis do negócio. Ainda que, em busca de soluções, procurem assistência dos gerentes das instituições financeiras e Contadores, nem sempre encontram o que necessitam (LICZBINSKI e DOEDERLEIN, 2002, p. 58). O desafio dos gestores é grande, principalmente no ramo têxtil, onde a instabilidade vigora, devido ao enfraquecimento do mercado interno e a concorrência desenfreada principalmente de produtos exportados pela China e países asiáticos. Projeções da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e de vários sindicatos industriais apontam o ano de 2012 com incertezas na área econômica. A determinação é a de manter o trabalho de atenção ao mercado interno e externo, buscar reduções de custos e cobrar dos governos ações mais eficazes na defesa da produção brasileira (MULLER, 2012, p. 5). O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Têxteis (ABIT), Aguinaldo Diniz Filho, diz que, no Brasil, 2011 foi um dos piores anos da indústria têxtil e de confecções nas últimas décadas, bem diferentes de 2009/2010, quando o mercado interno estava bem aquecido e as empresas do setor com faturamento crescente. Deduzida a valorização cambial, o crescimento ficou bem próximo de 15%. Porém, o mercado interno desaqueceu, o valor do algodão disparou e, em função do câmbio, 16 as importações aumentaram muito e as exportações não cresceram. Tudo isso somado à alta carga tributaria que vem tirando a competitividade do setor (CARLESSI, 2011, p. 40). Neste contexto de desafios e grande insegurança, a gestão de custos tem o propósito de aplicar diferentes métodos de custeio e analisar a relação entre custos, volumes e resultados, permitindo avaliações, comparações e análises, onde a empresa verifica a real situação do negócio. Nesta linha, a indústria objeto deste estudo tem a preocupação em verificar se os custos que estão sendo apurados e o método de custeio utilizado está de acordo com os métodos propostos pela gestão de custos. Além deste fator custos, toda a parte de analise do volume e resultado não está sendo disponibilizado pelo atual sistema, sendo um gargalo no processo de gerenciamento desta indústria. Diante do exposto, questiona-se: qual a contribuição da gestão de custos, preços e resultados em uma indústria têxtil, diante do seu processo de gestão? 1.4 Objetivos A definição dos objetivos tem por finalidade definir a linha de pensamentos, propósitos, a que se pretende chegar. Os objetivos são divididos em objetivo geral e objetivos específicos. 1.4.1 Objetivo Geral Aplicar a gestão de custos, preços e resultados na indústria têxtil, identificando as informações que suporte o processo de gestão. 1.4.2 Objetivos Específicos • Buscar na literatura conceitos referente à contabilidade de custos, gestão de custos, análise de custo, volume e resultado; • Mapear o processo de produção identificando os custos; • Aplicar os métodos de custeio por absorção e variável; • Analisar a relação custo, volume e resultado; • Identificar as informações relevantes ao processo de gestão da empresa. 17 1.5 Justificativa Diante de um cenário de incertezas, de constantes inovações e novas tecnologias, tanto no campo contábil quanto empresarial, em que o conhecimento, profissionalização são fundamentais, estar preparado se torna crucial para a permanência no mercado em que separa os bens sucedidos dos sobreviventes. A gestão de custos é um dos mais importantes instrumentos da contabilidade gerencial, a formação do preço de venda além das funções de recuperar o custo e formar o lucro, sua formação é uma decisão estratégica gerando informações essenciais para a tomada de decisões. Para a organização o estudo proposto visa ampliar e verificar a veracidade das informações referente à sua atual gestão de custos, preços e resultados, permitindo análises coerentes de volume e resultado, possibilitando repensar e avaliar seu gerenciamento de forma a melhorar seu desempenho e competitividade. A Universidade é responsável por ampliar as fronteiras do conhecimento, gerando condições para avanços do desenvolvimento econômico e humano sendo que o presente trabalho serve como uma importante fonte de pesquisa neste desenvolvimento, pois pode ser utilizado como base para futuros estudos específicos nesta área. Na condição de estudante do Curso de Ciências Contábeis, com a realização desse trabalho de conclusão, buscou-se aprimorar os meus conhecimentos constituídos no decorrer do curso. A escolha desse assunto surgiu pela necessidade de implantação e gerenciamento de uma gestão eficaz de custos dentro da organização em que estou inserida, necessidade esta que inicialmente me fez trocar de curso, e desenvolver de forma criteriosa e coerente meus conhecimentos na área. 1.6 Metodologia do Trabalho A metodologia descreve o caminho percorrido, e os instrumentos teóricos aplicados, sendo eles: o plano de coleta de dados, plano de análise e interpretação de dados e o plano de sistematização de estudo. Segundo Parra Filho e Santos (2002, p.64), “a metodologia da pesquisa informa os meios empregados na coleta de dados para posterior apresentação destes na pesquisa”. 18 1.6.1 Classificações da Pesquisa A classificação da pesquisa no que se refere a sua abordagem do ponto de vista de sua natureza, objetivos, abordagem do problema e procedimentos técnicos. Do ponto de vista de sua natureza a pesquisa pode ser básica (pura), onde seu principal objetivo é a contribuição para o conhecimento, bem comum, ou aplicada, que o objetivo é específico para cada organização. Neste contexto, este estudo tem por objetivo a análise da gestão de custos, preços e resultados, do ponto de vista de sua natureza classifica-se como uma pesquisa de aplicação prática dirigida á solução de problemas específicos da organização. Para Collis e Hussey (2005, p. 27) “a pesquisa aplicada é aquela que foi projetada para aplicar suas descobertas a um problema específico existente”. A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e situada, sobretudo no nível da especulação, (VERGARA, 2009, p. 43). Do ponto de vista de seus objetivos podem ser classificadas em exploratória, descritiva e explicativa. “A investigação exploratória, que não deve ser confundida com leitura exploratória, é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado”. Conforme Vergara, (2009, p. 42). Essas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de instituições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado, (GIL, 2002, p. 41). Para Silva (2003, p. 65) “pesquisa exploratória, é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, para torná-lo mais explicito ou para construir hipóteses”. Segundo Gil (2002, p.42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”. A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, 19 embora sirva para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa classificação, (VERGARA, 2009, p. 42). A pesquisa explicativa conforme Gil (2002, p. 42) “é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas”. Visa, portanto, esclarecer quais fatores contribuem, de alguma forma, para ocorrência de determinado fenômeno. Por exemplo: as razoes do sucesso de determinado empreendimento. Pressupõem pesquisa descritiva com base para suas explicações. (VERGARA, 2009, p. 42). Assim, o presente estudo classifica-se como pesquisa exploratória, envolvendo levantamentos bibliográficos, experiências práticas, exemplos permitindo assim a compreensão da gestão de custos, preços e resultados. Quanto à forma de abordagem do problema a pesquisa pode ser diferenciada quanto à abordagem do problema, podendo ser ou quantitativa ou qualitativa. Este trabalho classificase como pesquisa qualitativa, baseada no levantamento das informações, análise da relação do custo, volume e resultados, não envolvendo métodos estatísticos. A pesquisa também pode ser diferenciada pelo método adotado pelo pesquisador. Alguns preferem um método quantitativo, objetivo por natureza é focado na mensuração de fenômenos. Consequentemente, um método quantitativo envolve coletar analisar dados numéricos e aplicar testes estatísticos. Outros preferem um método qualitativo, que é mais subjetivo e envolve examinar e refletir as percepções para obter um entendimento de atividades sociais e humanas, (COLLIS e HUSSEY, 2006, p. 26). Do ponto de vista dos procedimentos adotados o trabalho pode ser de ordem: bibliográfica, documental, levantamento, estudo de caso e ação. O presente estudo sob o enfoque dos procedimentos técnicos utiliza-se como métodos de pesquisa: pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa ação. Segundo Vergara (2009, p. 43) “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”. A pesquisa bibliográfica pode, portanto, ser considerada também como o primeiro passo para toda pesquisa cientifica (LAKATOS e MARCONI, 1992. p. 44). A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço, (GIL, 2002, p. 45). 20 Pesquisa documental, elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico. Pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas esta na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de material que não receberam ainda tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa (GIL, 2002, p. 45). Pesquisa sob levantamento caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer (GIL, 2002, p. 50) “consiste na coleta de dados referentes a uma dada população com base em uma amostra selecionada, de forma clara e direta, dos quais se objetiva saber o comportamento,” Silva (2003, p.62). Conforme Vergara (2009, p.49) “estudo de caso é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento”. Para tanto “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados,” (GIL, 2002, p.54). Pesquisa ação “... é um tipo de pesquisa com base empírica que é conhecida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.” Thiollent (1985 apud GIL, 2002, p.55). Para Vergara (2009, p. 44) “é um tipo particular de pesquisa participante e de pesquisa aplicada que supõe intervenções participativas na realidade social. Quanto aos fins é, portanto, intervencionista.”. 1.6.2 Coleta de Dados Na coleta de dados se informa como se obteve os dados de que precisou para responder ao problema. Sem esquecer-se de correlacionar os objetivos para alcançá-los, bem como de justificar a adequação de um a outro (VERGARA, 2009, p. 51). Segundo Gil (2002), em termos de coleta de dados, o estudo de caso é o mais completo de todos os delineamentos, pois se vale de dados de gente e dados de papel. Portanto neste trabalho os dados foram coletados por meio de pesquisas de ordem bibliográfica, buscaram-se na literatura, livros, revistas e artigos relacionados com o tema 21 proposto. Foram realizadas entrevistas com os sócios da organização, posteriormente a análise documental, a partir de balancetes, notas fiscais, demonstrativos, assim possibilitando avaliar a real situação da empresa em estudo. 1.6.3 Instrumentos de Coleta de Dados Os instrumentos de coleta de dados estão ligados aos objetivos que se pretende chegar com o estudo, em se tratando do estudo de caso proposto foram utilizados os seguintes: observação e entrevista. A observação pode ser simples, ou participante. Na observação simples, você mantém certo distanciamento do grupo ou da situação que tenciona estudar; é um espectador não interativo. Na observação participante, você já está engajado ou se engaja na vida do grupo ou na situação; é um ator ou um espectador interativo, como no caso em que você usa o método etnográfico, por exemplo, (VERGARA 2009, p. 51). A observação é um método para coletar dados associado a uma metodologia positivista, sendo a observação participante um método de coletar dados em que o pesquisador fica totalmente envolvido com os participantes e os fenômenos que estão sendo pesquisados (COLLIS e HUSSEY, 2005). Segundo Vergara (2009, p.52), A entrevista é um procedimento no qual você faz perguntas a alguém que, oralmente, lhe responde. A presença física de ambos é necessária no momento da entrevista, mas, se você dispõe de mídia interativa, ela se torna dispensável. A entrevista pode ser informal, focalizada ou por pautas. Em se tratar do método de coleta de dados, entrevista, (COLLIS e HUSSEY, 2005) é o procedimento no qual perguntas são feitas a participantes selecionados para descobrir o que fazem, pensam ou sentem, podem ser feitas pessoalmente, por telefone, e conduzidas individualmente ou em grupo. Partindo do pressuposto da observação o presente estudo utilizou-se da observação sistemática, possui planejamento e controle previamente estabelecido, sendo a mesma individual e participante, pois se trata de um pesquisador que participa dos fatos, onde os dados são coletados à medida que ocorrem tornando uma observação na vida real. 22 O estudo utilizou-se do método de entrevista, sendo de forma despadronizada a contemplada, assim podendo explorar mais amplamente o tema, bem como as questões com relação à empresa estudada. 1.6.4 Análise e interpretação dos Dados Gil (2002, p.125) argumenta que: O processo de análise dos dados envolve diversos procedimentos: codificação das respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos, Após, ou juntamente com a análise, pode ocorrer também a interpretação dos dados, que consiste, fundamentalmente, em estabelecer a ligação entre os resultados obtidos com outros já conhecidos, quer sejam derivados de teorias, quer sejam de estudos realizados anteriormente. A seguir a ordem que a análise de interpretação de dados seguiu: - Consolidações teóricas; - Preparação dos dados para análise e contextualização ao ambiente econômico; - Investigação do desempenho da organização e suas perspectivas frente à questão de pesquisa; - Parecer e inferências a partir dos dados obtidos. 23 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A revisão bibliográfica é a releitura das bibliografias, fundamentação teórica com base em livros, jornais, revistas e artigos, auxiliando, este processo de revisão, permite comparar, analisar as informações contidas na literatura com o estudo de gestão de custos, preços e resultados. Neste cenário, Lakatos e Marconi (1992, p. 110), descrevem que: Pesquisa alguma parte hoje da estaca zero. Mesmo que exploratória, isto é, de avaliação de uma situação concreta desconhecida, em um dado local, alguém ou um grupo, em algum lugar, já deve ter feito pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da pesquisa pretendida. Uma procura de tais fontes, documentais ou bibliográficas, torna-se imprescindível para a não duplicação de esforços, a não “descoberta” de idéias já expressas, a não inclusão de “lugarescomuns” no trabalho. Portanto a revisão bibliográfica permite um embasamento teórico tendo as bases conceituais dos diferentes autores sobre o estudo proposto. 2.1 Contabilidade A contabilidade é uma Ciência Social, cujo objeto de estudo é o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativos e qualitativos. Conforme Sá (1990 apud BASSO, 2005, p. 17), “A história da contabilidade nasce com a própria civilização, em que uma espontânea forma de ter conhecimento sobre utilidades ou riquezas que o homem ia acumulando”. Para Pires e Marques (2007, p. 4), “A contabilidade surgiu nos primórdios da existência humana e adveio da necessidade de se controlar o patrimônio, representado naquela época essencialmente pelos meios de subsistência, tais como os utensílios, roupas, animais e outros pertences”. Para Kroetz (2001, p. 3) a contabilidade é, Uma ciência social que estuda a riqueza patrimonial individualizada, sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo entre seus objetivos a geração de informações e a explicação dos fenômenos patrimoniais, possibilitando o controle, o planejamento e a tomada de decisão, no enfoque passado/presente/futuro. Tudo isso, servindo aos mais diversos usuários, para que eles possam, por meio de seus atos buscarem a prosperidade da entidade e da sociedade. A contabilidade é a mais antiga das ciências, surgiu da necessidade de controlar o patrimônio, passando por várias etapas na história, desde a forma primitiva de evidenciar os 24 lançamentos contábeis, em grutas de pedras, seguido da era da gelatina, onde os registros eram passados para um rolo gelatinosos, onde surgiram as primeiras normas de escrituração. Tais normas fundamentadas pelo frade italiano Lucca Pacciolo, que vislumbrou a importância e a necessidade da adoção de processos administrativos padronizados, feito pelo método das partidas dobradas (SCHNORR et al, 2008). Com o passar dos tempos, a evolução da contabilidade permitiu um grande avanço nas tecnologias organizacionais, as formas antigas de se fazer contabilidade foram substituídas por procedimentos, normas, baseadas em convergências internacionais, tecnologias de informação, registros e informações digitais, esse novo cenário da contabilidade que evidencia a essência sobre a forma, molda a contabilidade nos dias de hoje. 2.1.1 Conceitos A contabilidade é definida por Gouveia, citado por Basso (2005, p. 22) como, “a arte de registrar todas as transações de uma companhia, que possam ser expressas em termos monetários. É também a arte de informar os reflexos dessas transações na situação econômica - financeira dessa companhia.”. Contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial (FRANCO apud BASSO, 2005, p. 22). Ainda, de acordo com Basso (2005, p. 22), Entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e método de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-financeira. Segundo Pires e Marques (2007, p. 5), contabilidade é, Uma ciência que tem como objeto de estudo o patrimônio das células sociais. Estas células sociais são as famílias, empresas, instituições, etc., que fazem parte da sociedade. Tendo a contabilidade como objeto de estudos o patrimônio das células sociais e estando estas inseridas em uma sociedade, logo a contabilidade deve enquadrar-se como Ciência Social, pois a soma dos patrimônios individuais constitui um patrimônio “social” (este termo não tem neste caso qualquer conotação de sociedade como empreendimento). 25 A contabilidade possui objeto próprio, o patrimônio de uma entidade, definido como o conjunto dos bens, direitos e de obrigações, para com terceiros, pertencentes a uma pessoa física, um conjunto de pessoas, ou instituições de qualquer natureza, independente de sua finalidade, e consiste segundo Bugarim (2008, p. 17), “em conhecimentos obtidos por metodologia racional, com as condições de generalidade, certeza e busca das causas, em nível qualitativo semelhante as demais ciências”. 