Top teams Por que alguns dão certo e outros não 1 | 2001 Cinco coisas que os CEOS fazem para criar excelentes times de executivos >> Índice Os benefícios dos top teams eficazes 5 O que é uma “verdadeira” equipe 6 Cinco condições para ter top teams 7 1. Estabeleça uma direção clara e convincente 8 2. Crie uma estrutura adequada 11 3. Escolha as pessoas certas 13 4. Apóie a equipe 16 5. Forneça oportunidades de desenvolvimento 17 Conclusão 19 00 Top teams 1 ‘ Mesmo aquelas equipes com pessoas de alto nível que já são líderes querem um líder. Elas precisam de uma estrutura com regras fundamentais para trabalhar. , ©2001 Hay Group. All rights reserved 1 Quando as melhores equipes falham, a culpa é do líder? Conheça Martin, CEO de uma empresa farmacêutica mundial. Martin (este não é seu nome verdadeiro) é um veterano de quinze anos de empresa, com consistente alto desempenho e liderança indiscutível. Seus colegas o descrevem como uma pessoa persuasiva, focada e carismática. O preço das ações da empresa subiu 8% no dia em que ele foi nomeado CEO. Entretanto, como vamos ver, apesar de seus vários atributos, ele é um líder ineficiente de equipes de executivos. O top team do Martin tem 15 pessoas, incluindo os principais executivos de todas as unidades globais de negócio e muitos líderes funcionais. O grupo se reúne mensalmente para uma reunião de dia inteiro, algumas vezes na matriz, e com freqüência em algum dos vários escritórios que a empresa possui no mundo. Nenhum dos presentes se ofende, pois o verdadeiro diálogo é entre Martin e o apresentador; os membros da equipe raramente fazem comentários. Na verdade, eles têm um acordo tácito de não fazer perguntas desafiadoras. “Se você não me faz parecer mal, eu também não farei você parecer mal”. Martin abriu a reunião de hoje com uma piada e apresentou a agenda do dia com 17 itens. A primeira a falar foi a líder da divisão Ásia/Pacífico, que atualizou o grupo em relação aos seus números e respondeu as perguntas do Martin. Depois da sua apresentação de duas horas, os outros membros do grupo seguiram o mesmo roteiro. Quase ninguém presta atenção. Os celulares vibrando (o CEO decretou: “celulares no silencioso!”) alertam os membros do time sobre as ligações recebidas, as quais todos se desculpam para atender. Outros lêem faxes e memorandos. Quando alguém do time diz algo que Martin gosta, seu rosto irradia aprovação: isto é que é um membro participante da equipe. Quando alguém discorda dele, sua linguagem corporal diz tudo: preciso falar com ele em particular e fazê-lo entrar nos eixos. Martin fica desconcertado quando a reunião acaba às 11 da noite. É sempre o mesmo “banho de sangue” quando o assunto são os gastos e despesas. Tudo com que eles se preocupam é “Quanto do orçamento eu vou conseguir? Como está o quadro geral?”. 00 Top teams 3 Os integrantes da equipe, cansados pela mudança de fuso horário após longa viagem de avião e quase sem energia, também se sentem frustrados. Voei 16 horas para isso? Minha pequena contribuição de hoje poderia ter sido dada via telefone ou e-mail. Os assuntos estratégicos que me interessam foram soterrados pela agenda e nós nem ao menos chegamos a eles. E eu ainda não sei quanto do investimento em ativos vou conseguir! Talvez você identifique o Martin. Esperamos que não. Seu top team não é definitivamente uma equipe. E quaisquer que sejam os resultados que Martin obtenha de seu pessoal sênior, eles poderiam ser melhores – muito melhores – se ele compreendesse a dinâmica dos times executivos. Com tanto em jogo para os CEOs - desde 1999 a rotatividade no nível de altos executivos aumentou cinco vezes – por que tantos vacilam com os seus top teams? Claramente, o fator principal que leva à demissão de CEOs é a incapacidade de executar a estratégia, que é o principal objetivo dos times de executivos. De fato, um estudo da Ernst & Young mostrou uma ligação direta entre a eficácia dos top teams e a valorização da empresa. A pesquisa de gerentes de portfólio institucional sugeriu que 35% de uma decisão de investimento são orientadas por dados não-financeiros. Os dois principais critérios não-financeiros foram “execução de estratégia corporativa” e “credibilidade da gestão”. É de se esperar que os CEOs entendam que estruturar um time executivo eficaz é uma maneira de aumentar o valor para os acionistas – e manter seus empregos. Ainda assim, nossos estudos mostram que poucos parecem perceber isso. Desde 1998, o Hay Group, em parceria com Richard Hackman da Harvard University e Ruth Wageman, da Dartmouth College, vem estudando times de executivos nas principais organizações internacionais. Juntos, concluímos que top teams podem trabalhar eficazmente e trazer muito valor para a organização. Mas muitos fracassam. E, com freqüência, o motivo – muitos CEOs não vão gostar de ouvir isso – é o líder da equipe. Desde 1999, a rotatividade no nível de altos executivos aumentou cinco vezes. 