Ø Interpretar correctamente os resultados obtidos na actividade; Ø Respeitar correctamente as regras de segurança do laboratório; Ø Estudar as propriedades físico-químico-biológicas dos solos; Através desta actividade experimental pretende-se compreender a estrutura, as características, a textura e a composição do solo. Para tal, será necessário utilizar diversas técnicas laboratoriais que serão descritas ao longo deste relatório. Comecemos por definir “Solo”. Este pertence à camada mais superficial da crosta terrestre. Esta camada não é estável e está sujeita aos diferentes agentes erosivos. Estes podem ser agentes mecânicos ou químicos. Temperatura e a água são mecânicas, ar, água, e seres vivos são os químicos. O solo pode demorar milhares de anos a ser formado, mas, pode ser destruído em muito pouco tempo, ele forma-se a partir de uma rocha (rocha mãe) que vai sendo fragmentada em partículas cada vez mais pequenas devido à erosão, a este processo de formação do solo chama-se meteorização. Este processo vai depender de vários factores, como a temperatura, chuva e vento... é através dos decompositores, a matéria orgânica, (como os restos dos animais mortos) que é transformada em matéria mineral, que deste modo pode ser utilizada pelas plantas, permitindo introduzir a renovação do oxigénio na atmosfera (fotossíntese das plantas), que com o tempo se formam no solo camadas com características diferentes. A cada uma dessas camadas dá-se o nome de horizontes. Sob os horizontes, encontra-se a rocha a partir da qual estes se formaram - a rocha mãe. Cada horizonte distingue-se dos outros com base em características como: composição química, cor, textura, estrutura, consistência, quantidade de matéria orgânica e porosidade. As características dos diferentes horizontes são: Horizonte O – Só existe em locais onde esteja presente vegetação, como em matas ou florestas. É constituído por restos de plantas e animais e pelos produtos resultantes da sua actividade de decomposição. Em suma, é o local onde os resíduos vegetais são vistos à vista desarmada. Horizonte A – É ainda uma camada superficial, de coloração escura devido à grande abundância de matéria orgânica decomposta (húmus). Nela, é possível encontrar numerosos organismos, assim como raízes de plantas. Este horizonte é o de máxima actividade biológica e o que está mais sujeito à acção do clima, plantas, animais e outras forças do ambiente. Horizonte B – Encontra-se disposto sobre o horizonte A, é caracterizado pela acumulação de minerais de argila, ferro ou alumí nio. Nesta camada não existe praticamente matéria orgânica, razão pela qual apresenta uma cor mais clara que a anterior. Horizonte C – Situa-se abaixo dos horizontes A e B. É constituído por material já um pouco diferenciado por alteração da rocha mãe. Este material pode encontrar-se consolidado ou não, mas fragmentado. Rocha mãe – É uma camada rochosa que originou os outros horizontes. Estas camadas rochosas encontram-se normalmente inalteradas. A rocha mãe também é designada por Horizonte R. Fig. 1 Para além de tudo o que já foi referido sobre a formação do solo e a sua devida composição, podemos ainda falar da sua variedade, pois existem vários tipos de solo, conforme varia a proporção entre os componentes, como se sabe o solo é sempre constituído por matéria mineral, matéria orgânica, ar e água. No entanto, as proporções relativas destes componentes são variáveis, dependendo do tipo de solo. Como exemplos disso falaremos do solo argiloso, arenoso, calcário, humífero e agrícola: 1. Solo argiloso: é aquele que contém mais de 30% de argila, como por exemplo barro. Já os solos argilosos, onde os grãos de argila são menores que os grãos de areia retêm mais água, isto é, são pouco permeáveis e menos arejados, porque os espaços são menores dificultando o escoamento de água e a entrada de ar. Quando estes solos secam, racham-se e rebentam as raízes das plantas, consequentemente matando-as. O solo argiloso não é bom para o cultivo de determinados vegetais, mas alguns desenvolvem-se bem, (poderemos reconhecê-lo molhando um punhado de terra se esta se transformar numa pasta pegajosa é porque o solo é argiloso). 2. 3. 4. 