Ano X - Nº 36 - Janeiro / Fevereiro / Março de 2010 xImpressa em papel reciclado
Grandes Centros
de Tecnologia
A importância dos grandes centros de tecnologias está inserida
na base do desenvolvimento do próprio País
Parque Tecnológico de
São José dos Campos
Entrevista
pág. 15
O superintendente da Sabesp, no Vale do
Paraíba, Oto Elias Pinto, fala sobre o
CDTRHSA - Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento de Tecnologias de
Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental.
copa do mundo
pág. 32
Veja como a cidade de São Paulo se
prepara para receber a Copa 2014,
desde as reformas no Estádio do
Morumbi, até as obras estruturais para
mobilidade urbana.
fenasan 2010
pág. 42
Veja as mais recentes informações
sobre o maior evento de saneamento da
América Latina: XXI Encontro Técnico e
Fenasan 2010. E também o nosso projeto
próprio de neutralização de carbono.
Valorize sua marca.
Adote um projeto
socioambiental.
A AESABESP visando a promoção do desenvolvimento sustentável criou,
através de sua Diretoria de Projetos Socioambientais, a Carteira de Projetos
Socioambientais e o Cadastramento de Especialistas. Com cerca de 31
projetos e 60 especialistas cadastrados, os projetos estão prontos para
receber o apoio financeiro de empresas e órgãos públicos. Esta é uma grande
oportunidade para agregar valor de responsabilidade socioambiental aos
seus produtos e serviços e, ainda, com incentivo fiscal.
+
VEJADIÇÃO
AE
NEST
38
PÁG.
Informações:
Alessandra Buke - 11 3284 6420
[email protected]
www.aesabesp.org.br
Parte dos valores investidos poderão ter redução do IRPJ.
Editorial
Centros de Tecnologia:
o futuro é agora!
Todos os países,
hoje conhecidos
como tecnologicamente avançados, possuem uma
história permeada por inúmeros
acontecimentos
determinantes
que impulsionaram as mudanças necessárias para o
alcance do atual estágio.
A respeito, destaca-se que a imperiosa necessidade de sobrevivência, normalmente, é o principal
motivador de mudanças, e estas decorrem das observações de algumas pessoas que, simplesmente,
não aceitam os acontecimentos como produtos do
destino, mas, ao contrário, o questionam, observando cada movimento e buscando entender o porquê
de cada fato.
Assim, a avançada tecnologia presente hoje tem
raízes na observação de fenômenos da natureza e,
em sua consequente compreensão, e que somados
aos conhecimentos desenvolvidos em física, química, biologia e outras áreas, permitiram ao homem levantar suspeitas de que muitos fenômenos são passíveis de compreensão, previsão e controle. Portanto,
tal procedimento, por vezes focado no entendimento de fenômenos invisíveis aos olhos humanos, permitiu o desenvolvimento de teorias que, submetidas
a experimentos, confirmaram a capacidade humana
em modificar a sequência ou consequência dos fenômenos que permeiam a natureza.
Seguindo a mesma linha, os centros tecnológicos
de pesquisas, sejam de universidades ou de empresas,
buscam sempre novos conhecimentos, propiciando,
dentre outras conquistas, meios para a melhoria de
qualidade de vida.
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Desta forma, enfatiza-se que o Centro Tecnológico de Hidráulica (Convênio entre o DAEE e a Universidade de São Paulo) é um bom exemplo e um
dos principais centros de referência na área de hidráulica do Brasil. Dentre suas principais atividades
destaca-se a simulação a partir de modulação física
reduzida, analisando o comportamento da estrutura
hidráulica quando em operação na escala real. Existem também pesquisas nos âmbitos computacionais,
estudos hidrológicos, entre outros.
Outrossim, uma característica comum aos países
desenvolvidos é a priorização dada aos investimentos na educação e em pesquisas científicas, como a
Coréia do Sul, que a partir dos anos 50 investiu pesadamente em educação e pesquisa, atingindo, hoje,
elevado nível de desenvolvimento humano e científico, e colhe generosos frutos de seu trabalho. O
Brasil, por seu turno, infelizmente ainda engatinha
em direção a esta realidade.
Contudo, em contraste ao negativo pensamento
coletivo e à realidade nacional, teimosamente insistimos em desenvolver uma capacitação em nível
tão alto quanto ao de países desenvolvidos. De fato,
tal afirmação é comprovada pelos diversos centros
tecnológicos de pesquisas espalhados pelo Brasil,
centrados no desenvolvimento de tecnologias que
propiciem a indústria nacional, a agropecuária, e a
serviços de diversos segmentos, evolução tecnológica apta a nos colocar ombro a ombro – sem falsa
modéstia – com outros países desenvolvidos.
Assim é o brasileiro, assim é o Brasil!
Acreditemos sempre!
Hiroshi Ietsugu
Presidente da AESabesp
Saneas
3
Índice
Expediente
Saneas é uma publicação técnica trimestral da Associação dos
Engenheiros da Sabesp
Diretoria Executiva:
Presidente - Hiroshi Ietsugu
Vice-Presidente - Walter Antonio Orsatti
1º Secretário - Nizar Qbar
2º Secretário – Choji Ohara
1º Tesoureiro – Yazid Naked
2º Tesoureiro - Nélson Luiz Stábile
06 Grandes Centros
matéria tema
de Tecnologia
15 entrevista
Para Oto Elias Pinto, a tecnologia traz uma melhoria contínua na
gestão do setor
18 matéria sabesp
São Paulo destina R$ 50 milhões em P&D, por meio da Sabesp
e Fapesp
21 ponto de vista
“O Brasil é o maior exportador de água virtual do mundo”
24 visão de mercado
Brasil na rota global de P&D
artigo técnico
26 Tubos de PVC Orientado: uma alternativa tecnológica para a
condução de água e esgoto sob pressão em saneamento
29 A Sabesp e os materiais para saneamento: uma história de
muitas batalhas
32 Copa do Mundo
AESabesp de olho na Copa
Diretoria Adjunta:
Diretor Cultural - Olavo Alberto Prates Sachs
Diretor de Esportes - Evandro Nunes de Oliveira
Diretor de Marketing - Reynaldo Eduardo Young Ribeiro
Diretor de Pólos - Helieder Rosa Zanelli
Diretor de Projetos Socioambientais: Ivan N. Borghi
Diretor Técnico - Walter Antonio Orsatti
Diretora Social - Viviana Marli Nogueira A. Borges
(Em memória: Cecília Takahashi Votta)
Conselho Deliberativo:
Amauri Pollachi, Cid Barbosa Lima Junior, Eduardo Natel Patrício,
Gert Wolgang Kaminski, Gilberto Alves Martins, Gilberto Margarido
Bonifácio, João Augusto Poeta, Marcos Clébio de Paula, Paulo
Eugênio de Carvalho Corrêa, Pérsio Faulim de Menezes e Sonia Maria
Nogueira e Silva.
Conselho Fiscal:
Carlos Alberto de Carvalho, José Carlos Vilela e Ovanir Marchenta
Filho.
Conselho Editorial: Luiz Henrique Peres (Coordenador),
João Augusto Poeta, Luiz Eduardo Pires Regadas e Maria Aparecida
dos Santos
Fundo Editorial:
Márcia de Araújo Barbosa Nunes (Coordenadora)
Alex Orellana, Celso Roberto Alves da Silva, José Marcio Carioca, Luis
Eduardo Pires Regadas, Paulo Rogério Guilhem e Wong Sui Tung.
Coordenador do Site: Jônatas Isidoro da Silva
Pólos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP
Coordenador dos Pólos da RMSP - Robson Fontes da Costa
Pólo AESabesp Costa Carvalho e Centro - Maria
Aparecida S. de Paula Santos
Pólo AESabesp Sul - Paulo Ivan M. Franceschi
Pólo AESabesp Leste - Nélson César Menetti
Pólo Aesabesp Oeste - Francisco Marcelo Menezes
Pólo AESabesp P. Pequena - João Augusto Poeta
Pólos AESabesp Regionais
Coordenador dos Pólos Regionais - José Galvão de F. R. e Carvalho
Pólo AESabesp Baixada Santista - Nilson Roberto Correia
Pólo AESabesp Botucatu: Rogélio Costa Chrispim
Pólo AESabesp Franca – Antonio Carlos Gianotti
Pólo AESabesp Lins - Marco Aurélio Saraiva Chakur
Pólo AESabesp Presidente Prudente - Gilmar José Peixoto
Pólo AESabesp Vale do Paraíba - Sérgio Domingos Ferreira
Coordenação do XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010:
Olavo Alberto Prates Sachs e Walter Antonio Orsatti
Comissão Organizadora:
Gilberto Alves Martins, Hiroshi Ietsugu, Ivan Norberto Borghi, Maria
Aparecida S. de Paula Santos, Maria Flávia S. Baroni, Monique Funke,
Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo
Oliveira, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Sonia Maria Nogueira e
Silva, Vanessa Hasson, Walter Antonio Orsatti e Yazid Naked.
Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp
38 sustentabilidade
AESabesp tem o seu próprio Projeto de Neutralização de Carbono
40 XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010
AESabesp tem adesão recorde na Fenasan 2010
45 Passagens do saneamento
Reservatório da Liberdade: 115 anos de operação ininterrupta
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Saneas
Jornalista Responsável:
Maria Lúcia S.Andrade – MTb. 16081
PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Neopix Design
[email protected]
www.neopixdesign.com.br
Associação dos Engenheiros da Sabesp
Rua 13 de maio, 1642, casa 1
Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP
Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484
Fax: (11) 3141 9041
[email protected]
www.aesabesp.org.br
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matéria tema
Centros de
Tecnologia:
um marco na
evolução dos
Recursos Hídricos
Parque Tecnológico de São José dos Campos
A relevância dos Centros de Tecnologias para o setor de saneamento e
na composição geral do universo dos Recursos Hídricos está inserida no
desenvolvimento do próprio País. Em São Paulo, o Sistema Paulista de Parques
Tecnológicos (SPTec), muitos dos quais encampam tecnologias voltadas
aos RHs,
foi criado pelo governo do Estado a fim de apoiar os núcleos
dessa natureza, atrair investimentos e gerar novas bases tecnológicas.
matéria tema
O incentivo à formação desses espaços vem,
principalmente, das instituições responsáveis pela
provisão dos seus serviços, para atendimento das
suas próprias necessidades. A responsabilidade
do setor de saneamento, dentro desse contexto,
envolve tanto as soluções de problemas técnicos
quanto a validação e emprego das experiências
comprovadas pelo campo da pesquisa, que assume
um papel essencial no atendimento às expectativas
de qualidade de vida.
Além das empresas que investem na formação
desses núcleos, as universidades também trouxeram uma motivação ímpar para a formação de
Centros de Tecnologia, cujos primeiros passos tiveram início, timidamente, na década de 80. Nesse
período, também houve uma maior consistência
em inovação e organização de pesquisa, principalmente dentro das escolas, com o início dos cursos
de pós-graduação, estruturação de laboratórios e
elaboração de projetos.
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Saneas
Particularizando as ações de saneamento no
País, desde a formulação das políticas mais gerais
até as ações operacionais mais específicas, se estabelece uma cartilha de conquistas com tópicos
continuamente perseguidos, como a universalização; a equivalência dos serviços para todas as
regiões; a integralidade no conjunto de ações ao
menos básicas, como o abastecimento de água e
o esgotamento sanitário; a qualidade dos serviços,
que resulta na regularidade: continuidade, eficiência e segurança. E, hoje, o acesso para todos esses
tópicos vem da tecnologia que serve de base para a
compatibilização de uma política de atuação para
o desenvolvimento de cada necessidade.
Esta edição da Revista Saneas é tematizada pelo
funcionamento de grandes Centros de Tecnologia
que absorvem a esfera dos recursos hídricos e suas
interfaces.
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matéria tema
FCTH - Fundação Centro
Tecnológico de Hidráulica
Um dos Centros Tecnológicos mais conhecidos pelo
corpo técnico que atua com Recursos Hídricos no
estado de São Paulo é o CTH - Centro Tecnológico de
Hidráulica, da USP - Universidade de São Paulo, integrado à Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH), instituída em 1986.
Destinado inicialmente a garantir apoio técnico
ao Governo do Estado para a implantação do parque
hidrelétrico paulista, as principais atividades do CTH
incluíam realizar estudos técnicos de laboratório e
de campo, assim como constante aperfeiçoamento,
relacionados com a área da engenharia hidráulica.
Atualmente, a FCTH é colaboradora da Escola Politécnica da USP e do DAEE- Departamento de Águas
Prédio do CTH
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e Energia Elétrica do Estado de São Paulo, motivo
pelo qual se mantêm representantes destas duas
entidades na administração superior e execução da
Fundação; e também dá suporte à realização e ao
desenvolvimento de estudos e pesquisas tecnológicas aplicadas ao atendimento às necessidades dos
setores público e privado.
