Tipos e Níveis de Planejamento
Professora Sigridi Alves
Texto disponível em: http://planejamentoeducacional.webnode.com.br/tipos-niveisdeplanejamento/
Não se pretende, aqui, explorar e esgotar todos os tipos e níveis de planejamento,
mesmo porque, como aponta Gandin (2001, p. 83), é impossível enumerar todos tipos e
níveis de planejamento necessários à atividade humana. Vamos nos deter, então, nos
que são essenciais para a educação:
a) Planejamento Educacional – também denominado Planejamento do Sistema de
Educação, “[...] é o de maior abrangência, correspondendo ao planejamento que é feito
em nível nacional, estadual ou municipal. Incorpora e reflete as grandes políticas
educacionais.” (VASCONCELLOS, 2000, p.95).
b) Planejamento Escolar ou Planejamento da Escola – atividade que envolve o
processo de reflexão, de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta
pedagógica da instituição. "É um processo de racionalização, organização e
coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do
contexto social." (LIBÂNEO, 1992, p. 221).
c) Planejamento Curricular – é o "[...] processo de tomada de decisões sobre a
dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do
aluno. Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a
ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de
aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos
componentes curriculares." (VASCONCELLOS, 1995, p. 56).
d) Planejamento de Ensino – é o "[...] processo de decisão sobre a atuação concreta
dos professores no cotidiano de seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e
situações em constante interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos."
(PADILHA, 2001, p. 33).
É importante esclarecer que do planejamento resultará o plano. Ficou confuso? Vamos
esclarecer!
Plano é um documento utilizado para o registro de decisões do tipo: o que se pensa
fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem fazer. Para existir plano é
necessária a discussão (planejamento) sobre fins e objetivos, culminando com a
definição dos mesmos, pois somente desse modo é que se pode responder as questões
indicadas acima. Segundo Padilha (2001), o plano é a "apresentação sistematizada e
justificada das decisões tomadas relativas à ação a realizar." Plano tem a conotação de
produto do planejamento. Ele é na verdade um guia com a função de orientar a prática, é
a formalização do processo de planejar.
Dentro da categoria plano, devemos, ainda, dar uma atenção especial ao plano
global da instituição: o PPP - Projeto Político-Pedagógico que é também um produto
do planejamento. A sua construção deve envolver e articular todos os que participam da
realidade escolar: corpo docente, discente e comunidade. Segundo Vasconcellos (1995,
p.143), "[...] é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os
desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente,
sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de
trabalho que possibilita re-significar a ação de todos os agentes da instituição."
Planejamento Educacional
O Planejamento Educacional, de responsabilidade do estado, é o mais amplo,
geral e abrangente. Tem a duração de 10 anos e prevê a estruturação e o funcionamento
da totalidade do sistema educacional. Determina as diretrizes da política nacional de
educação. Segundo Sant'anna (1986), o Planejamento Educacional "é um processo
contínuo que se preocupa com o para onde ir e quais as maneiras adequadas para
chegar lá, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o
desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da
sociedade, quanto as do indivíduo." É um processo de abordagem racional e científica
dos problemas da educação, incluindo definição de prioridades e levando em conta a
relação entre os diversos níveis do contexto educacional.
Segundo Coaracy (1972), os objetivos do Planejamento Educacional são:
1. relacionar o desenvolvimento do sistema educacional com o desenvolvimento
econômico, social, político e cultural do país, em geral, e de cada comunidade, em
particular;
2. estabelecer as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que influem
diretamente sobre a eficiência do sistema educacional (estrutura, administração,
financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos);
3. alcançar maior coerência interna na determinação dos objetivos e nos meios mais
adequados para atingi-los;
4. conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e externa do sistema.
É condição primordial do processo de planejamento integral da educação que, em
nenhum caso, interesses pessoais ou de grupos possam desviá-lo de seus fins essenciais
que vão contribuir para a dignificação do homem e para o desenvolvimento cultural,
social e econômico do país.