1 “Medidas que importam: uma investigação exploratória das necessidades de informações por parte dos investidores e prioridades de valor”, de Sarah Mavrinac and Tony Siesfeld. Centro de Inovação de Negócios Ernst & Young e a organização da Cooperativa e Desenvolvimento econômico, 1998. ©2001 Hay Group. All rights reserved 3 A pesquisa: identificando o verdadeiro trabalho em equipe Conduzido ao longo de 18 meses, o estudo do Hay Group incluiu a pesquisa: Identificando o verdadeiro trabalho em equipe. Desde 1988, o Hay Group tem trabalhado com Richard Hackman, da Harvard University, e Ruth Wageman, do Dartmouth College, para identificar as dinâmicas das equipes de executivos de ponta e o impacto delas no desempenho. De um grupo inicial de 48 equipes, os pesquisadores focaram seus estudos em 14 delas, muitas de organizações globais. Cada membro da equipe representava o principal líder da organização, ou da maior divisão de negócios ou ainda da principal região geográfica. O estudo identificou os elementos que diferenciavam os times de destaque por meio das seguintes técnicas: Entrevistas Comportamentais, Inventário de Estilo Gerencial, Pesquisa de Clima das equipes, Nível de Efetividade das Equipes e Pesquisa de Diagnóstico de Equipes. Desempenho “outstanding” foi determinado por meio de quatro critérios: 1. Desempenho financeiro; 2. Clima na equipe; 3. Satisfação dos clientes; 4. Crescimento e desenvolvimento das equipes e de cada um dos seus participantes 00 Top teams 5 Os benefícios dos top teams eficazes Líderes de equipes de sucesso do nosso estudo apontaram dois benefícios-chave dos top teams eficazes: 1) eles antecipam a agenda do líder do time muito mais rapidamente; e 2) eles permitem que a empresa supere os períodos mais difíceis de maneira mais efetiva. Arturo Barahona, CEO da AeroMexico, dá o crédito ao seu top team por muitas das suas maiores conquistas desde que assumiu esta posição em 1999. No seu primeiro ano, no turbulento mercado das linhas aéreas, sua equipe executou sua diretriz de estabelecer processos de redução de custos em toda a empresa. Ao final, eles conseguiram reduzir os custos em 2%, um resultado excepcional considerando que o preço do combustível estava aumentando significativamente os custos nas outras empresas aéreas. O time também aumentou a receita em 12% naquele primeiro ano. Para implementar uma agressiva iniciativa de crescimento, o CEO de uma empresa de telecomunicações britânica reorganizou e revitalizou seu grupo executivo. Como resultado a companhia aumentou sua capitalização de mercado de 10 bilhões de libras para 30 bilhões de libras e multiplicou em várias vezes a base de clientes em um período de três anos. Achar que uma empresa pode alcançar seus objetivos por meio da atuação isolada de cada membro da equipe é ingenuidade. ©2001 Hay Group. All rights reserved O crescimento estagnou em uma empresa química internacional de especialidades e então o CEO definiu medidas de redução de custo para aumentar os lucros. Atuando de forma independente, os líderes de cada unidade estratégica de negócios achavam que já tinham cortado todos os custos desnecessários de suas operações, aumentando sutilmente os lucros. O CEO não estava satisfeito e reorientou sua equipe de executivos para um objetivo que exigia interdependência. Juntos, os membros da equipe puderam reduzir ainda mais custos, fazendo cortes que no final das contas dobraram os lucros. O aspecto comum em todas essas histórias de sucesso é conseguir que cada um dos integrantes da equipe saia de seus silos e funções para atuarem como um time interdependente, capaz de avançar rapidamente a agenda do seu líder e “trocar de marcha” quando as mudanças de mercado exigirem. ”Os sete VPs do nosso time executivo tradicionalmente trabalhavam de forma muito independente”, afirmou Barahona, da AeroMexico. “Se eles tivessem continuado a trabalhar assim, provavelmente nunca teríamos conseguido fazer o que fizemos”. Muitos líderes de negócio vêem os times de alto desempenho como uma necessidade, não um luxo, no ambiente atual. “O mundo está complexo demais atualmente”, afirma Vickie Tillman, vice-presidente de serviços de mercado de crédito da Standard & Poor’s. Times executivos, especialmente em empresas globais, não podem aceitar modelos de pensamento fechados nos quais as pessoas não conseguem compartilhar uma visão. Achar que uma empresa pode alcançar seus objetivos por meio da atuação isolada de cada membro da equipe é ingenuidade. 5 O que é uma “verdadeira” equipe A equipe executiva de Martin, citada no início deste texto, é um grupo que apenas reporta informações, não um time. Seu principal objetivo é compartilhar dados. Milhares destes grupos existem em empresas ao redor do mundo. E a maioria, se não todos, equivocadamente acreditam que são equipes. Então, o que é uma “verdadeira” equipe? No seu livro “Grupos que dão certo e aqueles que não dão”, Richard Hackman define assim uma verdadeira equipe: “[Uma equipe verdadeira tem] tarefas coletivas que demandam um alto nível de interdependência entre seus integrantes, algo que só pode ser conseguido com o envolvimento de todos; e limites claros e estáveis, sem mudanças constantes na sua formação para que seja fácil apontar quem faz parte do time” O time executivo de Martin poderia ter estabelecido limites, mas considerando o seu tamanho é provável que eles não tenham feito isso. Nossa pesquisa mostra que equipes eficazes geralmente possuem de seis a oito participantes. A de Martin, com 15 membros, é muito grande. E, principamente, Martin não deu a seu time tarefas nas quais todos devessem trabalhar juntos. Como resultado, havia pouca ou nenhuma interdependência. Na verdade, cada membro do time trabalha de forma independente dos outros e esta independência é reforçada em cada reunião, durante briefings não compartilhados. 