Ano X - Nº 36 - Janeiro / Fevereiro / Março de 2010 xImpressa em papel reciclado Grandes Centros de Tecnologia A importância dos grandes centros de tecnologias está inserida na base do desenvolvimento do próprio País Parque Tecnológico de São José dos Campos Entrevista pág. 15 O superintendente da Sabesp, no Vale do Paraíba, Oto Elias Pinto, fala sobre o CDTRHSA - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento de Tecnologias de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. copa do mundo pág. 32 Veja como a cidade de São Paulo se prepara para receber a Copa 2014, desde as reformas no Estádio do Morumbi, até as obras estruturais para mobilidade urbana. fenasan 2010 pág. 42 Veja as mais recentes informações sobre o maior evento de saneamento da América Latina: XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010. E também o nosso projeto próprio de neutralização de carbono. Valorize sua marca. Adote um projeto socioambiental. A AESABESP visando a promoção do desenvolvimento sustentável criou, através de sua Diretoria de Projetos Socioambientais, a Carteira de Projetos Socioambientais e o Cadastramento de Especialistas. Com cerca de 31 projetos e 60 especialistas cadastrados, os projetos estão prontos para receber o apoio financeiro de empresas e órgãos públicos. Esta é uma grande oportunidade para agregar valor de responsabilidade socioambiental aos seus produtos e serviços e, ainda, com incentivo fiscal. + VEJADIÇÃO AE NEST 38 PÁG. Informações: Alessandra Buke - 11 3284 6420 [email protected] www.aesabesp.org.br Parte dos valores investidos poderão ter redução do IRPJ. Editorial Centros de Tecnologia: o futuro é agora! Todos os países, hoje conhecidos como tecnologicamente avançados, possuem uma história permeada por inúmeros acontecimentos determinantes que impulsionaram as mudanças necessárias para o alcance do atual estágio. A respeito, destaca-se que a imperiosa necessidade de sobrevivência, normalmente, é o principal motivador de mudanças, e estas decorrem das observações de algumas pessoas que, simplesmente, não aceitam os acontecimentos como produtos do destino, mas, ao contrário, o questionam, observando cada movimento e buscando entender o porquê de cada fato. Assim, a avançada tecnologia presente hoje tem raízes na observação de fenômenos da natureza e, em sua consequente compreensão, e que somados aos conhecimentos desenvolvidos em física, química, biologia e outras áreas, permitiram ao homem levantar suspeitas de que muitos fenômenos são passíveis de compreensão, previsão e controle. Portanto, tal procedimento, por vezes focado no entendimento de fenômenos invisíveis aos olhos humanos, permitiu o desenvolvimento de teorias que, submetidas a experimentos, confirmaram a capacidade humana em modificar a sequência ou consequência dos fenômenos que permeiam a natureza. Seguindo a mesma linha, os centros tecnológicos de pesquisas, sejam de universidades ou de empresas, buscam sempre novos conhecimentos, propiciando, dentre outras conquistas, meios para a melhoria de qualidade de vida. janeiro / fevereiro / março | 2010 Desta forma, enfatiza-se que o Centro Tecnológico de Hidráulica (Convênio entre o DAEE e a Universidade de São Paulo) é um bom exemplo e um dos principais centros de referência na área de hidráulica do Brasil. Dentre suas principais atividades destaca-se a simulação a partir de modulação física reduzida, analisando o comportamento da estrutura hidráulica quando em operação na escala real. Existem também pesquisas nos âmbitos computacionais, estudos hidrológicos, entre outros. Outrossim, uma característica comum aos países desenvolvidos é a priorização dada aos investimentos na educação e em pesquisas científicas, como a Coréia do Sul, que a partir dos anos 50 investiu pesadamente em educação e pesquisa, atingindo, hoje, elevado nível de desenvolvimento humano e científico, e colhe generosos frutos de seu trabalho. O Brasil, por seu turno, infelizmente ainda engatinha em direção a esta realidade. Contudo, em contraste ao negativo pensamento coletivo e à realidade nacional, teimosamente insistimos em desenvolver uma capacitação em nível tão alto quanto ao de países desenvolvidos. De fato, tal afirmação é comprovada pelos diversos centros tecnológicos de pesquisas espalhados pelo Brasil, centrados no desenvolvimento de tecnologias que propiciem a indústria nacional, a agropecuária, e a serviços de diversos segmentos, evolução tecnológica apta a nos colocar ombro a ombro – sem falsa modéstia – com outros países desenvolvidos. Assim é o brasileiro, assim é o Brasil! Acreditemos sempre! Hiroshi Ietsugu Presidente da AESabesp Saneas 3 Índice Expediente Saneas é uma publicação técnica trimestral da Associação dos Engenheiros da Sabesp Diretoria Executiva: Presidente - Hiroshi Ietsugu Vice-Presidente - Walter Antonio Orsatti 1º Secretário - Nizar Qbar 2º Secretário – Choji Ohara 1º Tesoureiro – Yazid Naked 2º Tesoureiro - Nélson Luiz Stábile 06 Grandes Centros matéria tema de Tecnologia 15 entrevista Para Oto Elias Pinto, a tecnologia traz uma melhoria contínua na gestão do setor 18 matéria sabesp São Paulo destina R$ 50 milhões em P&D, por meio da Sabesp e Fapesp 21 ponto de vista “O Brasil é o maior exportador de água virtual do mundo” 24 visão de mercado Brasil na rota global de P&D artigo técnico 26 Tubos de PVC Orientado: uma alternativa tecnológica para a condução de água e esgoto sob pressão em saneamento 29 A Sabesp e os materiais para saneamento: uma história de muitas batalhas 32 Copa do Mundo AESabesp de olho na Copa Diretoria Adjunta: Diretor Cultural - Olavo Alberto Prates Sachs Diretor de Esportes - Evandro Nunes de Oliveira Diretor de Marketing - Reynaldo Eduardo Young Ribeiro Diretor de Pólos - Helieder Rosa Zanelli Diretor de Projetos Socioambientais: Ivan N. Borghi Diretor Técnico - Walter Antonio Orsatti Diretora Social - Viviana Marli Nogueira A. Borges (Em memória: Cecília Takahashi Votta) Conselho Deliberativo: Amauri Pollachi, Cid Barbosa Lima Junior, Eduardo Natel Patrício, Gert Wolgang Kaminski, Gilberto Alves Martins, Gilberto Margarido Bonifácio, João Augusto Poeta, Marcos Clébio de Paula, Paulo Eugênio de Carvalho Corrêa, Pérsio Faulim de Menezes e Sonia Maria Nogueira e Silva. Conselho Fiscal: Carlos Alberto de Carvalho, José Carlos Vilela e Ovanir Marchenta Filho. Conselho Editorial: Luiz Henrique Peres (Coordenador), João Augusto Poeta, Luiz Eduardo Pires Regadas e Maria Aparecida dos Santos Fundo Editorial: Márcia de Araújo Barbosa Nunes (Coordenadora) Alex Orellana, Celso Roberto Alves da Silva, José Marcio Carioca, Luis Eduardo Pires Regadas, Paulo Rogério Guilhem e Wong Sui Tung. Coordenador do Site: Jônatas Isidoro da Silva Pólos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP Coordenador dos Pólos da RMSP - Robson Fontes da Costa Pólo AESabesp Costa Carvalho e Centro - Maria Aparecida S. de Paula Santos Pólo AESabesp Sul - Paulo Ivan M. Franceschi Pólo AESabesp Leste - Nélson César Menetti Pólo Aesabesp Oeste - Francisco Marcelo Menezes Pólo AESabesp P. Pequena - João Augusto Poeta Pólos AESabesp Regionais Coordenador dos Pólos Regionais - José Galvão de F. R. e Carvalho Pólo AESabesp Baixada Santista - Nilson Roberto Correia Pólo AESabesp Botucatu: Rogélio Costa Chrispim Pólo AESabesp Franca – Antonio Carlos Gianotti Pólo AESabesp Lins - Marco Aurélio Saraiva Chakur Pólo AESabesp Presidente Prudente - Gilmar José Peixoto Pólo AESabesp Vale do Paraíba - Sérgio Domingos Ferreira Coordenação do XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010: Olavo Alberto Prates Sachs e Walter Antonio Orsatti Comissão Organizadora: Gilberto Alves Martins, Hiroshi Ietsugu, Ivan Norberto Borghi, Maria Aparecida S. de Paula Santos, Maria Flávia S. Baroni, Monique Funke, Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo Oliveira, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Sonia Maria Nogueira e Silva, Vanessa Hasson, Walter Antonio Orsatti e Yazid Naked. Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp 38 sustentabilidade AESabesp tem o seu próprio Projeto de Neutralização de Carbono 40 XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010 AESabesp tem adesão recorde na Fenasan 2010 45 Passagens do saneamento Reservatório da Liberdade: 115 anos de operação ininterrupta 4 Saneas Jornalista Responsável: Maria Lúcia S.Andrade – MTb. 16081 PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Neopix Design [email protected] www.neopixdesign.com.br Associação dos Engenheiros da Sabesp Rua 13 de maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484 Fax: (11) 3141 9041 [email protected] www.aesabesp.org.br janeiro / fevereiro / março | 2010 matéria tema Centros de Tecnologia: um marco na evolução dos Recursos Hídricos Parque Tecnológico de São José dos Campos A relevância dos Centros de Tecnologias para o setor de saneamento e na composição geral do universo dos Recursos Hídricos está inserida no desenvolvimento do próprio País. Em São Paulo, o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec), muitos dos quais encampam tecnologias voltadas aos RHs, foi criado pelo governo do Estado a fim de apoiar os núcleos dessa natureza, atrair investimentos e gerar novas bases tecnológicas. matéria tema O incentivo à formação desses espaços vem, principalmente, das instituições responsáveis pela provisão dos seus serviços, para atendimento das suas próprias necessidades. A responsabilidade do setor de saneamento, dentro desse contexto, envolve tanto as soluções de problemas técnicos quanto a validação e emprego das experiências comprovadas pelo campo da pesquisa, que assume um papel essencial no atendimento às expectativas de qualidade de vida. Além das empresas que investem na formação desses núcleos, as universidades também trouxeram uma motivação ímpar para a formação de Centros de Tecnologia, cujos primeiros passos tiveram início, timidamente, na década de 80. Nesse período, também houve uma maior consistência em inovação e organização de pesquisa, principalmente dentro das escolas, com o início dos cursos de pós-graduação, estruturação de laboratórios e elaboração de projetos. 8 Saneas Particularizando as ações de saneamento no País, desde a formulação das políticas mais gerais até as ações operacionais mais específicas, se estabelece uma cartilha de conquistas com tópicos continuamente perseguidos, como a universalização; a equivalência dos serviços para todas as regiões; a integralidade no conjunto de ações ao menos básicas, como o abastecimento de água e o esgotamento sanitário; a qualidade dos serviços, que resulta na regularidade: continuidade, eficiência e segurança. E, hoje, o acesso para todos esses tópicos vem da tecnologia que serve de base para a compatibilização de uma política de atuação para o desenvolvimento de cada necessidade. Esta edição da Revista Saneas é tematizada pelo funcionamento de grandes Centros de Tecnologia que absorvem a esfera dos recursos hídricos e suas interfaces. janeiro / fevereiro / março | 2010 matéria tema FCTH - Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica Um dos Centros Tecnológicos mais conhecidos pelo corpo técnico que atua com Recursos Hídricos no estado de São Paulo é o CTH - Centro Tecnológico de Hidráulica, da USP - Universidade de São Paulo, integrado à Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH), instituída em 1986. Destinado inicialmente a garantir apoio técnico ao Governo do Estado para a implantação do parque hidrelétrico paulista, as principais atividades do CTH incluíam realizar estudos técnicos de laboratório e de campo, assim como constante aperfeiçoamento, relacionados com a área da engenharia hidráulica. Atualmente, a FCTH é colaboradora da Escola Politécnica da USP e do DAEE- Departamento de Águas Prédio do CTH janeiro / fevereiro / março | 2010 e Energia Elétrica do Estado de São Paulo, motivo pelo qual se mantêm representantes destas duas entidades na administração superior e execução da Fundação; e também dá suporte à realização e ao desenvolvimento de estudos e pesquisas tecnológicas aplicadas ao atendimento às necessidades dos setores público e privado. Entre os seus principais objetivos, está listado promover cursos, simpósios, seminários e conferências, visando o aperfeiçoamento do ensino e do conhecimento nas áreas de hidráulica fundamental, hidráulica aplicada e recursos hídricos: O Centro Tecnológico de Hidráulica (CTH), integrado à Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica (FCTH) tem sua importância na implantação do parque hidrelétrico paulista e no constante aperfeiçoamento da engenharia hidráulica. Saneas 9 matéria tema Operação de eclusa em escala reduzida Modelo de estuário presente no CTH superfície em tempo real, por rede telemétrica e Em seu interior é