O PNE - Plano Nacional de Educação é o resultado do Planejamento
Educacional da União. O novo Plano Nacional de Educação para a próxima década
(2011-2020) foi apresentado no dia 15 de dezembro de 2010, pelo ministro da Educação
Fernando Haddad ao presidente Lula. O projeto de lei descreve, dentre outras coisas, as
20 metas para os próximos dez anos.
Planejamento Escolar
Mais um ano se inicia! Um bom Planejamento Escolar feito na primeira
semana do ano letivo, certamente, evitará problemas futuros. Esse é o objetivo da
Semana Pedagógica: reunir gestores, orientadores, supervisores, coordenadores e corpo
docente para planejarem os próximos 200 dias letivos. É o momento de integrar os
professores que estão chegando, colocando-os em contato com o jeito de trabalhar do
grupo, e, claro, mostrar os dados da escola para todos os docentes, além de apresentar as
informações sobre as turmas para as quais cada um vai lecionar.
Veja o que é importante planejar, discutir, elaborar e definir nessa primeira semana
do ano:
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as diretrizes quanto à organização e à administração da escola,
normas gerais de funcionamento da escola,
atividades coletivas do corpo docente,
o calendário escolar,
o período de avaliações,
o conselho de classe,
as atividades extraclasse,
o sistema de acompanhamento e aconselhamento dos alunos e o trabalho com os
pais,
9. as metas da escola e os passos que precisam ser dados, durante o ano, para
atingi-las,
10. os projetos realizados no ano anterior,
11. os novos projetos que serão desenvolvidos durante o ano,
12. os temas transversais que serão trabalhados e distribuí-los nos meses,
13. revisar o PPP.
De acordo com uma pesquisa feita por Vasconcellos (2000), há a descrença na
utilidade do planejamento. Ele aponta que alguns professores consideram impossível
dar conta da tarefa por diferentes motivos: o trabalho em sala de aula é dinâmico e
imprevisível; faltam condições mínimas, como tempo; e existe o pensamento de que
nada vai mudar e, portanto, basta repetir o que já tem sido feito. Há também aqueles que
acreditam na importância do planejamento, mas não concordam com a maneira como é
feito.
Planejamento Curricular
O Planejamento Curricular tem por objetivo orientar o trabalho do professor na
prática pedagógica da sala de aula. Segundo Coll (2004), definir o currículo a ser
desenvolvido em um ano letivo é uma das tarefas mais complexas da prática educativa e
de todo o corpo pedagógico das instituições.
De acordo com Sacristán (2000), “[...] planejar o currículo para seu
desenvolvimento em práticas pedagógicas concretas não só exige ordenar seus
componentes para serem aprendidos pelos alunos, mas também prever as próprias
condições do ensino no contexto escolar ou fora dele. A função mais imediata que os
professores devem realizar é a de planejar ou prever a prática do ensino.”
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), elaborados por equipes de
especialistas ligadas ao Ministério da Educação (MEC), têm por objetivo estabelecer
uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou a elaboração da proposta curricular dos
Estados ou das escolas integrantes dos sistemas de ensino. Os PCNs são, portanto, uma
proposta do MEC para a eficiência da educação escolar brasileira. São referências a
todas as escolas do país para que elas garantam aos estudantes uma educação básica de
qualidade. Seu objetivo é garantir que crianças e jovens tenham acesso aos
conhecimentos necessários para a integração na sociedade moderna como cidadãos
conscientes, responsáveis e participantes.
Todavia, a escola não deve simplesmente executar o que é determinado nos PCNs,
mas sim, interpretar e operacionalizar essas determinações, adaptando-as de acordo
com os objetivos que quer alcançar, coerentes com a clientela e de forma que a
aprendizagem seja favorecida. Portanto, o planejamento curricular segundo Turra et
al. (1995),
“[...] deve ser funcional. Deve promover não só a
aprendizagem de conteúdo e habilidades específicas,
mas também fornecer condições favoráveis à aplicação
e integração desses conhecimentos. Isto é viável através
da proposição de situações que favoreçam o
desenvolvimento das capacidades do aluno para
solucionar problemas, muitos dos quais comuns no seu
dia-a-dia. A previsão global e sistemática de toda ação
a ser desencadeada pela escola, em consonância com
os objetivos educacionais, tendo por foco o aluno,
constitui o planejamento curricular. Portanto, este
nível de planejamento é relativo à escola. Através dele
são estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo
o trabalho[...].
