n 06 • Jan/Fev/Mar de 2013 Novas máquinas, novo tempo para a MRS Entrada em operação de equipamentos quadruplica capacidade de transporte na Serra do Mar Pág. 6 Carga Geral Transporte de produtos agrícolas cresce e MRS abre possibilidades em um novo mercado. Resultado anual Pg 16 Confira o desempenho da MRS no último ano. Pg 10 Editorial Olho no futuro, cuidando do presente Estamos trabalhando forte para o futuro. Em 2012, superamos uma vez mais o valor de um bilhão de reais em investimentos – mais de duas vezes o nosso lucro. Ficamos orgulhosos e empolgados com a realização de antigos sonhos, como a chegada das famosas cremalheiras suíças, a nova sinalização trazendo resultados concretos e a consolidação do Vzão. “O futuro é agora” virou expressão recorrente em nossas conversas e apresentações Tão importante quanto essa nossa dedicação à construção de um capítulo relevante da história da ferrovia no Brasil (devemos isso a nossos antecessores), é a nossa atenção ao presente. Essa edição traz exemplos de avanços importantes que tivemos, na integração com clientes e comunidade, na melhoria da manutenção e na automatização da operação. A solidez do dia a dia é que nos dá o direito de sonhar e de crescer. É o básico. O crescimento da carga geral no trimestre (de 8%, na comparação com 2012) e reduções de custos operacionais (da ordem de R$ 20 milhões) foram fundamentais para reduzir o impacto de um trimestre que foi duro em termos de volume. Mesmo tendo com a carga total 9% abaixo do mesmo período no ano anterior, e com a conseqüente redução de receita de aproximadamente R$ 70 milhões, a MRS conseguiu manter-se sustentável e equilibrada. Precisamos continuar esse trabalho, buscando eficiência ainda maior. O ritmo de crescimento está se mostrando mais lento que as previsões. No entanto, não há dúvidas de que vamos crescer muito. No heavy haul, temos no horizonte o avançado estado das obras de aumento de capacidade nos portos existentes, a inauguração de uma nova alternativa no Porto Sudeste e o estágio final de crescimento de importantes minas no nosso sistema. Na carga geral, apostamos na capacitação do nosso sistema para um atendimento competitivo à demanda que sabemos reprimida. É fundamental que sigamos com o olho no futuro, cuidando do presente para que possamos aproveitar o máximo de cada momento. Quem investe para crescer e cuida da eficiência colhe resultados. E o melhor reconhecimento possível disso é o dos clientes. Com o retorno do sistema de eleição pelos clientes, fomos pela nona vez agraciados com o título de melhor ferrovia do Brasil. Sem dúvida, uma clara indicação de que estamos no caminho certo. Uma boa leitura! Eduardo Parente Presidente Expediente 2 MRS em revista é uma publicação trimestral da MRS Logística | Jornalista responsável e coordenação: Carmen Calheiros (MTB 1248) | Produção editorial e diagramação: BH Press | Redação: Fiorenza Carnielli | Fotos: Arquivo MRS | Impressão: DI Gráfica | Tiragem: 8.000 exemplares Publicação dirigida aos colaboradores da MRS Logística S.A. e seus familiares. Distribuição gratuita. Resultados Carregamento de minério de ferro nas minas do Sistema Sul da Vale Integrados para crescer Sinergia de profissionais e processos da MRS com a Vale garante aumento do volume de transporte Se a missão é agregar valor crescente ao negócio do cliente, os números que mostram o desempenho no atendimento à Vale, no Sistema Sul, em 2012, deixam claro que o time MRS está no rumo certo. A Vale registrou produção de 80,3 milhões de toneladas de minério de ferro no Sistema Sul em 2012, o que representa um crescimento de 5,3% em relação a 2011. O Gerente Geral de Planejamento Operacional, Raphael Steiman, concorda e aponta a integração como um dos fatores decisivos no processo. “Buscamos desenvolver soluções para dar suporte à nova demanda, garantindo maior eficiência operacional e uma consistente integração de premissas e direcionamentos entre cliente e fornecedor”, afirma. O resultado tem relação direta com o atendimento da MRS ao aumento de demanda. Afinal, cerca de 90% do minério produzido no Sistema Sul (formado pelos complexos mineradores de Itabirito, Vargem Grande e Paraobeba, localizados em Minas Gerais) é transportado pela MRS. Na ferrovia, o crescimento do volume faturado para a Vale foi de 6,7% no último ano em relação a 2011, passando de 64,4 milhões de toneladas para 68,7 milhões de toneladas e fixando um novo recorde para a MRS. “A marca reflete todo o investimento que fizemos nos últimos anos em equipamentos, infraestrutura, equipe e processos”, avalia o Gerente Geral de Negócios de Mineração, Fabiano Medeiros. Em reunião integrada, profissionais da Vale e MRS definem e acompanham planejamento partilhado 3 Do mês ao dia O processo de planejamento integrado entre MRS e Vale foi reforçado nos últimos anos, garantindo melhorias ao sistema que hoje opera 24 horas por dia e sete dias na semana. Mensalmente, são realizadas reuniões entre representantes das áreas de Planejamento e Controle Operacional das duas empresas. “Visamos a um plano de transporte desafiador e, ao mesmo tempo, mais próximo da realidade, ressaltando e identificando desvios e planos de melhoria”, indica Steiman. O planejado mensal é sempre atualizado em reuniões semanais que acompanham o desempenho operacional. A cada sete dias, representantes da MRS (Programação e Centro de Controle) e da Vale (Mina e Portos) discutem no detalhe as projeções de carregamento, descarga e manutenções em terminais e ferrovia para o período seguinte, além de refinar o plano de alocação de recursos frente ao desempenho verificado. Para completar, a programação diária de carga e descarga também é ajustada. “A cada seis horas temos uma nova revisão de toda a grade, permitindo maior aderência ao plano e otimização na distribuição dos recursos, considerando as mudanças no cenário da operação da MRS e dos terminais”, explica Steiman. Isso significa que o planejado é executado, condição indispensável para o atendimento ao cliente. “Entregamos mais confiabilidade e, com isso, maior regularidade no transporte”, destaca o Coordenador Comercial de Mineração, Gustavo Mello Silva. Daniel Dias Olívio, ex-Gerente Geral do Centro de Controle Operacional e atual Gerente Geral de Engenharia de Manutenção, também destaca os avanços de governança atingidos nesses fóruns de gestão e controle compartilhados. “Tudo é feito em conjunto, desde o planejamento de médio prazo ao mensal, semanal e diário. Essa integração, somada aos investimentos, tem garantido regularidade à operação e explica nosso bom resultado”, afirma. Olhando para 2013, todos concordam que o desafio é continuar crescendo com mais eficiência. “Em março, implementamos um novo modelo de gestão de filas, integrado com a Vale. Com isso, através das previsões de carga, descarga Inovações sustentam