00 Top teams 7 Cinco condições para top teams de sucesso. A boa notícia é que líderes esforçados de times de executivos, como Martin, podem se tornar bem sucedidos. Criar equipes eficazes não é um processo instantâneo ou fácil. Isto leva tempo, demanda trabalho duro e, acima de tudo, requer o comprometimento total do líder e dos participantes do grupo. Em última instância, é uma nova maneira de liderar e exige novos comportamentos e valores. A pesquisa do Hay com Hackman e Wageman mostrou que há maneiras comprovadas, e inesperadas, de que os CEOs podem criar e dirigir equipes de executivos altamente eficazes. Descobrimos que, em times bem-sucedidos, os líderes criaram cinco condições. São elas: Direção, Estrutura, Pessoas, Apoio e desenvolvimento (ver figura 1). Figura 1: as cinco condições para top teams de sucesso. Condições Apoio Criar times eficazes demanda tempo, trabalho árduo e, principalmente, o total comprometimento do líder e da equipe. Direção Liderança Estrutura Pessoas Desenvolvimento ©2001 Hay Group. All rights reserved Resultados 7 1. Estabeleça uma direção clara e convincente Mesmo aquelas equipes com pessoas de alto nível que já são líderes querem um líder. Elas precisam de uma estrutura com regras fundamentais para trabalhar. Trabalhamos com diversos líderes de organizações que comunicavam uma missão clara e convincente de forma brilhante e que faziam com que os funcionários se engajassem nos objetivos da empresa. Mas quando se tratava de liderar seus times executivos, muitos destes mesmos líderes achavam que não havia necessidade de definir uma direção. por ela com os participantes de sua equipe mostrou justamente que eles queriam que ela expressasse sua visão para eles. “Eu fiquei surpresa”, disse. “Isso me mostrou que os times, mesmo aqueles com pessoas de alto nível que já são líderes, realmente querem um líder. Eles precisam de uma estrutura com regras fundamentais para trabalhar”. Um destes líderes surpreendeu-se quando sugerimos que ele garantisse que todos do seu time conseguiam identificar os objetivos da equipe. “Claro que conseguem”, insistiu. “São pessoas espertas. Eu não quero insultar a inteligência deles”. Infelizmente, este tipo de comportamento é bastante comum. Nossa pesquisa mostrou que em times de destaque o líder dá uma direção de maneira muito mais clara do que a média ou do que as equipes de desempenho fraco. A figura 2 mostra como os seis fatores que determinam o clima organizacional influenciam o desempenho do time: flexibilidade, responsabilidade, padrões, recompensas, clareza e comprometimento com a equipe. Pedimos aos membros do time que pontuassem cada um dos fatores sob dois aspectos: 1) como a equipe estava de fato se desempenhando; e 2) como deveria ser o desempenho da equipe. A diferença entre as duas pontuações é a distância entre o que é e o que deveria ser. Qualquer percentual acima de 20% indica um problema. Nos melhores times, a diferença no fator clareza é de apenas 18%, enquanto numa equipe padrão essa distância é gritante, de 58%, o que sugere que os membros sentem fortemente a falta de uma direção clara por parte do líder. A figura 2 mostra que todos os fatores influenciam o clima da equipe, mas clareza é aquele que realmente distingue as grandes equipes daquelas medianas. Um chefe numa refinaria de óleo concordou em fazer um rápido teste com sua equipe, no qual cada um dos participantes deveria anotar a prioridade número um do time. Este gerente ficou impressionado quando 10 membros da equipe listaram quatro diferentes prioridades, incluindo redução de custos, segurança, questões ambientais e busca por novos mercados. “Meu Deus”, exclamou o líder da equipe, “Vocês não percebem que se nós não conseguirmos reduzir os custos do galão em 3 centavos eles vão acabar conosco?” “Isto é tudo que você precisa que façamos?”, retrucou um incrédulo membro da equipe. Empolgados por descobrirem o que o líder realmente queria que eles fizessem, os membros da equipe reduziram os custos do galão em cinco centavos no ano seguinte. Muitos líderes de equipes hesitam em confiar sua visão aos membros da equipe. Vickie Tillman, da Standard & Poor’s, era uma destas líderes. Ela diz: “Eu havia acabado de deixar de ser par deles para ser chefe. Eu queria que eles ‘comprassem’ a minha visão, mas não queria forçar. Porém, um levantamento conduzido Por que a clareza é tão importante? Porque quando um líder não a possui, cria-se um vácuo na liderança, o qual passa a ser preenchido pelas prioridades e objetivos próprios de cada membro da equipe. Indivíduos de alto desempenho, ou seja, pessoas que tendem a estar nos top teams, precisam de objetivos e direção. Quando os membros da equipe não conseguem ver para onde o time está indo, cada um deles irá promover seus interesses pessoais. Sem um 00 Top teams 9 propósito unificado, conflitos começam a surgir. Em situações limites, o top team pode se auto-destruir, geralmente com grandes danos colaterais, incluindo graves confrontos de personalidade e profundo cinismo em relação aos valores da equipe. Uma história de sucesso de um top team Como Arturo Barahona, da AeroMéxico, convenceu um grupo de vice-presidentes altamente independentes a trabalhar juntos, moldando uma equipe capaz de atingir resultados excepcionais durante um ano muito duro para as companhias aéreas? ©2001 Hay Group. All rights reserved Seis meses depois, Barahona e seu time de executivos estavam prontos para encontrar com outros 130 funcionários-chave. “Nesta reunião eu falei por cinco minutos no início e deixei minha equipe de executivos assumir e apresentar o plano”, ele relembra. “O que eles estavam falando era menos importante do que o fato de eles estarem falando, não eu. Para a nossa empresa, esta era uma grande mudança. No passado, nossos funcionários sabiam que estas pessoas sempre atuavam de maneira bastante independente. Naquele momento, estavam assumindo uma postura de time. Sim, era a minha visão, mas cada um contribuiu um pouco para formá-la”. Figura 2: Clima das equipes e desempenho Equipes-padrão versus equipes outstandig Diferença entre desempenho real e desejado 58% Diferença percentual Nosso estudo examinou como os seis elementos do