O ANIMADOR 1 PARTE UM determinados desportos ou jogos, a dirigirem os treinos, a organizarem provas, competições, formarem equipas, aconselhar o equipamento e a alimentação, marcarem horários e programas, arbitrando, registando marcas, etc.. Quase sempre anónimo, o seu trabalho é muito positivo nas comunidades. Uma outra definição que podemos destacar são: os animadores de colónias de férias, com a responsabilidade por grupos de crianças ou adolescentes, a vigiarem, dirigirem as suas actividades (programadas), bem como ocuparem todos os tempos livres. Todas estas definições têm como objectivo sensibilizar os nossos escoteiros para o importante papel que tem o Animador de bando, patrulha ou equipa. Definições... Quando pensamos em animador vem-nos à ideia aquele que anima algo (locais, pessoas, acontecimentos, etc.). O que nos diz o dicionário? Que é quem tem alma, vida, que é um ser animado, corajoso, esperançado e que possui animação e esta revela-se pela sua vivacidade e entusiasmo. Resumindo, podemos dizer que é o que estimula espiritualmente, socialmente... E que nos diz a enciclopédia? Que é um técnico de desenvolvimento comunitário, que procura a participação das pessoas através da realização de actos culturais ou similares. O Animador tem como função promover e desenvolver, fora do quadro escolar, actividades com finalidades educativas (recreativas, culturais ou desportivas). Estas actividades, que têm como objectivo uma educação global e permanente, podem dirigirse a grupos especiais ou ser abertas a toda a comunidade. Todos vemos na televisão o trabalho dos animadores do público, guiando a assistência nos programas a fazerem gestos, aplaudindo e gritando ou revelando as reacções mais convenientes para aquele determinado momento. São profissionais e o seu trabalho é muito meritório. Igualmente, também vamos encontrar animadores desportivos, em relvados, alamedas, ringues de patinagem, areais e outros locais, a orientarem os jovens em Animador é… o guardião das tradições da patrulha/equipa e tem como principais atribuições: coordenar as cerimónias e rituais; preparar os novos elementos da patrulha/equipa para estas cerimónias; transmitir o historial da patrulha/equipa; coordenar a encenação das actividades da patrulha/equipa; planificar e coordenar o protocolo da patrulha/equipa. É ainda o responsável pela animação dos fogos de conselho, convívios, vigílias, celebrações e outras festas. Selecciona e prepara os diferentes tipos de animação, bem como os textos, as músicas e os equipamentos audiovisuais. Mantém actualizado o repertório 2 cénico da patrulha/equipa, bem como o guarda-roupa necessário à sua execução. É o encenador e o ensaiador da patrulha/equipa por excelência. encontrar a pista ou o azimute exacto, quando se sente que o caminho não está certo e o desânimo aproxima-se... • Animador é aquele... que leva uma música gravada, muito especial, para os momentos de reflexão ou de partilha, para ajudar a criar um "ambiente" favorável ao recolhimento e à interiorização... • Animador é aquele... que sonha com o teatro, com a declamação de poesia, com a música, com os seus intérpretes e as suas bandas, com os espectáculos, com as variedades… • Animador é aquele... que constrói e brinca com fantoches e marionetas, manipula as personagens, imita os mimos (aqueles que reproduzem gestos e tiques), faz sombras chinesas, constrói gigantones, utiliza a dramatização... • Animador é aquele... que gosta de ajudar os companheiros na maquilhagem ou na caracterização, improvisa guardaroupa e os adereços, cuida da iluminação e do som dos espectáculos, ensaia e gosta de encenar... • Animador é aquele... que anima e dirige os fogos de conselho, prepara o local, recolhe as actuações e organiza o programa, conduz o ritmo do Parte dois Perante as definições descritas no capítulo anterior, podemos agora referir que o oposto de animador é o desanimador, isto é, aquele que anda permanentemente triste, deprimido, aborrecido, melancólico... e infeliz, e à sua volta só pode espalhar um "clima" pessimista. Ora o Animador é exactamente o contrário, porque é alegre, bem disposto, simpático, sabe agir no momento próprio e à sua volta ajuda a criar um "clima" optimista. Podemos assim dizer que: • • Animador é aquele... que nos piores momentos assobia, arranca com uma cantiga, dedilha uns acordes na viola ou uns sons na flauta, promove um jogo divertido na altura certa, conta uma anedota, narra uma piada, faz um truque de ilusionismo... Animador é aquele... que nas pausas dos acampamentos, aproveita esses momentos para incentivar os seus companheiros, quer seja para obterem uma boa pontuação, quer seja para vencerem um duro obstáculo, 3 fogo até oração... ao momento de • Animador é aquele... que inventa gritos, aclamações, danças, gestos, hinos e marchas, praxes... fazendo reviver as tradições escotistas da unidade ou da história do grupo... • Animador é aquele... que num mau momento colectivo tem uma atenção especial com os seus companheiros, oferecendo-lhes um pedaço de chocolate, bombons, gomas, pastilhas, rebuçados... de forma a ajudar a quebrar aquele momento ocasional e partirem para outra… com outra disposição, mais doce... • Animador é