2.1.2 Finalidades A finalidade fundamental da contabilidade para Basso (2005, p. 24) é, “gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento”. Ainda Basso (2005, p. 25) cita as principais funções da contabilidade: - Coletar os documentos comprobatórios dos atos e fatos administrativos e econômicos que ocorrem na entidade; - Classificar os documentos comprobatórios de acordo com as alterações que provocam no patrimônio da entidade; - Registrar os fatos contábeis decorrentes das alterações patrimoniais nos livros de escrituração contábil da entidade; - Acumular informações quantitativas e qualitativas do patrimônio e suas variações, ao longo do tempo; - Resumir informações do patrimônio e suas variações, em demonstrativos contábeis; - Revelar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade. Segundo Kroetz (2001, p.5), “Uma das principais missões da contabilidade é proporcionar informações adequadas e sistemáticas dos fenômenos patrimoniais (fatos contábeis) ocorridos nas células sociais, conhecidas como empresas ou entidades”. Para Bugarim (2008, p. 20), O objetivo da contabilidade manifesta-se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações. Já sob ótica pragmática, a aplicação da Contabilidade de uma Entidade particularizada, busca prover os usuários com informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que compreende registros, demonstrações, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios. Conforme Schnorr et al, (2008, p.28), A contabilidade está para a empresa, seja de grande ou pequeno porte, na mesma importância com que o plano de vôo está para o piloto. Pilotar uma aeronave, 26 independente do seu tamanho ou dos recursos aeroviários sem fazer plano de vôo, corre-se o risco de pouso forçado a qualquer momento e lugar, de consequências imprevisíveis, podendo implicar apenas um grande susto aos passageiros, como também, a total destruição da aeronave, com a morte de todos os usuários. Essa é a essência da contabilidade, processo, ferramenta, controles, demonstrações, ou seja, instrumentos de gestão empresarial. A contabilidade tem a tarefa de produzir informações, sobre o patrimônio e suas variações de modo a evidenciar a situação econômico-financeira em que a mesma se encontra, instrumentalizando o gestor na administração. 2.1.3 Usuários A contabilidade possui um vasto campo de usuários, Basso (2005, p. 26) classifica nas seguintes categorias: - Administradores, diretores e executivos – uso da informação contábil no processo decisório, contribuindo para que as decisões possam ser tomadas com o maior grau de acerto possível; - Sócios e ou acionistas – uso da informação contábil para certificarem-se da real situação do patrimônio da entidade: segurança, lucratividade e rentabilidade do investimento realizado na entidade; - Bancos, financiadores e investidores - informações patrimoniais, econômica e financeiras, com vistas a avaliar as reais garantias oferecidas quando da concessão de empréstimos e das aplicações de dinheiro da entidade; - Fornecedores – semelhante aos bancos e financiadores, os fornecedores realizam estudos sobre as demonstrações contábeis da entidade para aquilatar sua capacidade de liquidar obrigações e suas possibilidades de sucesso econômico, como condicionantes do crédito; - Governos federal, estaduais e municipais – efetuam estudos sobre os dados contábeis das empresas para o planejamento e o controle de suas receitas tributárias, bem como das políticas macroeconômicas. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) realizou, no período de 1° de dezembro de 2008 a 30 de março de 2009, uma pesquisa com 19.918 entrevistados, entre contadores e técnicos em contabilidade no intuito de traçar o perfil atual do profissional brasileiro. Girotto e Ciaffrei (2009). Embora já com defasagem os dados relatam fielmente o perfil do profissional. A seguir, o gráfico 1, demonstra as áreas de abrangência do profissional contábil. 27 Gráfico 1: Situação profissional dos Contabilistas. Fonte: Girotto e Ciaffrei (2009, p. 4). A abrangência da contabilidade possibilita ao profissional contábil atuar em diferentes áreas, com diferentes enfoques e ramos, onde se destaca atividades em escritório, como proprietário, funcionário ou autônomo. 2.1.4 Ramos da contabilidade Assim como no campo de atuações os ramos da contabilidade também são extensos, possuem uma amplitude de áreas de aplicação. Tendo como objeto o patrimônio, Basso (2005, p. 27) descreve o seguinte: O campo da Contabilidade é o mais amplo possível, pois onde existir um patrimônio definido e perfeitamente delimitado, pode também estar aí se defini-lo um campo de aplicação da Contabilidade: micros, pequenas, médias e grandes empresas públicas e privadas, entidades de fins ideais (sociais, culturais, recreativas, desportivas e outras), propriedades rurais e pessoas físicas em geral representam o amplo campo de aplicação da Contabilidade. Ainda para Basso (2005, p.27), os principais campos de aplicação da Contabilidade são: - Contabilidade Comercial; - Contabilidade Industrial; - Contabilidade Pública; - Contabilidade Bancária; - Contabilidade Rural (Agrícola ou Agropecuária); - Contabilidade de cooperativas; - Contabilidade de Seguradoras; 28 - Contabilidade de fundações; - Contabilidade de Construtoras; - Contabilidade Hospitalar e - Contabilidade de Condomínios, entre outros. Para Kroetz (2001, p. 3) a “Ciência Contábil ramifica-se em uma gama de especializações (Contabilidade Gerencial, Agrícola, Pública, Comercial etc.), sendo que cada uma delas estuda o patrimônio sob uma ótica particular, conforme especifica sua identificação”. A figura 2 demonstra os diferentes ramos da contabilidade, sendo que a Ciência Contábil é uma, porém dividida em diversas especialidades. Ciência Contábil Contabilidade Agrícola Outras Contabilidade Comercial Contabilidade Gerencial Contabilidade Social Contabilidade de Custos Figura 2: Ramificações da Ciência Contábil Fonte: Adaptada com base Kroetz (2001, p. 3). Dentre as diversas áreas de atuação do profissional da Contabilidade no Brasil as mais influentes segundo pesquisa realizada por Girotto e Ciaffrei (2009) são: Contabilidade comercial, tributária e gerencial. O gráfico, demonstrado na pesquisa referente às influências das diferentes áreas: 29 Gráfico 2: Influência das áreas de atuação do profissional da Contabilidade. Fonte: Girotto e Ciaffrei (2009, p. 5). Os diferentes campos de atuações do profissional contábil comprovam assim sua versatilidade e reafirma a importância da contabilidade como sendo imprescindível dentro dos diferentes tipos de organizações. 2.2 Contabilidade de Custos A contabilidade de custos teve seu início com a Revolução Industrial, sendo ela derivada da contabilidade financeira e da contabilidade geral. Para Bornia (2002, p. 35) a contabilidade de custos surgiu, Com o aparecimento das empresas industriais (revolução industrial), tendo por objetivo calcular os custos dos produtos fabricados. Antes disso, os artigos normalmente eram produzidos por artesões que, via de regra, não constituíam pessoas jurídicas. Praticamente só existiam empresas comerciais, que utilizavam à contabilidade financeira basicamente para avaliação do patrimônio e apuração do resultado do período. De acordo com Martins (1998, p. 12), A contabilidade de custos nasceu da contabilidade financeira quando havia a necessidade de avaliar os estoques na indústria especificamente. Anteriormente os produtos eram fabricados por artesões, sendo que estes eram constituídos por pessoas físicas, que pouco se preocupavam com os custos de seus produtos. Todavia, naquela época, o processo de produção era muito semelhante ao processo artesanal, que entendia por custo basicamente a matéria-prima e a Mão de obra, que eram sem dúvida os mais relevantes. 30 Ainda Vieira (2010, p. 3) complementa, Com o desenvolvimento e o emprego cada vez mais intenso das máquinas no processo de produção, os novos custos apareceram tornando bem mais complexos os métodos para medi-los. A complexidade destes métodos contábeis, capazes de solucionar cada vez com mais rapidez os custos de fabricação, foi que deu origem a contabilidade de custos. Todas as entidades necessitam de uma contabilidade de custos sendo que, Leone (1997, p. 22) esclarece, Todas as entidades planejam seus objetivos e os meios para atingí-los. Todas elas desejam continuar existindo e algumas querem até crescer. Todas realizam gastos, despesas e custos no sentido de obter receitas. As receitas, auferidas em determinado período ou em determinado trabalho, deverão ser maiores do que os gastos, despesas e custos, que foram realizados no mesmo período ou trabalho, para obtê-las. Essa diferença positiva para algumas entidades é chamada de lucro, para outras, de superávit. As mudanças na contabilidade de custos, atreladas às novas tecnologias no mundo econômico evidenciam o quanto ela é essencial dentro das empresas, onde as informações geradas são estratégicas e de grande importância para a tomada de decisões. Para Beulke (2008) tais mudanças exigem tanto das organizações privadas quanto públicas, ações gerenciais cada vez mais eficazes, para a distribuição de produtos, em tempos reais reduzidos e com menos recursos. A existência de uma contabilidade de custos diminui o ambiente de incerteza do gestor, que passa a dispor de informações técnicas para as suas decisões. Assim sendo, este novo cenário precisa cada vez mais de profissionais capacitados com conhecimento, criatividade e visão empreendedora, capazes de atuar com eficácia neste novo modelo de gestão, proporcionando com isso uma visão gerencial mais abrangente para a contabilidade de custos. 2.2.1 Conceitos A eficiência da gestão de custos está ligada à coerência e compreensão com os conceitos dos diferentes autores sobre o estudo. A contabilidade de custos para Koliver (2008, p. 43) é, A parte da contabilidade que trata da fundamentação teórico-doutrinária, das técnicas, métodos e procedimentos utilizados na apresentação, classificação e avaliação das mutações patrimoniais que ocorrem no ciclo operacional interno das 31 entidades, com vista à correta delimitação dos agregados de valores ou serviços produzidos e às funções exercidas na entidade, durante determinado período de tempo. Conforme Leone (1997, p. 16), “A contabilidade de custos é o ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para os diferentes níveis gerenciais de uma entidade, como auxilio as funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisão”. A contabilidade de custos dos produtos fabricados decorre de duas necessidades, pelos aspectos gerenciais e fiscais (societária), conforme Perez Jr., et al (2001, p. 29), A contabilidade de custos integra a “contabilidade Gerencial”, ou seja, um sistema cujo objetivo é gerar informações úteis a administração das empresas. Para atender a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, as funções da contabilidade de custos se tornaram mais abrangentes, pois o fisco, com base no decreto-lei n 1.598/77, passou a exigir, dentro de certas características, que a empresa mantenha um sistema de custos integrado e coordenado com o restante da empresa. A obrigatoriedade exige uma formalização da contabilidade de custos, no que diz respeito aos seguintes aspectos: sistemática de análise dos gastos; classificação e contabilização; e geração de relatórios e informações sobre os custos de produção. Para Kroetz (2001, p. 6) “A contabilidade de custos centra sua atenção no estudo da composição e no cálculo dos custos, também observa o resultado dos centros ou dos agentes do processo produtivos. A contabilidade de custos tem como característica ser de caráter interno”. É importante ressaltar ainda segundo Kroetz (2001, p. 8-9), que: A Contabilidade de Custos não se aplica somente às indústrias, sendo que é possível calcular custos comerciais, de serviços, agrícolas etc. Porém a ênfase maior é dada à atividade industrial, uma vez que é neste segmento seu maior campo de atuação (motivo esse que leva muitos a denominarem, erroneamente, a contabilidade de custos como sinônimo de contabilidade industrial). Nesta linha, a contabilidade de custos tem como propósito gerar informações para o planejamento e tomada de decisão, por meio de métodos contábeis confiáveis, capazes de demonstrar a real situação da empresa. 32 2.2.2 Classificação dos Custos A classificação dos custos pode ser entendida levando-se em consideração a sua relação quanto à tomada de decisões (relevantes e não relevantes), quanto à identificação (custos diretos e indiretos) e quanto ao volume produzido (variáveis e fixos). 2.2.2.1 Quanto à tomada de decisões A relação dos custos quanto à tomada de decisão pode ser relevantes e não relevantes, para Wernke (2001, p.13), “Custos relevantes são aqueles que se alteram dependendo da decisão tomada e custos não relevantes os que independem da decisão tomada. Assim, os custos realmente importantes como subsídio à tomada de decisão são os relevantes; os outros não necessitam ser considerados.”. 2.2.2.2 Quanto à identificação A classificação dos custos quanto à identificação com o produto, especifica os custos em diretos ou indiretos. Custos diretos são aqueles diretamente ligados ao produto, processo produtivo centro de trabalho. Bornia (2002, p. 44), entende que, “Custos diretos são aqueles facilmente relacionados com as unidades de alocação de custos (produtos, processo, setores, clientes etc.). Exemplos de custos diretos em relação aos produtos são a matéria-prima e a mão de obra direta. A alocação e a análise desses custos são relativamente simples”. Segundo Wernke (2001, p. 13), custos diretos, São os gastos facilmente apropriáveis as unidades produzidas, ou seja são aqueles que podem ser identificados como pertencentes a este ou àquele produto. Por sua natureza, características próprias e objetividade ou por controles individuais como a ficha técnica do produto, sem a necessidade de rateios. Custos indiretos são de difícil identificação, em razão disso precisam de critérios de rateio para sua absorção. “Os custos indiretos vêm historicamente sendo os grandes vilões da contabilidade de custos, por serem de difícil alocação.” Kroetz (2001, p. 8). Custos indiretos não podem ser facilmente atribuídos às unidades, necessitando de alocação para isso. Exemplos de custos indiretos em relação aos produtos são a mão de obra indireta e o aluguel. As alocações causam a maior parte das dificuldades e 33 deficiências dos sistemas de custos, pois não são simples e podem ser feitas por vários critérios. A problemática da alocação dos custos indiretos aos produtos e análise dos mesmos dá origem ao que vamos denominar métodos de custeio, Bornia (2002, p. 44). Os gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividades operacionais, chamados de indiretos e caso sejam alocados necessitam de critérios de rateios. São os gastos que a empresa tem para exercer suas atividades, porém não tem relação direta com o produto, segundo Wernke (2001). A classificação dos custos pela sua identificação está representada na figura 3. Matéria-prima DIRETOS MOD Embalagem CUSTOS INDIRETOS Administração Honorários Energia Elétrica Água Depreciação Seguros Outros Figura 3: Classificação dos Custos em Diretos e Indiretos Fonte: Vieira (2010, p. 12). Assim sendo, os custos diretos estão relacionados com o processo produtivo e são de fácil alocação, já os indiretos não se relacionam diretamente ao produto, sendo de difícil identificação, precisando de métodos de rateios para sua absorção. 2.2.2.3 Quanto ao Volume produzido A forma de avaliação dos custos considerando sua relação com volume de produção os separa em fixos e variáveis. Bornia (2002) define custos fixos como sendo aqueles, que independem do volume da atividade, não variam com alterações no volume de produção, como exemplo, salário do gerente. Os custos fixos relacionam-se com a capacidade instalada da empresa, e seu valor independe do volume de produção, existindo mesmo se a empresa estiver parada, de acordo com Vieira (2010). 34 Conforme Perez Jr., et al (2001, p. 20) os custos fixos têm as seguintes principais características; a. b. c. d. O valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produção; O valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção, por tratar de um valor fixo diluído por uma quantidade maior; Sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pela administração; A variação dos valores totais pode ocorrer em função de desvalorização da moeda ou por aumento ou redução significativa no volume de produção. Nesta linha, Koliver (2008, p. 67) define que, “custos fixos são aqueles que tendem a permanecer num determinado nível, entre certos limites no uso da capacidade instalada da entidade”. Já os custos variáveis são os diretamente ligados ao volume de produção. Wernke (2001, p. 14), acrescenta que, Quanto maior for o volume de produção, maiores serão os custos variáveis totais. São os valores consumidos ou aplicados que têm seu crescimento vinculado à quantidade pela empresa. Têm seu valor determinado em função de oscilações na atividade da empresa, variando de valor na proporção direta do nível de atividade. O exemplo mais adequado para custo variável é a matéria-prima, pois se para produzir uma unidade de produto gastam-se $10, ao produzir duas unidades gastam-se $ 20. Wernke (2001) ainda ressalta a diferença entre custo variável e custo direto. Um custo é variável se ele realmente acompanha a proporção da atividade com que ele é relacionado. O custo direto se pode medir em relação à atividade, setor ou produto. No que se refere aos custos variáveis, Koliver (2008, p. 69), relata que ”os custos variáveis proporcionais na entidade são fixos na unidade produzida, seja ela um bem ou um serviço”. Na sequência a figura 4, demonstra a distinção dos custos fixos dos variáveis; Matéria-prima VARIÁVEIS MOD Embalagem CUSTOS FIXOS Energia Elétrica Água Depreciação outros Figura 4: Classificação dos Custos em Fixo e Variável Fonte: Kroetz (2001, p. 52). 35 Portanto, quanto ao volume produzido, os custos podem ser variáveis, ou seja, variam de acordo com as quantidades produzidas, já os fixos independem, pois seu valor é fixo e não altera com o aumento da produção. 