Clima das equipes afetaram o desempenho do time. O mais importante foi, de longe, a Clareza. Para cada fator, foi solicitado aos integrantes da equipe que pontuassem: 1. como a equipe estava de fato se desempenhando; e 2. Como deveria ser o desempenho da equipe. Quanto maior a diferença, maior o problema. Para equipes-padrão, a lacuna para a Clareza é de 58%. Para equipes outstanding, a distância é de apenas 18%. Barahona começou estabelecendo uma direção para sua equipe. Ele fez isso escrevendo um documento no qual ele apresentava sua visão. Preparar esta visão não foi um processo democrático. Barahona fez isso sozinho, trabalhando 14 horas por dia durante duas semanas. Assim que elaborou um rascunho, ele se reuniu em particular com cada um dos sete vice-presidentes para discutir suas idéias e envolvê-los em seus planos. Um mês depois de ter se tornado CEO, Barahona organizou a primeira reunião com seu Top Team, na qual ele – apenas ele – falou por quatro horas. “Eu estava demarcando o meu território”, relembra Barahona. Mas uma vez dada a direção, Barahona recuou. “As pessoas de um top team são muito bem-sucedidas, ambiciosas e com muita energia”, afirmou. “Se você dá a eles grandes desafios, eles farão o que for necessário para superá-los”. Padrão 18% Outstanding Flexibilidade Responsabilidade Padrões Reconhecimento Clareza Comprometimento da equipe Total 9 Figura 3: como o estilo de gerenciamento tem impacto no desempenho da equipe n Equipes Outstanding Os líderes classificaram os líderes de equipes pelo uso de seis estilos de gerenciamento. Nos times outstanding, os estilos dominantes foram Democrático (74%) e Dirigente (63%). Em times fracos os estilos dominantes foram Coercitivo (77%) e Modelador (69%). n Equipes Comuns 77% n Equipes Fracas 74% 69% 63% 61% 56% 43% 24% 64% 54% 51% 46% 41% 29% 29% 12% Coercitivo 60% Dirigente Afetivo É surpreendente o quanto uma pessoa pode apoiar uma idéia se ela participar da sua concepção e execução. A AeroMéxico irá enfrentar duros desafios no futuro? Claro. Mas o trabalho em equipe que Barahona encorajou no nível executivo irá ajudar a empresa a enfrentar tais desafios melhor do que a maioria. Direção e o estilo de gerenciamento Como mostra a figura 3, a abordagem de Barahona em relação à liderança da equipe é claramente correta, uma vez que recebe uma pontuação alta por parte dos membros do time. Também é valorizado o esforço do CEO em introduzir sua liderança com um elemento de democracia ao permitir que a sua equipe e outros executivoschave participem na transmissão da visão articulada pelo CEO. I N G É importante notar, porém, que times de 8% Democrático Modelador Treinador excelência não gostam muito de líderes que são Modeladores – que estabelecem uma direção clara, mas que precisam estar sempre à frente “abrindo o caminho” e que freqüentemente sentem-se compelidos a resgatar os integrantes da equipe que estão na luta. Em algumas circunstâncias, ser Modelador é um estilo gerencial valioso, mas quando isto é um estilo dominante de um líder de time de executivos, os membros da equipe sentem-se, no final das contas, sem poder. O chefe tem todas as respostas. Por que ele precisa de mim? Estabeleça um desafio estimulante à equipe Como eles trabalham para tornar seus times eficazes, os CEOs nunca devem passar para suas equipes desafios que poderiam ser vencidos por gerentes ou executivos de nível médio. A missão do time de executivos deve exigir profunda experiência e habilidades de participantes de top teams. 00 Top teams 11 Uma grande indústria que fez parte de nosso estudo possuía um top team cuja missão era melhorar o tempo do ciclo dos produtos e a velocidade de entrega ao mercado. Pode-se argumentar que nesse tipo de negócio estes assuntos são críticos e merecem a atenção do time de executivo. Mas estes desafios são basicamente operacionais e exigem o expertise de competentes gerentes de nível médio e alto. O time executivo, por não A missão dos times executivos deve ser importante e exigir a profunda experiência e as habilidades dos integrantes do top team. 2. Crie uma estrutura adequada Com uma direção firmemente estabelecida, o CEO que espera criar uma equipe de sucesso também deve garantir uma estrutura adequada para o time. Para fazer isso, o CEO precisa definir o tamanho da equipe e seus limites, estabelecendo seus processos e deixando claro quais as regras de conduta que o time irá seguir. O tamanho da equipe e seus limites O CEO que quer criar uma equipe bem sucedida geralmente a forma com seis a oito membros. Mais participantes significa mais interesses competindo, mais conflitos de personalidade e um risco maior de formação de facções. “Em grupos menores, as pessoas estão muito menos preocupadas em fazer com que seus pares sejam mal vistos”, afirma Tillman, da Standard & Poor’s, que reduziu seu grupo de 14 para oito membros. “Assim você consegue melhores debates, mais paixão e mais honestidade”. Por que as equipes crescem tanto? CEOs e outros altos executivos, temendo deixar pessoas-chave fora da equipe ou achando que pode ofendê-las se não as convidar, geralmente chamam gente demais. Mas os melhores líderes compreendem que as organizações não são democracias e que uma representatividade completa é desnecessária. A pergunta apropriada é a seguinte: dado o objetivo do grupo, quais indivíduos trazem o conhecimento necessário para atingir tal ©2001 Hay Group. All rights reserved estar suficientemente comprometido com os desafios, não deu prioridade a essa missão. Portanto, o CEO decidiu redefinir as metas da equipe, estabelecendo novos objetivos como exploração de oportunidades de e-business, avaliação de