Rumos paralelos Sem tempo para descanso, Lázaro Ramos se divide entre atuação, direção e produção Por Amanda Rolim/TVPress N Natural de Salvador, na Bahia, Lázaro Ramos atua conversando com o Papai Noel. Isso em 1988, quando eu desde sua infância. Depois de passar por diferen- tinha 10 anos. Acabei me apaixonando por aquilo. tes cursos de teatro em sua cidade natal, ele foi aceito no renomado Bando de Teatro Olodum. Em E você procurou se especializar em Artes Cênicas? 2000, ao estrelar a peça A Máquina, de João Fal- Na verdade, como era a minha entrada no segundo cão, começou a ter seu nome reconhecido entre grau, eu fingi que queria fazer um curso técnico de Pa- diretores. Essa foi a deixa que o baiano precisou tologia Clínica para o meu pai deixar eu me matricular para entrar na TV. Sua primeira participação em na escola pública Centro Integrado de Educação Aní- uma produção exibida em âmbito nacional foi com sio Teixeira, que tinha aulas de teatro na grade curricu- a minissérie Pastores da Noite (TV Globo), onde lar. Na época, meu pai não entendeu nada porque eu interpretou o nobre Massu. Desde então, Lázaro nunca tinha demonstrado interesse por biologia antes. vem emendando inúmeros trabalhos. Entre os mais No fim das contas, acabei até exercendo a profissão de populares estão: Fred/Priscila em Sexo Frágil, Fo- técnico em patologia, mas para me sustentar enquanto guinho em Cobras & Lagartos e Roque em Ó Paí Ó, eu tentava emplacar minha carreira como ator. todos na Globo. “Eu sempre busquei a diversidade de universos nos papéis em que aceitei, por isso fiz Antes de fazer sucesso na TV, você também integrou personagens tão distintos”, compara. o Bando de Teatro Olodum, renomado grupo baiano. Como surgiu o convite para fazer parte dele? Ainda criança, você já fazia participações em Eu e meus amigos fomos nos inscrever em uma ofici- produções de um canal local da Bahia. De onde na de teatro com o Olodum que custava R$ 5. Na hora surgiu esse interesse pela interpretação? eu desisti porque pensei que, com o mesmo valor, eu Quando eu era criança, era mais fácil recitar um poderia comprar lanches na escola por dois dias. Então, verso em homenagem à minha mãe em frente à tur- me bateu um arrependimento e acabei participando ma toda da escola, por exemplo, do que chegar em da oficina. Me apaixonei pelo grupo e quis continuar. casa e dizer: “mãe, eu te amo”. Então, a filha da di- Como eu era adolescente, entrei para um projeto para- retora do colégio onde eu estudava, que trabalhava lelo deles voltado para jovens. Só que eu não me identi- em um canal local chamado TV Itapoã, começou a ficava com as questões que eles discutiam, coisas como me convidar para fazer esquetes como uma criança “meu pai não me deixa chegar tarde em casa”. Então,