AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Relatório
Agrupamento de Escolas
n.º 1 de Gondomar
2014
2015
Área Territorial de Inspeção
do Norte
CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO
Jardins de Infância e Escolas
EPE
1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB
•
Escola Secundária de Gondomar
Jardim de Infância de Jancido, Gondomar
•
Jardim de Infância de Ribeira, Gondomar
•
Jardim de Infância de Trás-da-Serra, Jovim, Gondomar
•
Jardim de Infância de Atães, Gondomar
•
Escola Básica de Gens, Gondomar
•
•
Escola Básica de Outeiro, Gondomar
•
•
Escola Básica de Jancido, Gondomar
•
Escola Básica de Estrada, Jovim, Gondomar
•
Escola Básica de Atães, Gondomar
•
•
Escola Básica de Jovim e Foz do Sousa, Gondomar
Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar
1
•
ES
•
1 – I NTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
ESC ALA DE AVALI AÇÃO
N í ve i s de c las s i f i c aç ão dos tr ê s dom í n i os
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do Agrupamento de Escolas n.º
1 de Gondomar, realizada pela equipa de
avaliação, na sequência da visita efetuada entre
13 e 16 de abril de 2015. As conclusões decorrem
da análise dos documentos fundamentais do
Agrupamento, em especial da sua autoavaliação,
dos indicadores de sucesso académico dos alunos,
das respostas aos questionários de satisfação da
comunidade e da realização de entrevistas.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este documento um
instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao
identificar pontos fortes e áreas de melhoria,
este relatório oferece elementos para a
construção ou o aperfeiçoamento de planos de
ação para a melhoria e de desenvolvimento de
cada escola, em articulação com a administração
educativa e com a comunidade em que se insere.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
I NSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
A equipa de avaliação externa visitou a escola-sede do Agrupamento, os jardins de infância de
Atães e Ribeira e as escolas Básicas de Jovim e
Foz do Sousa, de Jancido e de Outeiro.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2014-2015 está disponível na página da IGEC.
Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar
2
2 – CARACTERIZAÇÃO DO A GRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar situado no concelho homónimo, no distrito do Porto,
resultou da agregação da Escola Secundária de Gondomar com o anterior Agrupamento de Escolas de
Jovim e Foz do Sousa, ocorrida em julho de 2012, avaliadas, respetivamente, em 2007 e 2009 no âmbito
do primeiro ciclo de avaliação externa das escolas. Atualmente integra onze estabelecimentos de
educação e ensino: quatro jardins de infância, duas escolas básicas com 1.º ciclo e educação pré-escolar,
três escolas básicas com 1.º ciclo, uma escola básica com 2.º e 3.º ciclos e a Escola Secundária de
Gondomar (escola-sede).
No presente ano letivo, a população escolar é constituída por 2474 crianças, alunos e formandos,
encontrando-se distribuída por 96 grupos/turmas: 240 na educação pré-escolar (11 grupos), 292 no 1.º
ciclo (15 turmas), 173 no 2.º ciclo (8 turmas), 614 no 3.º ciclo (26 turmas), 737 nos cursos científicohumanísticos (27 turmas) do ensino secundário, 308 nos cursos profissionais (14 turmas) e 110 no
ensino recorrente noturno (seis turmas). Dos alunos matriculados, 1% não são de nacionalidade
portuguesa e 63% não usufruem de auxílios económicos no âmbito da ação social escolar. Têm
computador em casa, ligado à Internet, 56% dos alunos do ensino básico e 88% dos alunos do ensino
secundário.
Quanto às habilitações académicas dos pais e encarregados de educação, verifica-se que, no ensino
básico, 17% possuem o ensino secundário e 7,8 % o superior, enquanto, no ensino secundário, 16%
possuem o ensino secundário e 6,6% o ensino superior. No que se refere às profissões dos mesmos, 16%
dos pais dos alunos do ensino básico e 17,2% do ensino secundário exercem atividades profissionais de
nível superior e intermédio.