resultado Para atender bem o cliente, a confiabilidade dos ativos e a regularidade da operação são fatores-chave. Nos últimos anos, uma série de investimentos contribuiu para esses objetivos e tem sido tema de matérias aqui na MRS em Revista. Conheça a seguir outras três inovações que contribuem para os resultados positivos no transporte de minério. Vzão O quê? Inovação operacional que reduz a circulação de locomotivas no contrafluxo na Ferrovia do Aço, gerando ganhos no transit time dos trens de minério. Como? Com o modelo Vzão, as locomotivas de auxílio que, inicialmente, eram desanexadas dos trens carregados em Bom Jardim e retornavam 4 aos pontos de carga no contrafluxo, passaram a circular no trem carregado, direto até Barra do Piraí. Posteriormente, elas retornam no sentido do fluxo aos pontos de carga, ‘pegando carona’ nos trens vazios pela Linha do Centro. Blackout de manutenção O quê? Novo modelo de manutenção da malha ferroviária que gera ganho de produtividade com a concentração de recursos e maior confiabilidade no processo de planejamento e execução da manutenção. Como? Ao invés de parar a circulação na via para diversas pequenas manutenções, com intervalos menores de interrupção, com o blackout as interrupções são maiores (cerca de 8 horas), mas têm menor frequência. e manutenções para os próximos dias enviadas diariamente pela Vale, readequamos a necessidade de vagões e locomotivas para realizar o atendimento”, conta Steiman. O resultado é a redução direta das filas para os viradores e o aumento da eficiência energética das locomotivas, otimizando a jornada de trabalho dos maquinistas e possibilitando o aumento do volume transportado com a mesma quantidade de locomotivas e vagões. “Todos saem ganhando e, o mais importante, o nível de serviço ao cliente permanece o mesmo”, completa. Os investimentos do ano não param aí. O projeto de circulação de trens implantado em Minas Gerais será estendido a outros trechos. Obras em terminais da Vale tanto em Minas como no Rio de Janeiro permitirão maior capacidade na formação e no descarregamento de trens. “Vamos trabalhar para aumentar ainda mais o volume transportado para a Vale este ano”, garante Fabiano Medeiros. Tabela reserva para inspeção O quê? Substituição do modelo de inspeção de vagões dos trens de minério na oficina do KM460, garantindo mais agilidade ao processo de inspeção e maior confiabilidade às composições. Como? Quando o trem chega para inspeção, uma tabela inteira de vagões já foi previamente inspecionada, permitindo a troca: entram os novos vagões e a Manutenção entrega de imediato para a Operação uma tabela já inspecionada e revisada. Os vagões recém-chegados são inspecionados e liberados quando o próximo trem chega. Com a palavra, o cliente A MRS em Revista conversou com o Diretor de Ferrosos da Vale e responsável pelo Sistema Sul, José Flávio Gouveia. Na entrevista, ele fala da crescente integração entre as duas empresas e da importância disso para um escoamento adequado da produção. Qual a contribuição da MRS para o crescimento verificado pela Vale no Sistema Sul? O Sistema Sul representa hoje 25% da produção total da Vale, ou seja, 25% do caixa gerado pela empresa. Se não fosse o Sistema Sul, a Vale não estaria na liderança mundial de produção de minério de ferro. Como o produto nasce na mina, mas só tem resultado quando é entregue ao cliente, a integração da MRS a esse sistema é fundamental. O Sistema Sul é único na Vale, porque a ferrovia que interliga a mina ao porto não é operada pela companhia. Então a importância está em a MRS desenvolver a excelência operacional, na gestão e nos resultados. Se a Vale quer ter resultado, certamente a MRS faz parte dele. Acho que esse é o nosso grande trabalho: estarmos sempre juntos, buscando o resultado compartilhado. O sucesso do ano passado, reconhecido por todos, se deve ao trabalho em equipe da MRS e da Vale, desenvolvendo a excelência operacional, olhando as pessoas, olhando o futuro. Quais são os desafios para 2013? Em 2012, houve uma integração muito grande do sistema, as pessoas se conheceram mais, os processos foram mais compartilhados na mina, na ferrovia e no porto. Em 2013, além da interação entre as pessoas, temos o compromisso de fazer mais em termos de capacidade, de obter o máximo de produtividade. A MRS evoluiu muito em termos de equilíbrio e confiabilidade e a gente também evoluiu junto, principalmente nos terminais de carga e no desembarque. O desafio deste ano é fazer mais do que no ano passado. E penso que estamos no caminho certo quanto vejo o Eduardo e toda equipe da MRS integrada com a Vale, trabalhando junto. 5 Investimento Fotos: Arquivo MRS MRS faz história em Paranapiacaba Entrada em operação das locomotivas mais potentes do mundo permitirá à empresa quadruplicar sua capacidade de movimentação de carga na Serra do Mar A conjugação de esforços entre o poder público e a MRS em favor do crescimento do país pontuou o discurso do então Ministro Paulo Passos durante a solenidade, em fevereiro, que marcou o início da operação das novas locomotivas do Sistema Cremalheira, produzidas na Suíça, pela Stadler. O então Ministro dos Transportes Paulo Sérgio Passos ressaltou a atuação conjunta do poder público e da iniciativa privada A Cremalheira é um sistema exclusivo do Brasil. O trecho possui oito quilômetros de extensão, com inclinações de até 10% (ou seja, o trem sobe um metro a cada dez percorridos). Para permitir a operação, o sistema de tração da locomotiva é feito com uma roda dentada que incide sobre um terceiro 6 trilho, também dentado, colocado no centro da via. Além disso, os vagões são ancorados por duas locomotivas, que garantem a segurança operacional e trabalham contendo a carga na descida ou empurrando-a na subida. As novas máquinas criadas especialmente para esse projeto têm quase 18 metros de comprimento, potência de 5 mil KW e são 60% mais eficientes que as atualmente em uso, fabricadas em 1972. Tufi Daher Filho, presidente do Conselho da MRS (primeiro à esq.) e Eduardo Parente, presidente da MRS (segundo à dir.) junto a outras autoridades presentes na cerimônia Tecnologia das novas máquinas Stadler dominou cenário da cerimônia realizada em Paranapiacaba Realizado em Paranapiacaba (SP), o evento reuniu, além do ministro, o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, o prefeito de Santo André (SP), Carlos Grana, tendo como anfitriões o presidente do Conselho da MRS, Tufi Daher Filho, o presidente da MRS, Eduardo Parente, e o CEO da Stadler, Peter Spuhler, além de convidados, colaboradores da MRS e moradores da Vila de Paranapiacaba. Na oportunidade, o Executivo Chefe da Stadler entregou ao presidente Eduardo Parente uma miniatura da nova locomotiva, que marca um grande salto nas perspectivas de crescimento da MRS. “Estamos muito orgulhosos. É a 7 do mundo