possível ver reproduções, em por radar metereológico. escalas reduzidas, de terminais portuários, operaA atual presidente da Fundação Centro Tecnoção de eclusas e toda a geografia edificada para lógico de Hidráulica é a professora titular, chefe do a hidráulica e a navegação fluvial e marítima. São departamento de engenharia hidráulica e sanitária modelos de estuários, portos, eclusas e barragens, da Escola de Engenharia Civil da Escola Politécnica para se estudar o arranjo das suas estruturas. da Universidade de São Paulo e pesquisadora do Também integra o trabalho da FCTH as avaliaConselho Nacional de Desenvolvimento Científico ções das áreas de atuação em Recursos Hídricos: e Tecnológico, Monica Ferreira do Amaral Porto, planejamento, drenagem, análise de usos múltiplos que já presidiu a Associação Brasileira de Recursos da água, hidrologia, sistemas de informação e suHídricos e foi diretora da International Water Reporte à decisão. sources Association. No âmbito da hidráulica computacional, tamSegundo sua afirmação, os níveis de investibém se desenvolve modelação matemática em mento para pesquisa e inovação tecnológica no hidráulica e segurança de barragens. Seus princiBrasil, hoje, são adequados, uma vez que os órgãos pais projetos são: Eclusa de Navegação 2 da Usina de fomento se dispõem a financiar Hidrelétrica de Tucuruí; Aproveiprojetos consistentes. Porém, o tamento Hidrelétrico Jirau; Aproinvestimento para esse fim ficou veitamento Hidrelétrico Estreito; praticamente paralisado por mais Aspectos da relação entre a code duas décadas, provocando uma brança pelo uso da água e os sefalta de capacitação técnica, para tores elétrico e rural na bacia do uma atuação eficiente. rio Paraíba do Sul. Mônica Porto lembra que os enE com relação à vertente da genheiros na faixa senior, por volta engenharia ambiental, a FCTH Para Mônica Porto, de 35 a 55 anos, que hoje teriam avalia a qualidade das águas do a escassez de a maturidade ideal para conduzir Sistema Pinheiros – Billings com o investimento provocou esta lacuna, foram absorvidos peProtótipo do Sistema de Flotação, a falta de capacitação las empresas privadas. e conduz os monitoramentos de técnica no mercado. 10 Saneas janeiro / fevereiro / março | 2010 matéria tema Parque Tecnológico de São José dos Campos O município de São José dos Campos é um dos principais pólos de tecnologia avançada do País, reconhecido nos cenários nacional e internacional, principalmente pela sua indústria aeronáutica. Instituições de ensino superior de peso em pesquisa e desenvolvimento, como o ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica, a Unesp - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” e a Unifesp – Universidade Federal de São Paulo, possuem campi nesta cidade, que também abriga o Parque Tecnológico Riugi Kojima, onde grandes empresas da região desenvolvem tecnologias, entre elas a Sabesp, por meio da sua Unidade de Negócio do Vale do Paraíba, com uma unidade de treinamento e pesquisa. O Parque Tecnológico de São José dos Campos, cuja administração é exercida pela Associação com o mesmo nome, qualificada como Organização Social pelo poder público municipal, ainda conta com instalações da Embraer, da Vale, do IPT, da Parker-Hannifin, do Centro para a Competitividade e Inovação do Cone Leste Paulista, do Cecompi e da Fatec - Faculdade de Tecnologia do Centro Paula Souza, que concentra vários cursos tecnológicos de graduação. Chama a atenção a arquitetura modular das suas edificações, destinadas a vários espaços, que se ligam por rampas e corredores, com pisos em granito e estruturas em concreto aparente. O prédio está situado em um terreno de 188.000 m² , no km. 138,5 da Rodovia Presidente Dutra, e abriga a sede da associação gestora responsável pela sua administração; áreas especiais para implantação temporária de Centros de Desenvolvimento de Tecnologias; condomínio de pequenas e médias empresas; incubadora de empresas nascentes; entidades de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento; Laboratórios e oficinas; Centro de convenções com área aproximada de 10.000 m² destinado à realização de congressos, feiras e exposições de grande O município de São José dos Campos, reconhecido com um dos principais pólos de tecnologia avançada do País, abriga também o Parque Tecnológico Riugi Kojima, utilizado pela Sabesp com uma unidade de desenvolvimento de tecnologias, treinamento e pesquisa. janeiro / fevereiro / março | 2010 Saneas 11 matéria tema porte; auditórios com capacidade para 1.200 pessoas; halls com espaços para mostras e exibições; salas de reuniões; restaurante; estacionamentos e heliporto. O perfil tecnológico do Parque atende principalmente aos setores de atuação nas plataformas empresariais de São José dos Campos e região, como aeronáutico, petrolífero, automobilístico, espacial, equipamentos médicos; energia, saneamento, biomédico, comunicação, telecomunicação, entre outros. O Diretor Técnico e de operações do Parque Tecnológico de São José dos Campos é o Prof. José Raimundo Braga Coelho. Matemático, foi professor do Departamento de Matemática da Universidade de Brasília (UnB) e da PUC do Rio de Janeiro. Na UnB, ocupou também os cargos de chefe de Departamento de Matemática e de vice-diretor do Instituto de Ciências Exatas. Nos Estados Unidos foi professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Nova York. Também foi Prof. José Raimundo Braga Coelho durante seminário. membro da Comissão de Implantação do Instituto Politécnico do Rio de Janeiro (IPRJ), e o primeiro diretor de ensino. No Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), exerceu várias funções, entre elas, a gerência administrativa e geral do CBERS. Junto aos ministérios, em Brasília, foi assessor da presidência da SBPC para assuntos relacionados à política científica, espacial e educacional. Na Agência Espacial Brasileira –AEB/DF, atuou como assessor da Presidência e na Agência de Águas e Saneamento do DF foi diretor de Planejamento. outros centros de grande importância Pólis de Tecnologia de Campinas O Parque Tecnológico do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) de Campinas - SP , conhecido como Pólis de Tecnologia, passou a integrar o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. O CPqD foi criado há 33 anos como unidade de pesquisa e desenvolvimento do Sistema Telebrás. Desenvolveu inovações importantes para o setor nacional de telecomunicações como o cartão para telefones públicos, a central telefônica digital e participou do desenvolvimento da fibra óptica brasileira. Desde 1998, atua de forma independente voltando-se às tecnologias da informação e comunicação (TICs). No Brasil, as soluções do CPqD são utilizadas por grandes empresas e instituições dos setores de telecomunicações, energia elétrica, financeiro, industrial, corporativo e administração pública. 12 Saneas Parque Tecnológico do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) de Campinas - SP. janeiro / fevereiro / março | 2010 matéria tema CBPF - Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas Situado no Rio de Janeiro-RJ, o CBPF está voltado às pesquisas multidisciplinares para formação científica em físicas de altas energias, cosmologia, astrofísica relativística e instrumentação científica. Também desenvolve nanociência e nanotecnologia, com física aplicada e pesquisa interdisciplinar, para fomento à tecnologia da informação e computação Em seus objetivos estratégicos nacionais constam os programas de energia nuclear e a difusão e popularização da ciência, para a inovação para a inclusão do desenvolvimento social. CETENE - Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste Com sede em Recife-PE, o Cetene desenvolve programas estratégicos de tecnologias para biocombustíveis (etanol e biodiesel), biotecnologia, nanotecnologia, microscopia eletrônica, fermentação e bioprocessos. Entre os seus projetos estruturados estão a avaliação, modernização e implantação de centros vocacionais tecnológicos do Nordeste, a nanofabricação e microscopia ambiental, a implantação das unidades experimental e de produção de biodiesel, a prospecção de oleaginosas e logística para produção de biodiesel no Nordeste, otimização dos resíduos industriais para alimentação animal, e criação do Repositório Brazil-IP: incluindo IP-cores do 8051, MP3 e MPEG4. IDSM - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá Situado em Tefé - AM, o IDSM realiza pesquisas de natureza básica, aplicada e tecnológica nas áreas de conservação da biodiversidade; manejo de recursos naturais e desenvolvimento social. Em sua sede urbana, em Tefé, estão instalados laboratórios de Ictiologia, de Microscopia, de Vertebrados Terrestres e Biologia de Répteis e de Mamíferos Aquáticos. Já na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, (uma área de 2.350.000 hectares, com aproximadamente 4.000 moradores e usuários, abrangendo os municípios de Barcelos, Codajás, Coari e Maraã, que formam o Corredor Ecológico da Amazônia Central) funciona o laboratório de selva do IDSM. CEITEC - Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada Com sede em Porto Alegre – RS, o CEITEC é uma referência na geração de soluções em tecnologia eletrônica. Suas áreas de atuação estão voltadas para projetos, prototipagem e produção de circuitos integrados de aplicação específicos - ASIC. Este centro de tecnologia ainda disponibiliza para o mercado serviço de desenvolvimento de chips de acordo com as necessidades específicas, atua na iniciação de cada projeto, participa da especificação do chip, define a tecnologia a ser empregada, executa projetos, avalia e valida os seus resultados. janeiro / fevereiro / março | 2010 Saneas 13 matéria tema IMPA - Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada Com sede no Rio de Janeiro – RJ e responsável pela Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, o IMPA realiza pesquisas matemáticas em padrão internacional e em tópicos de grande relevância para o avanço do conhecimento na área. Dentro do seus objetivos estratégicos de consolidar e expandir a integração do Sistema Nacional de Matemática Pura, também promove a capacitação científica de jovens pesquisadores e professores universitários e sua participação em programas e projetos de inovação científico-tecnológica. Também desenvolve aplicações da matemática associadas a modelos específicos e produção de softwares. INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Com sede em Manaus – AM, o INPA tem como função promover, inventariar, identificar, valorizar e proteger produtos e processos relativos ao conhecimento e à biodiversidade amazônica, articulados às plataformas tecnológicas regionais, por meio da produção e difusão de tecnologia. Os ecossistemas amazônicos são a sua grande área de pesquisas voltadas à Sistemática e Taxonomia; Interação Organismo-Ambiente; Análise e Reversão de Impactos do Desenvolvimento; Tópicos em Saúde; Climatologia e Recursos Hídricos e Ecologia Aquática e Terrestre. IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia Situado em Brasília – DF, integrado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o IBICT tem como missão promover a competência e o desenvolvimento de recursos e infra-estrutura de informação em Ciência e Tecnologia, para a produção, a socialização e a integração do conhecimento científicotecnológico no País. Como entidade oficial de cooperação internacional, desenvolve ações de integração entre provedores de informação tecnológica; sedia a Biblioteca Nacional de Ciência, Tecnologia , Inovação e Inclusão Social e Digital; mantém os Portais de Repositórios e Periódicos de Acesso Livre e do Livro Didático Eletrônico; além da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD); implementa o Laboratório de Ciência da Informação e desenvolve o plano de inclusão social do IBICT, por meio da disseminação da informação em Ciência, Tecnologia e Inovação. 