A equipa docente é constituída por 228 elementos, dos quais 86,4% são do quadro. A experiência
profissional é significativa, pois 95,2% lecionam há 10 ou mais anos de serviço. O pessoal não docente é
constituído por 110 trabalhadores: 88 assistentes operacionais; 17 assistentes técnicos; um coordenador
técnico; dois encarregados operacionais e dois técnicos superiores.
De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,
relativos ao ano letivo de 2012-2013, os valores das variáveis de contexto, quando comparados com os
das outras escolas públicas, são bastante desfavoráveis. Refere-se, em particular, a percentagem de
alunos que não beneficiam da ação social escolar, bem como a média do número de anos da habilitação
das mães e dos pais dos alunos do ensino básico e do ensino secundário.
3 – A VALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – R ESULTADOS
R ESULTADO S
ACAD ÉMICOS
O departamento da educação pré-escolar elaborou, de acordo com as orientações curriculares, um
referencial de aprendizagens, por idades, a partir do qual os educadores elaboram os documentos de
planeamento, asseguram a intencionalidade educativa das situações de aprendizagem e avaliam os
progressos das crianças. Trimestralmente, a evolução das aprendizagens das crianças é registada de
forma descritiva e dada a conhecer aos pais/encarregados de educação. No final de cada período letivo,
Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar
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para além de uma reflexão sobre o trabalho desenvolvido, cada educador elabora uma síntese das
aprendizagens do seu grupo de crianças, por áreas de conteúdo, o que permite ao departamento
curricular apresentar, em conselho pedagógico, uma análise global dos progressos verificados.
Em 2012-2013, quando comparados com os das escolas/agrupamentos públicos com variáveis de
contexto análogas, verifica-se que as taxas de conclusão dos 4.º e 12.º anos de escolaridade, bem como as
médias das classificações dos exames nacionais de matemática A e história do 12.º ano estão aquém dos
valores esperados. A taxa de conclusão do 9.º ano, a percentagem de classificações positivas nas provas
finais de português dos 4.º e 6.º anos e a média das classificações de português nos exames nacionais do
12.º ano estão em linha com este valor. Por sua vez, a taxa de conclusão do 6.º ano, a percentagem de
classificações positivas nas provas finais de matemática dos 4.º, 6.º e 9.º anos e a média das
classificações da prova final de português do 9.º ano situam-se acima dos valores esperados.
A comparação dos resultados internos e externos com os das escolas/agrupamentos públicos do país
revela que as taxas de transição/conclusão do 4.º ano e a média de classificações dos exames nacionais
de matemática A e história do 12.º ano ficam aquém da mediana. Ao contrário, as taxas de
transição/conclusão dos 6.º e 9.º anos, a percentagem de classificações positivas nas provas finais de
português e de matemática dos 4.º, 6.º e 9.º anos, bem como a média das classificações do exame
nacional de português do 12.º ano situam-se acima da mediana.
Em síntese, em 2012-2013, os resultados internos e externos dos alunos situam-se, globalmente, em
linha com os valores esperados.
No que diz respeito aos cursos profissionais, no triénio 2010-2011 a 2012-2013, destacam-se pela
positiva, quanto ao sucesso, o curso de Animador Sociocultural com uma taxa de conclusão de 72% e,
pela empregabilidade, com uma taxa de 80%, o curso de Técnico de Frio e Climatização.
Os resultados académicos são alvo de reflexão sistemática nos diversos órgãos e estruturas de
coordenação educativa e supervisão pedagógica. O Agrupamento compara os resultados não só com os
nacionais como também com os das restantes escolas do concelho. A monitorização da qualidade do
sucesso constitui também um elemento de aferição da sua ação. Não obstante, urge a problematização
crítica dos fatores explicativos do insucesso em matemática A e história A nos exames nacionais do
ensino secundário, possibilitando a construção de estratégias pedagógicas com vista à melhoria da
qualidade e da quantidade dos índices do sucesso escolar.
Segundo os dados que o Agrupamento, em 2013-2014, as taxas de abandono escolar foram de 0,1%, no
ensino básico, e de 0,6% nos cursos científico-humanísticos do ensino secundário.