aquele... que imita artistas ou figuras públicas mais notáveis, imita as vozes dos animais e o piar das aves, imita diversos sons e ruídos... • Animador é aquele... que gosta de comédias, arraiais, festas populares... e não se limita ao papel de mero espectador, mas pelo contrário procura participar e ser útil, ajudar no que for possível, mesmo que isso não lhe seja pedido... • • Animador é aquele... que está atento aos jornais, revistas, notícias e outras formas de comunicação, para recolha de notas, recortes, etc., que posteriormente possam ser aproveitados com vantagem pelos seus companheiros... • Animador é aquele... Não se assustem com tantas ideias mencionadas, nem pensem que é um cargo para o "Super-Homem" ou "Super-Mulher"ou qualquer outro Super-Herói; estamos a abordar uma função para um escoteiro bem disposto, alegre, um bom companheiro, que procura com o seu esforço obter o bom rendimento do seu pequeno grupo. Se o conseguires parabéns, senão, continua a tentar. Lembra-te do 8º artigo da Lei do Escoteiro que nos pede: "para assobiar perante as dificuldades. PARTE TRÊS Os cognomes... Animador é aquele... que compra os bilhetes para o cinema, teatro, concertos, exposições, visitas, festivais, torneios desportivos ou qualquer outro tipo de espectáculo... Consoante os seus dons pessoais, são várias as facetas assumidas pelo Animador. Estas dependem sempre das situações. Aqui deixamos algumas: 4 "O mágico da cartola" É o escoteiro que deseja ser um ás da magia; para isso deve fazer três coisas: desenvolver ao máximo a imaginação, desenvolver ao máximo a habilidade manual e praticar, praticar, praticar. E é praticando que ele consegue ficar com "as mãos mais rápidas que a vista", e é pondo a cabeça a funcionar que ele desenvolve a imaginação. Entre um número e outro de ilusionismo e/ou magia por exemplo, ele deve demonstrar a sua destreza ao manipular um baralho de cartas, argolas, caixas com lenços... e é aí que os seus companheiros vão poder ver que ele é mesmo um mágico, e não apenas simplesmente alguém que decorou uns truques. O "artista" vai necessitar da colaboração de alguns elementos, quer seja para servir de apresentador, quer seja como assistente. Nestas coisas de ilusionismo o segredo é a alma do negócio. rendas, material de caracterização, cabeleiras, barbas e bigodes, agulhas, alfinetes, linhas, bolas, bandeirolas, espias, giz, redes... "O guardião dos sucessos" Outro dos cognomes que um Animador pode receber é de "o guardião dos sucessos". Porquê? Porque ele é um elemento preocupado com o passado do Escotismo e por isso procura, junto de antigos elementos, reunir no seu caderno de animação, histórias, factos, acontecimentos já vividos e merecedores de serem contados ou apresentados num momento oportuno ou num futuro próximo. Por estas razões ao efectuar a pesquisa sobre estes temas, poderá colocar assim as seguintes interrogações: "O mestre dos jogos" E outro sobrenome que o Animador pode receber. Jogando com alegria, com certo mistério e intimidade à mistura, o jogo alcançará sem dúvida êxito. Os jogadores estão sempre à espera de novidades. Por isso o "mestre" organiza pequenos jogos durante as reuniões e nos chamados tempos mortos. Igualmente gosta de colaborar na organização dos grandes jogos. Pode também ter a seu cargo a "arca do tesouro", onde se guardam panos, cartolinas, • Quais foram as melhores actuações que viu em fogos de conselho? • Quais os números que mais apreciou no Jamboree? E no Nacional? • Qual o maior êxito que a sua Divisão apresentou? • Que equipamentos utilizaram? • .Etc., etc… Depois vêem os apontamentos, os desenhos, as informações que vão enriquecendo o teu património (caderno). 5 É com base nestas notas que podes melhorar o nível de actuação da tua patrulha, nos próximos fogos de conselho ou festas de Escoteiros. Muitas vezes verificam-se actuações muito fracas, mesmo de baixo nível, repetitivas, com uso de uma linguagem imprópria de Escoteiros, etc. Por isso, tudo o que Animador possa fazer para corrigir essas situações será positivo, tanto para quem participa como para quem assiste (pais, antigos escoteiros, amigos, proprietários das quintas, populações...). Bem haja pois "o guardião dos sucessos". as festas com as suas trovas (composições líricas, ligeiras e de carácter mais ou menos popular). Ele é um jogral porque a sua poesia revela um gosto refinado pelas cantigas (algumas muito críticas mas com um forte sentido de humor). Um dos mais destacados trovadores foi o nosso rei D. Dinis. O Animador deverá usar essas faculdades nos fogos de conselho ou festas de Escoteiros, funcionando como "o menestrel", arauto da sua patrulha e quem sabe mais tarde do próprio Grupo. Nos dias de hoje pode-se chamar "a alma da festa". "O senhor... alegrete" É como também chamam em muitos lados ao Animador. E é muito bom ser chamado assim. "O agitador dos molengões" Esta alcunha é-lhe atribuída quando procura evitar que alguém do seu pequeno grupo se encontre amorfo, estático, desanimado, apagado. Para isso, recorre a todas as suas capacidades para alterar esta situação. Normalmente tem um grande aliado (interessado nesta tarefa), que é o seu guia e/ou chefe de equipa. Por isso os primeiros