aquisições de outras empresas e identificação de novos mercados internacionais. Energizados por esta nova direção, a equipe decolou. meta? Qualquer um que não tenha este conhecimento específico ou que apenas irá duplicar a expertise que outro já está trazendo não deve estar na equipe. Processos Os CEOs devem rever periodicamente os processos acompanhados pela sua equipe de executivos e continuamente perguntar se tais processos impedem ou facilitam os esforços do time. Em um dos times que observamos, o CEO permitia que as reuniões começassem com os temas táticos e terminassem com os estratégicos. Não era surpresa, portanto, que as reuniões ficassem atoladas com os temas iniciais enquanto os estratégicos – verdadeiro objetivo do grupo – fossem esquecidos. Quando apontamos isto para o CEO e sua equipe, esta prática improdutiva e destruidora de equipes cessou. Outro CEO começava sua reunião executiva às 4 horas da tarde e a prolongava até as 11 horas da noite. O resultado é que ninguém se atrevia a levantar qualquer tema relevante a partir das 9 horas da noite com medo que isto iniciasse uma nova discussão e prolongasse ainda mais a reunião. No final, o CEO percebeu o que estava acontecendo e começou as reuniões com sua equipe logo cedo na manhã. Regras Com muita freqüência, os líderes de equipes subestimam um fator importante: que eles precisam estabelecer normas, regras básicas para determinar os comportamentos aceitáveis e os não-aceitáveis entre os integrantes da equipe. Uma norma pode ser algo muito simples como: na equipe de Martin, os membros podiam atender ligações telefônicas durante as reuniões, mas precisavam colocar o toque de chamada dos celulares no silencioso. Porém, as regras também podem ser complexas, como definir a forma como os integrantes da equipe devem discutir pontos de vista diferentes. Um CEO também pode permitir que regras tácitas surjam, porém somente se as mesmas forem aceitas por todos na equipe. Não existe a possibilidade de surgir problema se uma reunião ordinária agendada para as 09h00 da manhã começar às 09h20 se todos os participantes souberem disso. Mas o CEO deve impedir o estabelecimento de normas que tendem à desordem. Nossos pesquisadores encontraram um líder que costumava interromper as reuniões de sua equipe quando membros chegavam atrasados e fazia questão que estes ouvissem um resumo das informações que haviam perdido. Duas pessoas eram sempre as mesmas que chegavam com atraso, e o resto da equipe ficava profundamente ressentida com elas por esse comportamento. Equipes maiores significam mais interesses competitivos, um número maior de confrontos de personalidade e um maior risco de formação de facções concorrentes. Por mais importantes que sejam as regras, não existe uma que seja universal e possa ser aplicada a todas as equipes. O CEO e a equipe, juntos, devem estabelecer as que melhor se adequam aos seus esforços. E não é necessário ter uma lista extensa de regras – duas ou três que possibilitem o aumento do desempenho da equipe já são suficientes. Na AeroMexico, Barahona, o CEO, e sua equipe, colocaram suas regras no papel. “Terminamos com uma longa lista de coisas que consideramos importantes e depois as reduzimos para 10”, explicou Barahona. Nós as enumeramos e todos assinamos o documento com as regras.” Duas das principais regras nessa lista eram: “Nunca faça política” e “Entregue sempre o que foi comprometido com o grupo”. Fortalecendo as regras Barahona contou que, no primeiro ou segundo mês, teve de repreender alguns integrantes da equipe. “Saquei minha lista de regras e disse:’Você violou a regra nº 3 que está bem aqui’”. Ele não precisou mais fazer isso deste então. “As regras tornaramse parte da vida normal do grupo”, disse ele. “Ninguém as desrespeita mais”. O líder da equipe pode e deve estabelecer novas regras à medida que elas surjam. Durante uma reunião de uma equipe de executivos de uma divisão de uma empresa química, o presidente da divisão solicitou uma avaliação ao CFO. Este respondeu: “Desculpe-me, não tenho essa análise, pois o Corporativo não conseguiu os números para mim”. O presidente, que havia ouvido esta desculpa repetidas vezes de outras pessoas em reuniões passadas, cansou. “Nova regra”, disse firmemente. “De agora em diante, ninguém irá culpar a área Corporativa quando estiverem despreparados.” Líderes de equipe que expressam enfaticamente a direção do time e que estabelecem regras claras não têm necessidade de agir de forma repressiva para manter seus integrantes produtivos. O time fará isso por eles. Equipes com direções e regras claras costumam autoajustar-se. Além disso, quando um CEO estabelece uma direção firme e regras claras que ficam enraizadas no time executivo, os integrantes rapidamente as usam para ensinar aos novos membros como comportar-se no time. As regras são a cola que segura uma equipe unida. Como um CEO, você nunca deve presumir que, por incluir pessoas brilhantes e bem-sucedidas, a sua equipe não precisa estabelecer regras claras. Nossa pesquisa sugere que o oposto é verdadeiro: regras claras são muito mais importantes para os top teams, justamente por serem formados por pessoas com personalidades fortes. E somente o líder pode estabelecê-las e fortalecê-las com eficácia. 