UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA Camila do Carmo Fernandes Flávia de Souza Faria A INFLUÊNCIA DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS NOS LAÇOS SOCIAIS DE UMA COMUNIDADE EM PROCESSO DE ENVELHECIMENTO COMO DETERMINANTE DE QUALIDADE DE VIDA BELÉM – PA 2008 1 Camila do Carmo Fernandes Flávia de Souza Faria A INFLUÊNCIA DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS NOS LAÇOS SOCIAIS DE UMA COMUNIDADE EM PROCESSO DE ENVELHECIMENTO COMO DETERMINANTE DE QUALIDADE DE VIDA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia da Universidade da Amazônia, para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Prof. Mestranda Daniela Teixeira Costa. Co-orientadoras: Ft. Mestranda Biatriz Araújo Cardoso e Prof. Dr. Voyner Ravena Cañete. BELÉM – PA 2008 2 Fernandes, Camila do Carmo A influência de atividades terapêuticas nos laços sociais de uma comunidade em processo de envelhecimento como determinante de qualidade de vida / Camila do Carmo Fernandes; Flávia de Souza Faria – Belém, 2008. 66f Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade da Amazônia, 2008 Curso: Fisioterapia Orientadora: Prof. Mestranda Daniela Teixeira Costa. Co-orientadoras: Ft. Mestranda Biatriz Araújo Cardoso Prof. Dr. Voyner Ravena Cañete. 1. Atividade terapêutica. 2. Laços sociais. 3. Envelhecimento. 4. Qualidade de vida 3 Camila do Carmo Fernandes Flávia de Souza Faria A INFLUÊNCIA DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS NOS LAÇOS SOCIAIS DE UMA COMUNIDADE EM PROCESSO DE ENVELHECIMENTO COMO DETERMINANTE DE QUALIDADE DE VIDA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia da Universidade da Amazônia, para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia. Orientadora: Prof. Mestranda Daniela Teixeira Costa. Co-orientadoras: Ft. Mestranda Biatriz Araújo Cardoso e Prof. Dr. Voyner Ravena Cañete. Banca Examinadora ____________________________________________________ Prof. Mestranda Daniela Teixeira Costa Orientadora _____________________________________________________ Banca _____________________________________________________ Banca Apresentado em: ____/____/____ Conceito: ____________________ BELÉM – PA 2008 4 A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o sucesso deste trabalho. 5 AGRADECIMENTOS Existem pessoas em nossas vidas, que nos deixam felizes pelo simples fato de haverem cruzado nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, outras, vemos apenas entre um passo e outro, mas todas de alguma forma tornam-se especiais. Desta forma, tento lembrar e agradecer a todos aqueles que de alguma forma contribuíram e fizeram-se especiais em minha trajetória, porém, aos que aqui não forem citados, deixo os meus mais sinceros agradecimentos. Agradeço então a Deus, que, em sua infinita grandeza, guiou-me e proporcionou-me caminhos incríveis, aprendizados necessários, deu- me força, saúde, vontade, coragem e fé. E ainda mais, abençoou-me com uma linda família. Com isso, agradeço à minha Mãe que me gerou, que me deu amor e carinho nos momentos que precisei, que me corrigiu nos momentos em que errei, que acalentou quando chorei, que me protegeu quando tive medo, enfim, que me fez quem sou. Ao meu Pai, um super-herói, que consegue ser presente mesmo estando ausente; que me ensina a cada dia que devemos ser humanos, que erramos sim, mas que podemos acertar e que temos que tentar, que arriscar, pois o fracasso e o sucesso, o erro e o acerto, são resultados prováveis de um lutador e que mais triste que ganhar ou perder é não tentar. Ao meu irmão, que sempre acreditou que eu podia, que de sua forma particular está sempre presente em cada conquista de minha vida. A uma pessoa, hoje muito especial, que me conquistou e que está presente também em todos os momentos de minha vida, que me apóia, que me conforta, que eu amo. A você André, muito obrigada. Às minhas avós e em memória de meus avôs, às minhas tias e tios, primas e primos. Aos meus amigos que de alguma forma estiveram comigo (nos momentos de descontração, nos momentos de desabafo): Noemy, Augusto, Família Fagundes, Família da Mata Lima, Tia Silma, Franci, Marcelo, aos meus professores e à família que se formou no CESEP (Thaís, Thifany e Emanuelle), a quem deixo um carinhoso obrigado. 6 Em especial, agradeço a uma grande companheira, uma amizade que começou no tempo certo, que estava escrito, que dentre idas e vindas, tinha de ocorrer assim, que deu certo e ponto final, à minha Dupla. Flávia, obrigada pelo apoio, pelas histórias, pela amizade, enfim, por tudo. E que seja para sempre! À amiga Biatriz, outra grande amizade que aconteceu, assim, não mais que de repente, com grandes histórias, revolucionando tudo, presente em todos os momentos. Na realização do trabalho, nas comemorações, nas confraternizações, nas reuniões, em minha vida. A quem dedico o sucesso deste trabalho À professora Daniela, agradeço o conhecimento e digo que ser sua aluna não foi uma necessidade, e sim um prazer; À orientadora Daniela, idealizadora desta pesquisa, dedico a realização e conclusão desta e agradeço a oportunidade de viver esta realidade; À amiga Daniela, digo apenas que é uma honra. À professora Doutora Voyner Ravena Cañete a quem admiro, por seu trabalho, por sua garra, coragem e vontade de fazer a diferença. Obrigada! Ao grupo “Igarapé Mata Fome” pelo acolhimento e parceria. Aos participantes desta pesquisa: Dona Aurora, Seu Jorge, Seu Lúcio, Dona Arlete, Dona Teka, Dona Nadir, Dona Vinoca e a Dona Lulu, pelos momentos dedicados a esta pesquisa e pelo aprendizado que nos proporcionaram. À instituição Universidade da Amazônia – Unama, pela minha formação acadêmica e profissional. A todos que, direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão deste trabalho, o meu MUITO OBRIGADA! Camila do Carmo Fernandes 7 “Ele é quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia; quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia” (Salmos 103;4-5). A Ele agradeço a minha primeira vitória, pois se dentre tantos espermatozóides eu venci, na grande corrida da vida, com certeza ele tem um propósito especial. Pais, enviados divinos para o ensinamento como um todo, seja através de carinho, afeto e amor, ou de palmadas, castigos e lições morais. Obrigada pai, obrigada mãe, por todas as vezes que vocês me apoiaram quando me consideraram certa e foram contra, quando considerada errada, sempre explicando o porquê de tudo; com isso, sei que hoje sou espelho de vocês - o que me enche de orgulho todos os dias. Agradeço também por viabilizarem a realização dos meus sonhos sempre que possível. Amizade: sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são ligadas por laços de família. Raros, verdadeiros e existentes, são aqueles que sempre me ajudaram dando forças, me ouvindo quando preciso, aconselhando-me e/ou “puxando minha orelha” quando necessário e principalmente compartilhando comigo todos os momentos de minha vida, independentemente de serem felizes ou tristes. A vocês deixo aqui meu singelo agradecimento. À minha gratidão aos mestres que durante quatro anos me proporcionaram uma parte do aprendizado no que condiz a esta profissão maravilhosa. E aos participantes do projeto, que foram fundamentais para o desenvolvimento não só dessa pesquisa, mas também de meu olhar, ampliando minha percepção de mundo e me ensinando com suas experiências de vida. E a três pessoas, em especial, que acreditaram em mim e mostraram na prática o verdadeiro significado de equipe, solidariedade e fraternidade. Bia, Dani e Mila...vocês sabem o quanto são importantes na minha formação, nunca esquecerei de tudo o que vocês fizeram e fazem por mim. Muito Obrigada!!! Flávia de Souza Faria 8 O tempo é inexorável, portanto, a velhice não é privilégio de alguns, mas a certeza de todos. Viterbino, 2004 9 RESUMO INTRODUÇÃO: Os laços sociais estão relacionados com o risco de adoecer e morrer e pessoas em processo de envelhecimento necessitam mais desses vínculos. O envelhecimento populacional tem crescido alarmantemente, porém, a precariedade da qualidade de vida, de políticas e redes de apoio social geram diversos fatores negativos, tais como: a desigualdade social e o estresse. Atividades terapêuticas interferem na saúde proporcionando satisfação pessoal e interação social, por isso, a prática regular dessas atividades pelos idosos melhora a segurança para a realização de atividades de vida diária. OBJETIVO: Analisar a influência de atividades terapêuticas nos laços sociais de uma comunidade em processo de envelhecimento como determinante de qualidade de vida. METODOLOGIA: A pesquisa iniciou após as devidas aprovações. Foi um estudo prospectivo, longitudinal, experimental, composto por 7 indivíduos de ambos os sexos, acima de 40 anos e residentes na Comunidade Bom Jesus I. Os participantes foram submetidos na primeira e na trigésima oitava semana a três questionários, referentes a nível de estresse, apoio social e qualidade de vida. As atividades terapêuticas foram realizadas duas vezes na semana, compostas por aquecimento, alongamentos, exercícios ativos livres e resistidos, e Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva. A análise estatística foi realizada por meio de um pacote estatístico Biostat 4.0, teste t de Student para as amostras pareadas e a correlação de Pearson, sendo considerado o nível alfa de 0.05 para rejeição da hipótese de nulidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com a pesquisa, observou-se que 71% dos indivíduos eram do sexo feminino, houve predominância de indivíduos com idade entre 50 – 59 anos (42%). Em relação à qualidade de vida, encontraram-se valores estatisticamente significantes com p=0,04. Quanto ao nível de estresse e ao apoio social, contabilizou-se um aumento nas médias, onde antes a média do nível de estresse era de 60,57 e depois era de 73,14, já o apoio social apresentou médias equivalentes a 66,71 antes e 69,14 depois. CONCLUSÃO: Conclui-se que as atividades terapêuticas, além de gerar fatores positivos no bem-estar biopsicossocial do idoso, possuem íntima relação com os laços sociais da comunidade. Palavras-chaves: Atividade terapêutica. Laços sociais. Envelhecimento. Qualidade de vida 10 ABSTRACT INTRODUCTION: The social bows are related with the risk of sicken and to die, and people in aging process these bonds need more than. The population aging has grown alarmingly, however, the precariousness of the quality of life, politics and nets of social support generates diverse negative factors, such as: the social inaquality and stress. Therapeutical activities intervene with the