2.2.3 Custos com Pessoal Um dos elementos na composição do custo total do produto, é o custo com pessoal, é a energia (força) humana usada na transformação dos materiais diretos em produtos finais. Podendo ser direta ou indireta. Vieira (2010, p. 18) define mão de obra, como sendo: O elemento humano utilizado para a transformação dos materiais diretos em um produto. As horas necessárias do pessoal ou da quantidade de funcionários diretos, utilizados no processo de fabricação é que determina o custo com mão de obra. É muito variável a participação da mão de obra no processo produtivo, pois depende do ambiente em que se utiliza. A mão de obra pode ser classificada em direta e indireta. Para Martins (2001) mão de obra direta (MOD) é aquela representada pelos operários envolvidos diretamente na elaboração de um determinado tipo de bem entre os vários tipos que podem ser elaborados na empresa, numa fábrica ou num setor. É a mão de obra cujo custo pode ser apropriado diretamente a cada um dos diferentes tipos de bens elaborados, no momento da ocorrência do custo, ou seja, durante o ciclo produtivo da empresa. Conforme Bornia (2002, p. 39) “Os custos de mão de obra direta, são aqueles diretamente relacionados com os trabalhadores em atividade de confecção do produto, isto é, representam o salário dos operários diretamente envolvidos com a produção”. A composição dos custos de mão de obra indireta é feita por aquelas pessoas que não trabalham diretamente com o processo produtivo. Para Perez Jr., et al (2001, p. 25) a “mão de obra indireta é representada pelo trabalho realizado nos departamentos auxiliares nas indústrias ou prestadoras de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço executado”. Os mesmos autores (p. 20) acrescentam que, “o custo da mão de obra compõem-se de salários, encargos sociais e provisões para férias e 13 salário”. Ainda em relação à mão de obra, Bacic et al (2010, p.23), relatam que: Há que se destacar que, conforme fixado na Constituição Federal de 1988, em seu artigo art. 7º inciso XIII e CLT artigo 58, a jornada de trabalho não ultrapassasse 8 horas diárias e 44 horas semanais. Importante salientar que existem outros tipos de 36 jornada de trabalho, aquelas chamadas jornadas especiais com duração de tempo menor. No Brasil há duas grandes categorias de funcionários, segundo a forma de contrato de trabalho (registro na carteira profissional), os mensalistas (salário pago por mês) e os horistas (salário pago por hora). ... A remuneração, conforme disposto no artigo 457 da Consolidação das Leis do Trabalho, é toda importância paga pelo empregador ao empregado em decorrência da contraprestação de serviços. Compõem a remuneração, além do salário correspondente, na contraprestação de serviços em decorrência do contrato de trabalho, outros valores decorrentes de horas extras, adicional noturno, adicional periculosidade, adicional insalubridade, descanso semanal remunerado (em se tratando de contrato de trabalho com salário fixado por hora), prêmios de assiduidade e demais vantagens recebidas pelo empregado na vigência do contrato de trabalho. É importante observar, segundo Bruni e Fama (2004, p. 96), que: Embora a mão de obra direta seja tratada como variável já que esta associada aos volumes produzidos, no Brasil, em função das restrições legais, os salários e encargos devem ser considerados como fixos. A eventual diferença entre o gasto total com a mão de obra e mão de obra direta, alocada ao produto, representa a ociosidade ou a perda do trabalho pago, porém não utilizado, podendo ser agrupado genericamente na categoria de mão de obra indireta. Cabe salientar que a ociosidade também pode compor o custo de mão de obra, porém, nos dias atuais nem sempre o mercado paga este custo, diante da competitividade acrescer a ociosidade como um custo indireto pode comprometer o produto e levá-lo até sua exclusão. Entretanto antes de repassar este custo é preciso avaliar as causas e consequentemente as possibilidades de atribuí-lo ao produto, com grande cautela. Durante muito tempo este foi um custo bastante significativo, embora ainda com muita significância, porém em menor proporção, hoje as empresas investem cada vez mais em máquinas, capazes de produzir mais em menos tempo. Visto ao crescimento de outras modalidades de custos, principalmente os indiretos, continuam sendo de extrema importância e sua correta apropriação setorial é fundamental para concretização do custo total. 2.2.4 Custos com Materiais Os materiais adquiridos, junto de todos os gastos incorridos até que chegue ao estabelecimento formam o custo com materiais. Para tanto o controle dos materiais é essencial para evidenciar a composição dos custos dos mesmos, e inicia com a aquisição pelo departamento de compra, que deverá obedecer a critérios de avaliação da qualidade da mercadoria ou material e a compatibilidade de preço. Vieira (2010, p. 22) descreve que a 37 continuação do processo de controle segue até o processo final de transformação, com as seguintes etapas: - Almoxarifado – controle diário por meio de sistema de entrada das mercadorias ou materiais e controle das saídas por meio de requisição. No recebimento dos materiais deve ser procedida uma vistoria do acondicionamento para evitar desperdícios. Serve de base para os registros contábeis e também controle físico de estoque. - Controle dos desperdícios e das perdas de materiais - é inerente, porém inevitável, que durante o processo de produção, ocorra desperdícios e perda de materiais que fazem parte da expectativa da empresa. - Controle de rotinas com perdas anormais - com que freqüência ocorre mesmo que involuntariamente, avaliação das causas e medidas de precaução. Exemplo: acabou a produção do produto e veio um temporal que inundou toda a fábrica, todos os produtos foram danificados. Sendo assim, integram os custos dos materiais, segundo Martins (2001, p.142), Todos os sacrifícios incorridos até sua utilização: impostos de importação, fretes, seguros, armazenagem, recepção etc. Em alguns casos, a parte desses gastos que é feita internamente pode ser jogada para Custos Indiretos e ser rateados aos produtos. Não se incluem nesse tratamento Despesas Financeiras. Cabe ressaltar, que ao se tratar de materiais importados, a variação incorrida entre a data da incorporação do bem ao ativo da empresa e a data do efetivo pagamento deve ser apropriada como despesa financeira Perez Jr., et al (2001). Na compra dos materiais algumas variáveis precisam ser observadas, embora não compondo o custo de aquisição incorporado ao estoque Perez Jr., et al (2001, p. 33), argumenta que: Nas empresas industriais, os tributos indiretos - Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviço (ICMS) - pagos na aquisição de mercadorias e materiais representam, de acordo com a legislação pertinente, créditos da empresa junto ao governo e serão compensados com os mesmos impostos que serão devidos pela venda das mercadorias ou produtos. Tais materiais com seus devidos custos apurados irão compor o estoque, lugar de destaque na composição patrimonial das entidades, especialmente empresas industriais, uma vez que reúne o registro de elementos que se destinam à produção de bens (BASSO, 2005). Sobre os estoques Zanon (2008, p. 28) enfatiza que “é mercadoria/produto não consumido com valor que está a disposição. Muitas empresas “estimam” o valor do estoque por absoluta falta de condições de quantificar com precisão. A avaliação do estoque é uma das formas de controle de preços, custo e saldo. Atende exigências fiscais, contábeis e administrativas”. 38 O estoque armazena tais materiais, e necessitam de métodos de avaliação para separar os custos dos materiais, mercadorias e produtos entre o que foi consumido e vendido e o que permanece no estoque. Vários são os métodos de avaliação, sendo que os legalmente aceitos no Brasil são: PMPM (preço médio ponderado móvel) e PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai). Conforme Bruni e Famá, (2004, p. 53), - PEPS: primeiro a entrar, primeiro a sair, ou em inglês, Fifo, first in, first out. O custo a ser contabilizado em decorrência de consumo no processo produtivo é feito “de trás para frente”. São baixados, em primeiro lugar, os materiais diretos adquiridos há mais tempo e, depois, os mais novos, nesta ordem; - Custo Médio Ponderado: pode ser móvel ou fixo (PMPM ou PMPF). O custo a ser contabilizado representa uma média dos custos de aquisição. Zanon (2008, p. 29), complementa: PEPS - O método supõe que o custo corresponda a ordem de aquisição, ou seja a preços antigos. É indicado quando o giro de estoque for rápido. É mais fácil para conciliar com o inventário. É igual ao estoque final do balanço. Há pressuposto de que os valores mais recentes estejam à disposição para o uso ou venda. Minimiza o custo e maximiza o lucro. Preço Médio (simples ou ponderado) – Aplica custos médios em lugar dos custos efetivos. Nivela custos médios de preços. Aproxima-se do PEPS. Supõe um controle exaustivo durante o ano. Baseia-se na hipótese de que o material/mercadoria está misturado impedindo a entrega de qualquer lote particular a preços diferenciados ou específicos. A principal vantagem do método é a simplicidade. Sendo assim, os custos com materiais iniciam desde o processo de sua compra, até sua armazenagem. 2.2.5 Custos Patrimoniais Os custos patrimoniais são derivados do desgaste do patrimônio, elementos do ativo imobilizado, compostos pela depreciação, exaustão e amortização. Basso (2005, p. 226), conceitua: Os elementos que integram o ativo imobilizado, como visto, têm como características comum a durabilidade, isto é, permanecem no patrimônio da entidade por período prolongado, geralmente acima de dois exercícios sociais. Esse fato faz com que a técnica contábil encontre formas plausíveis para ratear os custos do imobilizado ao longo dos períodos contábeis em que esses elementos estiverem em uso. Tal procedimento se constitui na adoção do artifício da depreciação, exaustão e/ou amortização, conforme o caso. 39 Conforme Vieira (2010, p. 38), Quase todos os recursos aplicados no Ativo Imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica, com exceção dos bens não perecíveis (ex.: terrenos). Isso corresponde à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens fiscais sujeitos a desgastes (deterioração) ou perda de utilidade (obsolescência). Dessa forma, o custo de tais ativos deve ser alocado aos exercícios beneficiados pelo seu uso no decorrer de sua vida útil (conforme rege o princípio da competência). A depreciação é a perda de valor de componentes do ativo imobilizado, essa perda de valor é encontrada por taxas de depreciação que embora a Secretaria da Receita Federal estipule limites, nada impede da empresa adotar taxas diferentes, adequando as suas necessidades e realidades, desde que faça a prova desta adequação, Vieira (2010). Os Custos Patrimoniais eram regidos pela legislação como regra geral, com alíquotas fixas para cada classe de ativo tangível, independentemente do ramo de atividade. Com a introdução das normas internacionais as empresas passam a analisar seus ativos de acordo com sua realidade e propondo suas alíquotas para cálculo, tendo como base a norma NBC T 16.9. De acordo com a NBC T 19.41, (CRC 2011), - a entidade deve alocar o valor depreciável de ativo em base sistemática ao longo da sua vida útil. - Fatores como, por exemplo, mudança na maneira como o ativo é utilizado, desgaste e quebra relevante inesperada, progresso tecnológico e mudança nos preços de mercado podem indicar que o valor residual ou a vida útil do ativo mudou desde a data de divulgação anual mais recente. Se tais indicações estiverem presentes, a entidade deve revisar suas estimavas anteriores, caso as expectativas atuais divirjam, corrigir o valor residual, o método de depreciação ou a vida útil. A entidade deve contabilizar a mudança no valor residual, no método de depreciação ou na vida útil como mudança de estimativa contábil. - A depreciação do ativo se inicia quando o ativo está disponível para uso, isto é, quando está no local e em condições necessárias para funcionar da maneira pretendida pela administração. A depreciação termina quando o ativo é baixado. - A entidade deve escolher o método de depreciação que reflita o padrão pelo qual se espera consumir os benefícios econômicos futuros do ativo. Os possíveis métodos de depreciação incluem o método da linha reta, método dos saldos decrescentes e método baseado no uso, tal como o método das unidades produzidas. 40 Koliver (2008, p. 163) conceitua, “A depreciação, em termos econômicos, é a expressão monetária da perda de valor de um bem integrante do imobilizado, causada pelo uso ou outras razões de natureza física, acidentes ou perda de utilidade econômica”. Em virtude da perda de valor é utilizado métodos de depreciação, o método linear; o método dos saldos decrescentes; o método das unidades produzidas, sendo o linear o mais simples conforme Vieira (2010, p. 40), Depreciação por quota fixa, por período de tempo, conhecido como depreciação linear reta (ou método linear devido a sua simplicidade), onde a taxa é encontrada efetuando-se a divisão do valor a ser depreciado pelo tempo de vida útil do bem. Fórmula: D= (C-Vr) / n Onde: D - depreciação; C- Custo inicial corrigido; Vr- valor residual; n- tempo de vida útil do bem Valor residual - é aquele valor que se considera como o alcançado por um bem, depois de haver incorrido sobre o mesmo as deduções de depreciação, exaustão e amortização ou quaisquer outras em decorrência da perda de capacidade funcional. A depreciação é um custo patrimonial de grande significância, com a introdução cada vez maior de máquinas as indústrias precisam avaliar e analisar esta variável dando grande ênfase. 2.3 Métodos de Custeio Método significa como se chega a um resultado. A contabilidade de custos possui vários métodos de apropriação, classificados de acordo com os objetivos e necessidade de cada empresa. Entre os inúmeros métodos estão: o Custeio Variável ou Direto, Baseado em Atividades (Activity-based costing - ABC), Custos por Absorção (Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit - RKW) e o Custeio Padrão. Wernke (2001, p. 20) destaca que, A atribuição de valores “verdadeiros” aos produtos passou a constituir um dos principais objetivos da contabilidade de custos, tanto para a divulgação em demonstrações financeiras periódicas – do montante do estoque final e do custo dos produtos vendidos – quanto como base para decisão sobre o mix ótimo de produtos. Para tanto, torna-se necessário um sistema de custos que consiga mensurar e alocar os custos aos produtos, da forma mais adequada possível. Ou seja, calcular o custo total de cada produto, assumindo este custo total como resultante da soma dos custos variáveis aos custos fixos (ou a soma dos custos diretos aos custos indiretos). 41 Conforme Bruni e Famá (2004, p. 208), Um dos maiores problemas dos sistemas de custeio consiste na alocação dos custos indiretos (variáveis ou fixos) aos produtos. Em processos de tomada de decisões, muitas vezes, os custos fixos rateados de forma imprecisa levam a decisões inadequadas, como o corte de produtos lucrativos ou mesmo corte de produtos deficitários. Portanto a eficácia de uma gestão de custos depende muito da correta alocação dos mesmos, sendo assim, o entendimento de todas as formas de alocação são essenciais para a efetividade nas análises e informações geradas. 2.3.1 Custeio por Absorção Este método foi desenvolvido na Alemanha no inicio do século 20, também conhecido como Reichskuratorium für Wirtschaftlichtkeit - RKW, consiste em apropriar todos os custos (diretos e indiretos, fixos e variáveis). Esta forma de custeio é bastante usada no Brasil, pois respeita os Princípios da Contabilidade, é aceito pela legislação comercial e fiscal, pela lei n° 6.404/76, em seu art. 177. Nesse método, todos os custos são alocados aos produtos fabricados. Assim, tanto os custos diretos quanto os indiretos são incorporados aos produtos. Os primeiros por meio da apropriação direta, e os indiretos, por meio de sua atribuição com base em critérios de rateio Perez Jr., et al (2001). As vantagens deste método segundo Kroetz (2001) são: considera o total dos custos por produto, formação de custos para estoques, permite a apuração do custo por centro de custos. Já as desvantagens são as seguintes: poderá elevar artificialmente os custos de alguns produtos, não evidencia a capacidade ociosa da empresa, os critérios de rateio são sempre arbitrários, portanto nem sempre justos. A desvantagem do custeio por absorção, conforme Wernke (2001) consiste na utilização dos rateios para distribuir os custos entre os departamentos e/ou produtos. Como nem sempre tais critérios são objetivos, podem distorcer os resultados, penalizando alguns produtos e beneficiando outros. 42 2.3.2 Custeio Variável ou Direto O método de custeio direto (direct costing) é usado para fins gerenciais, com informações que auxiliam o gerenciamento, não sendo aceito pela legislação. Com base no custeio variável, Kroetz (2001, p. 60), esclarece que, Só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado do exercício; para o estoque só vão, como conseqüência os custos variáveis (indiretos e/ou diretos), motivo que leva a legislação não aceitá-lo, ou ainda, dentro desse método os custos variáveis são considerados como atribuíveis aos produtos é o caso de materiais e mão de obra direta. Já os custos fixos são tratados como despesas do período e, portanto, não são ativados na conta de estoques. Conforme Bruni e Famá (2004, p. 220), Em função das distorções causadas pelos rateios de custos fixos ou indiretos, genericamente, no processo de tomada de decisão, sugere-se a adoção do custeio variável. Algumas das principais vantagens do método do custeio direto podem ser descritas como fato de impedir que aumentos de produção que não correspondem a aumento de vendas distorçam os resultados e consistam em melhor ferramenta para a tomada de decisões dos gestores, já que o método de custeio por absorção pode induzir a decisões erradas sobre a produção. O sistema de custeio direto ou variável prevê uma apropriação de caráter gerencial, considerando exclusivamente os custos variáveis dos produtos vendidos, enquanto os custos fixos ficam separados e são considerados como despesas do período. Perez Jr., et al (2001). Assim, baseado nos métodos de custeio por absorção e variável, a composição do custo total de produção, envolve três elementos de custos, que segundo Bornia (2002, p. 39), “Os custos de fabricação estão relacionados com a fabricação dos produtos, sendo normalmente divididos em Matéria-Prima (MP), Mão de obra Direta (MOD) e Custos Indiretos de Fabricação”. Os principais elementos que influenciam no resultado de qualquer organização, segundo Bruni e Famá (2004), são representados por receitas auferidas, dos custos, diretos ou indiretos e despesas incorridas. 43 ESTOQUE CUSTOS (+) RECEITAS DIRETOS PRODUTO A (-) CPV INDIRETO S PRODUTO B (-) DESPESAS RATEIO PRODUTO C (=) RESULTADO Figura 5: Elementos de Custos Fonte: Bruni e Famá (2004, p. 36) É importante frisar que o custo de um produto começa a ser incorrido bem antes da fase inicial dos processos produtivos, tais como: desde sua concepção e planejamento, pesquisa e desenvolvimento, design preliminar, design detalhado, divulgação, promoção, comercialização, suporte logístico, assistência pós-venda etc, Perez Jr., et al (2001). 2.4. Despesas Mensais As despesas mensais correspondem ao montante usado com o funcionamento da empresa, porém não identificado com a fabricação. São exemplos de despesas ainda conforme Kroetz (2001, p.11), A comissão do vendedor, por exemplo, é ainda um gasto que se torna imediatamente uma despesa. O equipamento usado na fábrica, que fora gasto transformado em investimento e posteriormente considerado parcialmente como custo torna-se, na venda do produto feito, uma despesa. A máquina de escrever da secretária do diretor financeiro, que fora transformada em investimentos, tem uma parcela reconhecida como despesa (depreciação), sem transitar pelo custo. Bornia (2002, p. 40) complementa, Despesa é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação. São as atividades fora do âmbito da fabricação. A despesa é geralmente dividida em administrativa, comercial e financeira. Portanto, as despesas são diferenciadas dos custos de fabricação pelo fato de estarem relacionadas com a administração geral da empresa. 44 Marion (1997 apud MARETH et al, 2010, p. 9) descreve os principais grupos de despesas operacionais: • Despesas com vendas: são todas as despesas que farão parte do produto a partir do momento em que ele está pronto para ser colocado à venda, por exemplo: comissões sobre as vendas, propaganda, marketing, dentre outras; • Despesas administrativas: referem-se às despesas necessárias para gerir a empresa ou seja, gastos nos escritórios, por exemplo: honorários administrativos, salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis, depreciação, dentre outros; • Despesas financeiras: é toda e qualquer despesa oriunda do capital de terceiros como juros pagos aos bancos e descontos concedidos. As despesas são os gastos para o funcionamento da empresa, e sua identificação não se dá no processo de produção, desta forma não compõem o custo do produto. 