responsáveis dos pequenos grupos o admiram e o auxiliam. Juntos procuram acordar para a acção os mais adormecidos e por isso lhe chamam muitas vezes "o agitador dos molengões" (no bom sentido). PARTE QUATRO Esquema de progresso... • • • "O menestrel" Também o podem chamar assim. Esta figura medieval era conhecida como o poeta lírico, o trovador, o músico que encantava • • • 6 Lobitos Saber algumas canções usadas na Alcateia... Saber alguns gritos de animação e aplauso Construir um instrumento musical simples Participar com o seu bando em jogos... Praticar diversos jogos tradicionais... Contar uma história ou lenda... • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Ler episódios em banda desenhada... Executar um disfarce... Interpretar uma personagem técnica mímica... Cantar canções Escotistas Executar algumas danças dos Lobitos Ajudar a organizar provas desportivas... Dirigir sessões de ginástica matinal Representar com o bando um número de mímica Fazer uma representação com o bando Coordenar um sketch simples Compor uma quadra adaptada a música conhecida... Preparar com Àquêlà um número... Animar um momento da reunião • • • • • • • • • • • • • • Escoteiros juniores Conhecer várias técnicas (instrumentos musicais, fantoches, máscaras) Conhecer gritos de animação e agradecimento Cantar cinco canções Escoteiras Participar activamente em reuniões, actividades... Actuar numa peça de fogo de conselho Utilizar expressão corporal num convívio... Organizar e animar uma manhã desportiva... Cooperar na animação de uma oficina (atelier) de expressão Elaborar uma peça tipo fogo de conselho... Animar a patrulha em actividades de exterior • • • • • • • • • 7 Criar e animar um momento de oração Escoteiros Seniores Conhecer técnicas de sombras chinesas Aplicar caracterização facial Executar traje para teatralização Fazer parte de um coro... Organizar e realizar torneio desportivo Animar ginástica matinal Animar oficina sobre história da ONU Participar/animar projecto social ou cultural Preparar "sketch" para fogo de conselho/convívio... Conceber um audiovisual... Animar uma acção de serviço... Ajudar a preparar tempo de animação da fé Animar tempo de oração e reflexão... Caminheiros Participar num curso de animação de grupos... Fazer a animação de um fogo de conselho Executar uma caracterização pessoal... Animar acções informais / formativas / sensibilização... Animar sessões de preparação física... Animar oficinas (atelier)... Organizar a festa do Grupo Animar uma oficina (brinquedos, encadernação...) Especialidades Actor • • • • Artista Comediante Músico Cantor Litúrgico compassadamente em voz alta, faz convenientemente a acentuação gráfica, não omitas as pausas, etc. Tudo num tom que os outros ouçam. Experimenta gravar os "discursos" e ouvi-los várias vezes com atenção, para descobrir as falhas e corrigi-las. PARTE CINCO • O cancioneiro – É uma "ferramenta" conveniente para ser usado quando necessário. Se o cancioneiro incluir além das letras também as músicas, então trata de aprender o solfejo (ler música), pois isso facilitará na hora dos ensaios. Por vezes sabemos as letras mas esquecemos as músicas. Se desejas ensinar uma cantiga nova, distribui uma cópia da letra a cada elemento. Resulta! • A bateria – Se ainda não sabes tocar nenhum instrumento musical convencional, esta técnica encontra-se virada para a construção de instrumentos musicais rudimentares, mas que resultam imenso como acompanhamento. São por exemplo: bombos, pandeiretas, ferrinhos, castanholas, recorécos, e tantos outros. Leva os teus companheiros a construí-los e verás como a animação dos fogos de conselho vai melhorar. • A biblioteca – Procura angariar, pouco a pouco, livros, revistas, jornais... sobre as mais variadas técnicas de animação. Assuntos Técnicas de animação... Corno podem calcular é totalmente impensável abordarmos neste caderno todas as técnicas auxiliares do Animador, para melhor desempenhar as suas funções. Porém, não deixamos de indicar, embora resumidamente, algumas das técnicas que consideramos importantes e que servirão para estarem "Sempre Prontos" para um posterior estudo e seu aprofundamento. • A postura – É indispensável manter urna postura firme mas bem disposta, um sorriso natural para derrotar os pessimistas; isso ajudará a transformá-los em escoteiros úteis, activos e felizes. Para ajudar deves usar o uniforme com aprumo, demonstrares urna higiene completa, possuíres simpatia natural e irradiá-la. • A dicção – É outra "arma" que deves utilizar. Falar mal não ajuda nada. Por isso treina a ler 8 como: manuais de jogos, trabalhos manuais, palhaços e circo, danças populares, máscaras, instrumentos musicais, truques de magia, técnicas desportivas, moda e guardaroupa, maquilhagem e caracterização, cancioneiros, etc., são motivos de muito interesse. • • movimentam-se ao som de uma pandeireta. Vamos treinar! Gravações em vídeo, cassetes, CD, são meios que ajudam a estudar algumas técnicas de animação. Procura aproveitar todas as formas que as novas tecnologias te oferecem, para delas tirar vantagens. Oguarda-roupa – Confecciona a tua capa de honra, decora-a com emblemas, símbolos e outras recordações. Esta dar-te-à a figura característica dos