health providing personal satisfaction and social interaction, therefore, practical the regular one of these activities for the aged ones improves the security for the accomplishment of activities of daily life. OBJECTIVE: To analyze the influence of therapeutical activities in the social bows of a community in process of aging as determinative of quality of life. METHODOLOGY: The research initiated the due approvals after. It was prospective, longitudinal, experimental, composed a study for 7 individuals of both the sexos, above of 40 years and residents in the Community “Bom Jesus I”. The participants had been submitted in the first one and in the thirty eighth week the three questionnaires, referring the level of stress, social support and quality of life. The therapeutical activities had been carried through two free and resisted times in the week, composed for heating, allonges, active exercises, and Proprioceptive Neuromuscular Facilitation. The analysis statistics was carried through by means of a statistical package Biostat 4,0, test t of Student and the correlation of Pearson, being considered the alpha level of 0.05 for rejection of the nullity hypothesis. RESULTS AND QUARREL: In accordance with the research, was observed that 71% of the individuals were of the feminine sex, had predominance of individuals with age between 50 59 years (42%). In relation to the quality of life, significant values with p=0,04 had met statistical. How much to the level of it stress and to the social support, an increase in the averages was entered, where before the average of the level of stress was of 60,57 and later it was of 73,14, already the social support presented averages before equivalents 66.71 and 9,14 later. CONCLUSION: One concludes that the therapeutical activities, beyond generating positive factors in biological, psychological and social well-being of the aged one, possess soul relation with the social bows of the community. Keywords: Therapeutical activity. Social bows. Aging. Quality of life. 11 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Mapa do Índice de exclusão social no Brasil......................................................22 FIGURA 2 – Sede do projeto de extensão da UNAMA. .........................................................30 FIGURA 3 – Vistas parciais de ocupações urbanas no Bairro da Pratinha..............................31 FIGURA 4 – Imagens que traduzem as condições da população residente no Igarapé Mata Fome ........................................................................................................................................32 FIGURA 5 – Mapa do Igarapé Mata Fome e local de realização do projeto ..........................32 FIGURA 6 – Grupo de atividades terapêuticas........................................................................33 FIGURA 7 – Grupo de atividades terapêuticas........................................................................34 FIGURA 8 – Cervical – flexão (diagonal) bilateralmente e Tronco – flexão e flexão com inclinação .................................................................................................................................34 FIGURA 9 – Pelve – báscula e Exercício de sentar e levantar da cadeira ..............................35 FIGURA 10 – Membros superiores – Flexão, abdução e rotação externa de forma ativo-livre e com resistência e Flexão, abdução e rotação externa com flexão de cotovelo com resistência..................................................................................................................................35 FIGURA 11 – Flexão, abdução e rotação externa com flexão de joelho .................................35 FIGURA 12 – Cervical – Flexão (diagonal) com extensão do ombro contralateral, Sentado: Flexão com inclinação de tronco e Pelve – rotação .................................................................36 FIGURA 13 – Membros superiores – Flexão, Adução e rotação externa com resistência e Membros inferiores – Flexão, abdução e rotação externa com flexão de joelho com resistência.................................................................................................................................36 FIGURA 14 – Valores referentes ao sexo indivíduos participantes das atividades terapêuticas ..................................................................................................................................................39 FIGURA 15 – Valores referentes à faixa etária dos indivíduos participantes das atividades terapêuticas..............................................................................................................................39 FIGURA 16 – Valores referentes à média do nível de estresse dos indivíduos, antes e depois das atividades terapêuticas .....................................................................................................41 FIGURA 17 – Valores referentes à média do apoio social dos indivíduos, antes e depois das atividades terapêuticas................................................................................................................42 12 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Valores referentes à média e o desvio padrão dos domínios e da qualidade de vida global, antes e depois dos exercícios terapêuticos ...........................................................40 TABELA 2 – Valores referentes à média e do desvio padrão do nível de estresse dos indivíduos, antes e depois das atividades terapêuticas .............................................................41 TABELA 3 – Valores referentes à média e do desvio padrão do apoio social dos indivíduos, antes e depois das atividades terapêuticas ................................................................................42 13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................14 2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................17 2.1 - ENVELHECIMENTO: UMA OBRA DE ARTE ...........................................................17 2.2 - DESIGUALDADE SOCIAL: UMA REALIDADE BRASILEIRA ...............................20 2.3 - ATIVIDADES TERAPÊUTICAS COMO DETERMINANTES DE QUALIDADE DE VIDA ........................................................................................................................................24 2.4 - LAÇOS SOCIAIS: UM DIREITO DE TODOS .............................................................27 3. METODOLOGIA ............................................................................................................. 30 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................38 5. CONCLUSÃO ....................................................................................................................43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................44 APÊNDICE 1 ..........................................................................................................................50 APÊNDICE 2 ..........................................................................................................................51 APÊNDICE 3 ..........................................................................................................................52 APÊNDICE 4 ..........................................................................................................................53 APÊNDICE 5 ..........................................................................................................................54 ANEXO 1 ................................................................................................................................57 ANEXO 2 ................................................................................................................................58 ANEXO 3 ................................................................................................................................62 ANEXO 4 ................................................................................................................................64 14 1. INTRODUCÃO O envelhecimento tem se tornado cada vez mais freqüente na sociedade, devido a um aumento gradual da longevidade e minimização das taxas de natalidade e morbidade. Nesse sentido, os idosos possuem maior necessidade de vínculos sociais, no tocante à busca incessante por uma qualidade de vida bem-sucedida. Dessa forma, os laços sociais atuam diretamente como fatores extrínsecos e/ou intrínsecos que influenciam positivamente na saúde. O conceito de laços sociais pode ser desmembrado nas definições de rede e apoio social, onde rede social é um conjunto de relacionamentos de um indivíduo ou de elos entre um conjunto de pessoas; e apoio social enfoca a qualidade das interações e como estas são avaliadas pelo indivíduo receptor, podendo tanto proteger os indivíduos dos efeitos patogênicos de eventos estressantes, quanto afetar direta e positivamente a saúde das pessoas ao fornecer recursos (PINTO et al,2006). Um dos principais fatores para o bem estar biopsicosocial do indivíduo é a qualidade de vida e, com essa, o mesmo consegue exercer suas funções sociais com melhor desenvoltura. A mesma pode ser avaliada sob diversas dimensões sendo baseada na percepção do sujeito e influenciada pelo contexto cultural. Sua avaliação tem sido discutida amplamente nas literaturas e considerada um parâmetro importante e cada vez mais utilizada em pesquisas e avaliações clínicas. Pode ser entendida como “um construto multifacetado que envolve capacidades comportamentais e cognitivas do indivíduo, bem-estar emocional e habilidades que requerem o desempenho de papéis domésticos, vocacionais e sociais”. (CARVALHO, 2006) O conceito de qualidade de vida vem ganhando mais enfoque no mundo ao longo dos anos, onde as pessoas vêm observando o desenvolvimento de suas vidas como um todo e buscando meios de melhorá-lo, ou seja, estão se preocupando cada vez mais com sua saúde, com o meio ambiente em que vivem e com formas eficazes de adaptação (PASCHOAL, 2004). A deficiência de ações que acarretem melhora da qualidade de vida da população, de políticas e redes de apoio social, geram diversos fatores negativos, principalmente para a população idosa, dentre eles destacam-se a desigualdade social e o estresse. Neste sentido, desigualdade social pode ser considerada uma situação de falta de acesso às oportunidades oferecidas pela sociedade aos seus membros, podendo também, 15 implicar privação, falta de recursos ou, de uma forma mais abrangente, ausência de cidadania, se, por esta, se