2.5 Análise de Custo, Volume e Resultado A análise de custo, volume e resultado fazem parte dos instrumentos de custos, servindo de uma importante ferramenta para a tomada de decisões. Um conjunto de procedimentos, denominados análise de custo-volume-lucro, determina, A influência no lucro provocada por alterações nas quantidades vendidas e nos custos. Na verdade, os fundamentos da análise de custo-volume-lucro estão intimamente relacionados ao uso de sistemas de custo no auxilio à tomada de decisões de curto-prazo, característica do custeio variável (BORNIA, 2002, p. 72). Conforme Wernke (2001, p. 41), As análises de custo, volume e lucro são modelos que visam demonstrar, de forma gráfica ou matemática, as inter-relações existentes entre as vendas, os custos (fixos ou variáveis), o nível de atividade desenvolvido e o lucro alcançado ou desejado. Seu estudo proporciona respostas a questões relacionadas ao que acontecera com o lucro da empresa se ocorrer: a) aumento ou diminuição do custo (variável ou fixo); b) diminuição ou aumento do volume de vendas; e c) redução ou majoração dos preços de venda. A relação entre custos fixos e variáveis consiste, “em importante etapa na análise de formação de preços e projeções de lucros obtidos a diversos níveis possíveis de produção e vendas”, Bruni e Famá (2004, p. 240). 45 2.5.1 Formação do Preço de Venda A formação de preços é amplamente estudada, pois para analisar a sua formação é importante conhecer o mercado em que a empresa atua. O comportamento do mercado, bem como as necessidades do cliente, os gastos para se produzir, são informações que nortearão a formação do preço, o comportamento da oferta e da procura. De acordo com Perez Jr., et al (2001). Neste sentido Welch comenta que “Estamos na década do valor. Se você não conseguir vender um produto da melhor qualidade pelo menor preço do mundo, você estará fora do jogo (...) a melhor maneira de reter seus clientes é imaginar constantemente como lhes dar mais por menos”, Jack Welch, Presidente da General Eletric (apud BRUNI e FAMÁ, 2001, p. 349). Na formação do preço de um produto vários fatores influenciam: Concorrência: nos mercados onde há várias empresas oferecendo produtos semelhantes, o preço tenderá a ser menor do que seria se não houvesse competidores. Clientes: ao estabelecer ou alterar o preço, as empresas se preocupam com as reações de seus clientes. Os clientes podem diminuir o consumo, ou até mesmo deixar de consumir o produto. Podem passar a fabricar o produto, ou adquirir um produto substituto. Gastos: para produzir um produto, as empresas incorrem em uma série de gastos. O que o empresário espera é recuperar todos os gastos que efetuou e ainda obter algum lucro. Governo: pode ter uma influência muito forte na formação dos preços dos produtos e serviços ou mesmo determinar o preço do produto: são muitas as formas de que dispõe o governo para influenciar nos preços: subsídios, incentivos fiscais, à produção, à exportação, restrições ou estímulos à importação, criação ou ampliação de tributos etc. Perez Jr., Oliveira e Costa (2001, p. 265). Os clientes procuram um produto para satisfazer a um desejo ou uma necessidade, essa relação deve ser levada em consideração para elaborar o preço de venda. O valor que é atribuído ao bem e que justifica a cobrança de preços maiores. Bruni e Famá (2004, p. 352) definem, Para que se determine a cobrança de preços superiores aos custos, é preciso criar valores ainda mais elevados. O processo de criação de valor passa, necessariamente, pela ampliação do conceito de produto. Como dizia Charles Revlon, fundador da empresa de cosméticos que leva seu sobrenome: “na fabrica produzimos cosméticos; nas lojas vendemos esperança.” Ou seja, os consumidores não compram pura e simplesmente cosméticos, mas a esperança de se tornarem mais belos. O valor atribuindo que justifica a cobrança de preços maiores está no conceito ampliado e na esperança proporcionada. 46 Em uma economia instável outro fator de grande importância na formação do preço de venda é o custo financeiro, em período de altas taxas de inflação, o custo financeiro de uma operação passa a ser uma das variáveis mais importantes na formação do preço. As negociações se voltam mais para os prazos de pagamento e recebimento Perez jr., et al (2001). Sendo assim os cálculos precisam ser rápidos e eficientes, e a formação do preço de venda é o resultado de uma análise bem elaborada, da empresa e do mercado em que está inserida. 2.5.1.1 Mark-up O Mark-up ou taxa de marcação, é o índice que é aplicado ao custo de um bem ou serviço, para formação do seu preço de venda. O índice tem por finalidade conforme Wernke (2001, p.130), Cobrir os fatores, como tributação sobre vendas (ICMS, IPI, PIS, COFINS ou Simples), percentuais incidentes sobre o preço de venda (comissões sobre vendas, franquias, comissão da administradora do cartão de crédito etc.), despesas administrativas fixas, despesas de vendas fixas, custos indiretos de produção fixos e margem de lucro. O mark-up pode ser calculado de duas formas, multiplicador e divisor, onde: “multiplicador - mais usual, representa por quanto devem ser multiplicados os custos variáveis para se obter o preço de venda a praticar; e divisor – menos usual, representa percentualmente o custo variável em relação ao preço de venda.” Bruni e Famá (2004, p. 341). Define o mark-up pelas equações: a) Divisor: 100% - (impostos + despesas administrativas + lucro) 100 b) Multiplicador: 1 Mark – up divisor Portanto o mark-up independente do tipo, seja multiplicador ou divisor, terá o mesmo valor final. Assim sendo, existem duas maneiras de cálculo para chegar ao preço de venda. Cabe ao gestor utilizar a forma que mais tiver afinidade. 47 2.5.2 Apuração da Margem de Contribuição A margem de contribuição é um poderoso instrumento de análise, para uma boa gestão. “o estudo da margem de contribuição é elemento fundamental para decisões de curto prazo. Além disso, o estudo da margem de contribuição possibilita análises objetivando a redução dos custos, bem como políticas de incremento de quantidade de vendas e redução dos preços unitários de venda dos produtos” Wernke (2001, p. 44). Contribuirá para pagar os custos fixos e gerar lucro. A margem só é possível pelo método de custeio variável ou direto, pois na metodologia de custeio por absorção os custos fixos fazem parte do custo dos produtos vendidos. A margem de contribuição (MCu) unitária é igual ao preço de venda unitário do produto (PVu) menos seus custos variáveis unitários (CVu) e despesas variáveis unitárias (DVu), que Vieira (2010, p. 39) define pela seguinte fórmula: MCu = PVu– CVu – DVu Para Bornia (2002, p. 72), “Margem de contribuição é o montante das vendas diminuídas dos custos variáveis. A margem de contribuição unitária, analogamente, é o preço de venda menos os custos variáveis unitários do produto.” Sobre a margem de contribuição unitária, Bornia complementa, Representa a parcela do preço de venda que resta para a cobertura dos custos e despesas fixas e para a geração do lucro por produto vendido. Para melhor entender esse conceito, suponha que a empresa decida produzir (e vender) uma unidade A MAIS de seu produto. A receita será acrescida de um valor equivalente ao preço de venda do produto, enquanto que os custos aumentarão em um montante igual aos custos variáveis unitários. A diferença é justamente a margem de contribuição unitária. A margem de contribuição total (MC total) representa a parcela do preço que está disponível para cobertura dos custos fixos e para a geração do lucro. Para Vieira (2010, p. 39) é representada pela margem de contribuição unitária multiplicado pelo montante de vendas, na seguinte fórmula: MC Total = MCu x Quantidades vendidas 48 Desta forma os indicadores gerados com a margem de contribuição, contribuem para instrumentalizar o gestor na tomada de decisão. 2.5.3 Ponto de equilíbrio, Contábil, Econômico e Financeiro Os diferentes pontos de equilíbrio fornecem informações para o gerenciamento da organização, com enfoques diferentes. Segundo Bornia (2002) a diferença entre eles são os custos e despesas fixos a serem considerados em cada caso. O ponto de equilíbrio é outro conceito da contabilidade gerencial, na literatura pode ser encontrado outras denominações para expressá-lo: ponto de ruptura, Break-even Point, Base Line, ponto de partida, ponto de nivelamento, ponto critico ou ponto quebra. Wernke (2001). O ponto de equilíbrio possibilita adaptações que suprem as informações gerenciais não possuídas, tais adaptações originam tipos de ponto de equilíbrio distintos, que se ajustam às diversas situações de planejamento das atividades da empresa. A informação do ponto de equilíbrio é importante, pois identifica o nível mínimo de atividade que a entidade ou cada divisão deve operar Wernke (2001). Partindo do pressuposto das informações Bornia (2002, p. 79) explica, Os três pontos de equilíbrio fornecem importantes subsídios para um bom gerenciamento da empresa. O ponto de equilíbrio financeiro informa o quanto a empresa terá de vender para não ficar sem dinheiro e, conseqüentemente, ter de fazer empréstimos, prejudicando ainda mais os lucros. Se a empresa estiver operando abaixo do ponto de equilíbrio financeiro, ela poderá até cogitar uma perda temporária nas atividades. O ponto de equilíbrio econômico mostra a rentabilidade real que a atividade escolhida traz, confrontando-a como outras opções de investimento. Segundo Wernke (2001, p.49) o ponto de equilíbrio representa, “o nível de vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízo. Ou seja, o número de unidades vendidas no ponto de equilíbrio é suficiente para a empresa pagar seus custos fixos e variáveis, sem gerar lucro”. 2.5.3.1 Ponto de equilíbrio Contábil O ponto de equilíbrio contábil pode ser representado em unidades e valor. Sendo que em unidades define o número de produtos (peças, metros, quilos) que deve ser fabricado e vendido para que o resultado seja zero, ou seja, não tenha lucro nem prejuízo. Assim sendo cada produto vendido irá cobrir, com sua margem de contribuição unitária, uma parte dos 49 custos fixos totais da empresa. Wernke (2001). Assim sendo o ponto de equilíbrio contábil unitário para Wernke (2001, p. 50) é representado pela seguinte fórmula: PEC un. = custos fixos $ Margem de contribuição unitária $ Para determinar tal quantidade, divide-se o valor total dos custos ($) pelo valor da margem de contribuição unitária ($). Assim, cada produto vendido irá cobrir, com sua margem de contribuição unitária, uma parte dos custos fixos totais da empresa. [...] o ponto de equilíbrio contábil em unidades pode ser considerado o mais utilizado no cotidiano do analista de custos, tendo em vista sua facilidade de entendimento e obtenção, bem como nas muitas aplicações a que pode ser destinado. Wernke (2001, p. 49) O ponto de equilíbrio em valor representa qual o valor mínimo (em $) que deve ser vendido para que a empresa não tenha prejuízo nem lucro. Wernke (2001, p.51), calcula pela fórmula: PEC valor = custos fixos $ Percentual da margem de contribuição (%) 2.5.3.2 Ponto de equilíbrio Econômico A quantidade necessária para atingir o lucro desejado é informada pelo ponto de equilíbrio econômico. Distinguindo-se das demais formulas de ponto de equilíbrio por incluir a variável “Lucro desejado”. Wernke (2001, p. 53), representa pela formula: PEC econ. = custos fixos ($) + lucro desejado($) Margem de contribuição unitária ($) Segundo Bruni e Famá (2004, p. 257), O conceito de ponto de equilíbrio econômico apresenta a quantidade de vendas (ou faturamento) que a empresa deveria obter para poder cobrir a remuneração mínima do capital próprio nela investido – considerando valores de mercado. Nesse caso, o lucro obtido deveria ser igual à remuneração do capital próprio (RCP), também denominada custo de oportunidade do capital próprio. 50 Ponto de equilíbrio econômico é o nível de produção e vendas em que o lucro líquido do exercício é predeterminado, representa a quantidade de vendas necessárias para atingir determinado lucro, Perez Jr., et al (2001). 2.5.3.3 Ponto de equilíbrio Financeiro O ponto de equilíbrio financeiro informa em unidades ou valor, suficiente para pagar os custos e despesas variáveis, os custos fixos (exceto a depreciação) e outras dívidas que a empresa tenha que saldar no período, tais como empréstimos e financiamentos, conforme Wernke (2001). O ponto de equilíbrio financeiro corresponde à quantidade que iguala a receita total com a soma dos gastos que representam desembolso financeiro para a empresa. Assim, no cálculo do ponto de equilíbrio financeiro não devem ser considerados gastos relativos a depreciação, amortização ou exaustão, pois estas não representam desembolso para a empresa. Bruni e Famá (2004, p. 260). A fórmula do ponto de equilíbrio financeiro (PE fin.) em quantidades, segundo Wernke (2001, p. 52) é, PE fin. = Custos fixos ($) – Depreciações ($) + Dívidas do período ($) Margem de contribuição unitária ($) Ponto de equilíbrio financeiro é o nível de produção e vendas em que o saldo de caixa é igual à zero, representa a quantidade de vendas necessárias para cobrir os gastos operacionais e não operacionais, de acordo com Perez Jr., et al (2001). 2.5.4 Margem de segurança operacional A margem de segurança é o que excede das vendas da empresa sobre as vendas que representam o ponto de equilíbrio. A margem de segurança pode ser expressa quantitativamente, em unidades físicas ou monetárias ou sob forma de índice (percentual). A forma mais utilizada é por índice, por ser mais fácil de ser analisada pelos gestores. Bornia (2002). 51 Segundo Wernke (2001) a margem de segurança representa o quanto às vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa, podendo ser expressa quantitativamente, em unidades físicas ou monetárias, ou sob forma percentual. Para obtenção da margem de segurança podem ser utilizadas as seguintes fórmulas: a. b. c. Margem de segurança em valor ($) = vendas efetivas ($) menos vendas no ponto de equilíbrio ($). Margem de segurança em unidades = vendas efetivas em unidades menos vendas em unidades no ponto de equilíbrio. Margem de segurança em percentual (%) = margem de segurança ($) dividido por vendas totais ($). Segundo Bruni e Famá (2004, p. 264) “A margem de segurança indica a distância física em que a empresa está trabalhando em relação ao seu ponto de equilíbrio”. A margem de segurança pode ser vista como uma medida crua do risco. Se a margem de segurança de uma empresa for grande dado às vendas esperadas para o ano futuro, o risco de sofrer perdas, caso as vendas caiam, é menor do que se a margem de segurança fosse pequena. Diante disso o gestor precisa estar atento, para que possa ajustar os planos da organização, frente às mudanças e eventos desconhecidos que envolvem o mercado. 2.6 Gestão Estratégica de Custos As empresas para se manter no mercado, cada vez mais competitivo, precisam adotar um posicionamento estratégico, que represente situação favorável frente à concorrência. Wernke (2001). A gestão estratégica tradução da expressão inglesa Strategic Cost Management, tendo a função de orientar e controlar as diversas atividades da empresa, visando à melhoria continua de desempenho, analisando todas as variáveis com as devidas comparações as abordagens tradicionais das análises de custos, de acordo com Perez jr., et al (2001). Martins (2000 apud PEREZ JR., et al, 2001, p. 285) argumenta que, “a expressão gestão estratégica de custos vem sendo utilizada nos últimos tempos para designar a interação que deve haver entre o processo de gestão de custos e o processo de gestão da empresa em sua totalidade”. Conforme Wernke (2001, p. 67), tais estratégias podem ser entendidas como: a) Liderança de custo: deve-se ter um produto de baixo custo, para que se possa obter um bom potencial de manutenção de preços baixos; b) Diferenciação: deve-se criar um produto ou serviço diferençável no mercado; 52 c) Enfoque: deve-se encontrar um nicho no mercado, no qual seja possível competir favoravelmente e nesse mercado restrito podem ser utilizados as estratégias genéricas “liderança em custos” ou diferenciação. As empresas estão sendo obrigadas a se adaptar a nova realidade do mercado e a se aperfeiçoar de forma continua, buscando a excelência produtiva, exigindo especialização e competência nas atividades, se esta quiser manter-se no mercado. Bornia (2002). Neste contexto, Abreu interpreta da seguinte forma: A globalização da economia e a velocidade com que ocorrem as mudanças tecnológicas vêm acentuando a necessidade de as organizações buscarem constantemente a melhoria de seus produtos e/ou serviços. Isso reforça de maneira crescente a competição que vem se verificando no cenário empresarial mundial, fazendo com que as entidades busquem consolidar suas estratégias de permanência no mercado. As estratégias escolhidas podem ser focadas em custos ou diferenciação, variando de acordo com os interesses e as potencialidades que a empresa possui ou que pode vir a oferecer a seu mercado consumidor, (ABREU, 2011, p. 34). No quadro 1 consta a comparação entre as abordagens tradicionais de análise de custos e a gestão estratégica: Quadro 1: Comparação, abordagens tradicionais de análise de custos e a gestão estratégica As informações decorrentes da abordagem A gestão estratégica de custos permite a tradicional limitam as seguintes análises utilização de ferramentas mais apropriadas para gestão empresarial *Análise do ponto de equilíbrio Break- even point; *Valor presente; *Análise de índices financeiros; *Retorno sobre o investimento; *Ferramenta TQC- qualidade total *Análise de agrupamento de atividades; *Análise dos geradores ou direcionadores de custos (cost drivers); *Análise das atividades que agregam/não agregam valor; *Análise dos processos operacionais e administrativos; *Análise do benchmarking; *Análise do custo da qualidade; *Análise da rentabilidade de clientes; *Análise de redução dos tempos dos ciclos operacionais; *Análise de fragmentação/ concentração de atividades; *Custeio de produtos e serviços. Fonte: Govindarajan e Shank (1997 apud PEREZ JR., et al, 2001, p. 286). Portanto a avaliação gerencial necessita ir além de indicadores de custo, embora seja crucial, necessita de uma visão global, que possa contemplar os pontos fracos e fortes da empresa, onde as informações estejam compatíveis a realidade em que está inserida, e os 53 métodos atuais e apropriados, de forma que a gestão estratégica seja de fato eficiente e eficaz no processo de conclusões e recomendações. 2.6.1 Alavancagem O conceito de alavancagem se assemelha ao de uma alavanca empregado em física, ou seja, por meio de uma força pequena no braço maior da alavanca é possível mover um peso muito maior no braço menor, de forma análoga à razão existente entre os braços da alavanca, a razão para esse feito está nos gastos fixos da empresa. Bruni e Famá (2004), como os gastos fixos podem situar-se nos dois lados do balanço patrimonial, a alavancagem empresarial pode ser classificada em: - Alavancagem operacional: decorre da existência de gastos fixos relacionados a ativos (investimentos) e atividades operacionais da empresa, como depreciação, folha de pessoal, aluguéis etc.; - Alavancagem financeira: decorre da existência de gastos fixos relacionados ao passivo (financiamento) da empresa, como os juros pagos e dividendos preferenciais, quando pagos como percentual sobre o capital composto por ações preferenciais. Bruni e Famá (2004, p. 249). A alavancagem pode ser expressa por meio dos graus de alavancagem: Quadro 2: Graus de Alavancagem Grau de alavancagem Fórmula O que expressa Operacional (GAO) % Lucro operacional % Venda Relação entre variações no lucro operacional em decorrência de variações nas vendas. Decorre da existência de custos fixos operacionais. Financeira (GAF) % Lucro Líquido % Lucro Operacional Relação entre variações no lucro líquido em decorrência de variações no lucro operacional. Decorre da existência de custos fixos financeiros. Combinada (GAC) % Lucro Líquido % Vendas GAO X GAF Relação entre variações no lucro líquido em decorrência de variações nas vendas. Decorre da existência de custos fixos operacionais e financeiros. Fonte: Bruni e Famá (2004, p. 252). A alavancagem permite a compreensão, análise dos gastos e suas variações, sua representatividade no resultado final possibilitando ao gestor uma ferramenta gerencial eficaz para planejamento e tomada de decisão. 