Planejamento de Ensino
O Planejamento de Ensino é a especificação do planejamento curricular. É
desenvolvido, basicamente, a partir da ação do professor e compete a ele definir os
objetivos a serem alcançados, desde seu programa de trabalho até eventuais e
necessárias mudanças de rumo. Cabe ao professor, também, definir os objetivos a serem
alcançados, o conteúdo da matéria, as estratégias de ensino e de avaliação e agir de
forma a obter um retorno de seus alunos no sentido de redirecionar sua matéria. O
Planejamento de Ensino não pode ser visto como uma atividade estanque. Segundo
Turra et al. (1995),
"[...] o professor que deseja realizar uma boa atuação
docente sabe que deve participar, elaborar e organizar
planos em diferentes níveis de complexidade para
atender, em classe, seus alunos. Pelo envolvimento no
processo ensino-aprendizagem, ele deve estimular a
participação do aluno, a fim de que este possa,
realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa
quanto o permitam suas possibilidades e necessidades.
O planejamento, neste caso, envolve a previsão de
resultados desejáveis, assim como também os meios
necessários para alcançá-los. A responsabilidade do
mestre é imensa. Grande parte da eficácia de seu
ensino depende da organicidade, coerência e
flexibilidade de seu planejamento."
O Planejamento de Ensino deve prever:
1. objetivos específicos estabelecidos a partir dos objetivos educacionais;
2. conhecimentos a serem aprendidos pelos alunos no sentido determinado pelos
objetivos;
3. procedimentos e recursos de ensino que estimulam, orientam e promovem as
atividades de aprendizagem;
4. procedimentos de avaliação que possibilitem a verificação, a qualificação e a
apreciação qualitativa dos objetivos propostos, cumprindo pelo menos a função
pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle no processo educacional.
O resultado desse planejamento é o plano de ensino, um roteiro organizado das
unidades didáticas para um ano, um semestre ou um bimestre. Esse plano deve
conter: ementa da disciplina, justificativa da disciplina em relação ao objetivos gerais da
escola e do curso, objetivos gerais, objetivos específicos, conteúdo (com a divisão
temática de cada unidade), tempo provável (número de aulas do período de abrangência
do plano), desenvolvimento metodológico (métodos e técnicas pedagógicas específicas
da disciplina), recursos tecnológicos, formas de avaliação e referencial teórico (livros,
documentos, sites etc). Do plano de ensino resultará, ainda, o plano de aula, onde o
professor vai especificar as realizações diárias para a concretização dos planos
anteriores.
Projeto Político-Pedagógico
Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
em 1996, toda escola precisa ter um Projeto Político-Pedagógico, o PPP. Esse
documento deve explicitar as características que gestores, professores, funcionários,
pais e alunos pretendem construir na unidade e qual a formação querem para quem ali
estuda. Elaborar um plano pode ajudar a equipe escolar e a comunidade a enxergar
como transformar sua realidade cotidiana em algo melhor. Se for bem planejado, o
documento pode gerar mudanças no modo de agir de todos os atores envolvidos no
processo educacional e na comunidade. Quando todos enxergam de forma clara qual é o
foco de trabalho da instituição e participam do processo de construção do PPP, o
resultado é uma verdadeira parceria que contribuirá, positivamente, em todo o processo
ensino-aprendizagem.
O processo de elaboração e implantação do projeto político-pedagógico é
complexo e alguns aspectos básicos devem estar presentes na elaboração do mesmo.
