BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Negociação e Processos Decisórios Técnicas deFernandes, Negociação Profº Cláudio Ph.D Autores: Eugenio do Carvalhal Antônio André Neto Gersem M. de Andrade João Vieira de Araújo Autores: Roger Fisher William Ury Bruce Patton 11 Definições O administrador de hoje Desafios do bom administrador 1. Visão Sistémica 2. Quebrar paradigmas 3. Liderar a equipe (diferência entre poder e autoridade) 4. Promover trabalho participativo 5. Não pode um qualquer administrar uma empresa 6. Mercado 100% globalizado 7. Crise = oportunidade 2 • “Negociação é um campo de conhecimento e empenho que visa à conquista de pessoas de quem se deseja alguma coisa” (Cohen, 1980). • “Negociação é um negócio que pode afetar profundamente qualquer tipo de relacionamento humano e produzir benefícios duradouros para todos os participantes” (Nierenberg, 1981). • “Negociação é uma coleção de comportamentos que envolve comunicação, vendas, marketing, psicologia, sociologia e resolução de conflitos” (Acuff, 1993). 3 Definições 4 Definições • “Esperar que as partes se encontrem, negociem e cheguem ao acordo, sem que haja aproximação anterior, conversação habitual, confiança mútua é, não só ilógico, como uma arriscada aventura” (Matos, 1985). • “O processo de negociação tem significado de longo prazo sobre o estabelecimento ou a obtenção de um acordo” (Steele et ali, 1995). • “Negociação é um processo de comunicação bilateral, com o objetivo de se chegar a uma decisão conjunta” (Fischer & Ury, 1985). • “Negociação é o processo pelo qual as partes se movem de suas posições iniciais divergentes, até um ponto no qual o acordo pode ser obtido” (Steele et ali, 1989). 5 6 1 Definições Definições Fundamentalmente todos autores concordam no seguinte aspecto: negociação é um “processo”, é “ação”, na qual desempenhamos papéis e interferimos diretamente no resultado, a partir do nosso desempenho. • As definições que acabamos de ver são distintas e estão inseridas em seus contextos. • Retratam uma visão parcial sobre o que é negociação. “Recebemos o que merecemos”. • Importante: analisar os diferentes enfoques e pontos de vista possíves em uma negociação, para se dar um tratamento mais abrangente ao processo. Para: “Merecemos o que negociamos”. “Aqueles que não criam o futuro que querem, devem agüentar o futuro que recebem.” Draper L. Kaufman, Jr 7 8 NEGOCIAR é... NEGOCIAÇÃO: Arte ou Técnica? … “O uso da informação e do poder com o fim de influenciar o comportamento dentro de uma “rede de tensão” (Herb Coehn, 1980) Negociar é uma arte que pode ser aperfeiçoada através do uso de técnicas adequadas. … “O processo de comunicação bilateral com o objetivo de se chegar a uma decisão conjunta” (Fisher & Ury, 1985) No fundo, toda negociação visa satisfazer necessidades. 9 NEGOCIAR... 10 ASPECTOS CULTURAIS O processo de Negociação tende a ser diferente em diferentes regiões e/ou países: … “É criar opções e conseguir a melhor.” • (A. André, 2013) Idioma, crenças, religião Expressões e gestos Se você não tem opção, terá pouco para negociar. Tradições, aspectos sociais, históricos, educação Organização social (família, grupos, sindicato, ...) Vida política (governo, partidos, ...) 11 12 2 NEGOCIAÇÃO baseada em princípios: Definições Procure: Separar as pessoas dos problemas Concentrar-se... ...nos Interesses (O que o outro de fato quer) ...não nas Posições (O que o outro fala) Inventar opções de ganhos múltiplos Insistir em critérios objetivos Fonte: Como chegar ao Sim (R. Fisher, William Ury, Bruce Patton) 13 Importância da Negociação 14 Importância da Negociação • A arte de negociar faz parte do dia-a-dia das pessoas. • Para atingir um objetivo seja na vida pessoal ou profissional, as pessoas precisam negociar. • Brasil: durante décadas fomos acostumados a viver numa grande ilha, cercados e protegidos da suposta ameaça da concorrência internacional. • O resultado natural desse isolamento reflete-se, hoje, em nossa enorme dificuldade em operacionalizar um grande volume de exportação de produtos e serviços brasileiros. • Globalização: domínio das habilidades de negociação passa a ser um imperativo para todos empresários e executivos. • Neste novo cenário, especialmente aqueles que têm que estar em contato ou negociar com outras culturas terão de conhecer as técnicas e as ferramentas de negociação e tomada de decisão. 15 Importância da Negociação 16 Importância da Negociação • Brasil: Estudos e Pesquisas sobre Negociação se intesificaram nos últimos 20 anos. • Apesar do crescente participação do país no processo de globalização, ainda é enorme a nossa timidez na busca de negócios em outros países. • A falta de habilidade de negociação e o desconhecimento de aspectos culturais podem ameaçar o início/continuidade de grandes negócios, apesar de vantagens já consolidadas como marca, avançadas técnicas de gestão, tecnologia, qualidade, entre outras. 17 • Mudança do antigo paradigma: “ Um bom negociador nasce com esta habilidade “ para: “ As habilidades de negociação podem ser desenvolvidas por qualquer pessoa”. 18 3 Importância da Negociação Importância da Negociação • Algumas situações que confirmam a necessidade crescente de negociar: • Algumas situações que confirmam a necessidade crescente de negociar: Negociamos a todo instante da nossa vida, mesmo sem perceber. Negociamos para lidar com as diferenças. Pós-guerra: o mundo não aceita mais aplicações de medidas perversas na solução de conflitos. Nas empresas as negociações abrangem todas as áreas. Nova estrutura organizacional impulsionou este processo. Globalização: fusões, aquisições, joint-ventures, alianças estratégicas, etc – alto grau de complexidade, demandando além de profundos conhecimentos técnicos, habilidades para lidar com questões interpessoais e interculturais. Todos querem participar das decisões que lhes afetam. 19 Importância da Negociação 20 A crescente importância da negociação na atualidade Globalização e negociação. O que faz a diferença, para um melhor resultado, tanto nas pequenas, quanto nas grandes negociações, é a ATITUDE. Existe a possibilidade de se agir de forma improvisada, ou de se preparar, negociando de maneira metódica e planejada. “Atitudes não são nada mais do que hábitos do pensamento, e os hábitos podem ser adquiridos. Uma atitude repetida torna-se uma atitude realizada.” É fundamental pensar nas negociações de um ponto de vista Estratégico e global Segundo Lewicki et ali, “tratamento estratégico nas negociações exige uma série de passos, pesquisados entre os principais especialistas no assunto, para um processo de análise do planejamento das negociações” 4 questões básicas: • • • • Objetivos tangíveis Objetivos emocionais e simbólicos (intangiveis) Resultados desejados Impactos esperados nos relacionamentos 21 A crescente importância da negociação na atualidade 22 A crescente importância da negociação na atualidade Problema: • Uma visão do problema; • Parciais: problema de um único ponto de vista; O fato de existirem na realidade poucos negociadores efetivos se deve a três razões: 1. Muitas pessoas simplesmente não sabem como negociar, já que ninguém ensina como negociar, quer seja na escola quer em casa; Questões a considerar: • Diferentes enfoques e pontos de vista possíveis; • Processo extremamente complexo: pessoas / comportamento humano. 2. As pessoas não acreditam que seja possível aprender como negociar, visto que, como isso não é ensinado, pensam que seja algo que não se possa ser aprendido O Processo da Negociação Complexidade => Pessoas / Comportamento • Valores; • Objetivos; • Diferentes maneiras de pensar; • Diferenças maneiras de conduzir o processo; • Subjetividade; • Imprevisibilidade; 3. A terceira razão, e provavelmente a mais forte, é o medo. Algumas pessoas acreditam que as habilidades para negociação são natas, não podendo ser aprendidas e desenvolvidas. Segundo Pollan & Levine, isso é absurdo, pois não existe nenhum gene especial para a negociação. 