grandes animadores de fogos de conselho. Junta-lhe um gorro ou chapéu exótico e melhoras ainda mais o teu visual. Para dirigir utiliza uma lanterna com duas ou três cores que servirá, ao dividires os diversos grupos intervenientes, nas suas entradas. Improvisa em papel peças de vestuário para serem utilizadas nas actuações. PARTE SEIS Características... Já falámos das qualidades, dos dons e dos talentos que o Animador deve possuir. Pois bem, se a essas qualidades juntarmos algumas características pessoais, a seguir indicadas, o desempenho desta função em muito beneficiará. Vejamos algumas: Expressão corporal – É uma técnica física em que a parte gestual e a postura são importantes. Os movimentos do corpo ajudam a enriquecer as actuações. Nos treinos podes mandar imitar uma árvore abanada pelo vento, andar à chuva, as ondas do mar, uma ave a voar, uma profissão violenta, um atleta em acção, um animal na selva, etc. Estas técnicas devem ser dirigidas por um "mestre" e são normalmente colectivas; está-se descalço e • Ser entusiasta – Revela-se pela excitação; pela alegria por vezes ruidosa; dedica-se vivamente às suas tarefas; " exprime-se com entusiasmo; é arrebatador; fica animado com os êxitos obtidos... • Ser brilhante – Tomase notado pela qualidade do seu 9 trabalho; é perfeccionista no bom sentido... • Ser curioso – Porque não se conforma com o medíocre; é um forte opositor às banalidades, às ordinarices; gosta de fazer, de aprender, de ensinar logo que tenha atingido um mínimo de conhecimentos... • Ser vivo – Quer-se dizer activo, aquele que estimula, que é persistente, fervoroso, diligente, ardente, eficaz, rápido, persuasivo... • Ser imaginativo – Porque pode ajudar os restantes elementos, procurando que a sua actuação seja inédita, moderna, com nível, valorizada; tem muitas ideias e algumas na "manga"... • Ser estimulante – Porque incita, porque excita, porque aviva, resumindo, porque espicaça… Passagens de Divisão – animação da cerimónia, decoração, símbolos... • Ser simpático – Bem humorado; sorri muito; o sorriso oferece a quem se dirige, confiança... Atribuição de insígnias de progresso – cânticos, beberete, prendas... Inauguração Partida – de sede, de embarcações.... E as ocasiões? São várias as ocasiões em que o Animador poderá "brilhar". Dessas podemos destacar as mais vulgares: • Aniversários – dos elementos, da chefia, do Grupo, da AEP, dos patronos e muitos outros... • Festas – Escoteiras ou não; projecções, dramatizações... • Fogos de conselho – restritos, de Divisão, de Grupo... • Vigílias e Compromissos de Honra - coro, cânticos, música, leituras... • Visitas – a outros Grupos, oferta de lembrança, discursos... • Agradecimentos – aos visitantes, "grande uivo", gritos, aclamações... Compromissos – de responsáveis, guias, chefes de equipa... Outros... Como podes verificar as ocasiões são muitas, por isso procura estar atento às solicitações, quer seja integrado no teu grupo, quer seja a nível pessoal. O teu lema abrangente será: " O Melhor Possível Sempre Pronto" está • Ser vivaço – É ter a qualidade de quem é vivaz, activo e finório; usa um modo expressivo a falar ou a gesticular. 10 • • PARTE SETE Sabias que... • • • • • • • O Animador é o escoteiro que apoia de forma relevante os membros da sua patrulha/equipa. O Animador é aquele que promove actividades espontâneas na área da animação. O Animador é o vulgar "carola", que sem qualquer preparação junta à sua volta vários elementos, com o objectivo de criar e desenvolver acções que provoquem a boa disposição. O Animador é o elemento que orienta, dirige e organiza momentos recreativos, com a finalidade de obter bom humor entre os seus companheiros. O Animador é o escoteiro cujo trabalho se reflecte na sua patrulha, divisão ou Grupo. O Animador é o elemento que tem a seu cargo acções desportivas e a "improvisação" de alguns jogos momentâneos, com o intuito de criar um ambiente descontraído. O Animador é o companheiro que procura aprofundar os seus conhecimentos de técnicas de animação, com os escoteiros chefes, antigos escoteiros e • • • • • 11 outras pessoas que estejam ligadas a essas áreas. O Animador é aquele a quem a sua "mensagem" não se assemelha a nenhuma outra, dado a grande variedade de assuntos que deve dominar. O Animador é o escoteiro que domina e investe no seu porte, aparência geral, tom de voz, articulação, dicção, respiração, gestos (mímica), etc. sempre com a intenção de melhorar o seu desempenho. O Animador é o elemento que distrai os outros membros, porém, não monopoliza a situação, nem se sente vexado quando aparece alguém que demonstre mais competência num determinado assunto. O Animador é aquele que procura constantemente aumentar as competências, aumentar a sua cultura, porque deseja que os outros beneficiem da sua experiência. O Animador é o escoteiro que reconhece que o perigo desta função é o culto da protagonismo; por isso esforçase por não retirar aos outros a importância que cada um possui, no cargo que desempenha. O Animador é o membro do pequeno grupo que tem mais facilidade em estabelecer contacto com os outros elementos os e sabe criar um clima amigável dentro dele. O Animador tem vários obstáculos a vencer logo à partida, como