entender a participação plena na sociedade, aos diferentes níveis em que esta se organiza e se exprime: ambiental, cultural, econômico, político e social (AMARO,s/d). Alves et al., (2004) afirmam que o estresse é conceitualmente entendido como um processo complexo e multidimensional, em que atuam estressores agudos ou crônicos como os ambientais, eventos maiores (como mudança de domicílio, morte), trauma e abuso. Tais estressores são percebidos pelo indivíduo como ameaça, necessidade de ajuda ou alerta, o que dá inicio a uma resposta, visando a adaptar-se à situação. A adaptação, neste contexto, é entendida como processo dinâmico mediante o qual os pensamentos, os sentimentos, a conduta e os mecanismos biofisiológicos do indivíduo, mudam continuamente para se ajustar a um ambiente em contínua transformação. Com isso, a busca por medidas que ajudam o idoso a ser valorizado no contexto em que vive torna-se evidente, e um dos meios para tal valorização, são os grupos de atividades terapêuticas que além de melhorar a capacidade funcional do individuo em processo de envelhecimento, auxiliam na minimização de fatores que os mesmos estão condicionados, tais como: o estresse e a desesperança (CASSIANO et al., 2008). Estudos mostram que a atividade terapêutica também promove a melhora da composição corporal, a diminuição de dores articulares, o aumento da densidade mineral óssea, o aumento da capacidade aeróbia, a melhora de força e de flexibilidade e a diminuição da resistência vascular. E, como benefícios psicossociais, encontram-se o alívio da depressão, o aumento da autoconfiança, a melhora da auto-estima, inclusão social, além de uma maior interação gerando pequenas redes de apoio social (FRANCHI; MONTENEGRO JUNIOR, 2005). Esta pesquisa justifica-se pela importância social de garantir e incentivar o indivíduo em processo de envelhecimento em sua interação social e diminuir sua tensão emocional frente aos estímulos externos e internos desencadeados pelas preocupações diárias e pela própria desigualdade social em que estão inseridos. É propiciada pela execução de atividades terapêuticas, o que o beneficia com a melhoria do autoconceito, do estado de humor, da imagem corporal, diminuição da ansiedade e da auto-estima, levando ao resgate desta população e a sua valorização, incentivando a sua participação produtiva na sociedade. O estudo tem como problema responder: Até que ponto as atividades terapêuticas podem influenciar nos laços sociais de uma comunidade em processo de envelhecimento como determinante de qualidade de vida? 16 Este estudo objetivou analisar a influência de atividades terapêuticas nos laços sociais de uma comunidade em processo de envelhecimento como determinante de qualidade de vida. E especificamente proporcionar atividades terapêuticas para indivíduos em processo de envelhecimento; identificar a interação social da comunidade por meio da avaliação do apoio social; identificar o nível de estresse e de qualidade de vida dos indivíduos em processo de envelhecimento da comunidade. 17 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. ENVELHECER: UMA OBRA DE ARTE “Viver mais e bem é um ideal intimamente relacionado à saúde em sua apreensão mais ampla como potencial de satisfação das aspirações humanas.” Mônica de Assis (2004) Envelhecer é um processo universal, dinâmico, progressivo, lento e gradual, para o qual concorre uma multiplicidade de fatores genéticos, biológicos, sociais, ambientais, psicológicos e culturais (ASSIS, 2004). Representa também um conjunto de processos geneticamente determinados, e pode ser definido como uma deterioração funcional progressiva e generalizada, resultando em uma perda de resposta adaptativa às situações de estresse e um aumento no risco de doenças relacionadas à velhice (KIRKWOOD apud ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2005). O Brasil conta atualmente com 17,6 milhões de pessoas com 60 ou mais anos de idade, representando 9,7% da população. Em 2020, a previsão é que serão 30,8 milhões de idosos, ou seja, 14,2% de todos os brasileiros (GOMES, 2006). O número cada vez maior de idosos na população brasileira é algo presente nas projeções demográficas, devendo-se, sobretudo aos avanços sócio-sanitários, ao aumento da longevidade e diminuição das taxas de natalidade e morbidade (ARAÚJO et al, 2006a). Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde aponta que a expectativa de vida da população mundial em 2025 será de 73 anos e no Brasil será de 74 anos (CASSIANO et al, 2008). Segundo Araújo et al (2006a) o Brasil já é o sexto país no mundo em taxa de envelhecimento populacional, registrando aumento de 3,2% ao ano. No estado do Pará a proporção de idosos na população é de 5,9% (IDB, 2007). Estudos mostram que o Pará tem metade dos idosos de toda a região Norte. São 517 mil pessoas com mais de 60 anos que correspondem a 7% da população do Estado. Na Região Metropolitana de Belém, os 172 mil 18 idosos representam 8% da população. Na capital, o índice dos que têm mais de 80 anos é duas vezes maior que no restante do Estado (1,3%) (ZAGHETTO, 2008). A distribuição geográfica da população brasileira e os movimentos migratórios acompanharam o processo de expansão das fronteiras econômicas (IBGE, 1982); isso fez com que hoje o Brasil seja uma sociedade predominantemente urbana que experimenta um intenso processo de envelhecimento populacional (VERAS et al, 1987). O mais importante quando se trata de envelhecimento, é a autonomia, ou seja, a capacidade de determinar e executar seus próprios desígnios. Qualquer pessoa que chegue aos oitenta anos capaz de gerir sua própria vida e determinar quando, onde e como se darão suas atividades de lazer, convívio social e trabalho, certamente será considerada uma pessoa saudável. Pouco importa saber se essa mesma pessoa é hipertensa, diabética, cardíaca e que toma remédio para depressão. O importante é que, como resultante de um tratamento bemsucedido, ela mantém sua autonomia, é feliz, integrada socialmente e, para todos os efeitos, uma pessoa idosa saudável (RAMOS, 2003). Devido a diversos fatores, o envelhecimento da população deixou de ser uma preocupação individual, tornando-se um dever do Estado promover o bem-estar dos idosos. Além, do reconhecimento de toda a sociedade àqueles que contribuíram e ainda contribuem para a construção deste País (MINISTÉRIO DA PREVIDENCIA SOCIAL, 2008). A política nacional do idoso apresenta como propósito fundamental a promoção do envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde dos que adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter sua capacidade funcional restringida. (GUEDES; SILVEIRA, 2004) Para Teixeira (2002) a velhice deve ser entendida como um período da vida inerente ao desenvolvimento humano e não como um tempo de desagregação da vida comunitária. Deve-se olhar a velhice como um tempo de engajamento ativo em desafios e atividades que podem beneficiar ambos: os idosos e a sociedade. O primeiro passo para isso é o empoderamento pessoal. Uma abordagem que pode ser considerada emponderadora é a do envelhecimento ativo; baseia-se no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas com mais idade e nos princípios de independência, participação, dignidade, assistência e auto-realização, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas. Assim, o planejamento estratégico deixa de ter um enfoque baseado nas necessidades e passa a ter uma abordagem baseada em direitos, o que permite o reconhecimento dos direitos dos idosos à igualdade de oportunidades 19 e tratamento em todos os aspectos da vida à medida que envelhecem. Essa abordagem apóia a responsabilidade das pessoas em processo de envelhecimento no exercício de sua participação nos processos políticos e em outros aspectos da vida em comunidade (KIRKWOOD apud ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2005). Dentre as transformações adquiridas com a longevidade, as mudanças orgânicas destacam-se por estarem diretamente associadas à questão do bem-estar biológico. A presença de doenças crônicas, potencializadas pela perda da função de órgãos e sistemas biológicos, pode gerar limitações funcionais que levam a incapacidade, tornando muitas vezes o idoso dependente para a realização de suas atividades. Além das doenças crônicas, as limitações físicas, o declínio cognitivo, a perda sensorial, os sintomas depressivos, as quedas e o isolamento social, todos relacionados com a idade, são fatores de risco para o prejuízo da capacidade funcional (FRANCIULLI, 2007). Os problemas relativos ao envelhecimento são complexos, pois configuram o idoso como um inválido, daí a necessidade de mostrar à família e à sociedade que o idoso é um ser ativo, capaz de oferecer respostas criativas com base na experiência da vida, considerando que o envelhecimento propicia oportunidades de novas habilidades e de novos conhecimentos (VITERBINO, 2004). 20 2.2. DESIGUALDADE SOCIAL: UMA REALIDADE BRASILEIRA. “Triste mundo, que veste quem está vestido e despe quem está nu.” Calderón de La Barca A sociedade, atualmente, atingiu níveis de urbanização nunca antes imaginados, onde ocorrem produção e reprodução contraditórias em diversas ordens, tais como os conflitos entre classes, expressos, principalmente, pelos diferentes níveis de renda, revelando uma desigual distribuição da população pela mesma. Esse processo, no entanto, é decorrente do próprio desenvolvimento das forças produtivas que privilegiou a cidade enquanto lócus de sua reprodução (FERNANDES, 2000). Nesse sentido, resta à população de menor poder aquisitivo (em geral, excluídos e despossuídos), os espaços mais afastados e, na maioria das vezes, inadequados à moradia, como as periferias1, no qual lhes é negado o direito à cidade formal. Portanto, ao mesmo tempo em que a cidade se desenvolve, ocorre o processo de urbanização, como expressão da sociedade que se generaliza na modernidade (DIAS, 2007). É nesse contexto urbano complexo e muitas vezes carente de serviços que a população de idosos tem crescido (VERAS et al, 1987). Hoje, sabe-se que o urbanismo, é um instrumento indispensável à autonomia, inclusão social e cidadania; que o envelhecimento populacional é um fenômeno a ser considerado e; que as políticas públicas já alcançam larga abrangência, mas se comparadas às necessidades desta população especificamente, têm ainda, tímida implementação (FERNANDES, 2000). Além disso, a população das atuais grandes metrópoles, até um passado recente, em suas áreas centrais que definiam a cidade em si. Devido à menor densidade demográfica, meios de transporte