para se trabalhar. O novo equipamento tem tanta proteção que não deixa o maquinista errar. A máquina é muito potente e traz além da segurança, muito conforto. O calor ficou para trás”, comemora Sobrinho. Mais trem, muito menos caminhões e ar mais puro O Inspetor Vicente Floriano Sobrinho foi o responsável por acionar a nova locomotiva pela primeira vez ao lado do Ministro mais poderosa locomotiva desse tipo já construída em qualquer lugar do mundo”, comemorou Peter Spuhler. “Gostaria também de agradecer aos nossos parceiros brasileiros, sinceramente, por seu papel na criação de uma relação harmoniosa e bem-sucedida de trabalho. Desejo às locomotivas uma vida longa e muitas viagens seguras”, arrematou. O primeiro O Inspetor de Operação de Trens, Vicente Floriano Sobrinho, 27 anos de empresa, dos quais 19 anos só na Cremalheira, teve lugar de destaque na cerimônia. Foi ele o primeiro a ocupar a cabine e operar a nova locomotiva. “Participar desse marco na história da ferrovia é uma grande responsabilidade e um desafio incrível. O trecho da cremalheira é o melhor escritório O início das operações das novas locomotivas é considerado o primeiro passo para eliminar gargalos no acesso ferroviário ao Porto de Santos e também para desafogar as rodovias. De acordo com Eduardo Parente, o investimento permitirá à empresa quadruplicar sua capacidade de movimentação de carga na Serra do Mar: de 7 milhões de toneladas para 28 milhões de toneladas anuais, ampliando também a carteira de clientes. “O potencial é grande. Hoje, apenas 2% dos contêineres que chegam a Santos são transportados por trem”, destaca o Presidente. Quando o sistema estiver operando com capacidade total, a estimativa é que deixem de circular até Santos cerca de dois mil caminhões por dia. Se colocados em fila, eles ocupariam a extensão de 30 quilômetros emitindo volume de CO equivalente ao produzido por 35 mil carros de passeio. Investimentos na região de São Paulo O investimento na Cremalheira integra o plano de expansão que prevê uma série de melhorias na atuação da MRS na região de São Paulo, a fim de ampliar a capacidade e aprimorar o atendimento aos clientes. Entre eles, destaca-se a segregação Leste da linha férrea, hoje compartilhada com a Companhia de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo (CPTM) no eixo Jundiaí-Rio Grande da Serra (antiga Santos-Jundiaí) e BrásEstudantes (antiga Central do Brasil), na Região Metropolitana de São Paulo. Também está em negociação a segregação Sudeste que prevê a construção de uma linha exclusiva da MRS para o transporte de carga entre Ipiranga e Rio Grande 8 da Serra, no acesso à Região Metropolitana de São Paulo. A MRS investe ainda na revisão e implantação de uma rede de terminais de transbordo para o transporte de contêineres. O projeto contempla a aquisição de vagões, adaptação e construção de vias férreas e obras de infra-estrutura para atendimento no trecho da Baixada Santista. Completando o quadro, a MRS implantará a Rota Rio-São Paulo com a introdução de Trem Expresso. Esse novo serviço será uma importante alternativa para ampliação da eficiência do sistema de transporte nessa rota. Inovação Tudo automatizado Pátio de Brisamar opera com sistema que dispensa acionamento manual dos AMVs Perdigão acompanha o Agente de Estação Fábio de Oliveira Galdino diante do Sistema Supervisório de Controle das Chaves Automáticas Os desafios no Pátio de Brisamar eram garantir a segurança da operação, melhorar a eficiência energética e reduzir o tempo do trem no pátio. O benefício deveria ser sentido de imediato pelos dois clientes cujas cargas passam por ali: CSN e Vale. Inicialmente projetado apenas para o carregamento de carvão e descarregamento de produtos siderúrgicos e minério da Vale, o pátio passou a receber também trens de minério da CSN, além de trens de contêineres de outros clientes. A resposta veio da tecnologia, com a adoção de um sistema de automação dos Aparelhos de Mudança de Via (AMV). “No caso de qualquer problema, como uma pedra que impeça a mudança, o sistema dá o alerta”, exemplifica Perdigão. Se faltar energia, o sistema é alimentado por baterias. Benefícios A ideia surgiu para o Especialista Ferroviário José Ribamar Costa Perdigão em uma visita técnica à usina da CSN em Volta Redonda (RJ), que havia adotado novo sistema de controle de AMVs. “No caso deles, o acionamento era automático no próprio AMV, com uma botoeira. A partir daí buscamos com o mesmo fornecedor a melhor solução para nós”, conta Perdigão. “Ganhamos em segurança porque o sistema impede rotas de colisão entre os trens; aumenta a agilidade na passagem do trem pelo pátio, já que todo o trabalho manual foi eliminado; e também melhoramos em eficiência energética, pois cada vez que o trem parava e acelerava era mais combustível queimando”, enumera Perdigão. Desde a implantação do sistema, nenhuma ocorrência foi registrada no pátio. E a capacidade de operação inicial que era 14 pares de trens por dia pode crescer para 22. “Com o pátio automatizado, não preciso mais manter as linhas dedicadas. Ganhamos em flexibilidade. É possível entrar e sair com trens ao mesmo tempo, em uma operação mais segura e dinâmica”, avalia. A automatização foi implantada como projeto piloto nas rotas de tráfego de trens siderúrgicos. Dez AMVs foram automatizados e passaram a ser acionados pelo Agente da Estação que trabalha em frente a um painel supervisório. A cada aproximação de trem, a rota é preparada pelo Agente, sem exigir qualquer acionamento manual dos AMVs. O sistema é a prova de erros. A partir desses resultados, a expansão prevista para o Brisamar em 2014 já estabelece que os novos AMVs serão automatizados. Equipes de Minas e São Paulo conheceram o projeto e avaliam a implantação do sistema nessas regiões. “Também recebemos a visita da Transnordestina, interessada no projeto que, nesses moldes, é pioneiro no Brasil”, orgulha-se Perdigão. 