sejam: a timidez (como vou ultrapassar esta situação?); os complexos (como vou vencer estes obstáculos?); a ser introvertido, isto é, ser metido consigo mesmo ou voltado muito para dentro de si próprio (como vou sair desta?); etc. • A dança de Tábàqui – esta dança parte das características do chacal (Tábàqui) e do tigre (Xer Cane), perante os Lobos. Estes começam por ficar agachados em observação a verem o poderoso tigre a desafiar todos, depois de várias peripécias. Esta dança é muito engraçada e termina com a presença de Máugli que põe um ponto final à dança. • A dança de Bálu – Bálu era o urso que ensinava a lei da selva. E uma dança de roda, acompanhada musicalmente, em que os Lobitos uns atrás dos outros, marcham fazendo gestos e olhares engraçados. • A dança de Bàguirà – Bàguirà era a pantera negra caçadora ágil, valente e rija que ensina e defende Máugli dos perigos da selva. Nesta dança os Lobitos procuram imitar a pantera que procura caçar um antílope. Rastejam, avançam, recuam, etc., até que a um grito como sinal todos saltam sobre a peça, imitando a pantera. Esta dança tem um misto de imitação e de canto: • A dança de Cá – Cá a grande jibóia luta contra os macacos (Bândarlougues) para libertar Máugli que se encontrava encerrado numa velha cidade abandonada no meio da selva. A dança imita uma grande serpente formada pelos Lobitos a devorar PARTE OITO As danças... A dança é um dos modos de expressão mais primitivos com que o Homem procura simbolizar sentimentos, mediante movimentos corporais, gestuais e mímica. É geralmente acompanhada de instrumentos musicais. A Bíblia faz referências frequentemente a danças sagradas profanas. Muitas das danças partem, ou partiram, de uma história ou situação em determinados povos ou locais. Estas foram evoluindo até aos dias de hoje. Danças da Selva – BadenPowell criou cinco danças para os Lobitos tiradas de "O Livro da Selva", como forma de animação, brincadeira, imaginação ou representação, em que , se procura tirar sempre uma lição educativa. Elas são: 12 um a um os macacos, por meio de silvos, gestos e movimentos vagarosos. • tambores, onde quase sempre os dançarinos usam guizos à volta dos tornozelos e agitam as suas armas. As mais conhecidas são: A dança da morte de Xer Cane – esta dança procura fazer reviver o momento em que Máugli com a colaboração dos búfalos esmagam o terrível Xer Cane. É uma dança de roda que termina quando Máugli tira a pele ao tigre e a apresenta na rocha do conselho. Poderás encontrar estas descrições mais completas no "Manual do Lobito" ou no livro "Alaiii". • • Danças Folclóricas – Portugal é um país muito rico em folclore regional. Através dos seus ranchos estes tem divulgado por todo o mundo as nossas danças tradicionais. Os jovens gostam imenso de as interpretar dado serem muito animadas, alegres e cheias de significados. Evidentemente, que necessitam de bastantes ensaios para atingirem uma apresentação satisfatória em público. O vira, os pauliteiros, a chula, o fandango, o corridinho, o bailinho, as marchas, etc., são algumas das danças mais representativas da cultura portuguesa. • A dança-do-Sol – em que o feiticeiro agita um bastão em círculos enquanto os pelesvermelhas vão dançando batendo forte com os pés no chão; • A dança-da-Chuva – em que os dançarinos imitam o barulho da queda de água; • A dança-da-Guerra que assinala a cerimónia do desenterrar o machado de guerra, preparando os bravos para a luta já usando as pinturas de guerra. Por várias outras razões também se tomaram célebres: • • • • A dança-da-Morte; A dança-das-Colheitas; A dança-dos-Espectros; tantas outras... Dança dos Maoris – BP descreve assim a dança-de-Guerra destes indígenas da Nova Zelândia: "Quando uma Haka (dança e coro) tem lugar, todos dançam e cantam em perfeito coro, fazendo horríveis caretas que a pouco e pouco os levam a um estado de completo frenesim. Os guerreiros empunham as suas armas na mão direita e formam colunas de dois, dançando juntos em cadência; saltam no ar As danças dos Índios – São mito famosas, descritas em livros, revistas, banda desenhada, cinema e televisão. São normalmente danças de roda em volta da fogueira, ao som de 13 levantando o joelho bem alto e erguendo ao mesmo tempo o ombro correspondente. Saltam deste modo, de quatro em quatro passos, cantando em coro, ao mesmo tempo, muito alto e batendo na coxa com a mão a marcar o ritmo". A descrição que o fundador faz das marchas dos Zulus é também magnífica e em parte semelhante. O coral "Ingonyama" cantado por quatro mil guerreiros, o bater do cacete no escudo, os saltos no ar, a cadência da marcha, são espectaculares e belo de ver e de imaginar. Igualmente são maravilhosas as danças do povo Massai com os enormes saltos em altura que dão e os movimentos das lanças. dança dos arcos; a dança da maçã ou da batata; a dança sorteada... Os bailes mais tradicionais são: finalistas, máscaras, pinhata, carnaval, debutantes, mandado, etc. Outras danças – Neste ponto procuramos dar relevo a danças modernas como o sapateado (influenciado pelo Jazz); a dança sobre o gelo (patinagem artística); o ballet (dança em ! pontas); as danças de quadrilhas (do Oeste Americano); e muitas mais. Resumindo Todos os