menos diversificados e falta de infra-estrutura fora dessa área, poucas eram as pessoas que moravam além desses limites. Com isso, a área central da cidade se Periferia: A palavra é usada para designar os limites, as franjas da cidade, talvez para substituir a expressão mais antiga, “subúrbio”. Mas sua referência não é apenas geográfica: além de indicar distância, aponta para aquilo que é precário, carente, desprivilegiado em termos de serviços públicos e infra-estrutura, gerando, muitas vezes, sérios comprometimentos à qualidade de vida de uma parcela significativa da população urbana. (DIAS, 2007, p.07/08) 21 tornou eminentemente comercial e administrativa, perdendo sua característica residencial (VERAS et al, 1987). Assim, uma nova dialética torna-se evidente: de um lado a cultura recente que traz a tona os direitos particulares que devem ser defendidos, o legítimo direito à diferença; e do outro a Globalização, que marcha ao contrário da universalidade, levando à segregação e ao aumento das desigualdades sociais. Logo, não se opera a unidade da humanidade, mas a unidade econômica de poucos, havendo assim, um processo de globalização e um de exclusão (FERNANDES, 2000). As mudanças em curso no Brasil vêm gerando um desequilíbrio socioeconômico em decorrência da falta de investimentos em Projetos Sociais de desenvolvimento humano nas várias faixas etárias, resultante das políticas em um contexto global de mundialização do capitalismo moderno e suas contradições, legitimando a desigualdade social (MACHADO et al, s/d). No entanto, ao idoso é necessária a manutenção de uma digna qualidade de vida, através das ações políticas fundamentais, não apenas de atenção à saúde do idoso, mas às necessidades de um ser humano, que vive um momento específico em seu ciclo de vida, como cidadão cujos direitos devem ser respeitados porque são assegurados por lei. Falta apenas, na prática, o cumprimento desses direitos com ações concretas para que o idoso não sofra com o descaso de familiares e da própria sociedade (VITERBINO, 2004). Portanto, desigualdade é o resultado de uma dinâmica “perversa” de acumulação e reprodução do capital, cada vez mais aceleradas pela concentração de capitais no regime de mercados e espaços globalizados; inerente ao sistema capitalista, como fenômeno universal e inevitável, expandindo-se em ritmo e intensidade diferentes, ao acompanhar os ciclos de expansão e recessão da economia (RATTNER, 2006). Logo, igualdade é o “principio pelo qual todos os cidadãos podem invocar os mesmos direitos que definem a dignidade humana correspondentes, principalmente, a justiça e a eqüidade”. Igualitário, então, é o “sistema que preconiza a igualdade de condições para todos os membros da sociedade”. Ao revés, desigualdade é considerada como sinônimo de injustiça, iniqüidade, relações onde os direitos fundamentais são desrespeitados e a dignidade ferida. Neste sentido, diminuir desigualdades deve ser o objetivo central de toda política pública para que esta possa ser considerada realmente como social (NUNES et al, 2001, p.12). O Brasil é um país com importantes desigualdades sociais, ocupando a segunda posição no mundo em termos de concentração de renda. Cinqüenta e três milhões de brasileiros têm renda inferior à linha de pobreza. Apesar disso, a influência da situação sócio- 22 econômica sobre a saúde dos idosos tem recebido pouca atenção no País. A escassez desse tipo de informação é lamentável, uma vez que um dos grandes desafios contemporâneos é a construção de políticas sociais adequadas, incluindo a atenção à saúde, para a população idosa (LIMA-COSTA et al, 2003). Os números apresentados por alguns índices repetem monotonamente essa triste divisão do Brasil. Pobreza, emprego formal, desigualdade, alfabetização, escolaridade, concentração de jovens, enfim, quase todos mostram os piores resultados concentrados nas regiões Norte e Nordeste do país (POCHAMANN, s/d). FIGURA 1: Mapa do Índice de exclusão social no Brasil FONTE: Atlas da Exclusão social no Brasil (2003) Dos 5.507 municípios brasileiros existentes em 2000, 2.290 (ou 41,58%) foram considerados com elevado grau de exclusão social. Desses 2.290, 1.652 (ou 72,14%) estão na região Nordeste do Brasil. Em 2005, o número de pessoas que convivem em família com renda mensal inferior a ½ salário mínimo per capita, no Estado no Pará, foi de 3.056.019, apresentando um aumento de 383.890 pessoas em relação ao ano de 2004, correspondendo a um incremento de 12,56% no número de pessoas com renda insuficiente para custear suas necessidades mínimas. A Região Metropolitana de Belém, onde se concentra 29,30% da população do Estado, em 2005, tinha 781.021 pessoas pobres, com um incremento de 14,69% em relação a 2004 (SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E FINANÇA, 2007). O conhecimento das condições de saúde dessa população, e das influências da situação sócio-econômica sobre essas condições, é importante para subsidiar políticas, buscando corrigir distorções, entre outras, por classe social (LIMA-COSTA et al, 2003). Há um conjunto de situações que influenciam de forma negativa na qualidade de vida de comunidades urbanas em vias de desenvolvimento, como exemplo, a inexistência de saneamento básico, a deficiência de áreas de lazer, as precárias condições de saúde pública e 23 de moradia, o baixo nível educacional, carência de atividades ocupacionais, dentre outras (MELO et al, 2003). Portanto, o termo exclusão social pode ser entendido como uma situação de falta de acesso às oportunidades oferecidas pela sociedade aos seus membros, podendo implicar privação, falta de recursos ou, de uma forma mais abrangente, ausência de cidadania, a qual abarca diferentes níveis de organização e expressão, tais como: ambiental, cultural, econômico, político e social. E pode ser analisado, amplamente, sob três graus: primeiro, o grau material, objetivo e econômico; o segundo refere-se à ética da injustiça social e dos preconceitos; e o terceiro, subjetivo, de sofrimentos impostos a milhões de seres humanos (AMARO, s/d). De uma forma mais minuciosa, pode-se dizer que a exclusão social se exprime em 6 dimensões do quotidiano dos indivíduos, ao nível: do Ser, ou seja da personalidade, da dignidade e da auto-estima individual; do Estar, fazendo relação as redes de pertença social, desde a família, às redes de vizinhança, aos grupos de convívio e de interação social; do Fazer, que indica as tarefas realizadas e socialmente reconhecidas, quer sob a forma de emprego remunerado, quer sob a forma de trabalho voluntário não remunerado; do Criar, assim como a capacidade de empreender, de assumir iniciativas, de definir e concretizar projetos, de inventar e criar ações, quaisquer que elas sejam; do Saber, compreendendo o acesso à informação necessária à tomada fundamentada de decisões, e da capacidade crítica face à sociedade e ao ambiente envolvente; e do Ter, ou seja, do rendimento, do poder de compra, do acesso a níveis de consumo médios da sociedade. A exclusão social é, portanto, segundo esta leitura, uma situação de não realização de algumas ou de todas estas dimensões (AMARO, s/d). Existem ainda poucos estudos que buscam investigar a presença e desigualdade social em saúde e na utilização dos serviços médicos entre os idosos. Estudos existentes avaliam a presença de desigualdades considerando todos os grupos etários e indicam que, quanto melhores as condições sociais dos indivíduos ou das localidades, melhor é o estado de saúde e o acesso aos serviços. Como os idosos apresentam um estado de saúde mais vulnerável, e como a fração da renda gasta com saúde é maior para esse grupo populacional, a investigação acerca da presença dessas desigualdades é um subsídio importante para a definição de políticas públicas e sociais na região (NORONHA; ANDRADE, 2005). 24 2.3. ATIVIDADES TERAPÊUTICAS COMO DETERMINANTE DE QUALIDADE DE VIDA “O envelhecimento da população é um dos maiores triunfos da humanidade e também um dos nossos grandes desafios” Cassiono et al (2008) Uma das mais importantes mudanças demográficas que o Brasil experimentou ao encerrar o século XX foi o acentuado envelhecimento da estrutura etária da população, o que trouxe como conseqüência uma maior presença relativa e absoluta da população de 60 anos no País (LEBRÃO; DUARTE, 2003). Verifica-se, portanto, que o aumento da população idosa gera necessidades de mudanças na estrutura social para que estas pessoas, ao terem suas vidas prolongadas, não fiquem distantes de um espaço social, em relativa alienação, inatividade, incapacidade física, dependência, conseqüentemente sem qualidade de vida (FRANCHI; MONTENEGRO JUNIOR; 2005). Após a Segunda Guerra Mundial, ter Qualidade de Vida tornou-se um constructo importante, significando melhoria do padrão de vida. Paulatinamente, o conceito foi ampliado, englobando o desenvolvimento sócio-econômico e humano e a percepção das pessoas a respeito de suas vidas. Não há consenso entre estudiosos sobre um único significado, devido a existência de várias correntes de pensamento. No Brasil, sua importância surgiu mais recentemente e vem, pouco a pouco, ganhando popularidade social (PASCHOAL, 2004). Vários estudos concordam que as atividades terapêuticas se constituem em um excelente instrumento de saúde em qualquer faixa etária, em especial em indivíduos em processo de envelhecimento, induzindo melhora significativa na qualidade de vida além de várias adaptações fisiológicas, tais como: a melhora da independência funcional, das funções cognitivas, da composição corporal, da função pulmonar; além de prevenir ou diminuir a inabilidade (VICENTE, 2003; NÓBREGA et al., 1999; FRANCHI; MONTENEGRO JUNIOR; 2005). 