5. Solo Arenoso: é aquele que contém mais de 70% de areia. Solo Calcário: é aquele que contém mais de 30% de calcário. Solo Humífero: é aquele que contém mais de 10% de húmus. Solo Agrícola: apresenta a seguinte composição: 60 - 70% de areia; 20 30% de argila; 5 - 6% de calcário e 10 - 30% de húmus. Fig. 2 Antes de falar ao pormenor no solo trabalhado pelo nosso grupo, vamos antes entender algumas das funções que os constituintes do solo podem ter para com o mesmo. Falaremos então do ar e da água, estes ocupam os espaços (poros) existentes entre as partículas que constituem o solo, a dimensão dos poros influi na retenção da água pelo solo - os poros mais finos facilitam a retenção, enquanto os maiores permitem a sua rápida infiltração. O ar preenche os espaços não ocupados pela água; o arejamento do solo é fundamental para a respiração das raízes e, por isto, os solos pouco arejados são, em geral, pouco produtivos. Um solo sujeito a encharcamento é, consequentemente, um solo pouco arejado, constituindo portanto, um meio redutor. Os sais de ferro permanecem aí no estado terroso, num solo bem arejado, pelo contrário, há oxidações e o oxigénio presente facilita a formação de compostos férricos. Fig. 3: (Esta água está fortemente retida em volta de partículas terrosas e não é absorvida pelas plantas) Fig. 4: (Esta água está retida em volta de partículas terrosas ou nos espaços capilares e é facilmente absorvida pelas raízes) solo. Depois da explicação há cerca da formação e dos constituintes do O solo em que trabalhamos nesta actividade experimental foi colhido na escola de Alcochete num terreno possivelmente já mexido pelo homem, é de notar que anteriormente houve um longo período de seca e que neste trabalho apenas se estudaram os componentes do Horizonte A, por ser a camada mais superficial, é nesta camada que vivem os seres vivos e onde se encontram raízes e plantas, que absorvem sais e água. Actividade Experimental N.º 1 Material: Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Estufa; Balança precisão; 3 Cadinhos; Espátula; 1 Proveta de 200 ml; Canetas de acetato; Vareta; Esguicho; Papel de limpeza; Água; Material Biológico: Ø Amostra de solo colhida; Procedimento Experimental: A - Determinação da fracção líquida do solo 1. 2. 3. 4. Foram pesadas 3 cadinhos previamente identificadas. Em cada cadinho foram colocadas 20g de solo. Colocaram-se os cadinhos na estufa a 92ºC. Os cadinhos foram deixados na estufa alguns dias de modo a que toda a água contida se evaporasse. 5. Fizeram-se duas pesagens do solo para verificar a quantidade de água evaporada. 6. Calculou-se a percentagem de água contida no solo. B - Determinação da fracção gasosa do solo 1. Colocou-se 50 cm3 de uma amostra de solo numa proveta de 200 ml. 2. Verteu-se, com suavidade, 50 ml de água para a proveta, evitando que as partículas entrem em suspensão e aguardou-se até que a água atinja a base da proveta. 3. Verificou-se o volume final lido na proveta quando se deixou de observar a libertação de bolhas de ar. Observações: A - Determinação da fracção líquida do solo Amostra de Solo Amostra A Amostra B Amostra C Massa dos cadinhos 19,91 19,70 18,22 Massa da amostra (g) 20, 00 20, 00 20, 00 Massa do cadinho com a amostra seca (g) 39,84 39,59 38,09 Pi - Pf (g) 0,07 0,11 0,13 0,35 0,55 0,65 Teor do solo em água (%) Os valores da percentagem de água do solo foram calculados mediante a seguinte formula: Amostra A: % água = P solo – P solo seco x 100 P solo % água = 20 – 19,93 g x 100 = 0,35% 20 Amostra B: % água = P solo – P solo seco x 100 P solo % água = 20 – 19,89 g x 100 = 0,55 20 Amostra C: % água = P solo – P solo seco x 100% P solo % água = 20 – 19,87 g x 100 = 0,65% 20 B - Determinação da fracção gasosa do solo Amostra de Solo Amostra A Volume inicial (Vi) 100 ml Volume final (Vf) 80 ml Volume de ar (Vi - Vf) 20 Percentagem de ar 40 % % ar = (Vsolo + Vágua) – Vfinal x 100 Vsolo % ar = (50 + 50 ) – 80 x 100 = 40% 50 Actividade Experimental N.