RESUMO OLIVEIRA, Rosângela Maria Aderaldo de. SECA E CONVIVÊNCIA: UMA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO. (2011.1) Até a década de 1980, o semiárido brasileiro era visto, unicamente, como um espaço de miséria, fome, falta d’água, problemas estes tidos como fruto da ocorrência periódica de secas na região. Nessa perspectiva, os formuladores de políticas públicas puseram em prática ações de “combate à seca”, as quais se restringiam à construção de grandes açudes, distribuição de alimentos e criação de frentes de trabalho (políticas emergenciais). A partir da década de 1990, diante da ausência de avanços socioeconômicos na região, a população civil, inspirada nos preceitos de sustentabilidade, mobiliza esforços, fazendo surgir formas de enfrentamento aos efeitos da seca, que ficaram conhecidas por “convivência com o semiárido”. A seca passa a ser vista não como causa, mas sim, como fator de agravamento das desigualdades sociais e econômicas, inter-regionais e intra-regionais, historicamente constituídas. Esse novo olhar enfatiza a importância de políticas que promovam o acesso à terra; a segurança hídrica; o reconhecimento das potencialidades produtivas de cada território; a conservação da caatinga, com a adoção de práticas adequadas ao bioma; e uma educação valorizadora da cultura e do modo de vida no semiárido. A presente Monografia propõe-se a analisar as políticas de “convivência com o semiárido”, os avanços alcançados e os limites ainda existentes. Em virtude da fragmentação das políticas postas em prática, o estudo conclui que a falta de uma integração mais efetiva entre elas, compromete o alcance dos objetivos de um necessário desenvolvimento sustentável para a região. Palavras-chave: seca; semiárido; convivência; políticas públicas. ABSTRACT Until the 1980s, the Brazilian semiarid region was viewed only as a place of misery, hunger, water shortages. These problems were said as a result from the periodic occurrence of droughts in the region. With this understanding, the policy makers have implemented the actions of “drought relief”, which turned primarily to construct large dams, food distribution and create occupation in some areas (emergency policies). From the 1990s, in the absence of socioeconomic progress in the region, and inspired by principles of sustainability, the civilian population mobilize efforts, giving rise to a new pattern of development, which is called “coexistence with the semiarid”. From that moment, the drought is now seen as an aggravating factor for social and economic interregional and interns inequalities in the region, historically constituted. Now, the problem should be tackled through policies that promote access to land, water security, recognition of the productive potential of each territory, the conservation of caatinga with the adoption of appropriate practices to the biome, valuing education and culture and way of life in semiarid. This monograph is proposed to analyze the politics of “coexistence with the semiarid “, progress and limits still exist. Given the fragmentation of policies implemented, the study concludes that the lack of a better integration between them undermines the achievement of the objectives of sustainable development need for the region. Keywords: dry; semiarid; coexistence; public policies.