Entre os seus principais objetivos, está listado
promover cursos, simpósios, seminários e conferências, visando o aperfeiçoamento do ensino e do
conhecimento nas áreas de hidráulica fundamental,
hidráulica aplicada e recursos hídricos:
O Centro Tecnológico de
Hidráulica (CTH), integrado à
Fundação Centro Tecnológico
de Hidráulica (FCTH) tem sua
importância na implantação do
parque hidrelétrico paulista e
no constante aperfeiçoamento
da engenharia hidráulica.
Saneas
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matéria tema
Operação de eclusa
em escala reduzida
Modelo de estuário
presente no CTH
superfície em tempo real, por rede telemétrica e
Em seu interior é possível ver reproduções, em
por radar metereológico.
escalas reduzidas, de terminais portuários, operaA atual presidente da Fundação Centro Tecnoção de eclusas e toda a geografia edificada para
lógico de Hidráulica é a professora titular, chefe do
a hidráulica e a navegação fluvial e marítima. São
departamento de engenharia hidráulica e sanitária
modelos de estuários, portos, eclusas e barragens,
da Escola de Engenharia Civil da Escola Politécnica
para se estudar o arranjo das suas estruturas.
da Universidade de São Paulo e pesquisadora do
Também integra o trabalho da FCTH as avaliaConselho Nacional de Desenvolvimento Científico
ções das áreas de atuação em Recursos Hídricos:
e Tecnológico, Monica Ferreira do Amaral Porto,
planejamento, drenagem, análise de usos múltiplos
que já presidiu a Associação Brasileira de Recursos
da água, hidrologia, sistemas de informação e suHídricos e foi diretora da International Water Reporte à decisão.
sources Association.
No âmbito da hidráulica computacional, tamSegundo sua afirmação, os níveis de investibém se desenvolve modelação matemática em
mento para pesquisa e inovação tecnológica no
hidráulica e segurança de barragens. Seus princiBrasil, hoje, são adequados, uma vez que os órgãos
pais projetos são: Eclusa de Navegação 2 da Usina
de fomento se dispõem a financiar
Hidrelétrica de Tucuruí; Aproveiprojetos consistentes. Porém, o
tamento Hidrelétrico Jirau; Aproinvestimento para esse fim ficou
veitamento Hidrelétrico Estreito;
praticamente paralisado por mais
Aspectos da relação entre a code duas décadas, provocando uma
brança pelo uso da água e os sefalta de capacitação técnica, para
tores elétrico e rural na bacia do
uma atuação eficiente.
rio Paraíba do Sul.
Mônica Porto lembra que os enE com relação à vertente da
genheiros
na faixa senior, por volta
engenharia ambiental, a FCTH
Para Mônica Porto,
de 35 a 55 anos, que hoje teriam
avalia a qualidade das águas do
a escassez de
a maturidade ideal para conduzir
Sistema Pinheiros – Billings com o
investimento provocou
esta lacuna, foram absorvidos peProtótipo do Sistema de Flotação,
a falta de capacitação
las empresas privadas.
e conduz os monitoramentos de
técnica no mercado.
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matéria tema
Parque Tecnológico de
São José dos Campos
O município de São José dos Campos é um dos
principais pólos de tecnologia avançada do País,
reconhecido nos cenários nacional e internacional,
principalmente pela sua indústria aeronáutica. Instituições de ensino superior de peso em pesquisa
e desenvolvimento, como o ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica, a Unesp - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e a Unifesp – Universidade Federal de São Paulo, possuem
campi nesta cidade, que também abriga o Parque
Tecnológico Riugi Kojima, onde grandes empresas
da região desenvolvem tecnologias, entre elas a
Sabesp, por meio da sua Unidade de Negócio do
Vale do Paraíba, com uma unidade de treinamento
e pesquisa.
O Parque Tecnológico de São José dos Campos,
cuja administração é exercida pela Associação com
o mesmo nome, qualificada como Organização
Social pelo poder público municipal, ainda conta
com instalações da Embraer, da Vale, do IPT, da
Parker-Hannifin, do Centro para a Competitividade
e Inovação do Cone Leste Paulista, do Cecompi e da
Fatec - Faculdade de Tecnologia do Centro Paula
Souza, que concentra vários cursos tecnológicos de
graduação.
Chama a atenção a arquitetura modular das
suas edificações, destinadas a vários espaços, que
se ligam por rampas e corredores, com pisos em
granito e estruturas em concreto aparente. O prédio está situado em um terreno de 188.000 m² ,
no km. 138,5 da Rodovia Presidente Dutra, e abriga a sede da associação gestora responsável pela
sua administração; áreas especiais para implantação temporária de Centros de Desenvolvimento
de Tecnologias; condomínio de pequenas e médias
empresas; incubadora de empresas nascentes; entidades de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento; Laboratórios e oficinas; Centro de convenções com
área aproximada de 10.000 m² destinado à realização de congressos, feiras e exposições de grande
O município de São José dos Campos, reconhecido com um dos principais
pólos de tecnologia avançada do País, abriga também o Parque
Tecnológico Riugi Kojima, utilizado pela Sabesp com uma unidade de
desenvolvimento de tecnologias, treinamento e pesquisa.
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matéria tema
porte; auditórios com capacidade para 1.200 pessoas; halls com espaços para mostras e exibições;
salas de reuniões; restaurante; estacionamentos e
heliporto.
O perfil tecnológico do Parque atende principalmente aos setores de atuação nas plataformas
empresariais de São José dos Campos e região,
como aeronáutico, petrolífero, automobilístico,
espacial, equipamentos médicos; energia, saneamento, biomédico, comunicação, telecomunicação,
entre outros.
O Diretor Técnico e de operações do Parque Tecnológico de São José dos Campos é o Prof. José
Raimundo Braga Coelho. Matemático, foi professor
do Departamento de Matemática da Universidade
de Brasília (UnB) e da PUC do Rio de Janeiro. Na
UnB, ocupou também os cargos de chefe de Departamento de Matemática e de vice-diretor do
Instituto de Ciências Exatas. Nos Estados Unidos
foi professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Nova York. Também foi
Prof. José Raimundo Braga Coelho durante seminário.
membro da Comissão de Implantação do Instituto
Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ), e o primeiro
diretor de ensino. No Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), exerceu várias funções, entre
elas, a gerência administrativa e geral do CBERS.
Junto aos ministérios, em Brasília, foi assessor da
presidência da SBPC para assuntos relacionados
à política científica, espacial e educacional. Na
Agência Espacial Brasileira –AEB/DF, atuou como
assessor da Presidência e na Agência de Águas e
Saneamento do DF foi diretor de Planejamento.
outros centros de grande importância
Pólis de Tecnologia de Campinas
O Parque Tecnológico do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) de Campinas - SP , conhecido como Pólis de Tecnologia, passou a integrar
o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec)
da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São
Paulo.
O CPqD foi criado há 33 anos como unidade
de pesquisa e desenvolvimento do Sistema Telebrás. Desenvolveu inovações importantes para o
setor nacional de telecomunicações como o cartão
para telefones públicos, a central telefônica digital
e participou do desenvolvimento da fibra óptica
brasileira.
Desde 1998, atua de forma independente voltando-se às tecnologias da informação e comunicação (TICs). No Brasil, as soluções do CPqD são
utilizadas por grandes empresas e instituições dos
setores de telecomunicações, energia elétrica, financeiro, industrial, corporativo e administração
pública.
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Saneas
Parque Tecnológico do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento (CPqD) de Campinas - SP.
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matéria tema
CBPF - Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
Situado no Rio de Janeiro-RJ, o CBPF está voltado às pesquisas multidisciplinares para formação científica em físicas de altas energias,
cosmologia, astrofísica relativística e instrumentação científica. Também desenvolve nanociência e nanotecnologia, com física aplicada e
pesquisa interdisciplinar, para fomento à tecnologia da informação
e computação
Em seus objetivos estratégicos nacionais constam os programas
de energia nuclear e a difusão e popularização da ciência, para a
inovação para a inclusão do desenvolvimento social.
CETENE - Centro de Tecnologias
Estratégicas do Nordeste
Com sede em Recife-PE, o Cetene desenvolve programas estratégicos
de tecnologias para biocombustíveis (etanol e biodiesel), biotecnologia,
nanotecnologia, microscopia eletrônica, fermentação e bioprocessos.
Entre os seus projetos estruturados estão a avaliação, modernização e implantação de centros vocacionais tecnológicos do Nordeste, a
nanofabricação e microscopia ambiental, a implantação das unidades
experimental e de produção de biodiesel, a prospecção de oleaginosas
e logística para produção de biodiesel no Nordeste, otimização dos
resíduos industriais para alimentação animal, e criação do Repositório
Brazil-IP: incluindo IP-cores do 8051, MP3 e MPEG4.
IDSM - Instituto de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá
Situado em Tefé - AM, o IDSM realiza pesquisas de natureza básica,
aplicada e tecnológica nas áreas de conservação da biodiversidade;
manejo de recursos naturais e desenvolvimento social.
Em sua sede urbana, em Tefé, estão instalados laboratórios de
Ictiologia, de Microscopia, de Vertebrados Terrestres e Biologia de
Répteis e de Mamíferos Aquáticos. Já na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, (uma área de 2.350.000 hectares, com aproximadamente 4.000 moradores e usuários, abrangendo os municípios
de Barcelos, Codajás, Coari e Maraã, que formam o Corredor Ecológico da Amazônia Central) funciona o laboratório de selva do IDSM.
CEITEC - Centro de Excelência
em Tecnologia Eletrônica Avançada
Com sede em Porto Alegre – RS, o CEITEC é uma referência na geração
de soluções em tecnologia eletrônica.
Suas áreas de atuação estão voltadas para projetos, prototipagem
e produção de circuitos integrados de aplicação específicos - ASIC.
Este centro de tecnologia ainda disponibiliza para o mercado serviço
de desenvolvimento de chips de acordo com as necessidades específicas, atua na iniciação de cada projeto, participa da especificação do
chip, define a tecnologia a ser empregada, executa projetos, avalia e
valida os seus resultados.
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Saneas
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matéria tema
IMPA - Instituto Nacional de
Matemática Pura e Aplicada
Com sede no Rio de Janeiro – RJ e responsável pela Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, o IMPA
realiza pesquisas matemáticas em padrão internacional e
em tópicos de grande relevância para o avanço do conhecimento na área.
Dentro do seus objetivos estratégicos de consolidar e
expandir a integração do Sistema Nacional de Matemática
Pura, também promove a capacitação científica de jovens
pesquisadores e professores universitários e sua participação em programas e projetos de inovação científico-tecnológica. Também desenvolve aplicações da matemática
associadas a modelos específicos e produção de softwares.
INPA - Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia
Com sede em Manaus – AM, o INPA tem como função promover, inventariar, identificar, valorizar e proteger produtos
e processos relativos ao conhecimento e à biodiversidade
amazônica, articulados às plataformas tecnológicas regionais, por meio da produção e difusão de tecnologia.
Os ecossistemas amazônicos são a sua grande área de
pesquisas voltadas à Sistemática e Taxonomia; Interação
Organismo-Ambiente; Análise e Reversão de Impactos do
Desenvolvimento; Tópicos em Saúde; Climatologia e Recursos Hídricos e Ecologia Aquática e Terrestre.
IBICT - Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia
Situado em Brasília – DF, integrado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia, o IBICT tem como missão promover a competência e o desenvolvimento de recursos e infra-estrutura
de informação em Ciência e Tecnologia, para a produção,
a socialização e a integração do conhecimento científicotecnológico no País.
Como entidade oficial de cooperação internacional, desenvolve ações de integração entre provedores de informação tecnológica; sedia a Biblioteca Nacional de Ciência,
Tecnologia , Inovação e Inclusão Social e Digital; mantém
os Portais de Repositórios e Periódicos de Acesso Livre e do
Livro Didático Eletrônico; além da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD); implementa o Laboratório de Ciência da Informação e desenvolve o plano de inclusão social do IBICT, por meio da disseminação da informação em
Ciência, Tecnologia e Inovação.
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Saneas
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entrevista
oto elias pinto
Para Oto Elias, a tecnologia
traz uma melhoria contínua
na gestão do setor
No dia 22 de março, Dia Internacional da Água, o superintendente da Sabesp na Unidade de Negócio
Vale do Paraíba (RV), Oto Elias Pinto, fez uma apresentação no Seminário de Recursos Hídricos e Ações
de Sustentabilidade, realizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos, sobre a importância de
atuação do CDTRHSA - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento de Tecnologias de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, que tem a Sabesp como empresa âncora, interligada com a Prefeitura Municipal de
S. J. dos Campos, Unifesp, USP, ITA e IPT. Na oportunidade, foram destacadas todas as fases que garantem
a qualidade dos serviços prestados, por meio do emprego de avançadas tecnologias e suas interfaces. E em
virtude deste acontecimento, foi dada esta entrevista à Saneas.