º 2 Material: Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Balança; Estufa; Banho-Maria; Crivos (várias); 5 Funis; Papel de filtro; Provetas (50 ml; 100 ml); Espátulas; Canetas de acetato; Vareta; Lã de vidro; Cronómetro; 2 Suportes universais; Esguicho; Papel de limpeza; Água destilada; Caixas de Petri; Material Biológico: Ø Ø Ø Ø Solução de soda; Turfa; Amostra de solo colhida; Água oxigenada; Procedimento Experimental: A – Determinação da textura do solo 1. Colocou-se 100 g de uma amostra de solo num gobelé e levou-se à estufa a 92ºC. 2. Crivou-se a mostra do solo com vários crivos até se obter uma fracção fina de solo, de seguida recolheu-se a fracção fina; 3. Colocou-se num gobelé de 25 g da fracção fina de solo e adicionou-se 40 ml de água oxigenada. Colocou-se o gobelé em banho-maria, a 85ºC, durante 30 minutos; 4. Decantou-se a porção líquida da mistura e adicionou-se 50 ml de solução de soda ao solo. Agitou-se de forma vigorosa. B – Estudo da permeabilidade do solo: 1. Crivou-se a amostra de solo, munido dos crivos – ver – e recolheu-se as três fracções em caixas de Petri identificadas. 2. Preparou-se 1 suporte universal (como está exemplificado na fig. 5 abaixo). 3. Pesou-se 50 g de cada uma das fracções de solo recolhidas no passo 1 e, seguidamente, colocou-se nos respectivos funis. Dentro do 4º funil colocou-se 50 g de turfa. 4. Verteu-se 100 ml de água em cada um dos funis e cronometrou-se 10 minutos. 5. Observou-se o valor de água recolhido nos quatro gobelés decorridos os 10 minutos (para se efectuar esta medição com precisão utilizouse uma proveta). Observações: A - Determinação da textura do solo. Verificou-se que o solo tinha uma textura fina. B- Permeabilidade do solo. Verificou-se que o solo tem uma grande capacidade de retenção de água. Actividade Experimental N.º 3 Material: Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Balança; Almofariz e pilão; Pipetas; Funis; Gobelés; Papel de filtro; Esguicho; Papel de Limpeza; Provetas; Água Destilada; Material Biológico: Ø Solução de NaOH concentrada; Ø Solução de NaCl; Ø Amostra de solo colhida. Procedimento Experimental: A – Determinação da capacidade de floculação do solo 1. Pesou-se 75 g da amostra do solo recolhido e colocou-se num gobelé; 2. Adicionou-se à amostra de solo 75 ml de hidróxido de sódio e deixouse repousar durante 20 minutos, agitando-se de vez em quando; 3. Filtrou-se o conteúdo do gobelé, através de um funil revestido por papel de filtro; 4. Adicionou-se à solução filtrada 15 ml de solução de cloreto de sódio; Observações: - Verificou-se que o solo desenvolveu uma floculação elevada, desenvolvendo agregados mais ou menos estáveis (flóculos). Actividade Experimental N.º 4 Material: Ø Lupa binocular; Ø Espátula; Ø Caixa de Petri; Procedimento Experimental: - observação do solo à lupa binocular 1. Com a ajuda de uma espátula colocou-se uma porção de solo numa caixa de Petri e observou-se à lupa binocular; 2. Registou-se numa folha a observação efectuada. Observações: - Através desta observação foi-nos possível identificar alguma matéria orgânica(bichos, restos de plantas) e mineral (quartzo, feldspato e micas) estes últimos apresentavam uma forma angulosa. Actividade experimental N.º 5 Material: Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Ø Balança; Recipientes para as pesagens; Espátula; Balão de vidro de fundo plano; Proveta de 250ml; Almofariz e pilão; Canetas de acetato; Papel de limpeza; Água; Material Biológico: Ø Amostra de solo; Procedimento experimental: - estrutura do solo. 1. 2. 3. 4. Pesou-se 50g de solo seco e colocou-se num almofariz; Com a ajuda de um pilão, provocou-se, cuidadosamente, a separação dos agregados de partículas, sem destruir a estrutura individual das partículas; Introduziu-se a amostra de solo no balão de vidro com rolha. Identificou-se o frasco; Completou-se o volume do frasco com água, colocou-se-lhe a rolha e agitou-se vigorosamente, durante 30 segundos, para dispersar as partículas do solo na água; 5. Após a agitação, colocou-se o conteúdo do balão dentro de uma proveta e observou-se a deposição (sedimentação) das várias fracções do solo, de acordo com o seu tratamento, durante 10-15 minutos; 6. Observou-se as camadas de areias, silte e argila. Mediu-se a altura das diferentes camadas e fez-se um esquema identificando a sua posição relativa; 7. Agitou-se novamente o frasco contendo a suspensão do solo e transferiu-se para um segundo frasco a água turva com materiais em suspensão deixando a areia no fundo do primeiro frasco. 8. Deixou-se em repouso o segundo frasco. 