R ESULTADO S
SO CIAIS
A educação para a cidadania e para os valores da tolerância, da inclusão, da solidariedade e do respeito
mútuo constitui um trabalho sistemático em contexto das atividades letivas e de complemento
curricular em todas as escolas do Agrupamento. Destaca-se o forte envolvimento da comunidade escolar
em muitas ações solidárias, como campanhas de angariação de fundos para alunos com problemas de
saúde e a recolha de bens essenciais e brinquedos para famílias carenciadas e de manuais escolares
para empréstimo, bem como a colaboração com o Banco Alimentar.
A auscultação dos alunos ocorre, designadamente, através de reuniões mensais entre elementos da
direção e os delegados e subdelegados de turma e, nos grupos/turmas, através dos diretores de turma e
dos docentes titulares de grupo/turma. A participação e o envolvimento dos alunos nas decisões que lhes
dizem respeito ocorrem através da organização de diversas iniciativas/eventos e, também, da ação da
associação de estudantes. Exceção feita ao regulamento interno, no que concerne aos seus direitos e
deveres, adequadamente divulgados e conhecidos, não se evidencia um investimento claro na
Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar
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participação dos alunos na elaboração dos restantes documentos estruturantes, nem na sua
apropriação.
De uma forma geral, os alunos cumprem as regras estabelecidas e o ambiente de todas as escolas revelase calmo e disciplinado. A prevenção da indisciplina é merecedora da atenção da comunidade escolar.
Com o objetivo de assegurar um ambiente educativo favorável às aprendizagens, as ocorrências de
natureza disciplinar são monitorizadas, (sendo possível verificar uma estabilidade no número de
intervenções disciplinares no último triénio) e promovidas respostas educativas centradas no
desenvolvimento do sentido de responsabilidade.
O Agrupamento manifesta também atenção com o impacto da escolaridade nos seus alunos, analisa os
resultados do ingresso no ensino superior e conhece o caminho seguido por cada aluno que concluiu os
cursos profissionais. Também como forma de promover o aumento das expetativas escolares divulgou,
no jornal escolar Primeiro Toque, testemunhos de percursos pessoais de ex-alunos a trabalhar, ou
estudar, no estrangeiro.
R ECONHECIMENTO
DA COMUNID ADE
Ficou demonstrado nos diferentes grupos de entrevistados o forte reconhecimento e a valorização que o
Agrupamento recebe por parte dos mais variados setores da comunidade local. O nível de satisfação
evidenciado nas respostas aos questionários aplicados no âmbito do presente processo de avaliação
externa é também globalmente positivo relativamente aos vários domínios em análise, com exceção do
serviço do refeitório e do comportamento dos alunos.
É amplamente reconhecido o papel da direção que, sustentada na história e na imagem de referência da
escola secundária, potenciada pela requalificação das instalações, e na qualidade do serviço prestado
pelo anterior agrupamento, tem vindo a apostar na construção de uma nova identidade de Agrupamento
sob o lema Aprender Mais, Aprender Melhor Juntos, investindo na abertura ao meio e no
estabelecimento de parcerias. Neste processo de refundação e consolidação da imagem e identidade
institucionais têm tido papel de relevo o dinâmico portal Web, as redes sociais e o Primeiro Toque.
Evidenciam-se diversas iniciativas com vista à valorização dos sucessos dos alunos, desde logo através
da instituição dos Quadros de Excelência e de Mérito, presentes em lugar de destaque na entrada de
todas as escolas, mas também da divulgação dos trabalhos, com grande impacto na apresentação e
decoração dos espaços escolares, no jornal escolar, que recolhe os seus textos e ilustrações, desde a
educação pré-escolar até ao 12.º ano de escolaridade, e em diversas publicações de poesia e prosa. A
participação em concursos e eventos, alguns com grande visibilidade, e cujos produtos têm sido
premiados, concorre também para a valorização das suas competências, saberes e sucessos.