9 Resultados Um trem de números Uma companhia que movimenta mais de R$ 3 bilhões em um ano precisa de ferramentas especiais para gerenciar orçamento e investimentos futuros.Conheça um pouco melhor esse sistema, saiba como a MRS está se saindo e descubra o seu papel nessa grande engrenagem. Mesmo para uma organização que movimenta mais de R$ 3 bilhões por ano, vale a regra de ouro: é preciso cuidado para manter o equilíbrio entre gastos e recebimentos. Para manter esse controle, as organizações utilizam uma ferramenta gerencial conhecida como Demonstração de Resultados do Exercício, a DRE. Uma DRE funciona mais ou menos como um orçamento doméstico. O salário corresponde à receita. Em seguida, são descontadas as despesas, tais como aluguel, escola, saúde, alimentação, extras etc, até chegarmos ao saldo final dessa conta. Se for positivo, é lucro. Se negativo, é prejuízo. Conhecer esse processo é o primeiro passo para entender como você pode contribuir para o equilíbrio financeiro da nossa companhia. A receita anual é o ponto de partida. Ela representa o total do gráfico apresentado na página ao lado. Sobre a receita, incidem impostos e taxas, obrigatórias, e em seguida são descontados os custos que nossa operação gera. Esses custos têm origem muito diversa: desde o combustível para as nossas locomotivas até o papel que usamos diariamente em nossos escritórios, da energia elétrica às viagens de nossos colaboradores. É justamente por isso que cada ação, por menor que seja, contribui ou afeta negativamente a boa vida financeira de uma empresa. O gráfico apresenta a destinação da receita de 2012, como uma forma de visualizar e 10 entender como se dá o processo. No ano passado, transportamos 155 milhões de toneladas, que geraram um faturamento bruto de R$ 3,3 bilhões. Então, recolhemos cerca de R$ 277 milhões em impostos ligados à receita (ICMS, PIS e Cofins), reduzindo o tamanho do bolo disponível para R$ 2,9 bilhões. A seguir, vêm os custos e as despesas, que se subdividem em três grupos. Primeiro, temos o Custo Variável de Curto Prazo (CVCP), que em 2012 representou cerca de R$ 446 milhões. São os custos que variam diretamente com o volume transportado. Aqui são lançados o combustível de nossas locomotivas e a energia elétrica da Cremalheira. Quanto maior o volume transportado, maiores esses custos. O segundo grupo é o de Custos Variáveis de Longo Prazo (CVLP), no total de R$ 1,1 bilhão em 2012. Quase metade desse valor refere-se a despesas com Pessoal (salários, benefícios, treinamento, PPR, etc.). Os outros 52% são gastos com manutenção e despesas gerais e administrativas. Finalmente, computamos os custos fixos, que totalizaram R$ 274 milhões. A principal despesa deste grupo é com a Concessão e Arrendamento, que é o valor que a MRS paga ao Governo pelo direito de explorar a ferrovia. Chegamos, então, ao montante de R$ 1,1 bilhão, que representa a geração de caixa do trabalho da MRS ao longo de todo o ano, e que é conhecido como EBITDA. A parte destacada no gráfico apresenta o que ainda é descontado para chegarmos ao Lucro Líquido. São subtraídos Depreciação e Amortização (que são reservas para as perdas econômicas gerada pelo envelhecimento dos bens), o resultado financeiro (juros) e o Imposto de Renda e Contribuição Social. Finalmente, chegamos ao resultado. Em 2012, a MRS teve lucro líquido de R$ 440 milhões. Para ler o gráfico Como é composto o resultado econômico de uma companhia? Conheça essa dinâmica, que é apresentada de forma gráfica, com base nos números reais da MRS em 2012. Receita Operacional Bruta: o gráfico de pizza abaixo representa o faturamento total da MRS no ano, que em 2012 foi de R$ 3,3 bilhões. Deduções: são taxas e impostos ligados diretamente à receita, que são repassados ao Governo (ex.: ICMS, PIS/ Confins). Margem Bruta: 13,5% EBITDA : representa os recursos gerados pela operação para realizar investimentos, Lucro Líquido pagar impostos 440 (IR/CS), pagar os juros da dívida, gerar reservas, remunerar IR/ CSLL os acionistas (dividendos). 234 Em 2012, o EBITDA da Resultado Financeiro MRS foi de R$ 1,1 bilhão. 82 Depreciação/ Amortização são custos que não dependem do volume transportado. São fixos, portanto. Quase a totalidade dessa fatia diz respeito ao valor da Concessão e Arrendamento. 277 determinados custos aumentam ou diminuem diretamente com a variação de produção, com uma resposta muito rápida – imediata, até. Aqui estão o custo do combustível das locomotivas e a energia da operação da Cremalheira. Custos variáveis à Curto Prazo 446 Custos variáveis de Longo Prazo 361 Custos Fixos: Deduções Custos Variáveis de Curto Prazo (CVCP): 1.153 Custos fixos 274 Custos Variáveis de Longo Prazo (CVLP): Em R$ Milhões aqui estão despesas com pessoal, manutenção e administrativas. Os gastos com pessoas (salários, benefícios, encargos, treinamento, PPR etc) representam quase metade desse total de R$ 1,2 bilhão. 11 Segurança Ricardo Raymundo e Benigno trabalham com outros colegas para rever procedimento e hoje apenas o sino é usado Pode ser sem buzina, pode ser bom Mudança de procedimento para uso da buzina em Barra do Piraí (RJ) atende reivindicação da comunidade para redução de ruídos, sem comprometer a segurança 12 Não é possível. Essa era a resposta. A justificativa também estava na ponta da língua e não abria espaço para incertezas: o regulamento de operação determina que toda movimentação de trem em pátio seja precedida pela buzina e da mesma forma na aproximação de uma Passagem em Nível (PN). A intenção por trás da regra – garantir a segurança da comunidade e da ferrovia – também não deixava dúvidas de que a buzina é mesmo necessária. Diante da negativa, as reclamações da comunidade de Barra do Piraí (RJ) se repetiam. “Eu andava na rua e percebia a forma como os moradores olhavam para a gente, descontentes com a situação. Chegamos a pensar em alguma maneira de rever a buzina, já que sabíamos que o volume de trens iria crescer, mas a cultura do cumprimento ao procedimento é muito forte na empresa”, conta o Inspetor de Operações e morador de Barra do Piraí, Ricardo Raymundo Dias. A própria prefeitura de Barra do Piraí passou a mediar as negociações com a MRS em busca de uma solução. Foi quando o ex-prefeito da cidade, José Luiz Anchite, chamou a atenção da empresa para uma situação em especial entre os moradores da cidade. Foi esse pedido, que também chegou por e-mail diretamente à MRS, que emocionou e fez todos olharem o problema de outra forma. A mãe, moradora lindeira, contava que seu filho autista entrava em crise sempre que ouvia o som da buzina e ela endereçava um pedido a quem recebesse a correspondência: “Me ajude a cuidar do meu filho”. “Como pai fiquei muito tocado e determinado a buscar uma alternativa que mantivesse a premissa da segurança”, conta Jefferson Meirelles, então gerente local. Após mudança de procedimento, buzina não é mais acionada para travessia de PN Por que buzinar? A buzina é um recurso fundamental para a segurança da comunidade que convive com a ferrovia. Ela é sempre acionada em caso de emergência, como quando alguém atravessa a linha, apesar da aproximação do trem. O sinal sonoro é a ferramenta para o maquinista alertar para a necessidade de liberar a via, já que a frenagem de um trem requer tempo e distância. Além dos casos de emergência, o procedimento prevê o acionamento da buzina nas aproximações de PNs e antes do trem iniciar uma movimentação. O alerta é sempre destinado a chamar atenção das pessoas próximas para a necessidade de liberar o caminho para o trem e salvaguardar sua segurança e integridade física. Por que Barra do Piraí? Em Barra do Piraí, a existência de outros recursos de segurança permitiram que a buzina fosse dispensada. Lá, a faixa de domínio está vedada, assim como o pátio de manobras em que apenas os empregados da MRS têm acesso. No centro da cidade, também há recursos extras. Ou seja, há uma situação especial em que a ausência da buzina não compromete a segurança. Solução silenciosa A equipe então se mobilizou para buscar uma solução. Resgatou e revisou a proposta que havia sido feita pelo Inspetor de Operação, Ricardo. Para acabar com o uso da buzina no pátio era necessário garantir que não haveria transeuntes da comunidade por ali. O muro foi todo reformado impedindo esse acesso. “Dentro do pátio só circulam empregados MRS e todos nós observamos a regra de não transpor a composição”, conta Ricardo. Nas duas PNs do centro da cidade a segurança também é garantida pela barreira das cancelas que estão sempre fechadas quando o trem passa. Tanto no pátio, quanto nas passagens em nível, o alerta sonoro é feito apenas pelo sino. A segurança é reforçada pela sinalização visual e pelas barreiras de acesso. 