14 Saneas janeiro / fevereiro / março | 2010 entrevista oto elias pinto Para Oto Elias, a tecnologia traz uma melhoria contínua na gestão do setor No dia 22 de março, Dia Internacional da Água, o superintendente da Sabesp na Unidade de Negócio Vale do Paraíba (RV), Oto Elias Pinto, fez uma apresentação no Seminário de Recursos Hídricos e Ações de Sustentabilidade, realizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos, sobre a importância de atuação do CDTRHSA - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento de Tecnologias de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, que tem a Sabesp como empresa âncora, interligada com a Prefeitura Municipal de S. J. dos Campos, Unifesp, USP, ITA e IPT. Na oportunidade, foram destacadas todas as fases que garantem a qualidade dos serviços prestados, por meio do emprego de avançadas tecnologias e suas interfaces. E em virtude deste acontecimento, foi dada esta entrevista à Saneas. Saneas: Qual é o grande diferencial que o CDTRHSA traz para o universo do saneamento em âmbitos estadual e nacional? Oto Elias: De um lado temos a Sabesp, que já é a maior empresa de saneamento das Américas e está entre as três maiores do mundo. De outro, as instituições que serão parceiras neste centro, também são referências, tanto no âmbito nacional como no internacional. São instituições respeitadas como o ITA, a USP, o IPT e a Unifesp. Sendo o Estado de São Paulo a grande locomotiva do Brasil, e São José dos Campos uma região fértil para desenvolvimento tecnológico e inovação, a conjunção entre a empresa e as grandes instituições propiciará descobertas de novos paradigmas de operação e gestão dos recursos hídricos e de saneamento ambiental. Saneas: O que será realizado no espaço da Sabesp dentro deste Centro de Pesquisa? Oto Elias: Atualmente, os nossos sistemas geram uma quantidade expressiva de dados, que serão transformados em informações. As informações serão tratadas e interpretadas, gerando conhecimento. Este conhecimento será compartilhado com outras instituições ( ITA, USP, IPT, Unifesp, janeiro / fevereiro / março | 2010 etc), que após um adequado tratamento será transformado em uma modelagem matemática ou uma nova metodologia de operação. A automação de uma ETA, por exemplo, foi fruto de uma sequência como esta, ou seja, quais parâmetros são monitorados em uma planta (dados), quais ações são tomadas no processo em função destes parâmetros (informação) e quais são os algoritmos de controle que otimizam o processo (conhecimento) e por último, qual a tecnologia disponível para automatizar o processo (novo paradigma). Da mesma forma, dados e informações sobre recursos hídricos e saneamento ambiental, dentro dos 10 macro-temas, proporcionarão uma melhoria contínua na gestão do setor. Saneas: Dentro do espaço da Sabesp no CDTRHSA será possível identificar problemas e apresentar soluções, em muito menor tempo do que nos processos atualmente utilizados? Oto Elias: Não é objetivo principal do CDTRHSA identificar problemas e sim oportunidades de melhoria no processo. A identificação de problemas caberá aos Centros de Controles Operacionais (CCOs). O CDTRHSA identificará, por exemplo, Saneas 15 entrevista oto elias pinto Apresentação da importância do centro de desenvolvimento, em Seminário de Recursos Hídricos e Ações de Sustentabilidade. que uma determinada ETE consome menos energia em KWH/m3 do que uma outra semelhante. É a partir daí que entra em cena um estudo minucioso sobre a estação que apresente melhor performance. Este estudo terá a contribuição das instituições parceiras. As ações serão implementadas nas demais estações da empresa. Da mesma forma, outros gastos como homem/hora por m3 para uma mesma planta ou consumo de produtos químicos, também serão objetos de estudos. Saneas: Como o senhor avalia a manutenção da sustentabilidade nesse empreendimento? Oto Elias: Em primeiro lugar, pela credibilidade das instituições envolvidas (Sabesp, ITA, USP, IPT e Unifesp). Em segundo lugar, pelo apoio da prefeitura municipal de São José dos Campos, que é acionista da Sabesp, gestora do parque tecnológico e que historicamente estimula o desenvolvimento tecnológico. Em terceiro, estaremos efetivamente realizando a gestão do conhecimento, implementando as me- 16 Saneas lhores práticas, além de fomentarmos pesquisas sobre temas importantes como poluição difusa, entre outros temas, que trarão ganhos importantes para o setor. Saneas: Haverá uma interação da comunidade com a Sabesp, por meio do CDTRHSA? Em caso positivo, de que forma? Oto Elias: Sim, através das instituições parceiras, principalmente as universidades e os Comitês de Bacias. Saneas: Entre a diversidade de tecnologias apresentadas, o segmento de automação vem ganhando destaque na sua aplicabilidade de ponta. Para o senhor, o futuro sem fio é uma realidade próxima na totalidade do setor de saneamento? Oto Elias: Já é uma realidade, uma vez que a engenharia de automação está no processo, e não na forma de transmissão de dados. Hoje já estamos todos interconectados, com vários dados disponíveis. janeiro / fevereiro / março | 2010 entrevista oto elias pinto Meio Ambiente parcerias Mercado sustentabilidade Produtos Centros de Capacitação Comitês de Bacias Universidades Pesquisa e Desenvolvimento Oto Elias: Este profissional deve manter-se atualizado, pesquisando e estudando, pois todas as nossas ações refletirão de alguma forma no meio ambiente e, porSaneas: O senhor acha que tanto, no destino das atualmente existem profispróximas gerações. Há sionais capacitados para alguns anos, casacos de atuar com todo o acervo O superintendente da RV, Oto Elias Pinto, peles estavam na moda, tecnológico que está sendo em monitoramento no Espaço da Sabesp do cartões de visita com desenvolvido no setor? Parque Tecnológico de São José dos Campos. chaminés de fábricas exOto Elias: Sim, mas a depelindo fumaça demonsmanda é sensivelmente travam poder, e, certamente, a filosofia do markemaior e sempre será possível aperfeiçoar esses méting - que tem como principal objetivo transformar todos e processos. desejos em necessidades, para estimular o consumo - será revista. O profissional desta área deve ter Saneas: O que um profissional da área deve buscar claro que a mudança saudável se dará com base em para corresponder ao patamar tecnológico que hoje conhecimento científico. é prospectado pelo setor de saneamento? Interpretá-los e transformá-los em conhecimento e melhorar continuamente a eficácia do processo é o nosso verdadeiro desafio. janeiro / fevereiro / março | 2010 Saneas 17 matéria sabesp São Paulo destina R$ 50 milhões em P&D, por meio da Sabesp e Fapesp Projetos de tratamento de água e esgoto são prioritários Embora órgãos de fomento se dispõem a financiar projetos consistentes em todo o País, São Paulo ganha destaque em investimentos na pesquisa e desenvolvimento do setor. No ano passado, a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo assinaram um acordo prevendo um investimento de R$ 50 milhões, voltados para o financiamento de projetos propostos por pesquisadores de universidades e institutos de pesquisa paulistas e da empresa de saneamento. Cada instituição se comprometeu a arcar com a metade do aporte financeiro, ao longo de cinco anos. O acordo foi focado em sete temas de pesquisa: “Tecnologia de membranas filtrantes nas estações de tratamento de água e de esgoto”; “Alternativas de tratamento, disposição e utilização de lodo de estações de tratamento de água e estações de tratamento de esgotos”; “Novas tecnologias para implantação, operação e manutenção de sistemas de distribuição de água e coleta de esgoto”; “Novas tecnologias para 18 Saneas melhorias dos processos de operações unitárias”; “Monitoramento da qualidade da água”; “Eficiência energética”; e “Economia do saneamento”. Segundo o presidente da Fapesp, Celso Lafer, o desafio da melhoria nos processos de tratamento de água e esgoto, a fim de melhorar o bem-estar da população, tem abrangência global e deve ser visto como prioritário. O diretor científico da Fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz, afirmou que o formato do acordo de cooperação, que também terá chamadas para propostas de pesquisa, permite que todos os pesquisadores possam ter seus projetos avaliados. Do ponto de vista do avanço da ciência isso é importante, pois aumenta a chance de se encontrar boas idéias. Brito Cruz explica ainda que o acordo de cooperação se insere nas formas de apoio da Fapesp voltadas para as pesquisas que visam a aplicação – o que corresponde a cerca de 16% de seu orçamento. Para o presidente da Sabesp, Gesner Oliveira, o grande foco desse acordo é a inovação, que gera o motor do crescimento. Ele afirmou, quando janeiro / fevereiro / março | 2010 matéria sabesp foi assinado o termo de cooperação que “vivemos um momento do saneamento em que a inovação é particularmente importante, por três razões: há um aumento das demandas ambientais, a regulação está mais rigorosa graças à atuação do Estado e há um ambiente mais competitivo, já que a Sabesp não atua como monopólio”. Oliveira ainda sustentou que a empresa está dedicada a promover a proatividade em suas 17 unidades que atendem a 336 municípios. “Para isso, estamos investindo nas parcerias com municípios, com instituições como a Fapesp e com universidades e institutos de pesquisas”, argumentou e admitiu que a Sabesp é a quinta maior empresa do mundo da área de saneamento e tem apenas 0,05% de seu faturamento aplicado em pesquisa e desenvolvimento e pretende aumentar essa proporção. As maiores empresas, como a Veolin e a GDF-Suez, gastam respectivamente 0,46% e 0,22% de seus orçamentos com atividades voltadas à inovação. Inscrição de quarenta projetos No final de abril de 2010, foi concluída a primeira chamada pública do convênio entre Sabesp e Fapesp, contemplando a inscrição quarenta projetos, a serem, nesta primeira etapa, um aporte de R$ 10 milhões. Os projetos inscritos passarão agora por uma triagem do comitê gestor do convênio, que avaliará se as especificações do edital foram atendidas. Em seguida, serão encaminhados aos assessores especializados da Fapesp para apreciação técnicocientífica, com previsão de conclusão dos trabalhos até final de agosto, quando, então, será possível conhecer os que serão apoiados. Superadas essas duas etapas, os projetos aprovados serão priorizados em função dos recursos disponíveis nesta pri- Gesner Oliveira, presidente da SABESP, reforça importância do acordo entre a entidade e a Fapesp para o desenvolvimento do saneamento. meira chamada, para que, posteriormente, os contratos possam ser assinados. A parceria com a Fapesp é considerada estratégica pela Sabesp, pois permitirá melhorias nos seus processos operacionais e, consequentemente, um melhor atendimento à população. Também contribuirá com os planos da Companhia de prestação de serviço fora do estado de São Paulo, já que poderá ampliar o portfólio de produtos da empresa. Passado um ano da assinatura do Termo de Cooperação, Gesner Oliveira reafirma que investir em pesquisa e inovar são essenciais para o futuro da Sabesp: “hoje, o mercado está mais competitivo, há padrões de exigência ambiental mais rigorosos, somos regulados por uma agência externa e temos que enfrentar o desafio de universalisar serviços. Precisamos ter capacidade de incorporar novas tecnologias”, conclui. ”vivemos um momento do saneamento em que a inovação é particularmente importante, por três razões: há um aumento das demandas ambientais, a regulação está mais rigorosa graças à atuação do Estado e há um ambiente mais competitivo, já que a Sabesp não atua como monopólio” Gesner Oliveira, presidente da Sabesp janeiro / fevereiro / março | 2010 Saneas 19 matéria sabesp Termo de Cooperação entre a Sabesp e a fapesp Destacamos algumas cláusulas do Termo de Cooperação, que remete à relevância dos investimentos das instituições na Pesquisa & Desenvolvimento, de suma importância para os pesquisadores: Cláusula Primeira – Objeto 5.2. Os recursos serão desembolsados ao longo dos 5 (cinco) anos de vigência e em parcelas anuais iguais, da FAPESP e da SABESP. 1.1. Constitui objeto, do presente Acordo, desenvolver e apoiar projetos de pesquisa científica e tecnológica cooperativos, a serem estabelecidos entre pesquisadores de Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa, públicas ou privadas, no Estado de São Paulo, e da SABESP. 