25 Um estilo de vida fisicamente inativo pode ser causa primária da incapacidade para realizar Atividades de Vida Diária (AVD), porém, um programa de exercícios físicos regulares pode promover mais mudanças qualitativas do que quantitativas, como por exemplo, alteração na forma de realização do movimento, aumento na velocidade de execução da tarefa e adoção de medidas de segurança para realizar a tarefa (FRANCHI; MONTENEGRO JUNIOR; 2005). A atividade física e/ou atividades terapêuticas interferem na saúde, principalmente se acompanham de maiores possibilidades de satisfação pessoal e interação social (VICENTE, 2003), favorecendo o alívio da depressão, o aumento da autoconfiança e a melhora da autoestima (FRANCHI; MONTENEGRO JUNIOR; 2005). Os grupos de atividades terapêuticas promovem a convivência, as trocas de idéias e de afetos, estimulam o pensar, o fazer e o aprender. Além disso, através da formação de um vínculo com os elementos do grupo, o idoso se sente mais apoiado, seguro e compreendido, tendo, assim, uma melhor qualidade de vida e um envelhecimento mais favorável e com saúde (CASSIANO et al, 2008). Baseado na necessidade de propostas e alternativas para a minimização do estresse provocado pela exclusão social e da precariedade de apoio social dentro da comunidade em que vivem os indivíduos em processo de envelhecimento, Griep et al., (2005) sugerem que a participação de pessoas em atividades sociais em grupo deve ser mais apoiada e menos vulnerável ao isolamento, ao estresse e a problemas de saúde. As atividades terapêuticas específicas para a terceira idade levam ao resgate e a valorização do idoso, incentivando a sua participação produtiva na sociedade. No aspecto social do envelhecimento, destacam-se as perdas de papéis ocupacionais significativos, que geram muitas vezes restrição à participação do idoso no contexto, o que justifica a implementação de um grupo de atividades como uma contribuição para um envelhecimento saudável e com qualidade (CASSIANO et al, 2008). O potencial do ser humano será aumentado se, na fase de não trabalho e/ou no tempo livre, o idoso se ocupar com novas aprendizagens, o que significa uma atualização permanente e uma inserção no mundo que demandam novos aprenderes num fluxo rápido e contínuo. Uma das condições que o ambiente deve oferecer para que o idoso mantenha-se atualizado é a prática regular de exercícios físicos. (FRANCHI; MONTENEGRO JUNIOR; 2005) A cada novo estudo que compara a incidência, prevalência, gravidade, eficácia da terapêutica e mortalidade da maioria das doenças crônico-degenerativas, bem com de suas 26 complicações, são demonstradas as influências da atividade física em proteger (ou do sedentarismo em prejudicar) a sua evolução (JACOB FILHO; 2006). Almeida & Viana (2002) citam que por meio da atividade terapêutica, as pessoas podem realmente alcançar um patamar superior na qualidade de vida. Essas aprendem a perceber melhor seu corpo, a respeitá-lo, a conhecer suas potencialidades, para ter uma vida mais satisfatória. Com isso, as atividades terapêuticas melhoram a saúde do indivíduo idoso como um todo e contribuem para a diminuição das despesas da sociedade envelhecida, uma vez demonstrados os menores custos da prevenção de morbidades e da mortalidade entre idosos que praticam atividades terapêuticas regularmente. 27 2.4. LAÇOS SOCIAIS: UM DIREITO DE TODOS “Ativo envolvimento em conselhos locais de saúde pode estimular o senso de pertencimento, de espírito comunitário e aumentar o suporte social dentro da comunidade.” Watt (2002, p.245) Quanto mais as pessoas entram em processo de envelhecimento, mais elas precisam uma das outras em um contexto social, onde fatores interpessoais e externos atuam em conjunto para a melhora de qualidade de vida. Assim, a expressão laços sociais também pode ser entendida como fator responsável pelas condições de saúde, e indicam a disponibilidade de uma rede e de apoio social (GRIEP, 2003). Neste contexto, rede social pode ser definida como o grupo de pessoas com as quais o individuo mantém contato ou alguma forma de vinculo social, que podem ou não oferecer ajuda em diversas situações ao longo da vida, onde o apoio social diz respeito aos recursos postos à disposição por outras pessoas em situação de necessidade e pode ser medido por meio da percepção individual do grau com que relações interpessoais correspondem a determinadas funções (apoio emocional, material e afetivo), pode atuar ainda como fator de proteção (ARAÚJO et al., 2006b; GRIEP et al., 2005; CHOR et al., 2001). Além disso, o apoio pode ser usado como ferramenta de autonomia para os indivíduos, na medida em que estes aprendem e compartilham modos de lidar com o processo saúdedoença na comunidade (VALLA, 1999). Os efeitos benéficos de uma rede de apoio social dependem, sobretudo, de sua capacidade de suprir vários recursos para o indivíduo; isto é, suporte social (HANSON et al., 1994). O suporte social abrange políticas e redes de apoio sociais (família, amigos e comunidade) que têm como finalidade contribuir para o bem-estar das pessoas, principalmente aquelas em situação de desigualdade. Neste caso, o suporte social, mediante a eqüidade das ações, possibilita o exercício da cidadania. Destina-se, portanto, a integrar o idoso na sociedade, minimizando os riscos de exclusão social e/ou desigualdade, seja por meio das redes de apoio social ou mediante a construção e viabilização de políticas públicas (ARAÚJO et al, 2006b). 28 Existem três teorias que buscam explicar as desigualdades sociais em saúde por meio da interação de fatores sociais, econômicos e ambientais: Análise do Curso de Vida, Modelo Salutogênico e Capital Social. A teoria da Análise do Curso de Vida explica que há uma interação entre risco biológico e fatores sociais e psicológicos para o desenvolvimento de doenças crônicas ao longo da vida, sendo a doença atual resultante da posição social passada do indivíduo. De acordo com o Modelo Salutogênico, existe uma relação entre o modo como as pessoas lidam com eventos de vida estressores e seu estado de saúde. Esta teoria propõe a identificação e modificação de fatores socioeconômicos que influenciem o estado de saúde das comunidades (criação de espaços salutogênicos). A teoria do Capital Social é de difícil definição e abrange cidadania, confiança nos outros, cooperação e envolvimento social. O capital social é relacionado a redes de apoio social e ao suporte social. O estado de saúde de indivíduos e coletividades é explicado pelos diferentes níveis de capital social presente, enquanto a pobreza e a falta de base material e estrutural relacionam-se com um baixo capital social, contribuindo para as desigualdades em saúde (WATT, 2002). Idosos com menor nível socioeconômico apresentam mais necessidades sociais, maior morbidade física e mental. O termo exclusão mostra-se insuficiente para definir um processo dinâmico que não se limita ao afastamento dos meios produtivos, mas envolve a não participação em redes e sistemas de proteção social. A luta contra as desigualdades sociais perpassa o restabelecimento de vínculos sociais, interdependência e solidariedade entre os indivíduos (MAGALHÃES, 2001). A função das relações sociais compreende aspectos comportamentais e qualitativos dos relacionamentos e abrange suporte social, ancoragem social e esforço relacional (suporte emocional). Salienta-se que, com o processo de envelhecimento, as relações sociais sofrem mudanças (AVLUND et al., 2003). Diante das questões econômico-sociais e de saúde, o idoso torna-se sujeito à vulnerabilidade social. A Política Nacional do Idoso (BRASIL, 2003) afirma que é responsabilidade da família, da sociedade e do Estado assegurar a cidadania ao idoso, sua participação na comunidade, dignidade, bem-estar e direito à vida. O Estatuto do Idoso (BRASIL, 2004) garante a esta população prioridade na formulação e na execução de políticas sociais, bem como ratifica o direito do idoso à vida, saúde, alimentação, educação, Cidadania é a tomada de consciência de seus direitos, tendo como contrapartida a realização dos deveres. Isso implica no efetivo exercício dos direitos civis, políticos e sócio-econômicos, bem como na participação e contribuição para o bem-estar da sociedade. A cidadania deve ser entendida como processo contínuo, uma construção coletiva, significando a concretização dos direitos humanos (CODIC, p.7, s/d). 29 cultura, esporte, lazer, trabalho, cidadania, liberdade, dignidade, respeito, e à convivência familiar e comunitária (ARAÚJO et al, 2006b). A criação de políticas incluindo toda a sociedade proporciona redes de apoio para o idoso e sua família (capacitação dos cuidadores por profissionais de saúde), além de dar assistência ao idoso que não dispõe de cuidados familiares, e programas com o intuito de evitar uma posterior dependência em idosos independentes são meios de promover a saúde na terceira idade (CALDAS, 2003; TELAROLLI JÚNIOR et al., 1996). A Promoção de Saúde dá ênfase à redução das desigualdades em saúde por meio da atuação sobre os determinantes sociais do processo saúde-doença, injúria e incapacidade, bem como mediante a adoção de medidas que favoreçam ambientes saudáveis (WATT, 2002). O idoso necessita de diversos tipos de recursos para suprir suas necessidades da vida diária e ser capaz de optar por escolhas saudáveis. Esses recursos incluem aspectos psicológicos, educação, recursos financeiros, mas também recursos sociais (HANSON et al., 1994). O Estado deve ser atuante, de modo a promover e auxiliar o suporte familiar e, além disso, garantir o acesso pleno do idoso ao Sistema Único de Saúde. O Programa de Saúde da Família tem a função de elo entre o idoso e os serviços de saúde, possibilitando também a atenção domiciliar para os idosos dependentes, valorizando o cuidado comunitário, principalmente na família e na Atenção Básica de Saúde (SILVESTRE & COSTA NETO, 2003). Uma forma de auxiliar o idoso garantindo-lhe qualidade de vida e apoio social de cunho geral, é através de grupos de atividades terapêuticas, podendo ser oferecido não só por entidades governamentais, mas também por Organizações Não Governamentais ou projetos universitários, visando principalmente à independência funcional e a diminuição do nível de estresse, o que nesse período da vida estão geralmente alterados (RATTNER, 2006). 30 3. METODOLOGIA A pesquisa teve início após aprovação da orientadora (APENDICE 1), da instituição Universidade da Amazônia (APENDICE 2), da coordenadora do Projeto de Extensão intitulado “Projeto o Fazer Virtuoso: Geração de renda, empoderamento e consciência ambiental no Igarapé Mata-Fome – Belém – Pará” (APÊNDICE 3), da Unidade Básica de Saúde da Pratinha (APÊNDICE 4), do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com o Protocolo Nº. 75025/07 (ANEXO 1) e dos indivíduos pesquisados por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APENDICE 5). Foi um estudo prospectivo, longitudinal, experimental, realizado no período de dezembro de 2007 a julho de 2008. Partindo de um universo de 94 indivíduos, foi calculada uma amostra de 70, porém, apenas 7 participaram da pesquisa. Assumiu-se como critérios de inclusão, indivíduos de ambos os sexos, com faixa etária acima de 40 anos, ou seja, indivíduos em processo de envelhecimento, residentes no entorno do Igarapé Mata Fome, na Comunidade Bom Jesus I, que tenham sido cadastrados por voluntários do Curso de Fisioterapia no projeto de Extensão intitulado “Projeto o Fazer Virtuoso: Geração de renda, empoderamento e consciência ambiental no Igarapé Mata-Fome – Belém – Pará”, de autoria de Voyner Ravena-Cañete, no período de junho e julho de 2007. E como critérios de exclusão, os indivíduos com sintoma clínico ou indicativo de doença cardiovascular ou neurológica, aqueles que passaram por alguma intervenção cirúrgica recente, ou ainda os que se opusessem a participar da pesquisa. FIGURA 2: Sede do projeto de extensão da UNAMA. FONTE: Dados autoras, 2008. 