00 Top teams 13 3. Selecionando as pessoas certas Ao estudarmos quais tipos de executivos deveriam compor os top teams, chegamos a resultados surpreendentes. Concluímos que as pessoas que formam os melhores times não eram mais inteligentes, mais focados ou mais comprometidos do que integrantes de equipes menos perfeitas. A contribuição que as pessoas nos melhores times forneciam era a habilidade de trabalhar com os outros. Eles levavam inteligência emocional para a mesa. Pessoas com inteligência emocional têm auto-controle, são flexíveis e demonstram auto-confiança e auto-conhecimento, apenas para citar alguns atributos que os distinguem dos outros. Contudo, nossa pesquisa mostrou que em times executivos outstanding, duas características específicas distinguem os integrantes daqueles que trabalharam para times menos capazes: empatia e integridade. Empatia Empatia é a habilidade de entender o modo de ser emocional dos outros. Nossa pesquisa demonstra que os membros dos melhores times tinham muito mais empatia do que seus pares nos times medianos (ver figura 4). Em equipes excelentes, 71% dos integrantes afirmaram que seus pares eram sensíveis às emoções não ditas de seus colegas de equipe. Nos times medianos, a porcentagem era de apenas 44%. Por que um CEO deve perceber que um top team é composto por pessoas que possuem empatia? Porque seus integrantes somente se juntarão ao processo da equipe se sentirem que são ouvidos e compreendidos. Da mesma forma que outros pesquisaram como as pessoas reagem em um ambiente de equipe, concluímos que os membros de equipes aceitam críticas, até uma Figura 4: Nível de empatia da equipe Porcentagem de integrantes que responderam Sim Líderes de equipe que expressam enfaticamente a direção do time e que estabelecem regras claras não têm necessidade de agir de forma repressiva para manter seus integrantes produtivos. O time fará isso por eles. 71% 44% Excelente Comum Os membros de seu time são sensíveis a pensamentos, problemas e sentimentos de seus integrantes que não foram divulgados? ©2001 Hay Group. All rights reserved rejeição direta de suas idéias, se eles tiveram uma chance de explicar e sentiram que outros entenderam o seu ponto de vista. Ressentimentos surgem se as pessoas sentirem que não foram escutadas e que, seja por razões políticas ou simplesmente porque outros dominaram a situação, suas idéias não foram avaliadas de maneira justa. “Paul era uma pessoa inteligente e tinha um grande desempenho, mas, no final, sentia que ele mantinha a mim e ao resto do time como reféns. Uma pessoa assim pode destruir o time executivo”. É crítico que os CEOs selecionem membros da equipe com inteligência emocional capazes de respeito mútuo e de escutar o ponto de vista dos outros sem interromper. É igualmente importante que os lideres de equipes removam do grupo qualquer um que não demonstre este importante atributo. Pensem nesta dura escolha feita por um CEO em uma das maiores empresas do setor de saúde: Um membro do time executivo (vamos chamá-lo de Paul) dominava as reuniões com suas demandas pessoais. Paul tinha o hospital com melhor desempenho da empresa. Ele sabia disso e certificou-se de que todos na equipe também soubessem disso. Durante discussões sobre despesas de capital e outros recursos, ele exigia tratamento especial. “Com o Paul é sempre assim: ‘Eu quero isso’ e ‘Eu quero aquilo’”, explicou o CEO. “Parece que três quartos de cada reunião são sobre os problemas dele. Ele nunca ouve as necessidades das outras pessoas da equipe”. A necessidade de Paul de dominar a reunião mostrou um fraco auto-gerenciamento. Ele demonstrou habilidades sociais fracas, desgastando relacionamentos com seus pares e limitando a capacidade do grupo de trabalhar como um time. E, é claro, faltoulhe empatia. O CEO tirou Paul do time executivo, e, conseqüentemente, ele deixou a empresa. “Mas valeu a pena”, continuou o CEO. “Paul era uma pessoa inteligente e tinha um grande desempenho, mas, no final, sentia que ele mantinha a mim e ao resto do time como reféns. Uma pessoa assim pode destruir o time executivo”. Integridade O estudo que conduzimos com a ajuda de Hackman, de Harvard e Wageman, de Dartmouth, também sugere que a integridade é extremamente importante nos times executivos. Geralmente consideram que a integridade engloba a honestidade e uma grande aderência ao código de ética. No contexto de nosso estudo de times, integridade foi definida de forma mais restrita. Nos top teams, uma pessoa com integridade é alguém que age consistentemente com os valores da organização (ou da equipe) – mesmo quando é um risco pessoal fazê-lo. Isto é, quando existe algum sacrifício pessoal envolvido. Quando um CEO cria um time cujos membros têm o tipo de integridade que coloca a organização em primeiro lugar, os integrantes da equipe também desenvolvem uma extraordinária confiança entre eles. Isto ficou bem evidente nas pesquisas que conduzimos com times caracterizados como outstanding e times medianos. Nestes últimos, apenas 3% dos participantes pesquisados responderam que pelo menos uma pessoa do time assumiria algum risco pessoal para desafiar a equipe a seguir os valores da empresa ou do grupo (ver figura 5). Em times de melhor desempenho, 44% dos membros disseram que seus parceiros tomariam essa atitude. Por exemplo, um time de executivos que participou do nosso estudo estava analisando o fechamento imediato de uma fábrica. Vários membros argumentavam a favor dessa idéia uma vez que a fábrica não era mais produtiva. O encerramento de suas atividades ajudaria a cortar custos. Esta opinião dura estava fortalecendo-se quando um membro do time disse: “Uma coisa que sempre dissemos nesta empresa é que respeitamos as pessoas”, ela disse. “De que forma fechar a fábrica desta maneira está consistente com este valor central da empresa?” 