54 2.6.2 Rotatividade dos estoques Gerir estoques é gerenciar informações, troca de informações no todo. O estoque é um recurso usado de forma explícita e visível. A administração correta dos recursos na gestão de estoque pode gerar benefícios em termos de lucro, redução de desperdícios e racionalização das atividades. O estoque é um regulador dos fluxos de negócios, Zanon (2008). Existem diversas metodologias aplicáveis no gerenciamento de estoques (lote econômico de compra, curva ABC de estoques etc.), Wernke (2001, p. 160). O giro ou rotatividade de estoque é um importante método utilizado na gestão. O giro é comportamento do estoque em relação à procura, venda e demanda, ou seja quantas vezes estoque se renova num período de tempo. Sendo assim o termômetro de circulação dos estoques, é a forma de identificar ativos inativos, produtos “aposentados”, “dorminhocos” ou “roncadores”. Quando o giro é alto os custos de armazenagem e manutenção são baixos e conseqüentemente maiores as oportunidades de cobrir despesas com margem de lucro, Zanon (2008). O giro pode ser obtido através de valores monetários ou unidades. Geralmente prevalece o interesse pela dimensão temporal (n° de vezes) ao longo de um período de tempo, conforme Zanon (2008, p. 32) as diferentes fórmulas são: 1) Giro anual ou semestral (n° de vezes): a) Giro = vendas anual/estoque médio anual ou Venda semestral/estoque médio semestral b) Giro = Valor Consumido no período Valor estoque médio no período c) Giro = Valor Financeiro das Vendas / Valor Financeiro do estoque médio anual ou semestral d) Giro = Somatório de saídas num período / saldo médio neste período e) Giro = Custo da Mercadoria Vendida / estoques f) Giro = Custo dos Produtos Vendidos / estoques g) Giro = venda mensal x 12 ou venda mensal x 6 estoque médio anual estoque médio semestral h) Giro = Vendas EI+EF/2 2) Giro (número de dias) = 360 / giro anual ou 180 dias Giro semestral 3) Giro (número de meses) = 12/ giro anual ou 6/ giro semestral 4) Antigiro (anual) = estoque médio/ consumo ou venda anual ou valor do estoque/ venda média diária x 360 5) Antigiro (número de dias) = antigiro anual x 360 6) Antigiro (número de meses) = antigiro anual x12 7) Cobertura (número de dias) = Número de dias do período em estudo/ Giro Quando o quociente do giro for menor que 1 (um) significa que parte dos recursos financeiros está sendo usado para manter o estoque. O antigiro reflete a capacidade de atendimento regular da demanda sem reposição de mercadorias. É o tempo de alcance estoque disponível. 55 Portanto o giro do estoque é uma importante ferramenta de gestão, um termômetro capaz de identificar as movimentações dos bens, identificando eventuais falhas e sobras, e com isso a real situação dos itens estocados. 56 3 ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo se inicia o processo de análise e representação dos cálculos inerentes a Indústria Têxtil, com base em dados do primeiro trimestre de 2012. Por meio da descrição dos processos, apuração dos custos com matéria-prima, pessoal, depreciação, custos indiretos variáveis e fixos, compondo o custo total. Por meio de todas essas informações formou-se o preço de venda orientativo, e o mesmo foi confrontado com os valores atuais praticados pela organização. A compreensão de todas essas variáveis permitiu uma análise gerencial dos resultados, por meio de sua margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem de segurança operacional, grau de alavancagem e rotatividade dos estoques. 3.1 Processo de Produção A empresa em estudo faz parte de um grupo de negócios, onde a fabricação da malha é um dos segmentos, sendo este o objeto de análise deste trabalho. O processo de produção da indústria ocorre pela etapa de transformação da matériaprima em um bem final, que são os produtos: malha estampada, malha lisa clara, malha lisa média e malha lisa escura. Tais processos listados no fluxograma a seguir: Quadro 3: Processo de fabricação da Malha Fonte: Dados conforme pesquisa. Inicialmente o processo se dá pela compra do fio (30/1 penteado, 100% algodão), assim que o fio chega até a indústria é conferido e alocado ao estoque, posteriormente 57 colocado nas máquinas para que assim se inicie o processo de tecer, a conclusão desta fase resultada em um produto chamado de Malha crua, que é devidamente revisada e pesada, e assim enviada para tingimento, etapa que é totalmente terceirizada. Somente após a conclusão de todos estes processos, chega-se ao produto final, que é a malha pronta para venda. O processo produtivo é intercalado em três turnos diários. O quadro a seguir ilustra os tempos e os processos que envolvem a fabricação da malha. Quadro 4: Tempos e Processos Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura PROCESSO 1 2,38 2,38 2,38 2,38 N° 2 2 2 2 TEMPOS/ PROCESSOS PROCESSO PROCESSO 2 N° 3 N° 0,025 2 6,02 T 0,025 2 1,45 T 0,025 2 2,50 T 0,025 2 3,25 T PROCESSO 4 0,077 0,077 0,077 0,077 N° 2 2 2 2 Tempo total de produção por KG2,48 2,48 2,48 2,48 Fonte: Dados conforme pesquisa. Os processos listados tem o auxilio de dois colaboradores com exceção do processo 3 que é terceirizado, o processo 1 compreende a tecelagem, e o tempo de execução por quilo grama, seguido do processo 2 em que se faz a pesagem para envio ao beneficiamento, o processo 3 é a transformação da malha crua nas cores e estampas desejadas, esta etapa é totalmente terceirizada, o processo 4 é a nova pesagem e alocação das mesmas ao estoque após seu tingimento. Por fim o tempo total de produção por kg é de 2,48 minutos, tempo padrão para todos os tipos de malha. A empresa devido à grande demanda, trabalha em três turnos, com uma média de produtividade mensal de 25.000 kg, totalizando 62.056 minutos mês. Quadro 5: Tempo de Produção Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura TOTAL Quant. produzida 10.000 Tempo unitário de Tempo total de produção por produção minutos KG 2,482 24.822 500 2,482 1.241 6.500 2,482 16.135 8.000 2,482 25.000 19.858 62.056 Fonte: Dados conforme pesquisa A malha é o produto final do processo, é um tecido que surge do entrelaçamento de laçadas de um ou mais fios. A trama é a medida de fechamento da malha no tear, assim sendo quanto maior a trama mais fechada à malha fica, aumentando a qualidade e grau de 58 encolhimento, o título de 30/1 significa que o fio é fino o que garante uma malha de grande qualidade. A composição do custo da malha é representada no quadro seguinte: Quadro 6: Processo de fabricação da Malha Fio Malha Custo inicial Custo Total Est. 1,104 kg MOD + MATERIAIS + CI 1 kg Lisa 1,074 kg Fonte: Dados conforme pesquisa. A composição do custo da malha é encontrada a partir da soma do custo do fio, agregado a mão de obra, materiais e custos indiretos, tanto fixos quanto variáveis, formando então o custo total. Para a empresa obter 1 kg de malha estampada é preciso de 1,104 kg de fio, perda no processo de tecelagem e tingimento de 10,40%, já a malha lisa esta quebra diminui para 7%, sendo necessários 1, 074 kg de fio para fabricação de 1 kg. 3.2 Custo com Matéria–Prima O custo com matéria–prima vem sendo um grande desafio para a organização, fragilizada pelas altas taxas e encargos incidentes das importações, busca-se no mercado interno brasileiro a forma de suprir sua demanda, porém o mercado interno consome mais do que produz, sendo assim, o custo da matéria-prima se eleva. Tendo por base o trimestre em análise, foi considerado o preço de R$ 9,00 kg do fio. Considerando a perda no processo de tecelagem de 0,40%, o custo final da MP é R$ 9,04, ou seja, para produzir 1 kg de malha é preciso 1, 004 kg fio. 59 Quadro 7: Custo Matéria-Prima/ Perdas CUSTO MP/ PERDAS Produtos QUANT. FIO KG PERDA PROCESSO 1 QUANT. MALHA KG PERDA R$ Malha estampada 1,004 0,40% 1,00 R$ 0,04 CUSTO TOTAL MP R$ 9,04 Malha lisa clara 1,004 0,40% 1,00 R$ 0,04 R$ 9,04 Malha lisa média 1,004 0,40% 1,00 R$ 0,04 R$ 9,04 1,004 0,40% 1,00 R$ 0,04 R$ 9,04 Malha lisa escura Fonte: Dados conforme pesquisa Portanto, os custos com matéria prima, incluindo as perdas normais, somam R$ 9,04 por quilo. 3.3 Custos com Pessoal A empresa possui 6 colaboradores ligados ao processo de produção, estes são intercalados em turnos diários, de carga horária 8:48 horas. A composição dos custos de mão de obra, com os devidos encargos e provisões, são os seguintes: Quadro 8: Custo com pessoal turno 1 produção 1 produção 2 1.300,00 850,00 % Salário Bruto Insalubridade Adicional Noturno Sub total Provisão férias Provisão 13º sal 1/3 férias Sub total Previsões Previdência Social FGTS Total Nº Func Custo Total 20% 8,33 8,33 2,78 7% 8,00 turno 2 produção 3 produção 4 1.300,00 850,00 turno 3 produção 5 produção 6 1.300,00 850,00 109,20 1.409,20 117,39 117,39 39,18 1.683,15 117,82 81,27 931,27 77,57 77,57 25,89 1.112,31 77,86 1.300,00 108,29 108,29 336,56 1.853,14 129,72 850,00 70,81 70,81 23,63 1.015,24 71,07 43,68 1.343,68 111,93 111,93 317,51 1.885,05 131,95 32,51 882,51 73,51 73,51 24,53 1.054,07 73,78 134,65 1.935,62 1 1.935,62 88,98 1.279,16 1 1.279,16 148,25 2.131,11 1 2.131,11 81,22 1.167,53 1 1.167,53 150,80 2.167,81 1 2.167,81 84,33 1.212,18 1 1.212,18 Fonte: Dados conforme pesquisa O custo de pessoal demonstra o salário base, mais o adicional noturno, nas horas que excedem as 22 às 5 horas, e as devidas provisões e encargos. A empresa é optante pelo regime tributário Simples, desta forma o único encargo ligado à folha é o FGTS e as previsões. 60 Quadro 9: Tempo Disponível para Produção tempo disponível para producão dias /mês (-) sábados, domingos, feriados (=) dias úteis (x) número de horas por dia (=) numero de horas mês (-) tempo improdutivo 5% (=) tempo disponível p/ produção Hs (=) tempo disponível p/ produção Min (x) número de pessoas tempo disponível Total em minutos Fonte: Dados conforme pesquisa em horas 30 9 21 8,80 185 9 176 10.534 6 63.202 O tempo disponível para produção, foi encontrado pela multiplicação dos dias úteis no mês pelas horas diárias 8:48, descontando a improdutividade de 5%, totalizando em 63.202 minutos disponíveis. Quadro 10: Custo MOD Custo do minuto pelo tempo disponível Custo unitario MOD Custo da MOD por produto tempo producão por unidade (x) custo médio do minuto (=) Custo da unidade (x) Quantidade produzida (=) Custo total com MOD Custo MOD minuto Total MOD 9.893,40 tempo disponível 63.202 0,16 Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura 2,48 0,16 0,39 10.000 3.885,63 2,48 0,16 0,39 500 194,28 2,48 0,16 0,39 6.500 2.525,66 2,48 0,16 0,39 8.000 3.108,50 Fonte: Dados conforme pesquisa O total do custo com pessoal foi divido pelo tempo mensal disponível em minutos, resultando em um custo de MOD por minuto de R$ 0,16 multiplicado pelo tempo total de produção por kg, resultou em R$ 0,39 por kg. O valor total de MOD por tipo de malha processada apresenta diferenças entre as mesmas, em função do número de quilos produzidos. 3.4 Custos Patrimoniais Custos patrimoniais são valores da depreciação dos bens imóveis, máquinas e equipamentos. O fato de que a indústria têxtil ser um dos segmentos do grupo, a depreciação é dividida em: bens específicos e bens comuns. Os bens específicos são os diretamente ligados ao processo de fabricação da malha, e os bens comuns são os bens relacionados a todo o 61 grupo empresarial, desta forma é feito um rateio pelas proporcionalidades do negócio. Os bens imobilizados administrativos foram distribuídos proporcionalmente ao montante total do imobilizado têxtil, e os respectivos prédios pela área ocupada por cada tipo de negócio. Quadro 11: Depreciação Bens Específicos Bens Específicos Máquina de tecelagem (1) Máquina de tecelagem (2) Máquina de tecelagem (3) Máquina revisora Compressor (1) Compressor (2) Balança digital - grande Climatizador Cotovelo/telescópio Carrinho p/ transp. Imob. Secador/compressor Móvel Cadeira fixa Revisadeira PALLET 3 unid Balança digital Pallets Prateleiras porão Ventilador evap. Estrado Estrado Extintor 5 unid Pallets TOTAL em reais Valor do bem 130.000,00 130.000,00 130.000,00 6.000,00 3.575,00 1.885,00 2.400,00 2.360,00 6.095,46 730,00 3.250,00 650,00 20,00 4.950,00 516,87 4.000,00 5.600,00 100,00 584,56 574,08 1.849,60 210,00 Valor Residual 13.000,00 13.000,00 13.000,00 600,00 357,50 188,50 240,00 236,00 609,55 73,00 325,00 65,00 2,00 495,00 51,69 400,00 560,00 10,00 58,46 57,41 184,96 21,00 Valor depreciável 117.000,00 117.000,00 117.000,00 5.400,00 3.217,50 1.696,50 2.160,00 2.124,00 5.485,91 657,00 2.925,00 585,00 18,00 4.455,00 465,18 3.600,00 5.040,00 90,00 526,10 516,67 1.664,64 189,00 Taxa ou vida útil 15 15 15 10 2.293,20 229,32 2.063,88 437.643,77 43.764,38 393.879,39 10 6 5 10 5 10 5 5 5 5 5 5 10 5 5 5 15 15 5 Dep. anual 7.800,00 7.800,00 7.800,00 540,00 536,25 339,30 216,00 424,80 548,59 131,40 585,00 117,00 3,60 891,00 93,04 360,00 1.008,00 18,00 105,22 34,44 110,98 37,80 Dep. mês 650,00 650,00 650,00 45,00 44,69 28,28 18,00 35,40 45,72 10,95 48,75 9,75 0,30 74,25 7,75 30,00 84,00 1,50 8,77 2,87 9,25 3,15 206,39 17,20 29.706,81 2.475,57 Fonte: Dados conforme pesquisa Os bens comuns são aqueles usados em comum com outros negócios do grupo empresarial, desta forma foram apropriados de acordo com suas especificidades. O total dos bens administrativos foi rateado pela representatividade perante o montante total de bens, onde a têxtil representa 25%, em função do número de bens, apenas foram informados os totais depreciados, visto que a vida útil de seus bens varia entre 5 e 10 anos, já o prédio e as dependências do setor administrativo, o rateio foi feito pela ocupação da área, 45%, e vida útil em torno de 25 anos. 62 Quadro 12: Depreciação Bens Comuns Valor do bem BENS COMUNS Totais Bens Comuns Administrativos 113.955,29 Prédio c/terreno têxtil 45% 172.615,30 Prédio administrativo 45% 17.261,53 TOTAL em reais 303.832,12 Fonte: Dados conforme pesquisa Valor Residual 11.395,53 17.261,53 1.726,15 30.383,21 Valor a Valor ser 25 % depreciável depreciado Têxtil Têxtil 102.559,76 155.353,77 15.535,38 273.448,91 25% Depreciação Mensal 4.189,74 6.214,15 621,42 11.025,30 349,14 517,85 51,78 918,78 A totalidade das depreciações foi de R$ 2.475,57 dos bens específicos, e de R$ 918,78 relativos aos bens comuns, obtendo um montante de R$ 3.394,35. 3.5 Custos Indiretos Os custos que não compõem o processo de produção e que necessitam de critérios de rateios para sua apropriação, são classificados como custos indiretos, os quais podem ser sub classificados em fixos ou variáveis. Na sequência apresenta-se a relação dos custos indiretos na produção de malhas. Quadro 13: Custos Indiretos CUSTOS INDIRETOS Fixos Depreciação Bens Espec. Depreciação Bens Comuns Pro-labore c/encargos Honorários escritório/ Medics Administrativo/ negócio têxtil Energia Cilindros Epi's Recarga extintor Seguro prédio/ e outros instalações Água Agulhas/ óleo Embalagens para transportar Consertos eventuais máquinas Total Tempo gasto na produção Custo Indireto do minuto Total trimestre Variáveis 2.475,57 918,78 6.000,00 1.384,00 7.132,26 2.200,00 3.500,00 150,00 25,00 255,00 45,00 24.085,60 62.056 0,388 72.256,81 1.250,92 150,00 850,00 2.250,92 62.056 0,036 Fonte: Dados conforme pesquisa Os custos indiretos são classificados em fixos e variáveis, o gráfico a seguir representa a composição dos custos fixos: 63 Composição Custos Indiretos Fixos Deprecia çã o Bens Espec. Deprecia çã o Bens Comuns Pro-la bore c/enca rgos Honorários escritório/ Medics Administra tivo/ negócio têxtil Energia Cilindros Epi's Reca rga extintor Seguro prédio/ e outros instala ções Água 1% 14% 9% 0% 1% 0% 4% 10% 25% 30% 6% Gráfico 3: Composição Custos Indiretos Fixos Fonte: Dados conforme pesquisa Os custos indiretos fixos representam no trimestre o valor correspondente a R$ 72.256,81, sendo que a maior representatividade para sua composição são os gastos inerentes ao setor administrativo 30%, seguido do pró-labore 25%, cilindros 14%, depreciações dos bens específicos 10%, energia 9%, honorários de escritório e assessorias 6%, depreciação dos bens comuns 4%, e por fim os de menor representação Epi`s, seguro, água e recarga. Composição Custos Indiretos Variáveis Agulhas/ óleo Embala gens pa ra transportar Consertos eventuais máquinas 38% 55% 7% Gráfico 4: Composição Custos Indiretos Variáveis Fonte: Dados conforme pesquisa O total dos custos indiretos variáveis, como já evidenciado no gráfico acima, informa que a agulhas e óleo são os responsáveis pelo seu maior custo 55%, logo após vem o gasto com consertos eventuais 38%, também bastante significativo, e o de menor representatividade, embalagens 7%. Os custos indiretos fixos e variáveis foram rateados pelo total do tempo gasto na produção 62.056 minutos, e posteriormente alocados aos produtos com seus devidos tempos. 64 Quadro 14: Rateio custo Indireto Fixo Custo Indireto FIXO por KG tempo produção por unidade (x) Custo Indireto Fixo minuto (=) Custo Indireto Fixo da unidade Malha estampada 2,482 0,388 0,96 Malha lisa clara 2,482 0,388 0,96 Malha lisa média 2,482 0,388 0,96 Malha lisa escura 2,482 0,388 0,96 Fonte: Dados conforme pesquisa Quadro 15: Rateio custo Indireto Variável Custo Indireto VARIÁVEL por KG tempo producao por unidade (x) Custo Indireto VARIÁVEL minuto (=) Custo Indireto Variável da unidade Malha estampada 2,482 0,036 0,09 Malha lisa clara 2,482 0,036 0,09 Malha lisa média 2,482 0,036 0,09 Malha lisa escura 2,482 0,036 0,09 Fonte: Dados conforme pesquisa Desta forma encontrou-se o valor do custo indireto fixo por kg de R$ 0,96, e de R$ 0,09 custo indireto variável. 3.6 Custo Tingimento São os custos gerados pelo beneficiamento da malha, tingimento, representado no processo 3, acrescido das perdas, 10% para a malha estampada e 7% para as demais lisas, portanto para obter 1 kg de malha tingida é necessário de 1,100 kg de malha estampada, e 1,070 para as lisas. Quadro 16: Custo Tingimento CUSTO TINGIMENTO PERDAS Produtos PROCESSO PERDA QUANT. PERDA R$ 3 PROCESSO MALHA KG CUSTO TOTAL 3% TINGIMENTO Malha estampada R$ 6,02 10,00% 1,100 R$ 6,62 0,60 R$ Malha lisa clara R$ 1,45 7,00% 1,070 R$ 1,55 0,10 R$ Malha lisa média R$ 2,50 7,00% 1,070 R$ 2,68 0,18 R$ Malha lisa escura R$ 3,25 7,00% 1,070 R$ R$ 3,48 0,23 Fonte: Dados conforme pesquisa O tingimento, processo de beneficiamento da malha, possui perdas em sua industrialização, devido ao encolhimento da mesma em função da tintura, ou seja, para produzir 1 kg de malha estampada é necessário 1,100 kg de malha tecida, já as malhas lisas necessitam de 1,070 kg, para fabricar 1 kg. Desta forma, se acresce o custo por quilo grama, 65 que varia de R$ 6,62 para malha estampada, malha lisa clara R$ 1,55, malha lisa media R$ 2,68 e malha lisa escura R$ 3,48. 