Saneas: Qual é o grande diferencial que o CDTRHSA traz para o universo do saneamento em âmbitos estadual e nacional?
Oto Elias: De um lado temos a Sabesp, que já é
a maior empresa de saneamento das Américas e
está entre as três maiores do mundo. De outro,
as instituições que serão parceiras neste centro,
também são referências, tanto no âmbito nacional como no internacional. São instituições respeitadas como o ITA, a USP, o IPT e a Unifesp.
Sendo o Estado de São Paulo a grande locomotiva
do Brasil, e São José dos Campos uma região fértil
para desenvolvimento tecnológico e inovação, a
conjunção entre a empresa e as grandes instituições propiciará descobertas de novos paradigmas
de operação e gestão dos recursos hídricos e de
saneamento ambiental.
Saneas: O que será realizado no espaço da Sabesp dentro deste Centro de Pesquisa?
Oto Elias: Atualmente, os nossos sistemas geram
uma quantidade expressiva de dados, que serão
transformados em informações. As informações
serão tratadas e interpretadas, gerando conhecimento. Este conhecimento será compartilhado
com outras instituições ( ITA, USP, IPT, Unifesp,
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etc), que após um adequado tratamento será
transformado em uma modelagem matemática
ou uma nova metodologia de operação.
A automação de uma ETA, por exemplo, foi
fruto de uma sequência como esta, ou seja,
quais parâmetros são monitorados em uma
planta (dados), quais ações são tomadas no
processo em função destes parâmetros (informação) e quais são os algoritmos de controle
que otimizam o processo (conhecimento) e por
último, qual a tecnologia disponível para automatizar o processo (novo paradigma). Da mesma forma, dados e informações sobre recursos
hídricos e saneamento ambiental, dentro dos
10 macro-temas, proporcionarão uma melhoria
contínua na gestão do setor.
Saneas: Dentro do espaço da Sabesp no CDTRHSA será possível identificar problemas e apresentar soluções, em muito menor tempo do que nos
processos atualmente utilizados?
Oto Elias: Não é objetivo principal do CDTRHSA
identificar problemas e sim oportunidades de melhoria no processo. A identificação de problemas
caberá aos Centros de Controles Operacionais
(CCOs). O CDTRHSA identificará, por exemplo,
Saneas
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entrevista
oto elias pinto
Apresentação da importância do centro de desenvolvimento, em
Seminário de Recursos Hídricos e Ações de Sustentabilidade.
que uma determinada ETE consome menos energia em KWH/m3 do que uma outra semelhante. É a
partir daí que entra em cena um estudo minucioso
sobre a estação que apresente melhor performance.
Este estudo terá a contribuição das instituições parceiras. As ações serão implementadas nas demais estações da empresa. Da mesma forma, outros gastos
como homem/hora por m3 para uma mesma planta
ou consumo de produtos químicos, também serão
objetos de estudos.
Saneas: Como o senhor avalia a manutenção da sustentabilidade nesse empreendimento?
Oto Elias: Em primeiro lugar, pela credibilidade das
instituições envolvidas (Sabesp, ITA, USP, IPT e Unifesp). Em segundo lugar, pelo apoio da prefeitura
municipal de São José dos Campos, que é acionista
da Sabesp, gestora do parque tecnológico e que historicamente estimula o desenvolvimento tecnológico. Em terceiro, estaremos efetivamente realizando
a gestão do conhecimento, implementando as me-
16
Saneas
lhores práticas, além de fomentarmos pesquisas sobre temas importantes como poluição difusa, entre
outros temas, que trarão ganhos importantes para
o setor.
Saneas: Haverá uma interação da comunidade com
a Sabesp, por meio do CDTRHSA? Em caso positivo,
de que forma?
Oto Elias: Sim, através das instituições parceiras,
principalmente as universidades e os Comitês de
Bacias.
Saneas: Entre a diversidade de tecnologias apresentadas, o segmento de automação vem ganhando
destaque na sua aplicabilidade de ponta. Para o senhor, o futuro sem fio é uma realidade próxima na
totalidade do setor de saneamento?
Oto Elias: Já é uma realidade, uma vez que a engenharia de automação está no processo, e não na
forma de transmissão de dados. Hoje já estamos todos interconectados, com vários dados disponíveis.
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entrevista
oto elias pinto
Meio Ambiente
parcerias
Mercado
sustentabilidade
Produtos
Centros de
Capacitação
Comitês de
Bacias
Universidades
Pesquisa e
Desenvolvimento
Oto Elias: Este profissional deve manter-se atualizado, pesquisando e
estudando, pois todas as
nossas ações refletirão
de alguma forma no
meio ambiente e, porSaneas: O senhor acha que
tanto, no destino das
atualmente existem profispróximas gerações. Há
sionais capacitados para
alguns anos, casacos de
atuar com todo o acervo
O superintendente da RV, Oto Elias Pinto,
peles estavam na moda,
tecnológico que está sendo
em monitoramento no Espaço da Sabesp do
cartões de visita com
desenvolvido no setor?
Parque Tecnológico de São José dos Campos.
chaminés de fábricas exOto Elias: Sim, mas a depelindo fumaça demonsmanda é sensivelmente
travam poder, e, certamente, a filosofia do markemaior e sempre será possível aperfeiçoar esses méting - que tem como principal objetivo transformar
todos e processos.
desejos em necessidades, para estimular o consumo
- será revista. O profissional desta área deve ter
Saneas: O que um profissional da área deve buscar
claro que a mudança saudável se dará com base em
para corresponder ao patamar tecnológico que hoje
conhecimento científico.
é prospectado pelo setor de saneamento?
Interpretá-los e transformá-los em conhecimento
e melhorar continuamente
a eficácia do processo é o
nosso verdadeiro desafio.
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2010
Saneas
17
matéria sabesp
São Paulo destina R$ 50 milhões em
P&D, por meio da Sabesp e Fapesp
Projetos de tratamento de
água e esgoto são prioritários
Embora órgãos de fomento se dispõem a financiar
projetos consistentes em todo o País, São Paulo ganha destaque em investimentos na pesquisa e desenvolvimento do setor. No ano passado, a Fapesp
(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo) e a Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo assinaram um acordo
prevendo um investimento de R$ 50 milhões, voltados para o financiamento de projetos propostos por
pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa paulistas e da empresa de saneamento. Cada
instituição se comprometeu a arcar com a metade
do aporte financeiro, ao longo de cinco anos.
O acordo foi focado em sete temas de pesquisa:
“Tecnologia de membranas filtrantes nas estações de
tratamento de água e de esgoto”; “Alternativas de
tratamento, disposição e utilização de lodo de estações de tratamento de água e estações de tratamento de esgotos”; “Novas tecnologias para implantação,
operação e manutenção de sistemas de distribuição
de água e coleta de esgoto”; “Novas tecnologias para
18
Saneas
melhorias dos processos de operações unitárias”;
“Monitoramento da qualidade da água”; “Eficiência
energética”; e “Economia do saneamento”.
Segundo o presidente da Fapesp, Celso Lafer, o
desafio da melhoria nos processos de tratamento de
água e esgoto, a fim de melhorar o bem-estar da
população, tem abrangência global e deve ser visto
como prioritário. O diretor científico da Fundação,
Carlos Henrique de Brito Cruz, afirmou que o formato do acordo de cooperação, que também terá
chamadas para propostas de pesquisa, permite que
todos os pesquisadores possam ter seus projetos avaliados. Do ponto de vista do avanço da ciência isso é
importante, pois aumenta a chance de se encontrar
boas idéias. Brito Cruz explica ainda que o acordo de
cooperação se insere nas formas de apoio da Fapesp
voltadas para as pesquisas que visam a aplicação – o
que corresponde a cerca de 16% de seu orçamento.
Para o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira, o grande foco desse acordo é a inovação, que
gera o motor do crescimento. Ele afirmou, quando
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matéria sabesp
foi assinado o termo de cooperação que “vivemos
um momento do saneamento em que a inovação
é particularmente importante, por três razões: há
um aumento das demandas ambientais, a regulação
está mais rigorosa graças à atuação do Estado e há
um ambiente mais competitivo, já que a Sabesp não
atua como monopólio”. Oliveira ainda sustentou que
a empresa está dedicada a promover a proatividade
em suas 17 unidades que atendem a 336 municípios. “Para isso, estamos investindo nas parcerias
com municípios, com instituições como a Fapesp e
com universidades e institutos de pesquisas”, argumentou e admitiu que a Sabesp é a quinta maior
empresa do mundo da área de saneamento e tem
apenas 0,05% de seu faturamento aplicado em pesquisa e desenvolvimento e pretende aumentar essa
proporção. As maiores empresas, como a Veolin e a
GDF-Suez, gastam respectivamente 0,46% e 0,22%
de seus orçamentos com atividades voltadas à inovação.
Inscrição de quarenta projetos
No final de abril de 2010, foi concluída a primeira
chamada pública do convênio entre Sabesp e Fapesp,
contemplando a inscrição quarenta projetos, a serem,
nesta primeira etapa, um aporte de R$ 10 milhões.
Os projetos inscritos passarão agora por uma
triagem do comitê gestor do convênio, que avaliará se as especificações do edital foram atendidas.
Em seguida, serão encaminhados aos assessores
especializados da Fapesp para apreciação técnicocientífica, com previsão de conclusão dos trabalhos
até final de agosto, quando, então, será possível
conhecer os que serão apoiados. Superadas essas
duas etapas, os projetos aprovados serão priorizados em função dos recursos disponíveis nesta pri-
Gesner Oliveira, presidente da SABESP, reforça
importância do acordo entre a entidade e a Fapesp
para o desenvolvimento do saneamento.
meira chamada, para que, posteriormente, os contratos possam ser assinados.
A parceria com a Fapesp é considerada estratégica pela Sabesp, pois permitirá melhorias nos seus
processos operacionais e, consequentemente, um
melhor atendimento à população. Também contribuirá com os planos da Companhia de prestação de
serviço fora do estado de São Paulo, já que poderá
ampliar o portfólio de produtos da empresa.
Passado um ano da assinatura do Termo de Cooperação, Gesner Oliveira reafirma que investir em
pesquisa e inovar são essenciais para o futuro da
Sabesp: “hoje, o mercado está mais competitivo, há
padrões de exigência ambiental mais rigorosos, somos regulados por uma agência externa e temos
que enfrentar o desafio de universalisar serviços.
Precisamos ter capacidade de incorporar novas
tecnologias”, conclui.
”vivemos um momento do saneamento em que a inovação é
particularmente importante, por três razões: há um aumento das
demandas ambientais, a regulação está mais rigorosa graças à
atuação do Estado e há um ambiente mais competitivo, já que a Sabesp
não atua como monopólio”
Gesner Oliveira, presidente da Sabesp
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Saneas
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matéria sabesp
Termo de Cooperação
entre a Sabesp e a fapesp
Destacamos algumas cláusulas do Termo de Cooperação, que remete à relevância dos investimentos das instituições na Pesquisa & Desenvolvimento, de suma importância para os pesquisadores:
Cláusula Primeira – Objeto
5.2. Os recursos serão desembolsados ao longo dos
5 (cinco) anos de vigência e em parcelas anuais
iguais, da FAPESP e da SABESP.
1.1. Constitui objeto, do presente Acordo, desenvolver e apoiar projetos de pesquisa científica e
tecnológica cooperativos, a serem estabelecidos
entre pesquisadores de Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa, públicas ou privadas, no Estado de São Paulo, e da SABESP.
5.3. Os recursos serão destinados exclusivamente
às propostas que forem selecionados pela FAPESP,
com a participação do COMITÊ, e serão desembolsados de acordo com o cronograma de desembolso
aprovado em cada proposta selecionada.
Cláusula Terceira
Atribuições da FAPESP:
3.1. Constituem atribuições da FAPESP:
3.1.1. Desenvolver seus trabalhos em regime de colaboração com a SABESP, conforme definido nos
editais;
3.1.2. Definir em conjunto com a SABESP, os temas
objeto das pesquisas e de interesse da SABESP;
3.1.3. Cumprir os prazos estabelecidos e informar
a SABESP através de relatórios sobre o andamento
dos projetos;
3.1.4. Disponibilizar os recursos necessários ao andamento do projeto, conforme definido no item
5.1;
Cláusula Quinta – Financiamento
5.1. O aporte financeiro para financiar projetos
no âmbito deste acordo será de no máximo R$
50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), sendo R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de
reais) a serem desembolsados pela FAPESP e R$
20
25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais) a
serem desembolsados pela SABESP.
Saneas
5.4. Os desembolsos dos recursos acima referidos
estão condicionados, obrigatoriamente, à prévia
formalização, para cada projeto, de Termo de Convênio, nos termos da letra “d” do item 3 do Anexo
II deste instrumento.