13 A alteração no procedimento da buzina foi implantada em dezembro de 2011. Antes disso, toda a equipe local da MRS, incluindo Maquinistas e Auxiliares que operam no trecho de Barra do Piraí, totalizando cerca de 600 pessoas, foi sensibilizada para a mudança. “Sempre ouvimos e reforçamos o mesmo posicionamento, porque acreditávamos que sem a buzina seria pior. Mas naquele momento acreditamos que poderíamos fazer algo diferente e conseguimos, com a adesão de todo o time”, avalia Jefferson, hoje Gerente de Melhoria e Normatização Operacional. O então prefeito de Barra do Piraí, José Luiz Anchite, que conduziu as negociações junto à MRS, afirma estar satisfeito com a alteração feita. “Nós compreendemos a necessidade do alerta da buzina, mas realmente o incômodo no centro da cidade era muito grande. Lembrome da alegria que tive quando recebi a equipe da MRS e todos foram muito solícitos em nos atender. A MRS foi muito parceira em conhecer o problema e viu que precisava melhorar. Sabemos que podemos melhorar mais e é muito bom contar com o empenho da empresa para isso”, afirmou o ex-prefeito. A comunidade também se mobilizou e entendeu o seu papel para que a segurança fosse garantida. “Vejo a população mais concentrada na hora de cruzar a linha. Se a cancela está fechada, todos sabem que o trem vai passar. E nós, que tínhamos a cultura de fazer barulho, também mudamos”, constata o Maquinista Guilherme Alberto Nascimento Rocha. A revisão do procedimento de buzina para Barra do Piraí não comprometeu a segurança e atendeu aos anseios da comunidade. “Como empregado e morador, sinto muito orgulho da mudança que fizemos. O uso da buzina prejudicava a nossa imagem. Trabalho na ferrovia há 28 anos e quero ver as pessoas falando sempre bem de nossa empresa”, declara Ricardo. O pedido de uma mãe O e-mail que chegou à equipe da MRS em 2011 foi escrito pela professora Carla Muller Carvalho, moradora de Barra do Piraí. Depois de mais de um ano sem o incômodo da buzina, a MRS em Revista conversou com ela para saber como a família percebeu a mudança. MRS em Revista – Por que a senhora contatou a MRS? Carla - Tenho um filho com autismo, hoje com 12 anos. Desde que nasceu, ele sofria muito com as frequentes apitadas dos trens em frente à nossa casa, devido ao seu limite sensorial. Sinceramente, eu achava impossível mudar a filosofia da empresa, por isso durante todos esses anos apenas sofremos por nosso filho. Sofríamos por ele nem mais sair de dentro de casa. Então, num domingo de muito desespero, há dois anos, resolvi enviar aquele e-mail, pedindo a Deus a graça de que caísse em mãos especiais, pois também imaginava o fluxo de correspondências que a empresa devia receber. 14 Como a empresa respondeu a sua solicitação? Daí por diante, o milagre começou a acontecer. Recebi a visita do senhor Benigno [Antônio Benigno Amaral da Silva Braga] que, compadecido, prometeu fazer o que estivesse ao seu alcance para buscar soluções. Em seguida, também fui ouvida pelos senhores Jefferson [Meirelles] e William [Ignácio Dias]. Ambos também prontos a buscar soluções em curto prazo. Preciso relatar minha eterna gratidão por essa ajuda. Qual a sua avaliação da mudança implantada? Sei que mudar uma conduta de tantos anos não é tarefa fácil. Mas o empenho tem sido marcado por constatações visíveis da mudança, além de contatos periódicos. A MRS se mostrou solidária conosco, pronta a enfrentar os obstáculos para o nosso benefício. Relacionamento Uma sala de aula do tamanho da MRS Ampliar a percepção dos alunos da Universidade Federal de Juiz de Fora sobre a MRS e assim aumentar o interesse sobre as atividades e as oportunidades oferecidas pelo mercado ferroviário em plena expansão no país. Este foi o foco do programa MRS de Portas Abertas. Na primeira visita, realizada em dezembro, os estudantes foram recebidos pela Gerente Geral de Saúde, Meio Ambiente e Segurança, Ane Menezes e pelo Consultor Robson Lage. Visitaram as instalações do Centro de Controle Operacional, recéminaugurado, o Simulador de Trens, e puderam conhecer a cabine da locomotiva. A avaliação da visita apontou o percentual de 99% de aprovação, comprovada pelos muitos elogios dedicados pelos alunos à MRS (ver quadro). Bem de perto Alunos da disciplina Tópicos em Engenharia Ferroviária, ministrada por MRS de Portas Abertas recebeu 30 estudantes da UFJF em visita à empresa Especialistas da MRS aos alunos de Engenharia da UFJF, visitaram a Oficina de Locomotivas, em Barra do Piraí/ RJ, em fevereiro. Acompanhados pelo professor da disciplina e Consultor Ferroviário, José Geraldo Ferreira, e pelo Coordenador de Projetos e Desenvolvimento, Luis Deltrégia, os alunos ficaram bem próximos da realidade dos colaboradores da manutenção. ada com o desempenho “Uma empresa preocup dores, incentivando e excelente dos seus colabora apoiando-os para tal.” “Uma ótima empresa. A organização do programa de visitas à MRS está de parabéns.” e orgulho “Empresa de sucesso ito de seus empregados, mu jovem.” er lqu qua empolgante para a, “Uma empresa sólid to en cim es cr em contínuo e um bom lugar para se be, trabalhar (quem sa futuramente?).” “Empresa moderna, com uma logística exemplar, que faz jus à boa reputação que tem.” 15 Carga geral Em se plantando tudo dá Transporte de produtos agrícolas cresce e abre mercado promissor para MRS Nos últimos cinco anos, o volume de cargas agrícolas transportado pela MRS apresentou incremento de 91%, saindo de 1,49 milhão de toneladas em 2007 para 2,86 milhões de toneladas em 2012. “O momento é muito propício para o crescimento da MRS no transporte das cargas agrícolas”, assegura o Gerente de Contas Commodities Agrícolas e Intercâmbio Ferrovias, Claudenildo Chaves. O cenário apontado por Claudenildo para sustentar essa afirmação considera o aumento da safra de grãos, principalmente de milho da região Centro-Oeste, e a elevação do