Salienta-se o contributo do Agrupamento para o desenvolvimento da comunidade envolvente, através de
parcerias eficazes com a Camara Municipal de Gondomar, as juntas de freguesia do território educativo
e múltiplas entidades públicas e privadas locais, promovendo a dinamização cultural, científica e
desportiva e com as quais assegura resposta a alguns dos problemas da comunidade de que é exemplo a
ocupação dos jovens nas interrupções letivas.
A oferta educativa e formativa diversificada, ajustada às necessidades locais, incluindo a população
adulta é, também, um elemento que expressa a sua contribuição para o desenvolvimento da comunidade
envolvente.
Em conclusão: a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. O
Agrupamento apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio
Resultados.
Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar
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3.2 – P RESTAÇÃO DO SERVIÇO
P LANEAMENTO
EDUCATIVO
E ARTICUL AÇÃO
Desde a anterior avaliação externa e, particularmente, após a agregação, a gestão do currículo tem
constituído uma prioridade, evidenciando-se sobretudo no cuidado nas planificações, planos de atividade
e planos próprios de grupo/turma, quer em termos da articulação vertical quer horizontal, esta mais ao
nível do conselho de turma e de cada estabelecimento. O trabalho orientador do desenvolvimento do
currículo realiza-se a partir dos diversos departamentos e grupos de recrutamento, no sentido de
permitir a sequencialidade e a interdisciplinaridade. É de realçar o cuidado presente nas práticas
pedagógicas nas diversas transições de ciclo, com oferta diversificada de atividades de integração dos
novos alunos das diversas escolas e níveis de educação e ensino. Neste âmbito, destaca-se a ação
articulada dos docentes com o serviço de psicologia e orientação. No entanto, apesar das melhorias
introduzidas, a articulação curricular vertical e horizontal, não é, ainda, uma prática consolidada,
enquanto ação promotora da sequencialidade das aprendizagens e da melhoria dos resultados,
especialmente no ensino secundário.
O plano anual de atividades revela-se diversificado e de grande amplitude, mostrando-se adequado às
especificidades do meio ambiente, assim como a objetivos de desenvolvimento cultural da comunidade.
Para isto contribuem, por um lado, parcerias com as forças vivas da comunidade e, por outro, a
articulação com entidades e ofertas culturais do distrito (Fundação de Serralves, Universidade do Porto,
entre outras). A gestão integrada do currículo está também presente na utilização das bibliotecas
escolares/centros de recursos educativos e dos laboratórios, numa intrínseca articulação entre teoriaprática, transversal a todos os níveis de educação e ensino.
A partilha de materiais pedagógicos, assim como de saberes e experiências, é evidenciada pela colocação
em rede dos diferentes materiais pedagógico-didáticos, assim como por uma atividade formativa em
contexto escolar, tirando partido do elevado nível de habilitações e especialização de diversos elementos
do Agrupamento. Através dos planos de grupo/turma, é possível identificar o trabalho criterioso na
elaboração das planificações e no acompanhamento sistemático das aprendizagens das crianças e
alunos. O Agrupamento desenvolve o seu trabalho pedagógico e curricular centrado nas aprendizagens,
fazendo-se notar na diversidade da oferta de medidas de promoção do sucesso escolar.
As coordenadoras dos diretores de turma desenvolvem um profícuo trabalho em equipa, articulado com
a direção, na orientação do trabalho dos diretores de turma, em torno da harmonização e consistência da
ação das equipas pedagógicas. Destaca-se neste âmbito o objetivo estratégico de aprofundar o trabalho
colaborativo entre as escolas recentemente agregadas.
As diferentes modalidades de avaliação das aprendizagens são usadas articuladamente, sendo visível a
coerência entre ensino e avaliação.
P RÁT ICAS
DE ENSINO
De acordo com o trabalho de integração das novas turmas em cada ciclo de ensino, constata-se o
estabelecimento de práticas de diagnóstico inicial e de continuidade curricular realizadas com a
colaboração dos docentes que lecionaram o nível de educação ou o ciclo anterior, permitindo recolher
informações úteis às equipas educativas.