Cláusula Sétima
Propriedade Intelectual
7.1. Os direitos relativos à propriedade intelectual
eventualmente gerada, ou associados aos projetos
analisados e selecionados deverão ser acordados
em Termos de Convênio a serem estabelecidos entre a SABESP, FAPESP e as instituições dos pesquisadores proponentes, nos termos da letra “e” do
item 3 do Anexo II deste instrumento.
Cláusula Décima – Denúncia
10.1. Qualquer das signatárias poderá denunciar
o presente acordo, comunicando esta intenção à
outra parte, por escrito, com uma antecedência
mínima de 03 (três) meses e sua denúncia não afetará as ações em curso, desde que não implique em
novos desembolsos financeiros, exceto se diferentemente acordado pelas signatárias.
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2010
ponto de vista
John Anthony Allan
“O Brasil é o maior exportador
de água virtual do mundo”
“A forma como usamos a terra e os recursos hídricos no passado negligenciava os impactos ambientais
impostos pela agricultura intensiva. Esses custos não se refletem nos preços das commodities alimentícias
vendidas e compradas internacionalmente, e nem mesmo nos preços dos alimentos no mercado interno. O
Brasil não deveria correr para satisfazer a demanda global por sua água, colocando commodities no mercado
mundial a preços que impossibilitem que o ambiente das terras e dos recursos hídricos do Brasil seja usado de
modo sustentável”.
Essas são as palavras do cientista britânico John Anthony Allan, professor no King’s College de Londres
e na Escola de Estudos Orientais e Africanos. Laureado com o “Prêmio da Água de Estocolmo 2008” e
conhecido no mundo inteiro por ter criado o conceito de água virtual, Allan identifica que as grandes
economias de água podem ser feitas no setor agrícola, onde os volumes de água usados são vastos.
“Os agricultores tomam conta de toda a água verde.
Junto com os engenheiros, eles tomam conta de toda
a água azul usada na agricultura irrigada. Junto, isto
representa 80% da água usada no mundo inteiro.
Os agricultores detêm a chave para a segurança da
água – especialmente no Brasil”, alerta.
Confira a sua entrevista registrada no Portal do
Meio Ambiente.
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Portal: O senhor pode explicar o conceito de “água
virtual”? Como fazer o cálculo de quanto cada produto consome de água?
John Anthony Allan: Os alimentos e outras commodities necessitam de água para serem produzidos.
As commodities alimentícias possuem um teor de
água particularmente grande. Por exemplo, as seguintes quantidades de água são necessárias para
produzir 1 quilo de: Trigo: 1.300 litros/ Milho: 900/
Arroz: 3.400/ Carne de frango: 3.900/ Carne de porco: 4.800/ Carne de ovelha: 6.100/ Carne de gado:
15.500 / Algodão: 11.000. Ou a seguinte quantidade
de litros de água é necessária para produzir 1 unidade dos seguintes produtos: Um litro de leite: 1.000
litros/ Uma xícara de chá: 30/ Uma xícara de café:
140/ Uma folha de papel: 10/ Uma fatia de pão: 40/
Saneas
21
ponto de vista
John Anthony Allan
Uma maçã: 70/ Uma camiseta: 2.700. A água embutida nisso é chamada de água virtual.
Quando uma commodity é exportada de um país
para outro, o país importador se torna seguro em
termos de água e alimentos contanto que tenha
uma economia que seja diversificada, e as pessoas
tenham meios de vida que lhes possibilitem comprar
alimentos importados. Das 210 economias existentes
no mundo, ao menos 160 são economias “importadoras” de água virtual. Há apenas cerca de 10 economias que têm um excedente de água significativo
que pode ser “exportado” em forma virtual. Esses
países incluem os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, Argentina e França. O Brasil é, em potencial, o
maior “exportador” de água virtual do mundo.
John Anthony Allan: Será muito difícil fazer com
que o valor da água usada na produção de alimentos de origem vegetal e de carne se reflita no preço
dos alimentos. Nem os agricultores que produzem
as commodities, nem os comerciantes que as tornam disponíveis nas economias importadoras de
alimentos, nem seus clientes e consumidores estão
conscientes do teor de água embutida nelas e de
seu valor. É improvável que a regulamentação cause
algum impacto porque os números sobre o teor de
água são muito imprecisos e podem ser facilmente
questionados. Educar os consumidores é uma forma
mais provável de mudar seu comportamento e sua
forma de consumo. Os desafios políticos são imensos, especialmente numa economia de mercado.
Portal: Quais as maiores consequências ambientais
para um país como o Brasil, a partir desta consideração de ser o maior exportador de água virtual do
mundo?
John Anthony Allan: A forma como usamos a terra
e os recursos hídricos no passado negligenciava os
impactos ambientais impostos pela agricultura intensiva. Esses custos não se refletem nos preços das
commodities alimentícias vendidas e compradas
internacionalmente, e nem mesmo nos preços dos
alimentos no mercado interno. O Brasil não deveria correr para satisfazer a demanda global por sua
água, colocando commodities no mercado mundial
a preços que impossibilitem que o ambiente das
terras e dos recursos hídricos do Brasil seja usado
de modo sustentável.
Portal: Qual a importância de se divulgar a “pegada
da água” e que tipo de ações deve ser pensado como
resposta aos resultados apresentados por essa “água
virtual”?
John Anthony Allan: O conceito de “pegada de
água” é uma forma muito eficaz de contribuir para
conscientizar os agricultores, negociantes, supermercados e consumidores a respeito do teor de água
das commodities que eles produzem, vendem ou
compram e consomem. A comparação da pegada
de água de uma dieta pesada a base de carne de
gado que consome 5 m3 de água por dia com a de
um vegetariano que consome 2,5 m3 de água por
dia apresenta um resultado crasso. Tem-se mostrado
que uma dieta pesada a base de carne de gado e
outros produtos de origem animal é muito ruim para
a saúde de um indivíduo. Ela também é muito ruim
para o meio ambiente aquático.
Portal: Como podemos fazer para que essa “água
virtual” seja contabilizada e informada para os consumidores? O senhor acredita que isso ajudaria na
questão da economia da água?
É improvável que a regulamentação cause algum impacto porque
os números sobre o teor de água são muito imprecisos e podem ser
facilmente questionados. Educar os consumidores é uma forma mais
provável de mudar seu comportamento e sua forma de consumo.
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Saneas
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2010
ponto de vista
John Anthony Allan
Portal: De que forma o tratamento de esgotos contribui para a economia da água? Quanto se gasta
de água para fazer um saneamento básico de qualidade?
John Anthony Allan: A maior parte da água é usada
para produzir alimentos. Mais de 80% da água que
um indivíduo ou uma economia necessita são usados na produção de alimentos. 70% dessa água é
água verde – ou seja, água proveniente de chuva
que é retida no solo. A maior parte da produção
agrícola do Brasil vem dessa água que está no solo.
Os outros 30% são constituídos de água azul ou
água doce. A água doce vem dos rios e do lençol
freático. A água que usamos em casa e para trabalhos corresponde a entre 10 e 20% da água de que
um indivíduo ou uma economia necessita. A proporção depende de quão industrializada é a economia e
de quão elevado é o padrão de vida. Os efluentes líquidos e o esgoto são gerados pelo uso doméstico e
industrial de água. Mediante um investimento considerável, os efluentes podem ser reutilizados. Mas é
preciso lembrar que esses efluentes são sempre uma
pequena proporção do total de água de que a sociedade necessita. É cada vez mais possível e apropriado que as economias avançadas invistam na reutilização de efluentes. Mas a decisão política de alocar
verbas para investir no tratamento de efluentes urbanos tem de ser ponderada levando em conta o
valor do investimento em outros setores, como educação, saúde, comunicações, energia etc. As grandes
economias de água podem ser feitas no setor agrí-
Mais de 80% da água que um indivíduo
ou uma economia necessita são usados na
produção de alimentos.
cola, onde os volumes de água usados são vastos. Os
agricultores tomam conta de toda a água verde. Ao
lado dos engenheiros, eles tomam conta de toda a
água azul usada na agricultura irrigada. Junto, isto
representa 80% da água usada no mundo inteiro. Os
agricultores detêm a chave para a segurança da
água – especialmente no Brasil.
Fonte: Portal do Meio Ambiente/ Graziela Wolfort
Tradução da entrevista: Luís Marcos Sander.
JORNAL
AESABESP
Mais que um Jornal, um Projeto Socioambiental.
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Anuncie: Tel: 11 3263 0484 - 11 7515 4627 - [email protected]
Saneas
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visão de mercado
Ricardo Camargo Mendes
Brasil na rota global de P&D
Ricardo
é mestre em
Relações
Internacionais
pela Universidade
de Cambridge
e sócio-diretor
da Prospectiva
Consultoria
em Negócios
Internacionais.
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Nas últimas duas décadas, o mundo assiste ao
redesenho do mapa de investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Nesse processo, está diminuindo a concentração dos
recursos aplicados pelos países desenvolvidos, e
aumentado os registrados nas economias em desenvolvimento.
No entanto, há diferenças relevantes nesse último grupo, chamando a atenção para a necessidade de aplicação, pelo Brasil, de uma estratégia
para fazer o melhor proveito possível do movimento em curso.
Tal movimento deve-se a diversos fatores,
sendo um dos principais a inclusão de PD&I nas
políticas de desenvolvimento de vários países.
Para incentivar a produção do conhecimento que
é capaz de se transformar em bem ou serviço de
maior tecnologia e valor agregado, esses países
adotaram medidas em diferentes áreas. E empresas inovadoras que procuram reduzir custos e
acessar novos processos de pesquisa não tardaram a reconhecer, nessas economias, oportunidades de investimento.
O Science and Engineering Indicators 2010 do
National Science Board (NSB), dos Estados Unidos, mostra a descentralização em P&D. Em 2007,
América do Norte e União Europeia respondiam
por 63% do US$ 1,1 trilhão em investimentos
mundiais nessa área, ante 71% em 1996. O principal ganho foi da Ásia/Pacífico, que subiu de 24%
para 31%, em boa parte devido à China e
tigres asiáticos. A fatia do resto do mundo subiu de 5% para 6% (2,6% são da
América Latina e Caribe).
As multinacionais dos EUA são
outro indicador importante.
Em 1995, cerca de 90% dos
investimentos em P&D
de suas afiliadas (mais
de 50% de capital
dos EUA) foram
em
países
europeus
Saneas
desenvolvidos, Canadá e Japão. Em 2006 foram
80%. Enquanto isso, as filiais na China, Coreia do
Sul e Cingapura puxaram a participação da Ásia,
excluído o Japão, de 5,4% para 13,5%. China e Índia, que em 1994 respondiam por menos de US$
10 milhões cada, passaram a contar com US$ 800
milhões e US$ 310 milhões, respectivamente. No
Brasil foram US$ 570 milhões, a maioria no setor
automobilístico.
Para o NSB, o Brasil é um dos 15 maiores investidores em P&D. De fato houve um salto no
país, que também identificou nessa área chances
de acelerar seu desenvolvimento.
Segundo o governo, os dispêndios em P&D
passaram de US$ 6,64 bilhões (1,3% do PIB) em
2000, para US$ 20 bilhões (1,43% do PIB) em
2008. Isso reflete ações como as leis de patentes
(1996), que foi um divisor de águas em P&D, a
da Inovação (2004), a Política de Desenvolvimento Produtivo (2008), a criação de órgãos como a
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
(ABDI) e a reestruturação de outros como o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Reflete também a liberação de recursos do
governo e investimentos do setor privado.
Com isso tudo, áreas de destaque global
estão surgindo, incluindo a de
saúde e biotecnologia,
além da consolidação
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2010
visão de mercado
Ricardo Camargo Mendes
de outras, como a de tecnologia verde e de exploração petrolífera. Isso se comprova ainda pelos temas
predominantes nos artigos brasileiros em publicações indexadas.
O que esses e muitos outros dados demonstram,
portanto, é que o Brasil responde aos estímulos para
gerar e exportar conhecimento produtivo. Mas o
país deve agora avaliar os resultados obtidos desde a
implantação da lei de patentes e estabelecer diretrizes para o futuro. Ainda há tempo para correções de
percurso, evitando que fiquemos para trás na corrida
global do conhecimento.
As travas à maior competitividade que já podem
ser identificadas têm solução. Um exemplo: falta
uma estratégia que coordene as ações dos atores
envolvidos em PD&I dentro e fora do governo, o que
é possível de ser feito. Isso resolveria outras questões, como o temor de algumas empresas de usar a
lei da Inovação para desoneração de impostos. Como
a definição de inovação na lei é ampla, teme-se que
o fisco não aceite a aplicação feita. Outro exemplo
são incertezas referentes à proteção da propriedade intelectual, causadas em grande parte devido ao
posicionamento adotado pelo Brasil em fóruns internacionais.
Há espaço para incrementar a parceria empresas/
universidades, reconhecida internacionalmente como
produtiva. A parceria cresceu, mas continua em nível
que impede que boa parte da produção dos cientistas
atinja o mercado. A co-operação entre países - como
entre governo/governo, governo/empresa, empresa/
empresa, universidade/universidade e empresa/universidade - também deve ser estimulada.