3.7 Custo Frete O custo do frete é o valor considerado para envio da malha para beneficiamento, considerando os custos da viagem, gastos com os motoristas bem como dos caminhões, resultando em um custo de R$ 0,26 por kg. Outro frete considerado na Indústria é o relativo ao envio das malhas para o depósito em São Paulo de R$ 0,55 por kg transportado. Quadro 17: Custo do Frete – atividade de Tingimento (terceirizada) Tingimento % Quant. participação valor transp. produzida produto Mês Produtos Malha estampada 10.000 40% 1201,68 Malha lisa clara 500 2% 60,08 Malha lisa média 6.500 26% 781,09 Malha lisa escura 8.000 32% 961,34 TOTAL 25.000 100% 3004,20 R$ kg transp. 0,120 salarios 1 salarios 2 Deprecia gastos 25% 50% ção mês 515,00 1030,01 1378,00 458,48 0,021 0,041 0,055 0,018 Total 0,255 Fonte: Dados conforme pesquisa O frete relativo ao envio da malha para tingimento é encontrado por meio, do levantamento dos gastos relativos ao total das viagens por mês: (pedágios, alimentação, combustível e estadias), divididos pela quantidade produzida mês. Tendo 2 motoristas, e 2 caminhões no grupo empresarial, o percentual correspondente ao segmento têxtil, é encontrado pela proporcionalidade do total das viagens do mês, assim sendo, 25% do salário do motorista 1 corresponde ao envio de malha para tingimento, já o motorista 2 é 50%, e o total das depreciações parte do mesmo pressuposto, o gasto mês, são as despesas relativas a conservação dos caminhões e suas manutenções. O valor do frete para o tingimento, com as devidas proporções para essa atividade é de R$ 0,26 por kg. Quadro 18: Frete São Paulo Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura TOTAL Quant. Vendas 3.422 95 2.010 2.180 7.707 São Paulo % participação valor transp. R$ kg salarios 1 salarios 2 Deprecia gastos produto Mês transp. 25% 25% ção mês 44% 825,91 515,00 515,00 918,75 458,48 1% 22,93 26% 485,17 28% 526,20 0,241 0,067 0,067 0,119 0,059 100% 1860,21 Fonte: Dados conforme pesquisa Total 0,554 66 O frete para envio das malhas para o depósito em São Paulo parte do critério anterior, apenas os rateios dos gastos de viagens são feitos pelas vendas mês, os salários, depreciações e gastos mês, respeitam a mesma forma de proporção, pelas quantidades de viagens mês para a filial, fechando com um custo de R$ 0,55 por kg transportado. 3.8 Custo Total O custo total é a soma de todos os custos: matéria-prima, mão de obra, custos indiretos, tingimento e frete. Para melhor entendimento a distinção de custos internos, gerados dentro da organização, (MP, MOD e Custos Indiretos), externos, fora dela (tingimento e frete) e o custo São Paulo (frete). Utilizando-se do método de custeio absorção os custos totais da indústria têxtil são: Quadro 19: Custo Total – Método de custeio por absorção CUSTO INTERNO Produtos MP fioMP fio Malha estampada 9,04 Malha lisa clara 9,04 Malha lisa média 9,04 Malha lisa escura 9,04 MOD 0,39 0,39 0,39 0,39 CIF 0,96 0,96 0,96 0,96 CUSTO EXTERNO CIV 0,09 0,09 0,09 0,09 CT/ KG Custo interno frete ting. R$ 10,48 0,26 R$ 10,48 0,26 R$ 10,48 0,26 R$ 10,48 0,26 custo ting. 6,62 1,55 2,68 3,48 CUSTO SÃO PAULO CT/ KG externo R$ 17,36 R$ 12,28 R$ 13,41 R$ 14,21 Custo frete 0,55 0,55 0,55 0,55 CT/ KG SP R$ 17,91 R$ 12,84 R$ 13,96 R$ 14,76 Fonte: Dados conforme pesquisa O custo interno final é o mesmo para os diferentes tipos de malha de R$ 10,48, em razão de que, o tempo de produção é o mesmo, o custo externo, possui diferenciações no tingimento, mais o frete relativo a este processo de envio, onde a malha estampada tem seu custo externo final de R$ 17,36, malha lisa clara R$ 12,28, malha lisa média R$ 13,41 e a lisa escura R$ 14,21. O custo das malhas para o depósito filial São Paulo, tem o acréscimo do frete R$ 0,55. Os gráficos seguintes demonstram a composição do custo total por produto, evidenciando que a matéria-prima (fio) e o tingimento são os mais relevantes dentre os produtos: 67 MALHA ESTAMPADA MP fio 38% MOD CIF 52% CIV Custo frete ting. 1% 1% Custo ting. 6% 2% Gráfico 5: Custo Total Malha Estampada Fonte: Dados conforme pesquisa A malha estampada é composta de 52% de matéria-prima, 38% custo tingimento, e seguidos de 6% custo fixo, 2% mão de obra, 2% custo indireto variável, 1% custo do frete do tingimento. MALHA LISA CLARA 8% 1% 2% MP fio 13% MOD 3% CIF 73% CIV Custo frete ting. Custo ting. Gráfico 6: Custo Total Malha Lisa Clara Fonte: Dados conforme pesquisa A malha lisa clara possui em sua composição o maior índice de matéria-prima 73%, tingimento 13%, sendo o custo de tingimento o menor dentre os outros, em seguida os custos fixos 8%, mão de obra 3%, por fim os de menor representatividade perante o total, custo frete 2% e custo indireto variável 1%. 68 MALHA LISA MÉDIA 2% 1% MP fio 20% MOD 7% CIF 3% 67% CIV Custo frete ting. Custo ting. Gráfico 7: Custo Total Malha Lisa Média Fonte: Dados conforme pesquisa A composição do custo total da malha lisa média compreende 67% custos de matéria- prima, 20% tingimento, 7% custos fixos, 3% mão de obra, 2% frete e 1% custos indiretos variáveis. MALHA LISA ESCURA 2% 7% MP fio 24% MOD 1% CIF 63% 3% CIV Custo frete ting. Custo ting. Gráfico 8: Custo Total Malha Lisa Escura Fonte: Dados conforme pesquisa O último gráfico de composição do custo total malha escura se assemelha ao anterior, porém com algumas pequenas variações, o custo da matéria-prima representa 63% do total, seguido do tingimento 24%, custo fixo 7%, mão de obra 3%, frete tingimento 2%, e o de menor representatividade o custo indireto variável 1%. 69 Quadro 20: Custo Total – Método de custeio variável CUSTO INTERNO Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura MP fio 9,04 9,04 9,04 9,04 MOD 0,39 0,39 0,39 0,39 CIV 0,09 0,09 0,09 0,09 CT/ KG interno R$ 9,51 R$ 9,51 R$ 9,51 R$ 9,51 CUSTO EXTERNO Custo frete ting. custo ting. 0,26 6,62 0,26 1,55 0,26 2,68 0,26 3,48 CUSTO SÃO PAULO CT/ KG externo R$ 16,39 R$ 11,32 R$ 12,45 R$ 13,25 Custo frete 0,55 0,55 0,55 0,55 CT/ KG SP R$ 16,95 R$ 11,88 R$ 13,00 R$ 13,80 Fonte: Dados conforme pesquisa O custeio variável se diferencia do método absorção, pois não considera os custos fixos para a formação do custo total, desta forma é usado exclusivamente para fins de análises de cunho gerencial, tais informam demonstram que o custo total de maior valor é da malha estampada R$ 16,39, seguida da lisa escura R$ 13,25, lisa média R$ 12,45 da lisa clara R$ 11,32. Os clientes paulistas têm o acréscimo relativo ao frete R$ 0,55. 3.9 Análise de Custo, Volume e Resultado A análise de custo, volume e resultado formam um conjunto de procedimentos que auxiliam na tomada de decisão, de forma que as informações geradas são de extrema importância para os gestores. Tais informativos estão ligados à fixação do preço, bem como o comportamento do lucro em virtude de oscilações de vendas. 3.9.1 Formação Preço de Venda A formação do preço de venda levou-se em consideração as duas variáveis de venda, os clientes diversos e os clientes São Paulo. 3.9.2 Markup O markup ou taxa de marcação foi encontrado com as seguintes informações: percentual do simples, comissões, margem de lucro desejada e despesas de vendas. As despesas de vendas dos clientes diversos representam o percentual do frete relativo à entrega. Os clientes São Paulo, tais despesas correspondem aos gastos mensais do depósito, rateado pelas vendas. 70 Quadro 21: Formação do Markup Cálculo do Preço de Venda SIMPLES Comissão Margem de Lucro Desejada Despesas vendas Total Fonte: Dados conforme pesquisa Clientes Diversos Clientes São Paulo 10,00 15,00 1,50 26,50 10,00 5,00 15,00 3,25 33,25 Clientes diversos: 100 - 26,50 / 100 = 0,735 (divisor) Clientes diversos: 1 / 0,735 = 1,3604 (multiplicador) Clientes São Paulo: 100 - 33,25 / 100 = 0,667 (divisor) Clientes São Paulo: 1 / 0,667 = 1,4981 (multiplicador) Assim sendo, o markup multiplicador encontrado para fins de formação de preço de venda, foi de 1,3604 para clientes diversos, e de 1,4981 para clientes São Paulo. 3.9.3 Formação do Preço Venda O preço de venda foi obtido pelo cálculo do custo unitário multiplicado pelo markup, indicando o preço de venda orientativo, em contrapartida, foi comparado com o preço atual praticado pela organização. Quadro 22: Preço de Venda Clientes Diversos Custeio p/Absorção - Preço de venda orientativo Clientes Diversos Produtos Custo Kg Markup P.Venda Malha estampada 17,36 1,3605 23,61 Malha lisa clara 12,28 1,3605 16,71 Malha lisa média 13,41 1,3605 18,24 Malha lisa escura 14,21 1,3605 19,33 Fonte: Dados conforme pesquisa PV Atual 24,60 19,65 20,75 21,35 Os clientes diversos têm por preço de venda orientado, os seguintes valores, malha estampada R$ 23,61, malha lisa clara R$ 16,71, lisa média R$ 18,24 e lisa escura R$ 19,33. O preço de venda atual apresenta valores superiores em todos os produtos, isso significa que a empresa esta conseguindo obter uma margem de lucro superior a desejada e colocada no mark up. 71 Quadro 23: Preço de Venda clientes São Paulo Custeio p/Absorção - Preço de venda orientativo Clientes São Paulo Produtos Custo Kg Markup P.Venda Malha estampada 17,91 1,4981 26,83 Malha lisa clara 12,84 1,4981 19,23 Malha lisa média 13,96 1,4981 20,92 Malha lisa escura 14,76 1,4981 22,12 Fonte: Dados conforme pesquisa PV Atual 23,15 18,05 20,00 20,00 Para os clientes de São Paulo, têm um preço de venda diferente, em função das variáveis que envolvem desde seu envio, até sua venda, desta forma o preço orientativo é de R$ 26,83 para malha estampada, R$ 19,23 lisa clara, R$ 20,92 lisa média e R$ 22,12 malha escura. Os preços atuais praticados apresentam valores a menor, indicando margens reduzidas, e variam de 15,89% estampada, 6,54% lisa clara, 4,60% média e 10,60% escura. A empresa com sua grande gama de clientes e atenta às variações constantes no mercado, flexibiliza aos clientes preços no prazo, levando em consideração as condições atualmente praticadas, com um custo financeiro de 2% ao mês, o quadro a seguir é uma sugestão de preços. Quadro 24: Preço a prazo para os Clientes Diversos – Orientativo Preços no prazo/ Clientes Diversos Preço x condição pagamento Malha Malha Malha Malha a.v estampada lisa clara lisa média lisa escura 23,61 16,71 18,24 19,33 30 dias 24,09 17,06 18,62 19,73 30/60 dias 24,60 17,41 19,00 20,14 30/60/90 dias 25,12 17,78 19,41 20,57 Fonte: Dados conforme pesquisa As condições para os clientes diversos segundo os preços orientados seguem por base as atuais condições de recebimento, que variam de acordo com a necessidade do cliente, que na maioria das vezes necessita de 30/60/90 dias. Quadro 25: Preço a prazo para Clientes de São Paulo – Orientativo Preços no prazo/ Clientes São Paulo Preço x condição pagamento Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura a.v 26,83 19,23 20,92 22,12 Fonte: Dados conforme pesquisa 30 dias 27,38 19,63 21,34 22,57 30/60 dias 27,95 20,04 21,79 23,04 30/60/90 dias 28,54 20,46 22,25 23,53 30/60/90/120 dias 29,16 20,91 22,74 24,04 72 Portanto, os preços orientados seguem por base as atuais condições praticadas pela empresa, sendo que, o prazo para os clientes São Paulo é mais estendido e variam de 30/60/90/120 dias. 3.9.4 Apuração da Margem de Contribuição A margem de contribuição pode ser entendida como o ganho bruto sobre as vendas, quanto sobra das vendas para pagar as despesas fixas e gerar o resultado (preferencialmente o lucro). A margem de contribuição é a informação mais preciosa em uma gestão de custos, e dela que parte todas as análises e informações para a tomada de decisões, saber qual é a real margem por produto é crucial para determinar os rumos de uma organização. Inicialmente, apresenta-se o quadro com o cálculo da margem de contribuição unitária e em percentual pelo preço de venda orientativo, calculado por meio do mark up, baseado na margem de lucro que a empresa deseja obter. Quadro 26: Apuração da Margem de Contribuição Preço Orientativo Preço Orientativo Margem contribuição unitária Clientes Diversos Produtos Pvu Cvu Dvu MC u Malha estampada 23,61 16,39 2,72 4,51 Malha lisa clara 16,71 11,32 1,92 3,47 Malha lisa média 18,24 12,45 2,10 3,70 Malha lisa escura 19,33 13,25 2,22 3,86 Margem contribuição unitária Clientes SP Produtos Pvu Cvu Dvu MC u Malha estampada 26,83 16,95 4,90 4,99 Malha lisa clara 19,23 11,88 3,51 3,85 Malha lisa média 20,92 13,00 3,82 4,10 Malha lisa escura 22,12 13,80 4,04 4,28 Fonte: Dados conforme pesquisa % 19,08% 20,76% 20,28% 19,98% % 18,59% 20,01% 19,61% 19,36% Neste quadro é possível verificar que do preço de venda orientativo, descontou-se os custos variáveis de produção da malha, as despesas variáveis (impostos e despesas de vendas) que correspondem a, 80,94% do preço de venda para a malha estampada, 79,23% lisa clara, 79,77% lisa média e 80,03% escura, os clientes São Paulo possuem percentuais similares que variam de, 81,44% estampada, 80,03% lisa clara, 80,40% médias e 80,65% escuras. Neste sentido, pode-se analisar que a malha lisa clara é a que deixa a maior contribuição unitária para a empresa, nos diversos clientes mantendo esse ranqueamento também para o mercado paulista. 73 No quadro seguinte, consta a apuração da margem de contribuição pelo preço de venda atualmente praticado pela empresa, destacando que nos clientes diversos, todos os produtos apresentam uma maior margem de contribuição enquanto que, no mercado paulista, a margem é menor em todos os itens comercializados, isso ocorre em função de que existe um incremento nos custos variáveis em função do frete de R$ 0,55 acrescido ao mesmo, e nas despesas variáveis além da incidência do imposto possuem despesas de vendas de 3,25%. Quadro 27: Apuração da Margem de Contribuição Preço Atual Preço Atual Margem contribuição unitária Clientes Diversos Produtos Pvu Cvu Dvu MC u Malha estampada 24,60 16,39 2,83 5,38 Malha lisa clara 19,65 11,32 2,26 6,07 Malha lisa média 20,75 12,45 2,39 5,92 Malha lisa escura 21,35 13,25 2,46 5,65 Margem contribuição unitária Clientes SP Produtos Pvu Cvu Dvu MC u Malha estampada 23,15 16,95 4,22 1,98 Malha lisa clara 18,05 11,88 3,29 2,88 Malha lisa média 20,00 13,00 3,65 3,35 Malha lisa escura 20,00 13,80 3,65 2,55 Fonte: Dados conforme pesquisa % 21,87% 30,88% 28,52% 26,45% % 8,55% 15,96% 16,76% 12,74% As margens encontradas pelo preço atual divergem entre clientes diversos e clientes São Paulo, primeiramente analisando as margens dos clientes diversos, são satisfatórias e evidenciam que a malha lisa clara é a que proporciona maior margem 30,88%, seguida da malha lisa média 28,52%, malha lisa escura 26,45% e a com menor margem em relação ao seu preço de venda a malha estampada 21,87%. As margens encontradas para os clientes São Paulo mostram certa fragilidade em função de suas pequenas margens, porém dentre as encontradas a que melhor margem proporciona é a malha lisa média 16,76%, em segundo a malha lisa clara 15,96%, seguida da lisa escura 12,74%, e a que menor margem proporciona 8,55% estampada. A seguir, apresenta-se o calculo da margem de contribuição total dos produtos, esse indicador é muito importante para a gestão da atividade, nem sempre o produto que deixa a maior margem de contribuição unitária é o melhor produto para a empresa, deve-se levar em consideração o volume comercializado de cada item. 74 Quadro 28: Apuração da Margem de Contribuição Total Preço Orientativo Preço Orientativo Margem contribuição Total Clientes Diversos Produtos MC u quantidade vendidas Malha estampada 4,51 3.812 Malha lisa clara 3,47 64 Malha lisa média 3,70 575 Malha lisa escura 3,86 4.834 Margem contribuição Total Clientes SP Produtos MC u quantidade vendidas Malha estampada 4,9880 10.265 Malha lisa clara 3,85 285 Malha lisa média 4,10 6.030 Malha lisa escura 4,28 6.540 Fonte: Dados conforme pesquisa MC total 17.174,41 222,12 2.127,41 18.676,73 MC total 51.201,41 1.096,83 24.728,99 27.999,90 Neste quadro, seguindo a premissa do preço orientativo é possível observar que o produto mais rentável nos clientes diversos é a malha lisa escura, deixando uma margem de contribuição total de 48,89% em relação às margens geradas pelos outros produtos, seguidas da malha estampada 44,96%, as malhas clara e média possuem margem de 0,58% e 5,57% respectivamente, tais índices deixam claro que na analise da margem unitária da malha lisa, havia ficado com o melhor desempenho, tal informação não corresponde com a margem total em função do baixo volume de vendas, desta forma no montante total são as de menor representação. O mercado paulista também constata tal informação, onde a malha estampada é a que possuem melhor margem total 48,75%, seguida da lisa escura 26,66%, lisa média 23,55%, lisa clara 1,04%. Quadro 29: Apuração da Margem de Contribuição Total Preço Atual Preço Atual Margem contribuição Total Clientes Diversos Produtos MC u quantidade vendidas Malha estampada 5,38 3.812 Malha lisa clara 6,07 64 Malha lisa média 5,92 575 Malha lisa escura 5,65 4.834 Margem contribuição Total Clientes SP Produtos MC u quantidade vendidas Malha estampada 1,98 10.265 Malha lisa clara 2,88 285 Malha lisa média 3,35 6.030 Malha lisa escura 2,55 6.540 Fonte: Dados conforme pesquisa MC total 20.504,64 388,40 3.403,27 27.298,68 MC total 20.318,17 820,97 20.207,97 16.668,75 75 As margens de contribuição total, dos atuais preços praticados, clientes diversos, informam que a o produto mais rentável é a lisa escura que representa 52,91% em relação aos demais, seguida da estampada 39,74%, e as de menor margem 6,60% lisa média e 0,75% lisa clara. Os clientes São Paulo, a estampada possui a melhor margem 35,02%, seguida da lisa média 34,83%, lisa escura 28,73% e por fim a lisa clara 1,42%. Os índices deixam claro que a margem de contribuição precisa ser analisada de forma global, pois o volume de vendas evidencia que nem sempre o produto que possui a maior margem unitária é de fato o melhor produto. 3.9.5 Apuração do Ponto de Equilíbrio O ponto de equilíbrio demonstra o nível de vendas trimestrais, em que não se tem lucro nem prejuízo. Sua apuração ocorre sob três aspectos: Contábil, econômico e financeiro. A principal diferença entre eles são os custos e despesas fixos a serem considerados. 