5.3. Os recursos serão destinados exclusivamente às propostas que forem selecionados pela FAPESP, com a participação do COMITÊ, e serão desembolsados de acordo com o cronograma de desembolso aprovado em cada proposta selecionada. Cláusula Terceira Atribuições da FAPESP: 3.1. Constituem atribuições da FAPESP: 3.1.1. Desenvolver seus trabalhos em regime de colaboração com a SABESP, conforme definido nos editais; 3.1.2. Definir em conjunto com a SABESP, os temas objeto das pesquisas e de interesse da SABESP; 3.1.3. Cumprir os prazos estabelecidos e informar a SABESP através de relatórios sobre o andamento dos projetos; 3.1.4. Disponibilizar os recursos necessários ao andamento do projeto, conforme definido no item 5.1; Cláusula Quinta – Financiamento 5.1. O aporte financeiro para financiar projetos no âmbito deste acordo será de no máximo R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), sendo R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais) a serem desembolsados pela FAPESP e R$ 20 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais) a serem desembolsados pela SABESP. Saneas 5.4. Os desembolsos dos recursos acima referidos estão condicionados, obrigatoriamente, à prévia formalização, para cada projeto, de Termo de Convênio, nos termos da letra “d” do item 3 do Anexo II deste instrumento. Cláusula Sétima Propriedade Intelectual 7.1. Os direitos relativos à propriedade intelectual eventualmente gerada, ou associados aos projetos analisados e selecionados deverão ser acordados em Termos de Convênio a serem estabelecidos entre a SABESP, FAPESP e as instituições dos pesquisadores proponentes, nos termos da letra “e” do item 3 do Anexo II deste instrumento. Cláusula Décima – Denúncia 10.1. Qualquer das signatárias poderá denunciar o presente acordo, comunicando esta intenção à outra parte, por escrito, com uma antecedência mínima de 03 (três) meses e sua denúncia não afetará as ações em curso, desde que não implique em novos desembolsos financeiros, exceto se diferentemente acordado pelas signatárias. janeiro / fevereiro / março | 2010 ponto de vista John Anthony Allan “O Brasil é o maior exportador de água virtual do mundo” “A forma como usamos a terra e os recursos hídricos no passado negligenciava os impactos ambientais impostos pela agricultura intensiva. Esses custos não se refletem nos preços das commodities alimentícias vendidas e compradas internacionalmente, e nem mesmo nos preços dos alimentos no mercado interno. O Brasil não deveria correr para satisfazer a demanda global por sua água, colocando commodities no mercado mundial a preços que impossibilitem que o ambiente das terras e dos recursos hídricos do Brasil seja usado de modo sustentável”. Essas são as palavras do cientista britânico John Anthony Allan, professor no King’s College de Londres e na Escola de Estudos Orientais e Africanos. Laureado com o “Prêmio da Água de Estocolmo 2008” e conhecido no mundo inteiro por ter criado o conceito de água virtual, Allan identifica que as grandes economias de água podem ser feitas no setor agrícola, onde os volumes de água usados são vastos. “Os agricultores tomam conta de toda a água verde. Junto com os engenheiros, eles tomam conta de toda a água azul usada na agricultura irrigada. Junto, isto representa 80% da água usada no mundo inteiro. Os agricultores detêm a chave para a segurança da água – especialmente no Brasil”, alerta. Confira a sua entrevista registrada no Portal do Meio Ambiente. janeiro / fevereiro / março | 2010 Portal: O senhor pode explicar o conceito de “água virtual”? Como fazer o cálculo de quanto cada produto consome de água? John Anthony Allan: Os alimentos e outras commodities necessitam de água para serem produzidos. As commodities alimentícias possuem um teor de água particularmente grande. Por exemplo, as seguintes quantidades de água são necessárias para produzir 1 quilo de: Trigo: 1.300 litros/ Milho: 900/ Arroz: 3.400/ Carne de frango: 3.900/ Carne de porco: 4.800/ Carne de ovelha: 6.100/ Carne de gado: 15.500 / Algodão: 11.000. Ou a seguinte quantidade de litros de água é necessária para produzir 1 unidade dos seguintes produtos: Um litro de leite: 1.000 litros/ Uma xícara de chá: 30/ Uma xícara de café: 140/ Uma folha de papel: 10/ Uma fatia de pão: 40/ Saneas 21 ponto de vista John Anthony Allan Uma maçã: 70/ Uma camiseta: 2.700. A água embutida nisso é chamada de água virtual. Quando uma commodity é exportada de um país para outro, o país importador se torna seguro em termos de água e alimentos contanto que tenha uma economia que seja diversificada, e as pessoas tenham meios de vida que lhes possibilitem comprar alimentos importados. Das 210 economias existentes no mundo, ao menos 160 são economias “importadoras” de água virtual. Há apenas cerca de 10 economias que têm um excedente de água significativo que pode ser “exportado” em forma virtual. Esses países incluem os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, Argentina e França. O Brasil é, em potencial, o maior “exportador” de água virtual do mundo. John Anthony Allan: Será muito difícil fazer com que o valor da água usada na produção de alimentos de origem vegetal e de carne se reflita no preço dos alimentos. Nem os agricultores que produzem as commodities, nem os comerciantes que as tornam disponíveis nas economias importadoras de alimentos, nem seus clientes e consumidores estão conscientes do teor de água embutida nelas e de seu valor. É improvável que a regulamentação cause algum impacto porque os números sobre o teor de água são muito imprecisos e podem ser facilmente questionados. Educar os consumidores é uma forma mais provável de mudar seu comportamento e sua forma de consumo. Os desafios políticos são imensos, especialmente numa economia de mercado. Portal: Quais as maiores consequências ambientais para um país como o Brasil, a partir desta consideração de ser o maior exportador de água virtual do mundo? John Anthony Allan: A forma como usamos a terra e os recursos hídricos no passado negligenciava os impactos ambientais impostos pela agricultura intensiva. Esses custos não se refletem nos preços das commodities alimentícias vendidas e compradas internacionalmente, e nem mesmo nos preços dos alimentos no mercado interno. O Brasil não deveria correr para satisfazer a demanda global por sua água, colocando commodities no mercado mundial a preços que impossibilitem que o ambiente das terras e dos recursos hídricos do Brasil seja usado de modo sustentável. Portal: Qual a importância de se divulgar a “pegada da água” e que tipo de ações deve ser pensado como resposta aos resultados apresentados por essa “água virtual”? John Anthony Allan: O conceito de “pegada de água” é uma forma muito eficaz de contribuir para conscientizar os agricultores, negociantes, supermercados e consumidores a respeito do teor de água das commodities que eles produzem, vendem ou compram e consomem. A comparação da pegada de água de uma dieta pesada a base de carne de gado que consome 5 m3 de água por dia com a de um vegetariano que consome 2,5 m3 de água por dia apresenta um resultado crasso. Tem-se mostrado que uma dieta pesada a base de carne de gado e outros produtos de origem animal é muito ruim para a saúde de um indivíduo. Ela também é muito ruim para o meio ambiente aquático. Portal: Como podemos fazer para que essa “água virtual” seja contabilizada e informada para os consumidores? O senhor acredita que isso ajudaria na questão da economia da água? É improvável que a regulamentação cause algum impacto porque os números sobre o teor de água são muito imprecisos e podem ser facilmente questionados. Educar os consumidores é uma forma mais provável de mudar seu comportamento e sua forma de consumo. 22 Saneas janeiro / fevereiro / março | 2010 ponto de vista John Anthony Allan Portal: De que forma o tratamento de esgotos contribui para a economia da água? Quanto se gasta de água para fazer um saneamento básico de qualidade? John Anthony Allan: A maior parte da água é usada para produzir alimentos. Mais de 80% da água que um indivíduo ou uma economia necessita são usados na produção de alimentos. 70% dessa água é água verde – ou seja, água proveniente de chuva que é retida no solo. A maior parte da produção agrícola do Brasil vem dessa água que está no solo. Os outros 30% são constituídos de água azul ou água doce. A água doce vem dos rios e do lençol freático. A água que usamos em casa e para trabalhos corresponde a entre 10 e 20% da água de que um indivíduo ou uma economia necessita. A proporção depende de quão industrializada é a economia e de quão elevado é o padrão de vida. Os efluentes líquidos e o esgoto são gerados pelo uso doméstico e industrial de água. Mediante um investimento considerável, os efluentes podem ser reutilizados. Mas é preciso lembrar que esses efluentes são sempre uma pequena proporção do total de água de que a sociedade necessita. É cada vez mais possível e apropriado que as economias avançadas invistam na reutilização de efluentes. Mas a decisão política de alocar verbas para investir no tratamento de efluentes urbanos tem de ser ponderada levando em conta o valor do investimento em outros setores, como educação, saúde, comunicações, energia etc. As grandes economias de água podem ser feitas no setor agrí- Mais de 80% da água que um indivíduo ou uma economia necessita são usados na produção de alimentos. cola, onde os volumes de água usados são vastos. Os agricultores tomam conta de toda a água verde. Ao lado dos engenheiros, eles tomam conta de toda a água azul usada na agricultura irrigada. Junto, isto representa 80% da água usada no mundo inteiro. Os agricultores detêm a chave para a segurança da água – especialmente no Brasil. Fonte: Portal do Meio Ambiente/ Graziela Wolfort Tradução da entrevista: Luís Marcos Sander. JORNAL AESABESP Mais que um Jornal, um Projeto Socioambiental. janeiro / fevereiro / março | 2010 Anuncie: Tel: 11 3263 0484 - 11 7515 4627 - [email protected] Saneas 23 visão de mercado Ricardo Camargo Mendes Brasil na rota global de P&D Ricardo é mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Cambridge e sócio-diretor da Prospectiva Consultoria em Negócios Internacionais. 24 Nas últimas duas décadas, o mundo assiste ao redesenho do mapa de investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Nesse processo, está diminuindo a concentração dos recursos aplicados pelos países desenvolvidos, e aumentado os registrados nas economias em desenvolvimento. No entanto, há diferenças relevantes nesse último grupo, chamando a atenção para a necessidade de aplicação, pelo Brasil, de uma estratégia para fazer o melhor proveito possível do movimento em curso. Tal movimento deve-se a diversos fatores, sendo um dos principais a inclusão de PD&I nas políticas de desenvolvimento de vários países. Para incentivar a produção do conhecimento que é capaz de se transformar em bem ou serviço de maior tecnologia e valor agregado, esses países adotaram medidas em diferentes áreas. E empresas inovadoras que procuram reduzir custos e acessar novos processos de pesquisa não tardaram a reconhecer, nessas economias, oportunidades de investimento. O Science and Engineering Indicators 2010 do National Science Board (NSB), dos Estados Unidos, mostra a descentralização em P&D. Em 2007, América do Norte e União Europeia respondiam por 63% do US$ 1,1 trilhão em investimentos mundiais nessa área, ante 71% em 1996. O principal ganho foi da Ásia/Pacífico, que subiu de 24% para 31%, em boa parte devido à China e tigres asiáticos. A fatia do resto do mundo subiu de 5% para 6% (2,6% são da América Latina e Caribe). As multinacionais dos EUA são outro indicador importante. Em 1995, cerca de 90% dos investimentos em P&D de suas afiliadas (mais de 50% de capital dos EUA) foram em países europeus Saneas desenvolvidos, Canadá e Japão. Em 2006 foram 80%. Enquanto isso, as filiais na China, Coreia do Sul e Cingapura puxaram a participação da Ásia, excluído o Japão, de 5,4% para 13,5%. China e Índia, que em 1994 respondiam por menos de US$ 10 milhões cada, passaram a contar com US$ 800 milhões e US$ 310 milhões, respectivamente. No Brasil foram US$ 570 milhões, a maioria no setor automobilístico. Para o NSB, o Brasil é um dos 15 maiores investidores em P&D. De fato houve um salto no país, que também identificou nessa área chances de acelerar seu desenvolvimento. Segundo o governo, os dispêndios em P&D passaram de US$ 6,64 bilhões (1,3% do PIB) em 2000, para US$ 20 bilhões (1,43% do PIB) em 2008. Isso reflete ações como as leis de patentes (1996), que foi um divisor de águas em P&D, a da Inovação (2004), a Política de Desenvolvimento Produtivo (2008), a criação de órgãos como a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a reestruturação de outros como o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Reflete também a liberação de recursos do governo e investimentos do setor privado. Com isso tudo, áreas de destaque global estão surgindo, incluindo a de saúde e biotecnologia, além da consolidação janeiro / fevereiro / março | 2010 visão de mercado Ricardo Camargo Mendes de outras, como a de tecnologia verde e de exploração petrolífera. Isso se comprova ainda pelos temas predominantes nos artigos brasileiros em publicações indexadas. O que esses e muitos outros dados demonstram, portanto, é que o Brasil responde aos estímulos para gerar e exportar conhecimento produtivo. Mas o país deve agora avaliar os resultados obtidos desde a implantação da lei de patentes e estabelecer diretrizes para o futuro. Ainda há tempo para correções de percurso, evitando que fiquemos para trás na corrida global do conhecimento. As travas à maior competitividade que já podem ser identificadas têm solução. Um exemplo: falta uma estratégia que coordene as ações dos atores envolvidos em PD&I dentro e fora do governo, o que é possível de ser feito. Isso resolveria outras questões, como o temor de algumas empresas de usar a lei da Inovação para desoneração de impostos. Como a definição de inovação na lei é ampla, teme-se que o fisco não aceite a aplicação feita. Outro exemplo são incertezas referentes à proteção da propriedade intelectual, causadas em grande parte devido ao posicionamento adotado pelo Brasil em fóruns internacionais. Há espaço para incrementar a parceria empresas/ universidades, reconhecida internacionalmente como produtiva. A parceria cresceu, mas continua em nível que impede que boa parte da produção dos cientistas atinja o mercado. A co-operação entre países - como entre governo/governo, governo/empresa, empresa/ empresa, universidade/universidade e empresa/universidade - também deve ser estimulada. Os financiamentos para P&D aumentaram, porém é necessário mais, porque os inovadores lidam com investimentos elevados e de alto risco. Os investimentos em inovação pelas filiais dos EUA no Brasil mostram áreas ainda pouco exploradas e que podem ser atrativas, como a de serviços científicos e a indústria farmacêutica. Outro ponto crucial é educação. Nossas universidades são um foco importante de produção científica. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) diz que em 2006, os Brics (Brasil, Índia, Rússia e China) formavam 50% mais doutoran- janeiro / fevereiro / março | 2010 dos que a OCDE. Mas outros dados nessa área mostram diferenças. Segundo o NSB, de 1980 a 2000, a fatia da China de pessoas com terceiro grau passou de 5% para 11% do total mundial. O da Índia subiu de 4% para 8%. O Brasil ficou estagnado em 2%. O Brasil está amadurecendo rapidamente em PD&I e por isso deve ter uma estratégia para utilizar melhor suas capacidades competitivas. O mais preocupante é que estamos perdendo terreno em diversos aspectos para vários asiáticos. Poucas são as economias em desenvolvimento com atrativos como a nossa - como estabilidade econômica e política, segurança nas regras de propriedade intelectual e presença de empresas multinacionais no mercado há mais de cem anos. Por isso, aqui dentro é preciso equacionar os gargalos para a inovação e, no exterior, é fundamental promover esses ativos. Fonte: Valor Econômico Saneas 25 artigo técnico Tubos de PVC Orientado: uma alternativa tecnológica para a condução de água e esgoto sob pressão em saneamento Por Jorge Jorge Neves Moll Engenheiro Especialista da Amanco Brasil. Engenheiro Civil graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo; Mestre em Engenharia Sanitária pela Fundação de Ensino Especializado de Saúde Pública do RJ e, há 10 anos, atua como Especialista na Amanco Brasil, onde responde por Inovação e Desenvolvimento de Produtos Introdução A experiência adquirida no saneamento para tubulação indica que para fazer frente às agressões do transporte, manuseio e assentamento, os materiais dos tubos devem apresentar determinadas propriedades, tais como: ■■ resistência máxima à tração na falha; ■■ tenacidade: alta resistência à falha frágil, isto é, habilidade para absorver energia, o que melhora a resistência ao impacto; ■■ ductibilidade: escoamento X fissura, isto é, equilíbrio entre resistência e tenacidade. Após quaisquer dos processos de orientação, o tubo é resfriado rapidamente à temperatura ambiente, de forma a estabilizar a estrutura molecular orientada. A orientação molecular cria uma estrutura lamelar no material da parede do tubo. Esta estrutura proporciona resistência à fratura frágil oriunda de pequenas fendas ou arranhões na superfície da parede do tubo, que é normal durante o transporte, manuseio e assentamento de tubos. Orientação do PVC A orientação molecular de termoplásticos resulta em melhoria das propriedades físicas e mecânicas. A orientação é levada a efeito em temperaturas bem acima da temperatura de transição vítrea. A orientação do material do tubo de PVC rígido (não plastificado, PVC-U), pode ser induzida por diferentes processos. Uma opção de processo de orientação é denominada “em linha”, onde um tubo espesso (pré-forma), diretamente após o processo de extrusão, é, condicionado em linha na temperatura de orientação molecular e, no qual, através de dispositivo mecânico, a pré-forma é expandida, orientando as moléculas na direção axial e circunferencial. Dependendo do grau de orientação induzido no processo de produção, obtêm-se diferentes valores de resistência à tração (MRS). 26 Saneas Imagem 1 - Detalhe da estrutura lamelar da parede do tubo O PVC-O pode ser considerado altamente resistente ao entalhe devido à morfologia da orientação do material do tubo, não havendo risco da propagação rápida de eventual fissura. Também são resultados do processo de orientação molecular a melhoria da resistência à tração circunferencial e a resistência ao impacto. Além disto, incorpora resistência a cargas cíclicas ( bombeamento de esgoto, por exemplo). janeiro / fevereiro / março | 2010 artigo técnico PVC-O Alta resistência à tração Alta resistência à cargas cíclicas Alta tenacidade Alta ductibilidade ou seja ROBUSTEZ Imagem 2 - Detalhe do processo de fabricação devido à mudança de estrutura Características do Tubo DN 100 150 200 250 300 D1 119,0 171,2 223,4 275,8 328,2 D2 111,4 160,6 209,6 258,8 308,0 d2 118 170 222 274 326 e 3,3 4,7 6,2 7,6 9,0 A 5890 5910 5930 5960 5990 B 128,7 148,4 164,6 188,4 213,5 Imagem 3 – Desenho técnico e dimensões dos tubos Conexões empregadas com os tubos de PVC- O devem ser ferro fundido ductil fabricadas em acordo com a NBR 7675. Aplicação Com as propriedades previamente citadas, os tubos de PVC-O são indicados para adutoras ou redes de distribuição de água e é o único tubo de PVC indicado por norma (NBR 15750) para o bombeamento de esgoto, onde o tubo fica sujeito à cargas cíclicas devido a oscilações de pressão. Norma Os tubos de PVC-O seguem a norma ABNT NBR 15.750:2009. Propriedades A tecnologia de fabricação dos tubos de PVC-O Amanco Biax tem a capacidade de potencializar as já excelentes qualidades do material PVC, entre elas: Maior resistência: suporta maior pressão hidrostática interna em comparação com os demais tubos janeiro / fevereiro / março | 2010 Medidas em milímetros termoplásticos normalizados, além de não ser atacado por processos de corrosão; Robustez: a excelente resistência aos impactos, ótima ductilidade (capacidade plástica de deformação e resistência à pressão sem danos ao material) torna o produto robusto; Leveza: facilita o transporte, manuseio e instalação, dispensando equipamentos pesados. Aliada ao acoplamento simples faz a diferença em termos de custo, desempenho e velocidade da instalção em relação à tubulações feitas em outros materiais; Flexibilidade: é decorrente da espessura de parede mais esbelta que incorpora melhor capacidade de adaptação às curvaturas do traçado de rede em comparação com as soluções tradicionais, sem prejudicar sua estrutura; Solução Sustentável: o processo de fabricação dos Tubos Amanco Biax significa economia considerável em energia consumida para sua fabricação quando comparados a outras soluções de mercado para a mesma aplicação, minimizando os impactos ao meio ambiente. Saneas 27 artigo técnico Resistência à Corrosão: os tubos são imunes à corrosão e às substâncias químicas naturais, bem como é resistente à agressão de micro organismos. Portanto, os tubos de PVC-O não são degradáveis e não requerem qualquer tipo e proteção especial ou revestimento. Mantém Qualidade total da água: a matéria-prima não altera a qualidade da água, uma vez que o tubo não sofre corrosão e também não há migração de qualquer componente do tubo para a água. Atende aos critérios da norma de teste ABNT NBR 8219 e aos limites regulamentados pelo Ministério da Saúde, garantindo esta qualidade. Junta estanque: As juntas de ponta e bolsa com anel elástico são estanques, comprovado através de rigorosos testes de norma (NBR 15750). As juntas dos tubos Amanco Biax são de fácil montagem e podem ser instaladas por trabalhadores sem treinamento especial. Capacidade Hidráulica: os tubos de PVC-O possuem maior área de vazão, sendo 16% maior em relação aos tubos de PVC DeFOFO PN16 e 50% maior em relação aos tubos de PE PN16. Efeito do golpe de Aríete: Devido à sua maior área de vazão e ao seu comportamento elástico, o efeito do Golpe de Aríete é bem menor nos tubos Amanco Biax do que nos tubos de Ferro Fundido. Características tubos termoplástico PVC-O (MRS 45) Resistência PVC-U (MRS 25) PE 100 (MRS 10) PRFV Eficiência PN/kg Resistência ao impacto Resistência à Permeabilidade Flexibilidade Axial Robustez Frágil para Dúctil Transição de Fratura Resistência a Propagação Lenta da Fissura 28 Saneas janeiro / fevereiro / março | 2010 artigo técnico A Sabesp e os materiais para saneamento: uma história de muitas batalhas Por Adilson Menegatte de Mello Campos Tecnólogo responsável pela área de inspeção no CSQ da Sabesp e professor pleno nas disciplinas de Construção Soldada e Construção de Máquinas na Faculdade de Tecnologia de São Paulo e autor de vários trabalhos técnicos voltados para a área de metalurgia e obras de saneamento. A Sabesp desde seu nascimento sempre teve a vocação para apresentar novas alternativas aos grandes desafios que se impõem a quem deseja fazer saneamento em uma grande metrópole. Se formos relembrar, a Sabesp é originária da fusão da FESB , SAEC e COMASP, sendo esta última, uma empresa de economia mista, formada pelo Governo do Estado de São Paulo e por uma empresa Norte Americana (Montgomery) . A COMASP foi concebida para desenvolver o “Sistema Cantareira” como solução ao crônico problema de falta de água na capital. Aparecem, então, os primeiros projetos com grandes tubulações em aço soldado, sistemas de proteção catódica, barragens com comportas de coleta seletiva de água, a elevatória de Santa Inês e a ETA Guarau. Obras grandiosas, com soluções de engenharia complexas, exigindo a formação de equipes de profissionais de primeira linha, com grande conhecimento e experiência em obras de porte, particularmente obras de barragem. A COMASP, então, foi buscar no mercado esses profissionais (a maioria vindos da CESP e da CEMIG) e iniciou um amplo trabalho de formação de sua própria mão de obra, através de cursos intensivos a todos os funcionários recém contratados. Este início já sinalizava os tempos que viriam, pois ao se fundar a Sabesp, perdeu-se o vínculo com o parceiro internacional e os problemas começaram a ser enfrentados por profissionais ainda jovens e com pouca experiência em obras de saneamento. Não demorou muito para se perceber que o sistema de proteção catódica implantado, que era usual nos Estados Unidos, se mostrou ineficiente no solo paulista. A busca de outras soluções levou a empre- janeiro / fevereiro / março | 2010 sa a contratar toda uma equipe de pesquisadores do IPT que trabalhavam neste assunto. Novos estudos e pesquisas foram elaborados e algumas alternativas se apresentaram, porém havia uma dificuldade adicional não prevista na literatura mundial: a incredulidade do diretor da época que se mostrava pouco disposto a concordar com o “aumento do custo da obra”. Ele exigiu que se comprovasse os princípios do sistema com uma demonstração prática, e lá fomos nós para a margem de uma ferrovia, munidos com uma cuba com água, duas placas de metal (uma de aço e uma de zinco) interligando-as na linha do trem. Enquanto o nosso especialista discorria sobre a “célula de Daniel” o trem passou e a corrente gerada no sistema “consumiu” a placa de zinco em segundos, diante dos olhos arregalados de um engenheiro que após isso, passou a ser um grande defensor da técnica. Os profissionais que iniciaram a Sabesp já sabiam que os materiais e equipamentos de boa qualidade eram primordiais para um bom desempenho, pois eles poderiam colocar a perder um bom projeto e/ ou uma obra feita com esmero e dedicação. Assim, começaram de forma incipiente e desordenada a formação das primeiras equipes dedicadas a estudar e a avaliar produtos e fabricantes que viriam a ser nossos fornecedores. Evidentemente, a grandiosidade da cidade e das necessidades de materiais e equipamentos para possibilitar a oferta de água de boa qualidade a população e um tratamento de esgoto digno, gerou forte expectativa nos fornecedores de materiais que viram na Sabesp alguns aspectos interessantes, tais como: ter um dos maiores mercados de saneamen- Saneas 29 artigo técnico to do mundo, num único estado e ser uma empresa que prima pelo pagamento em dia de seus contratos (coisa raríssima em empresas do ramo). Assim, houve a necessidade de se criar mecanismos que evitassem a entrada de produtos de má qualidade ou daqueles que, após concretizada a venda, desapareciam como por encanto, largando um potencial problema às nossas equipes de manutenção. Esse trabalho, no princípio, recebeu críticas contundentes de várias áreas externas e também internas. Falava-se que