Antes de mais nada, é preciso que todos conheçam bem a realidade da comunidade em
que se inserem para, em seguida, estabelecer o plano de intenções - um pano de fundo
para o desenvolvimento da proposta. Na prática, a comunidade escolar deve começar
respondendo à seguinte questão: por que e para que existe esse espaço educativo? Uma
vez que isso esteja claro para todos, é preciso olhar para os outros três braços do projeto.
São eles:

A proposta curricular - Estabelecer o que e como se ensina, as formas de
avaliação da aprendizagem, a organização do tempo e o uso do espaço na escola,
entre outros pontos.

A formação dos professores - A maneira como a equipe vai se organizar para
cumprir as necessidades originadas pelas intenções educativas.

A gestão administrativa - Que tem como função principal viabilizar o que for
necessário para que os demais pontos funcionem dentro da construção da "escola
que se quer".
Assim, é importante que o projeto preveja aspectos relativos aos valores que se
deseja instituir na escola, ao currículo e à organização, relacionando o que se propõe na
teoria com a forma de fazê-lo na prática - sem esquecer, é claro, de prever os prazos
para tal. Além disso, um mecanismo de avaliação de processos tem de ser criado,
revendo as estratégias estabelecidas para uma eventual re-elaboração de metas e ideais.
Indo além, o projeto tem como desafio transformar o papel da escola na comunidade.
Em vez de só atender às demandas da população - sejam elas atitudinais ou conteudistas
- e aos preceitos e às metas de aprendizagem colocados pelo governo, ela passa a sugerir
aos alunos uma maneira de "ler" o mundo.
A elaboração do projeto pedagógico deve ser pautada em estratégias que deem voz
a todos os atores da comunidade escolar: funcionários, pais, professores e alunos. Essa
mobilização é tarefa, por excelência, do diretor. Mas não existe uma única forma de
orientar esse processo. Ele pode se dar no âmbito do Conselho Escolar, em que os
diferentes segmentos da comunidade estão representados, e também pode ser conduzido
de outras maneiras - como a participação individual, grupal ou plenária. A finalização
do documento também pode ocorrer de forma democrática - mas é fundamental que um
grupo especialista nas questões pedagógicas se responsabilize pela redação final para
oferecer um padrão de qualidade às propostas. É importante garantir que o projeto tenha
objetivos pontuais e estabeleça metas permanentes para médio e longo prazos.
Importante: O PPP não deve ser confundido com o Planejamento Escolar. Embora
os dois contenham características semelhantes, há diferença na duração: o
Planejamento Escolar é um plano de ações a curto prazo (para o ano letivo),
enquanto que o PPP estabelece metas para um período de 3 a 5 anos.
Avaliação
Esqueça a história de usar provas e trabalhos só para classificar a turma. Avaliar,
hoje, é recorrer a diversos instrumentos para fazer a garotada compreender os conteúdos
previstos Durante muito tempo, a avaliação foi usada como instrumento para classificar
e rotular os alunos entre os bons, os que dão trabalho e os que não têm jeito. A prova
bimestral, por exemplo, servia como uma ameaça à turma. Felizmente, esse modelo
ficou ultrapassado e, atualmente, a avaliação é vista como uma das mais importantes
ferramentas à disposição dos professores para alcançar o principal objetivo da escola:
fazer todos os estudantes avançarem. Ou seja, o importante hoje é encontrar caminhos
para medir a qualidade do aprendizado da garotada e oferecer alternativas para uma
evolução
mais
segura.
Mas como não sofrer com esse aspecto tão importante do dia-a-dia? Antes de mais
nada, é preciso ter em mente que não há certo ou errado, porém elementos que melhor
se adaptam a cada situação didática. Observar, aplicar provas, solicitar redações e anotar
o desempenho dos alunos durante um seminário são apenas alguns dos jeitos de avaliar.
E todos podem ser usados em sala de aula, conforme a intenção do trabalho. Os
especialistas, aliás, dizem que o ideal é mesclá-los, adaptando-os não apenas aos
objetivos do educador, mas também às necessidades (e à realidade) de cada turma.