escoteiros, de todas as idades, podem encontrar nas danças uma forte componente de animação e de saúde. Danças de Salão – São até hoje as mais divulgadas e algumas mantém-se mais conservadoras (antigas) e outras mais evoluídas (modernas). Neste leque evolutivo tiveram relevo as danças da idade média e do renascimento. Muitas das danças apareceram como marca do seu país de origem. É o caso do Samba do Brasil; o Tango da Argentina; o Passo Doble. o Flamengo e o Bolero da Espanha; a Tarantela de Itália; a Valsa da Áustria; o Rock'n'Rol da América do Norte; a Rumba e o Mambo de Cuba; a Mazurca da Polónia; as Czardas da Hungria e tantas outras. PARTE NOVE Os fogos de conselho... Podemos dizer que o sucesso ou insucesso de um fogo de conselho depende em grande parte daquele que o orienta e anima. Ele é verdadeiramente a alma do fogo e o fogo das almas. Papel difícil e cheio de exigências o seu. Por isso diremos que se trata de um artista. E como tal nasce. De maneira nenhuma se improvisa, podendo entretanto formar-se e construir-se ao longo de vários anos de treino. Danças de Animação – São aquelas que se introduzem nos bailes, como sejam: a dança da vassoura; a dança das cadeiras; a 14 Será ele que criará a unidade e a boa organização do fogo, dialogando com o coro e conseguindo deste harmonia com o público. O entusiasmo comunitário à roda do fogo será resultante da sua magia e do seu talento. Qualidades próprias? Sem dúvida. Qualidade de chefe – um chefe que não impõe nem comanda, mas suscita, sugestiona e lança na acção. Para isso terá uma voz, forte e expressiva; terá amor pela responsabilidade do seu cargo; um espírito imaginativo, capacidade de improvisação e oportunidade nas intervenções. Capaz de conseguir o tal ritmo progressivo e variedade. Deve ser um verdadeiro "demagogo" de multidões e um bom condutor de assembleias. A ele se deverá a animação do fogo de conselho. Porém, deve acautelar-se para não parecer um comediante vulgar; muito menos palhaço de circo ou rei carnavalesco disfarçado. Não esquecerá que o fogo de conselho é uma transição do dia para a noite, do cómico para o mistério, da alegria para o amor. Será então um "Homem" entre outros homens, um jovem entre outros jovens. Deste modo o fogo de conselho levar-nos-à do mito da chama para o mistério do amor. grande destreza corporal -o corpo jogará de acordo com a expressão da máscara. «Tomando inexpressivas expressões de rosto, obriga o actor a centrar o seu jogo sobre movimentos do corpo; a mímica amplifica-se, estende-se a todo o Homem». É o homem inteiro a participar na acção. A máscara exige que se vá até ao fundo do gesto fazendo-o energicamente. Inutiliza assim toda a trapaça. Mas também não há dúvida de que a máscara tem uma expressão congelada. Como não instalar uma monotonia grande e sem interesse? Será o próprio autor que resolverá esta dificuldade. Por ele a máscara deve viver, animar-se; começará a ser "este personagem". Fá-lo-à viver, torná-lo-à expressivo, explorar-lhe-à todos os sentimentos. «É o passado, que nós interrogamos, o sonho que se anima. E ele fala, sem cessar de respirar o ar doutra coisa, sem deixar este rosto fabricado, que foi feito para nos esconder a realidade que está por trás -o acto que esconde o actor. Quanto mais se mostra, tanto mais nos mostra aquilo que ele esconde!». Encontrarás nas revistas ou nos manuais, para Escoteiros, diversas formas da sua construção: máscaras simples, feitas com cartuchos, com cartão, em papel metalizado, em barro ou gesso... Uso da máscara É grande o seu papel de sugestão, de disfarce e de criar efeito. O jogo mascarado é diferente do da face descoberta. O actor necessita de maior treino. Exige A bateria As canções do fogo de conselho devem ser animadas, sustentadas e conduzidas por uma 15 bateria com instrumentos musicais ou de barulho. Ela marcará o ritmo dos gestos e produzirá os ruídos imitativos! Instrumentos possíveis: acordeão, concertina, clarinete, flauta, harmónica, pífaro, banjo, viola, cavaquinho, bandolim, etc. Estes acompanhão as canções, farão fundo musical, criarão o ritmo das danças, lançarão um coro, etc. trabalhar nelas. Porque não lançarvos a isso seriamente, de modo a poderem apresentar, chegado o momento, uma trupe em boa forma?» NOTA «Dirijam-se aos espectadores da última fila e façam de maneira a eles não perderem uma palavra». «Canções cómicas? Neste caso, o volume ou a qualidade da vossa voz não têm grande" importância, desde que articulem clara e distintamente as palavras – é este o segredo do sucesso». Deves possuir um cadernoarquivo de números de fogos de conselho e festas Escoteiras, que servirá como "base de dados". É preciso ires variando o tipo de espectáculo quanto ao assunto e quanto à maneira de os interpretar; mas também é indispensável que cada elemento desempenhe o melhor possível o seu papel. «É muito divertido representar comédia. Para se ter sucesso tem de se falar com clareza, de se representar o nosso papel com a maior naturalidade que for possível, como se estivéssemos a vivê-lo...». «o ilusionismo? Também já o fiz, e a experiência ensinou-me que são os truques mais simples os que mais agradam ao público. Mas todos os truques, sejam eles simples sejam