preço do modal rodoviário a partir da Lei de Descanso dos Caminhoneiros (Lei 12.619). “Considerando a competitividade, a regularidade e a confiabilidade que temos demonstrado, vemos pela frente um cenário bastante promissor, inclusive com elevada possibilidade de captação de novos clientes”, avalia. O impulso no transporte das cargas agrícolas, possibilitado por todos os investimentos em equipe, processos e infraestrutura feitos pela empresa, ganha ainda mais força com a formalização de Volume de açúcar transportado até Porto de Santos pela MRS cresceu 1.725% nos últimos cinco anos 16 contratos operacionais de longo prazo com outras ferrovias. Esses acordos garantem à MRS o direito de passagem para a realização dessas cargas. Doce destaque No incremento observado no segmento agrícola, o destaque é o aumento do volume de açúcar transportado do interior de São Paulo para o Porto de Santos. O montante saltou de 58.000 toneladas em 2007 para 1,05 milhão de tonelada em 2012, o que equivale a um crescimento de 1.725%. No último ano, a participação da MRS no volume total de açúcar granel transportado em São Paulo pelas ferrovias para o Porto de Santos foi 17,81%, com um volume de 1,05 milhão de toneladas. O transporte de açúcar em São Paulo combina os modais rodoviário e ferroviário. As cargas partem de usinas de açúcar situadas num raio de quase 300 km, seguem para a ferrovia pelo modal rodoviário até os terminais de transbordo e depois são levadas pela MRS até o Porto de Santos, em distância ferroviária de até 683 km. O maior cliente na carga de açúcar é a Rumo Logística, que assumiu o contrato que a MRS firmou com a Cosan para o transporte de açúcar partindo de Ayroza Galvão, no município de Jaú, tendo como destino o Porto de Santos. “Operamos o terminal de cargas TAG desde sua inauguração, em maio de 2008, e de lá para cá quase triplicamos o volume anual inicialmente contratado”, revela Claudenildo. O transporte para o cliente Agrovia Brasil, com origem no município de Santa Adélia, foi iniciado no ano passado. “Vejo o crescimento nos volumes transportados como fruto da parceria entre as empresas e de um atendimento que tem a regularidade e a confiabilidade necessárias, mesmo enfrentando gargalos na infraestrutura ferroviária e portuária que nos impedem de trabalhar segundo o padrão de excelência que perseguimos”, avalia. Maquinista Willian Aparecido Marinho e Manobrador Sidney Willians da Silva mostram a soja embarcada em Pederneiras Solução para transporte de grãos Na MRS, a rota de grãos, como soja, farelo de soja e milho, se inicia no terminal intermodal de Pederneiras Rota de Transporte de Produtos Agrícolas São Simão (GO) Transbordo Rodo-Hidro Carga: grãos LEGENDA: Minas Gerais Rota ferroviária Rota hidroviária Mato Grosso Ponto de carregamento para hidrovia Santa Adélia (SP) Transbordo Rodo-Ferro Carga: açúcar Pontos de carregamento para ferrovia Destino das cargas Porto Intermodal de Pederneiras (SP) Transbordo Hidro-Ferro Carga:grãos São Paulo Ayroza Galvão (Jaú - SP) Transbordo Rodo-Ferro Carga: açúcar Paraná Porto de Santos (SP) CNAGA (Sumaré - SP) Transbordo Rodo-Ferro Carga: açúcar 17 Equipe do Terminal de Pederneiras está pronta para bater novas marcas no carregamento de produtos agrícolas pico de transporte se verifica a partir de março. “Temos o desafio de embarcar de dois a três trens por dia aqui no terminal. Ano passado estruturamos a equipe e planejamos as manobras e formações de trens. Agora estamos preparados para atendimento aos clientes”, afirma. (SP) e, a exemplo do açúcar, o destino é o Porto de Santos. O crescimento nesse segmento foi de 39% entre 2007 e 2012, fechando o último ano com 1,66 milhão de toneladas transportadas. A marca é ainda mais expressiva considerando-se que o carregamento em Pederneiras iniciado em 2004 foi de 123.000 toneladas. “O diferencial da solução para os clientes está na utilização dos modais que apresentam as melhores condições de competitividade e economia energética: a hidrovia e a ferrovia, em conjunto com o transporte rodoviário”, avalia Claudenildo. A carga de grãos transportada pela MRS a partir de Pederneiras tem origem em Mato Grosso e Goiás, com preponderância para o Mato Grosso. Do campo, os grãos seguem por rodovia percorrendo distâncias que podem ser superiores a 1.200 km em alguns períodos do ano, até a cidade de São Simão, no Sudoeste de Goiás. Ali acontece o transbordo para os comboios hidroviários que são formados por quatro barcaças e mais um empurrador, cada comboio com capacidade para até 5.800 t, dependendo da densidade do produto e do calado dos rios. “Os principais usuários do sistema são a Louis Dreyfus Commodities e a Caramuru Alimentos, grandes tradings de commodities agrícolas. Contudo, de forma indireta, outros clientes do agronegócio, como os produtores, também são atendidos”, pontua o gerente de contas. Prontos para a safra O Coordenador de Operações de Pátios e Terminais do Interior Paulista, Fabiano Yugulis, explica que a equipe de Pederneiras está pronta para responder à demanda de mais uma safra recorde de soja para o Brasil, cujo 18 Os trens que partem de Pederneiras carregam açúcar e grãos. Quando chegam a Santos, os vagões são distribuídos para os terminais da margem direita ou esquerda do porto. “Estamos mudando a formação de trens. Eles já irão pré-formatados para reduzir o tempo de manobra da separação em Santos”, adianta Fabiano. Parcerias cada vez mais fortes No ano passado, a Louis Dreyfus investiu na compra de mais comboios hidroviários. “Para 2013, nossa expectativa é que a MRS transporte por trens mais de 1,14 milhão de toneladas de Pederneiras até o Porto de Santos. Para que essa meta seja atingida, será fundamental a entrega dos trens com regularidade e pontualidade em Pederneiras e Santos, para que toda a demanda possa ser cumprida. Queremos continuar crescendo com a MRS em Pederneiras”, afirma George Takahashi, diretor de Logística da Louis Dreyfus Commodities. Claudenildo avalia que as parcerias com os clientes estão cada vez mais fortes. “Ao longo desses anos em que a MRS vem atendendo ao fluxo de grãos, notamos a solidificação da parceria e da confiança, o que alavanca os investimentos em melhorias dos dois lados. Tanto a MRS como os clientes ainda têm gargalos em suas operações, mas o crescimento alcançado nos volumes demonstra que estamos no caminho certo para eliminálos”, considera Claudenildo. Via Permanente Sobre trilhos seguros Projeto de Redução de Fraturas em Trilhos identificou causas e propôs soluções que reduziram ocorrências à metade Ao sinal de qualquer fratura nos trilhos, o sistema Falha Segura aciona o sinal vermelho e a operação é imediatamente interrompida no trecho. Se as fraturas aumentam, sobe também o indicador Trem Hora Parado (THP) e a produtividade da ferrovia segue o caminho inverso e nada