3.9.5.1 Ponto de Equilíbrio Contábil Ponto de equilíbrio Contábil informa em quantidades o quanto precisa ser vendido para pagar os custos e despesas fixas. Os custos fixos foram rateados entre os produtos e os mesmo divididos por sua margem de contribuição. Os gastos fixos da empresa representam os valores correspondentes aos gastos operacionais desembolsáveis e os não desembolsáveis (depreciação), e despesas fixas que na sua maioria são as não operacionais (juros e taxas bancárias). Quadro 30: Ponto de Equilíbrio Contábil Preço Orientativo Preço Orientativo Ponto equilíbrio contábil / kg Clientes Diversos Produtos MC u Gastos Fixos Malha estampada 4,51 5.639,44 Malha lisa clara 3,47 94,68 Malha lisa média 3,70 850,65 Malha lisa escura 3,86 7.151,37 Ponto equilíbrio contábil / kg Clientes SP Produtos MC u Gastos Fixos Malha estampada 4,99 15.185,94 Malha lisa clara 3,85 421,63 Malha lisa média 4,10 8.920,72 Malha lisa escura 4,28 9.675,21 Fonte: Dados conforme pesquisa PEC 1.251,72 27,28 229,92 1.850,95 PEC 3.044,52 109,56 2.175,26 2.259,86 76 O ponto de equilíbrio contábil, segundo os clientes diversos, informa que se a empresa trabalhasse com os preços sugeridos, ela precisaria vender 1.251,72 kg de malha estampada, 27,28 kg lisa clara, 229,92 kg malha lisa média e 1.850,95 kg escuras, para efetivamente pagar seus gastos fixos, deixando zerado seu resultado. Porém os clientes Paulistas tal quantidade aumenta, visto que os gastos são proporcionais às vendas, para que desta forma não fique oneroso para um único produto, assim sendo é necessário vender 3.044,52 kg de malha estampada, 109,56 kg malha lisa clara, 2.175,26 kg lisa média, e 2.259,86 kg escura, para pagar todos os gastos respectivos. Quadro 31: Ponto de Equilíbrio Contábil Preço Orientativo Valor Preço Orientativo Ponto equilíbrio contábil Valor / kg Clientes Diversos Produtos MC u Gastos Fixos Malha estampada 19,08% 5.639,44 Malha lisa clara 20,76% 94,68 Malha lisa média 20,28% 850,65 Malha lisa escura 19,98% 7.151,37 Ponto equilíbrio contábil / valor Clientes São Paulo Gastos Fixos Produtos MC u % Malha estampada 18,59% 15.185,94 Malha lisa clara 20,01% 421,63 Malha lisa média 19,61% 8.920,72 Malha lisa escura 19,36% 9.675,21 Fonte: Dados conforme pesquisa PEC 29.556,67 455,98 4.194,29 35.787,48 PEC 81.685,20 2.107,19 45.500,18 49.986,73 Neste quadro é informado em termos monetários o que representa o ponto de equilíbrio contábil em valores reais, por meio do preço orientativo. Quadro 32: Ponto de Equilíbrio Contábil Preço Atual Preço Atual Ponto equilíbrio contábil / kg Clientes Diversos Produtos MC u Gastos Fixos Malha estampada 5,38 5.639,44 Malha lisa clara 6,07 94,68 Malha lisa média 5,92 850,65 Malha lisa escura 5,65 7.151,37 Ponto equilíbrio contábil / kg Clientes SP Produtos MC u Gastos Fixos Malha estampada 1,98 15.185,94 Malha lisa clara 2,88 421,63 Malha lisa média 3,35 8.920,72 Malha lisa escura 2,55 9.675,21 Fonte: Dados conforme pesquisa PEC 1.048,42 15,60 143,72 1.266,35 PEC 7.672,13 146,37 2.661,92 3.796,08 77 Desta forma observou-se perante a atual situação que a empresa trabalha, com seus preços atuais, que para pagar seus gastos fixos é preciso vender tais quantidades de seus produtos: 1.048,42 kg de malha estampada, 15,60 kg malha lisa clara, 143,72 kg lisa média e 1.266,35 kg de lisa escura, hoje a tabela de clientes diversos, trabalha com valores superiores aos sugeridos, desta forma precisa vender menos kg que o informado no quadro do preço orientativo. Os Clientes São Paulo a realidade é outra, com margem baixa precisa vender mais para cobrir seus custos fixos, que variam de 7.672,13 kg malha estampada, 146,37 kg malha lisa, 2.661,92 kg média e 3.796,08 kg escura. Quadro 33: Ponto de Equilíbrio Contábil Preço Atual Valor Preço Atual Ponto equilíbrio contábil Valor/ kg Clientes Diversos Produtos MC u Gastos Fixos Malha estampada 21,87% 5.639,44 Malha lisa clara 30,88% 94,68 Malha lisa média 28,52% 850,65 7.151,37 Malha lisa escura 26,45% Ponto equilíbrio contábil / kg Clientes São Paulo Gastos Fixos Produtos MC u Malha lisa média 8,55% 15.185,94 Malha lisa escura 15,96% 421,63 8.920,72 Malha lisa média 16,76% Malha lisa escura 12,74% 9.675,21 Fonte: Dados conforme pesquisa PEC 25.791,20 306,57 2.982,23 27.036,62 PEC 177.609,91 2.641,92 53.238,37 75.921,59 O ponto de equilíbrio em valor, segundo os atuais preços informa que a organização necessita vender em valores, para cobrir seus gastos fixos, com resultado zero, R$ 25.791,30 malha estampada, R$ 306,57 lisa clara, R$ 2.982,23 lisa média e R$ 27.036,62 lisa escura. Os clientes São Paulo R$ 177.609,91 estampada, R$ 2.641,92 clara, R$ 53.238,37 média e R$ 75.921,59 lisa escura. 3.9.5.2 Ponto de Equilíbrio Econômico O ponto de equilíbrio Econômico mostra a real rentabilidade que a atividade traz, e confronta com outras opções de investimento. O empresário quando decide investir em um negócio dispõem de certa quantia em dinheiro que poderia estar aplicada no mercado financeiro, rendendo juros. Por isso o lucro informado leva em consideração estes juros sobre o capital investido, hoje o mais seguro dos investimentos é a poupança, que rende aproximadamente 6% a.a, mais variações, porém a empresa quer receber 12% a.a. 78 Quadro 34: Ponto de Equilíbrio Econômico Preço Orientativo Preço Orientativo Ponto equilíbrio Econômico Clientes Diversos Produtos Gastos Fixos Retorno MC u Malha estampada 5.639,44 1.019,43 4,51 Malha lisa clara 94,68 17,12 3,47 Malha lisa média 850,65 153,77 3,70 Malha lisa escura 7.151,37 1.292,74 3,86 Ponto equilíbrio Econômico Clientes SP Produtos Gastos Fixos Retorno MC u Malha estampada 15.185,94 2.745,14 4,99 Malha lisa clara 421,63 76,22 3,85 Malha lisa média 8.920,72 1.612,59 4,10 Malha lisa escura 9.675,21 1.748,97 4,28 Fonte: Dados conforme pesquisa PEE 1.477,99 32,21 271,48 2.185,55 PEE 3.594,87 129,36 2.568,48 2.668,37 Neste quadro o ponto de equilíbrio econômico parte do PEC, porém com o acréscimo do custo de oportunidade ou o retorno que o empresário pretende ter com relação ao investimento na atividade. Assim sendo se a empresa praticasse os valores orientados, teria que vender 18,07% a mais do que o informado no ponto de equilíbrio contábil para de fato pagar todos seus gastos fixos e ainda receber o retorno desejado. Quadro 35: Ponto de Equilíbrio Econômico Preço Atual Preço Atual Ponto equilíbrio Econômico Clientes Diversos Produtos Gastos Fixos Retorno MC u Malha estampada 5.639,44 1.019,43 Malha lisa clara 94,68 17,12 Malha lisa média 850,65 153,77 Malha lisa escura 7.151,37 1.292,74 Ponto equilíbrio Econômico Clientes SP Produtos Gastos Fixos Retorno MC u Malha estampada 15.185,94 2.745,14 Malha lisa clara 421,63 76,22 Malha lisa média 8.920,72 1.612,59 Malha lisa escura 9.675,21 1.748,97 Fonte: Dados conforme pesquisa PEE 5,38 6,07 5,92 5,65 1.237,94 18,42 169,70 1.495,27 PEE 1,98 2,88 3,35 2,55 9.059,01 172,83 3.143,11 4.482,29 Portanto o resultado que a empresa espera obter do capital investido é de 3%, desta forma para cobrir tal retorno bem como as despesas fixas, a partir de preço atual de venda, as vendas precisam se elevar em torno de 18,07% a mais das quantidades informadas no PEC. Avaliando as informações das duas tabelas, observou-se que a empresa em função das baixas margens para os clientes São Paulo precisa vender mais, para que assim possa pagar todos os seus gastos fixos e obter o retorno desejado. 79 3.9.5.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro Este ponto informa o quanto à empresa precisa vender para cobrir apenas os gastos fixos desembolsáveis, assim como as dívidas que tenha que pagar no período, no caso da empresa os empréstimos que precisa saldar. Assim sendo, a depreciação é descontada. Quadro 36: Ponto de Equilíbrio Financeiro Preço Orientativo Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Preço Orientativo Ponto equilíbrio Financeiro Clientes Diversos Gastos Fixos deprec. empréstimos 5.639,44 522,26 3.072,71 94,68 8,77 51,59 850,65 78,78 463,49 7.151,37 662,27 3.896,50 Ponto equilíbrio Financeiro Clientes SP Gastos Fixos deprec. empréstimos 15.185,94 1.406,34 8.274,23 421,63 39,05 229,73 8.920,72 826,13 4.860,55 9.675,21 896,00 5.271,64 MC u 4,51 3,47 3,70 3,86 PEF 1.817,81 39,62 333,89 2.688,05 4,99 3,85 4,10 4,28 PEF 4.421,41 159,10 3.159,03 3.281,89 MC u Fonte: Dados conforme pesquisa O quadro representa o que de fato a organização desembolsou no trimestre em estudo. Desta forma contatou-se que, para quitar todos os gastos do período caso ela adotasse os preços orientados teria que vender a mais que os valores informados no PEC 45,23%. Quadro 37: Ponto de Equilíbrio Financeiro Preço Atual Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Preço Atual Ponto equilíbrio Financeiro Clientes Diversos Gastos Fixos deprec. empréstimos 5.639,44 522,26 3.072,71 94,68 8,77 51,59 850,65 78,78 463,49 7.151,37 662,27 3.896,50 Ponto equilíbrio Financeiro Clientes SP Gastos Fixos deprec. empréstimos 15.185,94 1.406,34 8.274,23 421,63 39,05 229,73 8.920,72 826,13 4.860,55 9.675,21 896,00 5.271,64 MC u 5,38 6,07 5,92 5,65 PEF 1.522,57 22,66 208,72 1.839,06 1,98 2,88 3,35 2,55 PEF 11.141,88 212,56 3.865,78 5.512,87 MC u Fonte: Dados conforme pesquisa O ponto de equilíbrio financeiro desconta as depreciações e acrescenta as dívidas (empréstimos e financiamentos bancários) que a empresa tenha que saldar no período. Desta forma, o ponto de equilíbrio financeiro pelos atuais preços praticados representa um 80 acréscimo de 45,23% a mais que o contábil, razão que hoje o grau de endividamento da empresa se encontra bastante elevado, tal constatação deve ser observada de forma criteriosa, pois são compromissos, desembolsos monetários certos, que se não analisados podem comprometer crescimento sustentável da atividade. Assim sendo, os gráficos a seguir, representam os diferentes tipos de ponto de equilíbrio: Ponto equilíbrio Clientes Diversos Preço Orientativo PEC PEE Ma lha esta mpa da Ma lha lisa cla ra Ma lha lisa média Ma lha lisa escura PEF Gráfico 9: Ponto de Equilíbrio Clientes Diversos – Preço Orientativo Fonte: Dados conforme pesquisa Os diferentes enfoques do ponto de equilíbrio são ilustrados para melhor compreensão, partindo do ponto inicial contábil e após com as devidas adições pelo ponto de equilíbrio econômico seguido com a subtração da depreciação e adição das dívidas representada pelo ponto de equilíbrio financeiro. Ponto equilíbrio Clientes São Paulo Preço Orientativo PEC PEE PEF Ma lha esta mpa da Ma lha lisa cla ra Ma lha lisa média Ma lha lisa escura Gráfico 10: Ponto de Equilíbrio Clientes São Paulo – Preço Orientativo Fonte: Dados conforme pesquisa Os diversos pontos de equilíbrio, analisados em termos contábeis, econômicos e financeiros, são importantes para o gerenciamento da organização, pois identifica o nível 81 mínimo de atividade que a entidade deve operar. Os gráficos na sequência informam segundo os preços praticados o nível de cada ponto. Ponto equilíbrio Clientes Diversos Preço Atual PEC PEE Ma lha esta mpa da Ma lha lisa cla ra Ma lha lisa média Ma lha lisa escura PEF Gráfico 11: Ponto de Equilíbrio Clientes Diversos – Preço Atual Fonte: Dados conforme pesquisa Em razão do retorno no investimento bem como os comprometimentos mensais da empresa, os pontos de equilíbrio econômico e financeiro se elevam, sendo que o financeiro é o que de entre eles representa maior posição, em função dos gastos desembolsáveis do período. Ponto equilíbrio Clientes São Paulo Preço Atual PEC PEE PEF Ma lha esta mpa da Ma lha lisa cla ra Ma lha lisa média Ma lha lisa escura Gráfico 12: Ponto de Equilíbrio Clientes São Paulo – Preço Atual Fonte: Dados conforme pesquisa O mesmo acontece para os clientes paulistas, pode-se observar no gráfico, uma elevação já no ponto de equilíbrio econômico, onde a empresa precisa vender 18,07% a mais para receber o retorno sobre seu investimento, já no seu ponto de equilíbrio financeiro, informa as quantidades necessárias para cobrir os gastos de desembolso monetário o acréscimo é o maior de 45,23%, fruto do alto grau de endividamento da empresa. 82 3.9.6 Apuração da Margem de Segurança Operacional A margem de segurança operacional representa o que excede das vendas da empresa sobre as vendas do ponto de equilíbrio. Tal margem demonstra quanto às vendas podem cair sem que haja prejuízo. 3.9.6.1 Margem de Segurança Operacional Contábil A margem de segurança operacional contábil informa as quantidades e os valores que excederam às vendas no ponto de equilíbrio contábil, ou seja, quanto que a empresa vendeu a mais após pagar todos seus custos fixos do período. Quadro 38: Margem de Segurança Operacional Contábil Preço Orientativo Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Preço Orientativo MSO Contábil / unidades Clientes Diversos vendas unid. ponto eq. 3.812 64 575 4.834 MSO Contábil / unidades Clientes SP vendas unid. ponto eq. 10.265 285 6.030 6.540 1.251,72 27,28 229,92 1.850,95 Mso unid. Kg 2.560,28 36,72 345,08 2.983,05 3.044,52 109,56 2.175,26 2.259,86 Mso unid. Kg 7.220,48 175,44 3.854,74 4.280,14 Fonte: Dados conforme pesquisa A margem de segurança segundo os preços sugeridos, caso a empresa os adotasse, mostra uma folga significativa, onde as vendas em unidade kg do período são superiores ao seu ponto de equilíbrio. Quadro 39: Margem de Segurança Contábil Valor Preço Orientativo Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Fonte: Dados conforme pesquisa Preço Orientativo MSO valor Clientes Diversos vendas valor ponto eq. 90.012,22 1.069,71 10.489,60 93.463,59 MSO valor Clientes SP vendas valor ponto eq. 275.412,42 5.481,69 126.130,30 144.660,74 29.556,67 455,98 4.194,29 35.787,48 Mso valor 60.455,55 613,73 6.295,31 57.676,11 81.685,20 2.107,19 45.500,18 49.986,73 Mso valor 193.727,22 3.374,50 80.630,12 94.674,01 83 Este quadro evidencia em valores o quanto as vendas do período foram superiores ao ponto de equilíbrio contábil informado. Caso a empresa estivesse trabalhando com os preços orientados, clientes diversos, as margens de segurança monetárias geradas no trimestre seriam de: R$ 60.455,55 malha estampada, R$ 613,73 lisa clara, R$ 6.295,31 lisa média e R$ 57.676,11 lisa escura. Já os clientes paulistas os valores seguintes: R$ 193.727, 22 estampada, R$ 3.374, 50 clara, R$ 80.630, 12 média e R$ 94.674, 01 escura. Quadro 40: Margem Contribuição Contábil percentual Preço Orientativo Preço Orientativo MSO percentual Clientes Diversos Mso vendas totais 60.455,55 90.012,22 613,73 1.069,71 6.295,31 10.489,60 57.676,11 93.463,59 MSO percentual Clientes SP Mso vendas totais 193.727,22 275.412,42 3.374,50 5.481,69 80.630,12 126.130,30 94.674,01 144.660,74 Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Mso % 67,16% 57,37% 60,01% 61,71% Mso % 70,34% 61,56% 63,93% 65,45% Fonte: Dados conforme pesquisa Portanto, pela premissa dos preços sugeridos aos clientes diversos, as vendas do período poderiam cair, sem que a empresa tivesse prejuízo 67,16% malha estampada, 57,37% malha lisa clara, 60,01% malha lisa média e 61,71% malha lisa escura. As vendas São Paulo teriam respaldo em uma queda de vendas de 70,34% estampada, 61,56% lisa clara, 63,93% lisa média e 65,45% lisa escura. Os quadros a seguir demonstram a real margem de segurança operacional da empresa, a partir dos seus atuais preços praticados: Quadro 41: Margem de Segurança Operacional Contábil Preço Atual Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Fonte: Dados conforme pesquisa Preço Atual MSO Contábil / unidades Clientes Diversos vendas unid. ponto eq. 3.812 64 575 4.834 MSO Contábil / unidades Clientes SP vendas unid. ponto eq. 10.265 285 6.030 6.540 1.048,42 15,60 143,72 1.266,35 Mso unid. Kg 2.763,58 48,40 431,28 3.567,65 7.672,13 146,37 2.661,92 3.796,08 Mso unid. Kg 2.592,87 138,63 3.368,08 2.743,92 84 Analisando as margens de segurança em unidades percebeu-se que, as margens são folgadas, desta forma consegue pagar todos seus custos fixos inerentes aos produtos. Embora que, se a empresa praticasse os preços sugeridos para os Clientes São Paulo, sua margem os seria maior, e consequentemente teria mais respaldo para eventuais quedas nas vendas. Quadro 42: Margem de Segurança Contábil Valor Preço Orientativo Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Fonte: Dados conforme pesquisa Preço Atual MSO valor Clientes Diversos vendas valor ponto eq. 93.775,20 25.791,20 1.257,60 306,57 11.931,25 2.982,23 103.205,90 27.036,62 MSO valor Clientes SP vendas valor ponto eq. 237.634,75 177.609,91 5.144,25 2.641,92 120.600,00 53.238,37 130.800,00 75.921,59 Mso valor 67.984,00 951,03 8.949,02 76.169,28 Mso valor 60.024,84 2.502,33 67.361,63 54.878,41 As margens em valores informam o que excedeu as vendas do trimestre em reais, clientes diversos R$ 67.894,00 malha estampada, R$ 951, 03 lisa clara, R$ 8.949,02 lisa média e R$ 76.169,28 lisa escura. Os clientes paulistas os seguintes valores: R$ 60.024,84 estampada, R$ 2.502, 33 clara, R$ 67.361,63 média e R$ 54.878,41 escura. Quadro 43: Margem Contribuição Contábil percentual Preço Atual Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Fonte: Dados conforme pesquisa Preço Atual MSO percentual Clientes Diversos Mso vendas totais 67.984,00 90.012,22 951,03 1.069,71 8.949,02 10.489,60 76.169,28 93.463,59 MSO percentual Clientes SP Mso vendas totais 60.024,84 275.412,42 2.502,33 5.481,69 67.361,63 126.130,30 54.878,41 144.660,74 Mso % 75,53% 88,91% 85,31% 81,50% Mso % 21,79% 45,65% 53,41% 37,94% Tais índices representam um alto grau de sustentabilidade, principalmente nos clientes diversos, e caso aconteça alguma desventura no mercado e as vendas venham a cair 75,53% estampada, 88,91% lisa clara, 85,31% lisa média e 81,50% lisa escura, a empresa consegue 85 pagar todos seus gastos fixos sem que haja prejuízo. Embora com percentuais menores, a situação dos clientes São Paulo também é bastante satisfatória, e mostra que a empresa atualmente tem uma margem de segurança operacional ótima, e conseqüentemente o risco de sofrer perdas, caso as vendas caiam, é menor. 3.9.6.2 Margem de Segurança Operacional Econômico A margem de segurança operacional econômica parte do pressuposto tratado no ponto de equilíbrio econômico, onde as vendas excedidas correspondem à sobra após o pagamento dos custos fixos e ainda o lucro sobre o investimento, os quadros a seguir, demonstram tal informação: Quadro 44: Margem de Segurança Operacional Econômico Preço Orientativo Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Preço Orientativo MSO Econômico / unidades Clientes Diversos vendas unid. ponto eq. 3.812 1.477,99 64 32,21 575 271,48 4.834 2.185,55 MSO Econômico / unidades Clientes SP vendas unid. ponto eq. 10.265 3.594,87 285 129,36 6.030 2.568,48 6.540 2.668,37 Mso unid. Kg 2.334,01 31,79 303,52 2.648,45 Mso unid. Kg 6.670,13 155,64 3.461,52 3.871,63 Fonte: Dados conforme pesquisa O quadro mostra de forma quantitativa o que ultrapassou das vendas no período, com relação ao ponto de equilíbrio econômico, a partir dos preços orientativos. Quadro 45: Margem de Segurança Operacional Econômico Preço Atual Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Fonte: Dados conforme pesquisa Preço Atual MSO Econômico / unidades Clientes Diversos vendas unid. ponto eq. 3.812 64 575 4.834 MSO Econômico / unidades Clientes SP vendas unid. ponto eq. 10.265 285 6.030 6.540 1.237,94 18,42 169,70 1.495,27 Mso unid. Kg 2.574,06 45,58 405,30 3.338,73 9.059,01 172,83 3.143,11 4.482,29 Mso unid. Kg 1.205,99 112,17 2.886,89 2.057,71 86 A empresa possui uma margem de segurança com folga, visto que suas vendas no período estão bem acima do ponto de equilíbrio econômico, o que traz certo conforto para a empresa, pois além de cobrir todos os custos fixos, e ainda a rentabilidade desejada, possui excedente na tabela de clientes diversos 2.574,06 kg malha estampada, 45,58 kg lisa clara, 405,30 kg lisa escura e 3.338,73 kg lisa escura. Já os clientes São Paulo, a estampada 1.205,99 kg, lisa clara 112,17 kg, lisa média 2.886,89 kg e escura 2.057,71 kg. 3.9.6.3 Margem de Segurança Operacional Financeira É a margem de segurança operacional financeira, informa em quantidades o que excede das vendas após o pagamento dos gastos desembolsáveis, aqueles que de fato são necessários para a atividade operacional, sendo pagos a vista ou prazo. Quadro 46: Margem de Segurança Operacional Financeiro Preço Orientativo Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Preço Orientativo MSO Financeiro / unidades Clientes Diversos vendas unid. ponto eq. 3.812 1.817,81 64 39,62 575 333,89 4.834 2.688,05 MSO Financeiro / unidades Clientes SP vendas unid. ponto eq. 10.265 4.421 285 159 6.030 3.159 6.540 3.282 Mso unid. Kg 1.994,19 24,38 241,11 2.145,95 Mso unid. Kg 5.843,59 125,90 2.870,97 3.258,11 Fonte: Dados conforme pesquisa O quadro mostra de forma quantitativa kg quanto às vendas do período excederam em relação ao ponto de equilíbrio financeiro, a partir dos preços sugeridos. Quadro 47: Margem de Segurança Operacional Financeiro Preço Atual Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Produtos Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Malha lisa escura Fonte: Dados conforme pesquisa Preço Atual MSO Financeiro / unidades Clientes Diversos vendas unid. ponto eq. 3.812 1.522,57 64 22,66 575 208,72 4.834 1.839,06 MSO Financeiro / unidades Clientes SP vendas unid. ponto eq. 10.265 11.141,88 285 212,56 6.030 3.865,78 6.540 5.512,87 Mso unid. Kg 2.289,43 41,34 366,28 2.994,94 Mso unid. Kg (876,88) 72,44 2.164,22 1.027,13 87 Portanto as quantidades encontradas como margens excedentes para os clientes diversos sob o aspecto financeiro quantitativo foram os seguintes: malha estampada 2.289,43 kg, malha lisa clara 41,34 kg, malha lisa média 366,28 kg e malha lisa escura 2.994,94 kg. Clientes São Paulo, malha estampada (876,88) kg, lisa clara 72,44 kg, lisa média 2.164,22 kg e a escura 1.027,13 kg. A organização consegue pagar todos seus gastos desembolsáveis bem como as dívidas do período e ainda possui margem para eventuais quedas nas vendas, com exceção da malha estampada São Paulo, onde o ponto de equilíbrio supera as vendas, em razão dos comprometimentos com empréstimos. Em função das altas margens dos demais, tal informação não pode ser de fato considerada como uma perda, pois os outros produtos conseguem suprir tal insuficiência, porém precisa ser analisado de forma criteriosa para que isso não comprometa o caixa da empresa, e inviabilize o seu pagamento. 