A pedagogia diferenciada, através da flexibilização da intervenção pedagógica e das oportunidades de
aprendizagem, é implementada. Evidencia-se as adoção de metodologias ativas que integram
estratégias de aprendizagem cooperativa, com impacto no envolvimento das crianças/alunos na
construção do seu próprio saber e na melhoria das aprendizagens e dos seus resultados. Destacam-se,
Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar
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também, os projetos Encontro de Estudos e Ir Mais Além, em que alunos mais velhos e/ou com melhor
aproveitamento escolar, com apoio docente, assumem compromissos de estudar e aprender juntos.
O Agrupamento faculta medidas de promoção do sucesso que são acompanhadas e avaliadas pelas
estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica. Em articulação com os diretores de turma
e os serviços de psicologia e orientação, os professores tutores prestam apoio a alunos com problemas de
organização pessoal e falta de hábitos e métodos de estudo. Os professores de educação especial e os que
prestam apoios educativos trabalham em colaboração com os restantes docentes, participam nos
conselhos de ano/turma e intervêm na avaliação das crianças/alunos com necessidades educativas
especiais.
O Agrupamento tem em funcionamento um conjunto diversificado de clubes proporcionando desafios de
formação complementar aos alunos, desde o ambiente (Geoclube) ao Teatro, literatura (Projeto
Escritores na Escola), desenvolvimento da língua inglesa (Projeto Twinning), jornalismo escolar
(Primeiro Toque, e jornais de parede), e Rádio Escolar.
A dimensão artística é incorporada no percurso escolar dos alunos, através das diversas atividades
desenvolvidas no âmbito da animação socioeducativa, das atividades de enriquecimento curricular e em
iniciativas inseridas no plano anual de atividades (Concurso de Cartazes do 25 de Abril, Concurso
Poemas Soltos). As bibliotecas escolares desempenham um papel fundamental na dinamização de
diversas atividades, trabalhando em articulação com os departamentos curriculares, constituindo
importantes pólos aglutinadores de saberes diferenciados.
As metodologias ativas e experimentais assumem particular relevância, sendo igualmente promovidas
atividades de divulgação e motivação dos alunos para o ensino experimental e de promoção de uma
atitude positiva face ao método científico. No campo tecnológico, os recursos são explorados ao nível da
lecionação, na comunicação entre alunos e docentes e, de um modo geral, para o apoio e incentivo ao
estudo autónomo, sobretudo, através dos e-mail de turma.
A supervisão da prática letiva foi objeto de formação docente interna, na modalidade círculo de estudos,
tendo sido construídos materiais de apoio e suporte à observação de aulas e iniciada a sua
implementação. Porém, embora assumida enquanto dinâmica formativa estratégica, ainda não foi
generalizada para que possa ter impactos na melhoria do processo de ensino e de aprendizagem, não
tendo, ainda, sido inteiramente superado o ponto fraco identificado na anterior avaliação externa.
M ONITORIZAÇÃO
E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
Os alunos e os pais e encarregados de educação são informados, com clareza e rigor, acerca dos critérios
e efeitos da avaliação, desde o início do ano letivo, sendo os primeiros envolvidos em práticas de
autoavaliação, o que contribui para a regulação das aprendizagens.
A elaboração de matrizes comuns para os instrumentos de avaliação é uma prática generalizada nas
avaliações diagnóstica, formativa e sumativa. Na educação pré-escolar, no início de cada ano letivo, é
realizada uma avaliação diagnóstica de cada criança, envolvendo a participação, interesses,
aprendizagens e dificuldades a superar.
Os docentes, nos diversos órgãos e estruturas intermédias, comparam os resultados dos alunos por
disciplina e ano de escolaridade para maior fiabilidade da avaliação interna. Os conselhos de turma
procedem à avaliação intermédia dos planos de turma, fazendo os ajustes necessários. O conselho
pedagógico, no final de cada período, analisa a progressão das aprendizagens das crianças e os
resultados dos alunos, bem como verifica o grau de cumprimento das orientações
curriculares/programas nas várias áreas e disciplinas. A aplicação de testes comuns a uma mesma
disciplina e ano de escolaridade tem sido uma prática.
Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar
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O desenvolvimento do currículo é monitorizado internamente, sendo que os dados apontam para um
impacto positivo nas aprendizagens e nos resultados, sobretudo nas disciplinas que têm implementado
essas medidas de forma mais consolidada.
Existe uma prática continuada e bem-sucedida de promoção do sucesso educativo, que entre outras
coisas, se traduz pela necessidade de cumprir as altas expetativas que alunos e famílias manifestam
relativamente ao sucesso dos percursos académicos. Identifica-se ainda uma dinâmica sustentada e
igualmente bem-sucedida de combate ao abandono escolar que se inicia com a identificação precoce das
situações de risco e o acompanhamento do Agrupamento, em articulação com as várias estruturas
concelhias, tais como, a comissão de proteção de crianças e jovens, destacando-se a intervenção atenta
às situações de risco e o investimento na prevenção dessas situações.
Em conclusão, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, os pontos fortes
predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
generalizadas e eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio
Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – L IDERANÇA E GESTÃO
L IDERANÇA
O Agrupamento definiu um projeto educativo assente na ótica de uma escola para todos, ao qual subjaz
uma visão estratégica coerente, apoiada na consolidação das diferentes identidades de cada unidade
educativa numa perspetiva agregadora. Com áreas de intervenção claramente definidas – organização,
currículo e formação, a liderança do diretor, atenta e empreendedora, reflete-se positivamente na
mobilização e motivação da generalidade dos diferentes profissionais. Com o apoio de uma equipa coesa
e dinâmica propicia, igualmente, a emergência das lideranças intermédias, num quadro de gestão
partilhada de responsabilidades e de competências. Os coordenadores de estabelecimento têm
desempenhado uma ação fulcral na gestão das escolas, em ligação com a direção. Salienta-se, também, o
papel dos docentes titulares de grupo/turma e dos diretores de curso/turma na resolução das
dificuldades que afetam os alunos e na promoção da relação escola-família.
A diversidade da oferta educativa e formativa, que responde à heterogeneidade de interesses dos alunos,
das crianças e dos alunos com necessidades educativas especiais, constitui um dos aspetos mais
marcantes do Agrupamento e garante a sua sustentabilidade. São de destacar, ainda neste âmbito, as
dinâmicas promotoras do diálogo com as famílias e encarregados de educação, sendo exemplo, a
implementação do projeto socioeducativo Escola-Família: Aprendendo juntas …um compromisso de
futuro. A proposta das ofertas profissionalizantes (o Agrupamento é promotor de um Centro Para a
Qualificação e Ensino Profissional) tem tido em conta as necessidades e caraterísticas do concelho, o
ajustamento e articulação com a oferta disponibilizada por outras instituições e as perspetivas de
empregabilidade.
A visão estratégica da liderança é evidente na capacidade de concretização de parcerias com diversas
instituições e empresas da comunidade, com impacto na mobilização de recursos materiais e humanos.
A forte ligação ao meio permite desenvolver importantes redes em diversas áreas, desde a cultural à
social, com impactos muito positivos nas condições de prestação do serviço educativo e na imagem do
Agrupamento junto da comunidade, projetada, também, pelas diversas iniciativas, organizadas dentro e
fora dos espaços escolares, como por exemplo, Concurso de Cartazes sobre o 25 de Abril (em articulação
com a Câmara Municipal de Gondomar), a Feira Pedagógica, a Caminhada do Agrupamento, a Festa de
Encerramento, entre outras.
Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar
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Verifica-se uma aposta forte da direção em comprometer alunos, pais e encarregados de educação e
outros atores educativos, fomentando um amplo sentido de pertença e de identificação com o
Agrupamento. O sentimento de motivação é predominante entre o pessoal docente e não docente.
G ESTÃO
A gestão dos recursos humanos potencia as competências pessoais e profissionais dos trabalhadores e
tem em conta o seu bem-estar. A rentabilização das formações e experiências é visível na afetação dos
docentes a determinados cargos e projetos. O mesmo cuidado é posto na distribuição de serviço aos
trabalhadores não docentes. A criação de tempos comuns nos horários dos docentes é um aspeto a
ponderar, para promover a partilha de práticas científico-pedagógico relevantes e o desenvolvimento
profissional.