23 24 4 A crescente importância da negociação na atualidade A crescente importância da negociação na atualidade - Competências de Alta Performance Habilidades importantes: • Foco no Cliente • Foco do Cliente • Persistência / Paciência. • Bom-senso e capacidade analítica para distinguir o que é “negociável”. • Orientado para soluções • Senso crítico para identificar quem na outra parte tem autoridade e credibilidade. Fazer uso adequado da barganha. Como obter e fazer uso do poder de precedente. Descobrir os verdadeiros objetivos das pessoas. Interpretar a “palavra final” do oponente. Identificar fatores relevantes no início do processo. Leitura do “silêncio”. Controle sobre a ansiedade no final da negociação: pressão para o acordo. Uso da persistência na busca de alternativas para reverter um resultado negativo. • Construtor de relacionamentos • • • • • • • • • Autocontrole e resistência ao Stress • Orientado para conquista • Capacidade de ordenação analítica • EMPATIA • Preocupação com a qualidade • Crenças de autosuperação • Estudar a outra parte - oponente 25 26 CARACTERÍSTICAS DO BOM NEGOCIADOR CARACTERÍSTICAS DO BOM NEGOCIADOR Importância das características de negociadores eficazes : Planeja Múltiplas Opções Conhece o Tema Tem Moedas de Troca Pensa a Longo Prazo Faz Perguntas e Sabe Ouvir Sumariza Frequentemente Foca no Relacionamento Características Testa o Entendimento Entende os Sentimentos Avalia Sua Performance * Média 1 Capacidade de planejamento e preparação 4,8 2 Conhecimento do tema / assunto 4,5 3 Capacidade de raciocinar clara e rapidamente sob pressão e incerteza 4,5 4 Capacidade de expressar ideias verbalmente 4,4 5 Habilidade de escutar 4,4 6 Capacidade de julgamento e inteligência geral 4,3 7 Integridade 4,2 8 Capacidade de convencimento / persuasão 4,1 9 Paciência 4,0 10 Decisão 3,9 (*) O resultado apresentado no quadro, foi obtido a partir da média de pontuações a respeito da importância da característica mencionada, numa escala Likert de cinco pontos. 27 O processo de negociação pode ser dividido em: Negociação distributiva e integrativa. 28 Abordagens Integrativas x Distributivas Abordagens distributivas Orientadas para dividir o bolo: • Negociação distributiva: nesse processo é fazer com que o oponente concorde com seu ponto alvo, ou chegue o mais perto possível dele. As partes tratam a informação como recurso de troca; • Negociação Integrativa: a resolução de problemas de maneira integrativa opera sob a premissa de que há um ou mais acordos que podem gerar uma solução ganha - ganha. Escondem ou dissimulam as preferências; A negociação integrativa necessita que as partes estejam envolvidas, há que se ter franqueza nas informações, sensibilidade em relação às necessidades mútuas, capacidade de confiar umas nas outras e disposição para manter certa flexibilidade. Comportamentos baseados na cautela e na pressão sobre a outra parte. Manipulam informações; 29 30 5 Abordagens Integrativas x Distributivas Área de barganha ou Zona de Acordo Possível - ZOPA Abordagens integrativas Destinadas a criar valor: todos somando esforços para aumentar o bolo. Comprador Acordo possível São baseadas em: Vendedor Área de barganha Comportamentos abertos; $ 90 Compartilhamento de informações; $100 $ 90 – Preço de abertura do comprador (desejado). $ 100 - Preço de abertura do vendedor (desejado). Comprometimento com o sucesso de todos; Foco no ganha-ganha. Havendo coincidência de interesses, existe espaço para um acordo. 31 32 NEGOCIAÇÃO Processo de Negociação Os estágios de uma negociação: 1.Planejamento e Preparação PREPARAÇÃO e Planejamento ESTÁGIO PRELIMINAR ABERTURA Definição Regras básicas Esclarecimentos e justificativas 2.Estágio Preliminar EXPLORAÇÃO Negociação e Solução de Problemas 3.Abertura 4.Exploração FECHAMENTO Conclusão e Implementação 5.Fechamento RECONSTRUÇÃO Feedback – Pós Negociação 6.Reconstrução 34 33 1.PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO (II) 1.PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO (I) Considere a melhor alternativa na negociação de um acordo Identifique antecipadamente os assuntos principais e busque toda informação relevante que puder levantar Faça planos para cada um dos assuntos, em separado Considere um amplo leque de saídas ou opções de ação, especialmente as que possam ser levadas em conta pela outra parte Aprenda tudo o que puder sobre a outra parte Dê mais atenção aos pontos comuns do que às áreas de conflito em potencial Separe fatos de suposições Atenção às implicações de longo prazo 35 36 6 2. ESTÁGIO PRELIMINAR (I) 2. ESTÁGIO PRELIMINAR (II) As partes se encontram para negociar Crie um clima de confiança: Aproveite para conhecer melhor a outra parte • objetivos comuns • sinceridade de propósitos • mostre suas credenciais: conhecimento profundo dos assuntos Enfatize as semelhanças Busque valores elevados e compartilhe-os com a outra parte Controle a emoção Se for o caso: esclareça boatos, informações erradas ou ressentimentos Seja gentil Seja elegante 37 3. ABERTURA 38 O BOM NEGOCIADOR É PONTUAL! Cada um expõe suas reinvidicações Respeite os horários e prazos: Espere a proposta da outra parte, antes de fazer a sua Quem chega atrasado, chega pedindo ou dando desculpa Seja audacioso: peça mais Quem atrasa é visto com desconsideração pelos demais Declare sua posição de maneira clara, direta e sucinta Perder prazo é coisa de amador Controle sua ansiedade 39 4. EXPLORAÇÃO (I) 40 4. EXPLORAÇÃO (II) OBJETIVO: Reduzir a distância entre as propostas das partes Não responda imediatamente a proposta da outra parte com uma contraposta (REFLITA!) Ensine o outro, explique sua posição Evite concessões unilaterais Revele informações para aumentar o nível de confiança Não dilua a força de argumentos fortes com os mais fracos (FECHE A BOCA!) Obtenha informações que ajudem na busca de um acordo Quando discordar, dê primeiro as razões, depois diga que discorda Faça perguntas para identificar e determinar valores alternativos 41 42 7 4. EXPLORAÇÃO (III) 5. FECHAMENTO Faça perguntas: • ...e se...? • ...o que você acha se...? • ...no meu lugar, o que você faria? OBJETIVO: Estruturar um acordo que atenda aos interesses das partes Não dê nada de graça: TROQUE Faça pausas para rever cada um das propostas Seja firme. Evite aceitar propostas do tipo: ‘...nem para mim, nem para você, vamos fechar no meio’ Confira cada tópico negociado e resolva possíveis ambiguidades Crie opções onde ambos ganhem Faça uma lista detalhada de tudo que foi acordado, assine e peça para o outro assinar também. Evite ser colocado contra a parede para fechar o negócio – Procure ter ‘sangue frio’ 43 6. RECONSTRUÇÃO (I) 44 6. RECONSTRUÇÃO (II) Invista no relacionamento e na sua reputação Faça elogios merecidos Por quê? • minimiza riscos na realização do que foi acordado quando e a quem forem Valorize a importância da relação e o que foi conquistado em conjunto • facilita negociações futuras • o outro pode vir a influenciar alguém importante para você em futuros negócios Comemore o fechamento como um bom negócio para ambas as partes 45 46 “O conflito é dialético: aquele que nos ameaça é aquele que nos constrói.” Michel Fustier 47 48 8 CONFLITOS CONFLITOS Definição segundo Aurélio: Definição Estudiosos no assunto: 1. Embate dos que lutam Existência de grupos (Hodgson, 1996) 2. Discussão acompanhada de injúrias e Da experiência de frustração de uma ou ambas as partes, de sua incapacidade de atingir uma ou ameaças, desavença. mais metas. (Hampton,1991) 3. Guerra Diferenças de personalidade, a existência de 4. Luta, combate. atividades interdependentes no trabalho, metas diferentes, recursos compartilhados, diferenças de 5. Colisão informação e percepção. (Martinelli, 2002). 49 CONFLITOS 50 CONFLITOS Se toda interação de homens é uma Aspecto Interpessoal e Intrapessoal: socialização, o conflito deve ser socialização Interpessoal: Seria decorrente da convivência das pessoas, ainda certamente considerado uma socialização socialização, que como mediadores ativos de atores coletivos. pois visa solucionar dualismos divergentes e é um meio de alcançar uma espécie de No aspecto Intrapessoal o eterno dilema de criação de uma identidade pessoal, emerge de sua interação com a sociedade, na unidade, mesmo que seja através da busca de respostas para questionamentos envoltos em aspectos aniquilação de algumas partes conflitantes. como, o sentimento em relação a si mesmo; o autoconceito e a (Rui Otávio, 2004) auto-estima; uma identidade social e estrutura cognitiva representacional. 