Os financiamentos para P&D aumentaram, porém
é necessário mais, porque os inovadores lidam com
investimentos elevados e de alto risco. Os investimentos em inovação pelas filiais dos EUA no Brasil
mostram áreas ainda pouco exploradas e que podem
ser atrativas, como a de serviços científicos e a indústria farmacêutica.
Outro ponto crucial é educação. Nossas universidades são um foco importante de produção científica.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) diz que em 2006, os Brics (Brasil,
Índia, Rússia e China) formavam 50% mais doutoran-
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2010
dos que a OCDE. Mas outros dados nessa área mostram diferenças. Segundo o NSB, de 1980 a 2000, a
fatia da China de pessoas com terceiro grau passou de
5% para 11% do total mundial. O da Índia subiu de
4% para 8%. O Brasil ficou estagnado em 2%.
O Brasil está amadurecendo rapidamente em
PD&I e por isso deve ter uma estratégia para utilizar
melhor suas capacidades competitivas. O mais preocupante é que estamos perdendo terreno em diversos aspectos para vários asiáticos. Poucas são as economias em desenvolvimento com atrativos como a
nossa - como estabilidade econômica e política, segurança nas regras de propriedade intelectual e presença de empresas multinacionais no mercado há
mais de cem anos. Por isso, aqui dentro é preciso
equacionar os gargalos para a inovação e, no exterior, é fundamental promover esses ativos.
Fonte: Valor Econômico
Saneas
25
artigo técnico
Tubos de PVC Orientado: uma
alternativa tecnológica para a
condução de água e esgoto sob
pressão em saneamento
Por Jorge Jorge Neves Moll
Engenheiro Especialista da Amanco Brasil. Engenheiro Civil graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo; Mestre
em Engenharia Sanitária pela Fundação de Ensino Especializado de Saúde Pública do RJ e, há 10 anos, atua como
Especialista na Amanco Brasil, onde responde por Inovação e Desenvolvimento de Produtos
Introdução
A experiência adquirida no saneamento para tubulação indica que para fazer frente às agressões do
transporte, manuseio e assentamento, os materiais
dos tubos devem apresentar determinadas propriedades, tais como:
■■ resistência máxima à tração na falha;
■■ tenacidade: alta resistência à falha frágil, isto é,
habilidade para absorver energia, o que melhora
a resistência ao impacto;
■■ ductibilidade: escoamento X fissura, isto é, equilíbrio entre resistência e tenacidade.
Após quaisquer dos processos de orientação, o
tubo é resfriado rapidamente à temperatura ambiente, de forma a estabilizar a estrutura molecular
orientada. A orientação molecular cria uma estrutura lamelar no material da parede do tubo. Esta estrutura proporciona resistência à fratura frágil oriunda
de pequenas fendas ou arranhões na superfície da
parede do tubo, que é normal durante o transporte,
manuseio e assentamento de tubos.
Orientação do PVC
A orientação molecular de termoplásticos resulta
em melhoria das propriedades físicas e mecânicas. A
orientação é levada a efeito em temperaturas bem
acima da temperatura de transição vítrea.
A orientação do material do tubo de PVC rígido
(não plastificado, PVC-U), pode ser induzida por diferentes processos.
Uma opção de processo de orientação é denominada “em linha”, onde um tubo espesso (pré-forma),
diretamente após o processo de extrusão, é, condicionado em linha na temperatura de orientação molecular e, no qual, através de dispositivo mecânico, a
pré-forma é expandida, orientando as moléculas na
direção axial e circunferencial.
Dependendo do grau de orientação induzido no
processo de produção, obtêm-se diferentes valores
de resistência à tração (MRS).
26
Saneas
Imagem 1 - Detalhe da estrutura lamelar da parede
do tubo
O PVC-O pode ser considerado altamente resistente ao entalhe devido à morfologia da orientação
do material do tubo, não havendo risco da propagação rápida de eventual fissura. Também são resultados do processo de orientação molecular a melhoria
da resistência à tração circunferencial e a resistência
ao impacto. Além disto, incorpora resistência a cargas cíclicas ( bombeamento de esgoto, por exemplo).
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artigo técnico
PVC-O
Alta resistência à tração
Alta resistência à cargas cíclicas
Alta tenacidade
Alta ductibilidade
ou seja
ROBUSTEZ
Imagem 2 - Detalhe do processo de fabricação
devido à mudança de estrutura
Características do Tubo
DN
100
150
200
250
300
D1
119,0
171,2
223,4
275,8
328,2
D2
111,4
160,6
209,6
258,8
308,0
d2
118
170
222
274
326
e
3,3
4,7
6,2
7,6
9,0
A
5890
5910
5930
5960
5990
B
128,7
148,4
164,6
188,4
213,5
Imagem 3 – Desenho técnico e dimensões dos tubos
Conexões empregadas com os tubos de PVC- O
devem ser ferro fundido ductil fabricadas em acordo
com a NBR 7675.
Aplicação
Com as propriedades previamente citadas, os tubos
de PVC-O são indicados para adutoras ou redes de
distribuição de água e é o único tubo de PVC indicado por norma (NBR 15750) para o bombeamento
de esgoto, onde o tubo fica sujeito à cargas cíclicas
devido a oscilações de pressão.
Norma
Os tubos de PVC-O seguem a norma ABNT NBR
15.750:2009.
Propriedades
A tecnologia de fabricação dos tubos de PVC-O
Amanco Biax tem a capacidade de potencializar as já
excelentes qualidades do material PVC, entre elas:
Maior resistência: suporta maior pressão hidrostática interna em comparação com os demais tubos
janeiro / fevereiro / março
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2010
Medidas em milímetros
termoplásticos normalizados, além de não ser atacado por processos de corrosão;
Robustez: a excelente resistência aos impactos,
ótima ductilidade (capacidade plástica de deformação e resistência à pressão sem danos ao material)
torna o produto robusto;
Leveza: facilita o transporte, manuseio e instalação, dispensando equipamentos pesados. Aliada ao
acoplamento simples faz a diferença em termos de
custo, desempenho e velocidade da instalção em relação à tubulações feitas em outros materiais;
Flexibilidade: é decorrente da espessura de parede mais esbelta que incorpora melhor capacidade
de adaptação às curvaturas do traçado de rede em
comparação com as soluções tradicionais, sem prejudicar sua estrutura;
Solução Sustentável: o processo de fabricação
dos Tubos Amanco Biax significa economia considerável em energia consumida para sua fabricação
quando comparados a outras soluções de mercado
para a mesma aplicação, minimizando os impactos
ao meio ambiente.
Saneas
27
artigo técnico
Resistência à Corrosão: os tubos são imunes à
corrosão e às substâncias químicas naturais, bem
como é resistente à agressão de micro organismos.
Portanto, os tubos de PVC-O não são degradáveis e
não requerem qualquer tipo e proteção especial ou
revestimento.
Mantém Qualidade total da água: a matéria-prima não altera a qualidade da água, uma vez que o
tubo não sofre corrosão e também não há migração
de qualquer componente do tubo para a água.
Atende aos critérios da norma de teste ABNT
NBR 8219 e aos limites regulamentados pelo Ministério da Saúde, garantindo esta qualidade.
Junta estanque: As juntas de ponta e bolsa com
anel elástico são estanques, comprovado através de
rigorosos testes de norma (NBR 15750). As juntas
dos tubos Amanco Biax são de fácil montagem e
podem ser instaladas por trabalhadores sem treinamento especial.
Capacidade Hidráulica: os tubos de PVC-O possuem maior área de vazão, sendo 16% maior em relação aos tubos de PVC DeFOFO PN16 e 50% maior
em relação aos tubos de PE PN16.
Efeito do golpe de Aríete: Devido à sua maior área
de vazão e ao seu comportamento elástico, o efeito
do Golpe de Aríete é bem menor nos tubos Amanco
Biax do que nos tubos de Ferro Fundido.
Características tubos termoplástico
PVC-O (MRS 45)
Resistência
PVC-U (MRS 25)
PE 100 (MRS 10)
PRFV
Eficiência
PN/kg
Resistência ao
impacto
Resistência à
Permeabilidade
Flexibilidade
Axial
Robustez
Frágil para Dúctil
Transição de Fratura
Resistência a
Propagação Lenta da
Fissura
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artigo técnico
A Sabesp e os materiais
para saneamento: uma história
de muitas batalhas
Por Adilson Menegatte de Mello Campos
Tecnólogo responsável pela área de inspeção no CSQ da Sabesp e professor pleno nas disciplinas de Construção Soldada
e Construção de Máquinas na Faculdade de Tecnologia de São Paulo e autor de vários trabalhos técnicos voltados para a
área de metalurgia e obras de saneamento.
A Sabesp desde seu nascimento sempre teve a vocação para apresentar novas alternativas aos grandes
desafios que se impõem a quem deseja fazer saneamento em uma grande metrópole.
Se formos relembrar, a Sabesp é originária da
fusão da FESB , SAEC e COMASP, sendo esta última, uma empresa de economia mista, formada pelo
Governo do Estado de São Paulo e por uma empresa
Norte Americana (Montgomery) .
A COMASP foi concebida para desenvolver o “Sistema Cantareira” como solução ao crônico problema
de falta de água na capital. Aparecem, então, os primeiros projetos com grandes tubulações em aço soldado, sistemas de proteção catódica, barragens com
comportas de coleta seletiva de água, a elevatória
de Santa Inês e a ETA Guarau. Obras grandiosas, com
soluções de engenharia complexas, exigindo a formação de equipes de profissionais de primeira linha,
com grande conhecimento e experiência em obras
de porte, particularmente obras de barragem.
A COMASP, então, foi buscar no mercado esses
profissionais (a maioria vindos da CESP e da CEMIG)
e iniciou um amplo trabalho de formação de sua
própria mão de obra, através de cursos intensivos a
todos os funcionários recém contratados.
Este início já sinalizava os tempos que viriam,
pois ao se fundar a Sabesp, perdeu-se o vínculo com
o parceiro internacional e os problemas começaram
a ser enfrentados por profissionais ainda jovens e
com pouca experiência em obras de saneamento.
Não demorou muito para se perceber que o sistema de proteção catódica implantado, que era usual
nos Estados Unidos, se mostrou ineficiente no solo
paulista. A busca de outras soluções levou a empre-
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sa a contratar toda uma equipe de pesquisadores do
IPT que trabalhavam neste assunto. Novos estudos e
pesquisas foram elaborados e algumas alternativas se
apresentaram, porém havia uma dificuldade adicional
não prevista na literatura mundial: a incredulidade do
diretor da época que se mostrava pouco disposto a
concordar com o “aumento do custo da obra”.
Ele exigiu que se comprovasse os princípios do
sistema com uma demonstração prática, e lá fomos
nós para a margem de uma ferrovia, munidos com
uma cuba com água, duas placas de metal (uma de
aço e uma de zinco) interligando-as na linha do
trem. Enquanto o nosso especialista discorria sobre a “célula de Daniel” o trem passou e a corrente gerada no sistema “consumiu” a placa de zinco
em segundos, diante dos olhos arregalados de um
engenheiro que após isso, passou a ser um grande
defensor da técnica.
Os profissionais que iniciaram a Sabesp já sabiam
que os materiais e equipamentos de boa qualidade
eram primordiais para um bom desempenho, pois
eles poderiam colocar a perder um bom projeto e/
ou uma obra feita com esmero e dedicação. Assim,
começaram de forma incipiente e desordenada a
formação das primeiras equipes dedicadas a estudar
e a avaliar produtos e fabricantes que viriam a ser
nossos fornecedores.
Evidentemente, a grandiosidade da cidade e das
necessidades de materiais e equipamentos para possibilitar a oferta de água de boa qualidade a população e um tratamento de esgoto digno, gerou
forte expectativa nos fornecedores de materiais que
viram na Sabesp alguns aspectos interessantes, tais
como: ter um dos maiores mercados de saneamen-
Saneas
29
artigo técnico
to do mundo, num único estado e ser uma empresa
que prima pelo pagamento em dia de seus contratos
(coisa raríssima em empresas do ramo).
Assim, houve a necessidade de se criar mecanismos que evitassem a entrada de produtos de má qualidade ou daqueles que, após concretizada a venda,
desapareciam como por encanto, largando um potencial problema às nossas equipes de manutenção.
Esse trabalho, no princípio, recebeu críticas contundentes de várias áreas externas e também internas. Falava-se que isto “impedia a livre concorrência”, que isto “provocaria atrasos nas licitações” e
mais recentemente, que afrontaríamos os princípios
da lei 8666, além de outras considerações que pretendiam acabar com o programa.
Havia, também, a necessidade de se ouvir as bases que efetivamente utilizavam os materiais e interpretar esses anseios. No entanto a Sabesp ainda
não tinha o hábito de debater internamente suas
exigências assim como não era possível identificar
interlocutores que pudessem apontar essas demandas e a partir disso buscar no mercado soluções e
até, desenvolver novos fornecedores.