Foram definidos critérios para a constituição dos grupos e turmas, a elaboração de horários e a
distribuição de serviço, sendo a continuidade pedagógica uma opção privilegiada, aplicada
transversalmente nos diferentes níveis de educação e ensino. Os horários dos alunos estão organizados
de forma a permitirem a participação em atividades extracurriculares e em medidas de reforço às
atividades letivas.
Os recursos e os materiais são partilhados de forma equitativa pelos diferentes estabelecimentos, níveis
de educação e ensino e anos de escolaridade, sendo adequados para a utilização de metodologias de
ensino diversificadas. No que respeita à gestão dos materiais, destaca-se a ação efetiva de mobilização e
de intervenção dos responsáveis numa lógica de manutenção, melhoria de condições e de otimização de
espaços.
A valorização profissional de todos os trabalhadores é um dos vetores estratégicos do projeto educativo.
Com esta finalidade, o Agrupamento tem implementado um conjunto significativo de ações de formação
para trabalhadores e encarregados de educação, a partir de uma bolsa interna de formadores e em
parceria com entidades externas. Sublinha-se como muito positivo o cuidado de monitorização das ações
realizadas e os níveis de satisfação dos intervenientes. A aposta na formação interna e externa,
otimizando os múltiplos saberes técnicos e profissionais, em benefício da melhoria do desempenho
profissional dos trabalhadores, constitui-se como um ponto forte do Agrupamento.
Os circuitos de informação e comunicação externa e interna foram considerados como uma área a
carecer de melhoria nas avaliações externas realizadas em 2007 e 2009. Assim, definiram-se
procedimentos visando uma maior eficácia na comunicação entre os órgãos de topo e entre estes e os
diferentes elementos ou organizações da comunidade educativa. O correio eletrónico institucional
apresenta-se como um meio importante na agilização dos contactos entre os diversos profissionais e com
pais e encarregados de educação. Este recurso ampliou-se à partilha de materiais e boas práticas, em
geral entre os diversos órgãos e estruturas e o corpo docente, assim como à troca de informação e/ou
materiais pedagógicos com os alunos. Por sua vez, o portal do Agrupamento configura um meio digital
privilegiado para a divulgação de informações pertinentes: documentos estruturantes, projetos, jornal
escolar, entre outros. Contudo, a plataforma Moodle ainda não apresenta um nível de dinamização
sistemático para se constituir como um veículo de interação entre docentes e alunos.
A UTOAVALIAÇÃO
E MELHO RIA
É evidente a importância que o Agrupamento concede a esta área, integrando a autoavaliação no seu
planeamento estratégico. A autoavaliação desenvolvida por uma equipa multidisciplinar, constituída
por docentes e não docentes, assim como representantes de alunos e de encarregados de educação, que
procedeu à recolha e ao tratamento de dados, a partir da aplicação de questionários aos intervenientes
no processo educativo. O reconhecimento de pontos fortes, fracos, constrangimentos e fatores que
condicionam a mudança permitiu intervir nas áreas consideradas prioritárias identificadas no projeto
Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar
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educativo, que foi construído com os contributos dos diferentes processos de avaliação (autoavaliação e
avaliação externa das escolas).
O relatório de autoavaliação, conjugado com o plano de melhoria, tem vindo a produzir um impacto
positivo nos domínios do planeamento, da organização e das práticas profissionais dos docentes. Por
exemplo, o propósito de melhorar o trabalho entre ciclos e interdepartamental e a concretização de
mecanismos de acompanhamento da prática letiva exigiram momentos de discussão conjunta e de
formação interna. Este processo tem propiciado o estabelecimento de compromissos com vista à
obtenção de melhores resultados, nos domínios avaliados (organização, currículo e formação), servindo
de suporte à tomada de decisão.