51 CONFLITOS 52 CONFLITOS Aspecto Intrapessoal (Fela Moscovich) Maneiras de enxergar o conflito: Dupla atração Negativista: Algo prejudicial, devendo ser evitado a todo custo e, não se podendo evitá-lo, pelo Dupla aversão menos dever-se-ia buscar minimizar seus efeitos. Aversão e Atração Simultânea 53 54 9 CONFLITOS CONFLITOS Maneiras de Enxergar o conflito: ATITUDES PERANTE OS CONFLITOS: Positiva: Quando é percebido como possibilidade Nossa cultura: contestação de busca de aprendizagem e enriquecimento em Sociedade de Redes: tendência de aumentar os termos pessoais e culturais. conflitos Nesse caso, já que existem também aspectos Necessidade de mudança de paradigma negativos, deve-se buscar minimizar seus efeitos, Fatores causadores de conflito: stress, pressão reforçando-se, por outro lado, todos os aspectos por resultados, sobrecarga de trabalho, recursos positivos que possam advir do conflito. escassos, clima de competição predatória, etc. 55 CONFLITOS 56 CONFLITOS ATITUDES PERANTE OS CONFLITOS: Maneira Construtiva de resolver Conflitos: Maneira de lidar com o conflito: Construtiva ou Como desenvolver habilidades para transformar Destrutiva? conflitos potencialmente destrutivos em caminhos construtivos para harmonizar diferenças e criar - Destrutivo: Enfrentamento, Brigas crônicas, soluções satisfatórias para todos? ameaças, etc. No “bom conflito” reconhecemos as diferenças - Construtivo: Oportunidade aprendizado, entre as partes e procuramos satisfazer as suas desenvolvimento de novas opções necessidades. 57 58 Maneira Construtiva de CONFLITOS resolver Conflitos: Maneira Construtiva de resolver Conflitos: A mediação é caracterizada pelo alto controle da terceira Diferenças de personalidade e discordâncias parte sobre o processo, porém baixo controle sobre os nem sempre são sinônimos de incompatibilidade. resultados. Respeito pelas diferenças e a busca da área de O mediador é uma figura neutra, especialista no campo em que a disputa está acontecendo, que possui autoridade interesses em comum que está logo abaixo das outorgada pelas partes, tendo como objetivo ajudar as posições divergentes é o que permite transformar partes a negociarem de maneira efetiva, criando um senso adversários em “sócios do problema” a ser de trabalho em equipe e um clima propício ao acordo. atacado. 59 60 10 Maneira Construtiva de Maneira Construtiva de resolver Conflitos: resolver Conflitos: Desvantagens apontadas por Martinelli no uso da Mediação e Arbitragem: Na arbitragem existe alto controle sobre os resultados, porém a terceira parte tem baixo as partes se enfraquecem potencialmente ao chamar uma controle sobre o processo. terceira pessoa, deixando uma imagem de certa Os árbitros normalmente são escolhidos por incapacidade para resolver o conflito; serem justos, imparciais e sábios e, dessa forma, há também uma inevitável perda de controle do processo ou as soluções vêm de uma fonte respeitada e com dos resultados (ou de ambos), dependendo do meio credibilidade. utilizado (se um mediador ou um árbitro). 61 Caraterísticas de um bom negociador 62 Caraterísticas de um bom negociador • Lida com objeções de forma clara e transparente; • Visão ampliada sobre as possibilidades de negociação; • Concentra-se no que há por trás das posições e interesses; • Bom Senso e capacidade de análise para avaliação o custo/benefício para investimento de tempo e recursos em um processo de negociação; • É flexível e criativo quanto às propostas; • Sabe resolver conflitos de forma colaborativa. • Cria opções de ganhos mútuos; • Prepara-se muito: antes, durante e depois da negociação. • É ético por princípios. Controla seu poder e conhece seus limites; • Comunicação de maneira natural e eficaz; • Acredito no que está dizendo e fazendo. • Percepção e observação para entender os diferentes estilos e suas influências; • É firme em suas atitudes e propostas; ao mesmo tempo em que amistoso, persuasivo, sem usar coerção. • É exímio em saber ouvir; • Tem consciência dos vieses culturais de sua origem, assim como dos de seu oponente. 63 10 traços a desenvolver • Consciência da negociação • Saber ouvir • Ter altas aspirações • Portar-se como um detetive • Ter paciência • Manter a flexibilidade • Focar sempre a satisfação • Assumir riscos • Solução de problemas • Disposição para seguir em frente • Se adapta ao contexto cultural e age com naturalidade. 64 Modelos Mentais Não vemos as coisas como elas são. Vemos as coisas como nós somos”. 65 TALMUDE 66 11 Modelos Mentais Modelos Mentais Para Peter Senge, modelos mentais podem ser definidos como... Como cada indivíduo percebe o mundo de forma diferente, pode-se dizer que não existem duas pessoas, em todo o planeta, com “ ... pressupostos profundamente arraigados, exatamente o mesmo “modelo mental”. generalizações, ilustrações, imagens ou histórias Diversos fatores são responsáveis por essas diferenças, como a que influem as nossas maneiras de compreender o constituição física, o temperamento, as crenças e o ambiente social. mundo e nele agir”. 67 Modelos Mentais 68 Modelos Mentais “Se as pessoas vêem as coisas/situações por diferentes modelos mentais, a mesma coisa/situação poderá ser vista de acordo com diferentes prismas”. Em outras palavras, são os modelos mentais de cada indivíduo Isso não é bom? que definem como o mesmo irá perceber o que está acontecendo à sua volta, como irá se sentir com isso, como ele pensa e, Embora isso possa ser bastante interessante, todavia, temos que lembrar finalmente, como irá agir. que a maioria das pessoas não abre mão dos seus modelos mentais com muita facilidade. Portanto, cada indivíduo tem o seu próprio modelo mental, o qual é resultante de todas as suas experiências, histórias de vida e E, o mais perigoso é que grande parte delas também acredita que a sua situações. forma de ver as coisas é a melhor e, por esse motivo, não quer sequer ouvir as explicações com relação a pontos de vista discordantes dos seus. 69 70 Modelos Mentais Modelos Mentais CONSTITUIÇÃO FÍSICA Diversos fatores são responsáveis por essas diferenças, como a Nossa visão não consegue detectar contornos de ondas fora de uma certa constituição física, o temperamento, as crenças e o ambiente social. faixa do espectro eletromagnético, assim como nossa audição não percebe ondas sonoras fora do intervalo que vai de 20 a 20.000 Hertz. Somente essas características humanas já seriam suficientes para justificar porque nosso modelo mental é diferente do mundo real: não podemos ver o infravermelho e a radiação ultravioleta, não ouvimos sons facilmente perceptíveis para um cachorro. Com isso deixamos de perceber uma grande quantidade de informações que estão lá, são reais e existem, mas somos incapazes de captá-las. 71 72 12 Modelos Mentais Modelos Mentais TEMPERAMENTO TEMPERAMENTO Hipócrates (460-370 a.C.) foi o primeiro a perceber que o comportamento das pessoas poderia ser agrupado em quatro tipos diferentes de O indivíduo de temperamento sangüíneo, por exemplo, é orientado às temperamento: relações interpessoais. • sanguíneo, • melancólico, Normalmente é bastante comunicativo, gosta de festas e está sempre • colérico e pronto para sair de casa. • fleumático. Essa classificação foi aprimorada por diversos pensadores e Conhece muita gente, mas mantém relações superficiais com a maioria. pesquisadores ao longo do tempo. Hoje ela serve como base para estabelecer as diferentes versões de estilos de comportamento presentes Costuma ser impulsivo e indisciplinado. Busca estar em companhia de na literatura. pessoas alegres e otimistas. 73 Modelos Mentais 74 Modelos Mentais TEMPERAMENTO TEMPERAMENTO O colérico é dominador, com propensão a se tornar um grande líder O melancólico possui muitas faculdades intelectuais e costuma ser (para o bem ou para o mal). perfeccionista. É realizador, direto e focado em objetivos. Adia decisões até formar uma boa idéia sobre o assunto. Sente-se mais confortável em lidar com objetos e sistemas do que com Gosta de se sentir seguro. pessoas. É introspectivo e não muito dado a ter um grande número de amizades. 75 Modelos Mentais 76 Modelos Mentais TEMPERAMENTO TEMPERAMENTO • Nós nos habituamos aos nossos temperamentos. O fleumático é observador, justo, reservado, de fácil trato, pacífico, • Criamos à nossa volta zonas de conforto, acomodando-nos ao nosso calmo, investigador e equilibrado. modo de ser e enrijecendo os modelos mentais. • Mas e se quisermos mudar? E se eu for melancólico e desejar aprender a me relacionar com as pessoas, a fim de compreender melhor Demora a tomar decisões, mas quando as toma é inabalável. e poder negociar com um sangüíneo? • E se você for colérico e quiser controlar seu ímpeto para negociar com É pouco emocional e evita os conflitos. um fleumático? • A boa notícia é que é possível mudar algumas de nossas características temperamentais... trabalhando as crenças. 