isto “impedia a livre concorrência”, que isto “provocaria atrasos nas licitações” e mais recentemente, que afrontaríamos os princípios da lei 8666, além de outras considerações que pretendiam acabar com o programa. Havia, também, a necessidade de se ouvir as bases que efetivamente utilizavam os materiais e interpretar esses anseios. No entanto a Sabesp ainda não tinha o hábito de debater internamente suas exigências assim como não era possível identificar interlocutores que pudessem apontar essas demandas e a partir disso buscar no mercado soluções e até, desenvolver novos fornecedores. Os problemas iniciais indicaram que seria importante a adoção de algumas estratégias: ■■ Foi necessário elaborar metodologias adequadas para avaliar previamente os materiais, equipamentos e fabricantes de forma a só iniciar testes de campo, quando houvesse o máximo de segurança na aplicação desse produto. ■■ Criar um vínculo forte entre as áreas de forma a manter constantes informações sobre o desempenho dos produtos mais significativos de uso na empresa. ■■ Conseguir manter a serenidade diante dos vendedores de milagres, assim como não descartar prematuramente uma idéia que se imagina fantasiosa, mas que eram na verdade produtos que fugiam do convencional, porém com resultados e custos interessantes. Em alguns casos, medidas corajosas precisaram ser tomadas, veja-se o exemplo dos tubos de polietileno para ramais: o seu uso em lugar dos tubos de ferro galvanizados era considerado como um grande avanço para o sistema, pois reduziríamos as fraturas por corrosão, além de aumentar a vida útil do ramais , pois esse material não permite a formação de de- 30 Saneas pósito de minerais e de óxidos no interior dos tubos, reduzindo sua secção. No entanto, os primeiros tubos adquiridos eram de péssima qualidade. Os tubos eram fabricados com grande quantidade de material reciclado, com rupturas constantes e muita reclamação das áreas de instalação. A equipe de inspeção tinha grande dificuldade em reprovar o material, visto que a norma brasileira da época não possuía um elenco de ensaios que efetivamente pudesse separar o material bom do ruim. Assim a Sabesp precisou lançar mão de seu corpo técnico e elaborar normas técnicas internas que melhor classificassem o material. Para demonstrar à comunidade sabespiana que se tratava de um novo material, a norma Sabesp exigiu que os tubos para água tivessem cor azul, pois os tubos na cor preta estavam com má fama na empresa. E essas soluções foram coroadas de sucesso, sendo que hoje a empresa instala quase 2.000 km desses tubos por ano, com um índice de reclamações próximo de zero. Outro exemplo significativo ocorreu com a compra de comportas. A partir do ano 2000, começaram a ser adquiridas comportas em aço inox, de excelente qualidade, porém a um custo muito alto. Quando da avaliação do material e do fabricante, vislumbrou-se a boa operacionalidade do produto, porém precisávamos verificar seu funcionamento por algum tempo e a capacidade de atendimento pós venda desse fabricante, cuja sede fica no exterior. Após algum tempo de uso, o produto demonstrou excelente desempenho, porém só após desenvolvermos um outro fornecedor (também com sede no exterior) é que conseguimos reduzir o custo desse equipamento a valores bem mais realistas, possibilitando o seu uso em toda a Sabesp. O cuidado com a vida da população também se reflete no esmero com os materiais. Várias ações foram ensejadas, quando os países do mercado europeu reduziram os limites de aceitação de epicolidrina na água (a epicolidrina é um dos componentes do epóxi, material bastante utilizado no revestimento de tubulações), durante dias todas as aquisições de materiais revestidos com epóxi foram suspensas, até que se comprovou o atendimento aos novos parâmetros dos materiais que utilizávamos. No caso das peças de liga de cobre, a Sabesp ainda é pioneira na exigência de revestimento des- janeiro / fevereiro / março | 2010 artigo técnico sas peças com níquel químico (conforme padrão europeu), pois os teores de chumbo que foram encontrados nos materiais utilizados no passado, apresentavam contaminação por chumbo, muito superior ao permitido pela legislação (portaria 518 do Ministério da Saúde). Desta forma, a Sabesp tem se transformado em modelo de gestão de materiais para outras empresas congêneres, recebendo constantes visitas de empresas interessadas em implantar sistemas semelhantes. Hoje, somos detentores de um contrato de prestação de serviços de qualificação e de inspeção de materiais com a Cesan ( Espírito Santo), onde se busca levar a essa empresa, toda a experiência acumulada nessas décadas de trabalho. Os processos de qualificação e inspeção de materiais são constantemente reavaliados, para permitir sua máxima eficácia, trazendo para as áreas operacionais a tranqüilidade de realizar seus serviços utilizando materiais de bom desempenho; e às áreas de janeiro / fevereiro / março | 2010 compras, a certeza de fazer licitações onde haverá o concurso de empresas que apresentam produtos com um padrão de qualidade pré-definido, a um preço justo. Esta é uma luta sem fim, pois as necessidades da empresa aumentam, conforme seus processos vão ficando mais sofisticados, o consumidor passa a ficar cada vez mais exigente com o produto que recebe (não só a qualidade da água, mas também a constância do abastecimento e coleta do esgoto), as dificuldades de atendimento passam a ser cada vez maiores (São Paulo tem baixos recursos hídricos disponíveis, o que obrigará a empresa a ir buscar novas fontes cada vez mais longe e mais difíceis) e novas soluções tecnológicas aparecem todo dia, pois como já disse o sábio: “a necessidade é a mãe das invenções”. Saneas 31 Cabeçalho AESabesp de olho na Copa Preparações para a Copa de 2014 Desde que saiu a nota oficial de que o Brasil irá sediar a 20ª Copa do Mundo, em 2014, o espírito de alegria e ansiedade tomou conta dos brasileiros. E não é sem motivos, pois o nosso País é a verdadeira terra do futebol – se não é a de origem, é de natureza, pela adoração, arte e talento empregados a este esporte. Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, deve abrigar aSaneas final da Copa do Mundo de 2014. 32 janeiro / fevereiro / março | 2010 copa do mundo Além de fazer bem à auto-estima do brasileiro, a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil também é uma grande oportunidade de trabalho e de avanço no nosso País, uma vez que será exigida uma renovação da infra-estrutura de nossas principais cidades. Isso inclui investimentos em ampliação de aeroportos, metrôs, sistemas rodoviários, ferroviários e portuários, estrutura hoteleira, rede de telecomunicações, hospitais, sistemas de segurança e geração de energia. E obviamente o setor de saneamento também estará em expansão, uma vez que faz parte da base de todo esse cenário. Mas como toda boa oportunidade, a carga de responsabilidade que vem junto também é grande. A AESabesp começa desde já a integração com este momento histórico e em seu XXI Encontro Técnico – Fenasan 2010, a ser realizado nos dias 10, 11 e 12 de agosto no Expo Center Norte, formará a mesa redonda “Copa de 2014 e infraestrutura em saneamento das cidades sedes”. Veja como está sendo preparada a estrutura de abastecimento de água e esgotamento sanitário nas cidades que sediarão a Copa no Brasil: Belo Horizonte - MG O Estádio Público de Minas Gerais, conhecido como Mineirão, foi o escolhido para sediar a copa na capital mineira, cujo saneamento é feito pela Copasa – Companhia de Saneamento de Minas Gerais. De acordo com informações registradas pela AESBE, foram investidos mais de R$ 460 milhões na ampliação e melhoria do saneamento básico de Belo Horizonte, entre 2003 a 2008. Ainda estão previstos investimentos da ordem de R$ 290 milhões para ampliação, melhorias e expansão dos serviços até 2011. Brasília - DF O Estádio Público do Distrito Federal, batizado com o nome de Mané Garrincha, foi o escolhido para sediar a copa na capital do País, cujo saneamento é feito pela Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb). A meta do Governo do Distrito Federal é chegar ao máximo, em 2014, com 100% de coleta de esgotos e abastecimento de água, com todos os serviços universalizados. Cuiabá - MT O “Verdão” é o Estádio Público da capital matogrossense, cujos serviços de saneamento são prestados pela Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap), que prevê um investimento de R$ 238 milhões em obras, para atingir a universalização em abastecimento de água e concluir as obras da Estação de Tratamento de Água “Tijucal”. Para o esgotamento sanitário, serão executados aproximadamente 280 mil metros de rede coletora, além de coletores-tronco. janeiro / fevereiro / março | 2010 Saneas 33 copa do mundo Curitiba - PR Será o Estádio “Arena da Baixada”, do Atlético Paranaense, a sede da capital paranaense, que conta com obras intensificadas há muito tempo pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Em obras de esgoto os investimentos já totalizam R$ 211,6 milhões e, em 2 anos, deverá ser ampliada a rede de água em mais 98 km e a de esgoto em 571 km, por toda a cidade. Com as obras em andamento, os investimentos em Curitiba chegam a R$ 199,5 milhões. Fortaleza - CE O Estádio Público do Ceará, conhecido como Castelão, foi o escolhido pra sediar a copa na capital cearense, que “em dois anos deverá estar pronta para receber as delegações desportivas”, de acordo com informações da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que afirma a execução, até 2012, de obras de melhoria, implantação e ampliação dos sistemas de água e esgoto, com investimentos previstos na ordem de R$ 458,9 milhões. Manaus - AM O “Vivaldão” é o Estádio Público da capital amazonense, que tem seus sistemas de abastecimento e de esgotamento sanitário operados pela Companhia Municipal Águas do Amazonas. O investimento previsto para o saneamento da cidade, em função da Copa de 2014 está estimado em R$ 500 milhões para água e R$ 150 milhões para esgoto, com a ampliação de adutoras, de reservatórios e construção de uma nova estação de captação. Natal – RN Esta Capital ainda construirá a sua sede para os jogos, com a edificação do “Estádio das Dunas”. Para a estrutura dos serviços de saneamento, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) afirma estar investindo R$ 283,3 milhões em obras de esgotamento sanitário e R$ 40,4 milhões em melhorias e implementações no abastecimento de água em Natal, totalizando R$ 323,7 milhões. 34 Saneas janeiro / fevereiro / março | 2010 copa do mundo Porto Alegre - RS A capital gaúcha sediará os jogos da Copa 2014 no Estádio Beira-Rio do Sport Club Internacional . O Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae) de Porto Alegre afirma que 100% da população têm acesso a água tratada e contará com 80% dos esgotos tratados em 2012. Em 2014, a expectativa é de atingir a um índice de 83% de tratamento e ultrapassar as metas do milênio de reduzir em 50% o déficit em saneamento 2015. Para tanto, serão investidos R$ 586,7 milhões. Recife - PE A capital pernambucana também contará com um estádio ainda a ser construído, denominado “Arena Recife”. A cidade, atendida pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), é uma das que requerem maior investimento, mais de R$ 1 bilhão. Recursos da ordem de R$ 400 milhões serão demandados em esgotamento sanitário, cujo índice de 40% deverá ser elevado para 70%, até 2014. Já em relação à água, o investimento é estimado em R$ 700 milhões. Rio de Janeiro – RJ Com grandes possibilidades de sediar a final da Copa 2014, o famoso Maracanã é o Estádio Público do Rio de Janeiro, escolhido na capital carioca, cujo saneamento é feito pela Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), que investe em tratamento de esgoto nos bairros do entorno do estádio: Maracanã, Tijuca, Praça da Bandeira, Centro, Praça Mauá e Saúde, bem como na despoluição das Lagoas Rodrigo de Freitas, da Barra, da Tijuca e de Jacarepaguá e no total abastecimento de água. Salvador: - BA Será o Estádio Público da Bahia “Fonte Nova”, que receberá a copa em Salvador. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa) confirma o investimento de R$ 109 milhões no sistema integrado de abastecimento de água, para ampliação de adutoras, implantação de estruturas de controle de vazão, instalação de novas linhas de alimentação dos principais reservatórios da cidade e a substituição de redes distribuidoras antigas, para atender a demanda. janeiro / fevereiro / março | 2010 Saneas 35 copa do mundo São Paulo - SP O nosso Morumbi, Estádio Cícero Pompeu de Toledo, de propriedade do São Paulo Futebol Clube, será o grande cenário da Copa 2014 em São Paulo, inclusive muito cotado para sediar o jogo de abertura do evento. A cidade conta com aproximadamente 11 milhões de habitantes e possui cobertura de 100% com água, 97% com esgotamento sanitário, sendo que 75%, possuem coleta e tratamento. A finalidade das obras previstas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é elevar o índice de tratamento do esgoto, que já conta já conta com 97% do seu efluente coletado. Investimentos na ordem de R$ 535 milhões estão previstos para implantação de coletores e interceptores. Também é evidente o esforço para a conclusão da 3ª etapa do Projeto Tietê, previsto para 2015, que otimizará a Capital e toda a região metropolitana. O principal agente financiador da obra é o BID, com um aporte estimado em US$ 800 milhões para a sua realização. Demais obras em São Paulo para receber a Copa 2014 De acordo com a SPTurismo, Empresa de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo, cerca de R$ 34 bilhões serão investidos pela Prefeitura e Governo do Estado até 2014 em obras estruturais importantes para enfrentar o maior desafio da metrópole: a mobilidade urbana. Essas intervenções estruturais já estavam previstas, mas tiveram seu cronograma ajustado de forma a atender à Copa de 2014. São elas: 36 Saneas ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ Imagem do projeto de Ruy Othake/ GMP, de como ficará o Morumbi, por cima, em 2014, cedida pela FC Press. Alargamento da Marginal Tietê Prolongamento da Jacu-Pessego: Guarulhos, Mauá e ABC Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas Metrõ Linha 2 - Verde - Alto do Ipiranga – V. Prudente Metrõ Linha 4 - Amarela - Luz - Vila Sônia Metrõ Linha 6 - Lilás - Largo 13 - Chácara Klabin janeiro / fevereiro / março | 2010 copa do mundo Projeto de alargamento da Maginal Tietê Projeto para o estádio do Morumbi promete trazer mais conforto para os torcedores, além de melhorias no bairro. ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ Metrô Leve Tiradentes (MLT) Expresso Aeroporto - Centro - Garulhos Linha Turquesa (CPTM) - Trecho entre as Estações Luz - Rio Grande da Serra Linha Safira (CPTM) - Estações Brás-TatuapéCalmon Viana Linha Rubi (CPTM) - SP - Caieiras - F. Morato Jundiaí Linha Esmeralda (Marg. Pinheiros) - Zona Sul ao Morumbi Linha Coral - Expresso Leste (até Mogi das Cruzes) Linha Diamante (SP, Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi) Prolongamento da Av. Jornalista Roberto Marinho (Água Espraiada – Imigrantes) Prolongamento da Av. Chucri Zaidan Túnel Lineu de Paula Machado Complexo Viário Sena Madureira Compra de novos trens para as linhas 1 e 3 do Metrô. janeiro / fevereiro / março | 2010 O projeto do Morumbi, assinado pelo arquiteto Ruy Othake, deverá deixar todo o conjunto arquitetônico com uma fisionomia mais contemporânea. E para atender as exigências da FIFA, se cogitam contemplar os seguintes aspectos: ■■ Instalação de um shopping; ■■ Adequação de todos os assentos , com área para portadores de necessidades especiais; ■■ Nova área VIP; ■■ Instalação de um novo Centro de Mídia onde trabalharão os jornalistas e comentaristas do mundo todo; ■■ Novos camarotes; ■■ Ampliação dos túneis de acesso ao campo e zona mista para entrevistas rápidas; ■■ Ampliação e construção de novas acomodações para equipes, árbitros e autoridades; ■■ Cobertura do estádio, que abrigará 100% dos assentos (conforme as fotos desta matéria, cedidas pela assessoria de imprensa do São Paulo Futebol Clube). Saneas 37 sustentabilidade AESabesp tem o seu próprio Projeto de Neutralização de Carbono mo em eventos com o plantio de árvores, é que ele foge completamente à idéia do “eu estou pagando por um reflorestamento, então posso consumir sem culpa”. Muito ao contrário, o que prevalece em sua essência é que mais importante do que plantar árvores é semear a consciência ambiental. O novo Projeto AESabesp de Neutralização de Carbono é o alicerce de um Programa de Educação Ambiental Formal, especialmente elaborado para o XXI Encontro Técnico AESabesp – Fenasan 2010, mas com a empregabilidade modelada para as próximas edições desse evento. Seu objetivo é mobilizar os participantes na contribuição para a percepção, compreensão e participação efetiva na melhoria da qualidade de vida local em sintonia com as urgências globais. Conheça suas metas: ■■ ■■ ■■ ■■ ■■ A AESabesp, por meio de sua Diretoria de Projetos Socioambientais, empregará no XXI Encontro Técnico AESabesp - Fenasan 2010, o Projeto AESabesp de Neutralização de Carbono. O seu diferencial, em relação aos mecanismos de compensação de consu- 38 Saneas ■■ Colaborar na redução das emissões de Carbono para a atmosfera, contribuindo para a minimização do aquecimento global; Propiciar aos participantes, autoridades, funcionários, palestrantes, colaboradores e coordenadores, formas de “pensar globalmente e agir localmente”, para preservação da natureza e do planeta; Reforçar a natureza dos Encontros Técnicos da AESabesp e Fenasan como eventos ambientalmente sustentáveis; Reforçar a AESabesp como uma instituição de referência na sustentabilidade de ações socioambientais; Estender este projeto para outros eventos também comprometidos com a qualidade de vida do Planeta; Criar o selo Carbono Neutralizado da AESABESP, certificado pelo INMETRO/ISO 9001. janeiro / fevereiro / março | 2010 sustentabilidade Conseguimos viabilizar mais um Projeto Socioambiental, com o patrocínio da Sabesp A AESabesp conseguiu viabilizar mais um importante Projeto, integrado à Carteira de Projetos e Cadastramento de Especialistas, formulada por sua Diretoria de Projetos Socioambientais. Tratase do livro documentado “Uma História Visual da Construção do Sistema Cantareira”, produzido pelos nossos associados e ex-engenheiros da Sabesp, Luiz Almada de Alencar Barros e Nicola Paciléo Netto. O apoio e o patrocínio financeiro parcial para a elaboração desta obra foram empregados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), uma vez que a mesma foi selecionada criteriosamente em meio a vários trabalhos inscritos para a avaliação de investimentos da Empresa em projetos de excelência. Valendo-se de textos curtos e de um notável acervo de fotografias e desenhos, os autores propuseram-se a levar a engenheiros, técnicos em geral, profissionais da área e principalmente ao leitor comum, uma descrição de como a água bruta proveniente dos rios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Juquerí atingem a Estação de Tratamento do Guaraú, cujo efluente pode entregar 33.000 litros por segundo de água tratada da melhor qualidade à população da Região Metropolitana de São Paulo. O livro conterá os seguintes capítulos: ■■ Uma viagem acidentada ■■ Primórdio ■■ Caminho hidráulico no plano horizontal ■■ Caminho hidráulico no plano vertical ■■ Represas ■■ Túneis e Canais de ligação ■■ Estação Elevatória ■■ Estação de Tratamento ■■ Números atuais do Sistema Cantareira ■■ Índice das 300 fotos realizadas durante as obras (40 anos) janeiro / fevereiro / março | 2010 Salientamos a importância da participação do Sistema Cantareira no fornecimento de água para a RMSP, essa engenhosa obra presente no abastecimento, que exigiu um contingente de profissionais, dentre eles: técnicos, projetistas, consultores, fabricantes de equipamentos e muitos outros que direta ou indiretamente contribuíram para a construção desta monumental obra, da qual se beneficiam aproximadamente 10 milhões de habitantes, e essa informação é apenas uma entre muitas outras presentes neste livro. A previsão de lançamento do livro “Uma História Visual da Construção do Sistema Cantareira” é para agosto de 2010, durante a realização do XXI Encontro Técnico AESabesp e Fenasan - Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente. Carteira de Projetos Atualmente, a AESabesp ainda conta com uma ampla Carteira de Projetos e Cadastramento de Especialistas para avaliação dos mesmos. São trabalhos responsavelmente qualificados e prontos para receberem o apoio financeiro. Esta é uma grande oportunidade para agregar valores socialmente corretos a uma empresa ou a uma marca. Como OSCIP, a AESabesp é credenciada à captação desses recursos, com a contrapartida de incentivo fiscal, valorizando a imagem das empresas parceiras, como instituições socialmente responsáveis e incentivadoras de qualidade de vida e bem estar social. Consulte-nos: [email protected] Fone: (11) 3284 6420 Saneas 39 XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010 AESabesp tem adesão recorde na Fenasan 2010 XXI Encontro Técnico XXI Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente A AESabesp (Associação dos Engenheiros da Sabesp) registrou, em 2010, um excepcional sucesso na otimização de espaço para a Fenasan 2010 (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente). A 3 meses do evento, programado para os dias 10, 11 e 12 de agosto, no Pavilhã Amarelo do Expo Center Norte, a área de exposição já está totalmente ocupada e grande parte dos expositores já asseguraram seus espaços para 2011 e 2012. Promovida pela Associação dos Engenheiros da Sabesp há 21 anos consecutivos, num ritmo sempre crescente, em caráter simultâneo com o Encontro Técnico da AESabesp , a Fenasan é considerada o maior evento técnicomercadológico em saneamento ambiental da América Latina. A cada ano, além de empresas e entidades envolvidas com o saneamento ambiental, novos expositores de segmentos diversificados, como indústrias do setor químico e da construção civil, optam por apresentar seus serviços e produtos nesta Feira, pela interface com o setor e devido a sua projeção e importância no mercado eco- 40 Saneas nômico-financeiro nacional. Estima-se uma visitação de mais de 10.000 participantes. Seu público, de forma geral, é formado por executivos, técnicos, empresários, estudantes, gesto- janeiro / fevereiro / março | 2010 XXI Encontro Técnico e Fenasan 2010 res e pesquisadores, resultando numa das visitações mais qualificadas das realizações do setor. Com o tema “A importância da sociedade organizada na promoção do saneamento ambiental”, o evento conta com um acentuado viés socioambiental aliado às tecnologias de ponta trazidas por expositores nacionais e internacionais, com interesse em comercializar, investir, promover intercâmbio de sistemas e produtos e desenvolver parcerias, com foco na preservação do meio ambiente e na promoção do saneamento ambiental. Projeção internaciona A participação internacional tem sido cada vez mais constante nas recentes edições da Fenasan, com visitantes de diversos países. Em 2010, há presença de empresas vindas da Dinamarca, dos Estados Unidos, da Holanda, de Israel e da Itália. Em termos de presenças internacionais do setor, estão confirmadas a visita do presidente da AIDIS (Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental), Rafael Dautant, que virá para participar da abertura do evento e da mesa redonda “A importância do saneamento no contexto mundial”. janeiro / fevereiro / março | 2010 Estrutura para a Copa de 2014 A AESabesp começa desde já a integração com este momento histórico para o Brasil e para o mundo e organiza para o seu XXI Encontro Técnico – Fenasan 2010, uma mesa redonda “Copa de 2014 e infraestrutura em saneamento das cidades sedes”, a ser coordenada pelo presidente do Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia) que representa as empresas de projetos das grandes obras nacionais, de arquitetura e de engenharia no Brasil, João Alberto Viol. A mesa em questão irá reunir personalidades envolvidas com a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, que discutirão as oportunidades de trabalho e de avanço no nosso País, uma vez que será exigida uma renovação da infra-estrutura de nossas principais cidades. Isso inclui investimentos em ampliação de aeroportos, metrôs, sistemas rodoviários, ferroviários e portuários, estrutura hoteleira, rede de telecomunicações, hospitais, sistemas de segurança e geração de energia. E obviamente o setor de saneamento também estará em expansão, uma vez que faz parte da base de todo esse cenário. informações: www.fenasan.com.br Saneas 41 Cabeçalho O maior evento de saneamento cresceu além do Pavilhão Amarelo Em 2011, o Encontro Técnico e a Fenasan irão para os 12.000m² do Pavilhão Verde. E, em 2012, para os 14.000m² do Pavilhão Azul, do Expo Center Norte. Tanto em espaço, como em termos de conteúdo técnico e otimização de mercado, o XXI Encontro Técnico, em caráter simultâneo com a sua 21ª edição da Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), é considerado, atualmente, o maior evento técnico-mercadológico em saneamento ambiental da América Latina. A ampliação de sua área seu torna-se imperativa, uma vez que há muita procura de expositores para pouco espaço disponível em 2010. Praticamente no começo do ano, todas as áreas dos 8.000m² do Pavilhão Amarelo, no Expo Center