"A avaliação deve ser encarada como reorientação para uma aprendizagem melhor
e para a melhoria do sistema de ensino", resume Mere Abramowicz, da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Daí a importância de pensar e planejar muito antes
de propor um debate ou um trabalho em grupo. É por isso que, no limite, você pode
adotar, por sua conta, modelos próprios de avaliar os estudantes, como explica Mere.
"Felizmente, existem educadores que conseguem colocar em prática suas propostas, às
vezes até transgredindo uma sistemática tradicional. Em qualquer processo de avaliação
da aprendizagem, há um foco no individual e no coletivo. Mere destaca ainda que a
avaliação sempre esteve relacionada com o poder, na medida em que oferece ao
professor a possibilidade de controlar a turma. "No modelo tecnicista, que privilegia a
atribuição de notas e a classificação dos estudantes, ela é ameaçadora, uma arma. Vira
instrumento de poder e dominação, capaz de despertar o medo." O fato, segundo ela, é
que muitos educadores viveram esse tipo de experiência ao frequentar a escola e, por
isso,
alguns
têm
dificuldade
para
agir
de
outra
forma.
Para Mere, essa marca negativa da avaliação vem sendo modificada à medida que
melhora a formação docente e o professor passa a ver mais sentido em novos modelos.
Só assim o fracasso dos jovens deixa de ser encarado como uma deficiência e se torna
um desafio para quem não aceita deixar ninguém para trás. Mas é preciso levar em
consideração que os dois protagonistas são o professor e o aluno - o primeiro tem de
identificar exatamente o que quer e o segundo, se colocar como parceiro." É por isso,
diz ela, que a negociação adquire importância ainda maior. Em outras palavras, discutir
os critérios de avaliação de forma coletiva sempre ajuda a obter resultados melhores
para todos. "Cabe ao professor listar os conteúdos realmente importantes, informá-los
aos alunos e evitar mudanças sem necessidade", completa Léa Depresbiteris,
especialista em Tecnologia Educacional e Psicologia Escolar.
Cipriano Carlos Luckesi, professor de pós-graduação em Educação da
Universidade Federal da Bahia, lembra que a boa avaliação envolve três passos:
 Saber o nível atual de desempenho do aluno (etapa também conhecida como
diagnóstico);


Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no processo
educativo (qualificação);
Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar
atividades, sequências didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos
instrumentos avaliativos para cada etapa).
"Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando leva ao desenvolvimento
do educando", afirma Luckesi. Ou seja, só se deve avaliar aquilo que foi ensinado. Não
adianta exigir que um grupo não orientado sobre a apresentação de seminários se saia
bem nesse modelo. E é inviável exigir que a garotada realize uma pesquisa (na
biblioteca ou na internet) se você não mostrar como fazer. Da mesma forma, ao escolher
o circo como tema, é preciso encontrar formas eficazes de abordá-lo se não houver
trupes na cidade e as crianças nunca tiverem visto um espetáculo circense.
COMO APRESENTAR OS RESULTADOS
Observar, anotar, replanejar, envolver todos os alunos nas atividades de classe, fazer
uma avaliação precisa e abrangente. E agora, o que fazer com os resultados? Segundo os
especialistas, a avaliação interessa a quatro públicos:
 ao aluno, que tem o direito de conhecer o próprio processo de aprendizagem
para se empenhar na superação das necessidades;
 aos pais, corresponsáveis pela Educação dos filhos e por parte significativa dos
estímulos que eles recebem;
 ao professor, que precisa constantemente avaliar a própria prática de sala de
aula;
 à equipe docente, que deve garantir continuidade e coerência no percurso escolar
de todos os estudantes.
Cipriano Luckesi diz que, "enquanto é avaliado, o educando expõe sua capacidade de
raciocinar". Essa é a razão pela qual todas as atividades avaliadas devem ser devolvidas
aos autores com os respectivos comentários. Cuidado, porém, com o uso da caneta
vermelha. Especialistas argumentam que ela pode constranger a garotada. Da mesma
forma, encher o trabalho de anotações pode significar desrespeito. Tente ser discreto.
Faça as considerações à parte ou use lápis, ok?
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