77 78 13 ÉTICA NA NEGOCIAÇÃO ÉTICA NA NEGOCIAÇÃO VALORES As diferenças nos valores individuais explicam grande parte da dificuldade que temos em entender as escolhas dos outros, e eles as nossas. “Critérios absolutos de preferência, habitualmente não questionados pelo indivíduo, que orientam as suas decisões e ações na vida, indicando o que está certo ou errado sob a perspectiva individual”. A relação entre pessoas com valores antagônicos será naturalmente conflituosa Compromisso moral é o processo pelo qual nos relacionamos com pessoas que têm valores que não coincidem com os nossos. Tomamos consciência de nossos valores à medida que justificamos termos adotado esses e não outros, embora a maior parte das pessoas não tenha consciência dos valores com que rege sua vida. Todos os dias, necessitamos de serviços, favores, produtos, informações que estão na posse de pessoas, cujos valores não coincidem com os nossos. É na escolha entre possibilidades diferentes de vida que nos definimos A alternativa seria desistir da satisfação das nossas necessidades e não comprometer de todo os nossos valores. Fontes : Dante P. Martinelli/ Carla Ventura / Juliano R. Machado – “Negociação Internacional” Ricardo Vargas – “Os meios Justificam os Fins” 79 ÉTICA NA NEGOCIAÇÃO 80 ÉTICA NA NEGOCIAÇÃO A definição de “ética” segundo o Aurélio: O QUE É UMA MORAL? “ Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível “Uma moral é um sistema de valores, normas, princípios e pressupostos de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a que regem o comportamento e a possibilidade de participação num determinada sociedade, seja de modo absoluto”. determinado grupo. É específica de um determinado tempo e espaço, não sendo considerada válida fora desse contexto.” Relação entre uma moral e sua ética Nível Abstrato Moral Princípios, normas e valores Nível concreto Ética Práticas, hábitos e costumes A moral é habitualmente um meio mais poderoso do que a lei para reger o comportamento humano. Muitas vezes é mais fácil infringir a lei para agir de acordo com a moral, do que infringir a moral para agir de acordo com a lei. 81 ÉTICA NA NEGOCIAÇÃO ÉTICA NA NEGOCIAÇÃO As organizações criminosas agem de acordo com éticas rigorosas, fundadas “A ética é importante nas negociações. em princípios morais estritamente seguidos pelos seus membros. ÓTIMO ACEITÁVEL ZONA LEGAL E ÉTICA 82 Como a negociação é parte de um processo competitivo, no qual as partes estão competindo por recursos escassos e para conseguirem o melhor LEGAL, MAS NÃO ÉTICO OK COM A LEI, MAS PODE NÃO SER ACEITÁVEL AOS VALORES DE OUTRAS PESSOAS acordo possível, elas freqüentemente estão dispostas a se mover, de um comportamento honesto, para um tipo de comportamento que se pode considerar desonesto, dependendo evidentemente do ponto de vista de ÉTICO, MAS NÃO LEGAL OK COM A ÉTICA, MAS SUJEITO À PENALIDADE DA LEI quem o avalia”. NEM LEGAL, NEM ÉTICO DOIS GRUPOS DE PROBLEMAS FAZEM UMA TÁTICA PERIGOSA ! Martinelli “A melhor maneira de ser ético em uma negociação internacional é colocar-se no lugar da outra parte, entender sua cultura, religião, etc., e buscar sempre alinhar seus valores com os dela, de forma que ninguém infrinja a ética das partes envolvidas. “ Matinelli 83 84 14 Prospecção Estratégica Prospecção Estratégica • Localização • Contato • Entendimento do Negócio • Primeira Impressão • Referências • Âncoras 85 Visão Dinâmica do Processo Obter informações 86 Estilos de Negociação Fornecer Informações • C.G. Jung psicanalista suiço, afirmou que todas as pessoas utilizam uma mescla de estilos de negociação. • É possível ser flexível e modificar temporariamente seu estilo dominante para comunicar-se com mais sensibilidade diante do estilo do interlocutor, isto é, Agir sobre as informações Tomar Decisões aprender a falar sua linguagem. 87 88 Comunicação Linguagem no Processo de Negociação • Quando nos comunicamos com outra pessoa, percebemos sua reação e reagimos de acordo com nossos sentimentos e pensamentos. Nosso comportamento é gerado pelas reações internas à aquilo que vemos ou ouvimos. • Nós nos comunicamos por meio de palavras, do tom de voz e do nosso corpo: postura, gestos e expressões. • As palavras são o conteúdo da mensagem, e a postura, os gestos, a expressão e o tom de voz são o contexto no qual a mensagem está embutida, juntos formam o significado da comunicação. 89 90 15 Comunicação no Processo de Negociação Segmentação • A comunicação tem lugar em diferentes niveis. Compreender uma questão não é apenas ter a informação, mas também ligar esta informação a Objetivos Clareza e alta convicção em obtê-los A O outras partes do nosso mapa mental. Percepção Acuidade e Feed Back do interlocutor Adaptação Flexibilidade para adaptação ao interlocutor • Falar em ambos universos de informação significa P falar de maneira mais global e genérica. O que no processo negocial seria trabalhar com interesses e critérios, coisas que estão acima do problema, ou seja a busca de solução está acima dos interesses. 91 92 Segmentar para cima em busca de interesses e critérios. • Os grandes negociadores além de saberem as estratégias, sabem como circular na segmentação, subindo quando houver discordância, descendo quando houver acordos e lateralização para gerar Segmentar para baixo em busca de especificações. opções e alternativas. Segmentar Lateralmente em busca de opções. 93 94 95 96 PERCEPÇÃO 16 Estilos de Negociação 97 Estilos de Negociação 98 • A maioria das pessoas têm um estilo de comportamento dominante, no qual confia a maior • Usamos, a maior parte do tempo, dois desses parte do tempo. estilos: ao dar e receber informações. • Mas muitas delas têm um estilo, completamen te diferente em situações de stress ou pressão. • A identificação do estilo de Negociação não é um indicador de nível intelectual, habilidades profissionais, nem nível de estabilidade emocional. 99 100 Estilos de Negociação • O comportamento da pessoa é como o volume do rádio. • Ele só é agradável e portanto, confortável, quando está em um nível em que possa ser ouvido com prazer. 101 102 17 ANALÍTICO • Prefere a LÓGICA a emoção; • Argumenta com fatos; INEFICAZ • Valoriza a ORGANIZAÇÃO; • Tem dificuldade de TOMAR DECISÃO; • É minucioso e DETALHISTA; • Defende POSIÇÕES; EFICAZ • Obedece REGRAS; • Julga pela primeira IMPRESSÃO; • Credibilidade, confiabilidade, experiência. 103 104 CONTROLADOR • Foco em si mesmo; • Busca RESULTADOS; • PRAGMÁTICO; • É IMPULSIVO; • Pouco planejamento; • Usa o poder do PODER; • Barganhador; • Ameaçador; • Toma DECISÕES rapidamente; 105 106 107 108 • É ousado, corre risco; • Altera o tom de VOZ; • Não reconhece erros; • Não é HUMILDE; • NHS – na hora não sai; • Práticas espaçosas; • Importância para o STATUS; • Esportes Radicais. 18 APOIADOR • Prioriza o RELACIONAMENTO; • Estabelece rapidamente EMPATIA; • Chantagem emocional; • Mapeia Estratégias de DECISÃO; • Revela SENTIMENTOS; • Usa da FIDELIZAÇÃO; • Busca eventos do Passado; • Compromissado. 109 110 111 112 113 114 VISIONÁRIO • Rompe REGRAS; • Alta FLEXIBILIDADE; • Busca SUGESTÕES; • REFORMULADOR; • Foco em SOLUÇÕES; • Tem orientação FUTURA; • DESCOMPROMISSADO; • Muda sempre de opinião; • IRREVERÊNCIA; • Tem solução para TUDO. ESTILOS DE NEGOCIAÇÃO ESTILO ANALÍTICO VALORIZA ORGANIZAÇÃO CONTROLADOR RESULTADOS APOIADOR VISIONÁRIO PRODUTO DETALHISTA PROCESSOS LONGOS RELACIONAMENTO CONFLITO , INFIDELIDADE SOLUÇÕES REGRAS, COMPROMISSOS 19 Dilema da escolha entre ganhos e relacionamento nas negociações Características das negociações Em toda negociação, existem dois componentes e duas considerações: 1. Questão Substantiva: razão da negociação • O ser humano tende a usar de emoções nas negociações para obter (aluguel, contrato, aumento de salário) 2. seus interesses e necessidades, porém procurando manter o relacionamento ou obter as questões substantivas (o objeto em Relacionamento entre as partes discussão), como se fosse impossível manter os dois aspectos. (através da comunicação, são discutidas as questões substantivas e as decisões sejam tomadas) • O fator limitante da negociação primal reside em estabelecer uma alternância obrigatória entre os ganhos e a manutenção do Na negociação ideal, a pessoa exerceria todo o seu poder para obter o relacionamento. que deseja, e ainda seria capaz de manter o relacionamento. É a negociação onde ocorre a colaboração mais perfeita, onde todos cedem, para obter o que querem e saem satisfeitos. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 115 Negociação Primal Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 116 Negociação Primal – opção pela Luta Luta - quando decide manter as questões substantivas e não se preocupa com a manutenção de relacionamentos É definida como aquela que se processa com um choque direto de vontades entre as partes Estilo: que buscam dividir recursos limitados e fixos Competitivo Unidimensional Barganha posicional com o intuito de maximizar ganhos individuais Na questão substantiva - o que esta sendo negociado: em detrimento do outro. Na questão de relacionamento entre as partes LUTA: Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 118 Os ressentimentos criados pelas imposições, levam ao negociador a rotular á outra parte: Enfatiza a manutenção do relacionamento Renuncia as questões substantivas É uma questão de tempo para aparecer ressentimentos O negociador sente que fez uma péssima negociação “Você é irresponsável” “Você é incorrigível” “Nunca pensei que poderia ser tão ingrato” O Negociador primal por Fuga ou Esquiva é aquele que aceita os desejos da outra parte ficando em silêncio A DINAMICA DESTA NEGOCIAÇÃO É VALORIZANDO ASPECTOS Geralmente fala de acontecimentos do passado (se vê impossibilitado de falar de correções para o futuro) SEMPRE NEGATIVOS “Eu já lhe pedi varias vezes que não fizesse isso” “Por mais que eu reclame, você não muda mesmo” Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. Negociação Primal – em Geral Fuga - quando decide não manter as questões substantivas e se preocupar com a manutenção de relacionamentos • • • • Utiliza seu poder para obter ganhos O outro participante é visto como adversário Aplica agressividade como método 117 Negociação Primal – opção Fuga ou Esquiva LUTA FUGA / ESQUIVA NINGUEM GOSTA DE FAZER CONCESSÕES SOB PRESSÃO 119 Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 120 20 Negociação Primal - limitações Negociação Primal – conseqüências • Concentra-se predominantemente em obter ganhos para si e não na criação de valores, que possam beneficiar a todos os participantes. • Negociadores ficam doentes, ou se tornam pessoas frias. • Estilo de negociação ganha – perde. • Abordagem ineficaz de negociação na solução de problemas. • O comportamento tanto na negociação primal ou de fuga será controlado pela emoções. • Quanto opta pela luta é influenciado/gerido pela raiva. • O tempo e energia são gastos em aspectos negativos do conflito. • Quanto opta pela fuga é influenciado/controlado pelo medo. • Tende a imposição de vontades. • Os verdadeiros valores, necessidades e interesses não são considerados. • Desgasta o relacionamento. • Falta empenho para a manutenção de relações duradouras e harmônicas entre os envolvidos. • Não concentra na busca do atendimento dos interesses das partes envolvidas. • Inadequada solução de conflitos e celebração de negócios em condições ruins. • O ato de ceder produz ressentimentos. • Focalizam as partes e não nas razões motivacionais geradoras de conflitos. • É adotado preferencialmente pelos negociadores menos experientes. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 121 • Ofusca o networking, pois espalha a ideal negativa sobre as partes. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. Negociação Primal – exemplos de atitudes Dilemas entre poder, direitos e interesses Negociação Primal – comunicação adotada • Comunicação adotada é pelo emprego da coerção. FRASES DE PODER E DIREITOS • “Você tem três minutos para expor suas idéias. (poder) • Usa argumentação composta por verdades absolutas, como o objetivo de conseguir o que deseja. • “ Essa é minha última oferta. É pegar ou largar. (poder) • Transforma o diálogo em debate. • “A minha empresa só faz negócios nos seus próprios termos” (direito) • Procurar impedir que o outro e expresse suas idéias. • “Se continuar insistindo, você vai ter de negociar com o meu advogado.” (direito) • É tomado pelo emocional, pelo exagero, com argumentos egoístas. FRASES ADEQUADAS DE INTERESSES E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS • Quando é vencido pelos méritos da outra parte, usa-se de rotulagem e expressões preconceituosas e depreciativas. • “Eu gostaria de entender melhor por que essa questão é tão importante para você”. • Usa-se da tática da intimidação para conseguir seus objetivos. • “Creio que mantendo esse diálogo franco, teremos condições de compreender e atender aos nossos interesses”. • Utiliza-se de agressões verbais, na tentativa de contestar a lógica e o autocontrole. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 122 123 Negociação Cognitiva – quando decide manter o relacionamento • Gostaria de resumir o que foi dito para ter a certeza de que entendi todas as suas necessidades. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 124 Negociação Cognitiva O ser humano adquiriu o poder de controlar as suas emoções, sendo capaz de analisar os fatos, entender os processos nos quais esta inserido e antecipar as suas conseqüências. Características: Identificar as verdadeiras razões motivacionais que controlam o comportamento das pessoas envolvidas O negociador cognitivo é capaz de obter o que deseja, mantendo ainda os relacionamentos. Utiliza: Utiliza a lógica e a razão Empatia Respeito pelos valores Assertividade Tenta convencer; vencer com a colaboração Utiliza inteligência intrapessoal e interpessoal É FUNDAMENTAL QUE HAJA DOMINIO DO RACIONAL SOBRE O EMOCIONAL Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 125 Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 126 21 Negociação Cognitiva Negociação Cognitiva Controlando as emoções: Busca da racionalidade através do tempo para refletir Estágios no decorrer do tempo: (emoção / tempo ) 1. 2. 3. 4. Quando não se consegue avançar (passar para a fase 5), utilize algumas ferramentas disponíveis Choque (nível emocional muito baixo) Negação Ansiedade Raiva “ Gostaria de pensar sobre as suas demandas e retornar amanha...” “ Tenho de consultar á minha empresa antes de tomar a decisão..” (nunca negociar até as duas partes terem conseguido passar na fase 5 abaixo) “ Creio que chegamos no momento justo para um intervalo....” Permita que o tempo atue em favor dos participantes para que você e a outra parte tenham tempo de refletir e chamar á racionalidade. 5. Depressão 6. Aceitação 7. Resolução de problemas Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 127 Negociação Cognitiva Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 128 Estrutura tridimensional da negociação Esta constituída por três componentes: Uso da cooperação como ferramenta de conquista Seja empático: Pessoa demonstrar um sincero interesse em entender as necessidades , aspirações e valores da outra parte Arte Visão sistêmica: Veja a negociação sobre a perspectiva da outra parte Seja criativo: Considere que os valores e preferências são sempre relativas para as partes. As prioridades variam de pessoa a pessoa e de realidade a realidade Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. Ciência 1. Pessoa: Personalidade Interações sociais Inteligência 2. Ciência: conhecimentos científicos sobre negociação 3. Arte: Habilidades de comunicação, simpatia, empatia 129 Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 130 Estrutura tridimensional da negociação A negociação, depende também de três fatores: ATITUDE CONHECIMENTO ATITUDE HABILIDADE a. Conhecimento: escolha da estratégia e da tática (ciência) b. Habilidade: para a interação social (arte) c. Atitude: Buscar uma solução criativa (pessoa) • Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 131 Coordenação: Profº Adm. CLÁUDIO DE ALMEIDA FERNANDES Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 132 22 Razões motivacionais geradoras das vontades Razões motivacionais geradoras das vontades Impactos das motivações e das necessidades sobre a negociação Identificação das razões motivacionais A motivação é a força motriz que leva alguém a assumir determinada posição ou expressar uma vontade, que gostaria que fosse atendida. Uma vontade é um recurso que se emprega com o objetivo de atender a um aspiração, desejo, necessidade ou impulso, situado no profundo de seu ser. Na negociação, a tensão interna se desenvolve em razão do conflito • O negociador cognitivo deve ser capaz de identificar as razões motivacionais que se encontram por trás das expressões de vontades. que o negociador enfrenta quando tem de expressar a ASSERTIVIDADE (defesa dos seus próprios interesses) ao mesmo tempo que a EMPATIA (avaliação dos interesses do outro, com o • Do conhecimento das razões motivacionais, advém a sua capacidade de superação de conflitos na negociação dessa natureza. intuito sincero de compreendê-los. Força motivadora: Necessidade Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. Razões motivacionais geradoras das vontades Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 134 Razões motivacionais geradoras das vontades Teoria do Iceberg – compreensão da agenda oculta geradora de vontades e das expressões das verdades Impactos das motivações e das necessidades sobre a negociação • A privação pela impossibilidade de alguém impor a sua vontade funciona como um força motriz interna que define o comportamento. Na parte visivel, encontram-se as posições assumidas • Proposições concretas • Tangíveis • Facilmente percebidas • Na negociação primal quando alguém se sente forte, procura impor sua vontade pela luta, quando se sente fraco, se esquiva ou fuga. Na parte submersa (de acesso difícil), estao as poderosas forças Motivacionais que definem o comportamento do homen • Em ambos os casos as verdadeiras razões motivacionais do comportamento não são identificadas. • Intangíveis • Custosa identificação • Na negociação cognitiva, pelo emprego do racional sobre o emocional, busca entender as razões e ser efetivo na negociação. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. (sentimento de privação em relação ao estado desejado. ) 133 (mais ainda quando se esta negociando sob o efeito emocional) O desafio do negociador cognitivo e de controlar suas emoções, usar o pensamento lógico e identificar as razões motivacionais das demandas da outra parte 135 Razões motivacionais geradoras das vontades Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 136 Razões motivacionais geradoras das vontades Teoria do Iceberg Teoria do Iceberg Expressões de vontades Emoções Sentimentos Expressões de vontades: manifestadas pela parte (bens tangiveis) Emoções: Ações, movimentos ou respostas do organismo Sentimentos Pensamentos disparam emoções que originam os sentimentos, somente percebidos pela pessoa que os gerou Aspirações e desejos Vontades manifestadas numa negociação resultam de aspirações e desejos, normalmente nao revelados pelas partes envolvidas Aspirações e desejos Necessidades Impulsos Na negociação cognitiva busca-se compreender o que está por trás das palavras, normalmente se foca muito em saber o que os outros querem no processo, e se esquece de entender o por que, as razões mais profundas que levam a ações verdadeiras e reais. 137 Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 138 23 Razões motivacionais geradoras das vontades Emprego do diálogo na negociação Aspectos positivos do diálogo Teoria do Iceberg - Pirâmide de Maslow – forma de compreensão das verdadeiras razões ocultas por trás vontades resultantes de aspirações e desejos manifestados. • O diálogo é o único meio de buscar o entendimento verdadeiro • O diálogo estabelece relações duradouros entre os envolvidos Necessidades N Auto-realização • O diálogo é a única forma de criar condições criativas de soluções. Necessidades Secundárias • O diálogo leva a uma maior cooperação entre os participantes. N. Auto estima N Sociais N. Segurança N. Fisiológicas Impulsos • Por meio do diálogo encontra-se as verdadeiras razões motivacionais geradoras das vontades reais. Necessidades primárias • O clima de confiança é obtido por meio do diálogo entre as partes. • Existe segurança para mudar de opinião, pois percebe-se a retirada das certezas das razões contrárias. Sobrevivencia / Adquisições (ambição e inveja) / Defesa (sinal de ameaça) • No diálogo franco é possível tomar decisões sem interferência das 139 Dominando as emoções na negociação emoções. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. Condições para um diálogo efetivo na negociação Formas de domínio das emoções Exigências para um diálogo produtivo • A empatia cognitiva procurar entender a realidade na perspectiva da • É necessário ter e receber o mesmo tratamento em termos de ouvir e outra parte, focando na soluções de problemas. consideração – foco na argumentação. • A empatia afetiva refere se as respostas em relação as emoções da • O respeito e ética na negociação leva-se a reciprocidade e a outra parte, focando na interação social. apreciação de pontos de vista da outra parte. • A empatia promove a manifestação de comportamentos favoráveis a • É necessário ter condições de expressar suas pressuposições mais um maior componente de interação social entre as partes. profundas, por meio da confiança estabelecida. • É necessário que ocorra a manifestação da escuta proativa, por meio • A empatia favorece a criação de um clima de confiança, em que todas as partes possam defender seus interesses de forma mútua. da sinceridade entre as partes. • O predomínio de emoções levam as partes a intensificar a defesa de No diálogo as soluções são sinérgicas, ampliando as possibilidades de suas posições, mais com o intuito de salvar as aparências, do que superação de objeções e ganhos mútuos, com o fortalecimento do chegar a acordos sensatos. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 140 relacionamento e maior compromisso em cumprir um acordo. 141 Superação da insegurança na negociação Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 142 Como superação a insegurança na negociação Maneiras de manifestação da insegurança Formas de superação • Depende da percepção pelas partes envolvidas na negociação • Não aceite ser parte desse jogo emotivo, que só tende a beneficiar quem utiliza dessa tática. • Depende da existência de liberdade para expressão de valores • Não aceite a imposição de valores por si somente. para apreciação • Procure argumentar com fatos e dados reais. • Ficar calado pode ser indicativo de que insegurança no • Lembre-se que quando alguém tem medo da argumentação processo racional, é porque os fatos não lhe são favoráveis. • A falta de insegurança pode levar a imposição de vontades • Procure fazer valer o seu conjunto de valores, independentemente sobre os demais pela negociação primal de luta da agressividade, caso demonstrada pela outra parte. • Manifestação de comportamento agressivo, grosseiro e • Mantenha a calma, seja realista e firme em seus propósitos. impositivo, para levar a outra parte seja tomada pelas emoções, visando facilitação e aceitação da imposição. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 143 Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 144 24 Consequências dos comportamentos agressivos na negociação Importância e Domínio da escuta proativa na ... negociação • Saber escutar é uma das habilidades de maior dificuldade de ser ... exercida, principalmente se a outra parte estiver agindo de forma • Manifestação de ressentimento, e comunicação da forma agressiva e impositiva. antiética e desleal do agressor como forma de aviso aos • A forma correta é estimular o diálogo entre as partes, para a colegas. compreensão de suas mensagens ocultas. • Dificuldade de atuação profissional do agressor por ficar • A escuta proativa consiste na capacidade de captar a mensagem conhecido no meio empresarial. enviada, isenta de prejulgamentos, com foco no entendimento das • Os negociadores sempre que puderem irão evitar o agressor necessidades e aspirações do outro. com receio de serem enganadas. • Numa negociação agressiva não interrompa o seu oponente e haja de • Perda de mercado em muitos caso, devido ao comportamento forma contrária, calma. irracional. • Não concorde com o outro, mas reconheça o direito dele de expressão Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 145 Importância e Domínio da escuta proativa na negociação Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 146 Cuidados a serem observados na escuta proativa • Tenha cuidado de não concordar, antes de fazer uma análise aprofundada do que está sendo proposto. Use frases como: ... • Ao terminar a exposição do agressor, pergunte-o se não há nada mais a acrescentar. • “___Entendo o que está sendo falado.” • Essa tática leva a outra parte a expressar as suas idéias e a • “___Por gentileza, continue.” compreensão das reais vontades ocultas. • “___Poderia se explanar um pouco mais sobre esse ponto.” • Procure não contrariar a outra parte após ouvir simplesmente para impor suas vontades, isso é um erro. Seja coerente. • Evite frases que denotem aprovação do que está sendo negociado, • Procure escutar mesmo em um ambiente conturbado, procure imediatamente após escutá-las, como exemplo: identificar indicativos de emoções, vá além do observável e • “___Eu concordo, continue.” aprofunde na compreensão do indivíduo. • “___Você está certo.” • “___Está OK”. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 147 Cuidados a serem observados na escuta proativa .. Na condução da escuta proativa é necessário deixar claro que você realmente está “___OK, estou escutando.” • “___Continue, por gentileza, que estou prestando atenção.” • Os melhores negociadores não são os que falam mais, e sim, os que escutam • Fale baixo e de forma pausada ao responder a alguém que está falando alto. • A outra parte tenderá a imitá-lo, falando baixo, que é o seu objetivo. 