31 O Estudo foi realizado no Bairro da Pratinha, na Comunidade Bom Jesus I, localizado na foz do Igarapé Mata Fome, que segundo estudos realizados por Ravena-Cañete (2006), desemboca na Baía do Guajará, em Belém-Pará, sendo composta por 372 unidades habitacionais as quais vem passando por transformações em seu espaço urbano, em decorrência dos diferentes processos que vêm ocorrendo na cidade de Belém, como a expansão e periferização da cidade, que no processo de produção cria espaços diferenciados, segregados e hierarquizados, repercutindo de formas variadas ocasionando sérios problemas relacionados ao ambiente urbano e a qualidade de vida da população, estes fatos nortearam a escolha deste para realização desta pesquisa. FIGURA 3: Vistas parciais de ocupações urbanas no Bairro da Pratinha. FONTE: Dados autoras, 2008. A paisagem do Bairro revela parte da população residente vivendo sob condições de pobreza. Paisagem esta, que pode ser descrita pela precariedade de moradias, de ruas e também pela ausência de infra-estrutura e saneamento básico, privando à população do bairro o acesso a condições satisfatórias de informação, educação, saúde e qualidade de vida (O LIBERAL, 2004). 32 FIGURA 4: Imagens que traduzem as condições da população residente no Igarapé Mata Fome. FONTE: Dados autoras, 2008. FIGURA 5: Mapa do Igarapé Mata Fome e local de realização do projeto. FONTE: Google Maps, 2008. Os indivíduos participantes das atividades terapêuticas foram submetidos no inicio do projeto a três questionários, o primeiro refere-se à avaliação do nível de estresse, constituído de 18 questões objetivas, onde para cada pergunta obtém-se um reposta referente a um número, ao final deve-se somar os resultados verificando qual o nível de estresse dos indivíduos, o que varia de 110 a 0 pontos, na qual é dividido e indica o positivo bem-estar – 81 a 110 pontos, baixa positividade – 76 a 80 pontos, marginal (no limite) – 71 a 75 anos, indica problema de estresse – 56 a 70 pontos, indica sofrimento – 41 a 55 pontos, indica 33 sofrimento sério – 26 a 40 pontos e indica sofrimento severo – 0 a 25 pontos; quanto maior for a numeração mais calma é a pessoa, baseado no modelo proposto por Oliveira (2002) (ANEXO 2). O segundo questionário foi o de Apoio Social composto por 19 itens compreendendo 5 dimensões funcionais de apoio social: material, afetivo, emocional, interação social positiva e informação, apresenta escore de 1 a 5 pontos correspondente a nunca (1), raramente (2), as vezes (3), quase sempre (4) e sempre (5), baseado na versão original na escala de apoio Medical Outcomes Study, adaptada para o português. (GRIEP et al., 2003) (ANEXO 3). A avaliação da qualidade de vida pelo terceiro questionário o de Nottingham, que trata-se de um questionário auto-administrado, constituído de 38 itens, baseados na classificação de incapacidade descrita pela Organização Mundial de Saúde, com respostas no formato sim/não. Os itens estão organizados em seis categorias, que englobam nível de energia, dor, reações emocionais, sono, interação social e habilidades físicas. Cada resposta positiva corresponde a um escore de um (1) a cada resposta negativa corresponde a um escore zero (0), perfazendo uma pontuação máxima de 38, onde quanto mais próximo de 38 pontos pior é a qualidade de vida do indivíduo (TEIXEIRA-SALMELA et al., 2004). (ANEXO 4). As atividades terapêuticas realizadas pelos indivíduos foram compostas por três estágios: - No primeiro, foi realizado aquecimento para o início das atividades, por meio de caminhada, no tempo de 20 minutos (cronometrado o tempo do aquecimento, com auxílio do cronômetro do modelo velocímetro sem fio a prova d’água), alongamentos de membros superiores e inferiores, antes e depois das atividades, e exercícios ativo-livre com 3 séries de 10 repetições, durante 8 semanas. FIGURA 6: Grupo de atividades terapêuticas. FONTE: Dados autoras, 2008. - No segundo estágio foram feitos caminhada de 20 minutos, alongamentos de membros superiores e inferiores, antes e depois das atividades, exercícios com bastões e colchonetes de confecção caseira, durante 12 semanas. 34 FIGURA 7: Grupo de atividades terapêuticas. FONTE: Dados autoras, 2008. - No terceiro estágio foram executados caminhadas de 20 minutos, alongamentos de membros superiores e inferiores, antes e depois das atividades, fortalecimento de membros superiores e inferiores, com uso de liga elástica de látex (tipo garrote) e aplicação do método Facilitação Neuromuscular Proprioceptivo (FNP), com objetivo de oferecer aos indivíduos um melhor uso da funcionabilidade para as atividades da vida diária, durante 16 semanas. O método Facilitação Neuromuscular Proprioceptivo (FNP) foi formado por: • Atividades da 21ª a 29ª semana: FIGURA 8: Cervical – flexão (diagonal) bilateralmente (20 segundos para cada lado) e Tronco – flexão e flexão com inclinação (2 series de 10 repetições para cada lado). FONTE: Dados autoras, 2008. 35 FIGURA 9: Pelve – báscula (2 series de 10 repetições) e Exercício de sentar e levantar da cadeira FONTE: Dados autoras, 2008. FIGURA 10: Membros superiores – Flexão, abdução e rotação externa de forma ativo-livre e com resistência (2 series de 10 repetições para cada lado) e Flexão, abdução e rotação externa com flexão de cotovelo com resistência (2 series de 10 repetições para cada lado). FONTE: Dados autoras, 2008. FIGURA 11: Flexão, abdução e rotação externa com flexão de joelho. FONTE: Dados autoras, 2008. 36 • Atividades da 30ª a 36ª semana: FIGURA 12: Cervical – Flexão (diagonal) com extensão do ombro contralateral (20 segundos para cada lado), Sentado: Flexão com inclinação de tronco (2 series de 10 repetições para cada lado) e Pelve – rotação (1 serie de 20 repetições para cada lado) FONTE: Dados autoras, 2008. FIGURA 13: Membros superiores – Flexão, Adução e rotação externa com resistência (2 series de 10 repetições para cada lado) e Membros inferiores – Flexão, abdução e rotação externa com flexão de joelho com resistência (2 series de 10 repetições para cada lado). FONTE: Dados autoras, 2008. A caminhada realizada no programa foi na Rua Canaã, que apresenta solo do tipo terra batida, e as atividades como alongamentos, atividades ativo-livres, com bastão e fortalecimento e o método Facilitação Neuromuscular Proprioceptivo (FNP), ocorreu na Sede do Projeto de Extensão, já autorizado pela Coordenadora do Projeto. As atividades foram realizadas durante duas vezes na semana, tendo intervalos nos fins de semana e feriados. Os indivíduos eram orientados a trajar vestimentas adequadas, tais como, blusa, calça de ginástica e tênis. 37 O protocolo utilizado foi baseado em Fernandes & Vasconcelos (2006) com algumas alterações e no Relatório do Projeto de Iniciação Cientifica (2007) intitulado “A influência de um programa fisioterapêutico na qualidade de vida de indivíduos residentes no entorno da Unama Campus Alcindo Cacela”, de autoria de Biatriz Araújo Cardoso, orientado pela Professora Daniela Teixeira Costa. Os indivíduos foram submetidos aos mesmos questionários no final do projeto. A análise estatística foi realizada por meio de um pacote estatístico Biostat 4.0 Ayres (2005), teste t de Student para as amostras pareadas e a correlação de Pearson, sendo considerado o nível alfa de 0.05 para rejeição da hipótese de nulidade. 38 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO O envelhecimento humano trás consigo diversas peculiaridades, onde se destacam a queda brusca na funcionabilidade, podendo ser física e/ou mental, o que muitas vezes torna-se responsável por desencadear desordens orgânicas, baixo nível de auto-estima, dependência, e, conseqüentemente desigualdade social. Reuniões semanais com visinhos, amigos e família, mostrando a importância do idoso nesse ambiente, são maneiras exemplares de valorização do mesmo, o que o trás satisfação em viver (FIEDLER, 2005). Além do convívio familiar é importante às pessoas em processo de envelhecimento o contato com o outro, sendo este outro alguém que o compreenda por passar pelas mesmas dificuldades ou que compartilhe experiências com o mesmo. Grupos de atividades terapêuticas são capazes de mostrar ao idoso a sua importância perante a sociedade, ajudam a melhorar sua função e sua qualidade de vida, e também o inserem em um meio onde todos tornam-se iguais gerando, entre outras coisas, laços sociais (GRIEP et al., 2005). Veras et al (1987), Fernandes (2000), Viterbino (2004), Rattner (2006), Genovez et al. (2000) e Amaro (s/d) concordam que o avanço da urbanização gera indiretamente desigualdades sociais, devido a migração da população de baixa renda para espaços em que a moradia é considerada uma condição sub-humana, como as periferias, onde a percepção de prevenção, como um todo, é limitada ou até mesmo inexistente. Visto que a área na qual a pesquisa foi realizada pode ser enquadrada na definição de periferia, entende-se o número reduzido de 7 pessoas na amostra. Além da questão cultural, na qual homens trabalham fora e mulheres ficam em casa, estudos divulgados por Zaghetto (2008) no Jornal Diário do Pará relatam que os homens morrem mais cedo e a feminilização da população paraense se acentua na terceira idade, o que é reafirmado nesta pesquisa, onde 71% da amostra eram do sexo feminino. 39 29% Feminino Masculino 71% FIGURA 14: Valores referentes ao sexo indivíduos participantes das atividades terapêuticas. FONTE: Dados dos autores. Na pesquisa, constatou-se que a faixa etária de 50 a 59 anos foi a mais presente (42%). Acredita-se que isso se deve a proximidade da aposentadoria, ao aumento dos riscos de doenças e ainda pelos indivíduos serem considerados ativos socialmente na faixa etária de 40 a 49 anos. 29% 29% 40-49 anos 50-59 anos 60-69 anos 42% FIGURA 15: Valores referentes à faixa etária dos indivíduos participantes das atividades terapêuticas. FONTE: Dados dos autores. 