satisfatório. Por isso, quando a média de fraturas de trilhos começou a subir, em meados de 2010, a equipe de Via Permanente se mobilizou para identificar o problema, mapear suas causas e propor as soluções. A curva descendente do gráfico que resume o número de fraturas mostra que o ataque Time da Coordenação de Manutenção de Via Permanente de São João Del Rey reduziu fraturas de trilhos em 72% no último ano 19 ao problema foi preciso. Os bons resultados vêm sendo observados desde abril de 2011 (veja abaixo), justamente o início da implantação das ações. “O grupo de trabalho reuniu colaboradores da engenharia de Via Permanente, Manutenção e da Antiga Gerência de Qualidade. Com o apoio de consultoria, fizemos análises estatísticas e laboratoriais, diagnosticamos os principais motivos que elevavam a quantidade de fraturas de trilhos e elaboramos um grande plano de ações”, recorda o Gerente Geral de Manutenção de Via Permanente, Alexandre Jacob. Diagnóstico A primeira fase do trabalho foi entender o problema. “A grande crise de fraturas teve como causa a combinação de três dos principais fatores que compõem a dinâmica dos trens: aumento dos defeitos de roda, trilhos de alta dureza e baixa qualidade do lastro”, aponta o Gerente Geral. Os defeitos de roda diagnosticados mostraram a ocorrência de shelling, escamação da roda causada pelas pequenas lascas que se desprendem da pista de rolamento. Entre outras consequências possíveis, essa escamação, à medida que cresce de tamanho, acarreta a formação de calos, caracterizando o que é conhecido como rodas calejadas. Esses calos funcionam como martelos batendo sobre os trilhos. Os trilhos de alta dureza, embora ofereçam maior resistência ao desgaste, também são de baixa dutibilidade (propriedade que representa o grau de deformação que um material suporta até o momento de sua fratura). O terceiro elemento desse quadro, o lastro da Ferrovia do Aço, encontrava-se no final de sua vida útil, com nível de contaminação muito alto por minério e finos de brita, comprometendo a sua principal função que é absorver o impacto, semelhante a um colchão de mola. “A junção desses três fatores resultava em maior impacto sobre os trilhos e, ao mesmo tempo, redução da capacidade de absorção. Como consequência, houve crescimento das fraturas”, avalia o Gerente de Manutenção de Via Permanente da Ferrovia do Aço, Raphael Marins Martins. Solução do problema Alexandre Jacob destaca que mais de 60 ações foram listadas no plano traçado para sanar o problema e começaram a ser implantadas em abril de 2011. Média móvel 12 meses (dez/09 a fev/13) - Fratura de trilho 80 70 60 50 47 49 50 44 46 55 59 62 66 65 68 68 68 67 68 68 68 66 64 62 Pior 59 61 58 58 56 56 40 54 52 49 46 42 39 37 Melhor 35 33 32 32 32 31 30 20 10 Início do Diagnóstico Início da Implementação do Plano de Ação de z/0 9 fe v/1 0 ab r/1 0 ju n/ 10 ag o/ 1 ou 0 t/1 0 de z/1 0 fe v/1 1 ab r/1 1 ju n/ 11 ag o/ 1 ou 1 t/1 1 de z/1 1 fe v/1 2 ab r/1 2 ju n/ 12 ag o/ 1 ou 2 t/1 2 de z/1 2 fe v/1 3 0 20 A equipe de Manutenção de Material Rodante, por exemplo, realizou investimentos para melhoria das rodas defeituosas. “Já os trilhos mais duros foram substituídos em 40% do trecho da Ferrovia do Aço, o que representou a troca de 28.622 toneladas de trilho ou 200 km de via”, diz Raphael. Durante a operação, o próprio procedimento foi revisto a fim de reduzir os defeitos gerados pelo manuseio que podem causar concentração de tensão e fraturas, quando os trilhos são submetidos a grandes esforços. O levante de linha recuperou a capacidade de absorção de impacto do lastro, já que não havia tempo hábil para reconstruí-lo totalmente. “Criamos um colchão de brita nova entre o dormente e o material deteriorado, o que atendeu ao nosso objetivo de restabelecer a função do lastro”, avalia o Gerente. O modelo de manutenção também passou por mudanças com a adoção de blackouts em horários fixos em que o Centro de Controle Operacional (CCO) programa a parada de circulação de trens e libera a via para as intervenções necessárias. “Esse modelo já evoluiu e hoje fazemos dois blackouts de cinco horas cada, por semana, na Ferrovia do Aço”, acrescenta Raphael. Segundo ele, as paradas mais longas, menos frequentes e previstas antecipadamente, permitem concentrar as equipes e os recursos, aumentando a produtividade. “Melhoramos nossa capacidade de planejar e de executar a manutenção da via permanente”, constata. sendo colhido até os dias de hoje”, afirma Alexandre Jacob. Os números confirmam. Em 2011 foram 405 fraturas, contra 106 em 2012 – redução de 52%. Bom exemplo A Coordenação de Manutenção de Via Permanente de São João Del Rey é um bom exemplo da transformação ocorrida. Lá, a redução na média de fraturas de 2011 para 2012 foi de 72%, caindo de 112 para 31. “Chegávamos a atender até seis fraturas por noite. Hoje, com o trabalho preventivo, passamos noites tranqüilas em casa”, compara o Operador e Mantenedor de Via, Itamar Luiz de Carvalho. O Coordenador de Manutenção de Via local, Pedro Santos, destaca que hoje o foco do trabalho é preventivo e preditivo e não mais corretivo. “Durante os blackouts atacamos as solicitações decorrentes do diagnóstico levantado pelo ultrassom e também pela inspeção visual dos rondantes. Aperfeiçoamos o trabalho e ganhamos em qualidade”, avalia. Itamar, que trabalha há 20 anos na região de São João Del Rey, garante que hoje a via apresenta as melhores condições. “Dá prazer andar no trecho e ver o que alcançamos”, relata. O maior orgulho dele é também o maior benefício para todos: a segurança. “Tenho Trajetória de melhoria Em decorrência dessas ações e de todas as demais previstas no plano, os números de fraturas caíram como planejado. “Percebemos uma trajetória descendente das fraturas e o fruto desse grande trabalho continua 21 orgulho de trabalhar na MRS que visa antes de tudo à segurança. Todos os dias fazemos os DDS [Diálogo Diário de Segurança] e, já no campo, a Análise Preliminar de Risco [APR] e todo mundo participa, dá a sua opinião. A correria não faz mais parte do nosso vocabulário”, afirma. Fratura no trilho explica acidente A investigação do acidente ocorrido do Túnel 20, da Ferrovia do Aço, em novembro de 2012, mostrou que, apesar de todo o investimento para controle das fraturas de trilhos que vem sendo feito nos últimos anos, houve falhas no processo de inspeção dos trilhos gerando o acidente que interrompeu a circulação por 130 horas. As falhas no processo de inspeção por ultrassom e uma análise menos abrangente do reporte de inspeção do TrackStar (correção geométrica) deixaram de detectar uma degradação mais acelerada do lastro e da linha, pela formação de bolsão de água, e o surgimento de uma trinca no trilho O gráfico 1 indica, aos especialistas, presença de água no local de inspeção e possíveis defeitos superficiais no trilho que impediram uma inspeção perfeita. Por essa impossibilidade, uma inspeção visual detalhada e, possivelmente, uma inspeção por ultrassom manual poderiam ter trazido indícios da presença de trinca em formação. O gráfico 2 apresenta curvas de diversos parâmetros medidos pelo Trackstar numa sequência cronológica de inspeções no local do acidente. Embora cada resultado estivesse individualmente dentro dos respectivos limites aceitáveis, dois fatores chamaram a atenção durante a investigação: (1) ocorrência de torção da linha (de novo, dentro de limite aceitável) – primeira sequência de linhas horizontais da figura – associada à (2) uma taxa de desgaste vertical do trilho maior na última inspeção que na anterior (linha vermelha mais alta da segunda sequência de linhas), indicando uma degradação mais acelerada. A combinação desses dois fatores gerou condições favoráveis à nucleação e propagação rápida da trinca. 