148 Questione a outra parte sobre fatores emocionais, como forma de prestando atenção no seu interlocutor. Procure reforçar, usando frases como: • Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. Formas de influenciar o comportamento do outro negociador demonstrar consideração, usando frases como: • “____Você realmente ficou frustrado com o que ocorreu ,não é verdade?” Da mesma forma não negue o direito da outra parte se sentir desapontada. A tendência é da outra parte que ouve, ficar mais revoltado, evite frases como: de forma proativa. • Repita o que foi dito, de forma parafraseada com suas palavras. • Use o recurso de interromper a negociação, para que possa fazer avaliações e • “_____Você não tem o direito de estar com raiva.” • “_____E você ainda acha que tem razão de ficar nervoso.” Reconheça o direito do interlocutor de expressar seus sentimentos, dirija a discussão formulando questões abertas que pareçam um convite para consultar a sua equipe. explicação de fatos, evite perguntas do tipos sim ou não, ou com “porquê”. • ____”Sinto-me frustado que não tenha sido claro o suficiente para convencêlo das minhas boas intenções”. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 149 Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 150 25 Vantagens competitivas da escuta proativa Formas de melhorar a comunicação ... Formas de demonstrar atenção • A escuta verdadeira é uma habilidade essencial para o • Uma forma de demonstrar atenção é o de parafrasear, o negociador estabelecimento de relacionamentos efetivos. repete com sua palavras, como entendeu a mensagem do intelocutor. • A escuta cria reconhecimento pela atenção recebida. Para parafrasear, use frases como: • A compreensão de um problema é facilitada porque as objeções são • “____Gostaria de recapitular o que foi dito para verificar se consideradas, que não sejam aceitas. compreendi corretamente...! • A apreciação conquistada demonstrada pela atenção ao outro resulta • “____Se entendi correto, creio que você propôs que...” em soluções criativas alcançadas, com benefícios mútuos. • “____Antes de continuar, gostaria de recapitular os pontos principais, • A maior perda para que não presta atenção é o de perder a de acordo com a minha concepção, para ter certeza de que entendi oportunidade de obter informações importantes, antecipar problemas. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. corretamente.” 151 Formas de melhorar a comunicação Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 152 Superação dos bloqueios na comunicação Formas de demonstrar atenção ... • Para uma comunicação adequada, use os momentos para clarificar • É preciso acompanhar as respostas que as suas palavras despertam conceitos, mas sem julgamentos de valores; e estimular o diálogo. no seu interlocutor, para ter certeza de que foi entendido. Cerca de 80% da aprendizagem ocorrida numa negociação se verifica Procure ser assertivo, use frases como: durante a fase de troca de informações, quando os participantes se • “____Estou com a impressão de que alguns pontos importantes sobre encontram frente a frente. esse assunto (mencionar) ainda não foram expostos por você. Tenho Caso percebe indicativos de insegurança na comunicação, proceder: razão de pensar assim?” • “____Eu estou com a impressão de que os dados que lhe forneci e a O emprego dessa frase é melhor do que afirmar agressivamente: maneira como expus ainda não foram suficientes para superar a sua • “____Você está tentando me enganar, não é? Pensa que sou tolo?” insegurança sobre o tema. Você acha que eu estou correto em pensar • Aprenda a parafrasear, mas sem interromper freqüentemente. Espere assim?” que determinado conjunto de informações seja exposto. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 153 Superação dos bloqueios na comunicação Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 154 Superação dos bloqueios na comunicação ... ... Caso perceba que seu interlocutor está retardando o fechamento do • Caso haja ainda o problema persista, estimule o interlocutor a expor o acordo pela dificuldade de tomar uma decisão, é aconselhável dizer: que entendeu: • “___Soube que você foi promovido para um cargo que exige muita • “____Não estou seguro de que tenha sido claro na minha exposição. responsabilidade na hora de tomar decisões. No seu lugar, Você gostaria de fazer uma apreciação sobre o que eu disse?” consideraria um grande desafio. Como você está se sentindo?” Caso se depare com uma elevada carga emocional, na negociação, demonstre que resistirá a essa tentativa: • “____Gostaria de entender as razões que o levaram a se sentir tão ofendido, ao ouvir a minha recusa à sua proposta. Como poderíamos contornar tal situação que nos proporcionasse ganhos mútuos. Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 155 Fonte: FERREIRA, Gonzaga. Negociação: como usar a inteligência e a racionalidade: São Paulo: Atlas, 2008. 156 26 MANEIRAS DE NEGOCIAÇÃO Maneiras de Negociação Características X Benefícios Vendas de Solução O cliente tem uma necessidade que você identificou • Características: descrevem o que o produto/serviço é ou faz; • Benefícios: descrevem a necessidade que o A necessidade pode ser atendida com um produto que você vende produto ou serviço satisfaz; • As características são limitadas como Ferramenta de venda. Tornam-se importantes Você não está vendendo o produto, e sim oferecendo soluções para satisfazer a necessidade do cliente quando o cliente reconhece nelas um benefício. 157 158 MANEIRAS DE NEGOCIAÇÃO Maneiras de Negociação para Superação de Objeções VENDA DE SOLUÇÃO NECESSIDADE VERBALIZADA BENEFÍCIOS VENDA DE SOLUÇÃO 159 Etapa - qualificação 160 Etapa - abordagem Qualificar significa coletar informações suficientes para caracterizar uma negociação em potencial, tais como: Objetivos: · Adaptar a apresentação negociação de vendas a cada situação e a cada cliente. · Seus padrões de compra. . Qual o roteiro interno para decidir a compra ou a entrada de um novo fornecedor? · Compras passadas. · Necessidades. · Quem tem a autoridade para fazer as compras? · O que interessa ao cliente? · Quais são os melhores horários para visitar o cliente? · Que tipos de apresentações e de estratégias persuasivas deram certo? Quais falharam? · Que produtos o cliente está usando atualmente? . Qual o grau de satisfação com os atuais fornecedores? negociador tenha os elementos necessários para elaborar um solução para o prospect, levando em consideração os atributos positivos do seu produto e as falhas dos fornecedores atuais. · Controlar a impressão que você cria quando aborda um cliente. · Estabelecer um clima de empatia com um cliente. · Melhorar sua capacidade de escutar. A abordagem tem como objetivo principal construir as bases para o estabelecimento de confiança e credibilidade. Durante a abordagem os seguintes processos ocorrerão: · Formação de impressão. · Redução de incerteza. "O maior mercado existente é o de clientes mal atendidos" · Estabelecimento de empatia. · Negociação das regras. “Você não tem uma segunda chance de causar uma primeira boa impressão” 161 162 27 Métodos de abordagem Com identificar as necessidades dos clientes 1. Abordagem do beneficio ao cliente: Informar o benefício da oferta e ver se o cliente está interessado. 2. Curiosidade: Oferecer um benefício que apele para a curiosidade do cliente. 3. Abordagem com pergunta: Abrir a entrevista de vendas com uma pergunta para obter a atenção e interesse do cliente. •Pare de falar 4. Elogio: Usar uma expressão sincera de apreciação para obter a entrevista de vendas com o cliente. •Escute as idéias 5. Abordagem da referência: Usar um nome de um cliente atual como referência. •Faça perguntas 6. Abordagem da pesquisa: Oferecer-se para fazer uma pesquisa para o cliente para determinar se o vendedor pode ajudá-lo. 7. Abordagem introdutória: Dar apenas o nome do vendedor e o nome da empresa para o cliente. •Não responda até saber o que a outra pessoa quer dizer 8. A abordagem do showman: Usar atitudes dramáticas e pouco comuns para obter a atenção e interesse do cliente. 9. Abordagem do produto: Colocar a oferta nas mãos do cliente com pouca ou nenhuma explicação. 10. Abordagem do brinde: Dar ao cliente um presente simbólico pela entrevista. 11. Choque: Colocar "medo" no coração do cliente. 