Os problemas iniciais indicaram que seria importante a adoção de algumas estratégias:
■■ Foi necessário elaborar metodologias adequadas
para avaliar previamente os materiais, equipamentos e fabricantes de forma a só iniciar testes
de campo, quando houvesse o máximo de segurança na aplicação desse produto.
■■ Criar um vínculo forte entre as áreas de forma a
manter constantes informações sobre o desempenho dos produtos mais significativos de uso na
empresa.
■■ Conseguir manter a serenidade diante dos vendedores de milagres, assim como não descartar
prematuramente uma idéia que se imagina fantasiosa, mas que eram na verdade produtos que
fugiam do convencional, porém com resultados
e custos interessantes.
Em alguns casos, medidas corajosas precisaram
ser tomadas, veja-se o exemplo dos tubos de polietileno para ramais: o seu uso em lugar dos tubos de
ferro galvanizados era considerado como um grande
avanço para o sistema, pois reduziríamos as fraturas
por corrosão, além de aumentar a vida útil do ramais
, pois esse material não permite a formação de de-
30
Saneas
pósito de minerais e de óxidos no interior dos tubos,
reduzindo sua secção. No entanto, os primeiros tubos adquiridos eram de péssima qualidade. Os tubos
eram fabricados com grande quantidade de material
reciclado, com rupturas constantes e muita reclamação das áreas de instalação. A equipe de inspeção
tinha grande dificuldade em reprovar o material,
visto que a norma brasileira da época não possuía
um elenco de ensaios que efetivamente pudesse separar o material bom do ruim. Assim a Sabesp precisou lançar mão de seu corpo técnico e elaborar
normas técnicas internas que melhor classificassem
o material. Para demonstrar à comunidade sabespiana que se tratava de um novo material, a norma
Sabesp exigiu que os tubos para água tivessem cor
azul, pois os tubos na cor preta estavam com má
fama na empresa. E essas soluções foram coroadas
de sucesso, sendo que hoje a empresa instala quase
2.000 km desses tubos por ano, com um índice de
reclamações próximo de zero.
Outro exemplo significativo ocorreu com a compra de comportas. A partir do ano 2000, começaram
a ser adquiridas comportas em aço inox, de excelente
qualidade, porém a um custo muito alto. Quando da
avaliação do material e do fabricante, vislumbrou-se
a boa operacionalidade do produto, porém precisávamos verificar seu funcionamento por algum tempo e a capacidade de atendimento pós venda desse
fabricante, cuja sede fica no exterior. Após algum
tempo de uso, o produto demonstrou excelente desempenho, porém só após desenvolvermos um outro fornecedor (também com sede no exterior) é que
conseguimos reduzir o custo desse equipamento a
valores bem mais realistas, possibilitando o seu uso
em toda a Sabesp.
O cuidado com a vida da população também se
reflete no esmero com os materiais. Várias ações foram ensejadas, quando os países do mercado europeu reduziram os limites de aceitação de epicolidrina na água (a epicolidrina é um dos componentes do
epóxi, material bastante utilizado no revestimento
de tubulações), durante dias todas as aquisições de
materiais revestidos com epóxi foram suspensas, até
que se comprovou o atendimento aos novos parâmetros dos materiais que utilizávamos.
No caso das peças de liga de cobre, a Sabesp
ainda é pioneira na exigência de revestimento des-
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artigo técnico
sas peças com níquel químico (conforme padrão
europeu), pois os teores de chumbo que foram
encontrados nos materiais utilizados no passado,
apresentavam contaminação por chumbo, muito
superior ao permitido pela legislação (portaria 518
do Ministério da Saúde).
Desta forma, a Sabesp tem se transformado em
modelo de gestão de materiais para outras empresas congêneres, recebendo constantes visitas
de empresas interessadas em implantar sistemas
semelhantes.
Hoje, somos detentores de um contrato de prestação de serviços de qualificação e de inspeção de
materiais com a Cesan ( Espírito Santo), onde se
busca levar a essa empresa, toda a experiência acumulada nessas décadas de trabalho.
Os processos de qualificação e inspeção de materiais são constantemente reavaliados, para permitir
sua máxima eficácia, trazendo para as áreas operacionais a tranqüilidade de realizar seus serviços utilizando materiais de bom desempenho; e às áreas de
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compras, a certeza de fazer licitações onde haverá
o concurso de empresas que apresentam produtos
com um padrão de qualidade pré-definido, a um
preço justo.
Esta é uma luta sem fim, pois as necessidades da
empresa aumentam, conforme seus processos vão
ficando mais sofisticados, o consumidor passa a ficar cada vez mais exigente com o produto que recebe (não só a qualidade da água, mas também a
constância do abastecimento e coleta do esgoto),
as dificuldades de atendimento passam a ser cada
vez maiores (São Paulo tem baixos recursos hídricos disponíveis, o que obrigará a empresa a ir buscar novas fontes cada vez mais longe e mais difíceis) e novas soluções tecnológicas aparecem todo
dia, pois como já disse o sábio: “a necessidade é a
mãe das invenções”.
Saneas
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Cabeçalho
AESabesp de
olho na Copa
Preparações para
a Copa de 2014
Desde que saiu a nota oficial de que o Brasil irá sediar a 20ª Copa do Mundo, em 2014,
o espírito de alegria e ansiedade tomou conta dos brasileiros. E não é sem motivos, pois
o nosso País é a verdadeira terra do futebol – se não é a de origem, é de natureza, pela
adoração, arte e talento empregados a este esporte.
Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, deve
abrigar aSaneas
final da Copa do Mundo de 2014.
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copa do mundo
Além de fazer bem à auto-estima do brasileiro, a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil também é
uma grande oportunidade de trabalho e de avanço no nosso País, uma vez que será exigida uma renovação
da infra-estrutura de nossas principais cidades. Isso inclui investimentos em ampliação de aeroportos, metrôs,
sistemas rodoviários, ferroviários e portuários, estrutura hoteleira, rede de telecomunicações, hospitais, sistemas
de segurança e geração de energia. E obviamente o setor de saneamento também estará em expansão, uma vez
que faz parte da base de todo esse cenário.
Mas como toda boa oportunidade, a carga de responsabilidade que vem junto também é grande. A AESabesp
começa desde já a integração com este momento histórico e em seu XXI Encontro Técnico – Fenasan 2010, a
ser realizado nos dias 10, 11 e 12 de agosto no Expo Center Norte, formará a mesa redonda “Copa de 2014 e
infraestrutura em saneamento das cidades sedes”.
Veja como está sendo preparada a estrutura de abastecimento de água e esgotamento sanitário nas cidades
que sediarão a Copa no Brasil:
Belo Horizonte - MG
O Estádio Público de Minas Gerais, conhecido como
Mineirão, foi o escolhido para sediar a copa na capital mineira, cujo saneamento é feito pela Copasa
– Companhia de Saneamento de Minas Gerais. De
acordo com informações registradas pela AESBE, foram investidos mais de R$ 460 milhões na ampliação
e melhoria do saneamento básico de Belo Horizonte,
entre 2003 a 2008. Ainda estão previstos investimentos da ordem de R$ 290 milhões para ampliação, melhorias e expansão dos serviços até 2011.
Brasília - DF
O Estádio Público do Distrito Federal, batizado com
o nome de Mané Garrincha, foi o escolhido para
sediar a copa na capital do País, cujo saneamento
é feito pela Companhia de Saneamento Ambiental
(Caesb). A meta do Governo do Distrito Federal é
chegar ao máximo, em 2014, com 100% de coleta
de esgotos e abastecimento de água, com todos os
serviços universalizados.
Cuiabá - MT
O “Verdão” é o Estádio Público da capital matogrossense, cujos serviços de saneamento são prestados pela Companhia de Saneamento da Capital
(Sanecap), que prevê um investimento de R$ 238
milhões em obras, para atingir a universalização
em abastecimento de água e concluir as obras da
Estação de Tratamento de Água “Tijucal”. Para o esgotamento sanitário, serão executados aproximadamente 280 mil metros de rede coletora, além de
coletores-tronco.
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copa do mundo
Curitiba - PR
Será o Estádio “Arena da Baixada”, do Atlético Paranaense, a sede da capital paranaense, que conta com
obras intensificadas há muito tempo pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Em obras
de esgoto os investimentos já totalizam R$ 211,6
milhões e, em 2 anos, deverá ser ampliada a rede
de água em mais 98 km e a de esgoto em 571 km,
por toda a cidade. Com as obras em andamento, os
investimentos em Curitiba chegam a R$ 199,5 milhões.
Fortaleza - CE
O Estádio Público do Ceará, conhecido como Castelão, foi o escolhido pra sediar a copa na capital
cearense, que “em dois anos deverá estar pronta
para receber as delegações desportivas”, de acordo
com informações da Companhia de Água e Esgoto
do Ceará (Cagece), que afirma a execução, até 2012,
de obras de melhoria, implantação e ampliação dos
sistemas de água e esgoto, com investimentos previstos na ordem de R$ 458,9 milhões.
Manaus - AM
O “Vivaldão” é o Estádio Público da capital amazonense, que tem seus sistemas de abastecimento e
de esgotamento sanitário operados pela Companhia
Municipal Águas do Amazonas. O investimento previsto para o saneamento da cidade, em função da
Copa de 2014 está estimado em R$ 500 milhões para
água e R$ 150 milhões para esgoto, com a ampliação de adutoras, de reservatórios e construção de
uma nova estação de captação.
Natal – RN
Esta Capital ainda construirá a sua sede para os jogos, com a edificação do “Estádio das Dunas”. Para a
estrutura dos serviços de saneamento, a Companhia
de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern)
afirma estar investindo R$ 283,3 milhões em obras
de esgotamento sanitário e R$ 40,4 milhões em melhorias e implementações no abastecimento de água
em Natal, totalizando R$ 323,7 milhões.
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copa do mundo
Porto Alegre - RS
A capital gaúcha sediará os jogos da Copa 2014 no
Estádio Beira-Rio do Sport Club Internacional . O
Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae)
de Porto Alegre afirma que 100% da população têm
acesso a água tratada e contará com 80% dos esgotos tratados em 2012. Em 2014, a expectativa é
de atingir a um índice de 83% de tratamento e ultrapassar as metas do milênio de reduzir em 50% o
déficit em saneamento 2015. Para tanto, serão investidos R$ 586,7 milhões.
Recife - PE
A capital pernambucana também contará com um
estádio ainda a ser construído, denominado “Arena
Recife”. A cidade, atendida pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), é uma das que
requerem maior investimento, mais de R$ 1 bilhão.
Recursos da ordem de R$ 400 milhões serão demandados em esgotamento sanitário, cujo índice de
40% deverá ser elevado para 70%, até 2014. Já em
relação à água, o investimento é estimado em R$
700 milhões.
Rio de Janeiro – RJ
Com grandes possibilidades de sediar a final da Copa
2014, o famoso Maracanã é o Estádio Público do
Rio de Janeiro, escolhido na capital carioca, cujo saneamento é feito pela Cedae (Companhia Estadual
de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), que investe
em tratamento de esgoto nos bairros do entorno do
estádio: Maracanã, Tijuca, Praça da Bandeira, Centro, Praça Mauá e Saúde, bem como na despoluição
das Lagoas Rodrigo de Freitas, da Barra, da Tijuca e
de Jacarepaguá e no total abastecimento de água.
Salvador: - BA
Será o Estádio Público da Bahia “Fonte Nova”, que
receberá a copa em Salvador. A Empresa Baiana de
Águas e Saneamento S.A (Embasa) confirma o investimento de R$ 109 milhões no sistema integrado de
abastecimento de água, para ampliação de adutoras,
implantação de estruturas de controle de vazão, instalação de novas linhas de alimentação dos principais reservatórios da cidade e a substituição de redes
distribuidoras antigas, para atender a demanda.
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copa do mundo
São Paulo - SP
O nosso Morumbi, Estádio Cícero Pompeu de Toledo,
de propriedade do São Paulo Futebol Clube, será o
grande cenário da Copa 2014 em São Paulo, inclusive muito cotado para sediar o jogo de abertura do
evento. A cidade conta com aproximadamente 11
milhões de habitantes e possui cobertura de 100%
com água, 97% com esgotamento sanitário, sendo
que 75%, possuem coleta e tratamento.
A finalidade das obras previstas pela Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo) é elevar o índice de tratamento do esgoto, que já conta já conta com 97% do seu efluente
coletado. Investimentos na ordem de R$ 535 milhões estão previstos para implantação de coletores
e interceptores. Também é evidente o esforço para a
conclusão da 3ª etapa do Projeto Tietê, previsto para
2015, que otimizará a Capital e toda a região metropolitana. O principal agente financiador da obra é o
BID, com um aporte estimado em US$ 800 milhões
para a sua realização.
