Tecnologia de Máquinas e Ferramentas pag 1 / 7 CONSTRUÇÃO MECÂNICA 1. ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO - ENGRENAGENS 1.1 . I n trod ução As engrenagens são usadas em milhares de dispositivos mecânicos. Elas realizam tarefas importantes no ambiente mecânico, fornecendo possibilidade de redução ou ampliação na transmissão de movimentos. E isso é essencial porque, freqüentemente, um pequeno motor girando muito rapidamente consegue fornecer energia suficiente para um dispositivo, mas não consegue dar o torque necessário. Por exemplo, uma chave de fenda elétrica tem uma redução de transmissão muito grande, porque precisa de muito torque para girar os parafusos, mas o motor só produz quantidade de torque pequena e velocidade alta. Com a redução de transmissão, a velocidade de saída pode ser diminuída e o torque, aumentado. Mais uma coisa que as engrenagens fazem é ajustar a direção de rotação. Por exemplo, no diferencial do automóvel, a energia é recebida por um eixo que vem da caixa de câmbio e deve chegar às rodas em outro eixo não alinhado ao de entrada. Isto faz com que o diferencial tenha de "deslocar" essa energia angularmente, para aplicá-la sobre as rodas. Há muitas complicações nos diferentes tipos de engrenagens. Neste texto, pretendo demonstrar a maneira como funcionam os dentes das engrenagens e os diferentes tipos de engrenamentos encontrados nos equipamentos mecânicos. Finalmente, a principal finalidade á a transmissão de potência entre eixos que podem ser paralelos, concorrentes ou reversos. Conforme o acabamento as engrenagens podem apresentar altos rendimentos nas transmissões, além de suportar grandes esforços; são particularmente práticas quando se desejam variações de velocidades, como no caso dos câmbios de veículos e caixas de velocidades das máquinas opera trizes 1.2 . P r in c íp ios bá sico s Em qualquer engrenagem, a relação é determinada pelas distâncias que vão do centro das peças até o ponto de contato. Por exemplo, em um dispositivo com duas engrenagens, se uma delas tiver o dobro do diâmetro da outra, a relação será de 2:1. Um dos tipos de engrenagem mais primitivos que podemos ver seria uma roda com estacas de madeira em suas extremidades. O problema desse tipo de engrenagem é que a distância do centro de cada engrenagem até o ponto de contato muda de acordo com a rotação delas. O que significa que a relação de engrenagens se altera com o seu giro, fazendo com que a velocidade também mude. Se você usasse engrenagens assim no seu carro, seria impossível manter uma velocidade constante: haveria uma incessante aceleração e desaceleração. Muitas engrenagens modernas utilizam um perfil de dentes especial chamado de involuta. Esse perfil tem a propriedade extremamente importante de manter uma relação de velocidade constante entre as duas engrenagens. Assim como a roda com estacas acima, o ponto de contato se movimenta, mas a forma dos dentes da engrenagem involuta compensam esse movimento. www.salulai.com.br r 20080508 AULATERMO-TMF1_aula12_txt.doc Tecnologia de Máquinas e Ferramentas 1.3 . pag 2 / 7 T ipo s d e eng re nagen s As engrenagens não só apresentam tamanhos variados, mas também se diferenciam em formato e tipo de transmissão de movimento. Dessa forma, podemos classificar as engrenagens empregadas normalmente dentro dos seguintes tipos: 1.3.1. Engrenagens retas São chamadas assim as engrenagens cilíndricas de dentes retos. São normalmente empregadas para transmitir o movimento entre eixos paralelos com reduções de 1:1 até 1:8 1.3.2. Engrenagens helicoidais São chamadas assim as engrenagens cilíndricas de dentes em hélice. São normalmente empregadas para transmitir o movimento entre eixos paralelos ou que se cruzam no espaço. Usadas para acionamentos silenciosos. Os dentes nas engrenagens helicoidais são cortados em ângulo com a face da engrenagem. Quando dois dentes em um sistema de engrenagens helicoidais se acoplam, o contato se inicia em uma extremidade do dente e gradualmente aumenta à medida que as engrenagens giram, até que os dois dentes estejam totalmente acoplados. 1.3.3. Engrenagens cilíndricas com cremalheiras Usadas para transferências de movimentos circulares para retilíneos ou viceversa. 