Soldagem a Plasma - PAW Bruno Teixeira Vieira Fábio de Paiva Cota Hudson Martins Esteves Lenir de Abreu Junior Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Introdução Soldagem a Plasma A definição de plasma é tida como o quarto estado da matéria. Quando adiciona mais energia no gás, propriedades como temperatura e características elétricas são modificadas. Este processo é chamado ionização, ou seja criação de elétrons livres e íons entre os átomos do gás. Engenharia Mecânica UFSJ Introdução Soldagem a Plasma Quando isso acontece, o gás tornase um “plasma”, sendo eletricamente condutor pelo fato de os elétrons livres transmitirem a corrente elétrica. Quanto menor for a secção, maior será a temperatura no gás plasma, devido a dificuldade da passagem de elétrons. Engenharia Mecânica UFSJ Arco Plasma Soldagem a Plasma Em uma tocha de arco plasma a ponta do eletrodo é recolhida em um bocal, através do qual o gás plasma flui; O gás passa pelo arco elétrico formando o plasma; Aquecido dentro do bocal, o gás sofre uma enorme expansão, e sai em um pequeno orifício, adquirindo velocidades na ordem de 6Km/s, acentuando o fenômeno de dissociação. Engenharia Mecânica UFSJ Arco Plasma Quando fora do bocal, os íons recombinamse para voltar ao estado gasoso, liberando uma energia tal que leva a temperaturas acima de 25000oC; Esta energia é então utilizada para fundir o metal base e o metal de adição. Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Princípios básicos do processo de soldagem plasma Soldagem a Plasma Utiliza eletrodos não consumíveis e gases inertes; O gás plasma recombinado não é suficiente para a proteção da região soldada e da poça de fusão, assim é fornecido um fluxo de gás suplementar e independente, para a proteção contra contaminação atmosférica; O fluxo de gás que constituirá o jato plasma, circunda o eletrodo e passa através de um orifício calibrado constringindo o arco elétrico. Engenharia Mecânica UFSJ Princípios básicos do processo de soldagem plasma O fluxo de gás de proteção corre entre o corpo que contém o orifício e uma cobertura exterior. Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Fontes de energia Soldagem a Plasma A fonte de energia utilizada é de corrente constante, podendo ser retificador, gerador ou inversores, utilizando corrente continua, polaridade direta; As fontes para soldagem plasma diferem das de corte, porque no corte a tensão em vazio do equipamento deve ser superior a 200V; Fontes de tensão em vazio entre 65 V e 80V podem ser adaptadas para soldagem. Engenharia Mecânica UFSJ Tocha de Soldagem As tochas são providas de um punho para o manuseio do soldador, um conjunto de pinças para a fixação do eletrodo, condutos para passagem do gás e água de refrigeração, um bico de cobre com o orifício para a construção do arco elétrico e um bocal de cerâmica para a isolação e proteção do operador. Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Tocha de Soldagem Soldagem a Plasma Algumas tochas têm somente um orifício central para a passagem do gás e arco, outras possuem outros orifícios para a passagem do gás auxiliar, permitindo maiores velocidades de soldagem. Engenharia Mecânica UFSJ Tocha de Soldagem Soldagem a Plasma O diâmetro do orifício central deve ser escolhido de acordo com a corrente elétrica a ser utilizada. Diâmetro do orifício (mm) Corrente Elétrica (A) 0,76 1,32 2,18 1 a 25 20 a 55 40 a 100 Engenharia Mecânica UFSJ Eletrodos Soldagem a Plasma O eletrodo utilizado é de tungstênio (comercialmente puro tungstênio 99,5%), ou tungstênio dopado com tório ou zircônio, não sendo consumível. Para cortes em alta velocidade temse utilizado eletrodo de tungstênio dopado com óxido de lantânio, de vida mais longa. Engenharia Mecânica UFSJ Gases Pode-se utilizar o mesmo tipo de gás tanto para a formação do plasma, quanto para a proteção adicional da poça de fusão; O argônio tem sido o preferido na soldagem com baixas correntes em função do seu maior potencial de ionização, além de promover uma melhor limpeza das camadas de óxidos de metais reativos e facilita a abertura do arco elétrico. Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Gases Soldagem a Plasma Pode-se aplicar outros gases inertes como o hélio puro ou misturado com argônio, porém estes requerem tensões mais altas para a abertura do arco; O He desenvolve maior energia do plasma, porém necessita de uma refrigeração do bocal do orifício mais eficiente. Engenharia Mecânica UFSJ Gases Soldagem a Plasma A seleção do gás de proteção depende do tipo e da espessura do metal de base a ser soldado. Engenharia Mecânica UFSJ Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Metais de Adição Soldagem a Plasma A maioria das soldagens por este processo não requer metal de adição face a sua concentração de calor e facilidade de fusão das partes, porém, caso haja necessidade, o metal de adição apresenta-se na forma de vareta ou arame enrolado em bobinas. Engenharia Mecânica UFSJ Metais de Adição Soldagem a Plasma Na soldagem manual a técnica de deposição do material é por gotejamento, sendo adicionado por umas das mãos enquanto a outra controla o banho de fusão; Na soldagem automática, a bobina de arame é colocada em um alimentador automático com velocidade constante. Engenharia Mecânica UFSJ Metais de adição Este sistema é utilizado quando a corrente ultrapassa 100 A, e pode ainda ser aplicado com pré-aquecimento do arame por efeito “Jaule” passando-se uma corrente elétrica através deste antes de atingir a poça de fusão. Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Corrente de Soldagem Soldagem a Plasma No processo conhecido como micro plasma trabalha-se com correntes iniciais em faixas tão baixas quanto 0,1 à 1 A e máximo de 20 A, ou elevadas pois o processo admite a utilização de correntes até 500 A; Costuma-se demarcar 100 A como limite de baixas correntes, e acima são chamadas de altas correntes. Engenharia Mecânica UFSJ Configuração da corrente Soldagem a Plasma Típica é a corrente continua, polaridade direta, porém para soldagem de alumínio, trabalha-se com polaridade inversa ou corrente alternada, esta ultima causa uma certa instabilidade de arco. Engenharia Mecânica UFSJ Tensão Soldagem a Plasma A tensão de arco é menos sensível a uma variação do comprimento do arco, garantindo assim uma maior estabilidade dos parâmetros sendo superiores às do processo TIG, em valores de 50V ou maiores. Engenharia Mecânica UFSJ Técnicas O processo a arco plasma possui duas técnicas principais, sendo: arco transferido; não transferido. Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Arco plasma transferido Soldagem a Plasma É o sistema mais comum. Após a abertura do arco piloto entre o eletrodo e o bocal, o arco se transfere para a peça por aproximação, fluindo para a mesma, extinguindo-se o arco piloto. Ao se afastar a pistola da peça, o arco extingue-se. Engenharia Mecânica UFSJ Arco plasma não transferido Soldagem a Plasma O arco piloto é intensificado (“soprado”) para fora do bocal aproveitando-se o calor gerado pelo mesmo; O jato plasma emergente é utilizado principalmente para corte de materiais não metálicos (não condutores) e revestimentos por aspersão de pós metálicos (ou cerâmicos) fundidos. Engenharia Mecânica UFSJ Técnicas Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Técnicas operacionais Soldagem a Plasma A soldagem a plasma pode ser utilizada em três modos de operação: Microplasma; Melt-in; Key hole. Engenharia Mecânica UFSJ Microplasma Soldagem a Plasma União de chapas de 0,1 a 1 mm de espessura; Gás de proteção é geralmente uma mistura de argônio-hidrogênio com um teor de H2 até 10%, já que o H2 possui alta condutibilidade térmica, permitindo a retirada de calor nas zonas limítrofes do núcleo do plasma impedindo um alargamento do arco elétrico. Engenharia Mecânica UFSJ Melt-in Soldagem a Plasma Consiste na união de chapas finas (sem adição de arame) de 0,5mm até 3,0mm de espessura de aços carbonos não revestidos e revestidos (galvanizados) e aços inoxidáveis. Engenharia Mecânica UFSJ Key hole Soldagem a Plasma Técnica utilizada para a soldagem plasma mecanizada ou robotizada dos aços inoxidáveis. Possibilita soldagem de chapas de até 10mm de espessura com altíssima qualidade. Engenharia Mecânica UFSJ Técnicas operacionais Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Técnicas operacionais Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Equipamentos Soldagem a Plasma Tocha Engenharia Mecânica UFSJ Equipamentos Soldagem a Plasma Fonte de energia Engenharia Mecânica UFSJ Equipamentos Soldagem a Plasma Alimentador de arames Engenharia Mecânica UFSJ Equipamentos Soldagem a Plasma Recirculador de água Engenharia Mecânica UFSJ Equipamentos Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Vantagens Vantagens do processo em relação ao processo TIG ou outros processos: Maior concentração de energia e densidade de corrente, consequentemente, menores distorções, maiores velocidades de soldagem e maiores penetrações; Maior estabilidade do arco em baixos níveis de corrente, permitindo a soldagem de finas espessuras (a partir de 0,05 mm) Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Vantagens O arco é mais “homogêneo” e de maior extensão, permitindo melhor visibilidade operacional, maior constancia da poça de fusão e menor sensibilidade a variações no comprimento do arco; Menor probabilidade de contaminação do cordão por inclusões de tungstênio e de contaminação do eletrodo pelo material de adição uma vez que o mesmo encontra-se dentro do bocal. Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Desvantagens Soldagem a Plasma Alto custo do equipamento (2 a 5 vezes mais que o TIG); Manutenção da pistola mais frequente (orificio calibrado) e cara; Maior consumo de gases; Exigencia de maior qualificação de mão de obra. Engenharia Mecânica UFSJ Barreira de mercado Soldagem a Plasma Uma das explicações para o insucesso inicial da soldagem a plasma pode estar no modo como o processo foi introduzido no mercado; a expressão “Soldagem a Plasma” trazia à mente dos usuários um processo complexo e com alta tecnologia agregada. Sob o ponto de vista de “marketing”, usar a palavra Plasma para descrever uma modificação do processo TIG pode ter prejudicado sua receptividade. Engenharia Mecânica UFSJ Barreira de mercado Soldagem a Plasma Os fabricantes de equipamentos deveriam ter divulgado o potencial de aplicação do novo processo e as vantagens sobre os processos convencionais. Na história do processo Plasma houve uma certa tendência por parte dos fornecedores de equipamentos de disponibilizar muita informação acerca de como funcionava o processo e pouca informação em relação ao que o processo era capaz de fazer. Engenharia Mecânica UFSJ Aplicações industrial É mais utilizado na fabricação de equipamentos de aços inoxidáveis, com chapas de espessuras médias (3 a 8 mm) e dos que requerem cordões longos, como tanques e reatores para a indústria química e de bebidas; Indústria aeroespacial, na soldagem de ligas especiais de alumínio; Apesar de menos comum, pode ser aplicado em uniões de aços ao carbono, como na soldagem da parte superior de amortecedores destinados à indústria automobilística. Outros exemplos pode-se mencionar a fabricação de radiadores, a soldagem de pontos críticos em motores de automóveis e a soldagem de componentes elétricos, como chapas para transformadores e alternadores. Soldagem a Plasma Engenharia Mecânica UFSJ Vídeo