3.10 Gestão Estratégica de Custos A gestão de custos é a integração que se deve ter entre a gestão de custos e o processo de gestão da empresa, gerando informações estratégicas, que proporcionem elementos para a correta tomada de decisão, com bases sólidas e coerentes, que permitam o crescimento e a alavancagem dos negócios. 3.10.1 Apuração do Resultado por Produto A apuração do resultado do exercício por produto mostra a representatividade de cada um para a formação do lucro ou resultado final, analisado de forma conjunta com o preço praticado pela empresa. O resultado líquido é encontrado após as subtrações do custo total do produto, as despesas e impostos incidentes. Tal resultado é encontrado pelo método de custeio absorção, onde são incorporados todos os custos diretos e indiretos aos produtos. Quadro 48: Apuração do Resultado Malha Estampada Clientes Diversos Apuração do Resultado do Produto Malha estampada PV Orientativo Preço Atual Preço de Venda 23,61 24,60 (-) Custo Total 17,36 17,36 (=) Lucro Bruto 6,26 7,24 (-) Despesas 0,35 0,37 (-) Impostos 10% 2,36 2,46 (=) Resultado 3,54 4,42 resultado em % 15,00% 17,95% Fonte: Dados conforme pesquisa São Paulo Apuração do Resultado do Produto Malha estampada PV Orientativo Preço Atual Preço de Venda 26,83 23,15 (-) Custo Total 17,91 17,91 (=) Lucro Bruto 8,92 5,24 (-) Despesas/ comissão 2,21 1,91 (-) Impostos 10% 2,68 2,32 (=) Resultado 4,02 1,02 resultado em % 15,00% 4,39% 88 A malha estampada para os clientes diversos e clientes São Paulo, segundo o preço orientativo traz um resultado de 15%. O preço atual praticado pela empresa apresentou um resultado de 17,95%, para os clientes diversos. Já os clientes São Paulo, o preço atual apresenta um resultado de 4,39%, embora apresentando resultado positivo ainda esta muito abaixo do que se sugere. Quadro 49: Apuração do Resultado Malha Lisa Clara Clientes Diversos Apuração do Resultado do Produto Malha lisa clara PV Orientativo Preço Atual Preço de Venda 16,71 19,65 (-) Custo Total 12,28 12,28 (=) Lucro Bruto 4,43 7,37 (-) Despesas 0,25 0,29 (-) Impostos 10% 1,67 1,97 (=) Resultado 2,51 5,11 resultado em % 15,00% 25,98% São Paulo Apuração do Resultado do Produto Malha lisa clara PV Orientativo Preço Atual Preço de Venda 19,23 18,05 (-) Custo Total 12,84 12,84 (=) Lucro Bruto 6,40 5,21 (-) Despesas/ comissão 1,59 1,49 (-) Impostos 10% 1,92 1,81 (=) Resultado 2,89 1,92 resultado em % 15,00% 10,62% Fonte: Dados conforme pesquisa A malha lisa clara para os clientes diversos apresentou um resultado à maior que o sugerido, de 25,98%, e de 10,62% para os clientes São Paulo. Quadro 50: Apuração do Resultado Malha Lisa Média Clientes Diversos Apuração do Resultado do Produto Malha lisa média PV Orientativo Preço Atual Preço de Venda 18,24 20,75 (-) Custo Total 13,41 13,41 (=) Lucro Bruto 4,83 7,34 (-) Despesas 0,27 0,31 (-) Impostos 10% 1,82 2,08 (=) Resultado 2,74 4,96 resultado em % 15,00% 23,88% São Paulo Apuração do Resultado do Produto Malha lisa média PV Orientativo Preço Atual Preço de Venda 20,92 20,00 (-) Custo Total 13,96 13,96 (=) Lucro Bruto 6,95 6,04 (-) Despesas/ comissão 1,73 1,65 (-) Impostos 10% 2,09 2,00 (=) Resultado 3,14 2,39 resultado em % 15,00% 11,94% Fonte: Dados conforme pesquisa A malha lisa média demonstra pelo preço atual um resultado de, 23,88%, diferente dos clientes São Paulo que o resultado é de 11,94%. Quadro 51: Apuração do Resultado Malha Lisa Escura Clientes Diversos Apuração do Resultado do Produto Malha lisa escura PV Orientativo Preço Atual Preço de Venda 19,33 21,35 (-) Custo Total 14,21 14,21 (=) Lucro Bruto 5,12 7,14 (-) Despesas 0,29 0,32 (-) Impostos 10% 1,93 2,14 (=) Resultado 2,90 4,68 resultado em % 15,00% 21,94% Fonte: Dados conforme pesquisa São Paulo Apuração do Resultado do Produto Malha lisa escura PV Orientativo Preço Atual Preço de Venda 22,12 20,00 (-) Custo Total 14,76 14,76 (=) Lucro Bruto 7,35 5,24 (-) Despesas/ comissão 1,82 1,65 (-) Impostos 10% 2,21 2,00 (=) Resultado 3,32 1,59 resultado em % 15,00% 7,93% 89 A malha lisa escura tem um resultado de 21,94% para os clientes diversos, e 7,93% para os clientes São Paulo. Os gráficos a seguir evidenciam os resultados por produto por meios dos atuais preços praticados pela empresa: Apuração do Resultado dos Produtos Clientes Diversos 25,98% 23,88% 17,95% Ma lha esta mpa da Ma lha lisa cla ra Ma lha lisa média 21,94% Ma lha lisa escura Gráfico 13: Apuração do Resultado dos Produtos Clientes Diversos Fonte: Dados conforme pesquisa O gráfico da apuração do resultado dos produtos clientes diversos, demonstra de forma clara que o produto malha lisa clara é a que possui melhor resultado 25,98%, em seguida a malha lisa média 23,88%, malha lisa escura 21,94% e a de menor resultado malha estampada 17,95%. Apuração do Resultado dos Produtos Clientes São Paulo 10,62% 11,94% 4,39% Ma lha esta m pa da Ma lha lisa cla ra Gráfico 14: Apuração do Resultado dos Produtos Clientes São Paulo Fonte: Dados conforme pesquisa Ma lha lisa média 7,93% Ma lha lisa escura 90 Os clientes paulistas possuem um resultado bastante inferior aos diversos, e variam de 11,94% lisa média, 10,62% lisa clara, 7,93% lisa escura e a de menor resultado 4,39%. Importante frisar que tal resultado ainda é uma informação prematura, pois as distorções entre um produto e outro precisam ser analisados pelo montante total das vendas, pois embora um produto tenha um resultado bom seu volume de venda pode ser pequeno. A apuração do resultado do exercício é o que vai suprir tal prematuridade, norteando os gestores, pois a partir das suas informações, pode-se se ter o real resultado proporcionado. 3.10.2 Apuração do Resultado do Exercício Trimestral A empresa produz em média 25.000 kg de malha mês, deste montante 56% é consumido internamente (usado como matéria-prima para confecções de produtos de cama), 31% representa às vendas dos clientes do estado de São Paulo, e apenas 13% as vendas dos demais clientes. CONSUMO MALHA TRIMESTRE CLIENTES DIVERSOS CLIENTES SÃO PAULO INTERNO 13% 31% 56% Gráfico 15: Consumo Malha Trimestre Fonte: Dados conforme pesquisa Analisando as vendas e o consumo interno das 25 toneladas produzidas em média no mês, foram encontrados os seguintes índices de consumo por produto: CONSUMO POR PRODUTO m a lha escura 31% m a lha esta m pa da 43% m a lha m édia 25% Gráfico 16: Consumo por Produto Fonte: Dados conforme pesquisa m a lha cla ra 1% 91 O trimestre em análise mostra que o consumo maior se concentra nos produtos, malha estampada e malha lisa escura, seguidas da malha lisa média e por fim o produto de menor representatividade do segmento malha lisa clara. A apuração do resultado do trimestral baseia-se no método de custeio variável, em se tratar de informações que auxiliam no gerenciamento da organização. Tal procedimento considera exclusivamente os custos variáveis dos produtos vendidos no período, e os custos fixos ficam separados, e são considerados como despesas do trimestre. Cabe salientar que os quadros a seguir mostram os montantes totais do trimestre. Quadro 52: Apuração do Resultado do Trimestre Preço Atual Preço Atual Apuração do Resultado do TRIMESTRE CLIENTES DIVERSOS Malha estampada Malha lisa clara Malha lisa média Quantidades Preço de Venda (-) Custo Variável (-) Impostos 10% (simples) (-) Comissão (-) Despesas (=) MC (-) Custo Fixo (=)Lucro Operacional (-) Gastos não operacionais (=) Lucro antes IR resultado em % Malha lisa escura 3.812,00 93.775,20 62.486,41 9.377,52 64,00 1.257,60 724,58 125,76 575,00 11.931,25 7.155,89 1.193,13 4.834,00 103.205,90 64.038,55 10.320,59 1.406,63 20.504,64 3.705,84 16.798,81 1.933,60 14.865,21 15,85% 18,86 388,40 62,22 326,18 32,46 293,72 23,36% 178,97 3.403,27 558,99 2.844,28 291,66 2.552,62 21,39% 1.548,09 27.298,68 4.699,37 22.599,30 2.452,00 20.147,30 19,52% Apuração do Resultado do TRIMESTRE CLIENTES SÃO PAULO Malha estampada Quantidades Preço de Venda (-) Custo Variável (-) Impostos 10% (simples) (-) Comissão (-) Despesas (=) MC (-) Custo Fixo (=)Lucro Operacional (-) Gastos não operacionais (=) Lucro antes IR resultado em % 10.265,00 237.634,75 173.948,24 23.763,48 11.881,74 7.723,13 20.318,17 9.979,12 10.339,05 5.206,82 5.132,22 2,16% Malha lisa clara 285,00 5.144,25 3.384,45 514,43 257,21 167,19 820,97 277,06 543,91 144,56 399,35 7,76% Malha lisa média 6.030,00 120.600,00 78.382,53 12.060,00 6.030,00 3.919,50 20.207,97 5.862,06 14.345,90 3.058,66 11.287,24 9,36% Malha lisa escura 6.540,00 130.800,00 90.260,25 13.080,00 6.540,00 4.251,00 16.668,75 6.357,86 10.310,89 3.317,35 6.993,54 5,35% Fonte: Dados conforme pesquisa Analisando em pormenores a apuração do resultado do trimestre, considerando as vendas do período, com os atuais preços praticados, bem como os descontos respectivos dos custos variáveis e fixos, e por fim descontos relativos a gastos não operacionais (despesas financeiras, juros). Os resultados encontrados no fim do trimestre são: clientes diversos: 15,85% malha estampada, 23,36% malha lisa clara, 21,39% lisa média e 19,52% lisa escura. 92 Os clientes São Paulo apresentaram um resultado inferior, visto que sua margem é menor, sendo assim a malha estampada 2,16%, lisa clara 7,76%, lisa média 9,36%, lisa escura 5,35%. Os resultados divergem bastante entre as duas variáveis de vendas, clientes diversos e São Paulo, onde os clientes diversos possuem um resultado bastante satisfatório, com margem folgada e consequentemente melhor resultado do período. Embora que, alguns produtos estejam de fato abaixo da lucratividade esperada, os resultados demonstram que a empresa, consegue pagar todos os seus custos e despesas e ainda gera lucro. A empresa faturou no período R$ 704.348,95, sendo que 30% correspondem às vendas de clientes diversos e 70% clientes São Paulo. O gráfico a seguir evidencia tal índice. Faturamento Trimestre 2012 30% Clientes Diversos 70% Clientes Sã o Pa ulo Gráfico 17: Faturamento Trimestre 2012 Fonte: Dados conforme pesquisa 3.10.3 Alavancagem A alavancagem é uma ferramenta que multiplica a força empregada em uma extremidade, provocando força maior em outra. É o uso de ativos ou recursos com custos fixos a fim de aumentar o lucro dos proprietários. Segundo a teoria, os autores relatam que quando o GAO for superior a 1, existe alavancagem operacional. GAO (grau de alavancagem operacional), GAF (grau de alavancagem financeira), GAT (grau de alavancagem total). 93 Quadro 53: Grau de Alavancagem Clientes Diversos Pee. Trimestre Vendas Líquidas Impostos Custos variáveis Despesas MC Custos fixos Lucro Operacional Gastos não operacionais Lucro antes IR GAO = MC/LUCRO GAF GAC 66.260,73 6.626,07 42421,54 993,91 16.219,20 9.026,41 7.192,79 4.709,73 2.483,06 2,255 2,897 6,532 Clientes São Paulo Pee. Trimestre Vendas Líquidas Impostos Custos variáveis Despesas MC Custos fixos Lucro Operacional Gastos não operacionais Lucro antes IR GAO = MC/LUCRO GAF GAC Fonte: Dados conforme pesquisa 365.343,66 36.534,37 258.282,02 30.140,85 40.386,42 22.476,11 17.910,31 11.727,40 6.182,91 2,255 2,897 6,532 Levando-se em consideração como elemento de análise o aspecto econômico da atividade, partiu-se do ponto de equilíbrio que represente a quantidade das vendas necessárias para cobrir todos os gastos operacionais e os não operacionais, bem como o lucro de oportunidade esperado. Desta forma o grau de alavancagem informa que o lucro será sempre maior que as vendas, ou seja, o grau será sempre maior que um. Pode-se dizer que a empresa possui alavancagem, segundo Perez Jr., et al (2001) um aumento de 5% nas vendas, aumentará o lucro operacional em 11,28%, ou seja 5% vezes 2,255, e o lucro antes do IR aumentará em 32,69%, ou seja 11,28 % vezes 2,897. O GAC, grau de alavancagem combinado ou total, ela existe, pois a empresa possui alavancagem operacional e financeira, informando o efeito que um aumento nas vendas provocara no lucro antes do IR, ou seja, um aumento de 5% nas vendas, o lucro aumentará em 32,66%, 5% vezes 6,532. 94 3.10.4 Rotatividade dos Estoques / Giro e Antigiro A rotatividade dos estoques mede quantas vezes o estoque se renova em um período de tempo. Assim sendo quando o coeficiente de giro for menor que 1 significa que parte dos recursos financeiros esta sendo usado para manter o estoque, já o antigiro reflete a capacidade de atendimento regular da demanda sem reposição de mercadoria. É o tempo de alcance do estoque disponível. Quadro 54: Rotatividade dos Estoques / Giro e Antigiro Cálculo de giro e antigiro Rotatividade dos Estoques Vendas Trimestre Venda Mensal Estoque médio Giro (Trim) Giro (mês) Giro (dias) Antigiro (trim) Antigiro (mês) Antigiro (dias) Clientes Diversos 210.169,95 70.056,65 127.815,00 1,64 1,82 54,73 0,61 1,82 54,73 Clientes São Paulo 494.179,00 164.726,33 204.702,00 2,41 1,24 37,28 0,41 1,24 37,28 Fonte: Dados conforme pesquisa Portanto o giro trimestral indica o número de renovações do estoque, ou seja, o número de vezes que a produção foi vendida e completamente reconstituída. O estoque para os clientes diversos se renova a cada 54 dias, já os São Paulo, tal renovação se dá em 37 dias, vislumbrando um eficiente giro de estoque. É importante salientar que quanto maior o giro do estoque, desde que se mantenha o volume dos mesmos e a margem de lucros, maior a eficiência do setor de vendas e menor o tempo em que o dinheiro fica parado. 95 CONCLUSÃO As constantes mudanças no contexto econômico, regidas pela globalização e as novas tecnologias, obrigam os gestores e as empresas a buscar novas informações e métodos que possam de fato suprir e atender as necessidades gerenciais. A realidade das pequenas e médias empresas é do imediatismo, e na ânsia de vender, acabam por extinguir suas atividades. A gestão de custos vem como uma decisiva ferramenta para instrumentalizar e capacitar à organização, com informações de cunho estratégico, observando todas as variáveis em que a empresa esteja inserida, buscando maior eficiência na atividade operacional assim como maior eficácia nos resultados. Contudo, a análise e avaliação da gestão de custos, preços e resultados na Indústria Têxtil, objeto de estudo deste trabalho, foi perspicaz, levantando todos os custos, e comparando com a realidade praticada, gerando informações que vislumbrem possíveis distorções e evidenciando os potenciais detectados. Acredita-se que o objetivo deste estudo, que era aplicar a gestão de custos, preços e resultados, identificando as informações que suporte o processo de gestão, foi devidamente contemplado. O estudo foi muito além, pois a partir do momento que se compara e observa distorções e potencialidades de uma gestão, se tem a chave para o sucesso de uma empresa. Para que o objetivo deste trabalho fosse alcançado, inicialmente se realizou uma pesquisa bibliográfica, que foi o embasamento teórico, com as bases conceituais de diferentes autores, sobre contabilidade e gestão de custos. Posteriormente foi coletado informações na Indústria Têxtil para realização dos cálculos e das analises. Os cálculos de custos realizados foram os, pertinentes à composição do custo total, pelo método absorção, apurando os custos diretos, variáveis e fixos, bem como as especificidades da atividade. Logo após, formou-se o preço de venda, com suas particularidades. Por fim se levantou e analisou as margens de contribuição, ponto de equilíbrio, margem de segurança, e os elementos de gestão estratégica. Finalizo este trabalho com algumas recomendações, embora que, já observado anteriormente, a empresa se encontre de uma forma geral bem estruturada, com índices 96 positivos, e com alavancagem, o que a torna sustentável e competitiva. Cabe frisar, todo cuidado é pouco, principalmente no que diz respeito aos clientes São Paulo, praticando preços com margens baixas, a empresa precisa vender uma quantidade grande, para conseguir pagar os custos fixos, gastos não operacionais e ainda gerar lucro. Gastos não operacionais (juros), adquirido de empréstimos e descontos (cheques e duplicatas), valores altos, que precisam ser observados de forma criteriosa, pois compromete mensalmente o resultado da empresa. É relevante dizer que, a busca de novos mercados e possibilidades de fornecimentos deve ser constante dentro da empresa, pois com um custo baixo, se pode melhorar as margens e preços. Incremento nas vendas pode ser algo interessante para aumentar o giro dos negócios, desde que os preços sejam devidamente formulados, objetivando uma alta rentabilidade. Sugiro também, uma atenção redobrada para a ferramenta fluxo de caixa, sendo ela de crucial importância dentro da empresa, visto que a mesma possui consideráveis comprometimentos, ter o controle eficaz de seus recursos se torna indispensável, para que não comprometa suas atividades e inviabilize seus pagamentos. Concluo este trabalho com a certeza de dever cumprido, e com um arcabouço imenso, que pretendo aprimorar e desenvolver. Seria clichê falar que gosto de custos, mas foi em função deste grande desafio, “gerenciar custos”, que adentrei na contabilidade, e o desenvolver deste trabalho, foi uma grande realização profissional e pessoal. 97 REFERÊNCIAS ABREU, Adriana Leal. Custos Intangíveis sob o ponto de vista estratégico. Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, n. 144, p. 32-39, abr. 2011. BASSO, Irani Paulo. Contabilidade Geral Básica. 3 ed. rev. Ijuí: Unijuí, 2005. BACIC, Miguel Juan, MEGLIORINI, Evandir, OLIVEIRA, Elizabeth Castro Maurenza e YOMURA, Nobuya. Manual de Técnicas e Prática de Gestão Estratégica de Custos nas pequenas e médias empresas. Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo. São Paulo, 2010. BEULKE, Rolando. Gestão de Custos na Administração Pública. Revista do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, n. 135, p. 4-5, dez. 2008. BORNIA, Antônio Cezar. Análise Gerencial de Custos. 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