Demais obras em São Paulo
para receber a Copa 2014
De acordo com a SPTurismo, Empresa de Turismo
e Eventos da Cidade de São Paulo, cerca de R$ 34
bilhões serão investidos pela Prefeitura e Governo do
Estado até 2014 em obras estruturais importantes para
enfrentar o maior desafio da metrópole: a mobilidade
urbana. Essas intervenções estruturais já estavam
previstas, mas tiveram seu cronograma ajustado de
forma a atender à Copa de 2014. São elas:
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Imagem do projeto de Ruy Othake/
GMP, de como ficará o Morumbi, por
cima, em 2014, cedida pela FC Press.
Alargamento da Marginal Tietê
Prolongamento da Jacu-Pessego: Guarulhos,
Mauá e ABC
Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas
Metrõ Linha 2 - Verde - Alto do Ipiranga – V.
Prudente
Metrõ Linha 4 - Amarela - Luz - Vila Sônia
Metrõ Linha 6 - Lilás - Largo 13 - Chácara Klabin
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copa do mundo
Projeto de alargamento
da Maginal Tietê
Projeto para o estádio do
Morumbi promete trazer mais
conforto para os torcedores,
além de melhorias no bairro.
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Metrô Leve Tiradentes (MLT)
Expresso Aeroporto - Centro - Garulhos
Linha Turquesa (CPTM) - Trecho entre as Estações
Luz - Rio Grande da Serra
Linha Safira (CPTM) - Estações Brás-TatuapéCalmon Viana
Linha Rubi (CPTM) - SP - Caieiras - F. Morato Jundiaí
Linha Esmeralda (Marg. Pinheiros) - Zona Sul ao
Morumbi
Linha Coral - Expresso Leste (até Mogi das
Cruzes)
Linha Diamante (SP, Osasco, Carapicuíba, Barueri,
Jandira, Itapevi)
Prolongamento da Av. Jornalista Roberto
Marinho (Água Espraiada – Imigrantes)
Prolongamento da Av. Chucri Zaidan
Túnel Lineu de Paula Machado
Complexo Viário Sena Madureira
Compra de novos trens para as linhas 1 e 3 do
Metrô.
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O projeto do Morumbi, assinado pelo arquiteto
Ruy Othake, deverá deixar todo o conjunto arquitetônico com uma fisionomia mais contemporânea. E
para atender as exigências da FIFA, se cogitam contemplar os seguintes aspectos:
■■ Instalação de um shopping;
■■ Adequação de todos os assentos , com área para
portadores de necessidades especiais;
■■ Nova área VIP;
■■ Instalação de um novo Centro de Mídia onde
trabalharão os jornalistas e comentaristas do
mundo todo;
■■ Novos camarotes;
■■ Ampliação dos túneis de acesso ao campo e zona
mista para entrevistas rápidas;
■■ Ampliação e construção de novas acomodações
para equipes, árbitros e autoridades;
■■ Cobertura do estádio, que abrigará 100% dos
assentos (conforme as fotos desta matéria,
cedidas pela assessoria de imprensa do São Paulo
Futebol Clube).
Saneas
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sustentabilidade
AESabesp tem o seu próprio
Projeto de Neutralização
de Carbono
mo em eventos com o plantio de árvores, é que ele
foge completamente à idéia do “eu estou pagando
por um reflorestamento, então posso consumir sem
culpa”. Muito ao contrário, o que prevalece em sua
essência é que mais importante do que plantar árvores é semear a consciência ambiental.
O novo Projeto AESabesp de Neutralização de
Carbono é o alicerce de um Programa de Educação
Ambiental Formal, especialmente elaborado para
o XXI Encontro Técnico AESabesp – Fenasan 2010,
mas com a empregabilidade modelada para as próximas edições desse evento. Seu objetivo é mobilizar
os participantes na contribuição para a percepção,
compreensão e participação efetiva na melhoria da
qualidade de vida local em sintonia com as urgências globais.
Conheça suas metas:
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A AESabesp, por meio de sua Diretoria de Projetos
Socioambientais, empregará no XXI Encontro Técnico AESabesp - Fenasan 2010, o Projeto AESabesp
de Neutralização de Carbono. O seu diferencial, em
relação aos mecanismos de compensação de consu-
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Saneas
■■
Colaborar na redução das emissões de Carbono
para a atmosfera, contribuindo para a
minimização do aquecimento global;
Propiciar aos participantes, autoridades,
funcionários, palestrantes, colaboradores e
coordenadores, formas de “pensar globalmente
e agir localmente”, para preservação da natureza
e do planeta;
Reforçar a natureza dos Encontros Técnicos
da AESabesp e Fenasan como eventos
ambientalmente sustentáveis;
Reforçar a AESabesp como uma instituição
de referência na sustentabilidade de ações
socioambientais;
Estender este projeto para outros eventos
também comprometidos com a qualidade de
vida do Planeta;
Criar o selo Carbono Neutralizado da AESABESP,
certificado pelo INMETRO/ISO 9001.
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sustentabilidade
Conseguimos viabilizar mais um
Projeto Socioambiental,
com o patrocínio da Sabesp
A AESabesp conseguiu viabilizar mais um importante Projeto, integrado à Carteira de Projetos
e Cadastramento de Especialistas, formulada por
sua Diretoria de Projetos Socioambientais. Tratase do livro documentado “Uma História Visual
da Construção do Sistema Cantareira”, produzido pelos nossos associados e ex-engenheiros da
Sabesp, Luiz Almada de Alencar Barros e Nicola
Paciléo Netto.
O apoio e o patrocínio financeiro parcial para
a elaboração desta obra foram empregados pela
Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo (Sabesp), uma vez que a mesma foi
selecionada criteriosamente em meio a vários
trabalhos inscritos para a avaliação de investimentos da Empresa em projetos de excelência.
Valendo-se de textos curtos e de um notável acervo de fotografias e desenhos, os autores
propuseram-se a levar a engenheiros, técnicos
em geral, profissionais da área e principalmente
ao leitor comum, uma descrição de como a água
bruta proveniente dos rios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Juquerí atingem a Estação
de Tratamento do Guaraú, cujo efluente pode
entregar 33.000 litros por segundo de água tratada da melhor qualidade à população da Região
Metropolitana de São Paulo.
O livro conterá os seguintes capítulos:
■■ Uma viagem acidentada
■■ Primórdio
■■ Caminho hidráulico no plano horizontal
■■ Caminho hidráulico no plano vertical
■■ Represas
■■ Túneis e Canais de ligação
■■ Estação Elevatória
■■ Estação de Tratamento
■■ Números atuais do Sistema Cantareira
■■ Índice das 300 fotos realizadas durante as obras
(40 anos)
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Salientamos a importância da participação do
Sistema Cantareira no fornecimento de água
para a RMSP, essa engenhosa obra presente no
abastecimento, que exigiu um contingente de
profissionais, dentre eles: técnicos, projetistas,
consultores, fabricantes de equipamentos e muitos outros que direta ou indiretamente contribuíram para a construção desta monumental obra,
da qual se beneficiam aproximadamente 10 milhões de habitantes, e essa informação é apenas
uma entre muitas outras presentes neste livro.
A previsão de lançamento do livro “Uma História Visual da Construção do Sistema Cantareira”
é para agosto de 2010, durante a realização do
XXI Encontro Técnico AESabesp e Fenasan - Feira
Nacional de Saneamento e Meio Ambiente.
Carteira de Projetos
Atualmente, a AESabesp ainda conta com
uma ampla Carteira de Projetos e Cadastramento
de Especialistas para avaliação dos mesmos. São
trabalhos responsavelmente qualificados e prontos para receberem o apoio financeiro.
Esta é uma grande oportunidade para agregar
valores socialmente corretos a uma empresa ou a
uma marca. Como OSCIP, a AESabesp é credenciada à captação desses recursos, com a contrapartida de incentivo fiscal, valorizando a imagem
das empresas parceiras, como instituições socialmente responsáveis e incentivadoras de qualidade de vida e bem estar social.
Consulte-nos:
[email protected]
Fone: (11) 3284 6420
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XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010
AESabesp tem
adesão recorde
na Fenasan 2010
XXI Encontro Técnico
XXI Feira Nacional de
Saneamento e Meio Ambiente
A AESabesp (Associação dos Engenheiros da
Sabesp) registrou, em 2010, um excepcional
sucesso na otimização de espaço para a
Fenasan 2010 (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente). A 3 meses do
evento, programado para os dias 10, 11
e 12 de agosto, no Pavilhã Amarelo do
Expo Center Norte, a área de exposição já
está totalmente ocupada e grande parte
dos expositores já asseguraram seus
espaços para 2011 e 2012.
Promovida pela Associação
dos Engenheiros da Sabesp há
21 anos consecutivos, num
ritmo sempre crescente, em
caráter
simultâneo
com o Encontro Técnico da AESabesp , a Fenasan é considerada o maior evento técnicomercadológico em saneamento
ambiental da América Latina. A cada ano, além
de empresas e entidades envolvidas com o saneamento ambiental, novos expositores de segmentos
diversificados, como indústrias do setor químico e da
construção civil, optam por apresentar seus serviços
e produtos nesta Feira, pela interface com o setor e
devido a sua projeção e importância no mercado eco-
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Saneas
nômico-financeiro nacional.
Estima-se uma visitação de mais de 10.000 participantes. Seu público, de forma geral, é formado por
executivos, técnicos, empresários, estudantes, gesto-
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XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010
res e pesquisadores, resultando numa das visitações
mais qualificadas das realizações do setor.
Com o tema “A importância da sociedade organizada na promoção do saneamento ambiental”, o
evento conta com um acentuado viés socioambiental
aliado às tecnologias de ponta trazidas por expositores
nacionais e internacionais, com interesse em comercializar, investir, promover intercâmbio de sistemas e
produtos e desenvolver parcerias, com foco na preservação do meio ambiente
e na promoção do
saneamento
ambiental.
Projeção
internaciona
A participação internacional tem sido cada vez
mais constante nas recentes edições da Fenasan, com
visitantes de diversos países. Em 2010, há presença de
empresas vindas da Dinamarca, dos Estados Unidos,
da Holanda, de Israel e da Itália. Em termos de presenças internacionais do setor, estão confirmadas a visita
do presidente da AIDIS (Associação Interamericana de
Engenharia Sanitária e Ambiental), Rafael Dautant,
que virá para participar da abertura do evento e da
mesa redonda “A importância do saneamento no contexto mundial”.
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Estrutura para a Copa de 2014
A AESabesp começa desde já a integração com
este momento histórico para o Brasil e para o mundo
e organiza para o seu XXI Encontro Técnico – Fenasan
2010, uma mesa redonda “Copa de 2014 e infraestrutura em saneamento das cidades sedes”, a ser coordenada pelo presidente do Sinaenco (Sindicato da
Arquitetura e da Engenharia) que representa as empresas de projetos das grandes obras nacionais, de
arquitetura e de engenharia no Brasil, João Alberto
Viol.
A mesa em questão irá reunir personalidades envolvidas com a realização da
Copa do Mundo de
2014 no Brasil, que discutirão as oportunidades de
trabalho e de avanço no nosso País, uma vez que será
exigida uma renovação da infra-estrutura de nossas
principais cidades. Isso inclui investimentos em ampliação de aeroportos, metrôs, sistemas rodoviários,
ferroviários e portuários, estrutura hoteleira, rede de
telecomunicações, hospitais, sistemas de segurança e
geração de energia. E obviamente o setor de saneamento também estará em expansão, uma vez que faz
parte da base de todo esse cenário.
informações:
www.fenasan.com.br
Saneas
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Cabeçalho
O maior evento de saneamento cresceu
além do Pavilhão Amarelo
Em 2011, o Encontro Técnico e a Fenasan irão para os 12.000m² do Pavilhão Verde.
E, em 2012, para os 14.000m² do Pavilhão Azul, do Expo Center Norte.
Tanto em espaço, como em termos de conteúdo técnico e otimização de mercado, o XXI Encontro Técnico, em caráter simultâneo com a sua 21ª edição da
Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), é considerado, atualmente, o maior evento
técnico-mercadológico em saneamento ambiental da
América Latina.
A ampliação de sua área seu torna-se imperativa,
uma vez que há muita procura de expositores para
pouco espaço disponível em 2010. Praticamente no
começo do ano, todas as áreas dos 8.000m² do Pavilhão Amarelo, no Expo Center Norte, estavam ocupadas e cada vez mais aumenta a solicitação de reservas
feitas para os próximos dois anos.
Diante desse fato, a AESabesp, como promotora
do evento, resolveu dar um grande passo em favor do
seu crescimento: em 2011, o Encontro Técnico e a Feira serão estruturados nos 12.000m² do Pavilhão Verde
e, em 2012, nos 14.000m² do amplo Pavilhão Azul.