Norte, estavam ocupadas e cada vez mais aumenta a solicitação de reservas feitas para os próximos dois anos. Diante desse fato, a AESabesp, como promotora do evento, resolveu dar um grande passo em favor do seu crescimento: em 2011, o Encontro Técnico e a Feira serão estruturados nos 12.000m² do Pavilhão Verde e, em 2012, nos 14.000m² do amplo Pavilhão Azul. Palestra de Abertura com Heródoto Barbeiro Logo após à solenidade de abertura do XXI Encontro Técnico, na manhã do dia 10 de agosto, haverá uma palestra com um dos mais ilustres jornalistas e historiadores brasileiros: Heródoto Barbeiro, atual apresentador do Jornal da CBN, o programa jornalístico de maior audiência em São Paulo; colunista do jornal Diário de São Paulo, da Revista Imprensa e do por- tal AOL (America On Line) e gerente de jornalismo do Sistema Globo de Rádio, empresa das Organizações Globo. Sua palestra será aberta a todos os presentes no Encontro, com abordagem voltada para atualidades, mídia e também temas referentes a cenários políticos e tendências. apoio institucional AEAMESP Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente APECS Associação Leste dos Profissionais de Engenharia e Arquitetura da Cidade de São Paulo. Saneamento Básico, o Site! O maior Portal de Saneamento Básico da internet 42 Saneas janeiro / fevereiro / março | 2010 Cabeçalho expositores confirmados na fenasan 2010 ABIMAQ Ass. Bras. Ind. Máquinas e Equipamentos • ABS Inds. Bombas Centrífugas • Acqua Systems Serviços e Comércio de Equip. Ambientais • Acquaquímica • ADTS Soluções em Automação e Engenharia • Aerzen do Brasil • AESabesp • Allonda Comercial de Geossintéticos Ambientais • Amanco Brasil • Amitech Brazil Tubos • Analyser Comércio e Indústria • AVK Válvulas do Brasil • B & F Dias Indústria e Comércio • BBL Engenharia Const. e Com. • Bermad Brasil Imp. e Exportação • Bombas Grundfos do Brasil • Bombas Leão • Brasbom Comercial Imp. e Exp. • Bugatti Brasil Válvulas • C.R.I. Bombas Hidráulicas • Caimex Comércio Exterior • Chesco do Brasil • CMR4 Engenharia e Comércio Caetano Tubos • Coester Automação • Comercial Marwil • Conexões Especiais do Brasil • Continuum Chemical Latin América • Corr Plastik Industrial • Danfoss do Brasil Ind. e Com • Delbo Ind. e Com. de Válvulas • Digimed • Digitrol Ind. Com. • Dinatécnica Indústria e Comércio • Dositec Bombas Equipamentos e Acessórios • Ebara Indústrias e Comércio • EEA Empresa de Eng. Ambiental • Eletrônica Santerno Indústria e Comércio • Emec Brasil Sist. Trat. de Água • Enmac Engenharia de Materiais Compostos • janeiro / fevereiro / março | EnvironQuip Engenharia de Sistemas Ambientais • Famac Indústria de Máquinas • Fernco do Brasil • FGS Brasil Indústria e Comércio • Fibrav Fibra de Vidro de Lambari • FKB Indústria de Equipamentos • Fluid Feeder Ind. e Comércio • GE Fanuc do Brasil • GEA Sistemas de Resfriamento Glass Ind e Com de Bombas Centrífugas e Equipamentos • Gratt Indústria de Máquinas • Guarujá Equip. para Saneamento • Hemfibra Tecn. em Saneamento • Hexis Científica • Hidroductil Tubos e Conexões • Hidrogeron do Brasil • Hidrosul - Máquinas Hidráulicas • Higra Industrial • Huesker • Imap Indústria e Comércio • Imefer Industrial e Mercantil de Ferragens • Imperveg Com. e Prest. de Serv. • Interativa Ind., Com. e Repres. • Invel Com. Ind. e Participações • ITT Brasil • JCN Comércio e Representações • Kanaflex Indústria de Plásticos • Kemira Chemicals Brasil • KSB Bombas Hidráulicas • Laffi Filtros e Equipamentos Industriais • Lamon Produtos • Marte Balanças e Aparelhos de Precisão • McFluid Equip. Industriais • Microambiental Laboratório, Comércio e Serviços em Água • Mission Rubber do Brasil • Multi Conexões Indústria e Comércio • Netzsch do Brasil Indústria e Comércio • Nivetec Instrumentação e Controle • Nunes Oliveira Máq. e Ferr. • 2010 Parkson do Brasil Petrofisa do Brasil • Phoenix Contact Indústria e Comércio Ltda. • Plastimax Indústria e Comércio • Policontrol Indústria de Controle Ambiental • Polierg Indústria e Comércio • Poly Easy do Brasil Ind. e Com. • Promar Tratamento Anticorrosivo • Prominas Brasil Equipamentos • Restor Comércio e Manutenção de Equip. Eletromec. • Robuschi do Brasil Com. Imp. de Equipamentos Industriais • Sabesp • Saint - Gobain Canalização • Sampla do Brasil Ind. e Com. de Correias • Schneider Eletric do Brasil • Sensus Metering Systems do Brasil • SMV Válvulas Industriais • Sondamar Poços Artesianos • Sondeq Indústria de Sondas e Equipamentos • Tigre Tubos e Conexões • Tree-Bio Soluções • TSA Tubos Soldados Atlântico • Uziseal Com. Reparos de Peças Industriais Ltda • Valloy Indústria e Comércio de Válvulas e Acessórios • Viapol • Vika Controls Com. de Inst. e Sistemas • Wasserlink Comercial • Wastec Brasil Comércio de Produtos Químicos • Watson Marlow Bredel Indústria e Com. de Bombas • Weatherford Indústria e Com. • Weir do Brasil • Weldtron Tecnologia em Solda e Automação Industrial • Wustenjet Engenharia, Saneamento e Serviços • • Saneas 43 44 Saneas janeiro / fevereiro / março | 2010 A de Secretaria Executiva Acqua Consultoria Rua Dr. Candido Espinheira, 560 - cj. 32 05004-000 - São Paulo - SP Fone / Fax: 11 3871 3626 [email protected] Informações: comunicação aos autores será feita a planta da exposição - fenasan 2010 aceite/recusa Passagens do saneamento Reservatório da Liberdade: 115 anos de operação ininterrupta É engenheiro graduado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Atualmente ocupa a função de engenheiro na MM (Superintendência de Manutenção Estratégica da Sabesp). Anteriormente, nesta Companhia exerceu os cargos de assessor da vice-presidência metropolitana de distribuição; Superintendente da Unidade de Negócio Centro, de assessor da vice-presidência metropolitana de produção, assistente executivo da mesma, além de superintendente de empreendimentos da diretoria de tecnologia da Sabesp. É autor da Coluna “Nas Águas da história”, publicada na Revista da Associação Sabesp, da qual foi diretor de patrimônio de 1983 a 1991 e diretor da RMSP Centro, de 1991 a 2006. Também foi presidente da AESabesp, na gestão 1997-1999. Por Edson Santana Borges Em 1 de janeiro de 1893 assumiu o Governo do Estado a responsabilidade dos serviços que estavam a cargo da Companhia Cantareira e Esgotos. O objetivo era transformar o atendimento com águas e esgotos, visando satisfazer a crescente população de São Paulo, que a cada ano padecia pela carência do precioso líquido. Foi então criada a Repartição dos Serviços Técnicos de Águas e Esgotos. Neste ano e dentro dessa nova estrutura, foram continuados os estudos da Bacia do Guapira (Cassununga, Cachoeiro, Campo Redondo e Engordador), que poderia fornecer mais de 6 milhões de litros em 24 horas para o abastecimento da parte mais alta da cidade. As zonas média e baixa já eram atendidas pelo reservatório da Consolação e Sistema Ipiranga. Iniciaram-se as obras da Caixa do Guapira, na vertente do Barro Branco. Era um pequeno reservatório, com a capacidade para 500.000 litros, dividido em dois compartimentos. De lá sairiam duas tubulações em aço, uma de 12 e outra de 11 polegadas de diâmetro, fabricadas pela Companhia Mannesmann, que iriam terminar em uma caixa d’água que deveria ser construída no ponto mais elevado do espigão que divide as águas do Tietê das do Rio Grande. As tubulações foram definidas em função da disponibilidade e possibilidade de transporte nos caminhos íngremes da Serra da Cantareira, pois ainda não estava pronta a linha férrea para a serra, depois denominado Tramway da Cantareira. O terreno mais conveniente pertencia à Empresa de Melhoramentos do Brasil, da qual foi desa- janeiro / fevereiro / março | 2010 propriada a área de 12 697 m², através do Decreto nº 177, de 19 de maio de 1893. Projetou-se um reservatório que seria denominado “da Liberdade”, cujo fundo estaria na cota 813.75, com capacidade de 6.390.200 litros, sendo a máxima vazão afluente de 8.300.000 litros em 24 horas, dos quais 4.400.000 na linha de 12” e 3.900.000 litros na linha de 11”. As obras aconteceram com o máximo cuidado, principalmente nas fundações, devido a existência de enormes formigueiros, obrigando com que a alvenaria de pedras fosse assentada sobre largas e espessas camadas de concreto que desceram profundamente, até alcançar terreno consistente e de perfeita coesão. Foi dividido em dois compartimentos, medindo externamente 76,30 m de comprimento e 28,40 m de largura. As fundações se iniciaram em 2 de outubro de 1893, sendo que em 31 de dezembro achavamse concluídas as fundações e muito adiantadas as alvenarias das paredes principais, laterais e dos pilares, preparando-se então os cimbres para começo das alvenarias de tijolos dos arcos transversais, que foram apoiados em abóbadas longitudinais, de tijolos, espessura de 450 mm e revestidos externamente em camadas de cimento e areia, sendo cinco arcos para cada compartimento. Finalmente em 12 de outubro de 1894 foi inaugurada a recepção das primeiras águas. A proteção térmica foi executada com uma camada de terra, onde os próprios construtores projetaram e instalaram um belo jardim. Nas manobras de entrada e saída do reservatório, foram construídos dois torreões com portões de Saneas 45 Passagens do saneamento Cabeçalho ferro batido fabricados pela Companhia Mecânica e Importadora. Em um deles está instalada hoje a Cabine Primária de alimentação de energia. Com o objetivo de promover a permanente aeração nos dois compartimentos, foram construídos seis ventiladores de alvenaria, com tijolos, a uma altura de 40 cm. Previu-se já na época que as habitações com cotas superiores ao reservatório seriam abastecidas diretamente da serra por esses encanamentos de interligação, até que se pudesse construir um reservatório elevado, de ferro, com capacidade suficiente para o atendimento, despejando o excesso no reservatório de alvenaria. O nível máximo d’água na caixa foi projetado para ficar na altitude de 817.75 m, sendo 873.69 m o nível correspondente na caixa de junção das águas do Guapira, nas vertentes do Barro Branco, medindo 16.617 m a distância entre os dois reservatórios e sendo de 55.30 m a carga. A empreiteira responsável pelas obras foi Calcagno & Irmãos, sendo responsáveis os Engenheiros Emilio Ambauer Calcagno e Ricardo Ambauer Calcagno. As sobras desse reservatório iam para o reservatório da Consolação, por uma tubulação de 300 mm, extensão de 2.300 m. Constantemente houve esse socorro, devido aos constantes rompimentos da rede de 600 mm que vinha da Cantareira, ala do Guaraú e que alimentava o Consolação, implantada em 1892 e que não passou por testes de pressão, além da má instalação, devido a urgência. 46 Saneas Os Engenheiros de Canalização e Construção do Reservatório foram Manoel da Rosa Martins, João Batista Garolfi, Cesare Castiglione, Flávio de Mendonça Uchôa e A. Marandon. Na época, o Presidente do Estado de São Paulo foi o Dr. Bernardino de Campos e o Secretário dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, o Dr. Jorge Tibiriçá. janeiro / fevereiro / março | 2010 sANeAMeNTO AMbIeNTAl É A NOssA pRIORIDADe anunCie na revista saneas Revista saneas: mais que uma Revista, um PRojeto socioambiental. conheça as oPoRtunidades de PaRticiPação na Revista. A Revista saneas é uma publicação da: Contato de publiCidade: AesAbesp Tel: 11 3263 0484 - 11 7515 4627 [email protected] AESABESP Associação dos Engenheiros da Sabesp XXI Encontro Técnico XXI Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente tema central A importância da sociedade organizada na promoção do saneamento ambiental • Água e reuso • Águas subterrâneas • Aplicações de softwares no saneamento e meio ambiente • Automação de sistemas de saneamento • Desenvolvimento de produtos e materiais • Eficiência energética • Gestão ambiental • Gestão de perdas • Inovações tecnológicas • Legislação do setor de saneamento Horário de visitação • Manutenção e energia Fenasan: 13h às 20h | Encontro Técnico: 9h às 17h • Meio ambiente • Mudanças climáticas • Recursos hídricos • Resíduos sólidos • Saúde pública • Sistemas de abastecimento de água • Sistemas de coleta e tratamento de efluentes Palestra de abertura Heródoto Barbeiro, jornalista da CBN e TV Cultura, gerente de jornalismo do sistema Globo de Rádio. O mAiOr eventO de sAneAmentO e meiO Ambiente dA AméricA LAtinA faça sua inscrição para o encontro técnico e o credenciamento para a fenasan no site oficial do evento. acesse o site oficial: www.fenasan.com.br realização apoio local organização informações Fone / Fax: 11 3871 3626 [email protected] apoio institucional AEAMESP Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente Associação Leste dos Profissionais de Engenharia e Arquitetura da Cidade de São Paulo. Saneamento Básico, o Site! O maior Portal de Saneamento Básico da internet APECS