Paralelamente, os órgãos de administração e gestão e as estruturas de coordenação educativa e
supervisão pedagógica procedem à avaliação do trabalho desenvolvido e à análise dos resultados dos
alunos, por período letivo. Estas reflexões têm contribuído para um conhecimento sustentado do
Agrupamento, influenciando as suas prioridades e planos de ação.
Deste modo, embora estando asseguradas a sustentabilidade e a continuidade do processo de
autoavaliação, constituem-se como desafios uma crescente autonomização do trabalho da equipa
responsável por essa tarefa e uma interligação, ainda mais evidente, entre as diversas práticas e
processos, de modo a que os planos de melhoria abarquem todas as áreas de funcionamento do
Agrupamento e se focalizem, cada vez mais, no ensino e na aprendizagem.
Em conclusão, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, os pontos fortes
predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
generalizadas e eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio
Liderança e Gestão.
4 – P ONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

A educação para a cidadania e para os valores, promovida de modo transversal em todas as
escolas do Agrupamento, contribuindo para a formação integral dos alunos.

O contributo do Agrupamento para o desenvolvimento cultural e social da comunidade com
uma forte mobilização e envolvimento dos intervenientes.

A adoção de práticas de diferenciação pedagógica e de metodologias ativas, com impacto no
envolvimento dos alunos na construção do seu próprio saber e na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos.

A valorização das dimensões científica e artística, de forma transversal na oferta educativa,
com repercussões no desenvolvimento do espírito crítico e na formação integral dos alunos.

A visão estratégica coerente, apoiada na consolidação das diferentes identidades de cada
unidade educativa numa perspetiva agregadora.

As boas práticas de gestão da direção ao mobilizar os restantes patamares de liderança,
implicando-os nas tomadas de decisão, e ao incrementar o sentimento de pertença e de
identificação com o Agrupamento.

A aposta na formação interna e externa, otimizando os múltiplos saberes técnicos e
profissionais, em benefício da melhoria do desempenho organizacional e profissional de todos os
profissionais.
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A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus
esforços para a melhoria são as seguintes:

A problematização crítica dos fatores explicativos do insucesso nos resultados externos de
algumas disciplinas do ensino secundário, possibilitando a construção de estratégias
pedagógicas com vista à melhoria da qualidade e da quantidade dos índices do sucesso escolar.

A participação dos alunos na elaboração dos documentos estruturantes com vista a uma maior
apropriação do projeto, dos princípios e dos valores do Agrupamento.

A consolidação dos processos de articulação horizontal e vertical do currículo, de forma a
contribuir para a sequencialidade e a consistência dos resultados.

A generalização da observação das práticas letivas enquanto mecanismo para a melhoria da
ação educativa e o desenvolvimento profissional.

O desenvolvimento da plataforma Moodle, como ferramenta institucional de comunicação e
apoio ao ensino e aprendizagem, bem como estudo autónomo dos alunos.

O aprofundamento estratégico do processo de autoavaliação, de modo a que os planos de
melhoria abarquem todas as áreas de funcionamento do Agrupamento e se focalizem, cada vez
mais, no ensino e na aprendizagem.
22-07-2015
A Equipa de Avaliação Externa: Cremilda Alves, Filomena Vidal e Maria José Magalhães
Concordo. À consideração do Senhor
Secretário de Estado do Ensino e da
Administração Escolar, para homologação.
Homologo.
O Secretário de Estado do Ensino e da
Administração Escolar
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Luís Alberto
Santos Nunes
Capela
João Casanova
de Almeida
Digitally signed by Luís Alberto Santos
Nunes Capela
DN: c=PT, o=Ministério da Educação e
Ciência, ou=Inspeção-Geral da Educação e
Ciência, cn=Luís Alberto Santos Nunes
Capela
Date: 2015.07.31 16:36:15 +01'00'
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11
Assinado de forma digital por João
Casanova de Almeida
DN: c=PT, o=Ministério da Educação e
Ciência, ou=Gabinete do Secretário de
Estado do Ensino e da Administração
Escolar, cn=João Casanova de Almeida
Dados: 2015.08.31 13:07:58 +01'00'
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