1.3.4. Engrenagens de parafuso sem fim (rosca sem fim) Empregadas para transmitir o movimento entre eixos que não se cortam, mas estão em ângulo reto. São usadas quando a relação de velocidades deve ser muito grande. Uma das engrenagens é semelhante a um parafuso, a qual gira muitas vezes mais rápido do que a outra engrenagem acoplada a ela. Esse tipo de engrenamento usualmente chega a reduções de até 20:1, podendo ter ainda maiores reduções. 1.3.5. Engrenagens cônicas com dentes retos Empregadas para transmitir movimento entre eixos que se cortam em variados ângulos. Para reduções entre 1:1 e 1:6. 1.3.6. Engrenagens cônicas com dentes inclinados Empregadas para transmitir movimento entre eixos que se cortam em ângulos retos. www.salulai.com.br r 20080508 AULATERMO-TMF1_aula12_txt.doc Tecnologia de Máquinas e Ferramentas 1.3.7. pag 3 / 7 Engrenagens cônicas e descentradas Empregadas em caixas de redução em que a montagem exige posicionamentos descentralizados dos eixos. Exemplo Diferenciais de veículos auto- motores. 1.4 . D ef in içõe s Num par de engrenagens engrenadas teremos uma motora e outra movida . A de menor dimensão é chamada pinhão e a outra coroa. Define-se como relação de transmissão Rotação do eixo motor i= i n1 ------------------------------ = ------------Rotação do eixo movido n2 A razão entre o número de dentes nas engrenagens é diretamente proporcional à razão de torque e inversamente proporcional à razão das velocidades de rotação. Por exemplo, se a coroa (a roda maior) tem o dobro de dentes do pinhão, o torque da engrenagem é duas vezes maior que o do pinhão, ao passo que a velocidade deste é duas vezes maior que a da coroa. Em um par de engrenagens no qual: z1= número de dentes da engrenagem 1 z2= número de dentes da engrenagem 2 n1= número de rotações por minuto da engrenagem 1 (rpm) n2= número de rotações por minuto da engrenagem 2 (rpm) Temos a seguinte equação: n1/n2 = z2/z1 Esta relação entre torque e velocidade fica muito clara quando comparamos um caminhão e um carro de Fórmula 1. Digamos que os dois possuam a mesma potência. A velocidade angular do eixo do motor do carro de Fórmula 1 é muito maior, mas o torque é muito baixo. No entanto a velocidade angular do eixo do motor de um caminhão é muito baixa, mas seu torque é muito alto, podendo então deslocar um maior peso, mas desempenhar uma menor velocidade. 1.4.1. Diâmetro Primitivo 1.4.2. Módulo 1.4.3. Diametral Pitch www.salulai.com.br r 20080508 AULATERMO-TMF1_aula12_txt.doc Tecnologia de Máquinas e Ferramentas www.salulai.com.br pag 4 / 7 r 20080508 AULATERMO-TMF1_aula12_txt.doc Tecnologia de Máquinas e Ferramentas 2. pag 5 / 7 ANEXO 1 2.1 . To rqu e Primeira lei de Newton Inércia - quando um corpo está em movimento uniforme em linha reta ele ten- de a manter o seu estado de movimento. Ou seja, para mudarmos o estado de movimento e/ou direção do corpo precisamos aplicar uma força sobre esse corpo. Análoga a lei da inércia para o movimento de translação, a primeira lei de Newton também pode ser aplicada para o movimento circular (ou de rotação). Se um corpo esta girando ao redor de um eixo com velocidade de rotação constante, ele tende a manter seu estado de rotação ao redor desse eixo, ou seja, para que o corpo aumente sua velocidade de rotação, ou mude a direção do eixo de rotação, é preciso aplicar um torque sobre o corpo. O torque é o análogo da força no movimento linear, para o movimento de rotação. Por exemplo: aplicamos uma força em um corpo em movimento linear para mudar a direção de seu movimento e/ou variar a sua velocidade. Aplicamos o torque em um corpo em rotação para mudar a direção do seu eixo de rotação e/ou variar a velocidade de rotação. www.salulai.com.br r 20080508 AULATERMO-TMF1_aula12_txt.doc Tecnologia de Máquinas e Ferramentas 3. ANEXO 2 4. BIBLIOGRAFIA pag 6 / 7 http://ciencia.hsw.uol.com.br/engrenagens.htm Desenho Técnico 3 Santili, Genovesi, Fiorani, José Luiz 1985 http://pt.wikipedia.org/wiki/Engrenagem http://ciencia.hsw.uol.com.br/engrenagens7.htm http://ciencia.hsw.uol.com.br/engrenagens.htm/printable (ver com atenção) www.salulai.com.br r 20080508 AULATERMO-TMF1_aula12_txt.doc