00 Top teams 15 Era arriscado para esta integrante do time dizer isso – tal sinceridade poderia ser fatal em alguns times executivos. Mas, como o líder da equipe criou condições de confiança entre os membros, a integrante sentiu que poderia apresentar com segurança o seu ponto de vista. Após um longo debate, o time concordou que o fechamento imediato da planta poderia gerar sérias repercussões entre os funcionários, o sindicato dos trabalhadores, clientes e comunidade e então concordaram em manter a fábrica em atividade. Figura 5: Permitindo um conflito produtivo Porcentagem de integrantes que responderam Sim 44% 3% Excelente Comum O time possui pelo menos um membro que desafia o grupo a seguir os seus valores e regras, mesmo quando essa atitude for pessoalmente desconfortável e/ou arriscada profissionalmente? Permitindo um conflito produtivo Fortes líderes de equipe criam um ambiente no qual os membros compreendem que o conflito é positivo, desde que seja em relação às idéias, e não às personalidades. ©2001 Hay Group. All rights reserved O time descrito acima possui inteligência emocional para lidar com o conflito. Fortes líderes de equipes criam um ambiente no qual os membros compreendem que o conflito é positivo, desde que seja em relação às idéias, e não às personalidades. Compare esta situação com aquela da empresa farmacêutica descrita no início deste texto. Os membros da equipe possuíam um acordo tácito entre eles de não falar o que pensavam nas reuniões. A razão: uma das regras básicas estabelecidas por Martin, o líder, era de que o “conflito é ruim”. Ele nunca falou isso abertamente, mas sua reação quando os membros discordavam dele transmitia claramente a mensagem em alto e bom tom. Alcançando uma alta integridade numa equipe Líderes de equipe podem criar as condições que incentivem os participantes do grupo a aprofundar o compromisso deles com a integridade. Por exemplo: Fale o que pensa. O CEO deve deixar claro que quando os membros do time discordarem de assuntos relacionados aos objetivos da equipe, eles devem se pronunciar. Os participantes da equipe devem saber que ao reprimirem suas opiniões, por motivos políticos ou por medo de repreensões, minam a eficácia do grupo. O líder de um top team de uma grande instituição financeira fazia este discurso para uma equipe que planejava relançar. “Quando eu reorganizar este time, precisarei de pessoas que irão fornecer input significativo. Se você não expressar suas idéias, não está atingindo os objetivos que eu tenho para você como membro desta equipe. Isto não quer dizer que você não desempenhe um importante papel na empresa. Apenas significa que você não vai estar nesta mesa”. Em times caracterizados por alta integridade, os membros reconhecem que precisam subordinar seus interesses específicos àqueles do grupo. Assuma aquilo com que você se comprometeu. Os pesquisadores do Hay viram com freqüência equipes cujos participantes concordavam com alguma medida enquanto estavam numa reunião do time, mas que depois acabavam fazendo o que podiam para frustrar o objetivo. Em times caracterizados por alto nível de integridade, os participantes reconhecem que devem subordinar seus interesses específicos aos daqueles do grupo. O CEO deve dizer: “Levante objeções, envolva-se em conflitos sobre idéias, mas quando o grupo decidir seguir em frente, aja de modo a apoiar a iniciativa, não a miná-la”. Fale em nome daqueles que não estão presentes. CEOs montam top teams que reúnem pessoas com habilidades complementares e diversidade de opiniões Mas em times com forte integridade, quando uma das participantes está ausente, seus colegas expressam seus pontos de vista: “Natalie não pode estar na reunião de hoje, mas eu sei que ela discordaria deste ponto que foi colocado sobre a mesa hoje. Deixe-me tentar sintetizar de que forma a Natalie reagiria a esta proposta”. Nós temos visto times nos quais a ausência de um dos participantes é vista como uma oportunidade pelos outros membros de avançar nas propostas sobre a qual aquele ausente poderia ter alguma objeção. Em outras palavras, vamos em frente com esta idéia antes que Natalie tenha a oportunidade de barrá-la. Tal baixa integridade corrói a eficácia da equipe. Ela mina a confiança. 4. Apoie o top team Nossa pesquisa mostrou que os CEOs que desejam times outstanding devem criar condições para que recebam um forte apoio da organização, fornecendo-lhes informações e previsões sólidas. Mas os CEOs também devem garantir que os membros do time recebam treinamento e que seus esforços sejam adequadamente recompensados. É particularmente importante para um CEO estabelecer uma compensação apropriada, mas também incentivar os membros do top team a ‘comprar’ as metas traçadas pelo time. Ao fazer isso, uma mensagem forte sobre o que a empresa valoriza é transmitida à equipe. A recompensa também pode ser uma ferramenta poderosa para a realização das metas do top team. Em uma grande empresa financeira que participou do nosso estudo, o CEO e o comitê executivo decidiram que, por razões estratégicas, a divisão européia da empresa operaria sem crescimento durante o próximo ano. Isto significaria que a divisão não teria aumento em seu orçamento referente aos investimentos em capital. O Head dessa unidade de negócio estava descontente com a decisão. No final, ele teria de ir para casa e dar a má notícia para seu grupo. Deixou a reunião dividida entre seu papel de Head de uma unidade de negócios e o seu papel de uma membro do time executivo. Como todos os membros do time de executivos de fato usam dois chapéus, não existe uma forma de eliminar completamente este conflito. Mas imagine se o CEO desta instituição financeira tivesse estabelecido um sistema de recompensa variável que incluísse bônus e incentivos de longo-prazo para ajudar a empresa como um todo a alcançar as metas corporativas. O Head da unidade européia, ainda assim, teria ido para casa “ferido”, mas poderia ter ficado ansioso com a recompensa para ajudar a sanar tais feridas. 