40 Estudos demonstram evidências de que a prática regular de atividade terapêutica por indivíduo em processo de envelhecimento, proporciona uma maior independência e segurança para a realização de atividades de vida diária, melhora a composição corporal, a força, a flexibilidade e a auto-estima; aumenta a capacidade aeróbia, a autoconfiança,a qualidade de vida e os laços sociais; além do alívio da depressão e redução do nível de estresse (FRANCHI; MONTENEGRO JUNIOR, 2005; VICENTE, 2003) Dor, palavra forte, incapacitante, de cunho tanto sentimental como cultural, causadora de impulsos geralmente negativos, trazendo indesejos à população ao redor. Habilidade física, condição de bem-estar biopsicosocial, de auxílio ao próximo e de satisfação pessoal. Ambos pertencentes ao ser humano como um todo, porém, em indivíduos em processo de envelhecimento, é inevitável a inversão dos níveis naturais destes domínios, onde o primeiro eleva-se e o segundo decai de forma gradativa. A atividade terapêutica, nessa faixa etária, comprovadamente, de acordo com esta pesquisa, atua no retardamento desta inversão. Reações emocionais, sono, nível de energia e interação social, também são domínios releváveis quando se trata de qualidade de vida, entretanto não apresentaram significância estatística neste estudo. TABELA 1 – Valores referentes à média e o desvio padrão dos domínios e da qualidade de vida global antes e depois dos exercícios terapêuticos. Domínios Antes Depois p-valor Média ± DP Média ± DP Nível de Energia 1,14 ± 1,34 0,28 ± 0,48 0,07 Dor 3,28 ± 3,14 0,57 ± 0,97 0,02* Reações Emocionais 3,14 ± 2,96 1,71 ± 1,79 0,11 Sono 2,28 ± 1,38 1,14 ± 1,67 0,11 Interação Social 1,85 ± 1,34 1,28 ± 1,25 0,08 Habilidade Física 2,57 ± 2,07 0,28 ± 0,48 0,01* 14,42 ± 10,30 5,28 ± 4,95 0,04* Qualidade de Vida Global FONTE: Dados dos autores. Estresse, algo tão antigo e ao mesmo tempo tão presente no cotidiano da população, pode ser considerado instantâneo, mas ás vezes chega devagarzinho sem pedir licença e quando se dá conta já está instalado, gerador também de malícias sempre indesejadas por todos. O envelhecimento pode ser considerado um fator de risco para desencadear estresse, pois o idoso que antes era dono de sua vida passa a ser dependente até mesmo para suas tarefas mais simples como pentear o cabelo. Por se tratar de sintomas silenciosos advindos 41 principalmente da rotina, o estresse pode alcançar baixos níveis quando o indivíduo pratica o bem, principalmente quando ele mesmo é beneficiado. Com isso esta pesquisa comprova que a atividade terapêutica é um ótimo tratamento no combate a este mal que cerca as pessoas (ALVES et al, 2004). TABELA 2 – Valores referentes à média e do desvio padrão do nível de estresse dos indivíduos antes e depois das atividades terapêuticas Antes Depois p-valor Nível de Estresse Situação Média ± DP Média ± DP 60,57 ± 21,93 73,14 ± 18,80 Indica problemas de Marginal estresse (no limite) 0,03* FONTE: Dados dos autores. 80 73,14 70 60 60,57 50 MEDIA 40 30 20 10 0 indica problemas de estresse marginal (no limite) Antes Depois FIGURA 16: Valores referentes à média do nível de estresse dos indivíduos antes e depois das atividades terapêuticas. FONTE: Dados dos autores. “Amai uns aos outros; assim como eu vos amei” frase dita por Jesus Cristo durante a última ceia, segundo João 13;34 na Bíblia Sagrada. Esta frase indica a importância do afeto, amor, solidariedade e fraternidade que todos devem ter perante a sociedade em geral, principalmente no que diz respeito aos idosos, pois os mesmos necessitam cada vez mais do apoio das pessoas que o rodeiam sendo através da presença familiar, amigos e visinhos ou através de pessoas que possam proporcionar políticas públicas salutares. Uma forma de proporcionar a essa classe alguns tipos de apoio, é através da formação de grupos de 42 atividades terapêuticas, onde se estreitam os laços do contexto onde os mesmos estão inseridos. Isso pode ser comprovado nesta pesquisa, pois a média de apoio social da comunidade avaliada aumentou depois das atividades terapêuticas. TABELA 3 – Valores referentes à média e do desvio padrão do apoio social dos indivíduos antes e depois das atividades terapêuticas. Antes Depois p-valor Apoio Social Média ± DP Média ± DP 66,71 ± 17,39 69,14 ± 21,08 0,39 FONTE: Dados dos autores. 69,5 69,14 69 68,5 68 67,5 MEDIA 67 66,5 66,71 66 65,5 65 Antes Depois FIGURA 17 – Valores referentes à média do apoio social dos indivíduos antes e depois das atividades terapêuticas. FONTE: Dados dos autores. 43 5. CONCLUSÃO O envelhecimento tem se tornado cada vez mais evidente na população mundial, e a tendência é aumentar gradativamente ao longo dos anos. O termo “envelhecimento populacional” trás consigo diversos efeitos, intrínsecos e/ou extrínsecos, inevitáveis os quais podem ser minimizados e dependem principalmente do estilo de vida de cada indivíduo. Vários fatores podem influenciar negativamente na busca pelo envelhecimento bem sucedido, tais como a depressão, as limitações físicas insuperáveis, a baixa-estima, o estresse, as preocupações desnecessárias, as desigualdades sociais, entre outros. Porém, também existem meios onde o idoso, mesmo em sofrimento, é capaz de alcançar a tão sonhada qualidade de vida favorável, dentre eles encontram-se grupos de atividades terapêuticas, as reuniões familiares, programas governamentais como o saúde da família, grupos de caminhada e reuniões da comunidade. Conclui-se então que quanto mais o indivíduo em processo de envelhecimento obtiver contato com pessoas diversificadas, maior é sua rede de apoio social e que fatores como atividades terapêuticas em grupo, favorecem o estreitamento desses laços. Devido ao número reduzido da amostra e à precariedade de estudos publicados relacionados à saúde pública, sugerem-se outras pesquisas sinônimas a esta. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Admilson Gonçalves; VIANA, Helena Brandão. A atividade física e a corporeidade do idoso: uma perspectiva para a qualidade de vida. ACTA Cientifica – Ciências Humanas, v.2, n.3, p.21-26, 2002. ALVES, Márcia Guimarães de Melo; CHOR, Dora; FAERSTEIN, Eduardo; WERNECK, Guilherme; LOPES, Cláudia . Versão resumida da “Job stress scale”, adaptação para o português. Revista de Saúde Pública,v.2, n.38, p.164-171, 2004. AMARO, Rogério Roque. A exclusão social hoje. Brasil: Instituto São Tomás de Aquino ISTA, s/d. Disponível em: <http://www.triplov.com/ista/cadernos/cad_09/amaro.html>. Acesso em: 18 maio 2008. ARAÚJO, Ludgleydson Fernandes de; SANTANA, Inayara Oliveira de; COUTINHO, Maria da Penha de Lima. Envelhecimento e desenvolvimento: uma perspectiva psicossocial. 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Título: “A influência de atividades terapêuticas nos laços sociais de uma comunidade em processo de envelhecimento como determinante de qualidade de vida” Você está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa acima citado, que tem como objetivo avaliar a influência de atividades terapêuticas nos laços sociais de uma comunidade em processo de envelhecimento como determinante de qualidade de vida. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Os procedimentos ocorrerão por meio de três questionários, nas quais irão avaliar o nível de estresse, constituído de 18 questões objetivas, de varia de 110 a 0 pontos, baseado no modelo proposto por Oliveira (2002), além do questionário de Apoio social composto por 19 itens compreendendo 5 dimensões funcionais de apoio social: material, afetivo, emocional, interação social positiva e informação, baseado na versão original na escala de apoio Medical Outcomes Study, adaptada para o português e a avaliação da qualidade de vida pelo questionário do teste de Nottingham, que trata-se de um questionário auto-administrado, constituído de 38 itens, baseados na classificação de incapacidade descrita pela Organização Mundial de Saúde, com respostas no formato sim/não. Os itens estão organizados em seis categorias, que englobam nível de energia, dor, reações emocionais, sono, interação social e habilidades físicas. Cada resposta positiva corresponde a um escore de um (1) a cada resposta negativa corresponde a um escore zero (0), perfazendo uma pontuação máxima de 38. (TEIXEIRA-SALMELA et al., 2004), no inicio e no termino do projeto. As atividades terapêuticas ocorrerão 2 vezes por semana, na Sede do projeto Igarapé Mata Fome, já autorizado pela Coordenadora do Projeto Voyner Ravena Cañete, com alongamentos no inicio e no final da atividade, caminhadas de 20 minutos, atividades livres, fortalecimento de membros superiores e inferiores e o método Facilitação Neuromuscular Proprioceptivo (FNP). Em qualquer momento da pesquisa, os entrevistados terão acesso aos pesquisadores da pesquisa, para esclarecimento de dúvidas. 55 O principal responsável é a profª. Daniela Teixeira Costa, que pode ser encontrado na Diogo Moia, 770 apto 502, telefone 32220021, ou na Universidade da Amazônia, pelo período diurno, ou pelo celular 81991799. Caso não seja localizado a profª. Daniela Teixeira Costa, poderão ainda ser contactados as pesquisadoras Camila do Carmo Fernandes, pelos telefones, 32486103, 99665072, Flávia de Souza Faria, pelos telefones, 32463663, 81123550 e Biatriz Araújo Cardoso, pelos telefones, 32775041, 81114952. É garantida aos pacientes, a liberdade de deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade da pesquisa na Instituição. As informações obtidas serão analisadas em conjunto com os de outros pacientes, não sendo divulgada qualquer informação que possa levar a sua identificação. O paciente tem direito a se manter informado a respeito dos resultados finais da pesquisa. Os indivíduos participaram da verificação da pressão arterial antes do inicio das atividades do dia, onde serão considerados como pressão limítrofe 130x90 mmHg de acordo com a Organização Mundial de Saúde, nas quais os participantes que obterem valores acima não irão realizar atividade nesse dia, para segurança dos mesmos. Na avaliação será questionado ao pesquisado, se o mesmo possui plano de saúde e em caso de alguma intercorrência durante a realização das atividades ou durante a avaliação por meio dos questionários, diretamente provocado pelos procedimentos propostos pelos pesquisadores, o indivíduos será encaminhado a Unidade Básica de Saúde da Pratinha, já autorizado pelo diretor responsável Cláudio Roberto Domingues e Silva, para a prestação dos primeiros socorros, em seguida, os que possuírem plano de saúde serão transportados pelas próprias autoras, ao hospital referente ao seu plano. A pesquisa não oferece riscos, porém em caso de dano pessoal, diretamente provocado pelos procedimentos propostos pelos pesquisadores, os participantes serão encaminhados pelos pesquisadores a um posto de atendimento médico público mais próximo, como foi referido acima. Não haverá despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Esta pesquisa será realizada com recursos próprios dos autores. Também não haverá nenhum pagamento por sua participação. Os pesquisadores utilizarão os dados e o material coletado somente para esta pesquisa, devendo os participantes darem autorização para publicação em periódicos, revistas médicas e congressos. 