Audiência Pública lota
Plenarinho para debater escola
de tempo integral
A Escola de Tempo Integral voltou a ser
discutida na Assembleia Legislativa do RS
(ALRS), nesta segunda-feira (11).
Promovido pela Comissão de Educação,
Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, o
debate contou com grande participação dos
trabalhadores, que lotaram a sala João
Neves da Fontoura, o Plenarinho.
Participaram lideranças, como o presidente
em exercício da Força Sindical-RS, Walter
Fabro, o diretor Luis Carlos Barbosa e ainda
o Superintendente do Trabalho do RS,
Claudio Correa.Presidida pela deputada
Juliana Brizola (PDT), à frente da Comissão,
a audiência iniciou abordando o caráter
progressivo da Emenda à Constituição
Estadual, que deve implementar o turno
integral nas escolas. Conforme a proposta,
aprovada em quase unanimidade, num
prazo de 10 anos, pelo menos 50% das
escolas de ensino fundamental deverão
oferecer matrículas em horário integral, com
jornada mínima de sete horas diárias.O
palestrante Herb Carlini, Secretário
Municipal de Educação de Santa Bárbara
d'Oeste (SP), comentou a experiência da
implementação das escolas de turno integral
(CIEPs) em Americana e Santa Bárbara, no
interior paulista. "Projetos devem se
transformar numa política pública de
educação integral", afirmou. O secretário
também defendeu unificação de currículos
nos programas escolares em
implementação do projeto, para assegurar
qualidade do ensino.A historiadora e
diretora da Faculdade de Educação da
UERJ, Lia Faria, exaltou o papel do líder
Leonel Brizola em defesa da bandeira da
Educação. "Educação é um direito social.
Não é despesa, é um direito que está na
Constituição Federal", defendeu. A
educadora fez uma retorspectiva do
processo histórico de implementação das
escolas estabelecidas por Brizola no Rio de
Janeiro, ressaltando a importância da
interdisciplinaridade e alfabetização
permanente, considerando as revoluções
diárias no campo da tecnologia. "Quem está
nas escolas particulares, tem ensino em
tempo integral - escola, cursos de línguas,
atividades. É hipocrisia discutir que em
2012, num país como o Brasil, não há
dinheiro para a educação", criticou.A
interrupção e as transformações do sistema
escolar após a implementação da ditadura
militar foram considerados um entrave ao
desenvolvimento da educação. "Temos que
nos debruçar sobre os anos de chumbo
para entender quais as consequências
sociais para a nossa juventude", avaliou Lia
Farias, considerando o contexto social atual.
"É uma sociedade doente. Nossa cultura
está doente, porque nos afastamos daquilo
que nos humaniza e o principal aparelho
que pode garantir isto é a escola",
completou.Para o diretor da Força
Sindical-RS, Luis Carlos Barbosa, a escola
cumpre papel referencial. "Um povo sem
cultura é um povo submisso", declarou o
diretor, corroborando com a proposta de
criação de uma comitiva para debater a
educação. Texto: Andréia Sarmanho
Imagens: Daiana Rodrigues
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