00 Top teams 17 5. Forneça Oportunidades de Desenvolvimento Líderes de time que têm desempenho outstanding garantem coaching individual para os membros da equipe. CEOs que são líderes de equipe com desempenho superior revêem a performance do time periodicamente. Eles promovem reuniões para discutir como o time está indo, o que está fazendo melhor, o que está mais fraco e o que os participantes aprenderam. Em um dos times de executivos que observamos, todos passaram juntos por uma dura aquisição. Quando eles estavam prestes finalizar a aquisição, o CEO reunião a equipe para discutir com franqueza o que havia dado errado na primeira tentativa. O resultado é que está segunda aquisição ocorreu de forma suave e a equipe sentiu um forte senso de realização. Como grupo, nós fizemos isto acontecer. Aprendemos a partir dos nossos erros. Aprendemos que os Líderes de equipe com desempenho superior também fornecem treinamento individual aos membros do time. (Ver figura 6). Por exemplo, quando um membro da equipe não percebe como seu estilo pessoal afeta os outros, o líder pode alertá-lo sobre isso. “O seu tom foi um pouco agressivo na reunião de hoje, Joan. Abrande um pouco esse tom e as pessoas vão aceitar melhor suas idéias.” Caso um integrante da equipe não esteja participando adequadamente das reuniões, o líder pode chamar a pessoa ao lado e incentivá-la a falar: “você tem opiniões sólidas sobre os assuntos discutidos hoje, Joseph. Outras pessoas além de mim precisam ouvi-las.” Figura 6: Como o desenvolvimento afeta o desempenho Nível de desenvolvimento (escala de 1 a 5) 3.9 3.1 2.6 Excelente ©2001 Hay Group. All rights reserved Comum Fraco ‘ Execução mais rápida da agenda do CEO, melhoria nas respostas às mudanças de mercado e melhores avaliações percebidas pelos investidores institucionais são três grandes benefícios dos top teams eficazes. , 00 Top teams 19 Conclusão Como mostrado no nosso levantamento, top teams podem dar certo e o resultado para as empresas pode ser significante – execução mais rápida da agenda do CEO, melhoria nas respostas às mudanças de mercado e melhores avaliações percebidas pelos de investidores institucionais são três grandes benefícios. Este último deve garantir particularmente conforto – e segurança no emprego – para os CEOs. Mas criar e manter top teams eficazes é um trabalho duro. Top teams são unidades orgânicas. CEOs eficazes cuidarão de nutri-las e renová-las, como fariam com qualquer organismo vivo. Um CEO nunca deixará uma equipe dizer a si mesma “Nós chegamos”. Sim, líderes precisam sentirse orgulhosos quando os seus esforços criam níveis excepcionais de harmonia e foco, extraem o melhor das pessoas e agilizam os pensamentos. Mas as condições externas, bem como as complexidades dos relacionamentos interpessoais nos top teams conspiram para desgastar qualquer harmonia e foco que o CEO desenvolveu. Para executivos seniores que nunca lideraram um top team, ou para aqueles cujas experiências passadas os tornaram incrédulos sobre o trabalho em equipe no nível executivo, as cinco condições oferecem um roteiro para criar top teams de sucesso. Para Arturo Barahona, da AeroMexico, o alto nível de comprometimento da equipe que ele conquistou foi o resultado da implementação com sucesso das cinco condições. Ele lembra que em uma reunião de equipe, no início do ano 2001, seu diretor de vendas estava um pouco desanimado porque as vendas não iam bem. “Nós tínhamos economistas lá explicando como as outras empresas estavam tendo o mesmo problema”, relembou Barahona. “Mas ele continuou dizendo ‘Eu não quero que isso seja uma desculpa. Eu sinto que não estou colaborando com a equipe’. Nós todos tentamos acalmá-lo dizendo que entendíamos as razões econômicas que faziam as vendas serem ruins. Mas ele não nos ouvia. Ele não podia aceitar que estava desapontando sua equipe ”. Embora Barahona reconheça que os líderes influenciam fortemente o desempenho da equipe, ele insiste no fato de que são os próprios membros do time que, na verdade, fazem o grupo funcionar e que entregam os resultados superiores que as empresas precisam conseguir de seus times executivos. “Nos top teams, os talentos individuais demandam muito deles mesmos, mas também o time exige mais e mais deles”, afirma. “As pessoas sentem uma tremenda pressão do grupo. Assim, você consegue resultados que não conseguiria das pessoas atuando isoladamente. Esta é a verdadeira riqueza dos times”. 00 Top teams África Cidade do Cabo Pretória Joanesburgo Ásia Bangcok Pequim Chennai Hong-Kong Jacarta Kuala Lumpur Bombaim Nova Déli Seul Xangai Shenzhen Cingapura Tóquio Europa Atenas Barcelona Berlim Bilbao Birmingham Bratislava Bristol Bruxelas Bucareste Budapeste Dublin Frankfurt Glasgow Helsinque Istambul Kiev Lille Lisboa Londres Lyon Madri Manchester Milão Moscou Oslo Paris Praga Roma Estrasburgo Estocolmo Viena Vilnius Varsóvia Windsor Zeist Zurique Oriente Médio Dubai Tel Aviv América do Norte Atlanta Boston Calgary Charlotte Chicago Dallas Edmonton Halifax Cidade de Kansas Los Angeles Cidade do México Montreal Nova Iorque Norwalk Ottawa Filadélfia Regina São Francisco San Jose (CR) Toronto Vancouver Washington DC Pacífico Auckland Brisbane Canberra Melbourne Perth Sydney Wellington América do Sul Bogotá Buenos Aires Caracas Lima Santiago São Paulo Hay Group é uma empresa global de consultoria em gestão que trabalha com líderes para transformar estratégias em realidade e ajudar pessoas e organizações a realizar seu potencial. 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