56 Ao final da pesquisa as fichas de avaliação serão arquivadas em meio digital, onde será mantida a completa integridade dos participantes. Declaro que compreendi as informações do que li ou que me foram explicadas sobre a pesquisa em questão. Discuti com as pesquisadoras sobre minha decisão em participar nessa pesquisa, ficando claros para mim, quais são os propósitos da pesquisa, os procedimentos a ser realizados, os possíveis desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação não tem despesas, inclusive se optar por desistir de participar da pesquisa. Concordo voluntariamente em participar desse estudo podendo retirar meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício que possa ter adquirido. Belém - PA, ____, de ___________________de 200__. __________________________________________ Assinatura do entrevistado Declaro que assisti as explicações dos pesquisadores na entrevistada, que compreendeu e retirou suas dúvidas, assim como eu, a tudo o que será realizado na pesquisa. __________________________________________ Assinatura de testemunha Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o consentimento livre e esclarecido desta entrevistada para participação no presente estudo. __________________________________________ Daniela Teixeira Costa Pesquisador responsável 57 ANEXO 1 58 ANEXO 2 TESTE O SEU NÍVEL DE ESTRESSE Nome: _____________________________________________________ Idade: _____ Sexo: ( )Feminino ( ) Masculino Instruções: As questões seguintes se referem a como você se sente e como as coisas tem andando no ultimo mês. Para cada questão, marque um X a resposta mais aplicada a você. Uma vez que não há respostas corretas ou incorretas, é bom responder rapidamente as questões, sem largas pausas. 1- Em geral, como você se sente? ( ) Com excelente disposição ( ) Às vezes de bom e outras de mau-humor ( ) Com boa disposição ( ) Desanimado, muitas vezes ( ) Bem, na maioria das vezes ( ) Sempre desanimado 2- Você tem sido incomodado por seus nervos? ( ) Nem um pouco ( ) Mais ou menos ( ) Um pouco ( ) Muito ( ) Algumas vezes ( ) Constantemente, ao ponto de ficar desligado das coisas e até de não poder trabalhar 3- Você tem tido controle sobre seu comportamento, pensamentos, emoções ou sentimentos? ( ) Sim, absolutamente ( ) Não muito ( ) Sim, na maioria das vezes ( ) Não, e ainda fico às vezes perturbado ( ) Geralmente, sim ( ) Não, e sempre fico muito perturbado 4- Você tem se sentido triste, desencorajado, desesperançado, ou tem tido muitos problemas? ( ) Nada, nada ( ) Realmente, um pouco ( ) Um pouco ( ) Bastante ( ) Às vezes, o suficiente para aborrecer-me ( ) Bastante, ao ponto de muitas vezes ter vontade de desistir de tudo 59 5- Você tem sentido estar sob estresse, pressão ou tensão? ( ) Absolutamente não ( ) Sim, um pouco mais do que o comum ( ) Sim, um pouquinho ( ) Sim, sob um pouco de pressão ( ) Sim, um pouco, mas dá para encarar ( ) Sim, quase mais do que posso suportar 6- Quão feliz, satisfeito ou alegre, você tem se sentido com relação a sua vida? ( ) Muito feliz, acha que não poderia sê-la mais do que sou ( ) Satisfeito ( ) Muito feliz ( ) Um pouco satisfeito ( ) Moderadamente feliz ( ) Muito insatisfeito 7- Você tem tido razão para temer a perda do controle de sua mente, de seus atos, palavras, pensamentos, sentimentos ou memória? ( ) Nem pensar! ( ) Pouco, mas tenho me preocupado ( ) Só um pouquinho ( ) Pouco, mas tenho me preocupado bastante ( ) pouco, mas não o suficiente para ( preocupações ) Muito, ao ponto de colocar-me em constante estado de preocupação 8- Você tem estado ansioso, preocupado ou abatido? ( ) De jeito nenhum ( ) Regularmente ( ) Pouquinho ( ) Bastante ( ) Um pouco, o suficiente para importunar-se ( ) Em excesso até, ao ponto de sentir-me doente 9- Você se levanta, pela manha, revigorado e descansado? ( ) Todos os dias ( ) Menos que a metade dos dias ( ) Quase todos os dias ( ) Raramente ( ) Com freqüência ( ) Nunca 10- Você tem sido incomodado por alguma doença, desordem orgânica, dores ou temores sobre sua saúde? ( ) Nunca ( ) Durante algum tempo ( ) Um pouquinho ( ) Na maioria das vezes ( ) Às vezes ( ) Sempre 60 11- Sua vida tem sido plena de coisas interessantes? ( ) Sempre ( ) Algum tempo ( ) Na maioria das vezes ( ) Um pouco ( ) Durante um bom tempo ( ) Nunca 12- Você se sente desanimado e tristonho? ( ) Nunca ( ) Durante um bom tempo ( ) Um pouco ( ) Na maioria das vezes ( ) Algum tempo ( ) Sempre 13- Você se sente emocionalmente estável e seguro de si? ( ) Sempre ( ) Algum tempo ( ) Na maioria das vezes ( ) Um pouco ( ) Durante um bom tempo ( ) Nunca 14- Você se sente cansado, exausto, quebrado, esgotado? ( ) Nunca ( ) Durante um bom tempo ( ) Um pouco ( ) Na maioria das vezes ( ) Algum tempo ( ) Sempre * Para cada uma das quatro perguntas a seguir, as palavras em cada final descrevem sentimentos opostos. Assinale com um círculo (O) o numero que mais se relaciona ao que você sentiu no último mês. 15- Quão preocupado ou interessado acerca de sua saúde você tem estado? 10 8 6 4 2 Nada, nada 0 Muito preocupado 16- Quão relaxado ou tenso você tem se sentido? 10 Bastante relaxado 8 6 4 2 0 Bastante tenso 61 17- Quanta energia, animação e vitalidade você tem tido? 10 8 6 4 2 Muito 0 Nenhuma 18- Quão deprimido ou alegre você tem estado? 10 8 Muito alegre FONTE: OLIVEIRA, 2002 6 4 2 0 Muito deprimido 62 ANEXO 3 Questionário de Apoio Social, itens e dimensões propostas na versão original aplicada no Medical Outcomes Study, adaptadas para o português. Nome: ____________________________________________________ Idade: ______ Sexo: ( )Feminino ( ) Masculino Se você precisar, com que freqüência conta com alguém ... 1. Que o ajude, se ficar de cama? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 2. Para levá-lo ao médico? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 3. Para ajudá-lo nas tarefas diárias, se ficar doente? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 4. Para preparar suas refeições, se você não puder prepará-las? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 5. Que demonstre amor e afeto por você? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 6. Que He dê um abraço? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 7. Que você ame e que faça você se sentir querido? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 8. Para ouvi-lo, quando você precisar falar? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 63 9. Em quem confiar ou para falar de você ou sobre seus problemas? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 10. Para compartilhar suas preocupações e medos mais íntimos? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 11. Que compreenda seus problemas? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 12. Para dar bons conselhos em situações de crise? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 13. Para dar informação que o ajude a compreender uma determinada situação? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 14. De quem você realmente quer conselhos? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 15. Para dar sugestões de como lidar com um problema pessoal? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 16. Com quem fazer coisas agradáveis? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 17. Com quem distrair a cabeça? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 18. Com quem relaxar? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre 19. Para se divertir junto? ( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) quase sempre ( ) sempre FONTE: GRIEP et al., 2003 64 ANEXO 4 QUESTIONÁRIO - PERFIL DE SAÚDE DE NOTTINGHAM (PSN) Nome: ___________________________-_________________________ Idade: ______ Sexo: ( )Feminino ( ) Masculino Itens Sim Não Domínio 1. Eu fico cansado o tempo todo NE 2. Eu sinto dor a noite D 3. As coisas estão me deixando desanimado/deprimido RE 4. A dor que eu sinto é insuportável D 5. Eu tomo remédios para dormir S 6. Eu esqueci como fazer coisas que me divertem RE 7. Eu me sinto extremamente irritado (“com os nervos a flor da RE pele”) 8. Eu sinto dor para mudar de posição D 9. Eu me sinto sozinho IS 10. Eu consigo andar apenas dentro de casa HF 11. Eu tenho dificuldade para me abaixar HF 12. Tudo para mim requer muito esforço NE 13. Eu acordo de madrugada e não pego mais no sono S 14. Eu não consigo andar HF 15. Eu acho difícil fazer contato com as pessoas IS 16. Os dias parecem muito longos RE 17. Eu tenho dificuldade de subir e descer escadas ou degraus HF 18. Eu tenho dificuldade para pegar coisas no alto HF 19. Eu sinto dor quando ando D 20. Ultimamente perco a paciência facilmente RE 21. Eu sinto que não há ninguém próximo em quem eu possa IS confiar 22. Eu fico acordado(a) a maior parte da noite S 65 23. Eu sinto como se estivesse perdendo o controle RE 24. Eu sinto dor quando fico de pé D 25. Eu acho difícil me vestir HF 26. Eu perco minha energia facilmente NE 27. Eu tenho dificuldade de permanecer de pé por muito tempo HF (na pia da cozinha ou esperando ônibus) 28. Eu sinto dor constantemente D 29. Eu levo muito tempo para pegar no sono S 30. Eu me sinto como um peso para as pessoas IS 31. As preocupações estão me mantendo acordado(a) a noite RE 32. Eu sinto que a vida não vale a pena ser vivida RE 33. Eu durmo mal à noite S 34. Eu estou tendo dificuldade em me relacionar com as pessoas IS 35. Eu preciso de ajuda para andar fora de casa HF (muleta, bengala ou alguém para me apoiar) 36. Eu sinto dor para subir e descer escadas ou degraus D 37. Eu acordo me sentindo deprimido RE 38. Eu sinto dor quando estou sentado D NE = nível de energia; D = dor; RE = Reações emocionais; S = sono; IS = Interação social; HF = habilidades físicas. A lista cita alguns problemas que as pessoas podem enfrentar no dia-a-dia. Por favor, leia cada item com atenção. Se o problema acontece com você, coloque um x abaixo da coluna “sim”. E se o problema não acontece com você coloque um x abaixo da coluna “não”. Se você não estiver certo da resposta, pergunte a você mesmo se isso acontece com você na maioria das vezes. É importante que você responda todas as questões. FONTE: TEIXEIRA-SALMELA et al., 2004