163 Método de fazer perguntas 164 Etapa - apresentação Objetivos da apresentação: • Pergunta específica é a melhor; 1. - Ajudar o cliente a definir claramente o seu problema; • Evite perguntas de apelo particular, que o cliente não quer responder; 3. - Escolher qual a melhor maneira de apresentar o produto ao cliente. 2. - Elaborar uma apresentação que destaque os pontos positivos do seu produto; Enfoques da apresentação: -Solução de Problemas; quando o vendedor consegue identificar claramente o problema do cliente orienta a apresentação para os benefícios do produto que resolvem aquele problema. "Esta marca de lubrificante dá ao motor maior desempenho". • Faça perguntas que considerem os benefícios para o cliente. -Benefícios x Atributos; quando os vendedores conseguem identificar os benefícios reais procurados pelos clientes e destacam os atributos do seu produto que contemplem aqueles benefícios. -Exemplo: Para o cliente preocupado com o desempenho do motor (benefício) "Este lubrificante foi elaborado para resistir a situações extremas de uso". 165 166 IDENTIFICAR A OBJEÇÃO NA NEGOCIAÇÃO Etapa - tratamento das objeções Para lidar melhor com as objeções fique atento para os seguintes aspectos: • As objeções ocorrem por: Identificar o melhor produto ou serviço da empresa para atender a necessidade do cliente. Preparar o roteiro de apresentação da solução enfatizando as informações colhidas no cliente. 1. Desconfiança; Preparar a argumentação dos benefícios decorrentes da solução apresentada. 2. Desvantagem; Preparar-se para as objeções do cliente. 3. Desconhecimento. 167 168 28 Roteiro para Superação das Objeções RESPOSTAS AS OBJEÇÕES • Se a objeção ocorre por: 1. Desconfiança Prove 2. Desvantagem Enfatize benefícios 3. Desconhecimento Informe 169 170 Roteiro para Superação das Objeções Roteiro para Superação das Objeções 2. Respeite o ponto de vista e o direito de objetar: 1. Identifique a objeção. NUNCA USE: discordo, mas, porém, contudo, só As objeções podem ocorrer por: que, no entanto, embora... USE: respeito, somado, aliado, completando, e... Desconfiança; Desvantagem; Recupere o RAPPORT perdido. Desconhecimento. "Rapport é a capacidade de entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir que você o entende e que vocês têm um forte laço em comum. 171 RAPPORT 172 Roteiro para Superação das Objeções 3. Verifique, se você julga que compreendeu a objeção: Parafraseie, recapitule e resuma a questão Obtenha o SIM, através do SIM Rapport é uma palavra de origem REPETIDO francesa, que significa relação Pergunte agora: O que o IMPEDE DE...? especialmente única de confiança mútua ou afinidade emocional. Escute e... 173 174 29 Roteiro para Superação das Objeções Roteiro para Superação das Objeções 4. Resolva: Desconfiança: existe um SIGNIFICADO CONCLUSIVO, através de uma generalização ou de significado ou de causa e efeito. Desvantagem: está havendo alguma comparação É preciso buscar como foi feita esta generalização e quais os fundamentos para não acreditar que isto ocorra adiante. Aqui é preciso que se PROVE; enfatize valores que estão em jogo e forneça o significado. com o mercado, concorrência ou histórico. Verifique a sua SIGNIFICÂNCIA e devolva em VALORES OU CRITÉRIOS mais significativos. Desconhecimento: está havendo interpretação errônea sobre a proposta. 5. Confirme Certifique-se que a sua solução satisfaz ao cliente, caso contrário reinicie o processo. Ou você não foi claro, ou a contra-parte não compreendeu sua declaração de benefícios. 175 176 Objeções Roteiro para Superação das Objeções 6. Faça o Acordo Condicional “Então se eu puder demonstrar de maneira satisfatória para você que cuidaríamos de X, você ficaria interessado nesta proposta, não é? 177 178 Tipos de objeções na negociação Em relação ao negociador. Alguns clientes tem dificuldade em se relacionar com determinados negociadores. Estilo de venda do negociador ou postura. Em relação ao produto/serviço. Os clientes podem levantar objeções por terem dúvidas se determinado produto/serviço realmente atenderá as suas necessidades. Identificar os benefícios que maior relevância. Em relação ao preço. Esta não é necessariamente uma objeção mas um dos fatores da negociação. Retardar ao máximo a discussão sobre o preço evitando falar em valores antes de expor as vantagens e benefícios do produto/serviço ao cliente Em relação a mudar de fornecedor. A troca de fornecedor sempre representa um risco para o comprador e os decisores da compra. O vendedor precisa de credibilidade e cuidar pessoalmente para que as primeiras entregas estejam de acordo com o que foi vendido ao cliente. “Toda objeção representa uma oportunidade para o negociador argumentar a favor do seu produto/serviço desde que considerada sob o ponto de vista do cliente” 179 180 30 Tipos de Objeções Tipos de Objeções 1. O programa é bom, mas é muito caro. 7. Prefiro esperar o resultado da primeira turma para 2. Na consultoria ABC eles customizam o programa. fechar o resto. 3. Estes consultores, será que são bons? 8. Eu quero comparar as duas propostas. 4. Com este preço vai ser impossível! 9. Vou ter que cancelar aquelas datas. 5. Vou estudar a proposta e lhe telefono depois. 10. Aqui na empresa já temos uma consultoria que 6. Preciso consultar nossa Diretoria. nos serve muito bem. 181 Etapa – Fechamento da negociação 182 Etapa – Fechamento da negociação TÉCNICAS DE FECHAMENTO: Fechamento por demonstração: Demonstrar a oferta para fechar a venda. Fechamento direto: Solicitar o pedido de uma maneira objetiva. Fechamento pela menor decisão: Buscar aprovação da menor decisão possível, abrangendo o pedido inteiro - substituir uma decisão grande por outra menor. Fechamento por resumo: Resumir os benefícios e combinações já discutidos na apresentação de vendas, induzindo assim a decisão de compra. Usar o silêncio: Deixar o cliente tomar a decisão. Fechamento por concessão: Fazer a apresentação e, depois, oferecer algum incentivo/concessão para o cliente (por exemplo, uma redução no preço para a compra imediata). Fechamento com uma única objeção: O cliente está favoravelmente disposto em relação à oferta, exceto por um fator, portanto o vendedor tenta eliminar esse obstáculo. Fechamento por comparação: Comparar as características da oferta com as de um concorrente conhecido. Fechamento por pressuposição: Pressupor que o cliente esteja pronto para comprar e centrar-se em detalhes da transação, como a data da entrega, prazo de pagamento, quantidades. Fechamento por limitação da escolha: Perguntar ao cliente qual entre duas ou mais versões da oferta ele prefere. Fechamento por similaridade: Contar ao cliente sobre um outro cliente com um problema parecido que fez a compra e beneficiou-se com ela. Fechamento "compre agora": Despertar urgência no cliente explicando que, a menos que a compra seja feita agora, a oferta desejada pode não estar mais disponível. Fechamento emocional: Apelar para as emoções do cliente medo, amor, status, competitividade, reconhecimento. Analise as características do comprador/CLIENTE e veja qual das técnicas pode ser utilizada com mais sucesso. 183 184 Influência O Diagrama da Influência Os mitos da influência Como e Porque faz. Movimento Ocular Estratégias Mentais Crenças e Valores Motivos O que faz. Estilo de negociação Linguagem Um dos mitos sobre as pessoas com grande poder de Influência é que elas nascem assim. CEComportamento Externo Cada um de nós tem predisposição para determina dos conjuntos de habilidades, mas ninguém as domina totalmente. PIProcessos Internos Os grandes comunicadores lhes dirão que assumiram o compromisso consigo mesmo de buscar, estudar e Aprender. Estado em que se Encontra. Fisiologia (Ação e Reação) Emoção NEGOCIAR com influência é o momento onde há identificação das DIFERENÇAS de VALORES e seja possível haver sua TROCA. EI – Estado Interno 185 186 31 Descobrindo Valores • Para descobrir valores é preciso buscar o que é importante em determinada situação como: • O que é importante para você? • O que você valoriza? • O que significa para você uma equipe motivada? • Numa negociação, você pode descobrir que existem escala de valores. 187 188 Descobrindo Valores • Quando você conhece o critério mais importante de uma pessoa como a segurança, em geral é muito mais fácil fazer um negócio, por dois motivos diferentes. • Primeiro se o produto ou serviço realmente satisfaz o critério principal, os clientes em potencial poderão decidir favoravelmente. • Segundo se segurança é a questão, existem muitas maneiras (opções) de garanti-la sobre as quais o cliente ainda não pensou. 189 32