9. Observou-se o material depositado e a água estando límpida (ao fim de alguns dias), decantou-se cuidadosamente esta água. 10. Colocou-se uma pequena porção do material depositado, obtido no ponto 9, entre os dedos e bafejou-se. Observou-se a sua consistência e o seu cheiro. Observações: Camada arenosa: 8,3cm Camada argilosa: 1,5cm Camada de matéria orgânica: 0,5cm Através desta actividade experimental, podemos então concluir que o solo é sempre constituído por matéria mineral(areia, calcário, limo, argila), matéria orgânica (húmus, restos de plantas e animais), ar e água. A fracção sólida do solo ocupa cerca de metade do seu volume total e é constituída por matéria mineral e matéria orgânica, os restantes 50% correspondem ao ar e à água (fig.1). fig 1 Através das actividades realizadas foi possível identificar que tipo de solo estávamos a trabalhar, poderia ser um solo ar enoso, calcário, humifero, agrícola ou argiloso. Para tal, determinamos a fracção líquida e gasosa do solo, a sua textura, permeabilidade e capacidade de floculação, observamos à lupa binocular e identificamos a sua textura. Através da determinação da fracção líquida e gasosa da nossa amostra de solo, verificou-se que a percentagem de ar no solo era mais elevada que a percentagem de água, temos que levar em conta que anteriormente houve um grande período de seca, dai a existência de água ser escassa. Através da determinação da textura, verificou-se que esta era definida pela proporção dos componentes argila, silte e areia e permite identificar diferentes tipos de solos. Assim se compreende que a técnica de análise da textura envolva a eliminação das fracções liquida, por secagem na estufa, no caso do solo trabalhado pelo nosso grupo, este apresentou uma textura muito fina, que nos começa a ajudar a perceber com que tipo de solo estamos a trabalhar. Directamente relacionado com a textura dos solos, avaliamos a permeabilidade associada aos componentes argila, silte, areia e turfa, verificando que às componentes mais finas dos solos e à componente orgânica está associada uma maior capacidade de retenção de água, e portanto uma melhor permeabilidade, visto que o nosso solo apresenta uma textura fina, consequentemente apresentou uma elevada retenção de água. Na determinação da capacidade de floculação, observaram-se muitos flóculos, o que permite concluir que o solo tem muita abundância em minerais de argila, minerais esses que existem em grande quantidade quando a floculação é elevada e o solo apresenta pouca percentagem de matéria orgânica. A observação à lupa permitiu-nos verificar que o solo com que estávamos a trabalhar tinha uma maior percentagem de quartzo do que de feldspato e micas, permitiu-nos também comprovar que existe uma maior percentagem de matéria mineral, como já tínhamos verificado na experiência anterior. Por fim estudamos a sua estrutura, verificou-se que havia uma grande camada arenosa (8,3cm), seguida de uma camada significativa de argila (1,5cm) e por fim de uma pequeníssima camada de matéria orgânica ( 0,5cm). Com todos estes resultados apresentados, tentamos finalmente identificar o tipo de solo com que temos estado a trabalhar. Se por um lado a percentagem de ar do solo era superior à da água, poderíamos pensar que se tratava de um solo arenoso ( não esquecer o período de seca anterior ); mas por outro lado, através da verificação da textura do solo, verificámos que este apresentava uma textura muito fina, o que nos levaria a pensar que também poderia tratar-se de um solo argiloso, esta ideia ainda se acentuou mais quando na determinação da permeabilidade verificamos que o nosso solo tinha uma elevada capacidade de retenção de água, típico dos solos argilosos, para além disto a capacidade de floculação elevada que o solo apresentou, levou-nos a concluir que este tinha muita abundância em minerais de argila; contrariamente a isto, através da estrutura do solo, verificou-se uma grande camada arenosa, significativamente superior à camada argilosa, o que nos leva a concluir tal como na determinação líquida e gasosa que este solo é do tipo arenoso; mas como não podemos esquecer todas as outras propriedades, já referidas, chegou-se à conclusão final que este solo trata-se de um misto argiloso – arenoso, podendo este resultado ser discutido.