Palestra de Abertura com Heródoto Barbeiro
Logo após à solenidade de abertura do XXI Encontro
Técnico, na manhã do dia 10 de agosto, haverá uma
palestra com um dos mais ilustres jornalistas e historiadores brasileiros: Heródoto Barbeiro, atual apresentador do Jornal da CBN, o programa jornalístico
de maior audiência em São Paulo; colunista do jornal
Diário de São Paulo, da Revista Imprensa e do por-
tal AOL (America On Line) e gerente de jornalismo do
Sistema Globo de Rádio, empresa das Organizações
Globo.
Sua palestra será aberta a todos os presentes no
Encontro, com abordagem voltada para atualidades,
mídia e também temas referentes a cenários políticos
e tendências.
apoio institucional
AEAMESP
Associação Paulista de Empresas
de Consultoria e Serviços em
Saneamento e Meio Ambiente
APECS
Associação Leste dos Profissionais de Engenharia e Arquitetura da Cidade de São Paulo.
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Saneas
janeiro / fevereiro / março
|
2010
Cabeçalho
expositores
confirmados
na fenasan 2010
ABIMAQ Ass. Bras. Ind. Máquinas
e Equipamentos
• ABS Inds. Bombas Centrífugas
• Acqua Systems Serviços e
Comércio de Equip. Ambientais
• Acquaquímica
• ADTS Soluções em Automação e
Engenharia
• Aerzen do Brasil
• AESabesp
• Allonda Comercial de
Geossintéticos Ambientais
• Amanco Brasil
• Amitech Brazil Tubos
• Analyser Comércio e Indústria
• AVK Válvulas do Brasil
• B & F Dias Indústria e Comércio
• BBL Engenharia Const. e Com.
• Bermad Brasil Imp. e Exportação
• Bombas Grundfos do Brasil
• Bombas Leão
• Brasbom Comercial Imp. e Exp.
• Bugatti Brasil Válvulas
• C.R.I. Bombas Hidráulicas
• Caimex Comércio Exterior
• Chesco do Brasil
• CMR4 Engenharia e Comércio Caetano Tubos
• Coester Automação
• Comercial Marwil
• Conexões Especiais do Brasil
• Continuum Chemical Latin
América
• Corr Plastik Industrial
• Danfoss do Brasil Ind. e Com
• Delbo Ind. e Com. de Válvulas
• Digimed
• Digitrol Ind. Com.
• Dinatécnica Indústria e Comércio
• Dositec Bombas Equipamentos e
Acessórios
• Ebara Indústrias e Comércio
• EEA Empresa de Eng. Ambiental
• Eletrônica Santerno Indústria e
Comércio
• Emec Brasil Sist. Trat. de Água
• Enmac Engenharia de Materiais
Compostos
•
janeiro / fevereiro / março
|
EnvironQuip Engenharia de
Sistemas Ambientais
• Famac Indústria de Máquinas
• Fernco do Brasil
• FGS Brasil Indústria e Comércio
• Fibrav Fibra de Vidro de Lambari
• FKB Indústria de Equipamentos
• Fluid Feeder Ind. e Comércio
• GE Fanuc do Brasil
• GEA Sistemas de Resfriamento
Glass Ind e Com de Bombas
Centrífugas e Equipamentos
• Gratt Indústria de Máquinas
• Guarujá Equip. para Saneamento
• Hemfibra Tecn. em Saneamento
• Hexis Científica
• Hidroductil Tubos e Conexões
• Hidrogeron do Brasil
• Hidrosul - Máquinas Hidráulicas
• Higra Industrial
• Huesker
• Imap Indústria e Comércio
• Imefer Industrial e Mercantil de
Ferragens
• Imperveg Com. e Prest. de Serv.
• Interativa Ind., Com. e Repres.
• Invel Com. Ind. e Participações
• ITT Brasil
• JCN Comércio e Representações
• Kanaflex Indústria de Plásticos
• Kemira Chemicals Brasil
• KSB Bombas Hidráulicas
• Laffi Filtros e Equipamentos
Industriais
• Lamon Produtos
• Marte Balanças e Aparelhos de
Precisão
• McFluid Equip. Industriais
• Microambiental Laboratório,
Comércio e Serviços em Água
• Mission Rubber do Brasil
• Multi Conexões Indústria e
Comércio
• Netzsch do Brasil Indústria e
Comércio
• Nivetec Instrumentação e
Controle
• Nunes Oliveira Máq. e Ferr.
•
2010
Parkson do Brasil
Petrofisa do Brasil
• Phoenix Contact Indústria e
Comércio Ltda.
• Plastimax Indústria e Comércio
• Policontrol Indústria de Controle
Ambiental
• Polierg Indústria e Comércio
• Poly Easy do Brasil Ind. e Com.
• Promar Tratamento Anticorrosivo
• Prominas Brasil Equipamentos
• Restor Comércio e Manutenção
de Equip. Eletromec.
• Robuschi do Brasil Com. Imp. de
Equipamentos Industriais
• Sabesp
• Saint - Gobain Canalização
• Sampla do Brasil Ind. e Com. de
Correias
• Schneider Eletric do Brasil
• Sensus Metering Systems do
Brasil
• SMV Válvulas Industriais
• Sondamar Poços Artesianos
• Sondeq Indústria de Sondas e
Equipamentos
• Tigre Tubos e Conexões
• Tree-Bio Soluções
• TSA Tubos Soldados Atlântico
• Uziseal Com. Reparos de Peças
Industriais Ltda
• Valloy Indústria e Comércio de
Válvulas e Acessórios
• Viapol
• Vika Controls Com. de Inst. e
Sistemas
• Wasserlink Comercial
• Wastec Brasil Comércio de
Produtos Químicos
• Watson Marlow Bredel Indústria
e Com. de Bombas
• Weatherford Indústria e Com.
• Weir do Brasil
• Weldtron Tecnologia em Solda e
Automação Industrial
• Wustenjet Engenharia,
Saneamento e Serviços
•
•
Saneas
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44
Saneas
janeiro / fevereiro / março
|
2010
A
de
Secretaria Executiva
Acqua Consultoria
Rua Dr. Candido Espinheira, 560 - cj. 32
05004-000 - São Paulo - SP
Fone / Fax: 11 3871 3626
[email protected]
Informações:
comunicação
aos
autores
será
feita
a
planta da exposição - fenasan 2010
aceite/recusa
Passagens do saneamento
Reservatório da Liberdade:
115 anos de operação ininterrupta
É engenheiro
graduado pela
Escola Politécnica
da Universidade
de São Paulo.
Atualmente ocupa
a função de
engenheiro na MM
(Superintendência
de Manutenção
Estratégica
da Sabesp).
Anteriormente,
nesta Companhia
exerceu os cargos
de assessor da
vice-presidência
metropolitana
de distribuição;
Superintendente
da Unidade de
Negócio Centro,
de assessor da
vice-presidência
metropolitana
de produção,
assistente
executivo da
mesma, além de
superintendente de
empreendimentos
da diretoria de
tecnologia da
Sabesp. É autor
da Coluna “Nas
Águas da história”,
publicada na
Revista da
Associação
Sabesp, da qual
foi diretor de
patrimônio de
1983 a 1991 e
diretor da RMSP
Centro, de 1991
a 2006. Também
foi presidente
da AESabesp, na
gestão 1997-1999.
Por Edson Santana Borges
Em 1 de janeiro de 1893 assumiu o Governo do Estado a responsabilidade dos serviços que estavam a
cargo da Companhia Cantareira e Esgotos.
O objetivo era transformar o atendimento com
águas e esgotos, visando satisfazer a crescente população de São Paulo, que a cada ano padecia pela
carência do precioso líquido.
Foi então criada a Repartição dos Serviços Técnicos de Águas e Esgotos.
Neste ano e dentro dessa nova estrutura, foram continuados os estudos da Bacia do Guapira
(Cassununga, Cachoeiro, Campo Redondo e Engordador), que poderia fornecer mais de 6 milhões de
litros em 24 horas para o abastecimento da parte
mais alta da cidade. As zonas média e baixa já eram
atendidas pelo reservatório da Consolação e Sistema Ipiranga.
Iniciaram-se as obras da Caixa do Guapira, na
vertente do Barro Branco. Era um pequeno reservatório, com a capacidade para 500.000 litros, dividido em dois compartimentos.
De lá sairiam duas tubulações em aço, uma de
12 e outra de 11 polegadas de diâmetro, fabricadas
pela Companhia Mannesmann, que iriam terminar
em uma caixa d’água que deveria ser construída
no ponto mais elevado do espigão que divide as
águas do Tietê das do Rio Grande. As tubulações
foram definidas em função da disponibilidade e
possibilidade de transporte nos caminhos íngremes
da Serra da Cantareira, pois ainda não estava pronta a linha férrea para a serra, depois denominado
Tramway da Cantareira.
O terreno mais conveniente pertencia à Empresa de Melhoramentos do Brasil, da qual foi desa-
janeiro / fevereiro / março
|
2010
propriada a área de 12 697 m², através do Decreto
nº 177, de 19 de maio de 1893.
Projetou-se um reservatório que seria denominado “da Liberdade”, cujo fundo estaria na cota
813.75, com capacidade de 6.390.200 litros, sendo
a máxima vazão afluente de 8.300.000 litros em
24 horas, dos quais 4.400.000 na linha de 12” e
3.900.000 litros na linha de 11”.
As obras aconteceram com o máximo cuidado,
principalmente nas fundações, devido a existência
de enormes formigueiros, obrigando com que a alvenaria de pedras fosse assentada sobre largas e
espessas camadas de concreto que desceram profundamente, até alcançar terreno consistente e
de perfeita coesão. Foi dividido em dois compartimentos, medindo externamente 76,30 m de comprimento e 28,40 m de largura.
As fundações se iniciaram em 2 de outubro de
1893, sendo que em 31 de dezembro achavamse concluídas as fundações e muito adiantadas as
alvenarias das paredes principais, laterais e dos pilares, preparando-se então os cimbres para começo das alvenarias de tijolos dos arcos transversais,
que foram apoiados em abóbadas longitudinais, de
tijolos, espessura de 450 mm e revestidos externamente em camadas de cimento e areia, sendo cinco
arcos para cada compartimento.
Finalmente em 12 de outubro de 1894 foi inaugurada a recepção das primeiras águas.
A proteção térmica foi executada com uma camada de terra, onde os próprios construtores projetaram e instalaram um belo jardim.
Nas manobras de entrada e saída do reservatório, foram construídos dois torreões com portões de
Saneas
45
Passagens do saneamento
Cabeçalho
ferro batido fabricados pela Companhia Mecânica
e Importadora. Em um deles está instalada hoje a
Cabine Primária de alimentação de energia. Com o
objetivo de promover a permanente aeração nos
dois compartimentos, foram construídos seis ventiladores de alvenaria, com tijolos, a uma altura de
40 cm.
Previu-se já na época que as habitações com
cotas superiores ao reservatório seriam abastecidas diretamente da serra por esses encanamentos
de interligação, até que se pudesse construir um
reservatório elevado, de ferro, com capacidade suficiente para o atendimento, despejando o excesso
no reservatório de alvenaria.
O nível máximo d’água na caixa foi projetado
para ficar na altitude de 817.75 m, sendo 873.69
m o nível correspondente na caixa de junção das
águas do Guapira, nas vertentes do Barro Branco,
medindo 16.617 m a distância entre os dois reservatórios e sendo de 55.30 m a carga.
A empreiteira responsável pelas obras foi Calcagno & Irmãos, sendo responsáveis os Engenheiros Emilio Ambauer Calcagno e Ricardo Ambauer
Calcagno.
As sobras desse reservatório iam para o reservatório da Consolação, por uma tubulação de 300
mm, extensão de 2.300 m. Constantemente houve
esse socorro, devido aos constantes rompimentos
da rede de 600 mm que vinha da Cantareira, ala do
Guaraú e que alimentava o Consolação, implantada
em 1892 e que não passou por testes de pressão,
além da má instalação, devido a urgência.
46
Saneas
Os Engenheiros de Canalização e Construção do
Reservatório foram Manoel da Rosa Martins, João
Batista Garolfi, Cesare Castiglione, Flávio de Mendonça Uchôa e A. Marandon. Na época, o Presidente
do Estado de São Paulo foi o Dr. Bernardino de Campos e o Secretário dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, o Dr. Jorge Tibiriçá.
janeiro / fevereiro / março
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2010
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revista saneas
Revista saneas:
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XXI Encontro Técnico
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Horário de visitação
• Manutenção e energia
Fenasan: 13h às 20h | Encontro Técnico: 9h às 17h
• Meio ambiente
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• Resíduos sólidos
• Saúde pública
• Sistemas de abastecimento de água
• Sistemas de coleta e tratamento de efluentes
Palestra de abertura
Heródoto Barbeiro, jornalista da CBN
e TV Cultura, gerente de jornalismo do
sistema Globo de Rádio.
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e o credenciamento para a fenasan no
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Saneamento e Meio Ambiente
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