eles complicados, devem ser repetidos cem vezes antes de serem executados em público». PARTE DEZ «Força escoteiros. Aproveitem os serões de Inverno e montem bons espectáculos, novos e originais. Dêem uma récita para divertir os vossos amigos ou para alimentar os fundos do vosso grupo». O que disse o fundador... Resumimos aqui em forma de notas, o que Baden-Powell nos descreve sobre o Animador, no seu livro "Mil e Uma Actividades para Escoteiros": «Muitos de vocês treinam-se nas habilidades de palhaço... têm diante de vós o Inverno para «Com um pouco de treino... saltem através de um arco mantido no ar e quando estiverem seguros 16 de vós, estendam um papel por dentro do arco. Executem então a vossa cambalhota e depois saltem pelo arco». Em todo o mundo, os ensinos escolares, catequese, escoteiros e outros, utilizam o teatro de fantoches – como todo o , outro teatro -com real proveito educativo. Com sessões de fantoches, os pequenos intervalos tomam-se focos de atenção, e permitem desdobrar actividades nos programas das festas Escoteiras. Se a figura ou figuras apresentam um tom caricatural, então o caso será falado e certamente ironizados os diálogos. Aliás, antes mesmo de levantar a cortina, já o fantoche foi um centro de interesse completo, um esplêndido trabalho de equipa, no aproveitamento das qualidades naturais dos participantes. Vai ser preciso imaginar a acção, compô-la em pormenor, desenhar, pintar, talhar e coser, modelar ou esculpir, coordenar atitudes e palavras, trazer a fantasia até à realidade, transformar a massa amorfa em vida trepidante. Os fantoches tomam-se afinal para a gente miúda (e não só...) um meio de expressão livre, um meio de jogar - só ou com alguns amigos. Depois vêem as técnicas de construção dos fantoches, a montagem do teatro, a realização do espectáculo, etc. Das técnicas da construção destacam-se: • com pasta de madeira; • com pasta de papel; • com uma luva ou meia; • com os dedos pintados; • com caixas de fósforos, cartão, rolos de papel higiénico; • com um sapato velho; • com uma colher de pau; «Andar sobre uma corda esticada é uma das habilidades mais úteis e sempre de muito sucesso. Ao começarem com a corda esticada a pouca distância do solo, depressa ganharão confiança e levantá-la-ão aos poucos...». «Com cadeiras também se pode fazer habilidades que, embora simples e fáceis de executar com um pouco de treino, são de bom efeito quando feitas». «Em volta do fogo de conselho podem executar-se pequenas peças, canções e recitativos, e todo o escoteiro deve colaborar no programa, quer se julgue artista quer não». PARTE ONZE Os fantoches... Todos se sentem presos do encantamento que um modesto palco de Robertos de Feira pode provocar. Aliás os desenhos animados (cinema, vídeo, televisão...) seduzem velhos e novos e podem-se equiparar a esta modalidade de teatro. Simplesmente o encanto do teatro de bonecos é maior. 17 • • • • • • • • com esferovite; com cartuchos; com sacos de plástico; com cascas de ovo; com cascas de frutos; com frascos; com caixas de ovos; até com legumes... Resumindo O teatro de fantoches ou de marionetas são sempre um passatempo divertido, seja para os que preparam o espectáculo, seja para os que assistem a ele. Construir os adereços necessários não é difícil. Deixa-se a decoração e a criação dos personagens ao bom gosto e à inspiração de cada... Animador. As pequenas peças de teatro podem ser inspiradas no reportório das fábulas tradicionais ou em obras originais imaginadas pelo espírito inventivo de quem assume o encargo de ser bonecreiro. A tua função de Animador deve fazer-se sentir em todas as fases, mas poderás ter um papel mais activo na manipulação dos bonecos e na sua voz. Tens de o movimentar procurando definir acções concretas, tais como: saltar, dançar, rir, suspirar, chorar, andar (em várias direcções), etc. Marionetas PARTE DOZE Nas Marionetas de fios, a construção dificulta-se um pouco. O modelo mais perfeito recorrerá à madeira com junções articuladas. Urge então construir uma cabeça, um torso, a bacia, os braços, as pernas que se dobrarão ainda pelo cotovelo e pelo pulso, pelo joelho e pelo tornozelo, se se pretender requintar o trabalho. Ligar-se-ão as peças entre si por charneiras e movimentar-se-ão mercê de uma cruz de controle; no seu aspecto mais rudimentar uma cruz lorena, em que dois fios se prendem aos braços, dois às pernas e um terceiro à cabeça. Agora bastará segurar na cruz com a mão esquerda e dominar os movimentos levantando e baixando os fios com a mão direita... Importante é... Situamo-nos num grupo que procuramos animar. Por vezes não é fácil "quebrar o gelo", porque lidamos com pessoas e cada uma tem o seu feitio, digo personalidade. Para isso existem algumas receitas e alguns truques: por vezes cantar uma música agitada serve, arrancar com um jogo que obrigue a alguma movimentação também dá, falarem uns com os outros rapidamente, etc., pode ajudar a criar o "tal" ambiente favorável, para o que vier a seguir. Compete ao Animador fazer respeitar as regras do jogo desde que tenha sido ele o organizador. Fora disto é um papel a ser 18 desempenhado pelo guia ou chefe de equipa. O Animador, pela sua atitude, pode influenciara sua