22 Como medidas para evitar ocorrências da mesma natureza, a Comissão de Investigação de Acidentes propôs a utilização de trilhos de altíssima qualidade em túneis, intensificação do serviço de drenagem, melhorias no carro ultrassom (cujo feixe sônico tem sua leitura comprometida nessas condições), inspeções e vistorias in loco ainda mais sistematizadas e criação de um painel virtual que consolida o resultado de todas as inspeções (ultrassom, visual pelas equipes de Ronda, Trackstar etc) para cada túnel, ponte, viaduto e trechos de tangente que, associado à uma matriz de criticidade de defeitos, fornece informações mais consistentes para priorização de ações de manutenção. Gráfico 1: Fratura de trilhos: trilhos impróprios para inspeção Foto ilustrativa KM 49+629 (D) Gráfico 2: Fratura de trilhos: confirmação pelo Trackstar PRESENÇA DE ÁGUA Surgimento do torção entre novembro de 2011 e março de 2012 POD Empeno já presente em inspeções anteriores Aumento de vertical wear Simultâneo ao surgimento da torção nota-se um aumento de vertical wear na região . Durante o período em que surgiu a torção ( nov de 2011 a mar de 2012) . Pessoas ML006612A Cartaz Alo RH 832.ai 1 06/02/13 08:59 Pronta para ouvir Alô RH A boa comunicação é essencial para a integração e para falar bem é preciso ouvir. Por isso, a MRS criou canais específicos para que todos os colaboradores encontrem espaço adequado para se manifestar, esclarecer suas dúvidas e necessidades. A mais recente ferramenta implementada é o AlôRH. Pelo número interno 832.9800 é possível esclarecer dúvidas sobre assuntos relacionados às rotinas de administração de pessoal. “Não é uma central telefônica na qual as pessoas são atendidas por processos automatizados e secretária eletrônica. Todos os atendimentos são realizados por profissional da equipe de RH, preparada para C solucionar as principais dúvidas dos colaboradores na hora”, afirma o Gerente de Administração de Pessoal, Luiz Paulo de Almeida, ao enfatizar a agilidade da ferramenta. É o lugar certo para encontrar respostas sobre férias, contracheque, ponto eletrônico e outros. O AlôRH funciona das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30. Lançado em 14 de fevereiro deste ano, o serviço já atendeu 526 chamadas até 24 de abril. M Y CM MY Você perguntou, a MRS respondeu CY CMY K Marcos Eduardo Lima queria saber mais sobre o transporte de celulose de Pederneiras ao Porto de Santos. Para Marcela Lacerda, a dúvida estava no nome da empresa. “Será uma sigla?”, pensava. Aline Rigamonte estava curiosa para saber por que os pátios da MRS são designados por letras e números como P1-07. Para ter suas demandas de informação atendidas, esses colegas e muitos outros recorreram a mesma ferramenta: o hotsite Você pergunta, a MRS responde cujas respostas estão disponíveis na Intranet. A proposta da ferramenta é aproximar colaboradores e empresa, estabelecendo um canal permanente de diálogo e integração. Contribui ainda para a identificação de pontos fortes e oportunidades de melhoria, ajuda a consolidar relações de qualidade e transparência com o público interno, estimulando o aprendizado organizacional. As respostas das dúvidas encaminhadas até dia 20 de cada mês são publicadas no dia 15 do mês seguinte. A resposta compete aos gestores responsáveis pelo processo em questão, muitas vezes, atribuída ao próprio Presidente. Desde que foi criado em janeiro de 2012, já foram respondidas mais de 300 perguntas. De 1º de janeiro a 1º de abril deste ano, o hotsite foi acessado 6.132 vezes. 23 Reconhecimento Nove vezes a Melhor Operadora de Carga do país Profissionais representaram MRS na tradicional cerimônia de premiação da Revista Ferroviária MRS recebe as melhores notas de clientes e vence o Prêmio Revista Ferroviária Melhor Operadora de Carga na votação pelos clientes, a MRS recebeu o Prêmio Revista Ferroviária 2013, pela nona vez, em solenidade realizada em São Paulo no dia 22 de abril. “Ficamos muito felizes por sermos reconhecidos uma vez mais pelos clientes como o melhor sistema ferroviário do país. Todos os dias trabalhamos muito duro para isso, buscando a superação dos nossos padrões de qualidade. Estamos todos de parabéns”, comemorou o Presidente Eduardo Parente. Para definir a Melhor Operadora de Carga, dez principais clientes de cada ferrovia receberam um questionário onde avaliaram quesitos como o transit time, programação, cumprimento de contrato, integridade da carga e custo do serviço, atribuindo notas de 1 a 10 para cada item. Os clientes que utilizam mais de uma operadora avaliaram os serviços de cada uma delas separadamente. Os pontos foram somados e a que recebeu as melhores notas foi a MRS, a vencedora. 24 “Fomos mais uma vez agraciados com o prêmio de melhor empresa o que nos enche sempre de orgulho, já que o evento congrega todas as concessões, diversos clientes e operadores, bem como usuários do modal que puderam testemunhar nossa capacidade de prestar nossos serviços com qualidade e eficiência. Além disso, é motivo de orgulho compartilhar esse momento com mais um colaborador nosso indicado ao Prêmio de Ferroviário do Ano”, afirmou Gustavo Bambini, Diretor de Relações Institucionais ao se referir a Willer Reginaldo da Luz, Especialista Ferroviário, do Centro de Controle Operacional (CCO), representante da MRS no Prêmio Ferroviário do Ano. Willer se considera vitorioso por representar a melhor operadora ferroviária de carga do Brasil no Prêmio Ferroviário Padrão. “É uma honra e um orgulho. Estou muito agradecido”, afirmou. Ferroviário há 29 anos, ele conta que a alegria maior veio mesmo do reconhecimento do trabalho e da carreira construída na ferrovia, o que ficou evidenciado pela escolha da empresa e pelo carinho e apoio que recebeu de todos os colegas, dos mais antigos e dos mais novos também. “O reconhecimento e as manifestações de amizade que recebi aqui dentro são grandes conquistas para mim”, concluiu.