Patrulha/Equipa, sempre no bom sentido. Deve esforçar-se por conservar a unidade do seu grupo, por isso o seu papel é preponderante e se necessário lembrar as decisões anteriormente tomadas. A sua responsabilidade baseiase em três necessidades: querê-lo, ter capacidade e ter possibilidade. Então podemos dizer que um dos factores fundamentais para o Animador consiste em não se pôr em contradição, desejar ser solidário com ele na procura do bem comum. O Animador pode sugerir várias hipóteses de animação, pode propor, mas é o grupo que dispõe e que tem de dar a sua opinião sobre aquilo que o Animador propôs. O difícil é encontrar o equilíbrio. Pouco importa o termo que se utilize, quer seja o prestígio, quer seja a influência, o importante é sempre o bom senso. Quanto ao procedimento em público - não é fácil traçar o limite entre a animação que deve ser apoiada, e a balbúrdia incómoda para os outros, mas o limite tem de ser traçado e é o conselho de guias/conselho de chefes de equipa que melhor o pode fazer. Como é natural, a maioria das unidades encontram-se sob os olhares do público, nos transportes públicos, nas deslocações, nas ruas das localidades em que vivem, etc. Os "líderes" precisam de estabelecer as normas de procedimento na cidade e no campo, e talvez de modo especial quanto aos acampamentos de Verão. Relativamente à linguagem poucas coisas se divulgam mais rapidamente numa unidade de escoteiros que o desleixo no falar. O 10º artigo da Lei é mesmo para se cumprir. A linguagem obscena é a manifestação de ignorância e de grande pobreza de adjectivos; em vez de empregar a expressividade da língua materna cada substantivo é acompanhado sempre pelo mesmo adjectivo. • • • • • 19 Mais dicas A expressão e a criatividade multiplicam as formas mais usuais da expressão, como sejam: música, desenho, teatro, vídeo, etc.; estas oferecem alternativas à escrita e à fala. Cada um no seu lugar e um lugar para cada um, é uma norma a respeitar. Dar coragem aos outros, praticar a caridade do sorriso, explorar o lado bom das coisas, são alguns dos objectivos a alcançar. O riso franco não implica a má educação, bem como, não deve perder o sentido de saber quando se deve parar. Quando se anima uma excursão (p. ex. em autocarro) faz a locução, apresenta os "artistas", faz jogos, conta anedotas, canta músicas conhecidas... para melhor passar o tempo. Anima e arrasta os outros com entusiasmo. • • • • • • • Em campo, ajuda a relançar todos os dias o ambiente no seu pequeno grupo. Propõe temas ou ajuda a concretizá-los. Avaliar o desempenho do próprio cargo, quanto ao cumprimento dos deveres e quanto à perfeição das actuações... Os mais maravilhosos serão sempre aqueles que aparecem como fruto exclusivo da sua imaginação e iniciativa. Quando sabes uma história engraçada ou uma anedota recente e interessante, quando apresentas um truque com baralhos de cartas... não tens? desejo imediato de os executares diante dos outros? E esse o espírito do Animador. O papel do Animador é saber tirar todo o "fruto possível" de qualquer reflexão ou partilha que seja feita em grupo. Não fiques calado! Tem sempre uma opinião! Toma a iniciativa! Desenvolve o espírito de iniciativa e de o pôr em execução com energia; mostra alegria de viver (com sentido de bom humor); não é proibido ser audacioso, pois por vezes só imaginar não chega; assobia e canta nas dificuldades, goza a vida com amor alegre e oferece um sorriso amigo aos outros. Procura ter sempre disponível, isto é, na "manga", um jogo animado para tapar algum espaço vazio imprevisto que possa vir a prejudicar a reunião ou em campo (como durante uma chuvada inesperada). • • • • • • • • • • • • • • 20 Os cargos ou funções nos Escoteiros são importantes dentro do método educativo, já que desenvolvem o sentido da responsabilidade em cada escoteiro que o desempenha. Estes cargos devem ser rotativos. Devem existir funções para todos os elementos. Todos os cargos são iguais no seu desempenho e cada escoteiro deve assumir a responsabilidade do cargo que desempenha. Uma montanha de ideias: cenas animadas, palhaçadas, teatro coral mímico (pantomina); representações de feitos famosos da história do mundo, do nosso país ou de lendas locais; realizações com o auxílio de luz e som - em movimentos rítmicos (poesia e imagem); dramas curtos (dramatização), improvisações, orquestras, charadas, tentativas de espectáculos mais artísticos (bailados); concurso de moda com disfarces feitos de jornais ou outro material reciclável; truques de magia e prestidigitação; sombras chinesas; fabrico de disfarces, máscaras e adereços para actividades, caracterização; utilização de fantoches ou marionetas; canções, coros, aclamações, gritos, imitações; passatempos; orfeão, jograis, fanfarras, conjuntos musicais; danças, bailados, folclore; • • • • • • • • • desenhos, caricaturas, fotografias, recortes. … Um monte de ocasiões: fogos de conselho, celebrações, festas Escoteiras ou não; encontros, concentrações, desfiles; torneios, concursos, excursões, campeonatos; fóruns, feiras, arraiais, exposições, debates; concertos, festivais, conselhos, actuações em hospitais, lares, orfanatos...; projectos de actividades, seminários, congressos, serões. … 21